Exp. 12 - Estudo da ponte de Wheatstone Introdução 12.1 Um problema comum que se encontra na vida diária é a determinação da resistência de um resistor. Lembremos que a resistência elétrica é uma característica dos bipolos lineares e, nesse tipo de bipolo vale a Lei de Ohm, ou seja, aplicando-se sobre ele uma diferença de potencial V aparece uma corrente I tal que R= V I Equação 12-1 Evidentemente essa equação pode ser utilizada para a determinação da resistência do resistor. Entretanto para que a resistência possa determinada com precisão é necessário que tanto V como I sejam determinados também com precisão, ou seja, são necessários instrumentos de qualidade, nem sempre disponíveis. Para contornar este problema foi desenvolvida uma técnica que permite determinar a resistência de um resistor a partir de resistores padrões e/ou de medidas puramente geométricas. Essas técnicas baseiam-se num circuito particular denominado ponte e que apresenta diversas variantes, a mais simples delas é a chamada Ponte de Wheatstone. 12.2 A ponte de wheatstone O circuito apresentado abaixo é denominado Ponte de Wheatstone. Figura 12-1 Observe a existência de um voltímetro entre os pontos A e B que indica a diferença de potencial entre esses pontos. Quando essa diferença de potencial for nula, isto é, quando o potencial em A for igual ao potencial em B, dizemos que a ponte está equilibrada. Admitido o equilíbrio, não há corrente através do voltímetro e podemos afirmar que as correntes nos resistores mesma (ramo DAC) bem como as correntes nos resistores figura acima. Como no estado de equilíbrio R1 e R2 RP e R éa também são as mesmas (ramo DBC) conforme está indicado na V A = VB deveremos ter: VC − VA = VC − VB ou e R P ⋅ I a = R 1 ⋅ I b VA − VD = VB − VD ou R ⋅ Ia = R 2 ⋅ I b R P ⋅ Ia R1 ⋅ I b = R ⋅ Ia R2 ⋅ Ib R P R1 = R R2 Dividindo membro a membro estas duas equações: ou Equação 12-2 Esta última equação é denominada equação de equilíbrio da ponte. Sempre que os valores das resistências empregadas obedecer a esta relação a ponte estará equilibrada, isto é o voltímetro indicará zero. 12.3 Medida de uma resistência utilizando a ponte Suponhamos que montemos a ponte mostrada acima utilizando um resistor desconhecido R e ajustemos R P , R1 e R 2 de tal forma que a ponte entre no estado de equilíbrio, isto é, que o voltímetro indique zero. Nessa condição vale a Equação 12-2 que permitirá conhecer a resistência desconhecida, desde que se conheça as resistências R P , R1 e R 2 , ou seja, teremos: R= R2 ⋅RP R1 Equação 12-3 R será determinada dependerá da precisão com e R 2 , ou seja, são necessárias três resistências de precisão. Este problema é parcialmente Embora esta técnica esteja correta, ela não é útil pois a precisão com que que se conhece os valores de R P , R 1 resolvido com a técnica descrita abaixo. 12.4 A ponte de fio A ponte de fio é uma variação da ponte de Wheatstone que reduz a exigência de três resistores de precisão para apenas um. R1 e R 2 , é substituído por um único fio, geralmente de NiCr, de tal forma que R 1 e R 2 são determinados por um cursor deslizante no ponto B. Assim os valores de R 1 e R 2 são mudados, variando-se os comprimentos do fio correspondentes, indicados por l1 e l 2 ,que podem ser medidos com uma simples régua. Na ponte de fio acima descrita, o ramo DBC, que contém Figura 12-2 Lembremos agora que a resistência de um condutor filiforme é dada por (S R = ρ⋅ l . S Sendo o fio de secção uniforme = c te ) e homogêneo ( ρ = c te ) podemos escrever para as resistências R1 e R 2 : l l R1 = ρ ⋅ 1 e R 2 = ρ ⋅ 2 S S Substituindo na Equação 12-3: l ρ⋅ 2 S R = RP ⋅ l ρ⋅ 1 S ou l R = RP ⋅ 2 l1 Equação 12-4 Observemos agora que a resistência desconhecida R pode ser determinada em função de uma resistência padrão RP e das medidas de dois comprimentos l1 e l 2 os quais podem ser obtidos pela utilização de uma simples régua. O circuito final da ponte de fio fica: A análise da Equação 12-4 nos leva a concluir que a resistência padrão não pode assumir qualquer valor pois se esta for muito diferente da resistência que será medida teremos uma ralação entre os comprimentos a medir muito grande o que dificultará suas medidas 12.5 Objetivos da experiência: O objetivo desta experiência é medir a resistência pela técnica da ponte de fio descrita acima, comparando-a com o valor nominal da mesma, isto é, com aquele indicado pelo fabricante. 12.6 Procedimento experimental: 12.6.1.1 ( ) Monte o circuito abaixo, ajustando a fonte previamente para 5V. Nesse circuito Rp é a resistência tomada como padrão. Use uma década para atribuir a ponte. Comece com R p = 200000Ω R p um Rx é a resistência a ser determinada e valor conveniente para permitir o equilíbrio da Use o fio mais fino da prancha recebida, que contém 4 fios. 12.6.1.2 ( ) Uma vez montado e conferida a montagem, apóie o cursor sobre o fio e observe movendo-o sobre o fio o voltímetro dará indicações diferentes. Cuidado pois a tensão poderá ser positiva ou negativa, fazendo o ponteiro deslocar-se nos dois sentidos. 12.6.1.3 ( ) Procure encontrar a posição na qual o voltímetro indique zero (condição de equilíbrio da ponte). Se o cursos se deslocar até um extremo do fio e não for alcançada a posição de equilíbrio significa que o valor de Rp não é conveniente. Reduza então para um décimo de seu valor sucessivamente até obter o equilíbrio. 12.6.1.4 ( ) Uma vez que o voltímetro indique zero, isto é, que a ponte esteja equilibrada, meça os valores de I1 e 12.6.1.5 ( ) Lendo o valor de Rp da década, aplique então a Equação 12-4, calculando o valor da resistência Rx . 12.6.1.6 ( ) Compare o valor calculado com o valor nominal indicado pelo fabricante através do código de cores. 12.6.1.7 ( ) Calcule o erro percentual, admitindo o valor nominal como verdadeiro. 12.6.1.8 ( ) Repita o procedimento com outros resistores. 12.7 Siga as instruções contidas no anexo correspondente. Relatório I2 . Rp