Globalização e Homogeneização do Currículo Professora: Dra.Glória das Neves Dutra Escarião Areia-PB Outubro/2014 GLOBALIZAÇÃO O Fenômeno “Uma revisão dos estudos sobre os processos de globalização mostra-nos que estamos perante um fenômeno multifacetado com dimensões econômicas, sociais, políticas, culturais, religiosas e jurídicas interligadas de modo complexo”. (Santos, 2002, p.26). REFERÊNCIAS PARA ANÁLISE DO FENÔMENO A realidade sócio-histórica do Brasil globalizado; O anúncio de uma globalização emergente; O compromisso solidário e ético com a pessoa humana; Repercussão dos efeitos da globalização no campo da educação e do currículo; Campo curricular como espaço de conflitos, de contradições, de poder, de resistências e de interesses; Luta permanente entre homogeneidade e diversidade cultural e formação humana; A falácia do determinismo: consiste na idéia de que a globalização é um processo espontâneo, automático e irreversível; A falácia do desaparecimento do Sul que nega o conflito entre as relações Norte/Sul reforçando a idéia de que o impacto da globalização é uniforme em todas as regiões do mundo; A falácia da Globalização considerada a “a possibilidade da liberdade capaz de produzir o progresso infinito e abundância ilimitada”. GLOBALIZAÇÃO Pode ser analisada sobre muitas facetas e em tempos históricos diferentes a luz de fundamentos teóricos que conceituam a globalização e os seus efeitos nas perspectivas hegemônica ou contrahegemônica A globalização não é um processo recente. É um fenômeno mundial e presente na realidade e vida das pessoas e se expressa de várias formas, inclusive no imaginário popular. A globalização como fenômeno é percebido pelos sentidos e pela consciência, tem características próprias, tem essência,é objeto do conhecimento científico e tem características do tempo e do espaço que ocupa. É um processo contraditório e heterogêneo que supõe dependência e interdependência entre nações, sociedades, pessoas. Globalização Hegemônica Associa-se a economia mundial, ao mercado, a internacionalização do capital. Na sua concepção hegemônica representa os detentores do poder político-cultural e econômico caracterizado pela apropriação do saber cultural para favorecer interesses de uma pequena parcela privilegiada que governa o mundo. Principais Conceitos Localismo Globalizado- fenômeno local é globalizado Globalismo Localizado – Impacto na condições locais dos localismos globalizados Estado Mínimo com restrições drásticas da regulação estatal da economia Economia Política Pró-Mercado Consumidor Homogeneização Desconhece a diversidade; O conhecimento é produzido de forma concentrada nos países financiadores e é preciso dominar a técnica para dominar o conhecimento em razão de interesses de grupos; É supostamente neutro; Faz emergir uma ética que valoriza os interesses do mercado/produto comercial de circulação; A formação humana é direcionada para as demandas do mercado, interesses corporativos ao priorizar o aspecto econômico; Mercadorização da Educação Globalização Contra-Hegemônica A globalização se apresenta como oposição à regulação imposta pela competitividade do mercado. Esse caminho configura uma alternativa possível a luz de novos conceitos de democracia, solidariedade e emancipação humana. Principais Conceitos Processo de Tradução/Reconceituação Ecologia dos saberes/Diálogo de saberes Cidadania/Cidadão Cosmopolitismo/ Emancipação Humana/solidariedade Globalização, Educação e Currículo Os efeitos da globalização provocam consequências sociais, econômicas, culturais que interpenetram na educação e no currículo? Ate que ponto a globalização acarreta homogeneização no Currículo? Desafio: A “Pedagogia do Conflito”/ “Pedagogia do Diálogo” para além da Globalização Hegemônica/Emancipação/Solidariedade Currículo Emancipatório/Reflexivo/Crítico/Transformador Compromisso com a formação humana com qualidade Técnica/Social/Ética/Solidária Amplo processo de “tradução de conceitos e concepções em razão do compromisso ético com a emancipação humana. “O trabalho de “tradução cria as condições para a emancipações sociais concretas de grupos sociais concretos num presente cuja injustiça é legitimada com base num maciço desperdício de experiência. O trabalho de tradução, assente na sociologia das ausências e na sociologia das emergências, apenas permite revelar ou denunciar a dimensão desse desperdício. O tipo de transformação social que a partir dele pode construir-se exige que as constelações de sentidos criadas pelo trabalho de tradução se transformem em práticas transformadoras”. (Santos,2004, p. 814-815). A resistência ao processo de homogeneização no campo do currículo na educação superior, ao tempo que impulsiona a continuidade da dinâmica curricular que elege como premissa a construção do currículo emancipatório exige a participação permanente dos envolvidos num amplo processo de “tradução de conceitos e concepções em razão do compromisso ético com a emancipação humana”. Currículo é vida, construção do conhecimento, reflexões e concepções sobre o mundo, a sociedade, as pessoas, o trabalho, a cultura, a natureza. “Temos de dar tempo à reflexão e à consciência, uma reflexão e uma consciência como pessoas, uma reflexão e uma consciência partilhadas, uma reflexão e uma consciência prudentes. Ser professor, hoje, é recusar as modas, a novidade pela novidade e construir um caminho pedagógico com os colegas, um caminho que busca a sensatez e a coerência”. António Nóvoa, 2004.