2.2 A Nova Geografia ou Geografia Teorética – Quantitativa. Após a

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MIGRAÇÕES E DESENVOLVIMENTO
2.2 A Nova Geografia ou Geografia Teorética – Quantitativa.
Após a II Guerra Mundial, a expansão do Capitalismo e do progresso técnico
coincide com o desmantelamento dos impérios coloniais, a partir dos anos 60 do
séc. XX. Esta expansão tem inúmeras consequências, afectando tanto a organização social como as formas espaciais criadas pelo Homem.
O período pós-guerra, marcado por um forte crescimento, coloca o problema
da sua distribuição equitativa a nível espacial (regional), do controlo dos movimentos migratórios e da racionalização dos recursos disponíveis.
Face às transformações políticas, económicas, sociais e intelectuais que se
impunham, surge a necessidade de os Estados-modernos adoptarem procedimentos indispensáveis ao desenvolvimento de políticas de planeamento nos seus
respectivos territórios, “repensando” e “recriando” para tal o conceito de região.
Sob a influência do Neopositivismo – Positivismo Lógico –, que adopta a linguagem matemática e a estatística, desenvolveu-se uma forte tendência do pensamento científico – a Teoria Analítica. Na Geografia, este movimento é denominado por “Revolução Quantitativa e Teorética”. A Geografia, envolvida por um
movimento de renovação, supera as dicotomias tradicionais e os procedimentos
metodológicos da Geografia Regional, busca novos caminhos, novo objecto, novos
conceitos, novos métodos, para enriquecer uma ciência geográfica que nasce com o
nome de Nova Geografia.
A fim de traçarmos um panorama genérico sobre a Nova Geografia no contexto científico global, especificamos resumidamente alguns dos seus fundamentos básicos:
1. Maior rigor na aplicação da metodologia científica. Sob a influência do
Positivismo Lógico não há metodologia específica para uma ciência, mas para o
conjunto das ciências. As ciências diferenciam-se umas das outras pelo seu objecto. Cada ciência contribui para a compreensão da ordem e da estrutura existentes, e o sector da Geografia é o das organizações espaciais. Considerando a metodologia científica como o paradigma para a pesquisa geográfica, a Nova Geografia salienta a necessidade de maior rigor no enunciado e na verificação de hipóteses, assim como na formulação das explicações para os fenómenos geográficos
presentes e/ou passados mas também a previsão do estado futuro dos sistemas
de organização espacial (Harvey, 1969). A Nova Geografia, sintonizada com as
transformações teórico-metodológicas, procura atribuir maior cientificidade ao
conceito de região, o que significou eliminar a subjectividade e impor maior unicidade na sua classificação.
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