V JORNADA E IV MOSTRA CIENTÍFICA DA FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA Rio Verde – GO Novembro - 2009 ANAIS DA V JORNADA E IV MOSTRA CIENTÍFICA DA FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA DA UNIVERSIDADE DE RIO VERDE ÍNDICE PROGRAMAÇÃO ................................................................................................................5 COMISSÃO ORGANIZADORA ...........................................................................................6 RESUMOS...........................................................................................................................7 ANIMAIS DE COMPANHIA Diabetes mellitus canina: relato de caso .............................................................................9 Estudo retrospectivo das dermatopatias mais prevalentes em cães e gatos na cidade de Rio Verde-GO, Brasil .........................................................................................................10 Hábitos alimentares de cães em Rio Verde, GO ...............................................................11 Megaesôfago idiopático congênito canino: relato de caso ................................................12 Métodos de diagnóstico usados nas dermatopatias de cães e gatos na cidade de Rio Verde-GO, Brasil ...............................................................................................................13 Ocorrência de piodermites em cães na cidade de Rio Verde-GO, Brasil ..........................14 Prevalência das dermatopatias alérgicas em cães e gatos na cidade de Rio Verde-GO, Brasil..................................................................................................................................15 Prevalência das dermatopatias parasitárias em cães e gatos na cidade de Rio Verde-GO, Brasil..................................................................................................................................16 Prevalência de fungos nas dermatopatias de cães e gatos na cidade de Rio Verde-GO, Brasil..................................................................................................................................17 Relação entre o gênero do proprietário e o peso e a prática de atividades físicas de cães ...........................................................................................................................................18 Relato de caso: luxação coxofemural ................................................................................19 Ureter ectópico em fêmea canina: relato de caso..............................................................20 PRODUÇÃO ANIMAL Bezerra da raça Nelore com hernia inguinal submetida à cirurgia – relato de caso ..........22 Correção da persistência do úraco em bovino: relato de caso ..........................................23 Desempenho de frangos aos 42 dias de idade criados em camas tratadas com diferentes condicionadores.................................................................................................................24 Desempenho de três grupos de cordeiros confinados com dietas contendo diferentes relações volumoso:concentrado ........................................................................................25 Distribuição dos nascimentos de cordeiros no Setor de Ovinos da Universidade de Rio Verde .................................................................................................................................26 Estudo da mastite subclínica em uma propriedade leiteira: diagnóstico, cultura e antibiograma ......................................................................................................................27 Mortalidade de cordeiros no Setor de Ovinos da Universidade de Rio Verde ...................28 Percepções do bem-estar de animais de produção pelo consumidor de Rio Verde, GO ..29 Peso ao nascer de cordeiros machos e fêmeas de parto simples e duplo ........................30 Qualidade da cama de frango de terceiro lote tratada com diferentes condicionadores ...31 Qualidade microbiológica de leite pasteurizado tipo C comercializado na cidade de Rio Verde-GO ..........................................................................................................................32 FORRAGICULTURA Produção de matéria seca de Brachiaria brizantha cv. Marandu utilizando residual de adubações orgânicas e química ........................................................................................34 Produção de matéria seca de Cynodon dactylon cv. Tifton 85 utilizando residual de abubações orgânicas e química ........................................................................................35 Residual no solo de Ca e Mg, utilizando Panicum maximum cv. Tanzânia como alternativa forrageira ...........................................................................................................................36 Residual no solo de Mn, Zn e Cu utilizando Panicum maximum cv. Tanzânia como alternativa forrageira ..........................................................................................................37 Residual no solo de P e K, utilizando Panicum maximum cv. Tanzânia como alternativa forrageira ...........................................................................................................................38 PROGRAMAÇÃO Data: 24/11/2009 8:00 Abertura com show artístico 8:30 Palestra – Cirúrgia ortopédica em pequenos animais Marcus Vinícius Machado Especialização em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais Universidade Castelo Branco – RJ 9:30 Café com prosa 10:00 Palestra – Sexagem espermática animal MSc Edson Ramos de Siqueira Filho Uberaba – MG 13:30 Palestra – Ética na medicina veterinária Paulo César Eliam CRMV – GO 14:30 Café com prosa 15:00 Palestra – Nutrição clínica e obesidade em cães e gatos Dr. Rodrigo Bazolli Jaboticabal - SP Data: 25/11/2009 8:00 Palestra – Atualização em sanidade suína – cenário da circovirose Alisson C. A. Pereira BrasilFood S/A 9:00 Café com prosa 9:30 Apresentação e avaliação dos resumos da IV Mostra Científica 13:30 Palestra – Medicina de Animais Selvagens Gisele Rodrigues Duarte Zoológico de Brasília 14:30 Café com prosa 15:00 Palestra – Registro genealógico de bovinos Murilo Sousa Carrijo FESURV COMISSÃO ORGANIZADORA Coordenador Geral do Evento Prof. MSc. Marcos Lima do Carmo Comissão Organizadora Profa. Dra. Vivian Alonso Profa. MSc. Amanda Carla Acipreste Galvão Profa. Andréa Cruvinel Rocha Silva Prof. Murici Belo Segato Profa. Aline Carvalho Martins Profa. Dra. Maria Cristina de Oliveira Discentes Alex Lucas da Silva Andressa Marques Lima Arilene Cândida Gonçalves Bruno Fernandes de Faria Caio Eduardo Selaysim Costa Débora Delfino Duarte Dionatan da Silva Fernando Carlos Loch Ildefonso Luiz de Freitas Neto Patryck Bruno Cruvinel Cabral Rogério Wagner Carrara do Amaral Vinicius Silva Rezende Virgínia Gouvêa da Silva Comissão Avaliadora dos Resumos Profa. MSc. Fabiana Ramos dos Santos – IF Goiano Profa. MSc. Lucilene Tavares Medeiros – Universidade de Rio Verde Med. Veterinário Ubirajara Oliveira Bilego – COMIGO Editoração Profa. Dra. Maria Cristina de Oliveira RESUMOS 8 V Jornada e IV Mostra Científica Faculdade de Medicina Veterinária 24 e 25 de novembro de 2009 ANIMAIS DE COMPANHIA 9 V Jornada e IV Mostra Científica Faculdade de Medicina Veterinária 24 e 25 de novembro de 2009 DIABETES MELLITUS CANINA: RELATO DE CASO 1 CA OLIVEIRA¹, ACR SILVA¹*, MC OLIVEIRA 1Faculdade de Medicina Veterinária – Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO. *Autor para correspondência: [email protected] Introdução Trata-se da doença endócrina de maior incidência na clínica de pequenos animais (25%) (5). Diabetes mellitus (DM) caracteriza-se por alterações do metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas, resultante de uma insuficiência relativa ou absoluta de insulina e subseqüente hiperglicemia, acompanhada por glicosúria persistente, somando-se aos sinais clínicos clássicos: poliúria, polidipsia, polifagia e perda de peso, para definição do diagnóstico (4). Pode ser classificada em: DM dependente de insulina (tipo 1) e DM não dependente de insulina (tipo 2) (6). Ao contrário dos gatos, praticamente todos os cães são insulino-dependentes no momento do diagnóstico (3). Infecções virais, pancreatite, obesidade, administração exógena de glicocorticóides ou progestágenos são alguns dos fatores desencadeantes da doença (6). Os cães diabéticos que sobrevivem aos primeiros 6 meses podem viver mais que 5 anos com a doença, caso haja a devida atenção dos proprietários, avaliações regulares do médico veterinário e boa comunicação cliente-veterinário (1). O objetivo deste trabalho é descrever um caso de DM tipo 1 em uma cadela. Relato do Caso Um cão da raça Poodle, 6 anos, fêmea, pesando 6,4kg, foi atendido no Hospital Veterinário da FESURV, tendo como queixa principal polidipsia e poliúria. O animal apresentou diarréia, anorexia, hálito cetônico, abdome aumentado e apatia. O proprietário relatou que a alimentação da cadela baseava-se em comida caseira e ração e que administrava anticoncepcional periodicamente. Apresentou-se ao exame clínico magro, com catarata bilateral, lesões cutâneas na região lombar, mucosas congestas e hipocoradas, secreção na genitália e taquipnéia. De acordo com os sinais clínicos suspeitou-se de piometra ou distúrbios endócrinos, como a cetoacidose diabética, que é definida como uma disfunção metabólica grave causada pela deficiência relativa ou absoluta de insulina (1). Foram solicitados exames complementares como: hemograma completo, perfil bioquímico e urinálise. Resultados e Discussão Ao hemograma, a cadela apresentou anemia discreta, com leucócitos normais, descartando-se a piometra. O perfil renal, hepático, colesterol e hormônios tireoidianos estavam dentro dos padrões normais para a espécie. Entretanto constatou-se severa hiperglicemia de jejum (618 mg/dl), e ao exame de urina, apresentou hipostenúria (densidade=1005) e glicosúria, diagnosticou-se, assim diabetes mellitus tipo 1. Instituiu-se o tratamento com insulina, NPH (100 UI / ml), dose inicial de 0,05ml, de 12 em 12 horas, via subcutânea. Informações foram passadas ao proprietário a respeito de tudo que envolvia a doença e o tratamento, inclusive sobre a avaliação semanal da glicemia e curvas glicêmicas, até alcançar a dosagem, o tipo e a freqüência ideais de insulina. Monitorou-se também o peso do animal, estabelecendo-se tanto um manejo dietético adequado quanto a prática de exercícios físicos, para prevenir a obesidade e ajudar reduzir a glicose. Os proprietários estão geralmente dispostos a “aceitar” os cuidados de um animal diabético se forem atenuados os temores relacionados às complicações crônicas observadas em humanos diabéticos, como nefropatia, vasculopatia, doença arterial coronariana, que exigem 10 a 20 anos ou mais da doença para se desenvolver e, por isso, são incomuns em cães diabéticos (1). Após duas semanas de tratamento, não se verificou mais os sintomas de diabetes. Três semanas depois, realizou-se a primeira curva glicêmica, cujos resultados levaram à diminuição da dose de insulina para 0,03ml, de 12 em 12 horas, pois o nadir de dextrose foi muito baixo, 58 mg/dl, em relação ao nadir mínimo recomendado de 72mg/dl (1). A cada reajuste de dose ou troca do tipo de insulina, o controle da glicemia deve ser reavaliado a cada 7 a 14 dias (2). Conclusões Conclui-se que a expectativa e a qualidade de vida do animal com diagnóstico de diabetes mellitus tipo 1, dependerá do compromisso do proprietário para tratar a enfermidade, do controle da glicemia, da reversibilidade e/ou prevenção de complicações crônicas relacionadas ao estado diabético. Bibliografia 1. Greco, DS Compendium on Continuing Education for the Practicing Veterinarian. V.19. pp.23-44. 1997. 2. Davison, LJ et al. Journal of Small Animal Practice, v.44, n. 10, pp.435-442, 2003. 3. Nelson, RW et al. Journal of the American Veterinary Medical Association, v. 216, n. 8, p.12651269, 2000. 4. Nelson, RW Medicina interna de pequenos animais. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p. 535 - 539. 2001. 5. Pöppl, AG et al. Acta Scientiae Veterinariae, v.33, n.1, p.33-44, 2005. 6. Vargas, AM In: Congresso Paulista de Clinicos Veterinários de Pequenos Animais. São Paulo: p.253. 2008. 10 V Jornada e IV Mostra Científica Faculdade de Medicina Veterinária 24 e 25 de novembro de 2009 ESTUDO RETROSPECTIVO DAS DERMATOPATIAS MAIS PREVALENTES EM CÃES E GATOS NA CIDADE DE RIO VERDE - GO, BRASIL * AS TEIXEIRA¹, ML MENDONÇA¹, VD GONÇALVES¹, LF RODRIGUES¹, ACR SILVA¹ , RG RIBEIRO¹ 1 Faculdade de Medicina Veterinária – Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO, Brasil. * Autor para correspondência: [email protected] Introdução Estudos brasileiros mostram que as dermatopatias representam aproximadamente 30 a 40% das casuísticas na clínica médica de animais de companhia, independente da localização geográfica e do desenvolvimento socioeconômico do país (1,3). Essa alta prevalência se deve, provavelmente, ao fato de que alterações de pele chamam a atenção e causam repulsa, fazendo o proprietário procurar auxílio veterinário (2). As dermatoses causadas por ácaros (parasitárias), alérgicas, bacterianas (piodermites), fúngicas e tumores são os distúrbios mais descritos (3). A magnitude de ocorrência, o estresse dos animais, a existência de poucos dados sobre a demografia dos distúrbios cutâneos e o fato de alguns constituírem antropozoonoses de alta incidência em pacientes humanos, motivaram este trabalho, que teve como objetivo determinar a prevalência das dermatopatias que acometem cães e gatos em nosso meio e, assim, auxiliar os médicos veterinários no diagnóstico dessas condições tão rotineiras. Material e Métodos No presente estudo, foram revistos 4765 prontuários de animais atendidos no período de janeiro de 2007 a outubro de 2009, no Hospital Veterinário da FESURV e em todas as clínicas veterinárias ativas do município de Rio Verde – GO. O levantamento da casuística foi executado através dessa revisão, selecionando-se 546 registros dermatológicos de cães e gatos, colhendo-se dados que foram minuciosamente avaliados, segundo a espécie, a raça, idade, sexo e diagnóstico. Cada diagnóstico correspondendo a uma dermatose. Animais com dois ou mais diagnósticos tiveram duas ou mais dermatoses concomitantes. Portanto, o número de diagnósticos foi superior ao número de animais. Utilizou-se para análise dos dados, a distribuição de freqüência simples. Resultados e Discussão Neste levantamento, as dermatopatias corresponderam a 11,5% (546 / 4765) dos casos clínicos atendidos no período, sendo 600 diagnósticos estabelecidos dentre primários e secundários, destes, 33,16% foram causados por bactérias, 31,17% causados por fungos, 12,0% causados por ácaros e 23,67% por causas diversas (Tab.1). A tabela 2 demonstra os dados estatísticos das variáveis analisadas nesta pesquisa, utilizando “n” de acordo com os registros avaliados, onde se notou que a espécie mais acometida foi a canina (96,34%) e quanto a idade, os adultos (1 a 8 anos) com 67,03%. Quanto ao sexo, as dermatopatias foram mais freqüentes nas fêmeas, 54,95% dos casos. A predisposição racial também foi avaliada, sendo que as raças mais acometidas foram os cães Sem Raça Definida (32,42%), talvez pelo seu maior número populacional, depois o Poodle com 13,19%, o Yorkshire (10,80%) e o Shih Tzu (6,96%). Tabela 1. Distribuição de freqüência dos diagnósticos dermatológicos (n total = 600 diagnósticos). Variável n / Freq. Simples (%) Piodermites 199 / 33,16 Dermatoses fúngicas 187 / 31,17 Dermatoses parasitárias 72 / 12,00 Demais dermatopatias 142 / 23,67 n = nº de diagnósticos totais Tabela 2. Dados demográficos (n total = 546 animais) Variáveis n / Freq. Simples (%) Espécie Canina 526 (96,34) Felina 20 (3,66) Sexo Macho 246 (45,05) Fêmea 300 (54,95) Faixa etária (categoria) Filhote (0 a 11 meses) 123 (22,53) Adulto (1 a 8 anos) 366 (67,03) Idoso (mais de 9 anos) 33 (6,04) Idade não determinada 24 (4,40) Raça (cães) Cão SRD 177 (32,42) Poodle 72 (13,19) Yorkshire 59 (10,80) Shih Tzu 38 (6,96) Pinscher 24 (4,40) Chow Chow 24 (4,40) Pit Bull 20 (3,66) Dachshund 18 (3,29) Demais raças 114 (20,88) Os dados estão descritos como números (n) e porcentagens. Conclusão Conclui-se que as três dermatopatias mais prevalentes em animais de companhia de Rio Verde - GO são as piodermites, as fúngicas e as parasitárias, nesta ordem. Bibliografia 1. Larsson, CE Boletim Informativo Salsbury Laboratórios “Anais do IV Ciclo Regional de Atualização Clínica”. V.15. pp.8-19. 1995. 2. Souza TM et al. Ciência Rural, v. 36, n. 2, p. 555560. 2006. 3. Willense, T. Dermatologia clínica de cães e gatos. Barueri: Manole, 2002. 144p. 11 V Jornada e IV Mostra Científica Faculdade de Medicina Veterinária 24 e 25 de novembro de 2009 HÁBITOS ALIMENTARES DE CÃES EM RIO VERDE, GO 1 1 1 1 1* 1 BCL NASCIMENTO , LF LEÃO , RWC AMARAL , D SILVA , MC OLIVEIRA , ACR SILVA 1 Faculdade de Medicina Veterinária – Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO. * Autor para correspondência: [email protected] Introdução Nas últimas décadas, mudanças ocorreram no manejo dos cães por seus proprietários. Diferente do que acontecia no passado, em que a população canina vivia livre na natureza e ingeria pequenas presas, os animais passaram a conviver diretamente com seus proprietários e adquiriram hábitos humanos, principalmente no que diz respeito à alimentação. Atualmente os caninos habitam o interior de casas ou apartamentos, com pouco acesso ao exterior e ingerem uma dieta rica em carboidratos (4). Esta pesquisa foi realizada com o objetivo de determinar alguns hábitos alimentares de cães em Rio Verde, GO. Material e Métodos Foram entrevistados 35 proprietários de cães por meio de questionários divididos em três blocos distintos. O primeiro bloco se referia a questões relativas ao proprietário, o segundo bloco se referia aos hábitos de alimentação do animal (se recebia ração comercial, comida caseira ou outros tipos de alimentos e de que forma o alimento era fornecido) e o terceiro bloco se referia a questões relativas ao próprio animal. As entrevistas foram realizadas durante consultas no Hospital Veterinário nos meses de julho a setembro. Para a análise dos dados, utilizou-se a técnica de análise de distribuição de freqüência simples. Resultados e Discussão A maioria dos entrevistados disse oferecer rações comerciais aos animais (Tab. 1). Os animais controlam a quantidade de alimento ingerido, mas devido à alta palatabilidade dos alimentos comerciais, eles ingerem uma quantidade maior de alimento do que seria necessário para sua manutenção (1). Dentre os proprietários, 45,45% disseram oferecer rações do tipo standard e, segundo (2), geralmente cães obesos são alimentados com alimentos mais baratos. O alimento é fornecido duas vezes/d por 45,72% dos proprietários. A obesidade em cães está associada com o número de refeições ingeridas e com a alimentação com restos de comida (2). Com relação ao consumo de restos de comida, 57,15% disseram que ofereciam este alimento aos cães. Geralmente cães obesos comem restos de comida, além de suas refeições. Isso indica que a alimentação do cão é usada pelo proprietário como forma amigável de comunicação e interação com o cão (3). No presente estudo, 60,00% dos entrevistados disseram oferecer guloseimas, frutas e outros petiscos aos animais. Com o desenvolvimento sócio-econômico, a vida humana tornou-se atribulada e os proprietários de animais viram-se sem tempo de dispensar aos seus animais a merecida atenção, surgindo a culpa por deixá-los sozinhos. Como prêmio à vida solitária de seus animais, muitos proprietários costumam fornecerlhes petiscos ricos em carboidratos, o que culmina também com o desenvolvimento da obesidade (4). Tabela 1. Distribuição de freqüência dos hábitos alimentares de cães de Rio Verde, GO Variável Sim Não Porcentagem (%) O cão consome ração comercial? 85,71 14,29 Qual o tipo de ração comercial é utilizada? Standard 45,45 Premium 36,36 Super Premium 18,19 Quantas vezes o alimento é fornecido por dia? Uma vez ao dia 20,00 Duas vezes ao dia 45,72 Três vezes ao dia 8,57 Mais que três vezes ao dia 25,71 Como o alimento é fornecido ao animal? Deixa a ração em uma vasilha e o 51,43 animal come à vontade Controla a quantidade fornecida, 8,57 de acordo com o rótulo do produto Remove o alimento após algum 40,00 tempo se o animal não ingere tudo Sim Não Além da ração, é fornecido comida caseira? 57,15 42,85 O animal recebe algum outro tipo de alimento? (biscoitos, guloseimas, frutas, etc.?) Sim 60,00 Não 40,00 Conclusões Os cães são alimentados com rações comerciais, do tipo standard principalmente, duas vezes ao dia, sendo que a ração permanece na vasilha à vontade. Além disso, recebem restos de comida além de outros petiscos. Bibliografia 1.Butterwick, RF et al. Journal of Nutrition, v. 128, n.12, p. 2771S-2775S, 1998. 2.German, AJ Journal of Nutrition, v. 136, n. 7, p. 1940S-1946S, 2006. 3. Kienzle, E et al. Journal of Nutrition, v. 128, n. 12, p. 2779S-2782S, 1998. 4. Veiga, APM Suscetibilidade a diabetes mellitus em cães obesos. Tese, UFRS, Porto Alegre, 2007. 12 V Jornada Jornada e IV Mostra Científica Faculdade de Medicina Veterinária 24 e 25 de novembro de 2009 MEGAESÔFAGO IDIOPÁTICO CONGÊNITO CANINO: RELATO DE CASO RP BARROS¹, ACR SILVA¹* 1 Faculdade de Medicina Veterinária – Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO, Brasil. * Autor para correspondência: [email protected] Introdução O termo megaesôfago é comumente utilizado quando um distúrbio de motilidade difuso grave resulta em um esôfago largo e flácido, referindo-se a uma diminuição no tônus ou peristaltismo esofagianos, que pode ser segmentário ou difuso (1). O megaesôfago pode ser congênito ou adquirido, sendo que a maioria dos casos tem natureza congênita e há evidências de que esta condição seja hereditária tanto no cão como no gato, sendo normalmente de etiologia desconhecida (Megaesôfago idiopático) (4). Megaesôfago congênito é caracterizado por hipomotilidade esofageana generalizada, dilatação, disfagia e regurgitação (5). Esse trabalho visa relatar um caso de megaesôfago idiopático congênito em um filhote de cão, no qual se obteve sucesso com o tratamento adequado. Relato do Caso Um cão da raça Dachshund, de 2 meses, macho, pesando 2,9 kg, foi atendido no Hospital Veterinário da Universidade de Rio Verde – FESURV, com histórico de após a desmama, que aconteceu aos 40 dias de vida, ao se alimentar ou beber água, formar um grande volume na região esquerda do pescoço, apresentando também apetite voraz e, às vezes, algumas horas depois, regurgitando parte do alimento. Ao exame clínico, fez-se o teste, oferecendo ração ao animal, podendo-se constatar, com exceção da regurgitação, todas as anormalidades descritas pelo proprietário, com ênfase para a enorme dilatação no pescoço e polifagia. Não se observou dificuldade de preensão e deglutição, que pudesse sugerir disfagia orofaringeana. À palpação do esôfago cervical, antes de fornecer alimento ao cão, não se detectou massas nem corpos estranhos. Não apresentava febre, odinofagia, ptialismo, deglutição exagerada, vômito, perda de peso (talvez pelo pouco tempo de desmama), fraqueza muscular, atrofia nem tosse. Nenhum déficit neurológico foi observado. Porém apresentava-se, ao exame físico, ofegante, dispnéico, pálido, com secreção nasal serosa, abdome aumentado, inquieto e procurando por alimento. De acordo com o histórico e sinais clínicos suspeitou-se de megaesôfago congênito. Solicitou-se, para fins de diagnóstico diferencial, avaliação radiológica do esôfago cervical e torácico com contraste, hemograma completo, perfil renal e hepático, glicemia, lipidograma, sódio e potássio. Resultados e Discussão Ao hemograma o filhote apresentava anemia normocítica discreta e desvio à esquerda regenerativo, sugerindo início de pneumonia por aspiração. Pneumonia por aspiração é a mais comum e grave conseqüência de megaesôfago e, por estas e outras razões, todos os esforços devem ser feitos para diagnosticar a disfunção e instituir manejo e tratamento apropriados o mais cedo possível (2). Os níveis de sódio e potássio, o perfil renal e hepático sérico estava dentro dos padrões da normalidade para a espécie. Entretanto constatou-se pequena hiperglicemia. Para fins radiográficos utilizou-se o Sulfato de Bário como meio de contraste positivo, deixando bastante evidente a dilatação cervical e torácica, indicando como diagnóstico megaesôfago idiopático congênito. Propôs-se ao proprietário um manejo alimentar criterioso: fracionando a ração (cálculo baseado no valor de energia metabolizável) em seis refeições diárias, umedecida, sendo fornecida ao cão em posição vertical, mantendo-o assim por 10 minutos. Prescreveuse também antibiótico (Sulfametoxazol+ Trimetoprin, duas vezes ao dia) por cinco dias, devido ao início de pneumonia. Com 13 dias de terapia nutricional adequada houve remissão completa dos sinais clínicos, apresentando controle do apetite. Após repetição dos exames laboratoriais, confirmou-se a normalização do quadro clínico em conseqüência de megaesôfago idiopático congênito, cuja patogenia continua sendo enigmática, com alguns estudos sugerindo deficiência da inervação vagal aferente, embora outros autores tenham sugerido disfunção biomecânica esofagiana intrínseca (3). Devido a essas divergências e a falta de informações a respeito, optou-se por manter o manejo alimentar e monitorar o cão periodicamente com exames clínicos e radiográficos. Alguns animais podem melhorar com o tempo, desde que se adotem cuidados de suporte apropriados, como manutenção do manejo nutricional e se a pneumonia for detectada, tratar precocemente (1). Conclusões Conclui-se que o diagnóstico e a instituição do manejo alimentar precocemente em cães acometidos por esta enfermidade, podem ser determinantes para o sucesso do tratamento, melhorando, assim, a perspectiva e a qualidade de vida do animal. Bibliografia 1. Birchard SJ et al. Saunders Manual of Small Animal Practice. 3ed, SP: Roca. 2048p, 2008. 2. Elwood, MC Small Animal Medicine Society In Practice. v. 28, n. 1, p. 14-21, 2006. 3. Holland, CT et al. American Journal Veterinary Residence, v. 57, n. 6, p. 906–913, 1996. 4. McKerrell, RE Miopatias caninas e felinas. In: Dunn, JK Tratado de Medicina de Pequenos Animais. SP: Roca. p. 699-702, 2001. 5. Strombeck, DR et al. Small animal gastroenterology, Stonegate Publishing, 2ed, p. 140–166, 1990. 13 V Jornada e IV Mostra Científica Faculdade de Medicina Veterinária 24 e 25 de novembro de 2009 MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO USADOS NAS DERMATOPATIAS DE CÃES E GATOS NA CIDADE DE RIO VERDE-GO, BRASIL * ML MENDONÇA¹, AS TEIXEIRA¹, VD GONÇALVES¹, LF RODRIGUES¹, ACR SILVA¹ , RG RIBEIRO¹ 1 Faculdade de Medicina Veterinária – Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO, Brasil. * Autor para correspondência: [email protected] Introdução Estima-se que de 20 a 75% de todos os animais examinados na prática clínica apresentam problemas de pele como queixa principal ou concomitante (5). Diante de um cão apresentando prurido e alopecia, pode se tornar difícil a decisão de por onde começar. Pois, a princípio, várias doenças cutâneas podem ter um aspecto morfologicamente similar. Em nenhum outro sistema corpóreo é tão importante um exame clínico criterioso (5). Os sinais clínicos das dermatopatias são muito semelhantes e a etiologia do problema de um paciente pode não ficar aparente com base somente nos achados de um exame clínico, necessitando de uma anamnese completa e métodos laboratoriais para a confirmação do diagnóstico (3). O objetivo deste trabalho foi de verificar quais métodos diagnósticos são usados na rotina clínica dermatológica de pequenos animais, em Rio Verde – GO, de quantificar seu uso e de orientar os profissionais com relação à importância de se fechar um diagnóstico. Material e Métodos Foi feito um estudo retrospectivo dos registros do Hospital Veterinário da FESURV e de todas as clínicas veterinárias ativas do município de Rio Verde – GO, relativos às dermatopatias de caninos e felinos, que foram atendidos de janeiro de 2007 a outubro de 2009. Foram analisadas 4765 fichas clínicas e 546 correspondentes aos atendimentos dermatológicos do período, verificando-se os métodos de diagnóstico realizados. Utilizou-se para a análise dos dados, a distribuição de freqüência simples. Resultados e Discussão No estudo em questão, as dermatopatias corresponderam a 11,5% (546 / 4765) do total de casos clínicos atendidos no período, sendo semelhante aos resultados encontrados por outros autores, 13,4% (4). O plano de diagnóstico diferencial inclui histórico e exame físico minucioso, raspado de pele, exame citológico, biópsia cutânea para histopatológico e/ou cultura bacteriana e/ou cultura fúngica, hemograma, perfil bioquímico e até mesmo o diagnóstico terapêutico (1). Em 243 casos (44,5%) foi realizado um ou mais de um tipo de exame complementar que auxiliasse na confirmação ou exclusão dos diagnósticos. No total foram realizados 366 exames que se distribuíram conforme a tabela 1. Das 546 fichas clínicas estudadas, em 325 (59,52%) casos foi possível estabelecer o diagnóstico definitivo, porém não sendo possível estimar quantos apresentavam uma ou mais doenças de pele primária ou secundária. E em 221 casos (40,48%), o diagnóstico não foi conclusivo. Esse resultado deixa a desejar ao descrito por outros autores; um estudo europeu, que utilizou 559 cães e teve uma prevalência de 77,3% de diagnósticos conclusivos (2), e outro brasileiro, com 480 cães e uma prevalência de 81,9% (6). Acredita-se que essa marcada diferença se deva à baixa utilização dos meios diagnósticos disponíveis e a uma exagerada confiança nos sinais clínicos, visto que 269 casos (49,27%) foram conclusivos apenas clinicamente, sem confirmação laboratorial. Tabela 1. Distribuição de freqüência dos métodos de diagnósticos usados na rotina clínica dermatológica de pequenos animais do município de Rio Verde – GO (n total = 366) Variável Raspado de Pele (parasitológico) Hemograma Microscopia direta fungo Lâmpada de Wood Cultura fúngica Perfil bioquímico Citologia cutânea Histopatológico Cultura bacteriana n / Freq. Simples % 214 / 58,47 84 / 22,95 37 / 10,11 16 / 4,37 7 / 1,92 6 / 1,64 1 / 0,27 1 / 0,27 0,00 Os dados estão descritos como números (n) e porcentagens Conclusões Conclui-se que na rotina clínica dermatológica de Rio Verde – GO há um baixo uso dos serviços diagnósticos laboratoriais, não permitindo diagnósticos acurados e o que é pior, não garantindo a escolha do tratamento ou das medidas profiláticas adequadas, prejudicando também os estudos de prevalência dessas doenças. Bibliografia 1. Birchard, SJ et al. Saunders Manual of Small Animal Practice. 3ed, SP: Roca. 2048p, 2008. 2. Hill PB et al. Veterinary Record, v.158. n. 16, p.533539, 2006. 3. Mueller, RS Dermatologia para o Clínico de Pequenos Animais. SP: Roca. 163p, 2003. 4. Rocha, NAG et al. In: 35º Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária, 2008, Gramado – RS. 5.Scott, DW et al. Dermatologia de Pequenos Animais. 5 ed. RJ: Interlivros. p.385-401, 1996. 6. Souza, TM et al. Pesquisa Veterinária Brasileira. v.29, n.2, p. 157-162, 2009. 14 V Jornada e IV Mostra Mostra Científica Faculdade de Medicina Veterinária 24 e 25 de novembro de 2009 OCORRÊNCIA DE PIODERMITES EM CÃES NA CIDADE DE RIO VERDE-GO, BRASIL 1 1 1 1* LF RODRIGUES¹, AS TEIXEIRA , VD GONÇALVES , ML MENDONÇA , ACR SILVA , MB SEGATO 1 1 Faculdade de Medicina Veterinária – Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO, Brasil. * Autor para correspondência: [email protected] Introdução Piodermite refere-se a qualquer infecção piogênica da pele, sendo um termo mais comumente utilizado em referência a infecções bacterianas cutâneas, não obstante, microorganismos fúngicos (especialmente leveduras) serem também identificados como importantes agentes oportunistas no desenvolvimento de piodermite superficial em cães (1). As infecções bacterianas de pele são freqüentes no cão e, são causadas em mais de 90% dos casos pelo Staphylococcus intermedius (3); podendo ser primárias ou secundárias, sendo que as secundárias são as mais comuns e resultam de alguma anormalidade cutânea, imunológica ou metabólica, como os distúrbios alérgicos, seborréicos ou foliculares (demodicose e dermatofitose) (5). A despeito das várias classificações existentes, o esquema que considera a profundidade da infecção parece ser o mais útil do ponto de vista clínico, porque permite interferências terapêuticas e prognósticas. Quanto maior a profundidade da infecção, maior deverá ser o esforço para se descobrir a doença de base (2). Este trabalho teve por objetivo determinar a ocorrência de piodermites em cães, no município de Rio Verde – GO, Brasil. Material e Métodos O estudo foi desenvolvido na cidade de Rio Verde GO, fazendo-se busca ativa de dados no Hospital Veterinário da FESURV e em todas as clínicas veterinárias, relativos a registros de enfermidades cutâneas em pequenos animais, que foram atendidos de janeiro de 2007 a outubro de 2009. Foram revistas 4765 fichas clínicas e 546 correspondentes aos atendimentos dermatológicos do período, verificandose a prevalência de piodermites bacterianas e a abordagem diagnóstica. Animais com dois ou mais diagnósticos tiveram duas ou mais dermatoses concomitantes. Portanto, o número de diagnósticos foi superior ao número de animais. Utilizou-se para a análise dos dados, a distribuição de freqüência simples. Resultados e Discussão Constatou-se que dos 546 casos dermatológicos analisados, 600 diagnósticos foram estabelecidos, destes 199 (33,17%) eram piodermites, conforme detalhado na tabela 1, sendo a dermatopatia mais prevalente na rotina clínica de Rio Verde – GO. Contudo notou-se a não preocupação dos clínicos em diferenciar a enfermidade primária da secundária, nem a superficial da profunda. As infecções cutâneas primárias são classificadas assim, porque uma vez tratadas de maneira adequada, não recidivam, e as infecções secundárias, que podem envolver outros microorganismos além dos Estafilococos, tendem a responder lentamente ou de maneira insatisfatória ao tratamento, caso o problema básico seja ignorado (5). No estudo, apenas 41 casos foram descritos como secundários, nos demais ficou indefinido, e um percentual muito grande de recidivas foi percebido, 26,19%. Dos 199 casos de piodermite, 99% eram caninos, semelhante a vários estudos (3). As culturas bacterianas são pouco usadas em dermatologia veterinária, já que a maioria das infecções é causada pelo Staphylococcus intermedius (4). O diagnóstico clínico de piodermite foi estabelecido em 99% dos casos, sendo feita apenas uma biópsia de pele e uma citologia corada, com presença de diplococcus gram positivos. Quanto às infecções bacterianas superficiais, exigem apenas o tratamento tópico, já as profundas requerem uma abordagem sistêmica (2). Tabela 1. Distribuição de freqüência dos diagnósticos na rotina clínica dermatológica de pequenos animais de Rio Verde – GO (n total = 600 diagnósticos). Variável n / Freq. Simples (%) Piodermite 199 / 33,17 Dermatofitose 183 / 30,50 Sarna demodécica 49 / 8,17 Sarna sarcóptica 23 / 3,83 Atopia 23 / 3,83 Dermatite alérgica a picada de 21 / 3,50 ectoparasitas Demais dermatopatias 102 / 17,00 Os dados estão descritos como números (n) e porcentagens Conclusões As piodermites são de ocorrência muito comum na clínica de pequenos animais. Sendo importante definir se a infecção é superficial ou profunda, primária ou secundária, e que a causa de base seja identificada e corrigida, estabelecendo-se, assim, o tratamento adequado a fim de evitar o insucesso e as recidivas. Bibliografia 1. Birchard, SJ et al. Saunders Manual of Small Animal Practice. [Tradução: Fagliari, J.J. et al.] 3ed, São Paulo: Roca. 2048p, 2008. 2. Conceição, GL et al. Revista Cães e Gatos, n. 86, ano 14, Nov/Dez, 2000. 3. Guagére, E et al. Terapêutica Dermatológica do Cão. São Paulo: Roca. 299p. 2005. 4. Mueller, RS. Dermatologia para o Clínico de Pequenos Animais. São Paulo: Roca. 163p. 2003. 5. Scott, DW et al. Dermatologia de Pequenos Animais. Rio de Janeiro: Interlivros. 1130p, 1996. 15 V Jornada e IV Mostra Científica Faculdade de Medicina Veterinária 24 e 25 de novembro de 2009 PREVALÊNCIA DAS DERMATOPATIAS ALÉRGICAS EM CÃES E GATOS NA CIDADE DE RIO VERDEGO, BRASIL 1 1 1 1* VD GONÇALVES , LF RODRIGUES¹, AS TEIXEIRA , ML MENDONÇA , ACR SILVA , MB SEGATO 1 1 Faculdade de Medicina Veterinária – Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO, Brasil. * Autor para correspondência: [email protected] Introdução As dermatoses pruriginosas representam um dos primeiros motivos de consulta em dermatologia veterinária (2). As dermatopatias classicamente pruriginosas são escabiose, alergias, auto-imunes e imunomediadas, algumas bacterianas e malassezíases. As doenças classicamente não pruriginosas são demodicose, dermatofitose, endócrinas, algumas bacterianas e os distúrbios seborréicos (1). As dermatopatias alérgicas mais comuns na rotina clínica são: urticária e angioedema, atopia, hipersensibilidade alimentar (HA), dermatite alérgica a ectoparasitas (DAPE), hipersensibilidade à picada de mosquitos e dermatite alérgica de contato (3). Normalmente o prurido é o sinal inicial do processo e o diagnóstico é estabelecido pela anamnese, pelos achados físicos e pela exclusão de outras doenças no diagnóstico diferencial (1). O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência das dermatopatias alérgicas que afetam cães e gatos, no município de Rio Verde – GO, Brasil, a fim de permitir a orientação dos clínicos de pequenos animais de nossa região em suas suspeitas clínicas quando do atendimento de cães com problemas dermatológicos. Material e Métodos Foram revistos 4765 prontuários, selecionando-se e analisando-se 546 registros de casos dermatológicos em cães e gatos atendidos de janeiro de 2007 a outubro de 2009, pelo Hospital Veterinário da FESURV e por todas as clínicas veterinárias ativas do município em questão, verificando-se a prevalência de dermatopatias alérgicas. Animais com dois ou mais diagnósticos tiveram duas ou mais dermatoses concomitantes. Portanto, o número de diagnósticos foi superior ao número de animais. Utilizou-se para a análise dos dados, a distribuição de freqüência simples. Resultados e Discussão Dos 546 casos estudados, 600 diagnósticos foram estabelecidos, destes 46 (7,67%) eram dermatopatias alérgicas, conforme detalhado na tabela 1, sendo o quarto grupo mais prevalente na rotina clínica de Rio Verde-GO, depois de piodermites, dermatofitoses e demodicoses. A primeira dermatopatia alérgica em ocorrência foi atopia, com maior representatividade (50%), a segunda foi DAPE, confirmada em 21 animais (45,65%), e a terceira, HA, diagnosticada em apenas dois animais (4,35%), contrariando alguns estudos, em que de 10 a 20% das dermatites alérgicas são por HA (4). Esse trabalho guarda enormes diferenças também com outros estudos de prevalência de doenças dermatológicas realizados em vários locais do mundo. Na América do Norte, o mais famoso estudo sobre prevalência de doenças de pele em cães, realizado em 1983 e que teve como base 11.456 atendimentos, demonstrou que as dermatopatias alérgicas contribuíram com 52,2% do total de diagnósticos, com a prevalência da DAPE ao redor de 30%-40% (5). Num estudo feito no Sul do Brasil, as dermatopatias alérgicas também representavam as doenças cutâneas mais prevalentes, 37,8% dos casos, porém com DAPE perfazendo 16,5% do total de diagnósticos estabelecidos, contrastando muito com esse estudo (3,50%) (6). Tabela 1. Distribuição de freqüência dos diagnósticos na rotina clínica dermatológica de pequenos animais de Rio Verde – GO (n total = 600 diagnósticos). Variável n / Freq. Simples (%) Piodermite 199 / 33,17 Dermatofitose 183 / 30,50 Sarna demodécica 49 / 8,17 Sarna sarcóptica 23 / 3,83 Atopia 23 / 3,83 DAPE 21 / 3,50 HA 02 / 0,33 Seborréia 12 / 2,00 Malassezíase 04 / 0,67 Dermatopatia Endócrina 03 / 0,50 Alopecia anágena 02 / 0,33 Neoplasias cutâneas 02 / 0,33 Não conclusivo 77 / 12,83 Os dados estão descritos como números (n) e porcentagens. Conclusões Conclui-se que houve subestimação dos casos de dermatoses alérgicas, principalmente de DAPE, em detrimento da grande prevalência de ectoparasitas no município em questão, prejudicando, assim, a profilaxia e o tratamento adequados, como também os estudos de prevalência dessas doenças na região. Bibliografia 1. Birchard, SJ et al. Saunders Manual of Small Animal Practice. 3ed, SP: Roca. 2048p, 2008. 2. Guagére, E et al. Terapêutica Dermatológica do Cão. SP: Roca. 299p. 2005. 3. Medleau, L et al. Dermatologia de Pequenos Animais – Atlas Colorido e Guia Terapêutico. SP: Roca. 353p. 2003. 4. Scott, DW et al. Small animal dermatology. 5 ed. Philadelphia: Saunders, pp 332-50. 1995. 5. Sischo, WM et al. Journal American Veterinary Medicine Association, v.195, n. 6, p 752-756. 1989. 6. Souza, TM et al. Pesquisa Veterinária Brasileira. v.29, n.2, p. 157-162, 2009. 16 V Jornada e IV Mostra Científica Científica Faculdade de Medicina Veterinária 24 e 25 de novembro de 2009 PREVALÊNCIA DAS DERMATOPATIAS PARASITÁRIAS EM CÃES E GATOS NA CIDADE DE RIO VERDE-GO, BRASIL 1 1 1 1* ML MENDONÇA , VD GONÇALVES , AS TEIXEIRA , LF RODRIGUES¹, ACR SILVA , MB SEGATO 1 1 Faculdade de Medicina Veterinária – Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO, Brasil. * Autor para correspondência: [email protected] Introdução As afecções do sistema tegumentar são de importância na clínica médica de pequenos animais, atingindo cerca de 30% dos que procuram atendimento (1). Os ácaros parasitários mais importantes são Demodex spp e Sarcoptes scabiei var. canis, em cães e Notoedres cati, em gatos. O Demodex canis pode causar uma dermatite localizada ou generalizada (3). Já a sarna sarcóptica (ou escabiose), notoédrica e a queiletielose são superficiais, salientando-se a importância zoonótica da primeira (3;5). As dermatopatias parasitárias são diagnosticadas pelo raspado profundo de pele, sendo uma ferramenta eficaz no diagnóstico da demodicose. Porém, o ácaro Sarcoptes scabiei var. canis é extremamente difícil de ser encontrado em raspados, com resultados falso-negativos freqüentes (5). O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência das dermatopatias parasitárias, principalmente sarnas, em cães e gatos, no município de Rio Verde – GO, Brasil. Material e Métodos Foi feito um estudo retrospectivo de 4765 prontuários do Hospital Veterinário da FESURV e de todas as clínicas veterinárias do município, de janeiro de 2007 a outubro de 2009, selecionando-se e analisando-se 546 registros correspondentes aos atendimentos dermatológicos, verificando-se a prevalência das doenças de pele parasitárias e a abordagem diagnóstica. Utilizou-se para a análise dos dados, a distribuição de freqüência simples. Resultados e Discussão Dos 546 casos dermatológicos, 600 diagnósticos foram estabelecidos, destes 72 (12,0%) eram sarnas, conforme detalhado na tabela 1. A demodicose, representou 68% das dermatoses parasitárias, com 49 cães, e a escabiose, 32%, com 18 cães e 4 gatos, não sendo encontrado registro de queiletielose nem de sarna notoédrica. Guardando, assim, enormes diferenças com outros estudos de prevalência de dermatopatias. Podendo-se citar dois trabalhos realizados no Brasil, com prevalência de 19,3% (6) e 20% (2) do total de diagnósticos estabelecidos, e três estudos internacionais, nos EUA, Canadá e Inglaterra, contribuindo com 7,7%, 6,6% e 4,6%, respectivamente, se justificando principalmente pelo menor número de casos de demodicose (5,6%, 2,5% e 1,3% do total de diagnósticos estabelecidos, respectivamente). Já em um dos estudos brasileiros, a demodicose se mostrou altamente prevalente, contribuindo com 10,5% do total de diagnósticos estabelecidos (6). Percebe-se a grande diferença entre os estudos brasileiros e os internacionais, contrastando também com o estudo em questão, onde as dermatoses parasitárias contribuíram com 12,0%, entretanto com uma alta freqüência de demodicose (8,17% do total de diagnósticos estabelecidos). Embora não se saiba o exato motivo pelo qual a demodicose é tão comum no Brasil, é possível que seja pelo fato de nos países dos trabalhos citados, a esterilização ser prática corrente, o que faz com que os cães susceptíveis não se reproduzam, diminuindo a ocorrência da doença (6). Quanto à escabiose, utilizou-se a resposta terapêutica como diagnóstico clínico em 18 (78,2%) dos 23 diagnósticos estabelecidos, pois se sabe que qualquer cão pruriginoso poderá estar infestado e, assim, indica-se um tratamento experimental independente dos resultados de raspados cutâneos serem negativos (4). Tabela 1. Distribuição de freqüência dos diagnósticos na rotina clínica dermatológica de pequenos animais de Rio Verde – GO (n total = 600 diagnósticos). Variável n / Freq. Simples (%) Piodermite 199 / 33,17 Dermatofitose 183 / 30,50 Sarna demodécica 49 / 8,17 Sarna sarcóptica 23 / 3,83 Atopia 23 / 3,83 Dermatite alérgica a picada de 21 / 3,50 ectoparasitas Demais dermatopatias 102 / 17,00 Os dados estão descritos como números (n) e porcentagens Conclusões Conclui-se que houve subestimação dos casos de escabiose, devido à grande diferença com outros estudos brasileiros e a elevada possibilidade de exames falso negativos. Com relação à demodicose, seria importante conscientizar os proprietários a esterilizar os cães positivos, para se diminuir a incidência da doença. Bibliografia 1. Larsson, CE Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária. v.4, n. 2, p. 261- 270, 1995. 2. Machado, MLS et al. Acta Scientiae Veterinariae. v.3, n.32, p.225-232, 2004. 3. Medleau, L et al. Dermatologia de Pequenos Animais – Atlas Colorido e Guia Terapêutico. SP: Roca. 353p. 2003. 4. Mueller, RS Dermatologia para o Clínico de Pequenos Animais. SP: Roca. 163p. 2003. 5. Scott, DW et al. Muller and Kirk's Small Animal Dermatology. 6ed. Saunders, Philadelphia. 1528p, 2001. 6. Souza, TM et al. Pesquisa Veterinária Brasileira. v.29, n.2, p. 157-162, 2009. 17 V Jornada e IV Mostra Científica Faculdade de Medicina Veterinária 24 e 25 de novembro de 2009 PREVALÊNCIA DE FUNGOS NAS DERMATOPATIAS DE CÃES E GATOS NA CIDADE DE RIO VERDEGO, BRASIL * AS TEIXEIRA¹, ML MENDONÇA¹, VD GONÇALVES¹, LF RODRIGUES¹, ACR SILVA¹ , RG RIBEIRO¹ 1 Faculdade de Medicina Veterinária – Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO, Brasil. * Autor para correspondência: [email protected] Introdução Nos pequenos animais (PA), as infecções fúngicas cutâneas mais freqüentes podem ser causadas pelas micoses superficiais, como os dermatófitos Microsporum sp e Trichophyton mentagrophytes e pela levedura Malassezia pachidermatis (3). Dentre as micoses profundas, a esporotricose tem especial importância pelo seu caráter zoonótico, e é normalmente secundária a ferimentos perfurantes ou por arranhadura da pele, sendo, porém, rara (1). A dermatofitose é ainda hoje um dos diagnósticos dermatológicos mais realizados na rotina da clínica de PA (6). Trata-se de uma infecção dos pelos e extrato córneo causada por fungos ceratinofílicos (4). Malassezíase é uma infecção fúngica superficial muito associada à atopia em cães (1). A magnitude de ocorrência e o fato dessas dermatopatias constituírem antropozoonoses de alta incidência em pacientes humanos, sobretudo nas primeiras faixas etárias (6), motivaram este trabalho, que teve como objetivo verificar a prevalência dessas micoses em cães e gatos domiciliados em Rio Verde – GO. Material e Métodos Foram revistos 4765 prontuários, selecionando-se e analisando-se 546 registros de casos dermatológicos em cães e gatos atendidos de janeiro de 2007 a outubro de 2009, pelo Hospital Veterinário da FESURV e por todas as clínicas veterinárias ativas do município em questão, verificando-se a prevalência de doenças de pele causadas por fungos, bem como o uso dos serviços de diagnóstico. Animais com dois ou mais diagnósticos tiveram duas ou mais dermatoses concomitantes. Portanto, o número de diagnósticos foi superior ao número de animais. Utilizou-se para a análise dos dados, a distribuição de freqüência simples. Resultados e Discussão Considerando-se que a cultura fúngica dos pelos é o único meio de identificar o dermatófito específico (5), dos 183 casos de dermatofitoses estudados (tabela 1), grande parte pode ter sido superestimado, pois 80,32% (147/183) dos diagnósticos foram clínicos, e apenas 36 casos (19,67%), foram confirmados pelos exames laboratoriais micológicos. Notou-se a realização de 61 pesquisas de fungos, sendo 37 (60,65%) exames diretos para fungos, onde apenas 18 (48,65%) foram positivos, 16 (26,23%) foram submetidos ao teste da lâmpada de Wood, onde 12 (75%) deram positivos, e somente sete (11,48%) culturas fúngicas. Acredita-se que o excesso de diagnósticos de dermatofitose se deva principalmente a ausência de confirmação laboratorial, visto que a clássica manifestação física dessa dermatopatia (tinhas) seja considerada por muitos clínicos como "altamente sugestivas" da doença (6). Assim, conforme alguns autores (2;5), quando se confia apenas nos sinais clínicos, a dermatofitose é grandemente superdiagnosticada, como possivelmente aconteceu com o trabalho em questão, contrariando diversos estudos que apontam a baixa prevalência das dermatopatias fúngicas, principalmente da dermatofitose, que correspondeu a 1,2% (6). Tabela 1. Distribuição de freqüência dos diagnósticos dermatológicos (n total = 600 diagnósticos). Variável n / Freq. Simples (%) Piodermite 199 / 33,17 Dermatofitose 183 / 30,50 Sarna demodécica 49 / 8,17 Sarna sarcóptica 23 / 3,83 Atopia 23 / 3,83 Dermatite alérgica a picada de 21 / 3,50 ectoparasitas Seborréia 12 / 2,00 Malassezíase 04 / 0,67 Dermatopatia Endócrina 03 / 0,50 Hipersensibilidade Alimentar 02 / 0,33 Alopecia anágena 02 / 0,33 Neoplasias cutâneas 02 / 0,33 Não conclusivo 77 / 12,83 Os dados estão descritos como números (n) e porcentagens. Conclusões Conclui-se que há necessidade de pesquisas mais aprofundadas sobre o assunto, onde os diagnósticos de dermatopatias causadas por fungos, especialmente de dermatofitoses, sejam confirmados laboratorialmente através de exames micológicos, para se ter maior confiabilidade em termos de ocorrência dessas enfermidades na cidade de Rio Verde - GO, devido à grande importância pelo seu potencial zoonótico. Bibliografia 1. 2. 3. 4. 5. 6. Birchard, SJ et al. Saunders Manual of Small Animal Practice. 3ed, SP: Roca. 2048p, 2008. Gross, TL et al. Clinical and histopathologic diagnosis. 2 ed. Blackwell, Oxford. 932p, 2005. Machado, MLS et al. Acta Scientiae Veterinariae, v.3, n. 32, p.225-232, 2004. Medleau, L et al. Dermatologia de Pequenos Animais – Atlas Colorido e Guia Terapêutico. SP: Roca. 353p. 2003. Scott, DW et al. Muller and Kirk's Small Animal Dermatology. 6 ed. Saunders, Philadelphia. 1528p, 2001. Souza, TM et al. Pesquisa Veterinária Brasileira, v.29, n.2, p. 157-162, 2009. 18 V Jornada e IV Mostra Científica Faculdade de Medicina Veterinária 24 e 25 de novembro de 2009 RELAÇÃO ENTRE O GÊNERO DO PROPRIETÁRIO E O PESO E A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS DE CÃES 1 1 1 1 1* 1 RWC AMARAL , BCL NASCIMENTO , LF LEÃO , D SILVA , MC OLIVEIRA , ACR SILVA 1 Faculdade de Medicina Veterinária – Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO. * Autor para correspondência: [email protected] Introdução A obesidade é a desordem mais comum na medicina de pequenos animais e afeta, aproximadamente, 25 a 44% dos cães (1). Considera-se que, para animais de estimação, um aumento no peso acima de 20%, além do peso ideal, é classificado como obesidade (2). Antes da domesticação, os cães ingeriam basicamente proteínas e gorduras e tinham vida altamente ativa ao caçar suas presas. Atualmente, os cães habitam o interior de casas ou apartamentos, com pouco acesso ao exterior e ingerem dietas ricas em carboidratos, o que os predispõem à obesidade (3). Esta pesquisa foi realizada com o objetivo de determinar a relação entre o gênero do proprietário e o peso e a prática de atividade física de cães. Material e Métodos Foram entrevistados 35 proprietários de cães por meio de questionários divididos em três blocos distintos. O primeiro bloco se referia a questões relativas ao proprietário (entre elas o gênero), o segundo bloco se referia aos hábitos de alimentação do animal e o terceiro bloco se referia a questões relativas ao próprio animal (peso e nível de atividade física, entre outros). As entrevistas e pesagens dos animais foram realizadas durante consultas no Hospital Veterinário nos meses de julho a setembro. Para a análise dos dados, utilizou-se a técnica de análise de distribuição de freqüência cruzada entre o gênero do proprietário e o peso e a prática de atividade física pelo cão. Resultados e Discussão Os resultados de distribuição de freqüência, dentro do gênero do proprietário, dos pesos e nível de atividade física dos cães encontram-se na Tabela 1. Pode-se observar a predominância do sexo feminino na amostra (71,43%). Dentre o sexo feminino, 48% possuíam cães com peso entre 5 e 10 kg e entre proprietários do sexo masculino, 30% tinham cães com peso entre 25 e 30 kg, evidenciando, assim, a preferência por cães maiores pelo sexo masculino. Além disso, 80% dos proprietários praticavam atividades físicas junto com o animal contra 56% das proprietárias de cães. A prática de atividades físicas é benéfica tanto para o animal quanto para o proprietário. No caso dos animais, é útil na perda e/ou manutenção do peso corporal. Tabela 1. Distribuição de freqüência cruzada, dentro do gênero do proprietário, dos pesos e prática de atividade física dos cães < 5 kg 5 a 10 kg 10 a 15 kg 15 a 20 kg 20 a 25 kg 25 a 30 kg 30 a 35 kg 35 a 40 kg Sim Não Total Gênero (%) Masculino Feminino Peso do cão 10,00 24,00 20,00 48,00 0,00 16,00 10,00 0,00 0,00 4,00 30,00 4,00 10,00 4,00 20,00 0,00 Prática de atividades junto com o cão 80,00 56,00 20,00 44,00 28,57 71,43 Conclusões Os proprietários dos cães eram predominantemente do sexo feminino, cuja maioria possuía cães com peso entre 5 e 10 kg, enquanto que a maioria dos proprietários do sexo masculino possuía cães com 20 a 30 kg. Dentre os que praticavam atividade física junto com o animal, a maioria era do sexo masculino. Bibliografia 1.Jeusette, IC et al. American Journal of Veterinary Research, v. 66, n, 1, p. 81-86, 2005. 2.Saad, FMOB. IV Simpósio sobre Nutrição de Animais de Estimação. São Paulo: CBNA, p. 1-48, 2004. 3.Veiga, APM. Suscetibilidade a diabetes mellitus em cães obesos. Tese, UFRS, Porto Alegre, 2007. V Jornada e IV Mostra Científica Faculdade de Medicina Medicina Veterinária 24 e 25 de novembro de 2009 RELATO DE CASO: LUXAÇÃO COXOFEMURAL 1 1 2 TAF GARCIA , LA GHELLER , AE STELLA Faculdade de Medicina Veterinária – Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO. 2 Docente da Faculdade de Medicina Veterinária – Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO. 2 Autor para correspondência: [email protected] 1 Introdução A ortopedia veterinária evoluiu muito com o surgimento de novas técnicas cirúrgicas que visam associar a preservação da anatomia e a fisiologia das estruturas envolvidas, junto com o retorno à função da mesma (4). A Luxação Coxofemural (LCF) é o deslocamento traumático da cabeça femoral a partir do acetábulo (1). É causada principalmente após traumatismo externo na pelve, sendo comum em cães. Os acidentes automobilísticos são os maiores responsáveis dessas luxações, sendo a maior parte delas craniodorsal, devendo-se este fato provavelmente à natureza do trauma e aos músculos glúteos, que geram intensa extensão e abdução da articulação (3). Relato do Caso No dia 19/09/09, Lilica, uma cadela da raça Poodle, branca, com 1,5 anos de idade, deu entrada na Clínica São Lázaro, mancando do membro posterior direito. A cadela havia sido atropelada a três dias, e desde então estava mancando. No exame cínico observou-se alta sensibilidade próxima a articulação coxofemoral no membro posterior direito. Para minimizar a dor do ®) animal foi utilizado Sulfato de Morfina (Dolo Moff 0,2ml) associado com Cloridrato de Tramadol (Tramal®50 injetável-0,5ml) ambos aplicados por via IM. Fez-se exame complementar de RX e constatou-se LCF no membro posterior direito (Fig. 1), Indicou-se tratamento cirúrgico utilizando a técnica de colocefalectomia (amputação da cabeça do fêmur) para correção da luxação. No pré-operatório, o animal foi submetido a 10 hs de jejum alimentar e 2 hs de jejum hídrico. Foi administrado Antibiótico (Pentacilin-C® 1ml) e antiinflamatório Flunixina (Flunixin ® - 0,5ml), ambos por via IM, e novamente foi utilizado Sulfato de ® Morfina (Dolo Moff - 0,2ml) associado com Cloridrato ® de Tramadol (Cloridrato de Tramadol - 0,5ml) por via IM. Após leve sedação com Acepromazina (Acepran gotas®) por via oral (5 gotas) fez-se a tricotomia para assepsia. Na sala de cirurgia, usou-se 2ml do ® anestésico Cloridrato de Xilazina (Xilalin 2% ), 2 ml de ® Ketamina (Vetanarcol ) e 8ml de soro fisiológico juntos em seringa, os quais foiram aplicados inicialmente 3ml IV. O animal foi colocado em decúbito lateral direito e fixados 4 panos de campo com pinças Backaus. Em torno do campo cirúrgico foi realizada desinfecção com álcool-iodado. Uma incisão horizontal de 4cm foi feita próximo a cabeça do fêmur, localizada através de movimentação da pata do animal e amputação do resto do osso (Fig. 2, 3 e 4) usando lâmina cegueta. Após 20 min. foi necessário o uso de 0,5ml de Cloridrato de Tiletamina e Cloridrato de Zolazepan ® (Zoletil 50) por via IV para melhorar a sedação. Colocou-se o fêmur o mais próximo possível da fossa o do acetábulo e, utilizando um fio de nylon n 3, fez-se invaginação dos músculos glúteos ao redor do osso de modo que ele não se movimentasse para formar tecido cicatricial como falsa articulação entre a fossa do acetábulo e a tuberosidade do fêmur. FIGURA- 1 FIGURA- 2 FIGURA- 3 FIGURA -4 o A dierese do corte foi feita com fio de nylon n 2 em três camadas com pontos simples. Realizou-se imobilização na pata direita com faixa e fita adesiva. O tratamento inicial com antibiótico e antiinflamatório foi mantido por 10 ds além de curativo local com ® Rifamicina (Rifotrat ) e imobilização. Em 30/09, os pontos de pele foram retirados e o tratamento suspenso. Indicou-se caminhada e corrida para estimular o apoio da pata no chão. Dez dias depois, o animal já estava apoiando a pata ao andar. Discussão Suspeita-se de LCF quando o animal apresenta claudicação sem sustentação do peso do membro pélvico, diminuição de movimentos, passo irregular e dor na manipulação dos membros posteriores e para confirmação do diagnóstico de LCF, necessita-se do exame radiográfico (1). Como neste caso, 4 recomenda a colocefalectomia. Para 2, cirurgias ortopédicas são consideradas muito dolorosas, portanto deve-se iniciar o tratamento com analgésicos antes dos estímulos dolorosos. A duração do exercício deve ser aumentada gradualmente de acordo com a tolerância do paciente. Conclusões A LCF foi tratada rapidamente para evitar danos contínuos nos tecidos moles circundantes à articulação e degeneração da cartilagem articular. A colocefalectomia se mostrou uma técnica eficiente, pois proporcionou o alívio da dor, e a adaptação do animal a falsa articulação foi excelente. Bibliografia 1. Almeida, ACS. Luxação Coxofemoral em Cães. Bol. Cient. Área Biológicas da FAI, a. 1, n. 2, 2008. 2. Fossum,TW et al. Cirurgia de pequenos animais. 2º ed, SP: Roca,1408p., 2005. 3. Martini, FM et al. Veterinary Surgery, v. 30, n. 5, p. 468-475, 2001. 4. Rijo, RC. Técnica de estabilização extra-articular com sutura inabsorvível em um cão com luxação coxofemoral traumática: relato de caso. Especialização, UCB, Rio de Janeiro, 2008. 20 V Jornada e IV Mostra Científica Faculdade de Medicina Veterinária 24 e 25 de novembro de 2009 URETER ECTÓPICO EM FÊMEA CANINA: RELATO DE CASO RP BARROS¹, ACR SILVA¹* 1 Faculdade de Medicina Veterinária – Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO, Brasil. * Autor para correspondência: [email protected] Introdução O ureter ectópico é um defeito que ocorre durante o desenvolvimento fetal, definido como o ureter que não deságua no trígono vesical (2). Em decorrência disso, os orifícios ureterais ficam localizados em pontos distais ao trígono, que podem ser o colo da bexiga, a uretra média, a uretra distal, a vagina ou útero (4). Cães com ureter ectópico usualmente apresentam incontinência urinária e essa anomalia é predominante em fêmeas (5). Esse trabalho visa relatar um caso de ureter ectópico em uma cadela, no qual se obteve sucesso com a correção cirúrgica adequada para o caso. Relato do Caso Uma cadela da raça dachshund, de 4 anos de idade, pesando 7,45 kg, foi atendida no Hospital Veterinário da Universidade de Rio Verde – FESURV, com histórico de incontinência urinária desde o primeiro mês de vida, com gotejamento de urina contínuo, inclusive durante o sono, mas sem perder a capacidade de micção voluntária. O proprietário relata que no início era intermitente, tornando-se contínuo nos últimos meses. Ausência de poliúria, polidipsia e disúria. Apresenta cio normalmente (não castrada), nunca cruzou, nunca usou anticoncepcional, nem teve doenças urogenitais, porém nos últimos dias relata odor fétido na urina. Ao exame clínico pôde-se constatar a incontinência, dermatite secundária a assadura por urina, pele dos membros pélvicos encharcada e odor amoniacal. A cadela apresentava dor à palpação renal e vesical, indicando bexiga pequena e espessada. Ao exame neurológico, a inervação do sistema urogenital apresentava-se normal. Procedeu-se o plano de diagnóstico diferencial para os distúrbios de micção e continência urinária, já de pronto descartando-se os distúrbios neurogênicos e focando-se nos não neurogênicos, tais como: incompetência uretral, hiper-reflexia do detrusor, atonia do detrusor por distensão excessiva, incontinência urinária paradoxal, ureter ectópico, bexiga pélvica e displasia uretral (1). Solicitou-se, com fins de diagnóstico, hemograma completo, glicemia, urinálise e cultura e antibiograma da urina. Resultados e Discussão Os resultados dos exames apontaram grave infecção do trato urinário inferior, com cultura positiva por Staphylococcus spp multirresistente. O animal foi tratado durante 20 dias com Cefalexina (sensível), 30 mg/kg, duas vezes ao dia. Ao retornar, um mês após, continuava com a infecção e a incontinência urinária, porém sem dor abdominal, sugerindo infecção do trato urinário inferior em conseqüência à incontinência (3). Fez-se vaginoscopia e urografia contrastada, indicando ectopia ureteral, estando de acordo com a literatura, que cita que a radiografia contrastada frequentemente confirma o diagnóstico (1). Estando a cadela já com comprometimento renal, constatando-se no exame ultrassonográfico, hidronefrose e megaureter esquerdos e no perfil bioquímico, azotemia, como complicações presentes. Tornou-se emergente a nefrectomia e a ureterectomia unilateral. Sendo o lado afetado o esquerdo, fez-se indispensável a ovariohisterectomia (4). Após a cirurgia a cadela teve uma melhora notável, não se verificando mais a incontinência urinária. Cerca de um mês após a cirurgia, apresentou-se com grave problema respiratório, evoluindo rapidamente para traqueobronquite, com início de edema pulmonar, foi tratada e recuperou-se. Depois de três meses da cirurgia a cadela está bem, no entanto vem apresentando leve incontinência urinária, como já era esperada, em concordância com as pesquisas já realizadas, onde o tratamento de escolha para o ureter ectópico é a correção cirúrgica, sendo que a mesma propicia cura em cerca de 50% dos casos e, infelizmente, em metade desses, a incontinência persiste (1). Já que a paciente do presente relato mantém apenas um rim, optou – se por monitorar criteriosa e periodicamente a mesma, por meio de exames físicos e laboratoriais, com a finalidade de observar a adequada funcionalidade do rim que lhe restou. Conclusões Conclui-se que a intervenção cirúrgica em casos diagnosticados de ureter ectópico consiste na melhor forma de tratamento, podendo desta maneira melhorar a perspectiva e a qualidade de vida do animal. Bibliografia 1.Birchard, SJ et al. Saunders Manual of Small Animal Practice. 3ed, SP: Roca. 2048p, 2008. 2.Carlton, WW et al. Patologia Veterinária Especial de Thomson. 2 ed., Porto Alegre: ArtMed, 1998. 3.Gieg, J et al. In: Birchard, SJ et al. Saunders Manual of Small Animal Practice. 3ed, SP: Roca. 2048p, 2008. 4.McLaughlin, M A et al. in: Slatter, D. Manual de Cirurgia de Pequenos Animais. 3ed. SP: Editora Manole Ltda., p.1286, 2007. 5.Sutherland-Smith, J et al. Veterinary Specialist Group, UNITEC, Auckland, New Zealand. Disponível em:http://www.scopus.com/record/display.url?view=b asic&eid=2-s2. Acesso em: 19/10/2009. 21 V Jornada e IV Mostra Científica Faculdade de Medicina Veterinária Veterinária 24 e 25 de novembro de 2009 PRODUÇÃO ANIMAL 22 V Jornada e IV Mostra Científica Faculdade de Medicina Veterinária Veterinária 24 e 25 de novembro de 2009 BEZERRA DA RAÇA NELORE COM HERNIA INGUINAL SUBMETIDA À CIRURGIA – RELATO DE CASO 1 1 2 AM LIMA , MC OLIVEIRA , EDR NOGUEIRA 1 2 Faculdade de Medicina Veterinária – Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO. Professor da Faculdade de Medicina Veterinaria – Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO. * Autor para correspondência: [email protected] Introdução A hérnia inguinal se refere à passagem de parte do conteúdo abdominal através do canal inguinal. As hérnias inguinais podem ocorrer em ambos os sexos, mas sua incidência é muito maior nos machos que nas fêmeas (1). Esta afecção é mais comumente citada na espécie eqüina.O saco herniario é formado internamente pelo peritônio e externamente pela pele abdominal que passam pela abertura persistente da musculatura abdominal (3). As hérnias que estão presentes ao nascimento são chamadas de “hérnias congênitas” e se devem o mal fechamento da parede abdominal.O correto diagnóstico clínico conduzirá ao tratamento, que, na maioria das vezes, será cirúrgico, sendo o prognostico considerado bom quando a cirurgia for bem conduzida.Os animais acometidos por esta enfermidade devem ser excluídos do plantel de reprodução já que esta característica é facilmente transmitida. Este trabalho foi realizado com o objetivo de demonstrar o sucesso da cirurgia em animal jovem; apesar da presença de tecido necroticos. Relato do Caso Bovino fêmea da raça nelore pesando 45 kg, apresentou hérnia de caráter inguinal, localizada desde a região vulvar até a região das glândulas mamárias; e chegava a medir aproximadamente 25 cm de extensão. Foi submetida a cirurgia para reparação da mesma. Indicado Jejum prévio de 12 horas. Na cirurgia foi realizada a tranquilização do animal com Xilazina 2% (2); na dose de 0,3ml, por via intra muscular. O animal foi canulado na veia jugular, recebendo solução fisiológica (cloreto de sódio 0,9%) durante a cirurgia. O animal foi posicionado em decúbito dorsal. Procedeuse tricotomia e anti-sepsia em toda a extensão herniária. Anestesia local infiltrativa subcultânea, realizada com lidocaina 2% com vaso constritor. Incisão longitudinal na pele, com bisturi, na linha medial dos tetos, com extensão aproximada de 20 cm. Divulssão com tesoura curva (2), atentando-se às áreas com possibilidade de estruturas aderidas.Foi encontrada uma região de tecido friável, contendo pequena quantidade pus; limpeza cautelosa da região foi feito com auxílio de gaze; seguida de retirada de tecidos necrosados. Realizou-se o reposicionamento das estruturas na cavidade abdominal. Sutura inicial para fechamento do anel herniário com categute cromado 2-0 em plano de sutura Sultan interrompido. Para redução do espaço morto; sutura com fio de algodão 3-0 no plano de sutura simples contínuo. A redução do excesso de pele foi efetuada com tesoura. Na dermorrafia fio de algodão 3-0 no plano de sutura Wolf. No final do período trans- operatorio ocorreu queda de temperatura (35,9º C). Foram feitos três repiques de corticóide nas seguintes doses: 0,5ml; 0,3ml; 0,2ml; no intuito de elevação da temperatura. Para finalizar utilizou-se de repelente Bactrovet® na ferida cirúrgica. Para o pós-operatório foi recomendado o uso de Penicilina por 5 dias, Complexo Vitamínico, e antiinflamatório não esteroidal. Discussão O procedimento é de alto risco já que o animal é muito jovem e sem suporte colostral, porem se executada com suporte adequado e pós operatório rigoroso é possível se obter bons resultados. A presença de pontos necroticos se deu pelo fato de a urina do animal escorrer por sobre esta região, levando igualmente ao desenvolvimento de coleção purulenta. Apesar da utilização de fio de algodão em dois planos de sutura não se observou rejeição ou inflamação na área cirúrgica. A utilização de repiques de corticoide apesar de ser muito utilizado na clinica de grandes e pequenos animais ainda tem sua função neste sistema não muito explanada sendo utilizado por muitos intuitivamente. Conclusões A cirurgia de hérnia inguinal em animais jovens é efetiva tendo boa resposta ao procedimento. Para tal sucesso são necessários cuidados intensivos, tanto com nutrição do animal quanto com pós operatório, cuidados com a ferida e administração correta dos medicamentos prescritos. Bibliografia 1. Adams, R. The genital sistem. In: Koterba, AA Equine clinical neonatology. Philadelphia: Lea & Febiger, 1990. sect.7, p. 490-495. 2.Cárdenas IA et al. Memorias del “curso de cirugía en bovinos”, p. 24-25. Mexico, 2003. 3. Marques, DC. Criação de bovinos, 7ª ed., p.402403. Belo Horizonte, 2006. 23 V Jornada e IV Mostra Científica Faculdade de Medicina Veterinária 24 e 25 de novembro de 2009 CORREÇÃO DA PERSISTÊNCIA DO ÚRACO EM BOVINO: RELATO DE CASO 1* 1 1 1 JP SOUSA , K BARROS , AC BATISTA , AEFC BORGES 1 Faculdade de Medicina Veterinária – Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO. * Autor para correspondência: [email protected] Introdução A vesícula urinária nos bovinos é mantida em sua posição anatômica por dois ligamentos vesicais laterais e um ligamento vesical mediano, no qual se encontra uma estrutura remanescente do alantóide fetal denominado úraco (2). O úraco regride à medida que se completa o desenvolvimento do feto. Ao nascimento ele perde a função e a urina passa a ser totalmente excretada pela uretra (3). Na persistência, o canal do úraco apresenta-se desobstruído após o nascimento (3) e, em conseqüência, ocorre eliminação de urina através do umbigo durante o armazenamento, ou ainda, expulsão da urina através do umbigo e uretra durante a micção (3). Devido à dificuldade de cicatrização do umbigo, em muitos casos desenvolvese uma onfaloflebite (1). O presente trabalho foi realizado com o objetivo de descrever um caso de persistência uracal e sua correção. Relato de Caso Um bovino, fêmea, 4 meses, com 110 kg, foi atendido em setembro de 2009 numa propriedade rural no município de Rio Verde – GO, apresentava um aumento de volume na região umbilical. Durante o exame físico observou-se um aumento de volume, na região umbilical, o qual através da palpação se apresentava rígido. Não foram relatados sinais clínicos de persistência uracal. As possíveis suspeitas clínicas eram de hérnia umbilical ou a persistência de estruturas umbilicais. Como diagnóstico e tratamento, optou-se pela cirurgia, visto que tais afecções necessitam de correção cirúrgica. No pré-operatório, o animal se encontrava em jejum alimentar e hídrico de 24 e 12 horas, respectivamente. A medicação préanestésica utilizada foi xilazina 2% (Rompum®), na dose de 1,0ml/100kg. A contenção do animal foi em decúbito dorsal com os membros amarrados para cima e foi colocado um material acolchoado embaixo do animal para evitar que lhe ocorresse lesões no dorso e proporcionar maior conforto após a cirurgia. Foi realizada tricotomia ampla na região umbilical, e em seguida a lavagem do local com água e detergente. O anestésico local utilizado foi lidocaína 2% com vasoconstritor (Anestésico L. ®) de forma infiltrativa. Com o bisturi foi feita incisão na pele sobre a linha alba, e posterior divulsão do subcutâneo com tesoura. A abertura da cavidade levou à exposição de uma estrutura firme, sendo dissecada e excisada através de manobras delicadas. Tal estrutura foi incisada e foi exposto líquido amarelado e viscoso com odor de urina, identificando o úraco. A celiorrafia foi feita no plano de sutura Sultan com fio categute, subcutâneo sutura festonada com categute e a pele com pontos simples interrompido, com fio de algodão. Na ferida cirúrgica foi usado um repelente (Bactrovet®), e no animal foram admnistrados penicilina (Agrovet ®), na dose de 1ml/30kg e maxicam 2% (Meloxican®) 0,5 mg/kg, ambos intramuscular. Não ocorreram complicações no pós-cirúrgico. Discussão O úraco persistente é conseqüência de falta de obliteração do úraco depois do nascimento e que, a urina continua gotejando com o conseqüente risco de infecção umbilical (1). Porém, no presente relato, não foi observado este gotejamento, fato que sugere a obliteração incompleta da estrutura uracal. Não foram evidenciados sinais sugestivos de infecção, por mais que o úraco seja o remanescente umbilical mais frequentemente infectado (4). Apenas sinais de inflamação localizada foram observados, tais como a alta viscosidade encontrada no líquido uracal, que sugere a presença de células inflamatórias e o espessamento de consistência rígida da parede uracal (fibrose). Conclusões A drenagem de urina pela região umbilical pode não ser um sinal clínico evidenciado na persistência uracal, fazendo com que o aumento de volume encontrado na região do umbigo possa ser confundir com outras patologias umbilicais se não houver diagnóstico. A remoção cirúrgica do úraco mostrou-se eficiente. Bibliografia 1.Blood, DC; Henderson, JA. Doença do sistema urinário. 4.ed. RJ: Guanabara Koogan, 1978. p.161176. 2.Figueiredo, LJC. Onfalopatias de bezerros. Salvador, EDUFBA. 91p. 1999. 3.Lulich, JP et al. Afecções do trato urinário inferior dos caninos. In: Ettinger, SJ; Feldman, EC. Tratado de medicina veterinária: moléstias do cão e do gato. 5.ed. RJ: Guanabara Koogan, 2004. p.1841-1877. 4.Schultz, LG. Doenças do Sistema Renal. In: Medicina Interna de Grandes Animais. 3. Ed. SP: Manole, 2006. p.824-872. 24 V Jornada e IV Mostra Científica Faculdade de Medicina Veterinária 24 e 25 de novembro de 2009 DESEMPENHO DE FRANGOS AOS 42 DIAS DE IDADE CRIADOS EM CAMAS TRATADAS COM 1 DIFERENTES CONDICIONADORES 2 2 2 3 2* FC LOCH , BF FARIA , AL SILVA , D SILVA2, BN GONÇALVES , MC OLIVEIRA 1 2 Pesquisa financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás – FAPEG. 3 Faculdade de Medicina Veterinária – Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO. Zootecnista graduado pela * Universidade de Rio Verde, GO. Autor para correspondência: [email protected] Introdução A produção avícola se dá em estruturas fechadas com pisos cobertos por material absorvente (cama). As condições dentro desse confinamento são manejadas para otimizar a saúde e a produtividade das aves. A umidade e a qualidade da cama estão associadas com a saúde, desempenho e o bem-estar dos frangos, pode ser fonte de problemas ambientais e de manejo em avicultura comerciais (3). Assim, essa pesquisa foi realizada para avaliar o desempenho de frangos, aos 42 dias de idade, criados em camas, de terceiro lote, tratadas com diferentes condicionadores. Material e Métodos O experimento foi conduzido no período de janeiro a agosto de 2009 no IF Goiano. Foram utilizados 640 pintos de um dia de idade, machos, em cada um dos três lotes, totalizando 1920 aves. As aves foram alojadas em galpão com 32 boxes de 2,85m2 cada. O feno de capim elefante foi utilizado como cama em 2 todos os tratamentos na quantidade de 11 kg/m . Os condicionadores eram adicionados à cama sempre no dia anterior à chegada das aves. Os tratamentos constaram de cama não-tratada, cama submetida a compostagem dentro do galpão, no período entre lotes, e camas tratadas com sulfato de alumínio (100g/kg), 2 gesso agrícola (40%), cal virgem (0,5kg/m ), zeolita (5%), carvão vegetal (10%) e calcário dolomítico (1,5kg/m2), que foram totalmente misturados à cama. O gesso agrícola, a zeolita e o carvão vegetal foram misturados somente antes da criação do primeiro lote. O período entre lotes foi de 15 dias e, nesse período, as camas foram revolvidas, exceto as camas submetidas à compostagem. O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado com oito tratamentos e quatro repetições. As aves e rações foram pesadas aos 42 dias de criação. A análise estatística foi realizada utilizando o sistema de análises estatísticas e genéticas (SAEG) e as médias foram comparadas por meio do teste Tukey a 5% de probabilidade. Resultados e Discussão Não houve diferença (P>0,05) entre os resultados de desempenho (Tab. 1) em função do uso dos condicionadores. Para que o desempenho seja afetado negativamente, é necessário que a cama esteja em péssimas condições, o que não ocorreu neste caso. Resultados diferentes foram observados por autores que utilizaram bisulfato de sódio (5), zeolita (4) e cal hidratada (1), em que as aves criadas sobre camas tratadas eram mais pesadas do que as do tratamento controle. Tabela 1. Ganho de peso (GP, kg), consumo de ração (CR, kg), conversão alimentar (CA) e taxa de mortalidade (M, %) de frangos de corte, aos 21 dias de idade, criados em camas tratadas com diferentes condicionadores durante três lotes consecutivos 1º Lote 2º Lote 3º Lote GP CR CA GP CR CA GP CR CA C 2,7 4,9 1,8 3,0 4,6 1,5 2,9 4,5 1,5 CLP 2,6 4,9 1,8 2,9 4,6 1,6 2,8 4,4 1,5 CSA 2,6 4,8 1,8 2,9 4,5 1,5 2,8 4,6 1,6 CGA 2,6 4,9 1,9 2,9 4,5 1,6 2,9 4,6 1,6 CCV 2,6 5,0 1,9 2,8 4,6 1,7 2,8 4,7 1,7 CCD 2,6 4,8 1,8 2,8 4,6 1,6 2,9 4,5 1,5 CZ 2,6 5,1 1,9 2,8 4,4 1,6 2,8 4,3 1,5 CCV 2,7 4,8 1,8 2,8 4,8 1,7 2,9 4,6 1,6 CV(%) 4,0 5,7 7,5 4,6 6,2 5,9 4,1 9,4 6,5 1 Tratamentos: C = cama controle; CLP = cama + lona plástica; CSA = cama + sulfato de alumínio; CGA = cama + gesso agrícola; CCV = cama + cal virgem; CCD = cama + calcário dolomítico: CZ = cama + zeolita; CCV = cama + carvão vegetal. CV = coeficiente de variação. Resultados semelhantes foram obtidos por 2, que avaliaram a adição de gesso agrícola, cal hidratada e sulfato de alumínio à cama de frango e não verificaram diferenças nos resultados de desempenho. Conclusões O uso dos condicionadores na cama de frango não trouxe benefícios ao desempenho das aves. Agradecimentos À Perdigão Agroindustrial S/A pela doação das aves e das rações. Bibliografia 1.Bennett, DS et al. Journal of Applied Poultry Research, v. 14, n. 4, p. 721-727, 2005. 2. Ferreira, HA et al. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 56, n. 4, p. 542-546, 2004. 3.Islam, MA et al. Asian-Australasian Journal of Animal Science, v. 16, n. 4, p. 555-557, 2003. 4.Karamanlis, X et al. Asian-Australasian Journal of Animal Science, v. 21, n. 11, p. 1642-1650, 2008. 5.McWard, GW; Taylor, DR Journal of Applied Poultry Research, v. 9, n. 4, p. 518-529, 2000. 25 V Jornada e IV Mostra Científica Faculdade de Medicina Veterinária 24 e 25 de novembro de 2009 DESEMPENHO DE TRÊS GRUPOS DE CORDEIROS CONFINADOS COM DIETAS CONTENDO DIFERENTES RELAÇÕES VOLUMOSO:CONCENTRADO 1 2 2 1 1 RD BARROS , FC LOCH , EP SILVA , AC SILVA , JFM MOREIRA , MS CARRIJO 1* 1 Faculdade de Zootecnia – Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO. Faculdade de Medicina Veterinária – Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO. * Autor para correspondência: [email protected] 2 Introdução Com o crescimento da população mundial, existe a necessidade de aumentar a eficiência dos sistemas de produção de alimentos. Neste sentido, (1) citou que ovinos desempenham um papel produtivo importante, transformando plantas forrageiras em proteína alimentar de elevado valor biológico, contribuindo para combater a fome. O confinamento de cordeiros desmamados, com uso de altos níveis de concentrado, é uma prática que vem sendo cada vez mais utilizada, objetivando-se a redução da idade de abate e a obtenção de carcaças que qualidade. De acordo com (3), permite rações com maior concentração de nutrientes, o que pode ser interessante quando se dispõe de animais com alto potencial para ganho. Neste sentido, o presente trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar o efeito do uso de diferentes relações volumoso:concentrado sobre o desempenho de cordeiros terminados em confinamento. do SISVAR, efetuando-se a comparação das médias pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade (2). Material e Métodos Foram utilizados 24 cordeiros da raça Santa Inês desmamados precocemente, aos 40 dias de idade, distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado com um arranjo fatorial 3x2, com 4 repetições, correspondentes a três categorias, machos não-castrados, machos castrados e fêmeas e, dois tratamentos, compostos por diferentes relações volumoso:concentrado, sendo: 20:80 e 40:60, em base na matéria seca (MS). O período experimental teve duração de 60 dias, sendo que os animais terão 10 dias para adaptação às dietas e 50 para o período de avaliação. A água foi fornecida à vontade e as dietas isoprotéicas experimentais na proporção de 4% PV (Tabela 1). Médias seguidas de mesma letra, minúscula na linha e maiúscula na coluna, para o mesmo componente, não diferem pelo teste de Tukey (P>0,05). Tabela 1. Proporção dos ingredientes e composição das dietas experimentais. Relação volumoso:concentrado 20:80 40:60 Proporção dos ingredientes (% MS) Feno de Tifton-85 20,00 40,00 Milho moído 57,60 40,20 Farelo de soja 21,33 19,00 Óleo soja 0,155 0,115 degomado C. Calcíitco 0,785 0,588 F. bicálcico 0,130 0,097 Composição (% MS) MS 89,6 89,2 PB 17,4 17,4 NDT 73,2 68,7 Avaliaram-se ganho médio diário de Peso Vivo (GMD) e peso final. A análise estatística foi realizada por meio Resultados e Discussão Tabela 2. Valores médios para peso vivo inicial (PVI), peso vivo final (PVF) e ganho de peso diário total (GMDT), de machos inteiros, castrados e fêmeas, em duas relações volumoso:concentrado. Relação v:c Grupo M. Castrados Fêmeas PVI (Kg) 20:80 11,80aA 8,45bA 8,80bB 40:60 8,25bB 8,75bA 12,95aA PVF (Kg) 20:80 21,60aA 15,45bcA 17,25bA 40:60 12,85bcB 14,50bA 17,60aA GMDT (Kg) 20:80 0,196aA 0,140bcA 0,169bA 40:60 0,092abB 0,115aAB 0,093abB CV % --------------------------------------- 8,12 ---------------------------M. Inteiros Verifica-se com o aumento da proporção de volumoso que houve uma redução no GMDT nos três grupos estudados. Este aspecto pode ser explicado pela redução da concentração energética da dieta com menor proporção de concentrado (tabela 1). Os resultados obtidos no presente estudo estão de acordo com (1), os quais observaram um melhor desempenho dos animais não-castrados em relação aos castrados. Este aspecto pode ser explicado pela maior produção de testosterona que acentua o ganho de peso em cordeiros. As fêmeas também apresentaram desempenho inferior aos machos não-castrados para a dieta com maior quantidade de concentrado. Conclusões A dieta com maior valor energético proporciona melhores desempenhos de cordeiros. Existe tendência de que cordeiros não-castrados apresentem maior ganho de peso, em relação aos castrados e, também, às fêmeas. Bibliografia 1.Carvalho, S et al. Revista Brasileira de Agrociência, v. 11, n. 1, p. 79-84, 2005. 2. Ferreira, DF In Reunião Anual da Região Brasileira da Sociedade internacional de Biometria, 45, São Carlos, 2000. Anais... São Carlos: UFSCar, 2000. p.255-258. 3. Gastaldi, KA et al. In: REUNIÃO ANUAL DA SBZ, 35, Botucatu, 1998. Anais... Botucatu: SBZ, 2000. p. 257259. 26 V Jornada e IV Mostra Científica Faculdade de Medicina Veterinária 24 e 25 de novembro de 2009 DISTRIBUIÇÃO DOS NASCIMENTOS DE CORDEIROS NO SETOR DE OVINOS DA UNIVERSIDADE DE RIO VERDE 1 1 1 1 2 VS REZENDE , BF FARIA , IL FREITAS NETO , FC LOCH , KA BARCELOS , MS CARRIJO 1 1* Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO. 2 Faculdade de biologia – Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO. * Autor para correspondência: [email protected] produção e reprodução de ovinos deslanados no Distrito Federal. Introdução Na região sul do Brasil, os rebanhos são constituídos, em sua maioria, por raças poliéstricas estacionais, limitando o nascimento de cordeiros ao longo do ano. O comportamento estral é observado quando ocorre redução da luminosidade, mais precisamente no final do verão, outono e início do inverno; por isso as ovelhas são também chamadas de animais de dias curto (1). Já na região central do Brasil, raças deslanadas como a Santa Inês apresentam cio durante todo ano (poliéstricas não estacionais), possibilitando três parições em dois anos, aumentando, assim, o número de cordeiros nascidos ao ano. Contudo, seus cordeiros apresentam menor velocidade de ganho de peso e carcaças de pior conformação, quando comparados às raças de corte especializadas (2). O objetivo deste trabalho é avaliar o período anual em que há maior freqüência de nascimento de cordeiros, com a permanência do reprodutor junto com a matriz durante todo o ano. Material e Métodos Utilizou-se os dados de escrituração zootécnica de um rebanho ovino da raça Santa Inês, pertencente ao Setor de Ovinocultura da Universidade de Rio Verde, composto de 48 matrizes e dois reprodutores, mantidos em pasto de brachiaria, recebendo também, mistura mineral à vontade. Diariamente, era feita a limpeza das instalações. No manejo sanitário, foram adotados o controle e a profilaxia dos endo e ectoparasitos. Os recém-nascidos receberam cuidados especiais tais como: assistência ao nascimento, mamada do colostro e desinfecção do umbigo. Durante o período de coleta de dados do trabalho (2002 a 2009) o rebanho foi submetido ao manejo reprodutivo para obtenção de três partos em dois anos, sem estação de monta, onde ocorreram nascimentos praticamente em todos os meses do ano. Após o nascimento, as crias eram pesadas e identificadas e as informações registradas em fichas individuais. Os de nascimentos dos cordeiros foram avaliados, levando-se em consideração o ano e a época do nascimento no sistema de manejo utilizado, usando-se como método de análise a distribuição de freqüências, para os parâmetros. Resultados e Discussão No Gráfico 1, encontram-se os dados de nascimento de cordeiros distribuídos de acordo com o mês. Os índices de nascimento registrados nesta pesquisa foram condizentes com os citados por (3), avaliando os efeitos genéticos e fenotípicos sobre características de Gráfico 1. Distribuição de frequência mensal do nascimento de cordeiros da raça Santa Inês. Observa-se nascimentos em todos os meses do ano, demonstrando que a raça tem comportamento poliestral nas condições de Goiás. Sendo a monta do rebanho livre, verificou-se que 52% dos nascimentos ocorreram de abril a agosto, estes dados corroboram com (3), mostrando de certa forma a influência nutricional exercida durante o período chuvoso devido à riqueza e variedade em suas pastagens. Conclusões Práticas de manejo alimentar devem ser utilizadas para reduzir os efeitos dos fatores ambientais, como mês e ano de nascimento, tipo de parto e peso da matriz ao parto, na distribuição dos nascimentos de cordeiros. Bibliografia 1. Nugent III, RA et al. Journal of Animal Science, v.66, p.1622-1626, 1988. 2. Mexia, AA et al. Revista Brasileira de Zootecnia, v.33, n.3, p.658-667, 2004. 3. Quesada, M et al. Revista Brasileira de Zootecnia, v.31, n.1, p.342-349, 2002. 27 V Jornada e IV Mostra Científica Faculdade de Medicina Veterinária 24 e 25 de novembro de 2009 ESTUDO DA MASTITE SUBCLÍNICA EM UMA PROPRIEDADE LEITEIRA: DIAGNÓSTICO, CULTURA E ANTIBIOGRAMA 1 1 1 1 2 VP BERNARDES , FC GIACOMINI , MN BORGES , AE STELLA Acadêmico(a) da Faculdade de Medicina Veterinária – Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO. 2 Docente da Faculdade de Medicina Veterinária– Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO. * Autor para correspondência: [email protected] Introdução Material e Métodos Foram coletadas amostras de 40 animais com mastite subclínica evidenciada por altas contagens de células somáticas (CCS). A coleta foi realizada imediatamente antes da ordenha, após cuidadosa anti-sepsia dos tetos com álcool 70. Os jatos de leite foram coletados, diretamente em frascos de vidro estéreis com tampa e colocados em caixas de isopor com gelo, e encaminhados, imediatamente, ao laboratório para processamento das amostras. O isolamento e a identificação dos espécimes foram realizados de acordo com 1. Para o antibiograma, foi utilizado o método de difusão com discos impregnados com os antibióticos comumente usados para o tratamento da mastite bovina. Os isolados foram testadas segundo recomendações do 3 para antibiograma. Resultados e Discussão As espécimes bacterianas isoladas foram Streptococcus sp. em 9 amostras e Staphylococcus sp. em 39 amostras. Dentre os isolados de Staphylococcus sp. , verificou-se a presença de 12 espécies de Staphylococcus epidermidis, e 17 espécies de Staphylococcus aureus (Fig. 1). Os resultados obtidos demonstraram que o gênero com maior freqüência de isolamento nos casos de mastite subclínica foi Staphylococcus sp. . Quanto ao quesito sensibilidade o melhor antibiótico testado foi Gentamicina, e os que apresentaram maior resistência foram Penicilina e a Ampicilina. 80 70 60 50 40 30 20 10 IC IN A M TI NA LO FA NE O IN A IC L CE AC TR TE LO RF NO EN T AM XO IC CI NA IN A A LI N NI CI G PE CI NA BA CI TR A LI N IM PI CI TR O AS AM IC IN A SU F M O IT R A 0 ER A mastite, também conhecida como mamite normalmente ocorre em resposta ao uma infecção intramamária, principalmente bacteriana. A mastite bovina é a resposta inflamatória do úbere a agentes nocivos que podem ser tanto infecciosos quanto não infecciosos. Na mastite subclínica não há alterações visíveis na glândula mamária, mas ocorrem perdas significativas na produção e qualidade do leite, que fica com menos proteína, gordura, lactose e há aumento dos teores de sódio e cloretos, que são prejudiciais (4; 2). O objetivo deste trabalho foi determinar a frequência de mastite subclínica em uma propriedade leiteira no município de Rio Verde – GO, bem como identificar os principais agentes etiológicos envolvidos nos casos e testar a suscetibilidade dos agentes isolados frente a antimicrobianos disponíveis no mercado. ANTIMICROBIANOS Figura 1. Perfil de resistência dos isolados frente aos antimicrobianos (percentagem de resistência). Com os resultados de cultura e antibiograma das amostras de leite com mastite subclínica, será possível recomendar princípios ativos de antibióticos mais eficazes para os casos detectados, assim como determinar qual o grau de resistência antimicrobiana que as bactérias isoladas apresentam frente aos antibióticos disponíveis no mercado. Conclusões As espécies bacterianas mais isoladas foram Staphylococcus epidermidis e Staphylococcus aureus. O antibiótico Gentamicina apresentou-se mais eficaz, sendo o antibiótico de escolha para o tratamento de mastite subclínica para estes casos. Bibliografia 1. Koneman, EW et al. Diagnóstico Microbiológico. Texto e Atlas Colorido. 5 ed. Rio de Janeiro, MEDSI, 2001, 1465 p. 2. Langeneger, J et al. Pesquisa Veterinária Brasileira, v.1, n.2, p. 47-52. 1981. 3. National Committee for Clinical Laboratory Standards M2-A7. Journal of Clinical Microbiology, v. 38, n. 9, p. 3341-3348, 2000. 4. Watts, JL. Veterinary Microbiology, v. 16, n. 1, p. 4166, 1988. 28 V Jornada e IV Mostra Científica Faculdade de Medicina Veterinária 24 e 25 de novembro novembro de 2009 MORTALIDADE DE CORDEIROS NO SETOR DE OVINOS DA UNIVERSIDADE DE RIO VERDE 1 1 1 1 2 IL FREITAS NETO , VS REZENDE , BF FARIA , FC LOCH , KA BARCELOS , MS CARRIJO 1 1* Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO. 2 Faculdade de biologia – Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO. * Autor para correspondência: [email protected] Introdução O Brasil possui um grande potencial para exploração de pequenos ruminantes devidos as condições favoráveis para produção de carne e seus derivados. Todos esses produtos podem ser disponibilizados de forma a suprir demandas internas e gerar excedente exportáveis. Porém, a ausência ou o uso inadequado de tecnologias diminui sensivelmente os níveis de produtividade dos sistemas de produção, em função do baixo desenvolvimento ponderal, da baixa eficiência reprodutiva e das altas taxas de mortalidade das crias (1). Este trabalho teve como objetivo avaliar a taxa de mortalidade de cordeiros da raça Santa Inês no setor de ovinocultura da Universidade de Rio Verde. Material e Métodos Utilizou-se os dados de escrituração zootécnica de um rebanho ovino da raça Santa Inês, pertencente ao Setor de Ovinocultura da Universidade de Rio Verde, composto de 48 matrizes e dois reprodutores, mantidos em pasto de brachiaria, recebendo também, mistura mineral à vontade. Diariamente, era feita a limpeza das instalações. No manejo sanitário, foram adotados o controle e a profilaxia dos endo e ectoparasitos. Os recém-nascidos receberam cuidados especiais tais como: assistência ao nascimento, mamada do colostro e desinfecção do umbigo. O desmame ocorreu aos 60 dias de idade. Durante o período de coleta de dados do trabalho (2007 a 2009) o rebanho foi submetido ao manejo reprodutivo para obtenção de três partos em dois anos, sem estação de monta, onde ocorreram nascimentos praticamente em todos os meses do ano. A mortalidade foi avaliada do nascimento ao desmame, levando-se em consideração o tipo do parto, ano e época de nascimento no sistema de manejo utilizado, usando-se como método de análise a distribuição de freqüências, para os parâmetros. Resultados e Discussão Existem poucas referências sobre as taxas de mortalidade em ovinos, com exceção de um trabalho que menciona mortalidade anterior a desmama de 28,79%±16,02 com um mínimo de 15,18% e um máximo de 46,45%, no semi-árido nordestino (2). A taxa geral de mortalidade de cordeiros obtida no rebanho foi de 40,4%. Na tabela 1, encontram-se os índices de mortalidade estratificados por tipo de parto (simples e duplo) e ano de produção. Os índices de mortalidade registrados nesta pesquisa foram condizentes com os dados citados por (2), e maiores aos registrados por (1), em cordeiros Santa Inês, criados em dois tipos de sistemas reprodutivos, na região Nordeste. Tabela 1. Mortalidade de cordeiros da raça Santa Inês, do setor de ovinocultura da Universidade de Rio Verde. Ano 01a12/07 Parto simples N Morte 10 25 (40,0%) 01a12/08 22 01a10/09 15 Total 62 2 (9,1%) 4 (26,7%) 16 (25,8%) Parto duplo N Morte 28 42 (66,7%) 20 56 (35,7%) 24 58 (41,4%) 72 156 (46,2%) Freq. total Morte 38 67 (56,7%) 22 78 (28,2%) 28 73 (38,4%) 88 218 (40,4%) N Independente do ano avaliado (Tabela 1) ocorreu uma maior taxa de mortalidade (46,2%) nos nascimentos gemelares em relação aos simples (25,8%). A taxa de mortalidade mais elevada nas crias nascidas de partos duplos pode estar associada ao menor peso ao nascer (1). Gráfico 1. Distribuição de frequência mensal da mortalidade de cordeiros da raça Santa Inês. A maior taxa de mortalidade (Gráfico 1) ocorreu quando a parição coincidiu com a época seca. Provavelmente, este fato poderá ser atribuído ao menor peso das matrizes, ao parto e das crias, ao nascer (1). Conclusões A taxa geral de mortalidade das crias de ovinos da raça Santa Inês foi de 40,4%, registrando-se um maior índice de mortalidade nos nascimentos de partos gemelares. As maiores taxas de mortalidade ocorreram quando a parição coincidiu com a época seca. Bibliografia 1.Girão, RN et al. Ciência Rural, v.28, n.4, 1998. 2. Lobo RNB. Anais... Seminário Nordestino de Pecuária, 6, Fortaleza, 2002. Anais... Fortaleza: PECNORDESTE, 2002. p. 44-60. 29 V Jornada e IV Mostra Científica Faculdade de Medicina Veterinária 24 e 25 de novembro novembro de 2009 PERCEPÇÕES DO BEM-ESTAR DE ANIMAIS DE PRODUÇÃO PELO CONSUMIDOR DE RIO VERDE, GO 1 2 2 1* LM SCHALY , PAP SALVIANO , JM ABREU , MC OLIVEIRA 1 Faculdade de Medicina Veterinária – Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO. Faculdade de Ciências Econômicas - Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO * Autor para correspondência: [email protected] 2 Introdução As necessidades basais de animais de fazenda foram ajustadas pelo Conselho Europeu (2) e eles devem ter acesso livre à quantidade adequada de alimentação e de água fresca, devem ser mantidos em ambiente apropriado e toda fonte de dor física ou qualquer tipo de sofrimento devem ser evitados. Os estudos sobre bem-estar de animais de produção são dirigidos, hoje em dia, para a criação de métodos padronizados para avaliar o BEA ao longo da cadeia inteira de produção (4). Essa pesquisa foi realizada com o objetivo de investigar a percepção do bem-estar de animais de produção pelo consumidor de produtos de origem animal (POA) em Rio Verde, GO. Material e Métodos A pesquisa foi realizada em Rio Verde, Goiás, por meio de questionários em supermercados, feiras e bairros, totalizando 200 consumidores, no período de agosto a dezembro de 2008. O questionário era composto por questões fechadas e se referia ao grau de conhecimento sobre o modo de criação dos animais de produção e sobre se o consumidor acredita que melhor nível de bem-estar animal pode ter alguma influência nos sistemas de produção animal. Para a análise de dados, utilizou-se a técnica de análise de distribuição de freqüência simples. Resultados e Discussão Em Rio Verde, GO, os consumidores de POA conhecem parcialmente os sistemas de produção animal (49%), 47,5% dos respondentes consideram que o sistema de produção tradicional é o ideal para os animais. Como os consumidores conhecem parcialmente o modo de criação dos animais é que, provavelmente, os sistemas de criação tradicionais sejam considerados como ideais. Há poucas informações a respeito das percepções do consumidor em relação aos sistemas de criação animal e sobre como estas percepções podem ter impacto na escolha dos POA. 1 relataram que os consumidores com maior interesse em BEA, estão dispostos pagar mais pelos produtos oriundos dos sistemas de produção projetados com atenção especial às considerações de BEA. Os consumidores podem rejeitar os POA por várias razões, entretanto, a ética ainda é a principal razão para o não-consumo dos POA e, no caso dos consumidores de Rio Verde, somente 3,7% dos respondentes disseram ser vegetarianos e o principal motivo declarado foram os princípios éticos (50%). A escolha do vegetarianismo por razões éticas baseia-se no fato de os animais possuírem um sistema nervoso central que, tal como os humanos, permite que tenham percepção das condições e estímulos externos negativos, construir laços afetivos com outros animais e desejar uma vida livre e um ambiente saudável (3). Tabela 1. Conhecimento e considerações sobre o modo de criação dos animais de produção e presença de vegetarianos em residências e motivos para o nãoconsumo de POA pelos consumidores em Rio Verde, GO Variável %de consumidores entrevistados Grau de conhecimento sobre o modo como os animais de produção são criados Desconhece totalmente 37,2 Conhece parcialmente 49,0 Conhece muito bem 13,8 Considerações a respeito do sistema tradicional de criação de animais de produção Considera ideal 47,5 Considera cruel 30,6 É indiferente ao assunto 21,9 Sim Não Presença de vegetarianos na residência 3,7 96,3 Motivo para não consumir Fazem mal à saúde Por restrição médica Por princípios éticos POA 33,3 16,7 50,0 Conclusões Concluiu-se que os consumidores em Rio Verde, GO, não conhecem totalmente o sistema de produção animal e, assim, consideram este sistema ideal para os animais. A presença de vegetarianos é mínima no município e, dentre os motivos para o não-consumo de POA, o principal foi o ético. Bibliografia 1.Bennett, RM et al. Journal of Agricultural Ethics, v. 5, n. 2, p. 187-202, 2002. 2.EC – Council of Europe. ETS 87, 1976. 3.Evangelista, H. 2005. Disponível em http://www.avp.org.pt/node/18 . Acesso em 11 de setembro de 2009. 4.McGlone, JJ Livestock Production Science, v. 72, n. 1, p. 75-81, 2001. 30 V Jornada e IV Mostra Científica Faculdade de Medicina Veterinária 24 e 25 de novembro de 2009 PESO AO NASCER DE CORDEIROS MACHOS E FÊMEAS DE PARTO SIMPLES E DUPLO 1 1 1 1 2 BF FARIA , IL FREITAS NETO , VS REZENDE , FC LOCH , KA BARCELOS , MS CARRIJO 1 1* Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO. 2 Faculdade de biologia – Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO. * Autor para correspondência: [email protected] Inês, estratificados por tipo de parto (simples e duplo) e sexo dos animais. Introdução A ovinocultura brasileira está sendo uma alternativa para proporcionar maior lucro as atividades rurais. Para avaliar a eficiência deste sistema de produção de carne, deve-se considerar, em termos econômicos, o total de carne produzido/ano, o que depende diretamente da eficiência reprodutiva da habilidade materna das matrizes, bem como da taxa de crescimento corporal dos cordeiros (1). O peso ao nascer é determinado pelos aspectos genéticos e pelas condições ambientais disponíveis à ovelha durante a gestação, principalmente relacionados à nutrição (5). As exigências nutricionais da ovelha gestando dois cordeiros são maiores do que daquelas que estão gestando um cordeiro, e dependem da fase em que se encontra o desenvolvimento fetal e de lactação (3). Este trabalho teve como objetivo avaliar o peso dos animais comparando fêmeas e machos oriundos de parto simples (PS) e parto duplo (PD), no setor de ovinocultura da Universidade de Rio Verde. Material e Métodos Utilizou-se os dados de escrituração zootécnica de um rebanho ovino da raça Santa Inês, pertencente ao Setor de Ovinocultura da Universidade de Rio Verde, composto de 48 matrizes e dois reprodutores, mantidos em pasto de brachiaria, recebendo também, mistura mineral à vontade. Diariamente, era feita a limpeza das instalações. No manejo sanitário, foram adotados o controle e a profilaxia dos endo e ectoparasitos. Os recém-nascidos receberam cuidados especiais tais como: assistência ao nascimento, mamada do colostro e desinfecção do umbigo. Durante o período de coleta de dados do trabalho (2002 a 2009) o rebanho foi submetido ao manejo reprodutivo para obtenção de três partos em dois anos, sem estação de monta, onde ocorreram nascimentos praticamente em todos os meses do ano. Após o nascimento, as crias eram pesadas e identificadas e as informações registradas em fichas individuais. Sendo estas analisadas individualmente, com atenção para as anotações registradas e a consistência dos dados. O peso dos cordeiros ao nascimento foi avaliado, levando-se em consideração, o sexo e o tipo do parto no sistema de manejo utilizado, usando-se como método de análise a distribuição de freqüências, para os parâmetros. Resultados e Discussão Na tabela 1, encontram-se os valores médios para os pesos ao nascimento (PN), de cordeiros da raça Santa Tabela 1. Valores médios estimados pela distribuição de frequência, para os pesos ao nascimento (PN), de cordeiros Santa Inês, do setor de ovinocultura da Universidade de Rio Verde. Efeito Peso ao Nascer (Kg) Tipo de Parto Simples 3,44 Duplo 2,52 Sexo Macho 3,12 Fêmea 2,96 Os resultados encontrados neste trabalho, tanto para o sexo dos animais quanto para o tipo de parto, apresentam-se muito próximos dos encontrados por (2) que, constataram que o peso ao nascer de cordeiros Santa Inês foi de 2,95 kg para machos e 2,86 kg para fêmeas e, que os animais nascidos de partos simples apresentaram peso corporal superior 3,10 kg em relação aos nascidos de partos duplos 2,60 kg. Sexo, na maioria das pesquisas com ovinos, demonstra um comportamento distinto, agindo como uma característica que apresenta grande influência no crescimento dos cordeiros, principalmente pelo fato dos machos serem mais pesados do que as fêmeas, apresentando dimorfismo sexual (4). Conclusões As crias de nascimentos múltiplos são mais leves que as de nascimentos simples. As fêmeas apresentam menor peso ao nascer do que os machos. Bibliografia 1. Lôbo, RNB et al. In: Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, 44, 2007, Jaboticabal. Anais... Jaboticabal: SBZ, 2007. CD-ROM. 2.Maia, MS; Dias, RP. Desempenho produtivo de ovinos da raça Santa Inês, no Acre. Rio Branco: EMBRAPA/CPAF, 1992. 16 p. (Boletim de Pesquisa, 5). 3.Nutrient Requeriments of Sheep (NRC). 6ª ed. Washington. National Academy , 1985. 99p. 4.Quesada, M. et al. Revista Brasileira de Zootecnia, v.31, n.1, p.342-349, 2002. 5.Silva Sobrinho, A.G Criação de ovinos. 2. ed. Jaboticabal: FUNEP. 2001. 302 p. 31 V Jornada e IV Mostra Científica Faculdade de Medicina Veterinária 24 e 25 de novembro de 2009 QUALIDADE DA CAMA DE FRANGO DE TERCEIRO LOTE TRATADA COM DIFERENTES 1 CONDICIONADORES 2 2 2 4 3 2* D SILVA , FC LOCH , BF FARIA , ES ARAÚJO , CJT PRIVADO , MC OLIVEIRA 1 Pesquisa financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás – FAPEG. 3 Faculdade de Medicina Veterinária – Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO. Mestranda em Produção Vegetal 4 Universidade de Rio Verde, GO. Faculdade de Engenharia Ambiental – Universidade de Rio Verde. * Autor para correspondência: [email protected] 2 Introdução A produção avícola se dá em estruturas fechadas com pisos cobertos por material absorvente (cama). O pH, a temperatura e a umidade da cama criam um ambiente favorável à proliferação bacteriana (1) e à volatilização de amônia. Assim, essa pesquisa foi realizada para avaliar a qualidade das camas de frango tratadas com diferentes condicionadores, ao fim do terceiro lote. Material e Métodos O experimento foi conduzido de janeiro a agosto de 2009 no IF Goiano, com 640 pintos de um dia de idade, machos, em cada um dos três lotes, totalizando 1920 aves. As aves foram alojadas em galpão com 32 boxes 2 de 2,85m cada. O feno de capim elefante foi utilizado como cama em todos os tratamentos na quantidade de 2 11 kg/m . Os condicionadores eram adicionados à cama no dia anterior à chegada das aves. Os tratamentos consistiram de cama (C) não-tratada, (C) submetida à lona plástica dentro do galpão, no período entre lotes, e (C) tratadas com sulfato de alumínio 2 (100g/kg), gesso agrícola (40%), cal virgem (0,5kg/m ), zeolita (5%), carvão vegetal (10%) e calcário dolomítico (1,5kg/m2), que foram misturados à cama. O gesso agrícola, a zeolita e o carvão vegetal foram misturados somente antes do primeiro lote. O período entre lotes foi de 15 dias e, nesse período, as camas foram revolvidas, exceto as camas submetidas à compostagem. O delineamento foi inteiramente casualizado com oito tratamentos e quatro repetições. As colheitas de cama para análise de matéria seca, pH, amônia volatilizada e densidade foram realizadas em seis pontos dos boxes. A análise estatística foi realizada utilizando o programa SAEG e as médias foram comparadas por meio do teste Tukey a 5% de probabilidade. Resultados e Discussão Não houve (P>0,05) efeito dos condicionadores sobre o teor de matéria seca, densidade (Tab. 1) e amônia volatilizada (Tab. 2), entretanto, o sulfato de alumínio e o gesso agrícola reduziram (P<0,01) o pH das camas no 1º e 2º lotes, porém não no 3º lote. O sulfato de alumínio é uma substância ácida e capaz de reduzir o pH da cama e o gesso agrícola é capaz de absorver a umidade da cama. Ambas as ações podem inibir a proliferação e atividade das bactérias mantendo assim, um pH menor comparado com as outras substâncias. Resultados semelhantes foram obtidos por 2 e 3 ao utilizarem substâncias acidificantes na cama de frango. 3 Tabela 1. Matéria seca (MS, %) e densidade (D, kg/m ) de camas de frango tratadas com diferentes condicionadores durante três lotes consecutivos 1º Lote 2º Lote 3º Lote Trat.1 MS D MS D MS D C 66,7 610 64,8 366 72,5 254 LP 61,9 627 63,6 332 74,1 262 SA 71,7 577 64,1 325 73,0 220 GA 73,5 574 69,0 323 74,9 232 CV 69,1 595 64,4 308 76,2 246 CD 71,9 627 72,1 321 79,5 212 CZ 71,3 612 69,7 292 76,4 221 CV 73,8 584 66,9 277 81,3 221 C(%) 8,38 7,99 5,18 2,39 9,10 4,74 1 Tratamentos: C = cama controle; LP = cama + lona plástica; SA = cama + sulfato de alumínio; GA = cama + gesso agrícola; CV = cama + cal virgem; CD = cama + calcário dolomítico: CZ = cama + zeolita; CV = cama + carvão vegetal. C= coeficiente de variação. Tabela 2. Valor de pH e amônia volatilizada (AV, mg/kg) de cama de frango tratadas com diferentes condicionadores durante três lotes consecutivos 1º Lote 2º Lote 3º Lote Trat.1 pH AV pH AV pH AV C 8,8bc 87 9,2a 76 9,2 87 LP 9,3a 206 9,3a 87 9,3 102 SA 8,6b 95 8,7b 64 9,1 75 GA 8,6b 154 8,7b 64 9,2 66 CV 9,4a 117 9,2a 89 9,4 54 CD 9,2ab 120 9,3a 67 9,5 92 CZ 9,3a 112 9,2a 74 9,4 114 CV 9,5a 206 9,2a 82 9,3 73 C(%) 3,48 15,47 1,78 6,72 2,49 12,3 1 Tratamentos: C = cama controle; LP = cama + lona plástica; SA = cama + sulfato de alumínio; GA = cama + gesso agrícola; CV = cama + cal virgem; CD = cama + calcário dolomítico: CZ = cama + zeolita; CV = cama + carvão vegetal. C= coeficiente de variação. Médias seguidas por letras diferentes diferem entre si pelo teste Tukey. Conclusões O sulfato de alumínio e o gesso agrícola podem ser utilizados como condicionadores de cama de frango reutilizada por reduzir o pH aos 42 dias de criação. Bibliografia 1. Godoi, CR et al. Pubvet, v. 3, n. 15, art. 566, 2009. 2. McWard, GW, Taylor, DR Journal of Applied Poultry Research, v. 9, n. 4, p. 518-529, 2000. 3. Worley, JW et al. Applied Engineering in Agriculture, v. 16, n. 4, p. 441-444, 2000. 32 V Jornada e IV Mostra Científica Faculdade de Medicina Veterinária 24 e 25 de novembro de 2009 2009 QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE LEITE PASTEURIZADO TIPO C COMERCIALIZADO NA CIDADE DE RIO VERDE-GO 1 1 1 2* LF RODRIGUES , MX DA SILVA , RMF DE FREITAS , AE STELLA 1 Estudante da Faculdade de Medicina Veterinária – Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO. 2 Docente da Faculdade de Medicina Veterinária– Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO. * Autor para correspondência: [email protected] Introdução O leite é rico em nutrientes contendo proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e sais minerais. Sua qualidade é muito discutida atualmente no cenário nacional de produção leiteira. Depois de secretado, o leite pode ser contaminado por microrganismos por três principais fontes: dentro da glândula mamária, na superfície exterior do úbere e tetos e na superfície do equipamento e utensílios de ordenha e tanque (2). O conhecimento sobre o índice de contaminação microbiana do leite pode ser usado no julgamento de sua qualidade intrínseca, bem como das condições sanitárias de sua produção e da saúde do rebanho. Considerando o potencial de se multiplicarem, as bactérias do leite podem causar alterações químicas, tais como a degradação de gorduras, de proteínas ou de carboidratos, podendo tornar o produto impróprio para o consumo e industrialização (1). A pasteurização do leite tem como objetivo principal eliminar os microrganismos patogênicos que possam contaminar o leite, tornando-o um produto inócuo ao consumo humano. As bactérias mesófilas multiplicam-se rapidamente quando o leite não é armazenado sob refrigeração. Elas fermentam a lactose produzindo ácido láctico e outros ácidos orgânicos, o que causa acidez do leite. Existe um grande número de agentes mesófilos causadores de doenças infecciosas que podem ser transmitidas ao homem pelo leite. Os patógenos mais importantes atualmente são Salmonella sp., Escherichia coli patogênica, Listeria monocytogenes, Campylobacter jejuni, Yersinia enterocolitica e Staphylococcus aureus. Material e Métodos Foram analisadas 20 amostras de 02 marcas de leite tipo C, provenientes de mini e microusinas de beneficiamento da região de Rio Verde/GO. As amostras de leite foram coletadas no comércio varejista, sendo transportadas em recipientes térmicos até o laboratório. As temperaturas das amostras na hora da colheita, transporte e recebimento no laboratório foram sempre iguais ou inferiores a 10ºC. A colheita, o recebimento e a análise do leite foram realizados no mesmo dia. As análises microbiológicas foram executadas segundo os métodos recomendados pelo MAPA (3), foram realizadas contagem padrão em placas para bactérias mesófilas, pesquisa de Escherichia coli e pesquisa de Salmonella sp. Resultados e Discussão Os resultados das contagens estão demonstrados na Tab.1. Pode-se observar que 19 (95%) das amostras apresentaram contagens superior ou inferior aos limites permitidos. Contagens altas indicam presença de elevada carga microbiana devido a obtenção não higiênica do leite e presença de colifomes fecais (Escherichia coli )indica contaminação pósprocessamento. A presença de contagens muito baixas indicam temperatura de pasteurização elevada. Em nenhuma das amostras analisadas foi observada a presença de Salmonella spp. Entretanto em 5 amostras (25%) a presença de Escherichia coli evidencia a presença de coliformes fecais. Tabela 1. Contagem Padrão em Placas (UFC/mL) de bactérias mesófilas. Am. UFC/ ml 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 7.200 5.200 205.000 3.804.000 11.800 0 1.508.000 2.200 1680 580 550 617.000 88.500 86.400 450 0 0 0 0 0 E. coli + + + + + - Parâmetro * Fora dos Padrões de Qualidade Fora dos Padrões de Qualidade Dentro dos Padrões de Qualidade Fora dos Padrões de Qualidade Fora dos Padrões de Qualidade Fora dos Padrões de Qualidade Fora dos Padrões de Qualidade Fora dos Padrões de Qualidade Fora dos Padrões de Qualidade Fora dos Padrões de Qualidade Fora dos Padrões de Qualidade Fora dos Padrões de Qualidade Fora dos Padrões de Qualidade Fora dos Padrões de Qualidade Fora dos Padrões de Qualidade Fora dos Padrões de Qualidade Fora dos Padrões de Qualidade Fora dos Padrões de Qualidade Fora dos Padrões de Qualidade Fora dos Padrões de Qualidade *UFC/mL, Mínimo (100.00), Máximo (300.00) (4). Am. = amostra. Conclusões Concluiu-se que a qualidade microbiológica do leite pasteurizado Tipo C produzido no município de Rio Verde é insatisfatória, pois um número elevado de amostras não atendeu aos padrões estabelecidos pela legislação. Bibliografia 1. COUSIN, MA Journal of Food Protection, v. 45, n. 2, p. 172, 1982. 2. SANTOS, MV; FONSECA, LFL. Revista Higiene Alimentar, v. 15, n. 82, p. 13-19, 2001. 3. BRASIL. MAPA Port. 101 de 11/08/93. Diário Oficial, 17/08/93. Seção 1, p.11937. 4. BRASIL. MAPA. Instr. Normativa 51 de 18/09/02. Diário Oficial, 29/09/02. Seção 1, p.13. 33 V Jornada e IV Mostra Científica Faculdade de Medicina Veterinária 24 e 25 de novembro de 2009 2009 FORRAGICULTURA 34 V Jornada e IV Mostra Científica Faculdade de Medicina Veterinária 24 e 25 de novembro de 2009 PRODUÇÃO DE MATÉRIA SECA DE Brachiaria brizantha CV. MARANDU UTILIZANDO RESIDUAL DE ADUBAÇÕES ORGÂNICAS E QUÍMICA 1* 1 2 2 CF MESQUITA , ML CARMO , EL CARMO , JFS MENEZES 1 Faculdade de Medicina Veterinária – Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO. 2 Faculdade de Agronomia – Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO. * Autor para correspondência: [email protected] -1 Tabela 1 - Quantidades de N, P2O5 e K2O (kg. ha ) em função das adubações. Testemunha Química 10 t.ha-1 de CF 20 t.ha-1 de CF 150 m3.ha-1 de DLS 300 m3.ha-1 de DLS Resultados e Discussão A figura 1 apresenta as produções de matéria seca do capim braquiarão em função das adubações. A produção foi semelhante entre os tratamentos para o corte no início do período chuvoso. Os fatores determinantes para a similaridade de produção foram a temperatura, luminosidade e o déficit hídrico. Produção de MS kgha Material e Métodos O experimento foi conduzido no Centro Tecnológico da COMIGO em parceria com a Fesurv - Universidade de Rio Verde durante o período de outubro de 2005 a outubro de 2008. Os tratamentos avaliados foram T1 – -1 sem adubação; T2 – adubação química (75 kg. ha na -1 forma de uréia, 30 kg. ha de P2O5 na forma de super fosfato simples e 100 kg. ha-1de K2O na forma de KCl); 3 -1 T3 – adubação com 150 m ha de dejetos de suínos; 3 -1 T4 – adubação com 300 m ha de dejetos de suínos; -1 T5 – adubação com 10 t. ha de cama de frango e T6 – -1 adubação com 20 t. ha de cama de frango. Essas adubações eram aplicadas a lanço todos os anos durante o período chuvoso. O delineamento utilizado foi em blocos casualizados, com quatro repetições. O 2 tamanho da área experimental era de 756 m , divididos em quatro blocos de 5 m x 37,8 m e subdivididos em quatro parcelas de 5 m x 6,3 m, contendo cada parcela um tratamento. O corte ocorreu em 15 de outubro de 2008, quando se iniciou o período chuvoso. A tabela 1 apresenta as quantidades de nutrientes aplicados no experimento, conforme cada tratamento. Durante três anos foram aplicados as mesmas quantidades de adubo e a calagem foi realizada no início do experimento em 2005. N P 2O 5 K 2O -------Quantidades de nutrientes------0,0 0,0 0,0 70,0 30,0 100,0 100,5 354,5 298,8 201,0 709,0 597,6 135,0 24,7 225,0 270,0 49,4 450,0 Adubação -1 Introdução As pastagens são o principal alimento utilizado na bovinocultura brasileira. A abundância de área e condições edafoclimáticas favoráveis são fatores essenciais para se obter um crescimento satisfatório das forrageiras. Dentre as plantas forrageiras se destaca a Brachiaria brizantha cultivar Marandu, mais conhecido como capim braquiarão, que conquistou a preferência dos pecuaristas por possuir todas as características essenciais para uma boa pastagem em solos brasileiros. (1). A forma extrativista da exploração pecuária vem aumentando as áreas degradadas de pastagem ou em processo de degradação. A adubação de pastagens é uma prática que está crescendo no país, pois além de aumentar a lotação por área, eleva a qualidade do alimento fornecido aos animais e consequentemente, eleva a produção de carne e leite. O objetivo deste trabalho foi avaliar a produção de matéria seca do capim braquiarão utilizando o residual de adubações orgânicas, de aves e suínos, e química no início do período chuvoso. 900 800 700 600 500 400 300 200 100 0 833 a 815 a 762 a 761 a 769 a 300m3 DLS 10t CF 20t CF 660 a Test. Químico 150m3 DLS Tratamentos Figura 1 – Produção de matéria seca do Braquiarão com adubações orgânicas e química. 3 -1 (2) relatou que a aplicação de 45 m ha de DLS é semelhante a uma área não adubada, recomendando 3 -1 doses acima de 45 m ha como manutenção, para manter a produtividade de uma gramínea. Conclusões As condições climáticas insatisfatórias fizeram com que o residual de adubação orgânica e química não influenciaram a produção do capim braquiarão durante o período de junho a outubro de 2009. Bibliografia 1 - Konzen, EA. Fertilização de lavoura e pastagem com dejetos de suinos e cama de aves. Videira, SC. 2003. 16p. (EMBRAPA – Informe Técnico). 2 - Souza Neto, JM; Pedreira, CGS. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DE PASTAGENS, 21, 2004, Piracicaba. Anais... Piracicaba: Fealq, 2004. p.7-29. 35 V Jornada e IV Mostra Científica Faculdade de Medicina Veterinária 24 e 25 de novembro de 2009 PRODUCAO DE MATÉRIA SECA DE Cynodon dactylon CV. TIFTON 85 UTILIZANDO RESIDUAL DE ABUBAÇÕES ORGÂNICAS E QUÍMICA 1 1 1 1 2 2 TT CHIARI , FC LOCH , IL FREITAS NETO , ML CARMO , EL CARMO , JFS MENEZES 1 Faculdade de Medicina Veterinária – Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO. 2 Faculdade de Agronomia– Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO. Resultados e Discussão -1 O tratamento 3 apresentou 753,1 kg de MS ha ficando superior à testemunha, porém abaixo dos demais tratamentos, indicando que esta quantidade de 1000 874,8 ab 817,3 abc -1 Material e Métodos O experimento foi conduzido no Centro Tecnológico da COMIGO em parceria com a Fesurv- Universidade de Rio Verde durante o período de outubro de 2005 a outubro de 2008. Os tratamentos avaliados foram: T1 – -1 sem adubação; T2 – adubação química (75 kg ha na forma de uréia, 30 kg. ha-1 de P2O5 na forma de super fosfato simples e 100 kg. ha-1de K2O na forma de KCl); 3 -1 T3 – adubação com 150 m ha de dejetos de suínos; 3 -1 T4 – adubação com 300 m ha de dejetos de suínos; -1 T5 – adubação com 10 t. ha de cama de frango; T6 – -1 adubação com 20 t. ha de cama de frango. Essas adubações eram aplicadas a lanço todos os anos durante o período chuvoso. O delineamento utilizado foi de blocos casualizados, com quatro repetições. O 2 tamanho da área experimental era de 756 m , divididos em quatro blocos de 5 m x 37,8 m e subdivididos em quatro parcelas de 5 m x 6,3 m, contendo cada parcela um tratamento. O corte ocorreu em 15 de outubro de 2008, quando se iniciou o período chuvoso. Os dados de produção de matéria seca da parte área foram submetidos a análise de variância e teste de Duncan a 5% de significância, utilizando-se o programa SAEG. nutrientes aplicado é quase que totalmente assimilado pela forrageira durante o período chuvoso. O Ttifton 85 é uma gramínea adaptada às condições climáticas diferenciadas, principalmente quando a temperatura e luminosidade se tornam fatores determinantes de produção. A figura 1 demonstra que os tratamentos 6,5,2 e 4 apresentaram maior produção de matéria -1 seca sendo 904,5, 874,8, 817,3 e 785,1 kg de MS ha respectivamente. (1), verificaram que o Tifton 85 conseguiu produção satisfatória quando foram -1 -1 aplicados 400 kg de N ha ano , obtendo em média -1 5,5 t de MS ha , sendo que neste período foram realizados sete cortes. Nestes tratamentos haviam resíduos de nutrientes que não foram aproveitados pelas plantas durante o período chuvoso e o Tifton 85 conseguiu absorver esses nutrientes disponíveis no solo mesmo em condições desfavoráveis de clima. 800 kg ha Introdução A adubação de pastagens é uma prática que vem sendo adotada pelas empresas rurais devido à valorização das áreas. O aumento da lotação das pastagens é uma forma econômica de se aumentar a produção, sem ter a necessidade de se adquirir ou arrendar outras áreas para que os animais tenham alimento durante o ano. Além disso, com a expansão das empresas integradoras, surgiu uma nova opção de adubo orgânico que, indiscutivelmente, deve ser utilizado em pastagens como do capim Tifton 85, pois outras culturas não conseguem assimilar todos os nutrientes que estes adubos possuem em sua composição. O objetivo deste trabalho foi avaliar a produção de matéria seca (MS) do capim Tifton 85 utilizando o residual de adubações orgânicas, de aves e suínos, e química no início do período chuvoso. 727,5 c 753,1 bc 904,5 a 785,1 abc 600 400 Test. Químico 150m3 DLS 300m3 DLS 10t CF 20t CF Tratamentos Figura 1 – Produção de matéria seca do Tifton 85 com adubações orgânicas e química. Conclusões O Tifton 85 apresentou alta capacidade de absorção de nutrientes dos resíduos durante o período seco, sendo indicada para formação de pastagens quando se utilizam resíduos orgânicos para adubação. Bibliografia 1- Vilela D; Alvin MJ. In: SIMPOSIO SOBRE MANEJO DA PASTAGEM,15,1998, Piracicaba, Anais... Piracicaba: FEALQ,1998, p. 23-83. 36 V Jornada e IV Mostra Científica Faculdade de Medicina Veterinária 24 e 25 de novembro de 2009 RESIDUAL NO SOLO DE Ca E Mg, UTILIZANDO Panicum maximum CV. TANZÂNIA COMO ALTERNATIVA FORRAGEIRA 1 1 1 1 2 2 BF FARIA , IL FREITAS NETO , FC LOCH , ML CARMO EL CARMO , JFS MENEZES 1 Faculdade de Medicina Veterinária – Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO. 2 Faculdade de Agronomia – Universidade de Rio Verde, Rio Verde GO. Introdução As pastagens são o principal alimento utilizado na bovinocultura brasileira. Dentre as plantas forrageiras destaca-se o gênero Panicum, como exemplo, o capim Tanzânia, que vem conquistando a preferência dos pecuaristas por possuir todas as características essenciais para uma boa pastagem em solos tropicais brasileiros. A adubação de pastagens é uma prática que está crescendo no país, pois além de aumentar a lotação por área, eleva a qualidade do alimento fornecido aos animais, com conseqüentemente ganho na produção por área de carne e leite. O objetivo deste trabalho foi avaliar os níveis de Ca e Mg no solo, utilizando o residual de adubações orgânicas, de aves e suínos, e química. Material e Métodos O experimento foi conduzido no Centro Tecnológico da COMIGO em parceria com a Fesurv - Universidade de Rio Verde durante o período de outubro de 2005 a outubro de 2008. Os tratamentos avaliados foram: • T1 – sem adubação; -1 • T2 – adubação química (75 kg. ha na forma -1 de uréia, 30 kg ha de P2O5 na forma de -1 super fosfato simples e 100 kg. ha de K2O na forma de KCl); 3 -1 • T3 – adubação com 150 m ha de dejetos de suínos; • T4 – adubação com 300 m3 ha-1 de dejetos de suínos; -1 • T5 – adubação com 10 t. ha de cama de frango e -1 • T6 – adubação com 20 t. ha de cama de frango. Essas adubações eram aplicadas a lanço todos os anos durante o período chuvoso e foram realizados quatro cortes anuais do capim Tanzânia. O delineamento utilizado foi de blocos casualizados, com quatro repetições. O tamanho da área experimental era 2 de 756 m , divididos em quatro blocos de 5 m x 37,8 m e subdivididos em quatro parcelas de 5 m x 6,3 m, contendo cada parcela um tratamento. A coleta do solo foi realizada em 15 de outubro de 2008. Os dados do residual de Ca e Mg no solo foram submetidos a análise de variância e teste de média pelo teste de Duncan a 5% de significância, utilizando o programa SAEG. Resultados e Discussão_______________________ O residual de Ca e Mg quando se utilizou a cama de frango apresentou altas concentrações nas parcelas, pois este adubo possui alta concentração de Ca e Mg na sua composição. O dejeto líquido de suínos quando 3 -1 aplicado na dosagem de 150 m ha apresentou uma quantidade menor de nitrogênio, quando comparado 3 -1 com a aplicação de 300 m ha . Este nutriente é responsável pelo crescimento e perfilhamento da forrageira. Por estar em menor quantidade, a planta desenvolveu seu crescimento vegetativo em menor intensidade que os tratamento 2 e 4. A testemunha apresentou resultados semelhantes, pois quando instalado o experimento a saturação foi elevada para 70% em todos os tratamentos. (1) relata que os níveis adequados de Ca e Mg para os solos de cerrados são -3 1,5 a 7 e 0,5 a 2 cmolc dm . Os tratamentos 2 e 4 apresentaram altas concentrações dos nutrientes responsáveis pelo desenvolvimento do vegetal (NPK), sendo que a planta conseguiu maior produção absorvendo maiores quantidades de Ca e Mg nas parcelas. Figura 1 - Residual de Ca e Mg de adubações orgânicas e química em pastagem de capim Tanzânia. Conclusões Quando os nutrientes estão em quantidades satisfatórias para o desenvolvimento da planta forrageira, com adubo químico ou orgânico, obteremos maiores absorções de Ca e Mg pelo vegetal. Bibliografia 1 Sousa, DMG; Lobato, E. Cerrado : Correção do Solo e Adubação. Embrapa, Brasília, 2 ed. DF, 2004. 37 V Jornada e IV Mostra Científica Faculdade de Medicina Veterinária 24 e 25 de novembro de 2009 RESIDUAL NO SOLO DE MN, ZN E CU UTILIZANDO Panicum maximum CV. TANZÂNIA COMO ALTERNATIVA FORRAGEIRA . 1 1 1 2 1 2 FC LOCH , IL FREITAS NETO , BF FARIA , JFS MENEZES , ML CARMO , EL CARMO 1 Faculdade de Medicina Veterinária – Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO. 2 Faculdade de Agronomia – Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO. Introdução As pastagens são o principal alimento utilizado na bovinocultura de corte e leite no Brasil, e também o alimento de custo mais acessível para a produção animal. A adubação de pastagens bem como condições edafoclimáticas favoráveis são fatores essenciais para se obter um crescimento satisfatório das forrageiras, além de proporcionar o aumento da lotação animal por área. Dentre as gramíneas forrageiras se destaca o Panicum maximum cv. Tanzânia, que esta conquistando a preferência dos produtores devido ao seu alto potencial de produção de matéria verde. O objetivo deste trabalho foi avaliar os níveis de micronutrientes (Mn, Zn e Cu) no solo, utilizando o residual de adubações orgânicas, de aves e suínos, e química no início do período chuvoso. Material e Métodos O experimento foi conduzido no Centro Tecnológico da COMIGO em parceria com a Fesurv- Universidade de Rio Verde durante o período de outubro de 2005 a outubro de 2008. Os tratamentos avaliados foram: • T1 – sem adubação; • T2 – adubação química (75 kg ha-1 na forma -1 de uréia, 30 kg ha de P2O5 na forma de -1 super fosfato simples e 100 kg. ha de K2O na forma de KCl); • T3 – adubação com 150 m3 ha-1 de dejeto de suínos; 3 -1 • T4 – adubação com 300 m ha de dejeto de suínos; -1 • T5 – adubação com 10 t ha de cama de frango; • T6 – adubação com 20 t ha-1 de cama de frango. Essas adubações foram aplicadas a lanço todos os anos durante o período chuvoso e eram realizados quatro cortes anuais do capim Tanzânia. O delineamento utilizado foi de blocos casualizados, com quatro repetições. O tamanho da área experimental era 2 de 756 m , divididos em quatro blocos de 5 m x 37,8 m e subdivididos em quatro parcelas de 5 m x 6,3 m, contendo cada parcela um tratamento. A coleta do solo foi realizada em 15 de outubro de 2008. Os dados do residual de Mn, Zn e Cu no solo foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Duncan a 5% de significância, utilizando o programa SAEG. Resultados e Discussão Os micronutrientes possuem funções especificas nos vegetais, portanto são importantes para realização das funções fisiológicas nas plantas. Segundo (1) os níveis adequado de Mn nos solos de cerrado podem variar de 2 a 5 mg. dm-3, portanto os valores encontrados estão acima do recomendado, podendo causar diminuição na absorção de Mo, Cu e Zn (figura 1). O elemento Zn também se encontra acima do recomendado. (1) -3 recomenda de 1,1 a 1,6 mg. dm em solos de cerrado. Esse micronutriente pode afetar a absorção de Mn e Cu nas plantas. Os adubos orgânicos disponibilizaram maior quantidade de Cu, entretanto estão acima de 1 -1 kg ha o que (1) considera alto. Figura 1 – Residual de Mn, Zn e Cu de adubações orgânicas e química em pastagem de Capim Tanzânia. Conclusões Os micronutrientes estão acima do recomendado quando se utiliza adubações orgânicas e química propostas na pesquisa. Bibliografia__________________________________ 1- Sousa, DMG; Lobato, E. Cerrado: Correção do Solo e Adubação. Embrapa, 2 ed., Brasilia, DF, 2004. 185p. 38 V Jornada e IV Mostra Científica Faculdade de Medicina Veterinária 24 e 25 de novembro de 2009 RESIDUAL NO SOLO DE P E K, UTILIZANDO Panicum maximum CV. TANZÂNIA COMO ALTERNATIVA FORRAGEIRA IL FREITAS NETO1, BF FARIA1, FC LOCH1, ML CARMO1, EL CARMO2, JFS MENEZES2 1 Faculdade de Medicina Veterinária – Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO. 2 Faculdade de Agronomia – Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO. Introdução As pastagens são o principal alimento utilizado na bovinocultura brasileira. A grande área territorial do Brasil e as condições climáticas favoráveis são fatores essenciais para se obter um crescimento satisfatório das forrageiras. Dentre as plantas forrageiras se destaca o Panicum maximum cv. Tanzânia (capim Tanzânia), que vem conquistando a preferência dos pecuaristas, principalmente os produtores de leite, por produzir muita massa considerável e apresentar um crescimento rápido. A forma extrativista da exploração pecuária vem aumentando as áreas degradadas de pastagem ou em processo de degradação. A adubação de pastagens no país vem crescendo a cada ano, pois além de aumentar a taxa de lotação, eleva a qualidade do alimento fornecido aos animais e conseqüentemente, aumenta a produção de carne e leite. O objetivo deste trabalho foi avaliar o residual de fósforo (P) e potássio (K) no solo utilizando adubações orgânicas e químicas para o capim Tanzânia. . Material e Métodos O experimento foi conduzido no Centro Tecnológico da COMIGO em parceria com a Fesurv- Universidade de Rio Verde durante o período de outubro de 2005 a outubro de 2008. Os tratamentos avaliados foram: -T1 – sem adubação; -1 -T2 – adubação química (75 kg. ha na forma de uréia, -1 30 kg. ha de P2O5 na forma de super fosfato simples e100 kg. ha-1de K2O na forma de KCl); -T3 – adubação com 150 m3 ha-1 de dejeto de suínos; 3 -1 -T4 – adubação com 300 m ha de dejeto de suínos; -1 -T5 – adubação com 10 t. ha de cama de frango. -1 -T6 – adubação com 20 t. ha de cama de frango O solo utilizado para implantação das pastagens era o Latossolo Vermelho Eutroférrico. Essas adubações eram aplicadas a lanço todos os anos durante o período chuvoso. O delineamento utilizado foi em blocos casualizados, com quatro repetições. O 2 tamanho da área experimental era de 756 m , divididos em quatro blocos de 5 m x 37,8 m e subdivididos em quatro parcelas de 5 m x 6,3 m, contendo cada parcela um tratamento. A análise do solo foi realizada em 15 de outubro de 2008, quando se iniciou o período chuvoso. Resultados e discussão Os níveis de K no solo não diferiram entre os tratamentos. Entretanto (1) recomenda doses acima de 50 mg. dm-3 quando a capacidade de troca catiônica está acima de 4, o que foi encontrado nestas análises. Os teores de P foram maiores nos tratamentos 3, 4, 5 e 6, devido a liberação parcial dos nutrientes orgânicos. O tratamento 4 possui taxa abaixo do recomendado para a produção de pastagem. (2) recomenda P acima de 6 mg. dm-3 para forrageiras muito exigentes como o capim Tanzânia. A testemunha apresentou 7,67 mg. -3 dm o que não é comum quando se tem uma forrageira exigente. Figura 1 - Níveis de P e K residual de adubações orgânicas e químicas em áreas com capim Tanzânia. Conclusões É necessário colher maior quantidade de amostras para obter um resultado coerente dos nutrientes. O P por ser liberado gradativamente nos resíduos orgânicos apresenta maior residual no solo, quando aplicado em doses maiores de adubação. Bibliografia 1- Sousa, DMG et al. Cerrado: Uso Eficiente de Corretivos e Fertilizantes em Pastagens. Embrapa, Planaltina, DF,1 ed, 145p. 2007. 2- Vilela, L et al. Cerrado: Correção do solo e adubação. Embrapa, Brasília, DF, 2 ed,169 p., 2004.