26 015 7º CICAM DETECÇÃO DE ASTRÓCITOS IMUNOREATIVOS EM CEREBELOS DE CÃES NATURALMENTE INFECTADOS PELO VÍRUS DA CINOMOSE. RONCATTI, F.T.L.B.1*; AGOSTINHO, S.D.1; PIRES, M.C.1; GASPARELLO, I.F.1; FERRARI, H.F.2; LUVIZOTTO, M.C.R. 2; GAMEIRO, R. 1; CARDOSO, T.C.1,2 1Universidade Estadual Paulista, Curso de Medicina Veterinária, Laboratório de Virologia Animal, Rua Clóvis Pestana, 793, CEP 16050-680, Araçatuba, SP, Brasil. E-mail: [email protected] 2Universidade Estadual Paulista, Curso de Medicina Veterinária, Laboratório de Patologia Animal, Araçatuba, SP, Brasil. Detection of immunoreactive astrocytes in canine cerebellum naturally infected by canine distemper virus. A cinomose canina é uma doença infecciosa que ocorre mundialmente e compreende todas as famílias da ordem Carnívora. O vírus da cinomose é classificado na família Paramyxoviridae, estando relacionado intimamente, em termos antigênicos e biofísicos, ao vírus do sarampo dos seres humanos, e o vírus da peste bovina dos ruminantes. Na tentativa de elucidar os eventos celulares envolvidos nos processos de desmielinização e remielinização do sistema nervoso (SNC), e de buscar estratégias terapêuticas que resolvam ou impeçam os danos gerados, comparativamente com doenças neurodegenerativas que acometem os seres humanos, diversos estudos foram conduzidos. Muitas condições patológicas causam, em seu processo, a desmielinização do sistema nervoso central e são consideradas como as alterações mais graves decorrentes da infecção viral inicial por este agente. Os astrócitos são responsáveis, entre outros fatores, por responder a estímulos agressores no SNC, através de sua proliferação (astrocitose) e hipertrofia (astrogliose), expressam um aumento na quantidade de proteínas constituintes de filamentos intermediários, tais como e proteína fibrilar ácida (GFAP) e a vimentina (VIM). A GFAP está presente na estrutura dos astrócitos de organismos adultos e a VIM predomina no desenvolvimento embrionário, perdendo-se com o amadurecimento celular. Lesões no SNC provocam intensa expressão do GFAP, e a re-expressão de VIM. O presente trabalho teve como objetivo mapear a expressão dos filamentos intermediários VIM e GFAP em cerebelos de cães naturalmente infectados pelo vírus da cinomose, do arquivo de patologia, UNESP-Araçatuba, SP. Para tanto, a técnica de imunoistoquímica com o auxílio do kit LSAB, foi empregado. Os anticorpos primários (monoclonal anti-GFAP e VIM) foram adquiridos comercialmente. As imagens foram documentadas e processadas pelo software AxionImage 4.7, após a visualização microscópica, em luz normal. A análise estatística foi realizada pelo programa SAS, e o test t-Student empregado com p ³ 0.0001. As lesões foram caracterizadas em agudas, sub-agudas e crônicas de acordo com o padrão estabelecido na literatura. Dos 20 cerebelos analisados, datados de 1995 a 2009, 60% (12/20) dos astrócitos expressavam VIM nas lesões consideradas crônicas, enquanto GFAP (17/20) foi observado nos astrócitos em qualquer grau de severidade das lesões. Não houve correlação significativa entre os tipos de lesões e a expressão destes filamentos pelas células astrocitárias, o que contraria alguns resultados da literatura. Evidentemente, os astrócitos são considerados responsáveis por responder a estímulos agressores no SNC. Entretanto, a expressão dos filamentos intermediários pode variar dependendo dos estímulos neuronais. A associação, entre os resultados apresentados e os demais em andamento no momento, revela que o evento celular associado às infecções virais depende de vários mediadores químicos ainda a serem estudados. *Bolsa FAPESP 2008/11550-3 e auxílio FAPESP (2008/11534-8). 016 COMPARAÇÃO ENTRE DOIS MÉTODOS DE EXTRAÇÃO DE ÁCIDO NUCLEICO (DNA) PARA O DIAGNÓSTICO MOLECULAR DO BOVINE HERPESVIRUS TYPE 5 (BOHV-5) EM AMOSTRAS CLÍNICAS EM DECOMPOSIÇÃO. MACHADO, S.T.Z. 1*; NOGUEIRA, A.H.C.2; ANTELLO, T.F.1; SILVA-FRADE, C.3**; FERRARI, H.F.3; LUVIZOTTO, M.C.R. 3; CARDOSO, T.C.3 1Universidade Estadual Paulista, Curso de Medicina Veterinária, Laboratório de Virologia Animal, Rua Clóvis Pestana, 793, CEP 16050-680, Araçatuba, SP, Brasil. E-mail: [email protected] 2Instituto Biológico, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Sanidade Animal, São Paulo, SP, Brasil. 3Universidade Estadual Paulista, Curso de Medicina Veterinária, Laboratório de Patologia Animal, Araçatuba, SP, Brasil. Comparison between two DNA extraction methodologies for molecular diagnosis of Bovine Herpesvirus type 5 (BoHV-5) in decomposed clinical samples. O Brasil é considerado produtor de cerca de 14 milhões de toneladas/ano de carne (bovina, frango e suína), gerando uma receita de 2,4 bilhões de dólares/ano em produtos “in natura” e seus derivados. O mercado dos países da América do Sul – denominado MERCOSUL, com a força da sua cadeia produtiva de alimentos, tem alcançado altos índices nas taxas de exportação. Nesse sentido, controle das enfermidades infecciosas dos rebanhos brasileiros é uma prática fundamental para garantir produtos de origem animal em bom estado sanitário, melhorando as relações com os mercados externos. O BoHV-5 é o agente infeccioso membro da família Herpesviridae, sub-família Alphaherpesviridae, responsável pela meningoencefalite não supurativa em animais jovens e acarreta significantes perdas econômicas no gado de corte no Brasil e por todo o mundo. Para o diagnóstico direto do BoHV-5 em amostras clínicas, a técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR) e isolamento viral em células MDBK (Madin Darby Bovine Kidney cell), são as mais empregadas. Diversos trabalhos reportam a dificuldade de extrair ácidos nucléicos de amostras de campo em decomposição, em decorrência da rápida degeneração tecidual o qual está sujeito o tecido nervoso. Nesse sentido, o objetivo da presente investigação foi comparar dois métodos: 1) PureLinkÔ viral DNA/RNA extraction e 2) DNAzol em 75 amostras clínicas coletadas dos Estados de Mato Grosso, Bahia, São Paulo, Tocantins e Mato Grosso do Sul, de surtos de meningoencefalite não supurativa , todos negativos para a infecção pelo vírus rábico. O método de extração 1 produziu quantidade de DNA com melhor integridade (≥ 1,0) avaliada pela espectrofotometria, quando comparado aos resultados do método 2. O test t Student (p > 0.0001). Foi empregado para comparar o número de positivos para BoHV-5 pelo método de PCR usando o gene da glicoproteína-C como alvo. Das 75 amostras estudadas, 70 foram positivas para amplificação da glicoproteína-C com o DNA viral extraído pelo método 1, e 60 para o método 2. A desvantagem do método 2 é a grande proporção de nucleoproteínas observadas na espectrofotometria (≥ 0,9) e no gel de agarose 1%, o que provavelmente interfere nas reações enzimáticas. Além de apresentar inferior positividade, o método 2 possui superior facilidade na sua execução, quando comparado ao método da sílica, utilizado por alguns autores. Dessa forma, mesmo em processo acelerado de composição, o que interfere no seu isolamento, o DNA do BoHV-5 pode ser amplificado com segurança com auxílio de métodos não enzimáticos como o PureLinkÔ viral DNA/RNA extraction. *Bolsa FAPESP (2008/11571-0) e auxílio pesquisa FAPESP (2008/03802-2). **Aluna de Pós-graduação em Ciência Animal, UNESP-Araçatuba. Biológico, São Paulo, v.71, n.2, p.19-51, 2009