Distribuição de Galáxias As galáxias se agrupam em grupos de aproximadamente 1Mpc, aglomerados de vários Mpc e superaglomerados de mais de 50Mpc. A massa destes aglomerados é de 1015-1016 massas solares (ou seja, possui entre 1013-1016 estrelas). A existência destes aglomerados se deve a gravitação, e reflete a estrutura inicial do universo (Vide cosmologia). O grupo Local é o grupo o qual nossa galáxia pertence. Como membros possui as galáxias satélites da Via-Láctea, que são as nuvens de Magalhães, além de várias galáxias esferas anãs. Há também Andrômeda e suas galáxias satélites. A extensão do grupo local é de 1Mpc. É importante saber que dentro do grupo local as galáxias apresentam velocidades peculiares, principalmente devido a interação gravitacional entre Andrômeda e a Via-Láctea. No futuro (bilhões de anos), estas galáxias colidirão. E o grupo Local faz parte do Superaglomerado Local, composto por cerca de 50 aglomerados e grupos. Este é centrado no aglomerado de galáxias de Virgo, o qual dista 15Mpc. As dimensões do Superaglomerado são 40x10Mpc, com uma massa de 1015MS. Como o aglomerado de Virgo apresenta uma massa muito maior que dos outros aglomerados próximos, é possível observar uma velocidade peculiar destes aglomerados, inclusive o grupo local, na direção de Virgo, sobrepondose à velocidade global de expansão do Universo. O aglomerado de Virgo possui cerca de 2500 galáxias, enquanto o grupo Local apresenta cerca de 20. George Abell foi responsável pela classificação dos aglomerados em regulares e irregulares. Os primeiros possuem simetria clara e um centro bem definido. Já os irregulares não apresentam nenhuma simetria óbvia. É comum que os aglomerados regulares apresentam uma abundância de galáxias elípticas em relação a espirais. O oposto ocorre nos irregulares. O estudo dos aglomerados de galáxia por Zwicky, em 1933, levou a um problema ainda mais famoso nos dias de Hoje: a falta de matéria, ou a existência de Matéria Escura. Ao examinar a dinâmica do aglomerado de Coma, Zwicky observou que sua massa deve ser de 100 a 1000 vezes maior do que aquela estimada pelo brilho. Ou seja, ele dever se composto predominantemente de matéria que não emite radiação. (vide aula de cosmologia). Com a observação dos aglomerados em Raios-X, observou-se que havia uma grande emissão desta radiação nas regiões entre as galáxias. Medindo a potência desta radiação, pode-se estimar a massa deste gás intra-aglomerado, que é da mesma ordem da massa do aglomerado, isto é, 50% da massa do aglomerado provêm das estrelas, outros 50% do gás intra-aglomerado superaquecido (hidrogênio, mas com presença de Ferro, Silício, Magnésio, Enxofre, etc). A influência deste sobre a evolução e a dinâmica das galáxias é enorme. Outro ponto importante, observado por Hubble e Humanson, é que as galáxias do tipo E e S0 são comuns em aglomerados de alta densidade, mais quase não aparecem em regiões de baixa densidade. Foi mostrado posteriormente que 70% das galáxias em regiões de baixa densidade são espirais, e apenas 15% nas regiões de alta densidade. Estes fatos são chamados de segregação morfológica. Há claras evidências da existência de superaglomerados, sendo que as estruturas destes são diversas: filamentos (aglomerados alinhados) ou mesmo paredes de aglomerados, com um interior “vazio”. Uma destas “paredes” é chamada de “Grande Muralha”, possuindo 200Mpc de comprimento e 70Mpc de altura. A análise destas grandes estruturas permite estimar a topologia do Universo. A qual pode ser ou de “almôndegas”, isto é, superaglomerados cercados de vazios, ou o oposto, “bolhas”, com vazios cercados pelos superaglomerados. A melhor estimativa é que o Universo seja como uma “esponja”, com filamentos e paredes de galáxias repartindo o espaço “vazio”. Simulação mostrando como deve ser a estrutura do Universo: “esponja” Ao lado: Mapa do grupo local como pode ser visto “de cima”. Abaixo: tabela com as principais propriedades de algumas galáxias do grupo local. Ao lado: Homúnculo – diagrama mostrando a distribuição de galáxias com magnitude maior que 15,5, dentro de uma fatia de 12o no Céu. As coordenadas são velocidade radial (km/s) e ascensão reta. A região mais densa corresponde ao aglomerado de Coma.