G.5.3 - História Social O Capibaribe e seus Engenhos: a evolução espaço-temporal da ocupação da margem direita do baixo curso do rio Capibaribe Ana Paula Costa de Abreu e Melo1, Maria Goretti Cabral2 e Silvânia Gomes de Sá3 1.Urbanista,Orientadora do Clube de História e Geografia do Colégio Militar do Recife-CMR; *[email protected] 2.Professora de Geografia do Colégio Militar do Recife – CMR. 3.Professora de História do Colégio Militar do Recife – CMR. Palavras Chave: Capibaribe, engenhos, várzea. Introdução O Rio Capibaribe nasce no município de Poção, região agreste do estado de Pernambuco. Após de transcorrer 41 municípios, atravessando os terraços e planícies, chega à cidade do Recife, antes de desaguar no Oceano Atlântico, percorrendo 240 quilômetros de extensão. O projeto se debruçou sobre a história da ocupação de um trecho das terras da várzea do Capibaribe mais especificamente, a sua margem direita; visando caracterizar os bairros do entorno do CMR a partir de sua origem comum: engenhos de cana-de-açúcar. Segundo Gilberto Freyre, os casarões das margens do Capibaribe, que hoje têm suas cozinhas e quintais voltados para o rio (virando as costas para ele), foram construídas com suas fachadas para o Capibaribe. O rio constituía-se em elemento de contemplação por sua idílica beleza. Resultados e Discussão O Capibaribe se destaca por sua importância na formação histórico-social-econômica do Estado de Pernambuco e, em especial, para a cidade do Recife, chamada por Josué de Castro de “Cidade anfíbia”. Pois, “o Recife viveu, desde suas origens, sempre atraído por duas seduções opostas: a do vasto mar salpicado de caravelas e a do ondulado mar dos canaviais espalhados nas grandes várzeas. De um lado, pelo azul das águas e de outro pelo verde das canas.” (CASTRO, 2013). Foi na várzea do Capibaribe onde primeiro se consolidou a cultura da cana-de-açúcar no Nordeste, devido ao tipo de solo, o massapê, terra vermelha e fértil, próprio para a agricultura canavieira. No Recife, as terras da várzea do Capibaribe deram origem à primeira freguesia suburbana da província. E foi, justamente neste trecho, a chamada porta do Capibaribe em Recife, que nos debruçamos para pesquisar o passado de engenhos e a evolução espaço-temporal entre os séculos XVII e XXI. O projeto pesquisou a história da ocupação de um trecho das terras da várzea do Capibaribe em sua margem direita, visando caracterizar os bairros do entorno do CMR a partir de sua origem comum: engenhos de cana-deaçúcar. “O rio inventariou a terra firme, repartiu-a em pedaços que as pontes unem numa costura esparsa. As águas do Capibaribe e dos mangues se espraiavam em tantos alagados e várzeas que o Recife precisou ser roubado ao rio e ao mar, por meio de aterros que o tornaram habitável. Os holandeses ocuparam a cidade e sentiram-se em casa nas terras baixas, nomeando-as cidade Maurícia, em homenagem ao conde invasor Maurício de Nassau.”(BRITO,2014) No século XVIII os elementos de permanência na paisagem do Capibaribe eram os engenhos, com suas casas grandes, senzalas e capelas e com seus núcleos populacionais, formando um conjunto ligado pelo rio. A região, no auge da produção canavieira, chegou a abrigar 16 engenhos. Figura 1. Localização dos principais engenhos até meados do século XIX Figura 2. Área de Estudo (Fonte:Google Maps) e sua localização no mapa da Prefeitura Cidade do Recife. Conclusões Com a desativação dos engenhos de açúcar, a região passou por um processo significativo de transformação urbana. Houve o parcelamento das grandes áreas canavieiras em espaços que abrigam vários bairros. Na área de estudo identificou-se a predominância residencial e educacional, principalmente no século XX, com a implantação da Universidade Federal de Pernambuco e do Colégio Militar do Recife. ____________________ BRITO, R. C. de. Roteiro sentimental das cidades-sede da copa de 2014: Recife Disponível em: <http://brasilimperdivel.tur.br/brasil-imperdivel/recife> Acesso em: 12 janeiro 15. FREYRE, G. Guia prático, histórico e sentimental do Recife: Recife, The Propagandist. Rio de Janeiro: José Olympio, 1968. CASTRO, J. de. Ensaio de Geografia Urbana: A cidade do Recife. Recife: Massangana, 2013. 67ª Reunião Anual da SBPC