PADRE MARIANO PINHO Pastor dedicado

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PADRE MARIANO PINHO
Pastor dedicado
Jesus é o Pastor por excelência, como Sacerdote Único e Eterno. Já o
Pai era o Pastor de Israel e esta, o Rebanho do Senhor. O Salmo 22, mostra
bem o amor do Pastor ao seu Povo, por isso o salmista afirma: “O Senhor e
meu Pastor nada me faltará”. E todo a Antigo Testamento está repleto de
textos em que Deus é o Pastor do seu Povo. Pastor zeloso, dedicado,
carinhoso, magnânimo, misericordioso. Jesus, ao falar de Si mesmo afirma que
é o Bom Pastor e que conhece as suas ovelhas, que as ama, que cuida delas,
que veio para dar a vida por elas. Quer que tenham a vida e a tenham em
abundância (Jo 10). A própria parábola da ovelha perdida e do Pastor que com
solicitude e carinho a procura e, quando a encontra faz festa, é o seu autoretrato. Foi assim a sua vida de Pastor procurando publicanos, doentes,
marginais, madalenas ou samaritanas, doentes de toda a espécie. Bom Pastor
que veio à procura da Humanidade perdida e ferida pelo pecado, pela doença.
Cuidou dela com carinho e solicitude, com amor e generosidade.
Ora cada sacerdote, participando do múnus, da função de Cristo
Sacerdote, é ungido e sagrado para ser Pastor do Rebanho. Tem em Jesus o
seu modelo, o modelo magnânimo daquilo a que o Concílio Vaticano II chamou
“a caridade pastoral” exortando todos os sacerdotes a estarem dispostos a dar
a vida pelas ovelhas, à semelhança de Jesus, o Bom Pastor. Este, no seu amor
extremo foi à cruz e à morte, derramou o seu sangue por amor das suas
ovelhas.
O Padre Mariano Pinho entendeu bem a sua missão de Pastor e gastou
a vida por ela. Pastor em muitas dimensões: desde as horas de confessionário,
atendendo e cuidando das ovelhas do Rebanho, desde a direcção espiritual, a
arte em que era exímio, desde a escrita para ajudar as ovelhas a caminhar
para Jesus, desde a solicitude das almas que o Senhor lhe confiava, desde a
maneira como pregava para cativar, para Jesus, as ovelhas que encontrava no
seu caminho, desde os belos artigos do Mensageiro e da Cruzada para que as
ovelhas encontrassem alimento espiritual, etc. etc.
Mas a sua dedicação na vida e na direcção da Beata Alexandrina foi
ainda mais longe, pois exigiu dele o sacrifício das calúnias, das desconfianças,
da obediência heróica, do exílio a que foi “condenado”. Como Pastor, o Padre
Mariano Pinho, subiu o calvário com Jesus, teve uma longa e pesada via-sacra,
foi “crucificado” com o Bom Pastor, para que sua vida fosse alimento, dádiva,
entrega mais plena e mais generosa. Viveu o seu “martírio” por causa das
ovelhas, pelo dom ao rebanho, pelo grande amor a Jesus seu Mestre e Senhor.
Entregou-se devotadamente ao rebanho e, por causa dele, foi “cordeiro
imolado” com Cristo, assumiu a humilhação, o desprezo, a contrariedade, a
calúnia. Herói no dom e na entrega de pastor sempre e de muitos modos.
Sua vida, sobretudo por causa da vida e da direcção espiritual, como pai
e mestre, da Beata Alexandrina, foi imolação que o fez ser “hóstia viva”imolada,
oferecida, em estado de holocausto, com Jesus Crucificado, com Bom Pastor,
com Cordeiro Imolado. Aprendeu a viver como S. Paulo que dizia: estou
crucificado para o mundo, e o mundo está crucificado para mim”. Audacioso,
arguto no modo de intuir o que o amor de Deus lhe ia pedindo, obediente sem
reservas, mesmo quando o mandaram para o exílio, silencioso no sofrimento,
sem queixume ou lamentação, o Padre Mariano Pinho viveu ao jeito do Bom
Pastor e assumiu com audácia a identificação com Jesus.
Ninguém o ouviu queixar-se, revoltar-se, lamentar-se. Ninguém o
encontrava mais triste ou mais calado quando a calúnia lhe bateu à porta ou a
obediência exigiu sacrifico heróico. Deixar de ir a Balasar, deixar de visitar e
acompanhar espiritualmente a Beata, deixar a direcção das revistas que tanto
amava e a que tanto se dedicou, deixar sua família, seus ministérios, sua
Comunidade e partir para o Brasil, deixando atrás de si quem se ria dele e
estava alegre pelo seu desterro, foi acto supremo de imolação com Cristo Bom
Pastor. Importava-lhe servir e amar. Tinha aprendido com seu Fundador e
Mestre, Santo Inácio de Loiola “em tudo amar e servir”. Tinha aprendido com
seu Pai Inácio, que era preciso sofrer com Cristo, ser humilhado com Cristo,
trabalhar com Cristo, sofrer com Cristo sofredor.
O Padre Mariano Pinho entendeu bem que só ganhava perdendo, que
era preciso de ser “grão de trigo” que se imola, com Jesus, para dar a vida.
Bom Pastor ao jeito de Jesus. Deixou um rasto de santidade muito grande. Não
admira que a Beata tenha escrito que Jesus lhe disse que o P. Mariano Pinho
teria um dia as honras dos altares, seria um santo glorificado pela Igreja. Pastor
delicado, atencioso, generoso, sem medo do sofrimento, sem repulsa pela
cruz, sem queixume pelo calvário. Os santos eram dessa têmpera, numa vida
evangélica em pleno, unidos a Jesus, imolados com Ele.
Era muito bom que todos os que vivem em Balasar ou visitam essa terra
em peregrinação, não deixassem de ir ao cemitério rezar junto dos restos
mortais do P. Mariano Pinho, que estão na capela onde estiveram durante anos
os da Beta Alexandrina. Rezar e pedir graças por sua intercessão. O Padre
Mariano nos há-de atender e interceder por nós.
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