o retorno dos brasiguaios e os conflitos identitários no

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A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO
DE 9 A 12 DE OUTUBRO
O RETORNO DOS BRASIGUAIOS E OS CONFLITOS IDENTITÁRIOS
NO ESPAÇO ESCOLAR
SERGIO RICARDO AURÉLIO PINTO1
KARLA ROSÁRIO BRUMES2.
Resumo: O resumo busca compreender os motivos responsáveis pelos conflitos identitários sofridos pelos
brasiguaios em seu retorno do Paraguai a um determinado bairro em Cascavel-PR. Este retorno se justifica pelos
conflitos agrários provocados pela presença de um outro grupo, os "brasileiros no Paraguai", que junto aos
latifundiários paraguaios, realizam investidas sobre as terras dos pequenos e médios produtores agrícolas, tanto
paraguaios, como de brasiguaios. Buscando identificar a gênese destes conflitos identitários, verificamos que se
tratam de situações de alteridades e poder que os brasileiros, ao se sentirem superiores em sua identidade
cultural, estigmatizam os brasiguaios por serem provindos do Paraguai.
Palavras-chaves: Identidade; Poder; Brasiguaio.
Summary: The summary seeks to understand the reasons responsible for indentity conflicts suffered by
brasiguaios on his return from Paraguay to a particular neighborhood in Cascavel-PR. This return is justified by
agrarian conficts caused by the presence of another group, the "Brazilians in Paraguay", which along with the
paraguayan landowners, performing advances over the lands of small and medium agricultural producers, both
paraguayans, as brasiguaios. Seeking to identify the genesis of these identity conflicts, we find that these are
situations otherness and power that brazilians to feel superior in their cultural identity, stgmatize brasiguaios
because they stemmed fron Paraguay.
Keywords: identity; power; brasiguaio.
1- Introdução
Este trabalho é resultado do aprofundamento de um estudo de caso realizado em
2004, intitulado, como Estudo de Caso Nancy, cuja pesquisa revelou situações de conflitos
identitários de brasiguaios em um ambiente escolar, na cidade de Cascavel-PR.
A partir das novas investigações, que se faz possível pelo programa de mestrado de
Geografia, na Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO) pela UNICENTRO,
temos averiguado a Identidade sociocultural e a Territorialidade destes brasiguaios em
migração de retorno para o Bairro Jardim Santa Felicidade em Cascavel.
Para isso, temos analisado entrevistas e depoimentos destes sujeitos, verificando os
motivos que tem gerado seu retorno ao Brasil, bem como, a forma que estes tem sido
recebidos e as expectativas que os mesmos planejam para o futuro.
Além de entrevistas, temos realizado analises de discursos presentes nos livros
didáticos e nos meios de comunicação, a fim de identificarmos a origem dos discursos de
1
Acadêmico do Programa de Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu. Mestrado em Geografia. UNICENTRO.
E-mail: [email protected].
2
Docente adjunta do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu. Mestrado em Geografia. UNICENTRO. E-mail:
[email protected].
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superioridade presentes na identidade dos brasileiros, contra o Paraguai e aqueles que de lá
descendem.
2 - Desenvolvimento
BRASIGUAIOS: OS FILHOS DEGRADADOS
A partir de Saquet (2007; 2013), Haesbaert (1997; 2001; 2002; 2004; 2013),
compreendemos que os Territórios3 Identitários são resultantes de relações sociais que
envolvem processos Pluridimensional, ou Multidimensional, Multiescalar e Transtemporal.
Destarte a isso, percebemos que a Territorialidade que procuramos investigar, é consequente
de um processo histórico e social, dinâmico, contínuo e relacional.
Não temos a intenção de fazer um debate aprofundado sobre as dimensões do
Território e nem fazer um debate entorno do Território. Assumimos a perspectiva culturalista
de Haesbaert (1997; 2001) e, neste sentido, acreditamos que a Territorialidade forma uma
Identidade Territorial, em consequência das relações sociais, culturais, também políticas e
econômicas, mas são as duas primeiras dimensões que acreditamos ser formada a
Territorialidade e a Identidade Territorial dos brasiguaios. Uma dimensão material e imaterial,
objetiva e subjetiva.
Para Haesbaert (2001; 2002; 2004;) o Território, a Territorialidade nunca deixa de
existir. Quando um Território, uma Territorialidade é Desterritorializada, por algum processo,
surge uma nova Territorialidade, uma Reterritorialização. Deste modo, o Território, a
Territorialidade e a Identidade são constantemente refeitos. São processuais4.
Para contextualizarmos, analisarmos e identificarmos estes processos inerentes à esta
Territorialidade, temos analisado as histórias de vidas destes sujeitos e, assim, traçamos os
dados que precisamos para entendermos em que dimensões os brasiguaios estão expostos.
Ao selecionarmos nossa base teórica, temos certificados de que esta Territorialidade e
esta Identidade Territorial, resulta-se de todas dimensões e relações de poder e, aqui
procuraremos expô-las. Em Zaar (2001), Albuquerque (2005), Ferrari (2009), Zamberlan et.
3
Não temos a intenção de fazer um debate aprofundado sobre as dimensões do Território e nem fazer um debate
entorno do Território. Assumimos a perspectiva culturalista de Haesbaert (2004) e, neste sentido, acreditamos
que a Territorialidade legitima uma Identidade Territorial,consequência das relações sociais, culturais, também
políticas e econômicas, mas são as duas primeiras dimensões que acreditamos formar a Territorialidade e a
Identidade Territorial dos brasiguaios. Uma dimensão material e imaterial, objetiva e subjetiva.
4
Consideramos ainda, que estes elementos formadores desta Territorialidade, ou seja, dos brasiguaios no Bairro
Jardim Santa Felicidade, em Cascavel, sejam resultantes de processos materiais, imateriais e das múltiplas
dimensões que envolvem as relações de poder, isto é, políticos, econômicos, sociais e culturais
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al (2010), Fiorentin (2010), Fabrini (2012), Colognese (2012), Souza (2013) Baller (2014)
nos deram condições de fazermos algumas destas apreensões.
Nestes autores evidenciamos uma decorrência de fatos que nos mostra, que,
primeiramente, muitos brasileiros foram motivados a migrarem para o Paraguai, como forma
de resolver os problemas que a modernização da economia agrícola e de infra-estrutura
brasileira provocaram no campo, principalmente na década de 1970.
Em Zaar (2001), Albuquerque (2005), Zamberlan et. al (2010), Fabrini (2012),
Colognese (2012), Riquelme (2013) e Baller (2014) este movimento emigratório de
brasileiros para o Paraguai atendeu interesses de ambos os países 5. Deste modo, o Brasil
resolvia seu problema, destinando os desapropriados pelo avanço do capital agrícola no
Brasil, bem como, pela construção da usina de Itaipu. Já, o Paraguai,
absorvia estes
emigrantes, idealizando a modernização agrícola de seu país, principalmente, na fronteira
Leste, onde era ocupada por imensas áreas naturais, sobre solo fértil e com grupos indígenas e
famílias de camponeses paraguaios.
Em Albuquerque (2005), Zamberlan et. al (2010), Souza (2013) e Baller (2014),
vemos que, em princípio a "Marcha al Este", tinha a intenção de assentar pessoas provindas
de lugares de alta densidade, mas que em 1963 o Estatuto Agrário do Paraguai, foi
remodelado, permitindo a venda para estrangeiros. É importante destacarmos, que, conforme
Albuquerque (2005), Costa (2009), Zamberlan et. al (2010), Colognese (2012), Souza (2013)
e Baller (2014) já havia presença de camponeses brasileiros que tinham cruzado a fronteira
desde a década de 1950 e que, agora, tantos estes brasileiros, na grande maioria descendentes
de mineiros e nordestinos, como os camponeses paraguaios eram desapropriados pela força da
desapropriação do Institudo Bienestar Rural (IBR)6.
Para estes autores, o governo militar Alfredo Stroessner recebeu apoio dos Estados
Unidos na organização e nas formas de atuação que este órgão estatal agia, em parceria com
as Forças Armadas paraguaia.
Conforme estes autores, além do governo paraguaio ter
5
Para Zaar (2001), Sprandel (1992), Marques (2009), Fiorentin (2010) e Souza (2013), esta emigração ao país
vizinho, foi, na verdade, resultado de acordos bilaterais entre ambos os países, pois se beneficiariam
6
Conforme Gonçalves (2013) desde 2004 o IBR, foi substituído pelo Instituto Nacional de Desarrollo y de la
Tierra (INDERT), Ley Nº 2.419/2004.
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favorecido militares e políticos paraguaios, também, beneficiou grupos de empresários e
latifundiários estrangeiros7, em prejuízo à população indígena e camponesa paraguaia.
Albuquerque (2005), Souza (2013) e Baller (2014) nos mostram, que muitos
brasileiros adquiriam propriedades do IBR, sem saberem que as documentações destes títulos
eram falsos e, muitas vezes, tinham que pagar mais de um vez pela posse da terra. As vendas
de propriedades à pequenos e médios produtores agrícolas brasileiros continuou atraindo
brasileiros e, em seguida, ainda no governo Strossner, já com a terra preparada e valorizada,
muitos camponeses paraguaios e brasileiros foram desapropriados sobre forte violência, tendo
suas terras revendidas à latifundiários brasileiros.
É neste processo que, conforme Ferrari (2009), Fiorentin (2010), Fabrini (2012),
Souza (2013) e Baller (2014), se justifica a presença de dois grupos antagônicos no Paraguai
e, que para muitos, se tratam de um só. O que muitos consideram como sendo "brasiguaios"
é, na verdade, dois grupos distintos: os "brasiguaios", pequenos e médios produtores
agrícolas, camponeses produtores de agricultura de subsistência e comercial, livre de
transgênicos; "brasileiros no Paraguai", grandes empresários e latifundiários, monocultores
de culturas agrícolas transgênicas, que usam em grande quantidade aditivos químicos em suas
lavouras e que, muitas vezes, nem residem no país, apenas estão em época de safra e de
comércio.
Colognese (2012) mostra que os brasiguaios são culpados por usarem agrotóxicos e de
causarem impactos ambientais, de não se importarem com o meio ambiente e a população do
Paraguai, por isso, são considerados como invasores, reforçando um sentimento de aversão
pela memória da Guerra do Paraguai. No entanto, como estamos vendo por meio de Ferrari
(2009),
Fiorentin (2010), Fabrini (2012), Souza (2013) e Baller (2014), os verdadeiros
responsáveis por tais problemas, não são os brasiguaios, mas, sim, os brasileiros no Paraguai,
que conta com o apoio dos latifundiários paraguaios e das grandes empresas agrícolas
transnacionais, como a Monsanto, Bunge, Cargill e outras.
Outra situação que estes autores nos adverte é a respeito do que os brasileiros no
Paraguai, junto com os latifundiários paraguaios e empresários agrícolas, instigam ações
populares para culpabelizarem os brasiguaios, criando um clima de insegurança e de
instabilidade. Unido a isso, as Ligas Campesinas, movimentos organizados por camponeses
7
Entre estes estrangeiros, haviam nacionalidades inglesas, francesas, norte-americanas, alemãs, brasileiras e
outras.
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paraguaios que perderam suas propriedades pelo IBR e indígenas, passam a reivindicar as
suas antigas propriedades.
Nestes autores vemos, que os grandes proprietários conseguem o apoio do governo
paraguaio, porém, os pequenos e médios, ou seja, os brasiguaios 8, ameaçados pela violência,
retornam ao Brasil, ingressando no MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terras),
como o caso da família Mikalzenzen9. Além dos assentamentos, outro destino são as áreas
urbanas, como o Bairro Jardim Santa Felicidade, onde procuram afirmarem-se.).
Portanto, consideramos que o retorno dos brasiguaios10, Em face de que nos
apropriamos em Sprandel (1992), Zaar (2001), Albuquerque (2005), Marques (2009), Ferrari
(2009), Zamberlan et. al (2010), Fiorentin (2010), Fabrini (2012), Colognese (2012), e
Souza (2013), Riquelme (2013) e Baller (2014) consideramos que, desde o princípio, a vida
social que os brasiguaios estão inseridos, está definitivamente relacionado a diferentes
campos de poder, multidimensionais, multiescalares e transtemporais.
As relações de poder, abrangem multidimensões: a) Primeiro momento: A partir de
1970 intensificam as migrações de brasileiros para o Paraguai. Vemos aqui a dimensão
Política e, ao mesmo tempo, Econômica: pelas forças de poder do aparelho do Estado
brasileiro, que os expulsa para o Paraguai, mediante aos interesses do avanço da
modernização e do aumento da produção do capital agrícola; b) Segundo momento: Ainda no
século XX, os chamados brasiguaios retornam. Vemos aqui a dimensão Econômica, de
grupos de latifundiários paraguaios e os chamados brasileiros no Paraguai, bem como, de
empresários agrícolas, com o intuito de concentrarem terras e capital agrícola. Unido à
dimensão Econômica, está a Política, pois há omissão do Estado paraguaio em resolver a
situação e a participação de parlamentares paraguaios;
Vemos nestas dimensões a presença de atores político-econômicos, os quais são os
motivadores: a) da desapropriação dos camponeses paraguaios, indígenas paraguaios e,
posteriormente, brasiguaios; b) da extensão do latifúndio monocultor, com a adoção de
técnicas modernas de agronegócio; com técnicas modernas
agromonocultor; c) pelas
desigualdades sociais, instabilidade, insegurança e conflitos sociais no espaço rural paraguaio.
8
Alguns preferem permanecer no Paraguai, integrados em movimentos sociais e, ainda, tornam-se trabalhadores
em diferentes funções nas áreas urbanas ou rural do Paraguai.
9
Estão assentados no pré-assentamento de São João, cuja área, parte pertence a Família Rimafra e, a outra, ao
Estado, no distrito de São João do Oeste em Cascavel.
10
Os que retornam não são os membros da primeira geração que se destinaram ao Paraguai e, sim, aqueles que
nasceram no país, inclusive há casos de uniões familiares de brasileiros com paraguaios.
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Em todos os casos, como já explicamos, identificamos as multidimensionais, que, são
os responsáveis pela sua Desterritorialização, Reterritorialização e na formação de uma nova
Territorialidade. Quando estes imigrantes retornam, ao país redimensionam suas experiências
de vida e os elementos sociais e culturais11vivenciados
e incorporados no Paraguai e,
portanto, o passado e o presente se mesclam, se fundem e reconfiguram.
As lembranças vividas, as imagens das paisagens, a relação com a natureza, as
histórias de vida, as tradições e costumes incorporados, o folclore e a cultura apreendida, a
língua e a escolaridade assimilada, os seus mitos, seus heróis, seus elementos da fé, do
sagrado, direcionam suas lembranças, suas emoções, seus sentimentos, seus sentidos e seus
significados.
As amizades, os romances, as festas, os bailes ouvindo guaranias ou polcas 12, as rezas,
as procissões, as experiências da infância, a torcida pelo clube de futebol Olímpia, ou Cerro13,
a santa de Caacupé14, o mito do Pompero15, o dia de Los niños16, os sabores da terra, como o
Pomelo17, a culinária, como a sopa paraguaia18, os artesanatos, como Ñaduti e Filigrana19,
enfim, todas as lembranças são guardadas na memória. Todas as experiências são
internalizadas através de reações psicossociais, da interação socioespacial, sociocultural,
sociopsicológicos20. É, então, um processo Multiescalar e Transtemporal.
As interações socioculturais vividas, são internalizadas e, nelas, são projetadas
afetividades de quem experimentou, provou e sentiu. As emoções se mesclam com percas e
11
Em Corrêa e Rosendhal (2008) vemos que as práticas sociais e culturais são constituídas de materialidades e
imaterialidades, na qual produziram e reproduziram constantemente referências de afetivas, emocionais e
cognitivos reproduzindo valores de pertencimento.
12
Estilo musical do Paraguai, com instrumentos de cordas, entre elas a harpa, símbolo paraguaio.
13
Clubes de futebol paraguaio. Olímpia fundado em 1902, com 8 prêmios mundiais. Cerro Porteño, fundando
em 1912, com 7 prêmio mundiais.
14
Também chamada de Madrezita ou Virgenzita. Figura sagrada da fé católica paraguaia, onde acreditam sem a
mãe de Jesus em aparição em 1600 a um índio de origem guarani.
15
Mito do folclore paraguaio, um tipo de duende guarani, que protege a natureza.
16
No dia 16 de agosto se comemora o dia de Los Niños, ou dia da Batalla de Acosta Ñu para nós dias das
crianças, mas que seu significado relembra uma das batalhas mais sangrentas da Guerra do Paraguai, que Conde
D'Eu, ordenou a matança de soldados feito crianças, mesmo já dominados e rendidos.
17
Uma espécie de laranja, que se faz um refrigerante paraguaio.
18
Parecido com a polenta, porém mais consistente e com outros ingredientes atribuídos, junto a farinha de milho.
19
Ñadutí, artesanato endêmico, feitos com linhas em tela, com formas geométricas e zoomórficos da natureza
paraguaia. Filigrana, técnica grego-romana trazida pelos espanhóis de produzir jóias, que no Paraguai,
incorporaram elementos do ñadutí.
20
Em Vigotsky (2001; 2008) vemos que a interação psicossocial é um comportamento do ser humano,
consequente da condição biológica e dos processos sociais durante a formação do indivíduo, não de forma
passiva, mas, sim, realiza conexões com o mundo seu redor conexões, assimilando, internalizando suas
experiências socioculturais. Os acontecimentos do mundo ao seu redor, as relações sociais e os fatos contribuem
para a formação da identidade social.
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conquistas, com boas e más lembranças. Nada é deixado para traz e novas interações culturais
e sociais são realizadas, por isso, se em primeiro momento, no Brasil, tinham suas atribuições
simbólicas culturais, estas se somaram com a assimilação e a interação sociocultural no tempo
em que viveram no Paraguai e, agora, ao retornarem, outro momento, redimensionam as
lembranças, a memória e reconfiguram uma nova Identidade, com novas assimilações e
interações21.
O Território, a Territorialidade e a Identidade, na perspectiva culturalista, são
fenômenos que sobrepõem as dimensões, as escalas de lugares, ao tempo vivido, material e
imaterial, por isso, como Haesbaert (1997; 2001; 2002; 2004; 2007; 2013) e Saquet (2007;
2013) afirmam, são Multidimensional, Multiescalar e Transtemporal.
Avançando a discussão, retomamos ao ponto de partida desta pesquisa: o Estudo de
Caso Nancy. Temos percebido que os dados alcançados nesta pesquisa, ainda se constituem,
pois, no momento em que estes sujeitos, os brasiguaios, retornam ao Brasil, encontram uma
situação diferente que acreditariam serem tratados, isto é, encontram situações de alteridade
no enfrentamento de conflitos, de indiferença, de assédio moral, de violência psicológica e
física, de injustiças, de preconceito, de bullying e de estigmas.
Verificamos, ainda, que estas relações hostis enfrentadas pelos educandos no interior
do colégio, na verdade, extrapolam para além da escola. Temos verificado, relatos de pessoas,
de todas faixas etárias, que sofrem estes tipos de atitudes no convívio social, seja no ambiente
do trabalho, nas relações de amigos, com os vizinhos, etc. Neste sentido, uma vez que
compreendemos a natureza da alteridade enfrentada pelos brasiguaios, procuramos saber qual
seria a justificativa destas atitudes promovidas pelos brasileiros e temos verificado que se
trata da procedência destes sujeitos, isto é, por terem vindo do Paraguai. A partir daí, temos
investigado qual é a gênese destes sentimentos de preconceito e de superioridade presentes na
identidade do brasileiro contra o Paraguai e àqueles que de lá procedem, sejam eles
paraguaios, ou brasiguaios22.
Castells (1999) e Berger e Luckmann (1985) nos cientificamos que assumimos as
referências que nos são transmitidas pelos diferentes grupos,
instituições,
veículos de
comunicação, pelo Estado, etc. Estas referências, são portadoras de interesses, objetivos e de
21
Para Gomes (2005), estas experiências estão relacionadas ao espaço vivido.
Temos procurado compreender estes conflitos a partir dos estudos realizados por Bhabha (1998),Giddens
(2002), Goffman (2004), Bauman (2005), Elias (2005), Fante (2005), Hall (2006 e 2011).
22
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representações, construídos historicamente para efetivar os papéis definidos, regularizados,
legitimados, que os sujeitos devem assumir em sua identidade coletiva.
Destarte a isso, compreendemos que nossos comportamentos sociais, nosso modo de
agir, pensar, julgar são resultados destes processos de legitimadores e, então, a partir disso,
tentamos correlacionar com o modo que os brasileiros agem contra a presença dos brasiguaios
e, temos descoberto, que a identidade nacional do brasileiro, foi construía mediante ao
processo da formação do Estado-Nacional, cujo momento, o país travou um conflito com o
Paraguai23. Percebemos que este conflito, não foi apenas bélico, mas sim ideológico por meio
de discursos recomendados pelo Império brasileiro e que permanecem ainda no imaginário do
brasileiro.
23
Também reconhecida como Guerra Grande ou Guerra da Tríplice Aliança, entre 1864 a 1870, que contou com
a participação do Brasil, Argentina e Uruguai contra o a Paraguai. Considerado por vários historiadores, como o
maior conflito latino americano e o mais sangrento da América. Entre eles Pomer (1984), Salles (1990),
Chiavenato (2000), Alambert (2000), Doratioto (2002), Vas (2011),Viaana et. al (2012), Arantes (2013). A
versão recomenda, "Tradicional" da pelo Império brasileiro, que ainda permanece na memória e na cultura
popular brasileira, apresenta uma versão distorcia dos fatos em favor do Brasil. Todos os demais historiadores
acima citados, apresentam críticas para esta versão, que foi contestada em 1960 pela versão"Revisionista" ,
principalmente por Chiavenato. Este autor contesta esta primeira versão, inundadas de discursos ideológicos em
favorecimento ao Brasil. A narrativa deste conflito sul americano, alega que o Brasil teria sido invadido pelo
Paraguai nas fronteiras do, que hoje é o Mato Grosso do Sul e Paraná. Além disso, este país teria sequestrado o
navio Marques de Olinda e, então, por estes fatos, a Guarda Nacional, com o apoio da Argentina e Uruguai,
formaram a Tríplice Aliança para protegerem as ameaças fronteiriças com o Paraguai. As forças aliadas teriam
travado inúmeras batalhas, contra o Paraguai, o qual é apresentado com vários juízos de valor negativo,
principalmente a figura de Solano Lopez , apresentado como sendo um vilão, tirano e carrasco. Sua esposa,
Madame Linchy, foi apresentada como uma antiga cortesã e o país, com a economia atrasada, uma ditadura que
ameaçava os direitos civis, de gente inculta e incivilizada, de cultura inferior e outras depreciações. Chiavenato,
se compromete em apresentar os fatos omitidos e deturpados pelo Brasil, na qual justifica que a guerra só teria
acontecido sobre recomendação britânica, devido a ameaça da crescente economia e ciência da nação paraguaia.
Diferente da primeira versão, o Paraguai é mostrado como sendo um país democrático, sem analfabetos, com
programas sociais e de desenvolvimento para todas as classes. Um país de economia estável, com
industrialização avançada, independente da Inglaterra, principalmente na metalurgia siderúrgica, na indústria
férrea, naval e de comunicação. Dique de Caxias e, principalmente o cunhado de D. Pedro II, Conde D'Eu tem
suas histórias revisadas, na qual este último é denunciado por ter cometido crimes de guerras contra as cidades,
onde muitas foram destruídas, de ter profanado lugares sagrados, incendiado hospitais, escolas e asilos, de ter
cometido estupros, chacinas e genocídios contra os civis, com a instalação de campos de concentração sobre
trabalho forçado, pelo uso de violência contra os próprios soldados brasileiros, principalmente contra os d e
origem africana. O Brasil é culpado por ter violado inúmeros acordos do Tratado da Tríplice Aliança, dá maior
notoriedade a participação das mulheres na guerra e faz uma revisão sobre os "Voluntários da Pátria". Em 1990 a
versão "Mediadora", por Doratioto e Salles, traz algumas críticas e contestações à Chiavenato, que, segundo
eles, teria sido influenciado pela ideológica do momento histórico que vivia, ou seja, com ideais socialistas e,
por isso, teria acusado a participação da Inglaterra, um país de economia hegemônica, ameaçada pelo
crescimento do Paraguai. Para eles os motivos dos conflitos sempre foram territoriais, no qual o Paraguai
necessitava de acesso ao rio del Plata, que na época era o principal escoador. Ambos concordam com os crimes
de guerra cometidos pelos países aliados, em especial pelo Brasil. Atualmente, outros historiadores tem
novamente apontado a participação da Inglaterra, por terem encontrado correspondências que evidenciam o
apoio da Inglaterra.
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Tais discursos foram reutilizados durante os primeiros anos de República e, também,
no período militar brasileiro, no qual as historiografias de guerras e figuras militares eram
representadas com exaltação. Vemos neste contexto histórico, que o aparelho do Estado
utilizou estes discursos através de uso de ideologias, como forma de poder simbólico24 para
determinar a identidade nacional e obter controle, do Território e de seus civis.
Sobre isso, vemos em Saquet (2007), temos: O desvendamento das relações de
poder e da ideologia se faz fundamental porque, nesta, age-se na orientação e
constituição do eu, do indivíduo, integrando-o à dinâmica socioespacial através das
mais distintas atividades da vida em sociedade. A ideologia molda comportamentos
e atitudes, condiciona normas e vice-versa. (SAQUET, pp. 32-33, 2007).
Neste sentido, vemos em Alembert (2000), Vas (2011), Araújo (2012), Zdebisk
(2014) e Aurélio Pinto que estes discursos, sejam nas historiografias de guerras, nas obras
literárias como de Machado de Assis, ou nas pinturas de Victor Meirelles e Pedro Américo,
houve um forte uso de elementos simbólicos, subjetivos em favorecimento do Brasil,
representado como herói, bom, , destemido, soberano, puro, digno, audaz, civilizado,
moderno, educado, cordial, generoso, condolente em superioridade ao Paraguai, retratado
como o oposto, incivilizado, cruel, tirano, arrogante, impuro, desonrado, de má índole,
traidor, falso, maldoso, sem pudor, sem caráter, enfim, inferior25.
Além das pinturas, dos romances, da historiografia, as histórias orais, há inúmeras
espaços públicas, praças, avenidas, ruas, cidades, escolas, com nomes dos que protagonizaram
os herói brasileiros, ou com bustos, ou como patronos, ou com datas civis de comemoração no
calendário nacional.
Compreendemos que, como nos adverte Corrêa (2005) que estes monumentos, são
formas subjetivas, que representam materialmente e subjetivamente o controle e o poder que
simboligicamente representam. Seja em Corrêa (2005), Berger e Luckmann (1985), Bourdieu
(1989), Marc Augé (1994), Castells (1999), Vigotsky (2001), Kuper (2002) e Woodward
(2011), Bonneimaison (2002) compreendemos os símbolos, representam ideologias,
24
Berger e Luckmann (1985), Marc Augé (1994), Castells (1999), Vigotsky (2001), Kuper (2002) e Woodward
(2011), Bourdieu (1989) nos ajudam compreender como o uso dos discursos, das ideologias são utilizados como
forma de poder simbólico para se obter controle na formação de uma identidade coletiva, regularizadora,
legitimadora, nacional.
25
Nestas inserções e análises que trazemos, acreditamos que os brasileiros, tem em sua identidade nacional, a
"brasilidade", uma visão de superioridade em relação ao Paraguai e a tudo de lá procedem. Isto é reforçado pelo
senso que se cria em virtude dos produtos que as pessoas consomem de procedência paraguaia e, que a
compreensão de falsificação, ou de não prestar, é projetado para aquelas pessoas, cultura e país.No momento,
estamos analisando discursos reproduzidos na mídia, que evidenciem estes preconceitos e se somam na
identidade brasileira contra os paraguaios e brasiguaios
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significações e que servem de controle para aqueles que os institui. Tais significações são
internalizadas como verdades, como incontestáveis e compreendidas como campo de coesão
para regulamentação de comportamentos.
Portanto, o conflitos identitários entre brasileiros e os brasiguaios, estão relacionados a
este contexto, no qual, seja a cultura, os paraguaios ou os brasiguaios, são considerados com
juízos de valor negativos, em resultado das estratégias de poder do Estado brasileiro em
definir uma identidade nacional, baseada em uma cultura idealizada normatizadora e, assim,
legitimar seu controle.
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