Electromiografia no Diagnóstico de Doenças do Sistema Nervoso Periférico O Sistema Nervoso Periférico Circuito Cérebro-Músculo O sistema nervoso periférico é a parte do sistema nervoso que se encontra fora do sistema nervoso central (SNC). 1.Os receptores sensitivos da pele detectam as sensações e transmitem um sinal ao cérebro. 2. O sinal é transmitido ao longo de um nervo sensitivo até a medula espinhal. 3. Uma sinapse na medula espinhal conecta o nervo sensitivo a um nervo da medula espinhal. 4. O nervo cruza para o lado oposto da medula espinhal. 5. O sinal é transmitido e ascende pela medula espinhal. 6. Uma sinapse no tálamo leva a medula espinhal a transmitir o sinal até o córtex sensitivo. 7. O córtex sensitivo detecta o sinal e faz com que o córtex motor gere um sinal de movimento. 8. O nervo que transmite o sinal cruza para o outro lado, na base do cérebro. 9. O sinal é transmitido para baixo pela medula espinhal. 10. Uma sinapse conecta a medula espinhal a um nervo motor. 11. O sinal prossegue ao longo do nervo motor. 12. O sinal atinge a placa motora, onde ele estimula o movimento muscular. Constituição Nervos Cranianos Nervos Raquidianos Gânglios Nervosos 12 Pares 31 Pares (partem da base do encéfalo) (partem ao longo da medula) (Conjunto de corpos celulares dos neurónios) Divide-se em: Autónomo Sensorial-Motor Simpático e Parasimpático Estimulação muscular e capacidade sensitiva O Nervo Nervos Feixes de axónios Prolongamentos dos corpos celulares dos neurónios Envolvidos pelas células de Schwann Formam muitas camadas, de um isolante gorduroso, denominadas bainha de mielina Aumenta a velocidade de condução dos impulsos eléctricos possibilitando uma comunicação eficaz e com perdas reduzidas de sinal Circuito de Estimulação Nervosa Neurónio eferente e aferente Doenças do Sistema Nervoso Periférico A disfunção dos nervos periféricos pode ser devida a lesões das fibras nervosos, do corpo da célula nervosa, das células de Schwann ou da bainha de mielina. Estas vão em geral diminuir ou mesmo interromper a capacidade de condução das fibras nervosas, por degeneração das propriedades das mesmas. Distúrbios dos Plexos Alterações da estimulação dos músculos Neuropatia Periférica Disfunção resultante da lesão dos nervos periféricos. Um plexo distribui os nervos de forma semelhante ao que faz um quadro eléctrico que distribui os cabos eléctricos a diferentes partes da casa. A via nervosa do cérebro aos músculos é complexa e uma disfunção em qualquer ponto ao longo desse trajecto pode acarretar problemas musculares e do movimento. Mesmo sendo o músculo normal, sem uma estimulação adequada dos nervos, o músculo… Alterar a sensibilidade, a actividade muscular ou a função dos órgãos internos. Quando acontecem lesões vão ocorrer problemas nos membros que são enervados por estes, afectando-se a capacidade de condução quer de sinais sensitivos, quer de sinais motores. enfraquece Quanto ao número de nervos lesados podem ser: Frequentemente, a lesão de um plexo é devida a uma reacção auto-imune, mas em geral deve-se a uma lesão física ou por um cancro. atrofia pode paralisar por completo As patologias separam-se: Mononeuropatias (um único nervo) Polineuropatias (vários nervos) Paralisia do nervo ulnar; Paralisia do nervo radial; Paralisia do nervo fibular; Síndrome do Túnel do Carpo; •Síndrome de Guillain-Barré; •Lesão Nervosa por acção de Tóxinas (p.e. difteria); Distúrbios da Estimulação Muscular (disfunção nervosa): • Esclerose lateral amiotrófica (doença de Lou Gehrig); •Atrofia Muscular Progressiva; •Paralisia Bulbar progressiva; •Esclerose Lateral Primária; •Paralisia Pseudobulbar Progressiva; Distúrbios da Junção Neuromuscular: •Miastenia Grave (doença auto-imune); •Síndrome de Eaton-Lambert (doença auto-imune); •Botulismo (acção de substância Tóxica) Unidade Motora Está definida como um neurónio motor e todas as fibras musculares enervadas por este. O Diagnóstico com recurso à Electromiografia As doenças em cima descritas apresentam sintomas muito idênticos, apenas variando essencialmente nas etiologias e localizações. Estes correspondem normalmente a alterações musculares, como espasmos, fraqueza, paralesia e atrofia muscular. Ocorre, em algumas patologias, perturbações ao nível do sistema simpático e parasimpático. Diagnóstico Aquisição de sinal EMG Superficial – Menos especifico Diverso e pouco objectivo Electromiografia EMG com Eléctrodo Interno Depende maioritariamente da Interpretação dos Sintomas e… Captação de actividade de Unidades Motoras específicas … do estudo da transmissão nervosa com a electromiografia Aquisição de vários sinais para obter panorama do músculo Avalia e grava propriedades fisiológicas dós músculos em descanso e contracção. Detecta o potencial eléctrico gerado pelas células musculares quando são estimuladas a se contraírem. Electromiógrafo Electromiograma Estudo em…. Velocidade de condução Acção do sinal ao nível dos órgãos efectores …repouso …contracção muscular Tratamento do Sinal Rectificação de Onda Completa Sinal em Bruto Filtragem Gráfico com variações positivas Integração do Sinal Apenas Frequências típicas do EMG (20 a 200 Hz) Amplificação com rejeição de modo comum Cálculo da Energia 1mV Sinal amplificado sem Interferências Electromagnéticas x1V Análise dos Resultados da Electromiografia Resultados Normais • Ligeira actividade eléctrica inicial, após inserção da agulha; • Nenhuma actividade eléctrica com o músculo em repouso; • Surgimento de um primeiro potencial de acção com o inicio da contracção muscular; • Potenciais de acção desordenados de várias amplitudes e frequências devido ao recrutamento de fibras de unidades motoras adjacentes. Resultados Patológicos As características do EMG que, na maioria dos casos, definem uma neuropatia (fibras nervosas) são: A amplitude do potencial de acção é duas vezes maior devido ao aumento do número de fibras musculares enervadas por unidade motora. Aumento da duração do potencial de acção. Diminuição do número de unidades motoras no músculo . As características do EMG que definem uma miopatia (fibras musculares) são: Diminuição da duração do potencial de acção. Redução da área definida pela amplitude do potencial de acção. Diminuição do número de unidades motoras no músculo, apenas em casos severos. Mestrado Integrado em Engenharia Biomédica – IST/FML Fisiologia de Sistemas 2007/2008 Prof. Carlos Neves Considerações sobre a Técnica Porquê a duvida relativamente à fiabilidade do sinal captado no electromiograma? Sinal associado a artefactos indesejados Variações das impedâncias entre o eléctrodo e o tecido Sinais de interferência de outros músculos Para validar o sinal de EMG é necessário que este: Reflicta as variações temporais de actividade Meça a actividade do músculo Realizado por: João Marques, Joana Nunes, Miguel Amador, Tatiana Sirgado, James Milner e Sofia Esménio