Autor: Ivandro Carlos Valdameri Filiação institucional: Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política da Universidade Federal de Santa Catarina Membro do Núcleo de Estudos sobre Sistema Financeiro da UFSC Orientador: Prof. Dr. Ary César Minella Título: O movimento de resistência à financeirização mundial: Um Estudo sobre a ATTAC – Associação pela Tributação das Transações Financeiras em Ajuda ao Cidadão A auto-regulação dos mercados e a ideologia que a justifica têm sido alvos centrais da crítica dos chamados “movimentos antiglobalização”, surgidos na última década com grande visibilidade e inserção nos debates políticos internacionais. Nesse contexto assume especial relevância a resistência e a concepção de alternativas à financeirização mundial, que se apresenta há mais de três décadas, vista como a expressão mais acabada da supremacia dos interesses econômicos sobre qualquer outra esfera da vida social. Entretanto, praticamente inexistem estudos que abordem conjuntamente o acirramento da financeirização da economia e a emergência desses novos movimentos de resistência; isto em parte devido à preponderância de abordagens que tomam os movimentos sociais unilateralmente a partir do viés do reconhecimento identitário e das diferenças. É no intuito de contribuir para superar essa lacuna que propomos a análise do movimento internacional ATTAC – Associação pela Tributação das Transações Financeiras em Ajuda ao Cidadão. Tomamos a ATTAC como objeto privilegiado para o estudo dada sua inserção internacional (presente em mais de 30 países), a consistência teórica de suas análises e propostas quanto à esfera das finanças, e sua grande capacidade de articulação e intervenção pública. O estudo a seu respeito pode ajudar a dar conta do entendimento do jogo dialético entre o avanço do capitalismo mundializado e o engendramento de resistências e alternativas postas pelo movimento social em escala internacional. O ponto central de nossa problemática consiste em questionar se a ATTAC é capaz de produzir propostas passíveis de serem tomadas enquanto lógicas anti-sistêmicas e/ou, em que condições sua agenda política, principalmente a questão do controle do fluxo de capitais via tributação, pode vir a ser funcional ao capital. Também nos questionamos sobre quais são as condições do engendramento da ATTAC; qual é a base social em que se apóia; quanto a sua heterogeneidade, quais são os distintos posicionamentos políticos que co-habitam seu interior e como são acomodados; quais as convergências e divergências entre os diversos núcleos nacionais, com uma breve comparação entre sua configuração latino-americana e a da França, país de origem. Este trabalho apresenta as proposições e avanços da pesquisa desenvolvida para substanciar a realização de uma dissertação de mestrado junto ao Programa de PósGraduação em Sociologia Política da UFSC.