FENÔMENOS DE TRANSPORTES AULA 12 E 13 – INTRODUÇÃO À CONVECÇÃO E CONDUÇÃO PROF.: KAIO DUTRA Convecção Térmica ◦ O modo de transferência de calor por convecção é composto por dois mecanismos. Além da transferência de calor devido ao movimento aleatório molecular (difusão), a energia também é transferida através do movimento global, ou macroscópico, do fluido. ◦ Esse movimento do fluido é associado ao fato de que , em qualquer instante, um grande número de moléculas está se movimentando coletivamente ou na forma de agregados de moléculas. Prof.: Kaio Dutra Convecção Térmica ◦ Uma vez que as moléculas nos agregados mantém seus movimentos aleatórios, a transferência total de calor é, então, composta pela superposição do transporte de energia devido ao movimento aleatório das moléculas e pelo transporte devido ao movimento global do fluido. É comum utilizar os termos convecção, quando nos referimos a esse transporte cumulativo, e advecção quando nos referimos ao transporte devido ao movimento global do fluido Prof.: Kaio Dutra Convecção Térmica ◦ Estamos especialmente interessados na transferência de calor por convecção, que ocorre entre um fluido em movimento e uma superfície quando os dois se encontram a diferentes temperaturas. ◦ Considere o escoamento do fluido sobre a superfície aquecida, uma consequência da interação entre o fluido-superfície é o desenvolvimento de uma região no fluido através da qual a velocidade varia entre zero, na superfície, e o u, associado ao fluxo. Prof.: Kaio Dutra Convecção Térmica ◦Essa região no fundo é conhecida como camada limite hidrodinâmica ou de velocidade. Além disso, se as temperaturas da superfície e do fluido que escoa forem diferentes, existirá uma região do fluido através da qual a temperatura irá varias de Ts em y=0 e Tꚙ, associada à região do escoamento afastada a superfície. Essa região é conhecida como camada limite térmica. Prof.: Kaio Dutra Convecção Térmica ◦A contribuição dada pelo movimento molecular (difusão) é dominante próximo à superfície, onde a velocidade do fluido é baixa. ◦A contribuição dada pelo movimento global do fluido origina-se no fato de que a espessura da camada limite cresce à medida que o escoamento progride na direção x. Prof.: Kaio Dutra Convecção Térmica ◦A transferência de calor por convecção pode ser classificado de acordo com a natureza do escoamento, como: ◦ Convecção forçada: quando o escoamento é causado por meios externos, tais como um ventilador, uma bomba ou ventos atmosféricos. Por exemplo considere o uso de um ventilador para resfriar o ar por convecção forçada dos componentes eletrônicos aquecidos de uma placa de um computador. Prof.: Kaio Dutra Convecção Térmica ◦A transferência de calor por convecção pode ser classificado de acordo com a natureza do escoamento, como: ◦ Convecção livre ou natural: o escoamento é produzido por força de empuxo, que são originadas por diferença de densidade causada por variação de temperatura no fluido. Um exemplo é a transferência de calor por convecção livre de uma série de placa de circuito dispostas verticalmente e expostas ao ar em repouso ou quando colocamos água para ferver em uma panela. Prof.: Kaio Dutra Convecção Térmica ◦O ar que entra em contato com os componentes experimenta um aumento de temperatura e, portanto, uma redução da densidade. Uma vez que ele se encontra mais leve do que o ar circunvizinho, as forças de empuxo introduzem um movimento vertical ascendente do ar aquecido que é substituído pelo fluxo de ar com menor temperatura. Prof.: Kaio Dutra Convecção Térmica ◦Descrevemos a transferência de calor por convecção como sendo a transferência de energia que ocorre no interior de um fluido devido à combinação dos efeitos de condução e do movimento global do fluido. Tipicamente, a energia que está sendo transferida é uma energia sensível ou térmica interna do fluido. Prof.: Kaio Dutra Convecção Térmica Lei do Resfriamento de Newton ◦A lei do resfriamento de Newton estabelece que o fluxo de calor é diretamente proporcional a diferença de temperatura vezes uma constante de proporcionalidade denominada coeficiente de transferência por convecção h. ◦Na lei Ts representa a temperatura na superfície e Tꚙ a temperatura do fluido após a camada limite térmica. Prof.: Kaio Dutra Convecção Térmica Lei do Resfriamento de Newton ◦ Esta constante é totalmente influenciada pelas características do escoamento, interação entre fluido e superfície e as propriedades do fluido. ◦ O estudo mais aprofundado de convecção se reduz ao estudo dos procedimentos pelos quais h pode ser determinado. ◦ Na tabela, segue alguns intervalos de valores do coeficiente de transferência de calor por convecção h. Prof.: Kaio Dutra Exemplo 1 ◦ Você já vivenciou um resfriamento por convecção forçada se alguma vez estendeu sua mão para fora da janela de um veículo em movimento ou a imergiu em uma corrente de água. Com a superfície de sua mão a uma temperatura de 30°C, determine o fluxo de calor por convecção para (a) uma velocidade do veículo de 35Km/h no ar a -5°C, com uma coeficiente convectivo de 40W/m²K, e para (b) uma corrente de água com velocidade de 0,2 m/s, temperatura de 10°C e coeficiente convectivo de 900W/m²K. Qual a condição que o faria sentir mais frio? Prof.: Kaio Dutra Exemplo 2 ◦ Um aquecedor elétrico possui a forma de um cilindro, com comprimento L=200mm e diâmetro externo D=20mm. Em condições normais de operação, o aquecedor dissipa 2KW quando submerso em uma corrente de água a 20°C onde o coeficiente de transferência de calor por convecção é de h=50W/m²K. Desprezando a transferência de calor nas extremidades do aquecedor, determine a sua temperatura superficial Ts. Se o escoamento de água for inadvertidamente eliminado e o aquecedor permanecer em operação, sua superfície passa a estar exposta ao ar, que também se encontra a 20°C, mas no qual h=50W/m²K. Qual é a temperatura superficial correspondente? Prof.: Kaio Dutra Equação da Taxa de Condução ◦ A lei de Fourier é empírica, isto é, foi estabelecida a partir da observação de fenômenos, em vez de ter sido obtida a partir dos princípios fundamentais. O fluxo de calor, como mostrado pela lei, se dá de forma direcional no sentido da diferença de temperatura. ◦ Desta forma, sabendo-se que o fluxo de calor é uma grandeza vetorial, podemos escrever uma forma mais geral da equação da taxa de condução, como segue: ◦ Cada uma dessas expressões relaciona o fluxo de calor através de uma superfície com gradiente de temperatura na direção perpendicular a essa superfície. Prof.: Kaio Dutra Propriedades Térmicas da Matéria ◦ Para usar a lei de Fourier, a condutividade térmica do material deve ser conhecida. Essa propriedade indica a taxa pela qual a energia é transferida pelo processo. Ela depende da estrutura física da matéria, atômica e molecular. ◦ A partir da lei de Fourier, é possível definir a condutividade térmica associada com a condução na direção x. ◦ Como mostrado na figura, a condutividade térmica de um sólido pode ter ordem de grandeza quatro vezes maior do que a de um gás. Essa tendência é, em grande parte, devida às diferenças no espaçamento intermolecular para os dois estados. Prof.: Kaio Dutra Propriedades Térmicas da Matéria ◦A dependência de k com a temperatura para sólidos é mostrada na figura. ◦Nota-se que para alguns materiais esta dependência é mais forte, como é o caso do óxido de alumínio em relação ao ouro, por exemplo. Prof.: Kaio Dutra Propriedades Térmicas da Matéria ◦ Isolamentos térmicos são compostos de materiais de baixa condutividade térmica combinados para se atingir uma condutividade térmica do sistema ainda menor. Nos isolamentos com fibras, com pó ou com flocos, o material sólido encontra-se finamente disperso em um espaço contendo ar. ◦ É importante reconhecer que a transferência de calor através de qualquer um desses sistemas de isolamento pode incluir diversas formar: condução através do material sólido; condução ou convecção através do ar nos espaços vazios; e, se a temperatura for suficientemente elevada, troca de calor por radiação entre as superfícies da matriz sólida. Prof.: Kaio Dutra Condução em uma Parede Plana ◦ Para condução unidimensional em uma parede plana, a temperatura é função apenas das coordenadas x e o calor é transferido exclusivamente nessa direção. ◦ A figura mostra uma parede plana separada por dois fluidos de diferentes temperaturas. A transferência de calor ocorre por convecção do fluido quente a Tꚙ1 para uma superfície da parede a Ts1, por condução através da parece e por convecção da outra superfície da parede a Ts2 para o fluido a Tꚙ2. Prof.: Kaio Dutra Condução em uma Parede Plana ◦Para condução unidimensional em regime permanente, em uma parede plana, sem geração de calor e condutividade térmica constante, a temperatura varia linearmente com x. Prof.: Kaio Dutra Condução em uma Parede Plana ◦Para análises de problemas de transferência de calor pode-se introduzir o conceito de resistência térmica utilizando circuitos térmicos para modelar o fluxo de calor, tal como os circuitos elétricos são utilizados para o fluxo de corrente. Prof.: Kaio Dutra Condução em uma Parede Plana Resistência Térmica ◦ Assim como uma resistência elétrica é associada com a condução de eletricidade, uma resistência térmica pode ser associada com a condução de calor. ◦ Definindo resistência como a razão entre o potencial motriz e a taxa correspondente de transferência de calor, para a condução, a resistência térmica pode ser dada por: Prof.: Kaio Dutra Condução em uma Parede Plana Resistência Térmica ◦ Uma resistência térmica também pode ser associada com a transferência de calor por convecção e uma superfície. Da lei do resfriamento de Newton temos: ◦ Então a resistência térmica para a convecção é: Prof.: Kaio Dutra Condução em uma Parede Plana Resistência Térmica ◦A taxa de transferência de calor pode ser determinada a partir da consideração em separado de cada elemento do circuito. Uma vez que a taxa de transferência de calor é constante em todo o circuito. Prof.: Kaio Dutra Condução em uma Parede Plana Resistência Térmica ◦Em termos da diferença de temperatura total e da resistência térmica total, a taxa de transferência de calor também pode ser expressa por: ◦Como as resistência condutivas e convectivas encontram-se em série, podem ser somada: Prof.: Kaio Dutra Condução em uma Parede Plana Resistência Térmica ◦Para casos onde a troca de calor por radiação entre uma superfície e sua vizinhança pode ser importante, a resistência térmica devido a radiação pode ser definida por: Prof.: Kaio Dutra Condução em uma Parede Plana Resistência Térmica – Parede Composta ◦Circuitos térmicos equivalentes também podem ser utilizados para sistemas complexos, tal como as paredes compostas. Tais paredes podem envolver qualquer número de resistências térmicas em série e em paralelo devido às camadas de diferentes materiais. Prof.: Kaio Dutra Condução em uma Parede Plana Resistência Térmica – Parede Composta ◦Considere a parede composta, em série, mostrada pela figura. A taxa de transferência de calor unidimensional para esse sistema pode ser expressa como: Prof.: Kaio Dutra Condução em uma Parede Plana Resistência Térmica – Parede Composta ◦Por outro lado, a taxa de transferência de calor pode ser relacionada à diferença de temperatura e à resistência associada com cada elemento. Prof.: Kaio Dutra Condução em uma Parede Plana Resistência Térmica – Parede Composta ◦ Paredes compostas também podem ser caracterizadas por configurações sérieparalelo, conforme mostrado na figura. ◦ Neste caso, nas paredes em paralelo, o fluxo de calor é divido na proporção da resistência térmica, de forma análoga de como ocorre com a corrente elétrica em um circuito com resistências em paralelo. A metodologia para cálculo da resistência equivalente também é análoga: 1 ◦ 𝑅𝑒𝑞 = 1 𝑅1 Prof.: Kaio Dutra 1 + 𝑅2 Condução em uma Parede Plana Resistência Térmica – Resistência de Contato ◦ Em sistemas compostos, a queda de temperatura também pode ocorrer na interface entre os materiais, em muitos casos esta queda pode ser desconsiderada. ◦ Essa mudança de temperatura é atribuída ao que é conhecido como resistência térmica de contato Rtc. O efeito é mostrado na figura, e, para uma unidade de área da interface, a resistência é definida por: Prof.: Kaio Dutra Condução em uma Parede Plana Resistência Térmica – Resistência de Contato ◦ A existência de uma resistência de contato é devido, principalmente, aos efeitos de rugosidade da superfície. Os pontos de contato são intercalados com espaçamentos que são na maioria dos exemplos, preenchidos por ar. ◦ A resistência de contato pode ser reduzida aumentando-se a pressão da junta e/ou reduzindo a rugosidade das superfícies em contato. Prof.: Kaio Dutra Condução em uma Parede Plana Resistência Térmica – Resistência de Contato ◦Com os sistemas compostos, algumas vezes é conveniente trabalhar com o coeficiente global de transferência de calor (U), que é definido por uma expressão análoga à lei do resfriamento de Newton. Prof.: Kaio Dutra Exemplo 3 ◦ Um forno possui uma janela separando o forno do ar ambiente. A janela é composta de dois plásticos de alta temperatura (A e B) de espessuras La=2Lb e condutividades térmicas ka=0,15W/mK e kb=0,08W/mK. Durante a operação, as temperaturas das paredes do forno e do ar, Tp e Ta, são 400°C, enquanto a temperatura ambiente é 25°C. Os coeficientes internos de transferência de calor por convecção hi, hr e he, são aproximadamente 25W/m²K. Qual o calor mínimo para a espessura da janela L=La+Lb, necessário para garantir uma temperatura de 50°C ou menos na superfície externa da janela? Prof.: Kaio Dutra Condução em Sistemas Radiais Resistência Térmica - Cilindros ◦Um exemplo comum é o cilindro oco, cujas superfícies interna e externa encontram-se expostas a fluidos a diferentes temperaturas. A taxa de transferência de calor através de uma superfície cilíndrica para qualquer um sólido pode ser expressa como: Prof.: Kaio Dutra Condução em Sistemas Radiais Resistência Térmica - Cilindros ◦Sabemos pelo conceito de resistência térmica que: ◦ Resolvendo a equação diferencial, teremos que a resistência térmica a condução para um cilindro é dada por: Prof.: Kaio Dutra Condução em Sistemas Radiais Resistência Térmica - Cilindros ◦Considere agora o sistema composto da figura, a taxa de transferência de calor pode ser expressa como: Prof.: Kaio Dutra Condução em Sistemas Radiais Resistência Térmica - Esfera ◦Considere agora um esfera com superfícies a temperaturas diferentes, de forma análoga como foi feito para um cilindro, teremos: Prof.: Kaio Dutra Exemplo 4 ◦ Um recipiente esférico é utilizado para armazenar nitrogênio líquido a 77K. O recipiente tem um diâmetro de 0,5m e é recoberto com um isolamento refletivo composto de pó de sílica (k=0,0017W/mK). A espessura do isolamento é 25mm, a superfície interna está a 77K e sua superfície externa está exposta ao ar ambiente a 300K. O coeficiente de convecção do ar é 20W/m²K. Qual a taxa de transferência de calor para o nitrogênio líquido? Prof.: Kaio Dutra