VI Encontro Regional de Ensino de Biologia da Regional 2 RJ/ES CEFET/ RJ, 2012 ESTRUTURA DO DNA, REPLICAÇÃO, TRANSCRIÇÃO E TRADUÇÃO PROTÉTICA – UMA ABORDAGEM LÚDICA GERANDO APRENDIZAGEM SEM TRAUMAS! Danilo de Carvalho-Leandro Departamento de Métodos e Técnicas de Ensino, Universidade Federal de Pernambuco. [email protected] Tayrine Felix dos Santos Graduanda do Curso de Ciências Biológicas (Licenciatura), Universidade Federal de Pernambuco. [email protected] Luanda Augusta Pinheiro da Silva Graduanda do Curso de Ciências Biológicas (Licenciatura), Universidade Federal de Pernambuco. [email protected] INTRODUÇÃO A forma como vem sendo abordado a vasta quantidade de conteúdos no Ensino de Ciências e Biologia têm causado grandes problemas na construção do conhecimento científico a partir da perspectiva construtivista, sendo um grande empecilho para a eficácia da aprendizagem do discente. A maneira como o aluno adquire e constrói o conhecimento é de suma importância dentro do Ensino das Ciências e Biologia. Para Krasilchick (2008), o construtivismo vem para permitir a associação das informações que o discente possui, ao conhecimento científico, resultando em uma construção de conhecimento, sem intervenções. O aluno trás para dentro do ambiente escolar o conhecimento empírico, que segundo Laville e Dionne (1997), é o conhecimento oriundo do cotidiano, adquirido de acordo com a intuição, tradição e autoridade, fatores esses que constituem a formação do saber espontâneo. Pozo e Gomez Crespo (2009) abordam as hipóteses da mudança conceitual (conhecimento empírico – conhecimento científico), trazendo que uma delas está VI Encontro Regional de Ensino de Biologia da Regional 2 RJ/ES CEFET/ RJ, 2012 relacionada a acumulação dos saberes, e formação no educando uma percepção científica sem excluir suas experiências e tradições. A teoria da acumulação de saberes defende que ambos os conhecimentos estão correlacionados, e que há apenas uma complementação dos saberes entre os conhecimentos alternativos ou o científico, ou seja, o saber cotidiano não precisa ser excluído da vivência do aluno, mas pode ser complementado com o conhecimento científico, estruturando-o e trazendo uma percepção investigativa ao estudante. Uma das problemáticas vivenciadas dentro da sala de aula está interligada ao excesso de termos técnicos, incompreensão do vocabulário e a falta de interação entre professor e aluno. Krasilchick (2008) enfatiza os obstáculos da comunicação oral e os problemas para “compreender e comunicar ideias”, entre o professor e o aluno. Essa incompreensão do vocabulário no Ensino das Ciências correlaciona-se com a utilização de palavras desconhecidas e rebuscadas ou pela atribuição errônea de significados às mesmas por parte do educando, especialmente no ensino das ciências, onde há uma vasta utilização de termos técnicos que muitas vezes precisa ser abordado em sala de aula. Diante desse cenário, é essencial encontrar soluções para essas dificuldades que são observadas no ensino de Ciências e Biologia. Cabe ao professor identificar as problemáticas e levantar soluções que tragam melhorias para compreensão do conteúdo, buscando métodos alternativos para mediar o conhecimento em sala de aula da forma mais prazerosa possível. Abramovay e Castro (2003) defendem que o bom professor “expressa-se com clareza, tem interesse em ensinar e saber ensinar” além de “ser amigo dos alunos e ter controle da classe”, como também “dominar o conteúdo e ter respeito pelas pessoas”. Como forma de minimizar problemas de mediação de conceitos e processos em determinados conteúdos, que requerem do aluno imaginação e idealização, podem e devem ser utilizadas em sala, ferramentas que facilitem a aprendizagem do aluno, que pode ir além de recursos audiovisual e do livro didático. Trabalhos anteriores têm mostrado que o uso de recursos alternativos tais como músicas, teatros, experimentação, e jogos trazem uma grande colaboração no processo de ensino-aprendizagem, aproximando o aluno de uma aprendizagem significativa. Um recurso alternativo, pouco explorado é o uso do teatro em sala de aula, sendo mais utilizado na área pedagógica da educação de crianças. No campo pedagógico, o sucesso desta técnica, se dá devido ao debate realizado no fim das atuações, entre alunos e professor. Segundo Reverbel VI Encontro Regional de Ensino de Biologia da Regional 2 RJ/ES CEFET/ RJ, 2012 (2002), “o objetivo dos debates, com focos prefixados, é estimular o desenvolvimento do espírito critico do aluno”. Cotidianamente observa-se em alguns docentes uma abordagem descontextualizada dos conteúdos vivenciados em sala de aula, impossibilitando o aluno de desenvolver uma reflexão crítica da realidade de seu cotidiano e o conteúdo vivenciado em sala. Os professores preocupados em inovar e trabalhar de forma efetiva e comprometida com a construção do saber, munem-se de técnicas inovadoras para solucionar os problemas vivenciados em sala de aula. Nessa perspectiva de formação de um aluno crítico, reflexivo e atuante na sociedade, Pozo e Gómez Crespo (2009) discutem também a necessidade eminente de dar sentido ao mundo que rodeia o educando. A forma com que o professor encontrará para trabalhar e abordar os conteúdos de forma significativa torna-se o grande desafio. Quando se pensa nisso, os recursos didáticos tornam-se poderosas ferramentas que possibilitam uma aproximação dos conteúdos com o aluno, convidando-o a entender de forma eficaz na maioria dos casos. Um bom exemplo disso são os recursos audiovisuais, que segundo Krasilchick (2008), um dos motivos da eficiência da utilização desses recursos, está relacionado à acessibilidade a tecnologia que faz parte do cotidiano do aluno. Apesar de tal eficiência, esses recursos são mal utilizados ou a instituição não dispõe de estrutura ou recursos. Brougére (1999) demonstraram que os jogos no cotidiano foram marginalizados e por esta razão estes não combinavam com o ambiente escolar. Fortuna e Bittencourt (2003) revelam em seus estudos que existe um crescente interesse por parte dos educadores pela utilização de jogos na escola. Outros estudos trazem a perspectiva da utilização de peças teatrais ou até mesmo músicas e jogos didáticos como importantes no processo de absorção e compreensão dos conteúdos. De acordo com Medina e Braga (2010), a partir da utilização de trabalho teatral, foram alcançados objetivos que vão desde o incentivo à inovação nas práticas educativas, à importância da criatividade e a credibilidade do aluno em relação ao mundo ao qual está inserido. Além do teatro, a música tem ganhado seu espaço em salas de aula e tem participado efetivamente do processo de ensino-aprendizagem (Moreira Silva e Oliveira, 2008) Diante das reflexões anteriores, surge a seguinte pergunta: Como abordar determinados conteúdos de genética com os alunos de Ensino Médio de forma significativa, aproximando o conhecimento mediado com a vida do aluno? Será fácil VI Encontro Regional de Ensino de Biologia da Regional 2 RJ/ES CEFET/ RJ, 2012 abordar de forma significativa a estrutura do DNA, replicação, transcrição e tradução proteica? Como abordar esses assuntos sem causar traumas nos alunos? Genética e biologia molecular, tradicionalmente causam fascínio nos alunos, uma vez que a curiosidade para entender esse mundo invisível é algo que pertence ao cotidiano dos discentes. As notícias veiculadas diariamente em telejornais, internet e outros meios de comunicação sobre os aspectos da engenharia genética, biotecnologia, testes de paternidade, doenças autoimunes, anomalias genéticas, transgenia e outros, convidam o aluno a pensar sobre esse assunto e ao mesmo tempo os próprios discentes levam tais reflexões para o ambiente escolar. Por outro lado, a mediação dos conteúdos de genética tem causado certo desconforto em boa parte dos alunos, devido a dificuldades que determinados professores possuem em mediar o conhecimento de forma significativa, relacionando o abstrato do conteúdo da genética com a importância desse conteúdo na vida dos alunos. Adicionalmente, alguns professores apropriam-se de processos avaliativos que resultam em insucesso na avaliação do aluno, ocasionando desestímulo nestes em avançar na evolução do conteúdo. Em pesquisa desenvolvida por Justina et al. 2006, voltada para o ensino de genética a partir de materiais didáticos alternativos, mostrou que para melhor assimilação do conteúdo de genética é necessário que ocorra a partir de utilização de contextualizações diversas e de experimentos práticos. Um dos métodos indicados pelos autores é a construção de um modelo de DNA com materiais simples presentes no cotidiano, que podem ser obtidos pelo educador e até mesmo pelo discente de maneira simples e de fácil acesso. Diante de todas essas questões, o presente trabalho propôs apresentar uma experiência docente vivida na cidade do Recife-PE, com o objetivo de maximizar o processo de ensino-aprendizagem, utilizando-se da ludicidade do teatro como recurso didático alternativo para dinamizar a mediação dos processos de replicação, transcrição e tradução proteica. METODOLOGIA Descrição da área de estudo A escola escolhida para testar a metodologia desenvolvida, constitui-se em uma escola de Ensino Fundamental e Médio, de médio porte, pertencente à rede particular de ensino localizada na cidade de Recife. A estrutura física da escola conta com biblioteca, VI Encontro Regional de Ensino de Biologia da Regional 2 RJ/ES CEFET/ RJ, 2012 laboratório de ciências, salas amplas e refrigeradas, quadra de esportes, laboratório de informática, jardim e sala multimídia. Com fundação em 1982, o perfil da escola voltase para uma educação baseada na formação integral do aluno, com preceitos cristãos. Adicionalmente, a escola possui um perfil progressista, baseando-se na pedagogia crítica social dos conteúdos, dando ênfase às relações interpessoais e ao crescimento que delas resulta, centrando no desenvolvimento da personalidade do indivíduo, em seus processos de construção e organização pessoal da realidade. Cotidianamente, a escola exige dos professores que estes tentem buscar mediar os conceitos de forma significativa junto aos alunos, buscando maximizar o processo de ensino-aprendizagem. Perfil do alunado/Descrição da turma A turma em que a metodologia foi aplicada constitui-se em uma turma do 3º Ano do Ensino Médio, contendo 20 alunos com na faixa etária que varia de 15 a 17 anos. Os alunos possuem um perfil de alunos questionadores e críticos diante dos conceitos mediados, possuindo uma boa relação interpessoal, tanto com os colegas de turma, quanto com os professores. Devido ao perfil da escola, é interessante ressalvar que 95% dos alunos da turma estudam na escola desde a alfabetização, tendo passado por todas as etapas da evolução da complexidade dos conteúdos na mesma escola. Aplicação da dinâmica A aplicação da dinâmica constituiu-se em três etapas bem definidas, sendo elas a etapa de Pré-teste, Dinâmica e Pós-teste. 1. Pré-teste Nessa etapa objetivou-se traçar o perfil da turma diante dos conceitos a serem mediados. Como os alunos já tiveram contato com o conteúdo de estrutura do DNA, RNA, replicação, transcrição e tradução protéica no 1º Ano do Ensino Médio, nessa etapa buscamos verificar qual a bagagem prévia de conceitos que esses alunos possuíam, e quais os pontos fortes e fracos diante do conteúdo. O pré-teste foi desenvolvido a partir de um teste escrito, com 5 questões de múltipla escolha e 5 VI Encontro Regional de Ensino de Biologia da Regional 2 RJ/ES CEFET/ RJ, 2012 questões discursivas sobre o conteúdo mencionado. As questões de múltipla escolha foram retiradas de exames vestibulares de universidades da região nordeste. As questões discursivas foram extraídas de exames vestibulares da região sudeste. 2. Dinâmica A dinâmica iniciou-se a partir do convite do professor para que cada aluno da turma assumisse um papel em uma grande peça de teatro, com participação de todos. Os papéis dessa grande peça possuíam como personagens as bases nitrogenadas presentes no DNA e RNA (DNA: Adenina, Citosina, Guanina e Timina; RNA: Adenina, Uracila, Citosina, Guanina), a DNA polimerase, RNA polimerase, a helicase, e DNase. Todos devidamente identificados, o professor assume a postura de narrador da peça de teatro e diz a cada personagem o que deve fazer. À medida que a narração avança, o professor vai dizendo frases contendo os conceitos e orientando os alunos a encenar da maneira com que a narrativa é feita. Por exemplo: “O DNA é composto por quatro bases nitrogenadas, sendo elas a Adenina, Citosina, Guanina e Timina. A Adenina se liga com a Timina e a Citosina se liga com a Guanina. Nas pontas da fita de DNA, temos pontas 3’ e 5’. A incorporação de nucleotídeos se dá a partir da ponta 5’...” A medida com que a narração ocorre, os alunos vão encenando, unindo-se pelos braços e mãos quando for para unir, separando-se quando for para separar, e assim por diante. No momento em que se trabalhou a transcrição, a helicase e a DNA polimerase são convidadas a entrar em cena, para desespiralar a fita de DNA (helicase) e incorporar nucleotídeos novos, fazendo uma fita complementar (DNA polimerase). Toda a dinâmica segue a partir dessa metodologia, tendo o professor como narrador e diretor da grande peça de teatro. Os alunos além de encenarem, possuem espaço e liberdade a todo o momento para questionar os processos vivenciados. Com essa dinâmica se abordou desde a parte inicial da estrutura do DNA, à replicação, transcrição e tradução protéica. 3. Pós-teste O pós-teste, com o objetivo de aferir a qualidade e a efetividade da mediação dos conceitos vivenciados, foi estruturado a partir de 10 questões de múltipla escolha elaboradas por universidades que possuem exames vestibulares em todo o país. VI Encontro Regional de Ensino de Biologia da Regional 2 RJ/ES CEFET/ RJ, 2012 Além dessas questões, os alunos receberam folhas em branco para fazer uma representação esquemática da estrutura do DNA e dos processos de replicação, transcrição e tradução protéica (estas atividades da representação esquemática foram analisadas e foram submetidas a três tipos únicos de avaliação – Desempenho construído - DC, Desempenho em Construção - DEC e Desempenho Não Construído DNC). RESULTADOS 1. Pré-teste Nessa etapa, a qual foi constituída de um teste escrito com 5 questões de múltipla escolha e 5 questões discursivas, a média geral da turma foi de 3,7 pontos (ou 37% de aproveitamento dos conteúdos vivenciados no 1º Ano do Ensino Médio). As respostas discursivas foram as que mais apresentaram problemas nas respostas, uma vez que os alunos não conseguiram explicar com clareza os processos envolvidos na replicação, transcrição, e tradução. Esse resultado de 37% de aproveitamento deveu-se em sua grande maioria, às respostas das questões de múltipla escolha. As questões que os alunos mais acertaram foram questões que envolveram a estrutura do DNA, que de forma geral, foi algo que os alunos mostraram ter internalizado de forma satisfatória no 1º Ano do Ensino Médio. As questões que apresentavam os processos foram as que possuíram a maior quantidade de erros nas respostas, evidenciando um problema na compreensão dos processos. 2. Dinâmica De forma geral, a dinâmica teve um grande aceite e participação por grande parte da turma. Os alunos se mostraram muito interessados e dispostos a fazer tudo o que o professor solicitou, estando sempre atentos aos comandos da dinâmica. Em vários momentos o professor foi interrompido, para que perguntas fossem feitas e prontamente respondidas. Houve-se a necessidade de repetir a dinâmica na aula seguinte, pois o processo de tradução protéica precisou de maior tempo para que os alunos pudessem compreender a totalidade do processo. 3. Pós-teste VI Encontro Regional de Ensino de Biologia da Regional 2 RJ/ES CEFET/ RJ, 2012 Os alunos tiveram uma média de 92% de acertos (ou 92% de aproveitamento) no teste escrito comporto pelas 10 questões de múltipla escolha escolhida a partir de exames vestibulares de todo o país. As questões que os alunos se equivocaram nas respostas, de forma geral, foram questões que envolviam o processo de tradução protéica. Ressalva-se que não houve nenhum aluno que errou as questões que abordavam a estrutura do DNA e o processo de replicação. Em relação à parte do pós-teste em que os alunos foram convidados a fazer uma representação esquemática dos processos de replicação, transcrição e tradução, este foi devidamente observado pelo professor e revelou o seguinte resultado: 80% dos alunos apresentaram DC e 20% dos alunos tiveram DC e nenhum aluno teve como resultado DNC. DISCUSSÃO Diante do grande acesso que os estudantes na atualidade possuem a informações veiculadas por diversos meios de comunicação (televisão, internet, jornais, rádio), certos assuntos que antes eram descontextualizados em sala de aula devido ao distanciamento da realidade do aluno tem sido parte do cotidiano do aluno, causando curiosidade e levando dúvidas diversas para sala de aula. Mesmo com toda essa veiculação de informações, muitos desses temas, em especial a genética, entram nas salas de aula por vezes de maneira descontextualizada, cabendo ao educador apropriar-se de meios (recursos didáticos) que veiculem o conhecimento necessário ao aluno levando à contextualização adequada, gerando uma aprendizagem significativa. De acordo com Arcanjo et al. (2009), o professor tem como função guiar os alunos em todo processo de ensino de maneira a estimular a aprendizagem pelo aluno. Diante dessa perspectiva, e da responsabilidade ética e profissional do professor como ator e parte fundamental da mediação e da maximização no processo de ensinoaprendizagem, nosso trabalho apresentou dados de um recurso didático que trouxe a vivência de uma atividade lúdica para a sala de aula, mostrando resultados satisfatórios. Na etapa pré-teste, os alunos apresentaram, em primeiro momento, um bom domínio referente à estrutura do DNA, conteúdo este vivenciado no 1º Ano do Ensino Médio. Porém, quando foram trazidas questões que foram exigidas dos alunos uma compreensão dos processos envolvidos na replicação, transcrições proteicas, foram diagnosticados problemas na compreensão e assimilação dessa etapa do conteúdo. VI Encontro Regional de Ensino de Biologia da Regional 2 RJ/ES CEFET/ RJ, 2012 Como foi utilizado no pré-teste questões de vestibulares, baseadas unicamente em questões objetivas, trazemos uma reflexão de Campos e Nigro (1999), onde pontuam que as “questões objetivas de discussão exigem um bom desenvolvimento da memória, expressão escrita e percepção pontual ou particular, certo desenvolvimento da capacidade de critério.” Baseando-se nessa reflexão, entendemos que a percepção do aluno para explicar os processos envolvidos na replicação, transcrição ou tradução proteica não estava devidamente apurada, ou até, a problemática dos termos técnicos não teria sido completamente extinguida. Na etapa em que a dinâmica foi aplicada observou-se a participação e o interesse dos alunos pelos tópicos abordados. Diante disso comprova-se que atividades diferentes e lúdicas despertam a curiosidade dos alunos melhorando assim o aprendizado. Observamos na etapa pós-teste que os alunos tiveram 92% de aproveitamento, mostrando uma crescente mudança em relação à primeira etapa vivida a partir do préteste. Em um trabalho semelhante ao nosso realizado por Wasko et al. (2007) utilizando-se do recurso a partir de peça teatral, os professores observaram dificuldades de compreensão dos alunos, sendo necessário a apresentação dos conteúdos previamente como forma de mostrar alguns conceitos. Após a dinâmica aplicada, os professores observaram à motivação dos alunos que se tornam mais criativos a elaboração de conceitos no ensino de genética. Para Wasko et al. (2007) o sucesso da utilização desse recurso didático, se dá devido ao interesse dos aluno em participarem da dramatização e mais ainda, ser uma forma mais acessível a compreensão dos temas abordados em sala. Em resumo, consideramos em nossa vivência a partir da dinâmica aplicada, que a atividade lúdica vivida a partir do teatro como recurso didático, potencializa a aprendizagem no Ensino Médio, estimulando o aluno a participar ativamente do processo de mediação do conteúdo em questão, maximizando o aprendizado de forma significativa. REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS ABRAMOVAY, M.; CASTRO, M. G. Ensino Médio Múltiplas Vozes. Brasília: UNESCO, Ministério da Educação. 2003. VI Encontro Regional de Ensino de Biologia da Regional 2 RJ/ES CEFET/ RJ, 2012 ARCANJO. J. G.; SANTOS, P.R.; SILA, S.P.; TENÓRIO, A.C. Recursos didáticos e o processo de ensino e Aprendizagem. Anais da IX Jornada de Ensino Pesquisa e Extensão UFRPE, 2009. BOUGÉRE, T. R. Jogo e educação. Porto Alegre: Artmed, 1998. 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