Universidade Federal de Rondônia – Campus de Ji-Paraná IX Seminário de Educação - 24 a 26 de agosto de 2016 IX SED Anais SISTEMA DE CONCORDÂNCIA CÍCLICA NA LÍNGUA TENETEHÁRA (FAMÍLIA LINGUÍSTICA TUPÍ-GUARANÍ)1 por Quesler Fagundes Camargos (UNIR/UFMG)2 e Cintia Maria Santana da Silva (Museu Nacional/UFRJ)3 RESUMO: Este trabalho tem o objetivo de discutir o sistema de concordância verbal na língua Tenetehára (família linguística Tupí-Guaraní) com base essencialmente nas propostas de Rezac (2003), Béjar (2000ab, 2003) e Bejár & Rezac (2009). Em termos descritivos, a língua Tenetehára exibe três paradigmas de concordância, a saber: (i) concordância direta: o argumento externo controla a concordância; (ii) concordância inversa: o argumento interno controla a concordância; e, por fim, (iii) concordância portmanteau: os dois argumentos nucleares simultaneamente controlam a concordância. Em termos teóricos, propomos que a concordância nessa língua realiza-se no domínio vP. Assim, é o núcleo de vP que engatilha a concordância com o argumento interno, externo ou ambos. Dessa forma, 1 Este artigo é o resultado dos trabalhos desenvolvidos no projeto de pesquisa “Descrição e análise de línguas indígenas amazônicas”, no âmbito da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa da Universidade Federal de Rondônia (PROPesq/UNIR) e do Grupo de Pesquisa em Educação na Amazônia (GPEA), dentro da linha de pesquisa “Estudos da Linguagem Intercultural”. 2 Professor Assistente do Departamento de Educação Intercultural da Universidade Federal de Rondônia (DEINTER/UNIR). Doutorando em Linguística pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da Universidade Federal de Minas Ferais (POSLIN/UFMG). Membro do Grupo de Pesquisa em Educação da Amazônia (GPEA), Grupo de Pesquisa em Geografia Socioambiental (GPGSA), Laboratório de Línguas e Culturas Indígenas (LALIC/UNIR) e Laboratório de Línguas Indígenas (LALI/UFMG). E-mail: [email protected]. 3 Mestranda em Linguística no Programa de Mestrado Profissional em Linguística e Línguas Indígenas do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PROFLLIND/Museu Nacional/UFRJ). E-mail: [email protected]. GT 08 - Educação e Linguagem na Amazônia ISSN (online): 1983-5124 !$ Universidade Federal de Rondônia – Campus de Ji-Paraná IX Seminário de Educação - 24 a 26 de agosto de 2016 IX SED Anais assumimos a hipótese de que o fenômeno de deslocamento de concordância é sensível à hierarquia de pessoa, a saber: 1 > 2 > 3 (DUARTE, 2007), e surgem a partir dos mecanismos da operação Agree, os quais operam sobre as estruturas articuladas de traço-φ na sintaxe cíclica. Essa concordância cíclica, por sua vez, exibe preferência com o argumento interno, o qual valora os traços-φ da sonda o quanto pode. Se o argumento interno fracassa na valoração desses traços, a sonda estabelece concordância com seu argumento externo. Palavras-chave: Família Tupí-Guaraní. Língua Tenetehára. Concordância verbal. 1. Introdução Na língua Tenetehára (família linguística Tupí-Guaraní), o morfema de concordância portmanteau é aquele que codifica traços de pessoa de dois argumentos nucleares. Um exemplo4 pode ser visto em (1), em que o morfema de concordância {uru-} realiza os traços de primeira pessoa do sujeito e os traços de segunda pessoa do objeto. Note que este morfema portmanteau é distinto do morfema de concordância que referencia o sujeito de primeira pessoa, como em (2), e do morfema que referencia o objeto de segunda pessoa, como ser visto em (3). (1) uru-pytywà 1sg.2sg-ajudar “Eu ajudei você” (2) a-pytywà Tentehar 1sg-ajudar Tenetehára “Eu ajudei o Tenetehára” (3) ne-pytywà Tentehar a’e 2sg-ajudar Tenetehára 3 “O Tenetehára ajudou você” ihe 1sg ihe 1sg Com base nos exemplos acima, este trabalho tem por objetivo investigar em que lugar e como a concordância portmanteau é formada na língua Tenetehára. Além do mais, 4 As seguintes abreviaturas são usadas nas glosas: 1: 1ª pessoa; 2: 2ª pessoa; 3: 3ª pessoa; DEO: modalidade deôntica; EM: modalidade epistêmica; EXCL: exclusivo; FOC: foco; FUT: futuro; INCL: inclusivo; INV: marcador de inversão; OBL: caso oblíquo; PL: plural; SG: singular; UDPAST: passado distante não atestado. GT 08 - Educação e Linguagem na Amazônia ISSN (online): 1983-5124 !" Universidade Federal de Rondônia – Campus de Ji-Paraná IX Seminário de Educação - 24 a 26 de agosto de 2016 IX SED Anais pretendemos responder por que e como o verbo pode, por um lado, concordar com o argumento externo, como em (2), e, por outro, concordar com o argumento interno, como pode ser visto em (3). 2. Apresentação dos dados Esta seção tem o objetivo de apresentar o sistema de concordância verbal, o qual mostra que o fenômeno de mudança de concordância é sensível à hierarquia de pessoa na língua Tenetehára. Em termos descritivos, os sintagmas nominais em Tenetehára não recebem desinências de caso morfológico para distinguir os sintagmas nominais nas funções sintáticas de sujeito e de objeto. Essas funções são, na verdade, codificadas por meio dos paradigmas de concordância. Até o momento, identificamos, em termos descritivos, três paradigmas. O primeiro paradigma corresponde aos prefixos de concordância que referenciam os argumentos externos. Este paradigma será denominado como concordância em CONTEXTO DIRETO. Veja os exemplos a seguir. (4) a. a-exak ka’i 1sg-ver macaco “Eu vi o macaco” ihe 1sg b. uru-exak ka’i 1excl-ver macaco “Nós vimos o macaco” ure 1excl c. xi-exak ka’i 1incl-ver macaco “Nós vimos o macaco” zane 1incl d. ere-exak ka’i 2sg-ver macaco “Você viu o macaco” ne 2sg e. pe-exak ka’i 2pl-ver macaco “Vocês viram o macaco” pe 2pl f. w-exak ka’i a’e 3-ver macaco 3 “Ele(s) viu(aram) o macaco” GT 08 - Educação e Linguagem na Amazônia ISSN (online): 1983-5124 (wà) pl !# IX SED Anais Universidade Federal de Rondônia – Campus de Ji-Paraná IX Seminário de Educação - 24 a 26 de agosto de 2016 O segundo paradigma, que será tratado como concordância em CONTEXTO INVERSO, conforme Payne (1994), corresponde aos prefixos de concordância que referenciam os argumentos internos. Os exemplos abaixo ilustram esse comportamento morfossintático. Note ainda que essa inversão é marcada no verbo por meio do prefixo {r-}, quando a raiz desse predicado se inicia com uma vogal. (5) a. he-r-exak ka’i 1sg-INV-ver macaco “O macaco me viu” a’e 3 b. ure-r-exak ka’i 1excl-INV-ver macaco “O macaco nos viu” a’e 3 c. zane-r-exak ka’i 1incl-INV-ver macaco “O macaco nos viu” a’e 3 d. ne-r-exak ka’i 2sg-INV-ver macaco “O macaco viu você” a’e 3 e. pe-r-exak ka’i 2pl-INV-ver macaco “O macaco viu vocês” a’e 3 f. upaw pira ka’i h-exak todo peixe macaco 3-ver “Todo o peixe, o(s) macaco(s) viu(ram)” a’e 3 (wà) pl Apresentamos no quadro abaixo o primeiro e o segundo paradigma de concordância verbal. Na segunda coluna, foram inseridos os pronomes pessoas independentes, aqueles que podem, em contextos específicos, ocupar as posições sintáticas de sujeito e de objeto. Na terceira coluna, encontram-se os prefixos de concordância que se referem aos argumentos externos. A última coluna, por fim, exibe os prefixos de concordância que indicam o argumento interno. GT 08 - Educação e Linguagem na Amazônia ISSN (online): 1983-5124 ! IX SED Anais Universidade Federal de Rondônia – Campus de Ji-Paraná IX Seminário de Educação - 24 a 26 de agosto de 2016 Pronomes pessoais em português eu nósEXCLUSIVO nósINCLUSIVO você vocês ele(s) Pronomes pessoais independentes ihe ure zane ne pe a’e (wà) Primeiro paradigma Contexto direto (AE) auru- ~ oroxi- ~ zarepeu- ~ o- ~ w- Segundo paradigma Contexto inverso (AI) heurezanenepei- ~ h- Quadro 1: Primeiro e segundo paradigma de concordância Acompanhando Rodrigues (1990), Duarte (2007, 2012) afirma que, em termos descritivos, os dois paradigmas de concordância apresentados acima podem ser explicados em termos de hierarquia de pessoa, a qual pode ser definida em Tenetehára da seguinte maneira: a primeira pessoa é mais alta do que a segunda pessoa, a segunda pessoa é mais alta do que a terceira pessoa focal e, por fim, a terceira pessoa focal é mais alta do que a terceira pessoa não focal5. Podemos formalizar essa hierarquia conforme (6), em que o símbolo “>” deve ser interpretado como “é mais proeminente do que”. (6) 1ª pessoa > 2ª pessoa > 3ª pessoa [+FOC] > 3ª pessoa [-FOC] É imprescindível notar ainda que, com base na tipologia proposta por Dixon (1979, 1994) e na análise de Duarte (2007), assumimos que, na língua Tenetehára, há cisão no sistema de concordância, a qual é condicionada pela natureza dos sintagmas nominais. Nos exemplos em (7), por um lado, o verbo aciona os prefixos do primeiro paradigma para codificar os sujeitos de verbos transitivos e os sujeitos de verbos ativos. Nos dados em (8), por outro, o verbo aciona os prefixos do segundo paradigma para codificar o objeto de verbos transitivos e o sujeito de verbos inativos. Mais adiante, mostraremos que a escolha do paradigma de concordância não depende necessariamente da função sintática que os argumentos nucleares exercem. Na verdade, é a posição em que tais argumentos são gerados que é o fator determinante na seleção do parâmetro de concordância. Assim, argumentos 5 Na examinaremos nesta tese de doutorado os contextos em que a terceira pessoa focal se distingue da terceira pessoa não focal. GT 08 - Educação e Linguagem na Amazônia ISSN (online): 1983-5124 "# IX SED Anais Universidade Federal de Rondônia – Campus de Ji-Paraná IX Seminário de Educação - 24 a 26 de agosto de 2016 externos engatilham o primeiro paradigma, ao passo que os argumentos internos acionam o segundo paradigma. (7) (8) a. a-exak zàwàruhu 1sg-ver onça “Eu vi a onça” ihe 1sg b a-zàn ka’a 1sg-correr mata “Eu corri para a mata” ø-pe C-para ihe 1sg c a-‘ar ywyra 1sg-cair árvore “Eu caí da árvore” ø-wi C-de ihe 1sg a. he-r-exak zàwàruhu 1sg-INV-ver onça “A onça me viu” a’e 3 b. he-r-aku tata r-uwake 1sg-INV-quente fogo C-perto “Eu fiquei aquecido perto do fogo” ihe 1sg Quando comparamos o sistema de codificação dos argumentos nos predicados acima, notamos que há um sistema híbrido de codificação dos argumentos. Em suma, o sujeito de transitivos alinha-se com sujeito de verbos ativos, engatilhando no verbo o primeiro paradigma de concordância. Por sua vez, o objeto de transitivos alinha-se com o sujeito de verbos inativos, engatilhando no verbo o segundo paradigma de concordância. O terceiro e último paradigma corresponde aos prefixos de concordância que referenciam simultaneamente os argumentos externos e internos. Tratamos esse paradigma como concordância sintática portmanteau, uma vez que uma mesma morfologia pode se referir a mais de um argumento nuclear. Os exemplos abaixo ilustram esse fenômeno morfossintático. (9) a. uru-exak 1sg.2sg-ver “Eu vi você” ihe 1sg GT 08 - Educação e Linguagem na Amazônia ISSN (online): 1983-5124 "## IX SED Anais Universidade Federal de Rondônia – Campus de Ji-Paraná IX Seminário de Educação - 24 a 26 de agosto de 2016 b. uru-exak 1excl.2sg-ver “Nós vimos você” ure 1excl c. apu-pytywà 1sg.2pl-ver “Eu vi vocês” ihe 1sg d. urupu-pytywà 1excl.2pl-ver “Nós vimos vocês” ure 1excl Resumimos no quadro abaixo o paradigma de concordância portmanteau. Note que a língua disponibiliza, pelo menos, três morfemas de concordância portmanteau, se considerarmos que há apenas um prefixo {uru-}. Pronomes pessoais em português AE à AI eu à você nós à você eu à vocês nós à vocês Terceiro paradigma (portmanteau) uruuruapuurupu- Quadro 2: Terceiro paradigma de concordância Pode-se afirmar, como base no que foi exposto até agora, que a língua Tenetehára exibe um sistema de concordância complexo, o qual é depreendido a partir dos três paradigmas morfológicos presentes nessa língua. Tendo em vista que a derivação morfológica reflete a derivação sintática, consoante Baker (1988), propomos que padrão de concordância em Tenetehára é caracterizado por apenas um núcleo de concordância, o qual pode ser controlado por múltiplos argumentos em competição. 3. Concordância cíclica Em termos descritivos, Duarte (2007) propõe que a concordância em Tenetehára apresenta a seguinte hierarquia de pessoa: GT 08 - Educação e Linguagem na Amazônia ISSN (online): 1983-5124 "! Universidade Federal de Rondônia – Campus de Ji-Paraná IX Seminário de Educação - 24 a 26 de agosto de 2016 (10) IX SED Anais 1ª pessoa > 2ª pessoa > 3ª pessoa [+FOC] > 3ª pessoa [-FOC] Em termos teóricos, a escolha com qual argumento será estabelecida a concordância é um componente autônomo da concordância de traços-φ, a qual é governada pelo mecanismo sintático baseado em (10). Em outras palavras, a concordância de traços-φ é tratada como um fenômeno uniforme. Com base em Harley & Ritter (2002), Béjar (2003) e Bejár & Rezac (2009), propomos que o Tenetehára apresenta uma concodancia cíclica no verbo. A concordância acontece de forma cíclica através de uma lista de argumentos cuja representação morfossintática é: (11) a. Contexto inverso vP DP2 [F:val] v’ vo [uF] … DP1 [F:val] b. Contexto direto vP DP2 [F:val] v’ vo [uF] … DP1 [Ø] c. … … Contexto direto-inverso vP DP2 [F:val] [P:val] v’ vo [uF] [uP] … DP1 [P:val] … GT 08 - Educação e Linguagem na Amazônia ISSN (online): 1983-5124 !# IX SED Anais Universidade Federal de Rondônia – Campus de Ji-Paraná IX Seminário de Educação - 24 a 26 de agosto de 2016 Acompanhando Béjar & Rezac (2009), assumimos que o fenômeno de mudança de concordancia que é sensível à hierarquia de pessoa surge do mecanismo da operação Agree em uma estrutura articulada de traços-φ em uma sintaxe cíclica. De acordo com as autoras, a ciclicidade e a localidade derivam uma preferência para uma concordância com o argumento interno. Dessa maneira, a articulação da sonda determina quando o controlador da concordância muda ciclicamente para o argumento externo. A consequência é que resultado são três classes de derivação que correspondem a concordancia direta, indireta e mista, como pode ser visto abaixo. (12) a. Contexto inverso he-r-exak ka’a r-upi 1sg-INV-ver mata OBL-em “Ele(a) me viu na mata” a’e 3 (3 à 1 = 1) b. he-r-exak ka’a r-upi 1sg-INV-ver mata OBL-em “Você me viu na mata” ne 2sg (2 à 1 = 1) c. ne-r-exak ka’a r-upi 2sg-INV-ver mata OBL-em “Ele(a) viu você na mata” a’e 3 (3 à 2 = 2) ihe 1sg (1 à 3 = 1) ne 2sg (2 à 3 = 2) d. e. f. Contexto direto a-exak ka’a r-upi 1sg-ver mata OBL-em “Eu vi ele(a) na mata” ere-exak ka’a r-upi 2sg-ver mata OBL-em “Você viu ele(a) na mata” Contexto direto-inverso uru-exak ka’a r-upi 1/2sg-ver mata OBL-em “Eu vi você na mata” “Nós vimos você na mata” GT 08 - Educação e Linguagem na Amazônia ISSN (online): 1983-5124 ihe/ure (1 à 2 = 1/2) 1sg/1excl !$ IX SED Anais Universidade Federal de Rondônia – Campus de Ji-Paraná IX Seminário de Educação - 24 a 26 de agosto de 2016 Além disso, estes mecanismos geram duas classes naturais de derivação para verbos intransitivos. Assim, realização a concordância em contexto direto para os verbos intransitivos ativos e a concordância em contexto inverso para os verbos intransitivos inativos, como pode ser visto abaixo. (13) (14) a. Verbo intransitivo inativo (contexto inverso) he-ø-kàzym karumehe ihe 1sg-INV-desmaiar ontem 1sg “Eu desmaiei ontem” b. he-ø-àxàm karumehe 1sg-INV-espirrar ontem “Eu espirrei ontem” c. h-ezuz ma'eà'yz karumehe 3-germinar semente ontem “A semente germinou ontem” a. b. Verbo ativo (contexto direto) a-pynyk karumehe 1sg-dançar ontem “Eu dancei ontem” a-hem tàpuz ø-me 1sg-sair casa OBL-de “Eu saí da casa ontem” ihe 1sg a’e 3 ihe 1sg karumehe ontem ihe 1sg 4. Considerações finais Vimos que, na língua Tenetehára, o morfema de concordância portmanteau é aquele que codifica traços-φ de seus dois argumentos nucleares. Este morfema portmanteau é distinto dos morfemas de concordancia que se referem exclusivamente aos morfemas de concordância que se referem exclusivamente ao argumento externo ou o argumento interno. Em uma perspectiva descritiva, Duarte (2007) analisa a concordancia nesta língua por meio da hierarquia de pessoa: 1 > 2 > 3[+foc] > 3[-foc]. Em termos teóricos, a escolha com qual argumento será estabelecida a concordância é um componente autônomo da concordância de traço-φ, a qual é governada pelo mecanismo sintático baseado na hierarquia de pessoa. Em outras palavras, a concordância de traços-φ é tratada com um fenômeno uniforme. Em suma, GT 08 - Educação e Linguagem na Amazônia ISSN (online): 1983-5124 !" Universidade Federal de Rondônia – Campus de Ji-Paraná IX Seminário de Educação - 24 a 26 de agosto de 2016 IX SED Anais a ciclicidade e a localidade na língua Tenetehára derivam uma preferência de concordancia com o argumento interno. A articulação da sonda, por sua vez, determina quando o controlador da concordancia ciclicamente muda para o argumento externo. A consequência é que, este sistema permite a realização de três classes de derivação que correspondem empiricamente aos prefixos de concordância direta, inversa e portmanteau. Referências BAKER, Mark. Incorporation: A theory of grammatical function changing. Chicago: University of Chicago Press, 1988. BEJÁR, Susana; REZAC, Milan. Cycle Agree. Linguistic Inquiry, v. 40, p. 35-73, 2009. BÉJAR, Susana. Economy, cyclicity and markedness in Georgian verbal agreement. GLOW Newsletter, v. 44, p. 18-19, 2000a. BÉJAR, Susana. Structural markedness in formal features: Deriving interpretability. Revue Québécoise de Linguistique, v. 28, p. 47-72, 2000b. BÉJAR, Susana. Phi-syntax: A theory of agreement. Tese (Doutorado em Linguística), University of Toronto, Toronto, 2003. CHOMSKY, Noam. The Minimalist Program. Cambridge: MIT Press, 1995. DUARTE, Fábio Bonfim. Studies in Tenetehára Morphosyntax. Belo Horizonte: FALE/UFMG, 2007. DUARTE, Fábio Bonfim. Tenetehára: a predicate fronting language. Canadian Journal of Linguistics, v. 57, n. 3, p. 359-386, 2012. HARLEY, Heidi; RITTER, Elizabeth. Person and number in pronouns: A feature-geometric analysis. Language, v. 78, p. 482-526, 2002. PAYNE, D. L. The Tupí-Guaraní inverse. In: HOPPER, P.; FOX, B. Voice: form and function. Amsterdam: John Benjamins, 1994. REZAC, Milan. The fine structure of cyclic Agree. Syntax, v. 6, 156-182, 2003. RIZZI, Luigi. Relativized Minimality. Cambridge: MIT Press, 1990. WOOLFORD, Ellen. Two Types of Portmanteau Agreement: Syntactic and Morphological. In: LEGENDRE, Geraldine; PUTNAM, Michael; ZAROUKIAN, Erin. Advances in OT Syntax and Semantics. Oxford: Oxford University Press, 2014. GT 08 - Educação e Linguagem na Amazônia ISSN (online): 1983-5124 !#