DISCIPLINA: História DATA: 24/05/2017 Atividades de Revolução Industrial e Imperialismo 01- A prosperidade induzida pela emergência das máquinas de tear escondia uma acentuada perda de prestígio. Foi nessa idade de ouro que os artesãos, ou os tecelões temporários, passaram a ser denominados, de modo genérico, tecelões de teares manuais. Exceto em alguns ramos especializados, os velhos artesãos foram colocados lado a lado com novos imigrantes, enquanto pequenos fazendeiros-tecelões abandonaram suas pequenas propriedades para se concentrar na atividade de tecer. Reduzidos à completa dependência dos teares mecanizados ou dos fornecedores de matéria-prima, os tecelões ficaram expostos a sucessivas reduções dos rendimentos. THOMPSON, E. P. The making of the english working class. Harmondsworth: Penguin Books, 1979 (adaptado). Com a mudança tecnológica ocorrida durante a Revolução Industrial, a forma de trabalhar alterou-se porque (A) a invenção do tear propiciou o surgimento de novas relações sociais. (B) os tecelões mais hábeis prevaleceram sobre os inexperientes. (C) os novos teares exigiam treinamento especializado para serem operados. (D) os artesãos, no período anterior, combinavam a tecelagem com o cultivo de subsistência. (E) os trabalhadores não especializados se apropriaram dos lugares dos antigos artesãos nas fábricas. 02-Até o século XVII, as paisagens rurais eram marcadas por atividades rudimentares e de baixa produtividade. A partir da Revolução Industrial, porém, sobretudo com o advento da revolução tecnológica, houve um desenvolvimento contínuo do setor agropecuário. São, portanto, observadas consequências econômicas, sociais e ambientais inter-relacionadas no período posterior à Revolução Industrial, as quais incluem (A) a erradicação da fome no mundo. (B) o aumento das áreas rurais e a diminuição das áreas urbanas. (C) a maior demanda por recursos naturais, entre os quais os recursos energéticos. (D) a menor necessidade de utilização de adubos e corretivos na agricultura. (E) o contínuo aumento da oferta de emprego no setor primário da economia, em face da mecanização. 03- O movimento operário ofereceu uma nova resposta ao grito do homem miserável no princípio do século XIX. A resposta foi a consciência de classe e a ambição de classe. Os pobres então se organizavam em uma classe específica, a classe operária, diferente da classe dos patrões (ou capitalistas). A Revolução Francesa lhes deu confiança; a Revolução Industrial trouxe a necessidade da mobilização permanente. HOBSBAWM, E. J. A era das revoluções. São Paulo: Paz e Terra, 1977. No texto, analisa-se o impacto das Revoluções Francesa e Industrial para a organização da classe operária. Enquanto a “confiança” dada pela revolução Francesa era originária do significado da vitória revolucionária sobre as classes dominantes, a “necessidade da mobilização permanente”, trazida pela Revolução Industrial, decorria da compreensão de que (A) a competitividade do trabalho industrial exigia um permanente esforço de qualificação para o enfrentamento do desemprego. (B) a completa transformação da economia capitalista seria fundamental para a emancipação dos operários. (C) a introdução das máquinas no processo produtivo diminuía as possibilidades de ganho material para os operárias. (D) o progresso tecnológico geraria a distribuição de riquezas para aqueles que estivessem adaptados aos novos tempos industriais. (E) a melhoria das condições de vida dos operários seria conquistada com as manifestações coletivas em favor dos direitos trabalhistas. 04- Os cercamentos do século XVIII podem ser considerados como sínteses das transformações que levaram à consolidação do capitalismo na Inglaterra. Em primeiro lugar, porque sua especialização exigiu uma articulação fundamental com o mercado. Como se concentravam na atividade de produção de lã, a realização da renda dependeu dos mercados, de novas tecnologias de beneficiamento do produto e do emprego de novos tipos de ovelhas. Em segundo lugar, concentrou-se na inter-relação do campo com a cidade e, num primeiro momento, também se vinculou à libertação de mão de obra. RODRIGUES, A. E. M. Revoluções burguesas. In: REIS FILHO, D. A. et al (orgs.) O Século XX, v. l. Rio de janeiro: Civilização Brasileira, 2000 (adaptado). Página | 1 Outra consequência dos cercamentos que teria contribuído para a revolução Industrial na Inglaterra foi o (A) aumento do consumo interno. (B) congelamento do salário mínimo. (C) fortalecimento dos sindicatos proletários. (D) enfraquecimento da burguesia industrial. (E) desmembramento das propriedades improdutivas. 05-A Inglaterra pedia lucros e recebia lucros, Tudo se transformava em lucro. As cidades tinham sua sujeira lucrativa, suas favelas lucrativas, sua fumaça lucrativa, sua desordem lucrativa, sua ignorância lucrativa, seu desespero lucrativo. As novas fábricas e os novos altosfornos eram como as Pirâmides, mostrando mais a escravização do homem que seu poder. DEANE, P. A Revolução Industrial. Rio de Janeiro: Zahar, 1979 (adaptado). ] Qual relação é estabelecida no texto entre os avanços tecnológicos ocorridos no contexto da Revolução Industrial Inglesa e as características das cidades industriais no início do século XIX? (A) A facilidade em se estabelecerem relações lucrativas transformava as cidades em espaços privilegiados para a livre iniciativa, característica da nova sociedade capitalista. (B) O desenvolvimento de métodos de planejamento urbano aumentava a eficiência do trabalho industrial. (C) A construção de núcleos urbanos integrados por meios de transporte facilitava o deslocamento dos trabalhadores das periferias até as fábricas. (D) A grandiosidade dos prédios onde se localizavam as fábricas revelava os avanços da engenharia e da arquitetura do período, transformando as cidades em locais de experimentação estética e artística. (E) O alto nível de exploração dos trabalhadores industriais ocasionava o surgimento de aglomerados urbanos marcados por péssimas condições de moradia, saúde e higiene. 06-A evolução do processo de transformação de matérias-primas em produtos acabados ocorreu em três estágios: artesanato, manufatura e maquinofatura. Um desses estágios foi o artesanato, em que se (A) trabalhava conforme o ritmo das máquinas e de maneira padronizada. (B) trabalhava geralmente sem o uso de máquinas e de modo diferente do modelo de produção em série. (C) empregavam fontes de energia abundantes para o funcionamento das máquinas. (D) realizava parte da produção por cada operário, com uso de máquinas e trabalho assalariado. (E) faziam interferências do processo produtivo por técnicos e gerentes com vistas a determinar o ritmo de produção. 07- A poluição e outras ofensas ambientais ainda não tinham esse nome, mas já eram largamente notadas no século XIX, nas grandes cidades inglesas e continentais. E a própria chegada ao campo das estradas de ferro suscitou protestos. A reação antimaquinista, protagonizada pelos diversos luddismos, antecipa a batalha atual dos ambientalistas. Esse era, então, o combate social contra os miasmas urbanos. SANTOS O crescente desenvolvimento técnico-produtivo impõe modificações na paisagem e nos objetos culturais vivenciados pelas sociedades. De acordo com o texto, pode-se dizer que tais movimentos sociais emergiram e se expressaram por meio (A) das ideologias conservacionistas, com milhares de adeptos no meio urbano. (B) das políticas governamentais de preservação dos objetos naturais e culturais. (C) das teorias sobre a necessidade de harmonização entre técnica e natureza. (D) dos boicotes aos produtos das empresas exploradoras e poluentes. (E) da contestação à degradação do trabalho, das tradições e da natureza. 08-Entre as alternativas abaixo, aquela que NÃO apresenta uma condição para o início da Revolução Industrial Inglesa, no final do século XVIII, é: (A) Presença de mão-de-obra abundante e barata, resultante da expropriação dos camponeses e da existência de mulheres e crianças, que podiam ser aproveitadas no trabalho fabril (B) Ampliação do mercado interno, favorecida, entre outros fatores, pelo crescimento demográfico da segunda metade do século XVIII (C) Aplicação da ciência e da técnica ao processo de revolução tecnológica, sobretudo em relação à indústria de base (D) Processo de cercamento de campos, em benefício das terras plantadas, com a difusão de novas práticas de cultivo 09- A Intel, líder mundial de inovações em silício, desenvolve tecnologias, produtos e iniciativas para melhorar continuadamente a forma como as pessoas trabalham e vivem. (www.intel.com) A Intel investirá mais de US$ 1 bilhão de dólares na Índia ao longo de cinco anos (...). A Intel está conversando com o governo indiano sobre a instalação de unidades de produção no país (...). (Adaptado de Valor Econômico, 06/12/2005) A Revolução Industrial iniciada no século XVIII na Europa, que resultou na reformulação do mapa econômico desse continente, e o atual processo de desenvolvimento industrial, exemplificado nos textos, têm mecanismos distintos de localização das atividades industriais. Em cada uma dessas fases, as fábricas com novas tecnologias foram atraídas, respectivamente, pela presença de: (A) rede de transporte – governo democrático (B) incentivo fiscal – abundante matéria-prima (C) mercado consumidor – legislação ambiental flexível (D) fonte de energia – mão-de-obra com qualificação Página | 2 10- O mapa apresenta a extensão territorial alcançada pelo expansionismo britânico, entre os séculos XVII e XX. 12- A contínua expansão de impérios coloniais, a exemplo do britânico, está associada à estruturação, consolidação e expansão do sistema capitalista. Considerando esse processo histórico, uma função assumida pelos territórios submetidos às potências expansionistas é: (A) aquisição de material bélico (B) produção de bens de consumo (C) importação de gêneros alimentícios (D) absorção de excedentes populacionais 11-A palavra “imperialismo”, no sentido moderno, desenvolveu-se primordialmente na língua inglesa, sobretudo depois de 1870. Seu significado sempre foi objeto de discussão, à medida que se propunham diferentes justificativas para formas de comércio e de governo organizados. Havia, por exemplo, uma campanha política sistemática para equiparar imperialismo e “missão civilizatória”. Adaptado de WILLIAMS, Raymond. Um vocabulário de cultura e sociedade. São Paulo: Boitempo, 2007. No final do século XIX, os europeus defendiam seus interesses imperialistas nas regiões africanas e asiáticas, justificando-os como missão civilizatória. Uma das ações empreendidas pelos europeus como missão civilizatória nessas regiões foi: (A) aplicação do livre comércio (B) qualificação da mão de obra (C) padronização da estrutura produtiva (D) modernização dos sistemas de circulação Na década de 1930, foi publicada a primeira edição da história em quadrinhos em que o personagem Tintim, um jovem repórter belga, faz uma expedição ao Congo, colônia do seu país na época. Com base nas imagens e nos diálogos apresentados, nota-se que Tintim simbolizava as práticas de colonização europeia na África, associadas à política de: (A) integração étnica (B) ação civilizadora (C) cooperação militar (D) proteção ambiental Página | 3 13-Três décadas — de 1884 a 1914 — separam o século XIX — que terminou com a corrida dos países europeus para a África e com o surgimento dos movimentos de unificação nacional na Europa — do século XX, que começou com a Primeira Guerra Mundial. É o período do Imperialismo, da quietude estagnante na Europa e dos acontecimentos empolgantes na Ásia e na África. O processo histórico citado contribuiu para a eclosão da Primeira Grande Guerra na medida em que (A) As possessões portuguesas na África foram drasticamente reduzidas diante do avanço do imperialismo francês e britânico. (B) Ao longo do século XIX, o continente africano foi totalmente dominado e loteado pelas potências européias em expansão. (C) Na primeira metade do século XIX, nem a França nem a Inglaterra possuíam qualquer feitoria ou colônia no território africano. (D) A despeito da forte presença das potências ocidentais, no início do século XX, vários países africanos tornaram-se independentes. (A) difundiu as teorias socialistas. (B) acirrou as disputas territoriais. (C) superou as crises econômicas. (D) multiplicou os conflitos religiosos. (E) conteve os sentimentos xenófobos. 15-A partir das últimas décadas do século XIX, uma nova onda colonialista levou à partilha quase total da África e da Ásia entre países industrializados. Sobre esta fase imperialista, é correto afirmar que foi motivada fundamentalmente: ARENDT, H. As origens do totalitarismo. São Paulo: Cia. das Letras, 2012. 14- (A) pelo interesse de importar bens manufaturados da Índia, China e África islâmica e foi estimulada pelos países industriais emergentes: Bélgica, Alemanha e Japão. (B) pela política religiosa e missionária de difundir o cristianismo no mundo e foi liderada pelos países católicos europeus, como a França e a Bélgica. (C) pela exigência do conhecimento científico positivista de ocupar os territórios a serem estudados e foi impulsionada pela Grã-Bretanha. (D) pela necessidade de adquirir facilmente matériaprima a baixo custo e foi facilitada pela política imperialista dos Estados Unidos. (E) pelo interesse de continuar a expandir o capitalismo num período de crise e teve à sua frente a França e a Grã-Bretanha. 16- Em 1997, ocorreu a devolução de Hong Kong pela Inglaterra ao governo chinês. A Inglaterra havia tomado aquele território da China por ocasião da: (A) Insurreição dos Taipingues (1845-1860), iniciada após a prisão de chineses que traficavam ópio para a Inglaterra. (B) Guerra do Ópio (1839-1842), que eclodiu com a destruição, por parte do governo chinês, de cargas de ópio trazidas pelos comerciantes ingleses. (C) Guerra dos Cipaios (1857-1859), devida ao rompimento do Tratado de Nanquim, pela China, que havia voltado a produzir o ópio. (D) Insurreição dos Boxers (1898-1901), quando os chineses faziam de Hong Kong um centro de exportação de ópio para a Europa. (E) Revolução Chinesa (1949), que se expandiu até a Índia, onde os chineses passaram a produzir o ópio para o mercado europeu. A partir da contextualização histórica das informações apresentadas nos mapas, é CORRETO concluir: 17-O Imperialismo Ocidental foi, sobretudo, um fenômeno de expansão das economias capitalistas que alcançou seu máximo vigor as duas últimas décadas do século XIX e os anos que antecederam a Primeira Guerra Mundial. Desse modo, foram conseqüências do Imperialismo para o continente asiático a africano, exceto: Página | 4 (A) Rápida ocidentalização de todos os povos subjugados pela imediata e irrestrita dos métodos e técnicas do desenvolvimento de europeus e norteamericanos. (B) Desorganização das atividades econômicas tradicionais, como a agricultura de subsistência, o artesanato coletivista e a pecuária itinerante. (C) Ruína da indústria têxtil artesanal na Índia, obrigada a vender matérias-primas e a comprar produtos industrializados. (D) Divisão territorial da China em várias zonas de influência européia e norte-americana. (E) Implantação de agricultura voltada para a produção e exportação de produtos como sisal, juta, café e cacau. 18- Quanto ao Imperialismo praticado no século XIX, na África do Sul, a presença inglesa, localizada nas colônias do Cabo e de Natal, cresceu desde o início do século XIX, deslocando- se os böers para o nordeste, criando as repúblicas de Orange e Transvaal. O início, em 1899, de uma longa e difícil guerra entre os ingleses e os böers foi motivado (A) pelo conflito anglo-francês pelo domínio da estratégica passagem do Cabo da Boa Esperança. (B) pelo conflito entre ingleses e holandeses pelo controle da África Equatorial. (C) pela descoberta das grandes minas de ouro e diamantes no Transvaal. (D) pela criação da União Sul-Africana pelas autoridades inglesas. (E) por razões de natureza religiosa, pois os ingleses agiram em defesa de missionários que difundiam o catolicismo. (E) defesa do livre-cambismo e legislação impeditiva da evasão em massa dos excedentes demográficos europeus. 20- Os depósitos de diamante e ouro na Nigéria – fontes de riquezas e recursos – estimularam a ocupação do território africano, provocada pela ganância que trouxe à luz a face cruel do Imperialismo. Assinale a opção que melhor indica a ocupação imperialista da África, no final do século XIX e nas primeiras décadas do século XX. (A) A Alemanha, impulsionada pelo seu desenvolvimento industrial pós 1870, não aceitou participar da corrida imperialista na África, privilegiando a ocupação dos territórios europeus, como a Polônia. (B) A guerra dos bôeres foi o conflito entre os colonos holandeses e os africanos do sul, interessados em preservar o domínio francês sob o seu território. (C) A Conferência de Berlim, ocorrida entre 1885-1887 pretendeu fixar as regras da partilha territorial da África, atendendo às reivindicações dos nativos. (D) O desenvolvimento tecnológico europeu necessitou de matérias primas encontradas nas regiões africanas. Por isso, deve-se considerar que o Imperialismo foi um fenômeno exclusivamente econômico. (E) A colônia inglesa da Rodésia teve o nome escolhido em homenagem a Cecil Rhodes, o responsável por sua constituição. O território foi administrado pela Companhia Britânica da África do Sul até 1923. 19- A respeito do Imperialismo do século XIX, leia este trecho de uma entrevista concedida por Cecil Rhodes, em 1895, a um jornalista: A ideia que mais me acode ao espírito é a solução do problema social, a saber: nós, os colonizadores, devemos, para salvar os 40 milhões de habitantes do Reino Unido de uma mortífera guerra civil, conquistar novas terras a fim de aí instalarmos o excedente da nossa população, de aí encontrarmos novos mercados para os produtos das nossas fábricas e das nossas minas. O império, como sempre tenho dito, é uma questão de estômago. Se queres evitar a guerra civil, é necessário que vos torneis imperialistas.(Leonel Itaussu. História Moderna e Contemporânea) Assinale os fatores do Imperialismo, praticado no século XIX, que são tratados no texto: (A) busca de metais preciosos e de mercados externos para onde pudessem escoar o excedente da produção; (B) busca de mercados externos para onde pudessem escoar o excedente da produção agrícola europeia e interesse por regiões fornecedoras de especiarias; (C) necessidade de novas terras para onde pudesse ser escoada a mão-de-obra excedente e propagação do cristianismo; (D) necessidade de novas terras para onde pudesse ser escoado o excedente da população europeia e busca de mercados externos para onde pudessem escoar o excedente da produção de suas fábricas. Página | 5 Gabarito –História (24-05) História 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D C B A E B E C D D 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 D B B B E B E C D E Página | 6