o impacto da mastectomia na sexualidade das mulheres

ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA
DE VITÓRIA – EMESCAM
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
JODELI TAINARA LACERDA DA FONSECA
KAROLINY SOUZA BASTISTA
O IMPACTO DA MASTECTOMIA NA SEXUALIDADE DAS
MULHERES
VITÓRIA/ES
2016
JODELI TAINARA LACERDA DA FONSECA
KAROLINY SOUZA BASTISTA
O IMPACTO DA MASTECTOMIA NA SEXUALIDADE DAS
MULHERES
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no
formato de Artigo a Escola Superior de Ciências da
Santa Casa de Misericórdia de Vitória - EMESCAM,
como requisito parcial para obtenção do grau de
Bacharel em Enfermagem.
Orientador: Profª Ms Francine Alves Gratival Raposo.
VITÓRIA/ES
2016
JODELI TAINARA LACERDA DA FONSECA
KAROLINY SOUZA BASTISTA
O IMPACTO DA MASTECTOMIA NA SEXUALIDADE DAS
MULHERES
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no formato de Artigo a Escola Superior de
Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória - EMESCAM, como requisito parcial
para obtenção do grau de Bacharel em Enfermagem.
Aprovada em 27 de Outubro de 2016.
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________
Profª Ms. Francine Alves Gratival Raposo
Escola Superior de Ciências da Santa Casa de
Misericórdia de Vitória – EMESCAM
Orientador (a)
___________________________________________
Profª Ms. Priscilla Rocha Araújo Nader
Escola Superior de Ciências da Santa Casa de
Misericórdia de Vitória – EMESCAM
1ª Banca
___________________________________________
Enfº Renato Vidal de Oliveira
Escola Superior de Ciências da Santa Casa de
Misericórdia de Vitória – EMESCAM
2ª Banca
O IMPACTO DA MASTECTOMIA NA SEXUALIDADE DAS MULHERES
THE MASTECTOMY IMPACT ON SEXUALITY WOMEN
Autor
Francine Alves Gratival Raposo: Enfermeira (Mestre em Políticas Públicas e
Desenvolvimento Local)
Jodeli Tainara Lacerda da Fonseca: Enfermagem (Graduanda - EMESCAM)
Karoliny Souza Batista: Enfermagem (Graduanda - EMESCAM)
Resumo
Abstract
Este artigo objetiva realizar revisão
integrativa da literatura acerca do
impacto da mastectomia na sexualidade
da mulher acometida por câncer de
mama. A metodologia utilizada foi a
revisão
bibliográfica
de
caráter
retrospectivo.
O
levantamento
bibliográfico foi realizado a partir das
bases de dados eletrônicas: Biblioteca
Virtual em Saúde - BVS publicados na
língua portuguesa. Além desses foram
utilizados na pesquisa outros artigos,
livros, monografias, dissertações, teses
e documentações oficiais do Ministério
da Saúde. Empregou-se um recorte
temporal de artigos publicados de
janeiro de 2010 a dezembro de 2015, no
intuito de investigar e analisar os
conceitos presentes na literatura
pesquisada em relação ao objetivo
proposto. A justificativa está pautada no
impacto que os tratamentos do câncer
de mama podem interferir na
sexualidade e alterar a função sexual da
mulher. Os resultados da pesquisa
revelaram que há um forte impacto na
sexualidade da mulher que passa por
uma mastectomia, no entanto, acreditase que com a ajuda do parceiro, dos
profissionais de saúde que acompanham
a paciente, essa aos poucos pode voltar
a ter uma vida feliz com seu
companheiro.
This article aims to carry out an
integrative review of the literature on
the impact of mastectomy on the
sexuality of women affected by breast
cancer. The methodology used was the
retrospective bibliographical review.
The bibliographic survey was carried
out from the electronic databases:
Virtual Health Library - VHL published
in the Portuguese language. In addition,
other articles, books, monographs,
dissertations, theses and official
documents of the Ministry of Health
were used in the research. A temporal
cut of articles published from January
2010 to December 2015 was used to
investigate and analyze the concepts
Present in the researched literature in
relation to the proposed objective. The
rationale is based on the impact that
breast cancer treatments can interfere
with sexuality and change a woman's
sexual function. The results of the
research revealed that there is a strong
impact on the sexuality of the woman
who undergoes a mastectomy, however,
it is believed that with the help of the
partner, the health professionals who
accompany the patient, this may
gradually regain a happy life with your
companion.
Descritores: Neoplasias de
Mastectomia; Sexualidade.
Keywords: Breast cancer; Mastectomy;
Sexuality
Mama;
5
Instituição: Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória EMESCAM
Correspondência: Avenida Nossa Senhora da Penha, 2190, Santa Luiza, Vitória, ES. Cep:
29045-402.
1 INTRODUÇÃO
O câncer de mama, assim como outras neoplasias malignas, resulta de uma proliferação
incontrolável de células anormais, que surge em função de alterações genéticas, sejam elas
hereditárias ou adquiridas por exposição a fatores ambientais ou fisiológicos. Tais alterações
podem provocar mudanças no crescimento celular ou morte celular programada, levando
assim ao surgimento do tumor5.
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer - INCA, nas últimas décadas o câncer ganhou
uma dimensão maior, convertendo-se em um evidente problema de saúde pública a nível
mundial. A Organização Mundial da Saúde - OMS pressupõe que no ano de 2030 pode-se
esperar 27 (vinte e sete) milhões de casos incidentes de câncer, 17 (dezessete) milhões de
óbitos por câncer e 75 (setenta e cinco) milhões de pessoas vivas, anualmente, com câncer. O
maior efeito desse aumento vai incidir em países com poder socioeconômico baixo6.
De acordo com o INCA, o câncer de mama é o que mais atinge as mulheres em todo o mundo.
Em quatro das cinco regiões brasileiras é o tipo mais comum entre as mulheres, sem
considerar os tumores da pele não melanoma: Sul (74,30/100 mil), Sudeste (68,08/100 mil),
Centro-Oeste (55,87/100 mil) e Nordeste (38,74/100 mil). Na Região Norte, é o segundo
tumor mais incidente (22,26/100 mil) ficando atrás do câncer do colo do útero (23,97/100
mil). Através desses dados pode-se observar que a região Sul está em primeiro lugar6.
O Ministério da Saúde - MS e o INCA destacam que o câncer de mama acomete mulheres de
diferentes idades, com mais frequência em mulheres acima de quarenta anos, sendo mais raro
em mulheres jovens5,6.
O diagnóstico de câncer de mama traz consigo o sentimento de impotência e medo da morte,
pois além de ser um fato estressante para a mulher, também significa mudanças tanto
psicológicas, como sociais e sexuais, pois ocorre uma série de transformações no organismo,
além de ocasionar a ameaça de uma mutilação da mama. A busca pelo tratamento mais
adequado é persistente e constante, pois essas mulheres convivem com uma dor permanente,
6
tanto física como psicológica, durante os estágios diferentes que a doença apresenta e diante
das sequelas que ficam em seu corpo7.
Uma das sequelas que mais afligem as mulheres é proveniente da mastectomia, que é a
mutilação da mama. O Ministério da Saúde define este procedimento como sendo uma
cirurgia de retirada total ou parcial da mama, associada ou não à retirada dos gânglios
linfáticos da axila/esvaziamento axilar5.
Diante da gravidade, o profissional da saúde assume um papel de extrema importância na
assistência da mulher mastectomizada, à mastectomia traz inúmeros sentimentos de mudanças
de vida e transformações, as quais atingem diretamente as pacientes no decorrer do
tratamento. Por isso, é importante o apoio e a orientação do profissional enfermeiro para
estimular a valorização do autocuidado e minimizar os conflitos gerados pelo processo da
doença, não somente para as mulheres, mas também para a família.
Deste modo, considerando que os tratamentos do câncer de mama podem interferir na
sexualidade e alterar a função sexual da mulher, este estudo objetivou explorar o impacto da
mastectomia sobre a sexualidade da mulher acometida por câncer de mama e o papel do
profissional enfermeiro nesse contexto.
2 OBJETIVO DO ESTUDO
Analisar os impactos da mastectomia na sexualidade da mulher acometida por câncer de
mama.
3 MATERIAL E MÉTODO
A presente pesquisa pode ser classificada como uma pesquisa de revisão integrativa, segundo
Mendes, Silveira e Galvão19, é um método que possibilita reunir e sintetizar resultados de
pesquisas sobre um determinado assunto, de forma sistemática e ordenada, o que vai
contribuir para aprofundar o conhecimento de um tema.
7
Este estudo se deu através da coleta de dados utilizando-se de revisão bibliográfica. Minayo20
descreve a pesquisa bibliográfica como aquela constituída das discussões e estudos de vários
autores que levarão a uma consideração final.
A revisão bibliográfica não é simplesmente uma mera repetição do que já foi escrito sobre
certo assunto, mas objetiva a uma avaliação sob a ótica de um novo enfoque, chegando a
novas conclusões15.
Para guiar o presente estudo, formulou-se a seguinte questão: qual o impacto da mastectomia
na sexualidade da mulher acometida por câncer de mama?
Empregou-se um recorte temporal de artigos publicados de janeiro de 2010 a dezembro de
2015, no intuito de investigar e analisar os conceitos presentes na literatura pesquisada em
relação ao objetivo proposto. As fontes pesquisadas foram as indexadas nas bases de dados
eletrônicas: Biblioteca Virtual em Saúde - BVS publicados na língua portuguesa. Além desses
foram utilizados na pesquisa outros artigos, livros, monografias, dissertações, teses e
documentações oficiais do Ministério da Saúde.
Selecionaram-se como descritores, na busca aos artigos online, as seguintes palavras-chave:
Neoplasias de Mama, Mastectomia e Sexualidade. Foram encontrados um total de 112 artigos,
destes foram selecionados 54 artigos com texto completo e idioma em português, em uma
análise mais meticulosa, emerge uma nova seleção com artigos que abordassem melhor a
temática abordada totalizando 14 artigos. Foram encontrados 18 artigos com o descritor
Neoplasias de Mama, sendo selecionados 04 artigos. Com o descritor Mastectomia foram
encontrados 20 artigos sendo selecionados 06 artigos. Com o descritor Sexualidade foram
encontrados 16 artigos sendo selecionados 04 artigos.
Foram excluídos da pesquisa os artigos encontrados, com ano de publicação antes de 2010 e
que apresentaram dados que não fossem sobre as mulheres que passam pela mastectomia e
que não estivessem limitados ao estudo deste tema em específico e que fosse possível o
levantamento de informações mais atuais sobre o tema em questão, pois o intuito é trazer
dados mais recentes sobre o câncer de mama no Brasil e casos que demostrem como tem sido
tratada a questão da sexualidade feminina após este procedimento.
8
As análises das informações obtidas das referidas obras permitiram a reflexão dos dados
coletados sobre a temática o impacto da mastectomia na sexualidade das mulheres acometidas
por câncer de mama.
4 REVISÃO DE LITERATURA
4.1 EPIDEMIOLOGIA DO CÂNCER DE MAMA
O câncer de mama é o segundo tipo mais frequente no mundo e o mais frequente na
população feminina brasileira.
Segundo estimativa do INCA, em 2016 deverá ocorrer 57.960 novos casos de câncer de
mama, com um risco estimado de 56,2 por 100 mil mulheres. À exceção da região Norte,
onde o câncer do colo de útero lidera a incidência, o câncer de mama é o mais incidente em
todas as outras regiões do Brasil. Sendo considerado, em geral, um câncer de bom prognóstico
quando diagnosticado e tratado precocemente, no entanto, as taxas de mortalidade por câncer
da mama continuam elevadas no Brasil6.
O Ministério da Saúde destacou que os óbitos por câncer de mama ocuparam o primeiro lugar
no país, representando 16,1% do total de óbitos. Esse padrão é semelhante para as regiões
brasileiras, com exceção da região Norte, onde os óbitos por câncer de mama ocuparam o
segundo lugar, com 12,9%. No mesmo ano, os maiores percentuais na mortalidade
proporcional por câncer de mama foram os do Sudeste 16,9% e Centro-Oeste 16,6%, seguidos
pelos Sul 15,3% e Nordeste 14,9%. Supostamente, essas taxas de mortalidade mantêm-se
elevadas porque a doença ainda é diagnosticada em estágios tardios5.
Conforme dados do INCA citados por Porto, Teixeira e Silva23 “a sobrevida média após cinco
anos na população de países desenvolvidos é de 85%. No entanto, nos países em
desenvolvimento a sobrevida fica em torno de 60%”.
9
4.2 A MASTECTOMIA
A mastectomia é uma cirurgia muito utilizada para a retirada do câncer de mama.
Vasconcelos, Ribeiro e Torres28, descrevem que ela é uma das formas mais seguras para
garantir a extinção do câncer de mama, sendo este, um procedimento que pode ser realizado
de várias formas, dependendo do grau da doença, do tamanho do tumor, dentre outras
características.
Muitos pesquisadores do tema veem na mastectomia o tratamento mais indicado, Ibiapina,
Maia, Silva, Fernandes, Costa Filho e Fernandes13 asseveram sobre esse procedimento
afirmando que “para mulheres com diagnóstico tardio, a mastectomia é um dos tratamentos
mais prováveis para o câncer de mama”.
Pode-se observar que a mastectomia é vista como um procedimento muito seguro, pois tira
toda a massa da mama que foi diagnosticada com o tumor. Cesnik e Santos8 relatam que “A
mastectomia consiste na cirurgia para retirada da massa tumoral. As intervenções cirúrgicas
podem variar de acordo com extensão da mama que sofre a mutilação”.
A Mastectomia pode ser conservadora, radical Halsted ou também pode optar pela
mastectomia radical modificada. Segundo Franco (apud VASCONCELOS et. al.)28:
A conservadora - consiste na remoção do tumor primário com margens de tecido
normal, histologicamente negativas e disseção axilar, sendo a radiografia
obrigatória, para complementar o tratamento [...]. Ela pode ser realizada também
através da tumorectomia, que se dá com a remoção do tumor com margens de
tecido circunjacente de 1 cm, sendo indicado para tumores de até 1,5cm de
diâmetro.
A radical Halsted - é a extirpação da mama, músculo grande peitoral, músculo
pequeno peitoral e esvaziamento axilar radical.
A radical modificada - é aquela em que é feita a extirpação total da mama com o
esvaziamento axilar radical, conservando-se o músculo do pequeno peitoral. E
existe ainda a possibilidade da mastectomia total, que é a remoção da glândula
mamária, aponeurose anterior do músculo grande peitoral e segmento cutâneo
incluindo a cicatriz cirúrgica da biopsia, sem esvaziamento axilar.
A escolha do tipo de mastectomia a ser realizada vai partir da análise dos médicos e de acordo
com o estágio e grau de desenvolvimento da doença, além do tamanho do tumor28.
Muitas pessoas, ao passar pela mastectomia se veem em volta de um sentimento de perda
muito grande logo após esse processo, pela ausência de sua mama. Gasparelo, Sales, Marcon
e Salci11 evidenciam que a mastectomia traz para a mulher uma imagem de seu corpo muito
modificada, principalmente pela ênfase que é dada ao seio e por este representar a
feminilidade.
10
Em vários momentos, falar da mastectomia para a mulher se torna mais preocupante do que a
retirada do tumor em si. De acordo com Matoso, Melo e Oliveira18:
Para algumas mulheres, a mastectomia destrói a imagem corporal de maneira muito
abrupta. Diante disso, muitas vezes, a preocupação maior é com a mutilação, já que
a mama é um órgão que representa a maternidade, a estética e a sexualidade
feminina, do que com a própria doença [...].
A mastectomia para Bandeira et al.3 “é o tratamento primário do câncer de mama e desperta
na mulher uma série de sentimentos [...]”. Sentimentos estes negativos, de frustração e dor
pela perda da mama.
4.3 A MASTECTOMIA E O IMPACTO NA SEXUALIDADE FEMININA
O câncer é uma doença que afeta profundamente a vida de quem é acometido por ele, assim
também como de toda a família que sofre juntamente com a paciente.
Sabe-se que o tratamento do câncer de mama interfere de forma profunda na vida da mulher, e
mesmo depois de tratada, ela continua a sofrer com o problema, principalmente pelos
transtornos psicológicos e pelas marcas físicas que ele deixa. Como afirma Rodrigues24 à
mastectomia “é um procedimento cirúrgico essencial no tratamento do câncer de mama, no
entanto, por ser uma técnica muito agressiva gera um impacto negativo na saúde e na vida da
mulher”.
Esse impacto traz para a mulher uma sensação de impotência e de baixa autoestima que pode
perdurar por muito tempo, como afirmam Verenhitach, Medeiros, Elias e Nazário29 que assim
relatam:
O impacto pode durar vários anos, mesmo após um tratamento bem-sucedido para a
doença [...]. Estudos mostram alterações físicas decorrentes da quimioterapia,
hormonioterapia e tratamento cirúrgico que interferem na sexualidade, promovendo
distúrbios no funcionamento sexual em suas diferentes fases, como desejo,
excitação, lubrificação e orgasmo.
A mulher passa por muitas fases de tratamento, que vai desde a retirada da mama, seguindo
pelas quimioterapias, radioterapias e muitos remédios que afetam diretamente a vida sexual da
mulher, além da forma física que fica transformada com a mastectomia.
Sob esta mesma visão acerca do impacto na sexualidade, Ibiapina, Maia, Silva, Fernandes,
Costa Filho e Fernandes13 descrevem que:
11
A sexualidade é um fator muito importante uma vez que possibilita a mulher de
sentir-se segura e desejada, e dessa forma poder melhorar sua autoestima e
proporcionar harmonia na família e uma melhor interação de afetividade. Porém,
com a mastectomia a mulher tem sua imagem corporal alterada e dessa forma há um
comprometimento de sua autoestima o que pode afetar significativamente em seu
comportamento sexual.
A mulher, ao se observar pela primeira vez após a mastectomia sente-se impotente. A mama
ocupa um lugar no corpo muito especial e tem um valor grande para as mulheres. Sem ela a
mulher não se sente inteira e consequentemente não se sente atraente para seu parceiro. Como
destaca Primo, Leite, Amorim, Sipioni e Santos22 pelo fato da mama estar intensamente ligada
à maternidade, à sensualidade feminina e ao sexo, a ausência desta mama a deixa
imensamente abalada.
Todas essas percepções sentidas pela mulher fazem parte desse momento de medo e
insegurança que a doença deixa em sua vida. São reações normais, tendo em vista o processo
longo que é um tratamento contra o câncer de mama, principalmente quando esta passa pela
mastectomia. Esses são sentimentos que influenciam diretamente o relacionamento da mulher
com seu parceiro.
4.3.1 A sexualidade e a questão do parceiro
A sexualidade é algo inerente ao ser humano e que o acompanha sempre. O exercício da
sexualidade engloba o relacionamento sexual que pode perdurar por toda a vida da pessoa ou
sofrer alterações devido a fatores internos e externos. Os fatores externos estão ligados às
interferências de outras pessoas e contextos, e os internos, incluem patologias ou medicações
que interferem no desejo, no funcionamento dos órgãos genitais ou no aspecto psicológico26.
Todos estes fatores, desde os externos causados por uma série de fatores do dia a dia como
trabalho, estresse, problemas sociais, pessoais, e também os internos, que são decorrência de
situações que acometem a mulher como doenças e remédios que são levadas a tomar, dentre
outras situações, trazem consequência para sua sexualidade e vida a dois. Almeida1 evidencia
que a sexualidade pode ser radicalmente modificada durante o curso da vida de uma pessoa,
sobretudo quando ocorre a descoberta de uma doença grave como o câncer de mama, em que
ela sente-se diminuída na sua feminilidade e sexualidade.
12
Embora a preocupação da mulher frente ao seu companheiro esteja relacionada com a falta da
mama neste momento da mastectomia. Quintana et al. citado por Salles, Cecílio, Pereira e
Maia25 relatam que:
Sob a visão feminina a realidade da mastectomia significa a perda da identidade, a
impotência de gerar dali para frente alegrias e prazeres ao seu companheiro.
Antagonicamente ao que significa para a mulher, [...] os homens valorizam muito
mais a estabilidade emocional de sua parceira do que o lado estético. Reconhecem
que o procedimento deixa vestígios e cicatrizes importantes para a vida do casal,
porém a visão que têm sobre a falta de mama, difere da concepção por vezes
negativa concebida pelas mulheres.
Como podem ser constatados na afirmativa acima transcrita, os companheiros têm uma
preocupação com suas esposas que vão além da estética, o que é muito importante para que a
mulher consiga voltar a conviver com seu marido, a dialogar sobre seus medos e anseios para
voltar a se relacionar com ele após a mastectomia.
O marido é a pessoa mais próxima e íntima da mulher e sua presença trará conforto e força a
ela neste momento. Biffi e Mamede (apud GASPARETO, SALES, MARCON E SALCI)11
ressaltam que “o companheiro é um dos membros da família em que a mulher acometida pelo
câncer mais procura ajuda e aconchego. Nesta fase de reabilitação, o parceiro sexual é uma
das fontes mais importantes na assistência à mulher com câncer de mama”.
Segundo Alves, Silva, Santos e Fernandes2:
A retirada da mama modifica a identidade da mulher nos aspectos sociais e sexuais,
trazendo reflexos para o relacionamento marital. No entanto, os efeitos da
mastectomia sobre a vida do casal dependem muito da relação conjugal de ambos,
antes da intervenção cirúrgica e da qualidade do relacionamento tanto sexual como
emocional.
Se o relacionamento for de companheirismo e cumplicidade, o parceiro continuará sendo este
marido amoroso e paciente com sua esposa. No entanto, é importante compreender que para
ele também não será um processo fácil.
O marido, assim, tem um papel de grande importância, Silva, Santos, Almeida e Fernandes27,
ressaltam que o marido pode buscar meios de fortalecer a vida conjugal, através de
demonstrações de apoio, dedicação e acompanhamento durante o tratamento.
Acredita-se que o parceiro pode ser uma fonte de força e coragem para a paciente que acabou
de passar pela mastectomia e com paciência e amor ajudá-la a recuperar a autoestima e a
vontade de viver.
13
4.3.2 As principais alterações sexuais na mulher
Acredita-se que, desde a descoberta do câncer de mama até o tratamento e retirada do tumor,
as mulheres passam por muitas e sofridas alterações em seu estado físico e psicológico. Sobre
o assunto, Freire, Silva, Silva, Luz e Rodrigues10 observam que:
A mulher acometida pelo câncer de mama, não tem apenas seu corpo modificado,
com reflexo na identidade feminina, mas também nas suas relações interpessoais e
afetivas, que são fragilizadas por uma enfermidade que traz consigo estimas e
preconceitos os quais terá que confrontar-se.
As mulheres acometidas pelo câncer de mama sofrem um impacto em vários aspectos de sua
vida, e podem apresentar alterações sociais, fisiológicas e psicológicas, que interferem
diretamente na sexualidade, afetando muitos domínios da função sexual9.
A disfunção sexual é definida como um distúrbio que ocorre em uma ou mais das fases do
ciclo de resposta sexual (desejo sexual, excitação, orgasmo e resolução), que interfere na
capacidade de uma pessoa responder sexualmente ou de experimentar prazer sexual, ou seja, é
a incapacidade do indivíduo de participar do ato sexual de forma satisfatória4.
Muitas são as alterações sofridas pela mulher após a mastectomia. De acordo com
Verenhitach, Medeiros, Elias e Nazário29, os tratamentos utilizados para o câncer de mama
(cirurgia, radioterapia, quimioterapia e hormonioterapia) apresentam efeitos adversos que são
causadores de disfunção sexual e geram um impacto negativo na qualidade de vida da
paciente. Muitas mulheres apresentam náuseas, vômitos, fadiga, palidez, disfunção cognitiva,
alopecia, ganho de peso, diminuição da lubrificação vaginal e excitação, redução do desejo
sexual, dispaurenia e anorgasmia.
Estes efeitos trazem muitos transtornos principalmente nos primeiros meses de tratamento
após o procedimento. Marques e Okazaki17 destacam que:
Os primeiros meses de reabilitação da mulher mastectomizada são caracterizados
pelo movimento de reorganização para uma reinserção no mundo individual, social e
conjugal visto que a mutilação favorece o surgimento de muitas questões na vida das
mulheres, especialmente aquelas relacionadas à imagem corporal. A forma como a
mulher percebe e lida com essa nova imagem e como isso afeta a sua existência e
sua sexualidade, são pontos cruciais para um entendimento da nova dinâmica que a
vida dessas mulheres assume.
Ao estudar o impacto do tratamento do câncer de mama em um grupo de mulheres, Santos et
al. (apud JUNQUEIRA, VIEIRA, GIAMI E SANTOS.)14 puderam observar que:
14
A maioria das pacientes percebeu que houve uma diminuição na frequência das
relaçãoes sexuais, sem comprometimento do relacionamento com o companheiro,
havendo casos em que o parceiro se tornou mais atencioso. Inapetência sexual, dor
durante as relações sexuais e dificuldades para excitar-se e alcançar o orgasmo
foram as principais difunções relatadas, decorrentes da doença e dos tratamentos.
Muitas mulheres após a mutilação da mama se sentem incompletas. Segundo Cesnik e Santos7
muitas têm o sentimento de serem incapazes de dar prazeres aos seus parceiros. Sentimento de
medo, de não serem mais atraentes, de diminuição da feminilidade, angústia e vergonha que
inibem e prejudicam a autoestima, repercutindo no relacionamento sexual.
Além da preocupação com seu parceiro, a mulher ao se olhar sem a mama, também se sente
insatisfeita com seu próprio corpo e com ela mesma, não conseguindo se auto aceitar. De
acordo com Lopes e Assis16:
A insatisfação com o próprio corpo gera repercussões negativas na identidade
feminina que levam a sérios conflitos pessoais que afetam os seus relacionamentos
sociais, familiares e principalmente os relacionamentos afetivos, que muitas vezes
são desestabilizados diante da mastectomia.
Assim, a reabilitação física e psicossocial, para essas mulheres, não se esgota com o fim dos
procedimentos cirúrgicos, quimioterápicos e os radioterápicos. Pesquisas abordam que o
período pós-tratamento são cada vez mais requeridos, a fim de conhecer minuciosamente as
especificidades e as necessidades da mulher12.
4.4 O ENFERMEIRO E A PACIENTE EM TRATAMENTO
Em muitos atendimentos com mulheres acometidas pelo câncer de mama, é possível notar que
estas não foram preparadas para enfrentar os períodos do pós-operatório. E sendo assim, é
fundamental que ela esteja cercada de profissionais que sejam preparados tanto na parte
técnica como na parte psicológica para enfrentar junto com o paciente todo o processo de
tratamento.
Conforme Junqueira, Vieira, Giami e Santos14:
Dentre os profissionais de saúde, os membros da equipe de enfermagem são os que
mais se fazem presentes no cuidado direto da paciente. Esta proximidade pode
favorecer o conhecimento e a escuta sobre o sofrimento da mulher acometida pelo
câncer de mama, incluído seus temores e inquietações em relação ao impacto da
doença e do tratamento sobre a sexualidade.
15
Segundo Moreno21 “a atuação do enfermeiro pode ocorrer no pré-operatório e também no
pós-operatório, acompanhando o processo do paciente desde o início quando se obtém o
diagnóstico, até o final do tratamento”.
Deste modo, o enfermeiro pode acompanhar a paciente desde a fase que antecede sua
operação, até o pós-operatório, que é um momento muito delicado das mulheres que
enfrentam a mastectomia. Nesta fase pré-operatória, além de orientar a medicação, o
enfermeiro também orienta a paciente no cuidado com seu corpo, com os hábitos que devem
ser mudados após o tratamento, além da força psicológica que contribui para que a paciente
enfrente melhor o problema.
Segundo Primo, Leite, Amorim, Sipiori e Santos22 relatam que:
Tendo em vista que a mulher mastectomizada passa por um processo de doença por
um tempo muito longo, e várias de suas necessidades humanas básicas estão
alteradas, é preciso que haja uma assistência de enfermagem efetiva de forma a
auxiliá-la a passar por esse processo com o menor número de danos.
O enfermeiro, ao trabalhar com pacientes diagnosticadas com câncer de mama, se envolve no
trabalho que está acima de um trabalho apenas técnico. Tamanha sua contribuição que Peplau
citado por Freire, Silva, Silva, Luz e Rodrigues10 dividiu em quatros fases, a relação entre
enfermeiro e a paciente com câncer. São elas:
Fase de orientação – que é o primeiro contato da paciente, enfermeira e família,
em que são identificadas as necessidades existentes. É nesse momento que a
mulher com câncer de mama, permite ao enfermeiro se familiarizar com sua
realidade, expressando todas as dificuldades individuais e mais íntimas;
Fase da identificação - que ocorre quando as primeiras impressões, as dúvidas e
os medos sobre a doença são superados e o relacionamento entre paciente e o
profissional são estreitados.
Fase de exploração – que tem início quando o paciente identifica o enfermeiro
como um profissional capaz de atender as suas necessidades [...]. O enfermeiro
nesta fase expõe para a paciente e sua família todos os possíveis caminhos para o
alcance da saúde e enfrentamento das dificuldades apresentadas;
Fase de resolução – que é o momento em que se espera que todas as
necessidades da paciente sejam satisfeitas. Para que esta etapa se conclua, é
preciso que a paciente esteja fortalecida e capacitada para agir por si só e possa
voltar para seu ambiente domiciliar e comunitário.
Podemos dizer que todas estas fases citadas são importantes. A identificação contribui para
que o enfermeiro conheça o real estado de seu paciente, se aproxime e inicie uma interação
com a mulher e deste modo ela possa se sentir à vontade para expor seus anseios, medos e
necessidades.
A orientação, também é necessária, pois o enfermeiro vai se aproximar poder conversar com a
16
família, mostrando seu papel e a forma como vai conduzir o trabalho com a paciente.
A colaboração e a execução do trabalho junto ao paciente, e a resolução como transcrita
acima é o momento em que a mulher se mostra recuperada e confiante para voltar à sua rotina
em casa e junto à sua família.
Além de todo o conhecimento técnico necessário, Barbosa, Teixeira e Pereira (apud
MORENO)21 evidenciam que “é imprescindível à capacidade de comunicação clara e
compreensível, o diálogo estabelecido entre o profissional e a assistida, assim como a
habilidade de audição e interpretação”.
Entre as atribuições do profissional enfermeiro podemos citar como fundamental o respeito e
corresponsabilização por suas pacientes. Isto é uma forma não apenas de respeitar a profissão,
mas também de compreender o ser humano e sua impotência diante de uma doença que deixa
tantas marcas na vida da mulher.
No entanto, algumas pesquisas revelam que a questão da sexualidade ainda não é um tema
discutido entre a paciente e o profissional enfermeiro. Junqueira, Vieira, Giami e Santos14
relatam que “a sexualidade ainda não está legitimada como dimensão a ser considerada no
cuidado pelo profissional da saúde”. Os autores completam considerando que:
[...] Para que se possa reverter essa situação, o profissional necessita reconhecer os
pacientes como seres sexuais, dotados de necessidades e desejos singulares. Só
assim poderão oferecer às mulheres acometidas pelo câncer de mama, suporte,
aconselhamento e orientações quanto ao manejo dos aspectos relativos ao corpo e à
sexualidade [...]14.
Acredita-se que é preciso que exista aproximação entre o enfermeiro e a paciente, e que seja
construída uma relação de confiança para que assuntos que envolvam a sexualidade possam
ser abordados. Com o tempo e à medida que a mulher for se sentido mais forte e encorajada
ela volta naturalmente a pensar na relação com seu parceiro e como vai acontecer.
E quando acontecer e a paciente sentir-se preparada para buscar respostas para as questões da
sexualidade, é importante que os profissionais que acompanham esta paciente estejam
preparados para lidar com as perguntas e inseguranças da paciente.
17
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os estudos realizados por meio da revisão bibliográfica mostram que o câncer de mama em
todas as etapas de tratamento tem um forte impacto na vida das mulheres, interferindo
também na sua sexualidade.
Segundo dados do INCA e Ministério da Saúde o câncer de mama tem crescido de forma
expressiva no Brasil. As estimativas para o ano de 2016 demonstram que ocorrerão 57.960
novos casos deste tipo de câncer6.
É uma realidade que leva muitas mulheres ao desespero e a insegurança, tendo em vista, que
não conseguem prever se vão ou não conseguir se curar desta doença.
Dentre os tratamentos, vimos nesta pesquisa que a mastectomia é o procedimento mais seguro
e utilizado para garantir que o câncer seja retirado da mama, como define Vasconcelos,
Ribeiro e Torres28.
Além do procedimento cirúrgico e dos muitos medicamentos que a mulher em tratamento tem
de fazer uso, ressaltamos que a mastectomia tem um impacto forte não só no físico, mas
também no emocional, como já descrito anteriormente. Este impacto emocional afeta
principalmente a sexualidade da mulher, que não se sente inteira, ficando com baixa
autoestima e descontente. Verenhitach, Medeiros, Elias e Nazário29 abordam estas alterações
descrevendo que:
[...] estudos mostram alterações físicas decorrentes da quimioterapia,
hormonioterapia e tratamento cirúrgico que interferem na sexualidade, promovendo
distúrbios no funcionamento sexual em suas diferentes fases, como desejo,
excitação, lubrificação e orgasmo.
Essas são alterações que afetam profundamente a sexualidade da mulher e seu relacionamento
com o parceiro, pois elas acreditam que sem a mama, ela perde a beleza, a libido, e seu
companheiro deixa assim de desejá-la.
No entanto, pesquisas realizadas com muitos maridos das mulheres que passaram e/ou estão
passando pela doença, tem mostrado que os homens não estão preocupados com a estética e o
físico de suas esposas, mas sim com o emocional e a tristeza que sentem nesta fase tão
delicada.
Salles, Cecílio, Pereira e Maia25 mostram o resultado de suas pesquisas e afirmam que:
18
Sob a visão feminina a realidade da mastectomia significa a perda da identidade, a
impotência de gerar dali para frente alegrias e prazeres ao seu companheiro.
Antagonicamente ao que significa para a mulher, [...] os homens valorizam muito
mais a estabilidade emocional de sua parceira do que o lado estético. Reconhecem
que o procedimento deixa vestígios e cicatrizes importantes para a vida do casal,
porém a visão que têm sobre a falta de mama, difere da concepção por vezes
negativa concebida pelas mulheres.
E frente a este momento, é preciso que a mulher e seu parceiro estejam unidos, confiem um
no outro, para falarem de suas necessidades, medos e inseguranças, sendo de fundamental
importância que a paciente que esteja passando pela doença seja acolhida, amada e amparada
de modo a voltar a se sentir preparada para deixar sua sexualidade aflorar em seu
relacionamento conjugal.
6 CONCLUSÃO
O presente estudo possibilitou conhecer um pouco da realidade de muitas mulheres que vivem
o período delicado da descoberta e tratamento do câncer de mama. É um tema complexo, que
leva a todos a uma reflexão profunda sobre as transformações que a doença faz não só com a
mulher, mas com seu companheiro e sua família.
No entanto, apesar da insegurança, dos medos e incertezas com as quais a mulher convive no
dia a dia do tratamento, é possível resgatar sua sexualidade ao longo do tempo, sendo
importante contar com o apoio do parceiro e de profissionais de saúde para lhes orientar. E
neste caso, ressaltamos o papel da equipe de enfermagem, sendo o enfermeiro a pessoa mais
próxima no que diz respeito ao acompanhamento, à orientação de medicamentos e cuidados
que o paciente deve ter.
Mas sabe-se também que é preciso mais preparo por parte do enfermeiro quando se trata de
discutir temas tão íntimos como a sexualidade após o câncer de mama, o que nos leva a dizer
da importância de estudar o tema e as formas de melhor ajudar a paciente e seu parceiro neste
processo de tratamento do câncer de mama.
Sobre o parceiro, é relevante olhar para ele como uma peça também fundamental na
recuperação da mulher, não só em seu tratamento, mas na recuperação de sua autoestima e sua
confiança. A presença do companheiro se torna imprescindível para sua reestruturação, pois a
falta de apoio do marido nesses momentos de doença é considerada como forte agressão à
mulher, num momento em que necessita de ser aceita, acolhida e compreendida.
19
No entanto, ele também precisa conhecer todo o processo pelos quais sua esposa vai passar,
ter o apoio necessário para também se sentir seguro para lhe ajudar e deste modo, voltarem,
aos poucos a terem uma vida conjugal novamente, sendo o amor, a paciência e o
companheirismo as peças imprescindíveis para ambos neste momento pelos quais estão
passando.
Destacamos também a necessidade de mais estudos que contemplem a temática abordada
neste artigo, principalmente desenvolvidas pelos profissionais enfermeiros que convivem
diariamente com essas enfermidades.
20
REFERÊNCIAS
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22
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sobre a sexualidade: uma revisão sistemática sobre a abordagem e tratamento. Revista
Femina.2014;42(1):3-10.
23
APÊNDICE
24
APÊNDICE A – DESCRITOR MASTECTOMIA
Quadro 1 - Apresentação da síntese de artigos do descritor mastectomia incluídos na revisão integrativa.
TITULO
AUTORES
OBJETO
RESULTADO
RECOMENDAÇÃO E CONCLUSÃO
Desconfortos físicos
decorrentes dos tratamentos
do câncer de mama
influenciam a sexualidade
da mulher mastectomizada?
Vanessa Monteiro
Cesnik; Manoel
Antônio dos Santos.
O objeto de estudo foi identificar
se os desconfortos físicos
decorrentes do câncer de mama e
mastectomia influenciam na
sexualidade da mulher.
Os achados evidenciaram que, mesmo
quando existe intensa e satisfatória vida
sexual no período prévio à doença, fatores
como estresse, dor, fadiga, insulto à imagem
corporal e baixa autoestima, decorrentes dos
tratamentos, podem desorganizar o
funcionamento sexual da mulher acometida.
Conclui-se que é necessário sensibilizar os
profissionais para acolherem o tema em políticas e
estratégias preventivas, diagnósticas e terapêuticas.
O convívio com a mulher
mastectomizada sob a óptica
do companheiro
Jacqueline Barros
Salles; Sumaya
Giarola Cecilio;
Naiara Pinto Alves
Pereira; Luciana
Lourdes Queiroga
Gontijo Netto Maia
O estudo buscou conhecer as
experiências e sentimentos
vivenciados no convívio com a
mulher mastectomizada, sob a
óptica do companheiro.
A pesquisa mostra que os sentimentos
vivenciados pelos companheiros das
mulheres mastectomizadas apresentam
ambiguidade, passando pelo medo, tristeza,
esperança, fé e alegria, de acordo com a fase
do ciclo da doença.
Impacto da mastectomia na
vida da mulher
Raquel Ayres de
Almeida
Promover o conhecimento a
respeito do impacto da
mastectomia na vida da mulher.
A mutilação da mama, um órgão
característico da feminilidade, resulta na
alteração negativa da imagem corporal,
representando uma limitação estética e
funcional que pode trazer prejuízo na
satisfação sexual
Conhecimento e
expectativas de mulheres no
pré-operatório
da mastectomia.
Alves, Pricilla
Cândido; Silva, Anna
Paula Sousa; Santos,
Míria Conceição
Compreender o conhecimento, as
preocupações e as expectativas de
pacientes portadoras de câncer de
mama em relação à mastectomia
Constatou-se que a mulher passa por um
pré-operatório estressante, com
desconhecimento acerca da cirurgia, sente
ansiedade e medo pelo que está por vir, além
Ressalta-se a necessidade de integrar ações Inter
setoriais ao contexto das práticas no cotidiano da
assistência à saúde, na perspectiva de construção
de uma rede que permita a criação de estratégias
de suporte para esses parceiros e para suas
famílias. Este estudo oferece importantes
subsídios para que os profissionais da saúde e de
outras áreas possam intervir de forma positiva na
promoção da saúde dos parceiros de mulheres
mastectomizadas, proporcionando melhor
qualidade de vida a estes.
Pode-se observar que a reconstrução da mama
preserva a auto-imagem da mulher, e, portanto,
proporciona um processo de reabilitação menos
traumático.A reconstrução mamária é um recurso
indispensável na reabilitação de pacientes que
necessitam realizar a mastectomia, uma vez que
auxilia quanto aos aspectos aqui relacionados.
Ressalta-se, portanto, a importância do papel
educativo e do apoio emocional direcionados por
toda a equipe que presta assistência a essas
pacientes, de maneira a minimizar o drama que
25
Uso da Classificação
Internacional para as
Práticas de Enfermagem na
assistência a
mulheres mastectomizadas.
Percepção dos cônjuges de
mulheres mastectomizadas
com relação à convivência
pós-cirurgia
Lavinas; Fernandes,
Ana Fátima
Carvalho.
Cândida Caniçali
Primo, Franciéle
Marabotti Costa
Leite, Maria Helena
Costa Amorim,
Raquel Marchesini
Sipioni, Shayane
Helmer dos Santos
Thiago Barreto de
Castro e Silva, Miria
Conceição Lavinas
Santos, Ana Maria de
Almeida, Ana Fátiva
Carvalho Fernandes
Caracterizar o perfil de mulheres
submetidas à mastectomia
participantes de um Programa de
Reabilitação; identificar os
diagnósticos de enfermagem mais
comuns e elaborar as intervenções
para cada diagnóstico, utilizando
a Classificação Internacional para
as Práticas de Enfermagem CIPE/versão1.0.
Objetivo compreender a
percepção dos cônjuges de
mulheres mastectomizadas em
relação à convivência póscirúrgica.
de sentimentos de pânico e choque diante da
retirada da mama
vivenciam.
Dentre as 239 participantes, 64,8% tinham
entre 40 e 59 anos, 55%, eram casadas,
48,2% cursaram o ensino fundamental
incompleto, 60,7% eram da região
metropolitana do Estado do ES e 34,3%
exerciam atividades do lar. Os diagnósticos
registrados não possuíam relação exclusiva
com o câncer de mama e podem ser
verificados em clientes com outras
alterações de saúde.
Os resultados foram agrupados em três
categorias de análise. Identificamos um nível
de desinformação quanto à doença,
tranquilidade atribuída à fé em Deus, e a
forte convicção de que câncer e morte são
sinônimos.
A CIPE utiliza métodos práticos para elaboração
do diagnóstico e seleção das intervenções que
facilitam a sistematização da assistência de
enfermagem
Cabe aos profissionais de enfermagem/saúde
favorecer o conhecimento sobre câncer de mama, e
abrir um painel de integração marido/esposa,
priorizando uma convivência saudável.
26
APÊNDICE B – DESCRITOR NEOPLASIAS DE MAMA
Quadro 2 - Apresentação da síntese de artigos do descritor neoplasias da mama incluídos na revisão integrativa.
TITULO
Percepções de mulheres sobre a
repercussão da mastectomia
radical em sua vida pessoal e
conjugal
AUTORES
Cláudia Gasparelo;
Catarina Aparecida
Sales; Sonia Silva
Marcon; Maria
Aparecida Salci
OBJETO
Identificar como as mulheres
submetidas a mastectomia
radical percebem a influência
desta cirurgia em sua vida
pessoal e conjugal.
RESULTADO
Ficou evidente que as mudanças no
comportamento sexual foram impostas pela
mulher, por sentir vergonha de seu companheiro,
refletindo tanto o medo de ser rejeitada quanto,
em alguns momentos, a perda do desejo sexual.
Avaliação da autoestima de
mulheres submetidas à cirurgia
oncológica mamária
Nathália Silva Gomes;
Sueli Riul da Silva
Objetivou caracterizar as
mulheres submetidas à
cirurgia oncológica mamária e
analisar a autoestima dessas
Com relação à autoestima, 54,10% das mulheres
apresentaram autoestima alta, alfa
de Cronbach de 0,77. As mulheres que possuíam
autoestima alta eram casadas, retornaram ao
trabalho, realizaram reconstrução mamária e não
fizeram nenhum tratamento complementar.
Aspectos Históricos do
Controle do Câncer de Mama
no Brasil
Marco Antônio
Teixeira Porto; Luiz
Antônio Teixeira;
Ronaldo Corrêa
Ferreira da Silva
Elaborar uma análise histórica
da implantação de ações,
atividades, programas e
políticas de controle do câncer
de mama e discutir alguns
dados de conjuntura
Foram identificadas quatro fases históricas
distintas. Uma primeira fase anterior ao
surgimento do Sistema único de Saúde (SUS).
Uma fase pós a implantação do SUS, mas
anterior ao Documento de Consenso do
Ministério da Saúde. Uma terceira fase de
intensificação das ações e programas públicos de
controle do câncer de mama. E uma última fase,
em andamento, correspondente aos incentivos
para a incorporação de atividades relacionadas à
qualidade.
RECOMENDAÇÃO E CONCLUSÃO
Esses resultados evidenciam a importância que a
enfermagem tem em contribuir no sentido de
compartilhar os sentimentos das mulheres que
enfrentam o câncer de mama e a mastectomia,
orientando-as, juntamente com seus
companheiros, no sentido de que as alterações
provocadas pela doença possam ser trabalhadas
de maneira satisfatória e preparando-as para
prováveis mudanças em sua vida conjugal.
Considerando-se a ainda restrita publicação
referente à AE da mulher portadora de câncer de
mama em pós-operatório tardio, acredita-se que
esta venha a acrescentar, respaldar e identificar as
necessidades afetadas e/ou superadas por tais
mulheres. Na prática, essa identificação pode
resultar na implementação de propostas de
enfermagem, como a formação de grupos que
visem a manutenção de uma alta autoestima e
ofereça suporte àquelas com necessidades ainda a
serem atendidas, visto que a reabilitação física e
psicossocial não se esgota com o fim dos
procedimentos cirúrgicos
Os aspectos encontrados e a própria proposta de
periodização sugerem que as intervenções têm
correlação não somente com o contexto vivido no
período, mas também com o perfil mais geral das
instituições que as propuseram e executaram.
Ressalta-se o potencial que os estudos históricos
têm em contribuir para o entendimento da
implantação (ou não) de ações, programas e
políticas públicas em diferentes contextos
políticos, sociais, culturais e econômicos.
27
Câncer de mama e seus efeitos
sobre a sexualidade: uma
revisão sistemática sobre
abordagem e tratamento
Beatriz Daou
Verenhitach; Juliana
Nonato Medeiros;
Simone Elias; Afonso
Celso Pinto Nazário
Revisar a literatura médica
referente aos efeitos do câncer
de mama e também o seu
tratamento sobre a
sexualidade, considerando as
esferas psicossociais e
biológicas, além das
abordagens semiológicas e
terapêuticas disponíveis.
Estudos mostram alterações físicas decorrentes
da quimioterapia, hormonioterapia e tratamento
cirúrgico que interferem na sexualidade,
promovendo distúrbios no funcionamento sexual
em suas diferentes fases, como desejo,
excitação, lubrificação e orgasmo. Experiências
psíquicas incluem medo da perda da fertilidade,
imagem corporal negativa, sentimento de não ser
sexualmente atraente, depressão e ansiedade,
enquanto fatores sociais e relacionais exercem
influência sobre o ajuste ao tratamento e à
doença. A qualidade prévia do relacionamento
com o parceiro é considerada o mais importante
fator preditivo da qualidade do relacionamento
sexual após o término do tratamento.
Conclui-se que o estudo da sexualidade no
contexto do câncer de mama não pode considerar
separadamente os aspectos físicos dos
psicossociais, e que a identificação das causas dos
diferentes tipos de disfunção sexual neste
subgrupo possibilita o desenvolvimento de
intervenções fisiológicas e psicossociais que
contribuam para a manutenção da qualidade da
atividade sexual.
28
APÊNDICE C – DESCRITOR SEXUALIDADE
Quadro 3 - Apresentação da síntese de artigos do descritor neoplasias da mama incluídos na revisão integrativa.
TITULO
AUTORES
OBJETO
RESULTADO
RECOMENDAÇÃO E CONCLUSÃO
Análise das respostas
comportamentais ao câncer
de mama utilizando o
modelo adaptativo de Roy
Letícia Rosa Santos, Glaucia
Batista Tavares, Paula Elaine
Diniz dos Reis
Descrever e analisar os
comportamentos e percepções
relatados pelas mulheres com
câncer de mama em relação a sua
sexualidade dentro dos três modos
adaptativos que foram verbalizados
pelas participantes O estudo analisa
as respostas comportamentais das
mulheres durante o tratamento do
câncer de mama utilizando o
Modelo de Adaptação de Roy.
Foi possível perceber que elas tinham
uma visão segura de sua sexualidade e
englobavam vários valores nesta
categoria, principalmente a relação
consigo mesma e com os outros.
Deseja-se que esse estudo sirva como um
incentivo para que os profissionais
enfermeiros despertem para a importância de
dedicar mais atenção e conversar
abertamente com suas clientes, pois,
conhecendo melhor a realidade vivenciada
pelas mulheres com câncer, é possível
proporcionar um tratamento mais
humanizado e enriquecedor. Além disso, a
teoria de Roy pode auxiliar também no
planejamento do cuidado de uma forma
específica a estas mulheres, uma vez que
tem entre seus objetivos atingir metas de
enfermagem.
Mastectomia e sexualidade:
uma revisão integrativa
Vanessa Monteiro Cesnik;
Manoel Antônio dos Santos.
Investigar o impacto do câncer de
mama e da mastectomia na
sexualidade da mulher por meio da
análise da produção científica
publicada no período de 2000 a
2009.
Os resultados evidenciaram que, após a
retirada da mama, o desempenho sexual é
comprometido, com redução da
frequência de intercurso sexual nos
primeiros estágios do tratamento e
diminuição da excitação, interesse e
satisfação sexual.
Os resultados deste estudo de revisão
proporcionaram subsídios que podem
instrumentalizar a formação e
aperfeiçoamento dos profissionais que
assistem a mulher com câncer de mama,
evidenciando a necessidade de promover
espaços de acolhimento e escuta ao
sofrimento emocional suscitado pelo
acometimento por uma doença grave e
estigmatizadora.
29
A vida sexual da mulher
com câncer de mama:
significados atribuídos ao
diagnóstico e suas
repercussões na sexualidade
Vanessa Monteiro Cesnik;
Elisabeth Meloni Vieira; Alain
Giami; Ana Maria de Almeida;
Daniela Barsotti Santos; Manoel,
Antônio dos Santos
Investigar a vida sexual da mulher
com câncer de mama no primeiro
ano após o procedimento cirúrgico,
buscando-se demarcar os
significados atribuídos ao
diagnóstico e suas repercussões na
sexualidade.
Duas categorias emergiram da análise
temática destacando a negativa e os
impactos positivos dessa doença sobre a
vida sexual. Esta variedade de
significados encontrados mostra que não
há um padrão único de vida sexual depois
do câncer de mama. A forma como cada
mulher reage à doença faz com que a
forma como ela experimenta sua
sexualidade único
Daqui resulta que as questões de sexualidade
deve ser incorporado nas intervenções
oferecidas no âmbito dos cuidados para estas
mulheres.
Análise da comunicação
acerca da sexualidade,
estabelecida pelas
enfermeiras, com pacientes
no contexto assistencial do
câncer de mama.
Lilian Cláudia Ulian Junqueira;
Elisabeth Meloni Vieira; Alain
Giami; Manoel Antônio dos
Santos
Investigou-se como se desenvolve
a comunicação acerca da
sexualidade, estabelecida pelas
enfermeiras, com as pacientes
mastectomizadas.
Evidenciaram-se dificuldades das
enfermeiras em contemplarem questões
da sexualidade na produção dos cuidados
em saúde.
Espera-se que este estudo possa suscitar o
interesse por novos conhecimentos acerca da
interface da sexualidade e dos cuidados na
formação em enfermagem, favorecendo a
informação e capacitação de outros
profissionais da equipe.
ANEXO
31
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32
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Os textos devem ser editados em Word e as figuras e tabelas devem estar em arquivos
separados.
Mantenha seu cadastro atualizado, pois a comunicação com os autores é exclusivamente
por e-mail.
Os autores poderão acompanhar a tramitação de seu trabalho a qualquer momento no
site pelo sistema de gerenciamento de publicações, por meio do código de fluxo gerado
automaticamente pelo sistema, ou ainda pelo título de seu trabalho. Caso o artigo esteja
“fora de padrão”, o autor será avisado por e-mail e poderá corrigi-lo.
Avaliação pelos Pares (peer review)
Todas as contribuições científicas são revisadas pelo Editor, Editores Associados,
Membros do Conselho Editorial e/ou Revisores Convidados. Os revisores respondem a
um questionário no qual fazem a classificação do manuscrito, sua apreciação rigorosa
em todos os itens que devem compor um trabalho científico, atribuindo uma nota para
cada um dos itens do questionário. Ao final são realizados comentários gerais sobre o
trabalho e sugestão se o mesmo deve ser publicado, corrigido segundo as
recomendações ou rejeitado definitivamente. De posse desses dados, o Editor tomará a
decisão. Em caso de discrepâncias entre os avaliadores, poderá ser solicitada uma nova
opinião para melhor julgamento. Quando forem sugeridas modificações, as mesmas
serão encaminhadas ao autor principal e, em seguida, aos revisores, para estes
verificarem se as exigências foram satisfeitas. Os autores têm o prazo de 10 dias para
proceder às modificações solicitadas pelos revisores e ressubmeter o artigo. Na resposta
aos comentários/sugestões dos revisores, os autores deverão destacar no texto as
33
alterações realizadas. A não observância desse prazo implicará a retirada do artigo do
processo de revisão.
Uma vez aceito para publicação, uma prova do artigo editorado (formato PDF) será
enviada ao autor correspondente para sua avaliação e aprovação definitiva.
Idioma
Os artigos devem ser redigidos em português ou inglês, empregando linguagem
científica, clara e precisa e evitando-se a informalidade da linguagem coloquial. Para os
trabalhos que não possuírem versão em inglês ou espanhol, a revista providenciará a
tradução.
A SALUS publica os artigos em português, inglês e os resumos em português, inglês e
espanhol.
Pesquisa com Seres Humanos e Animais
Investigação em seres humanos deve ser submetida ao Comitê de Ética da instituição,
cumprindo a Declaração de Helsinque de 1975, revisada em 2008 (World Medical
Association, disponível em:www.wma.net/en/30publications/10policies/b3/17c.pdf), e a
Resolução CNS
466/12
–
Conselho
Nacional
de
Saúde,
disponível
em http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf.
Trabalhos experimentais envolvendo animais devem ser submetidos ao Comitê de Ética
no Uso de Animais, respeitando a Lei Federal nº 11.794/2008, Decreto nº 6.899/2009 e
Resolução CONCEA nº 12/2013 – Diretriz Brasileira de Prática para o Cuidado e
Utilização de Animais para fins Científicos e Didáticos (DBCA), disponível
em: http://concea.mct.gov.br.
Os estudos randomizados devem seguir as diretrizes CONSORT (disponível
em: www.consort-statement.org/consort-statement).
A SALUS apoia as políticas para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial
de Saúde (OMS) e do International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE),
reconhecendo a importância dessas iniciativas para o registro e divulgação internacional
de informação sobre estudos clínicos, em acesso aberto. Sendo assim, somente serão
34
aceitos para publicação, os artigos de pesquisas clínicas que tenham recebido um
número de identificação em um dos Registros de Ensaios Clínicos validados pelos
critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do
ICMJE (www.icmje.org). O número de identificação deverá ser registrado ao final do
resumo.
A declaração de aprovação do estudo no Comitê de Ética em Pesquisa deverá ser
encaminhada no momento da submissão do manuscrito. Artigos que não necessitam de
aprovação do CEP deverão ser justificados.
Transferência de Direitos Autorais e Declaração de Conflito de Interesses
Os autores dos manuscritos deverão encaminhar, no momento da submissão, a
declaração de transferência de direitos autorais (copyright) assinada por todos os
autores.
Todos os manuscritos publicados tornam-se propriedade permanente da SALUS e não
podem
ser
publicados
sem
o
consentimento
por
escrito
de
seu
editor.
Da mesma forma, para efetivação da submissão do manuscrito deverá ser encaminhada
uma declaração de conflito de interesses, assinada por todos os autores.
Ambos os documentos, declaração de transferência de direitos autorais e declaração de
conflitos de interesse, são padronizados e gerados pelo sistema no momento da
submissão do manuscrito.
Critérios de Autoria & Contribuição Individual para a Pesquisa
Sugerimos que sejam adotados os critérios de autoria dos artigos segundo as
recomendações do International Committee of Medical Journal Editors. Assim, apenas
aquelas pessoas que contribuíram diretamente para o conteúdo intelectual do trabalho
devem ser listadas como autores.
Os autores devem satisfazer a todos os seguintes critérios, de forma a poderem ter
responsabilidade pública pelo conteúdo do trabalho:
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1. Ter concebido e planejado as atividades que levaram ao trabalho ou interpretado os
resultados a que ele chegou, ou ambos;
2. Ter escrito o trabalho ou revisado as versões sucessivas e tomado parte no processo
de revisão;
3. Ter aprovado a versão final.
Pessoas que não preencham os requisitos acima e que tiveram participação puramente
técnica ou de apoio geral podem ser citadas na seção Agradecimentos.
No momento da submissão, deve ser explicitado o tipo de contribuição de cada autor na
execução do estudo e preparação do manuscrito, nas seguintes áreas:
1. Desenho do estudo;
2. Coleta, análise e interpretação dos dados;
3. Redação do manuscrito.
Abreviações e Terminologia
O uso de abreviaturas deve ser mínimo. Quando expressões extensas precisam ser
repetidas, recomenda-se que suas iniciais em maiúsculas as substituam após a primeira
menção. Esta deve ser seguida das iniciais entre parênteses.
Todas as abreviações em tabelas e figuras devem ser definidas nas respectivas legendas.
Deve ser evitado o emprego de abreviaturas no Resumo e Abstract.
Apenas o nome genérico do medicamento utilizado deve ser citado no trabalho, sendo
desaconselhado o emprego de nomes comerciais.
SALUS adota a Terminologia Anatômica Oficial Universal, aprovada pela Federação
Internacional de Associações de Anatomistas (FIAA).
PREPARAÇÃO DO MANUSCRITO
Seções do Manuscrito
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Título e Autores. O título do trabalho, em português e inglês, deve ser conciso e
informativo. Devem ser fornecidos os nomes completos dos autores, titulação e
vinculação institucional de cada um deles.
Resumo e Abstract. O resumo deve ser estruturado em quatro seções: Objetivo,
Métodos, Resultados e Conclusão. O Resumo em inglês deve seguir a mesma estrutura
do Resumo em português. Devem ser evitadas abreviações. O número máximo de
palavras deve seguir as recomendações da tabela (Limites por tipo de artigo). Nos
artigos tipo Relatos de Casos, o resumo não deve ser estruturados (informativo ou livre).
As Correlações clínico-cirúrgicas e seções Multimídia dispensam resumo.
Descritores e Descriptors: Também devem ser incluídos de três a cinco descritores
(palavras-chave).
Os
descritores
eletrônico http://decs.bvs.br/,
que
podem
contém
ser
termos
consultados
em
no
português
endereço
e
inglês
ouwww.nlm.nih.gov/mesh, para termos somente em inglês, ou nos respectivos links
disponíveis no sistema de submissão da revista.
Corpo do manuscrito. Os Artigos Originais e Trabalhos Experimentais devem ser
divididos nas seguintes seções: Introdução, Método, Resultados, Discussão, Conclusão
e Agradecimentos (opcional). Os Relatos de Caso devem ser estruturados nas seções:
Introdução, Relato do Caso e Discussão; e as Correlações clínico-cirúrgicas em Dados
Clínicos, Eletrocardiograma, Radiograma, Ecocardiograma, Diagnóstico e Operação. A
seção Multimídia deve apresentar as seguintes seções: Caracterização do Paciente e
Descrição da Técnica Empregada. Os Artigos de Revisão e Artigos Especiais podem ser
estruturados em seções a critério do autor.
As Cartas ao Editor, em princípio, devem comentar, discutir ou criticar artigos
publicados na SALUS, mas também podem versar sobre outros temas de interesse geral.
Recomenda-se tamanho máximo de 1000 palavras, incluindo referências, que não
devem exceder a cinco, podendo ou não incluir título. Sempre que cabível e possível,
uma resposta dos autores do artigo em discussão será publicada junto com a carta.
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Referências
As referências dos documentos impressos e eletrônicos devem ser normalizadas de
acordo com o estilo Vancouver, elaborado pelo International Committee of Medical
Journal Editors (ICMJE, disponível em: http://www.icmje.org).
As referências devem ser identificadas, no corpo do texto, com algarismos arábicos,
sobrescrito, obedecendo à ordem de citação no texto. A acurácia das referências é de
responsabilidade do autor. Se forem citadas mais de duas referências em sequência,
apenas a primeira e a última devem ser digitadas, sendo separadas por um traço
(Exemplo: 6-9). Em caso de citação alternada, todas as referências devem ser digitadas,
separadas por vírgula (Exemplo: 6,7,9).
Publicações com até 6 autores, devem ser citados todos os autores; publicações com
mais de 6 autores, citam-se os 6 primeiros seguidos da expressão latina “et al.”.
Títulos de periódicos devem ser abreviados de acordo com o List of Journals Indexed
for MEDLINE (disponível em:http://www.nlm.gov/tsd/serials/lji.html).
Modelos de Referências
Artigo de Revista
Issa M, Avezum A, Dantas DC, Almeida AFS, Souza LCB, Sousa AGMR. Fatores de
risco pré, intra e pós-operatórios para mortalidade hospitalar em pacientes submetidos à
cirurgia de aorta. Rev Bras Cir Cardiovasc. 2013;28 (1): 10-21.
Organização como Autor
Diabetes Prevention Program Research Group. Hypertension, insulin, and proinsulin in
participants with impaired glucose tolerance. Hypertension. 2002; 40 (5):679-86.
Sem indicação de autoria
21st century heart solution may have a sting in the tail. BMJ. 2002; 325(7357):184.
Artigo publicado eletronicamente antes da versão impressa (“ahead of print”)
Atluri P, Goldstone AB, Fairman AS, Macarthur JW, Shudo Y, Cohen JE, et al.
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Predicting right ventricular failure in the modern, continuous flow left ventricular assist
device era. Ann Thorac Surg. 2013 Jun 21. [Epub ahead of print]
Artigo de periódico na Internet
Machado MN, Nakazone MA, Murad-Junior JA, Maia LN. Surgical treatment for
infective endocarditis and hospital mortality in a Brazilian single-center. Rev Bras Cir
Cardiovasc [online]. 2013[cited 2013 Jun 25];28(1):29-35. Available
from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010276382013000100006&lng=en&nrm=iso
Capítulo de Livro
Chai PJ. Intraoperative myocardial protection. In: Mavroudis C, Backer C, eds.
Pediatric cardiac surgery. 4th ed. Chichester: Wiley-Blackwell; 2013. p.214-24.
Livro
Cohn LH. Cardiac surgery in the adult. 4th ed. New York: McGraw-Hill;2012. p.1472.
Tese
Dalva M. Estudo do remodelamento ventricular e dos anéis valvares na cardiomiopatia
dilatada: avaliação anátomo-patológica [Tese de doutorado]. São Paulo: Universidade
de São Paulo, 2011. 101p.
Legislação
Conselho Nacional de Saúde. Resolução n. 466, de 12 de dezembro de 2012. Dispõe
sobre diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos.
Bioética. 1996;4(2 Supl):15-25.
Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal. Resoluções n. 12 e 13, de
20 de setembro de 2013. Dispõem sobre a diretrizes brasileiras para o cuidado e a
utilização de animais para fins científicos e didáticos (DBCA) e prática de eutanásia.
Outros
exemplos
de
referências
podem
ser
http://www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements.html
consultados
no
site: