O DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA EM ESPAÇOS EDUCATIVOS: OLHARES POSSÍVEIS DA PSICOLOGIA Ana Paula Petroni – Doutoranda do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicologia como Profissão e Ciência da Pontifícia Universidade Católica de Campinas – PUCCamp; bolsista CAPES; [email protected] Lilian Aparecida Dugnani – Mestranda do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicologia como Profissão e Ciência da Pontifícia Universidade Católica de Campinas – PUCCamp; bolsista CNPq; [email protected] Lúcia Maria Pissolatti da Silva – Doutoranda do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicologia como Profissão e Ciência da Pontifícia Universidade Católica de Campinas – PUCCamp ; [email protected] Vera Lucia Trevisan de Souza – Professora Doutora do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicologia como Profissão e Ciência da Pontifícia Universidade Católica de Campinas – PUCCamp; [email protected] RESUMO A presente mesa tem como proposta apresentar discussões que vêm sendo realizadas por meio de pesquisas desenvolvidas no grupo de pesquisa Processos de Constituição dos Sujeitos em Práticas Educativas (PROSPED), do Programa de Pós-graduação em Psicologia da PUC Campinas. Os três trabalhos se complementam na medida em que buscam compreender de que maneira o psicólogo pode contribuir para a educação permanente de sujeitos, logo, de seu desenvolvimento, sendo este entendido como permanente, também. Além disso, apontam para uma nova maneira de acessar o sujeito. A base teórico-metodológica da Psicologia Histórico-cultural, em especial os postulados por Vigotski, também permitem a aproximação dessas discussões. No trabalho “A arte como materialidade mediadora no desenvolvimento de consciência da equipe gestora”, discute-se a possibilidade de atuação do psicólogo junto aos membros da direção, utilizando-se da arte como forma de acessar esses sujeitos. Em “A síntese como instrumento mediador da promoção de consciência da equipe gestora”, encontra-se na síntese elaboradas por meio das gravações de encontros, uma maneira de promover um movimento de reflexão dos sujeitos, como forma de configuração de novos sentidos quanto à sua prática, promovendo o desenvolvimento de sua consciência. Por fim, no trabalho intitulado “Educação permanente de profissionais da Saúde: contribuições da Psicologia Histórico-cultural”, é feita uma reflexão acerca de uma proposta de educação permanente de profissionais da área da Saúde que demonstrou a necessidade de se pensar em novas formas de possibilitar a esses sujeitos o acesso aos conhecimentos teóricos e práticos que viabilizem o desenvolvimento de sua consciência e de práticas mais efetivas. Palvras-chave: Psicologia Histórico-cultural; Consciência; Síntese; Arte; Educação Permanente. THE CONSCIOUSNESS DEVELOPMENT IN EDUCACIONAL SPACES: POSSIBLE LOOKS FOR PSYCHOLOGY ABSTRACT The present work has as proposal present discussions which have been realized through researches developed at the PROSPED research group, from the post-graduation program in Psychology from PUC Campinas. The three works complement themselves as they seek to comprehend which way the psychologist may contribute to the permanent education of subjects, therefore, its development, being this one also understood as permanent. Besides, they point to a new way to access the subject. The theoretical-methodological bases of the Historical-cultural Psychology, specially the Vitgotski’s postulates, also allow the approach of these discussions. In the work “Art as mediator materiality in the development of the supervisor team’s conscience”, is discussed the possibility of psychology’s performance with the management team members, using art as way to access those subjects. In “The synthesis as mediator instrument of management team’s conscience promotion”, it is found in a synthesis elaborated through meetings records, a manner to promote the subject reflections, as shape of configuration of new senses concerning its practice, promoting the development of its conscience. Finally, in the work named “Permanent education of Health professionals: contributions of the Historical-cultural Psychology”, a reflection about one proposition of permanent education of professionals of Health area demonstrated the need to think about new ways to make possible the access to theorical and practical knowledge to those subjects, to make practical the development of its conscience and more effective practices. Keywords: Psychology; Historical-cultural; Conscience; Synthesize; Arte; Permanent Education. INTRODUÇÃO Esse trabalho tem por objetivo apresentar algumas das reflexões que vêm sendo realizadas no grupo de pesquisa “Processos de Constituição dos Sujeitos em Práticas Educativas (PROSPED)”, do Programa de Pós-graduação em Psicologia da PUC Campinas. A aproximação entre eles se dá por dois enfoques. O primeiro consiste na discussão que se faz do papel do psicólogo em contextos educativos, entendidos como lugares e em que as práticas possibilitam o desenvolvimento dos sujeitos. Entendemos que o papel deste profissional nestes contextos é o de olhar para as relações estabelecidas entre os sujeitos e o desenvolvimento proporcionado por essas relações; para isso, caberia a ele auxiliar na promoção de espaços que contribuem para o aparecimento desse sujeito enquanto tal, permitindo que falem e sejam ouvidos. Entendemos que o psicólogo está na escola, principalmente, para auxiliar os atores a se desenvolverem e conseguirem trilhar seus próprios caminhos, com autonomia, consciência e responsabilidade. Percebe-se, então, a necessidade da construção de um trabalho, por parte do psicólogo, que se coadune com as teorias que sustentam a psicologia escolar/educacional, ao mesmo tempo em que se possibilita que os atores do contexto envolvidos percebam qual a contribuição que a psicologia pode lhes oferecer, favorecendo a promoção de relações saudáveis, que tenham a dignidade e o respeito pelo outro como base de atuação de todos, como meio de transformar a sociedade. O outro ponto em comum nos estudos apresentados, é o uso da visão da Psicologia histórico-cultural, em especial dos pressupostos de Vigotski, para a realização das discussões. Partindo desse referencial, podemos dizer que os sujeitos constituem e são constituídos, a um só tempo, nas condições materiais de sua existência por meio das relações que estabelecem com os seus pares e dos significados e sentidos que atribuem a essas relações. Compreende-se, portanto, que o sujeito constitui-se em uma relação dialética, permeada por movimentos externos e internos que vão forjando a sua personalidade (Vigotski, 2008). Porém, para compreendermos como se dá esse movimento de constituição do sujeito, que caminha para sua singularidade, precisamos encontrar a gênese do fenômeno, o que está em sua base. Vigotski (2005) nos diz que essa base é afetivovolitiva, isto é, na base das condutas humanas, do pensamento, encontramos os motivos, os desejos e os afetos (emoções) que permeiam o desenvolvimento do sujeito enquanto tal. Sendo assim, ao nos propormos olhar para o desenvolvimento da consciência de sujeitos em práticas educativas, precisamos buscar compreender o que o autor entendia por afetivo, ou emocional. Iniciemos com o texto “A educação no comportamento emocional”, do livro Psicologia Pedagógica de Vigotski (2003). Tal escolha requer um breve esclarecimento. Há uma ideia de que esta obra não faça parte da produção histórico-cultural do autor, compreende-se que nela encontra-se o gérmen de muitas ideias que seriam desenvolvidas posteriormente por ele. Nessa obra Vigotski já afirma a sua utilização do método materialista dialético como forma de investigação dos fenômenos abordados. Vigotski entende o comportamento como “um processo de interação entre o organismo e o meio” (2010, p. 135), e é dessa perspectiva que parte para explicar o papel da emoção como motivadora do comportamento. Para o autor, a correlação entre o organismo e o meio pode se dar de três formas que se alternam entre elas. Na primeira há a supremacia do organismo sobre o meio; nesse caso não há tensões entre a tarefa apresentada e o comportamento realizado para efetivá-la, há, sim, um pequeno dispêndio de energia e um nível de adaptação excelente. No segundo caso há uma preponderância do meio sobre o organismo. O autor afirma que nessas situações há um dispêndio grande de energia e um baixo nível de adaptação. Nesses casos há uma “discrepância entre a extrema complexidade do meio e a defensividade extremamente fraca do organismo.” (Vigotski, 2010, p. 135). O terceiro caso é o de equilíbrio, em que organismo e meio interagem de modo a não preponderância de um sobre o outro. Esses três casos constituem a base do comportamento emocional (Vigotski, 2010). Segundo Vigotski (2010), a emoção, primitivamente, desempenhou um papel de preservação da vida humana na forma de reação emocional, na medida em que atuava como organizadora de comportamentos nos momentos críticos de existência do sujeito. Com a evolução histórica do homem as formas externas de comportamento que acompanhavam as reações emocionais, tais como fugir ao sentir medo, se modificaram. Essas mudanças podem ser atribuídas às transformações nas condições materiais de existência do sujeito, resultado do desenvolvimento histórico e cultural do homem na medida em que promoveram novas formas de funcionamento do ser humano. Contudo, embora as emoções continuem a organizar internamente o comportamento dos sujeitos. Nas palavras do autor: Toda emoção é um chamamento à ação ou uma renúncia a ela. Nenhum sentimento pode permanecer indiferente e infrutífero no comportamento. As emoções são um organizador interno das nossas reações, que retesam, excitam, estimulam ou inibem essas ou aquelas reações. Desse modo, "a emoção mantém seu papel de organizador interno do nosso comportamento.” (Vigotski, 2010, p. 139). Embora afirme que a emoção constitua a base do comportamento humano, chama a atenção para a necessidade de dominar a emoção, não em busca de seu aniquilamento, mas, ao contrário, como forma de usufruir de toda a potencialidade nela contida para o desenvolvimento das funções psicológicas superiores. Para o autor só é possível dominar as emoções por meio do processo educativo, e esse domínio nada mais é do que “a subordinação do sentimento e sua vinculação às demais formas de comportamento, sua orientação voltada para um fim.” (2010, p. 147) Desse modo, há um comportamento consciente que tem em suas bases o instintivo emocional. Essa postulação é que dá margem a realização de nossas pesquisas, pois se por meio do processo educativo há a possibilidade de controlar as emoções, ao adentrarmos nos contextos em que esses processos, temos a possibilidade de acessar seus atores e estabelecermos relações que promovam o desenvolvimento da consciência dos sujeitos. Com essa breve exposição da teoria que fundamenta os três trabalhos, passamos a olhar um pouco mais de perto o que cada um tem a mostrar. Os dois primeiros trabalhos são recortes de uma intervenção que vem sendo realizada no mesmo contexto (escola). A opção em dividi-las em dois trabalhos se deu pelo fato de permitir um olhar mais próximo da complexidade alcançada. O último trabalho relata uma pesquisa que vem sendo realizada fora da escola, mas em um espaço também considerado como educativo, como já mencionado no início do texto. A ARTE COMO MATERIALIDADE MEDIADORA NO DESENVOLVIMENTO DE CONSCIÊNCIA DA EQUIPE GESTORA Há cinco anos estamos um trabalhando em uma escola de ensino fundamental de uma cidade do interior de São Paulo, com alunos e professores, que se iniciou com uma avaliação diagnóstica para levantarmos as principais demandas presentes. Os resultados dessa avaliação apontaram para atitudes consideradas de indisciplina, sexualidade, uso de drogas, violência, além de condutas inadequadas de professores. Partindo desses dados, construímos um projeto de intervenção junto a alunos e professores, com a tentativa de estabelecermos vínculos e espaços em que essas demandas fossem discutidas, fazendo convites aos atores envolvidos para participarem das reflexões. No decorrer da intervenção junto aos professores, observamos que por mais que nos esforçássemos para alcançar esses sujeitos, colocá-los para refletir sobre as questões demandadas, fossem por meio de textos acadêmicos, de textos literários, de filmes, de imagens, os resultados que íamos acessando não revelavam melhorias significativas nas práticas desses sujeitos, sustentada pela resistência, apesar de todo o investimento e das mudanças propostas. Esse movimento nos levou a alguns questionamentos, reforçados pelo fato de os professores não se constituírem como um grupo, e isso se evidenciava, por exemplo, quando havia algum conflito a ser discutido. Notamos que faltava a mediação nesse espaço e nosso trabalho também não estava sendo suficiente. Considerando a escola como um espaço coletivo por natureza e o conhecimento que se tem da importância da liderança para o funcionamento de um grupo, buscou-se desenvolver uma pesquisa-intervenção junto à equipe gestora. A direção é fundamental para o estabelecimento das relações, promover espaços para o estabelecimento da coletividade, do respeito, já que lida diretamente com a diversidade de professores, orientadores pedagógicos, alunos e famílias. Sendo assim, o objetivo que se apresenta é o de buscar compreender quais formas de arte promovem vivências que resultem em desenvolvimento da consciência. Toma-se como base teórica e metodológica os pressupostos de Vigotski e Leontiev, representantes da Psicologia Histórico-cultural; esses autores permitem compreender a importância dos afetos e do social na constituição do sujeito, em um processo em que ambos (sujeito e social) constituem-se mutuamente. O enfoque desse trabalho é a consciência entendida, a partir de Vigotski (2004) e Leontiev (1978) como o ato de saber de si, de conhecer o próprio modo de funcionar, de saber-se fazendo e saber-se pensante, e ver-se a um só tempo como produtor e produto de sua atividade no mundo. Ela é resultado de todo o processo de desenvolvimento do sujeito, incluindo sua história e a história da sociedade. Nesse movimento, a arte, em suas várias formas, tem se apresentado como materialidade mediadora (materialidade porque se trata de símbolos da cultura, e mediadora porque acreditamos que seu uso pode acessar a subjetividade dos sujeitos, favorecendo sua expressão e promovendo o desenvolvimento da consciência de si e do outro (Souza, Petroni e Dugnani, 2011)) na promoção do desenvolvimento da consciência dos gestores. Vigotski (1925/1999) afirma a importância da arte para a ação humana, para a configuração de novos sentidos: A arte introduz cada vez mais a ação da paixão, rompe o equilíbrio interno, modifica a vontade em um sentido novo, formula para a mente e revive para o sentimento aquelas emoções, paixões e vícios que sem ela teriam permanecido em estado indefinido e imóvel. (p. 316). Eis aqui a razão de utilizar a arte como materialidade mediadora na escola: retirar os sujeitos do estado indefinido e imóvel frente às suas responsabilidades, compromissos, concepções e direitos. Em todos esses anos que estamos desenvolvendo projetos de pesquisa e intervenção na escola, temos nos deparado com a resistência dos atores escolares em relação às mudanças. Não conseguíamos atingi-los e nem propiciar que eles se vissem e agissem como sujeitos que são, ao contrário, o que muitas vezes víamos era o modo como eles eram assujeitados e se assujeitavam frente às situações do cotidiano. Em consonância com os pressupostos teórico-metodológicos da psicologia histórico-cultural utiliza-se o método materialista dialético, em que se prioriza a análise dos processos, partindo do mais complexo para se explicar o mais simples. Logo partese da complexidade que envolve o trabalho da equipe gestora visando identificar os elementos que promovem a promoção de consciência dos aspectos coletivos que constroem a realidade escolar. A pesquisa foi realizada em uma escola pública de ensino fundamental I e II do interior de São Paulo. A equipe gestora é composta por um diretor, dois vice-diretores e dois orientadores pedagógicos, sendo que um vice-diretor não participou de todos os encontros realizados. Os dados dessa pesquisa foram coletados em encontros semanais, no decorrer de um ano. Todos os encontros foram gravados, auditados e transcritos. Foram realizadas ainda entrevistas semi-estruturadas com os membros da equipe gestora separadamente com forma de aprofundamento das informações necessárias para análise. Resultados preliminares indicam que algumas materialidades mediadoras favorecem mais que outras o contato do sujeito com suas emoções, possibilitando que o sujeito realize um movimento de conscientização, pois são colocados para refletir sobre si mesmos e sobre os outros de suas relações. A SÍNTESE COMO INSTRUMENTO MEDIADOR DA PROMOÇÃO DE CONSCIÊNCIA DA EQUIPE GESTORA Em nossas observações pode-se perceber que a escola é uma ambiente no qual os acontecimentos fervilham. O tempo todo acontece o inesperado. O professor que falta, o aluno que cai, a mãe que briga na escola, o aluno indisciplinado que é colocado para fora de sala de aula, os cursos da secretaria que não estavam em planejamento, mas precisam ser ministrados. À primeira vista parece impossível manter a rotina dentro do ambiente escolar, somos facilmente tomados por um sentimento de urgência e parece que todos os problemas devem ser resolvidos imediatamente. E todos são direcionados para a equipe gestora. São nas portas do diretor, dos vices-diretores e dos orientadores pedagógicos que os “problemas” se acumulam a espera de uma solução. Como essas relações afetam os gestores e constituem suas ações? Teriam eles consciência de que são afetados por esse cotidiano e refletir sobre as decisões tomadas? Com base em nossa experiência, parece-nos que não. É de suma importância essa reflexão por parte da equipe gestora, uma vez que suas palavras determinam não só suas ações, mas as ações de outrem, ao mesmo tempo em que são constituídos por ela. Desse modo, é preciso que se compreenda não só o próprio pensamento, mas o pensamento do outro, quais as bases afetivo-volitivas que estão nas palavras (Vigotski, 2008). É preciso pensar as emoções, refletir sobre elas, para que se possa compreender a base do comportamento e desse modo transformá-lo. Parece-nos que a síntese tem sido um instrumento que favorece essa reflexão. A leitura da síntese no início dos encontros foi um trabalho que ocorreu sistematicamente desde o segundo dia encontro, como meio de chamar a atenção dos gestores para o cotidiano escolar. A leitura era realizada em voz alta com os gestores no encontro subsequente. Essa leitura dividiu-se em três etapas. Na primeira etapa a síntese era lida em voz alta, por nós ou alguém do grupo, e apenas perguntávamos para os gestores se havia alguma mudança a ser realizada. Na segunda etapa, após um vinculo estabelecido entre a equipe, começamos a levar digitado ao final da síntese os sentidos que entendíamos ter sido configurados no encontro e pedíamos que os gestores discutissem sobre eles. No terceiro momento do trabalho realizávamos a leitura da síntese e tentávamos identificar os sentidos coletivamente. Pudemos perceber, gradativamente, o interesse da equipe em ouvir o conteúdo da síntese que trazia os principais pontos discutidos na semana anterior. Contudo, o real envolvimento da equipe se deu no momento em que se começou a levar a impressão dos sentidos configurados no encontro anterior. Os dados foram analisados com base na leitura criteriosa das sínteses e das transcrições realizadas como forma de identificar os movimentos que promovem consciência na equipe gestora. Com base nessas leituras identificou-se as seguintes categorias: culpabilização do outro x implicação; cristalização x possibilidade de mudança e desorganização x organização. Vigotski (2008) afirma que em um dado momento o desenvolvimento do pensamento se imbrica de tal forma com o desenvolvimento da linguagem que fica difícil determinar em que momento começa um ou termina o outro. É dessa perspectiva que o autor afirma que a palavra é um microcosmo da consciência. O pensamento só se materializa por meio de sua expressão em palavras. Ocorre que, o diálogo não favorece a reflexão sobre o que foi dito. Para o autor o dialogo se dá quase em um sistema de ações e reações, na medida em que o outro nos convida a expressas nosso pensamento sobre algo em uma velocidade quase que imediata. Desse modo, compreende-se que a síntese possibilita a reflexão dos significados e sentidos compartilhados nesse encontro, como se fosse um espelho que convida o sujeito a olhar para si, para outro e para as relações estabelecidas naquele momento. Aproximemo-nos dos atores no momento da leitura da síntese e da apresentação dos sentidos configurados no encontro da perspectiva das psicólogas: Estevão (vice-diretor) nos mostrou as avaliações que os alunos fazem sobre os professores e sobre si mesmo e como trazem um material rico para os professores trabalharem suas práticas, mas que isso não acontece, os professores não se mobilizam e continuam colocando a culpa somente no aluno, não se enxergam no processo. Não há um movimento de reflexão, de olhar para o desenvolvimento do aluno. Ângelo e a outra orientadora concordaram com ele as psicólogas disseram o quanto repensar o que vem sendo feito é importante para o desenvolvimento de todos da melhor maneira possível. (trecho da síntese VI) Após a escuta da gravação em áudio para a elaboração da síntese para o encontro subsequente algumas perguntas foram realizadas. Estariam os gestores olhando para os professores? Parecia-nos que embora se queixassem da falta de implicação do professor com o processo de aprendizagem os gestores realizavam o mesmo movimento em relação aos professores, na medida em que não se incluíam no processo de transformação do olhar dos professores em relação aos alunos. Qual seria a possibilidade de chamar a atenção da equipe para esse fato sem reproduzir o movimento de culpabilização do outro que permeava a escola? Pareceu-nos que apresentar os sentidos por nós identificados como os compartilhados no encontro seria um caminho. Até aquele momento os gestores concordavam com todos os aspectos apresentados na síntese, não sugerindo nenhuma alteração. No encontro em qual foram apresentados os sentidos abaixo, um novo movimento aconteceu. A equipe gestora se acha prejudicada com as atitudes dos professores; A equipe gestora tem buscado novas maneiras de atingir os professores e de fazê-los refletir sobre sua prática; Ainda permanece o sentido de indignação com relação aos professores; Não há uma percepção do movimento dos professores, mas entendem que é necessário olhar mais atentamente para isso; Os professores não conseguem fazer uma reflexão ampla de sua prática; Há vergonha, por parte dos professores, em pedir ajuda; A gestão têm tido um movimento de reconhecer suas falhas. Após um breve momento de silêncio, os gestores entreolharam-se. Segue o movimento gerado pelo compartilhamento dos sentidos: Em relação aos sentidos apresentados Marcos, Estevão e Ângelo concordaram que o termo “prejudicado”, utilizado na síntese não condizia com os sentidos da equipe. Marcos diz que não vê como a equipe de professores prejudicarem a equipe gestora, nem no âmbito legal, nem no debate. Diz achar certos conflitos naturais na relação patrão empregados e que enquanto a cultura vigente permanecer esses conflitos continuarão existindo. Estevão diz que acha que o termo correto é incomodado. Marcos atribui o incomodo de Estevão ao seu compromisso com a educação e com o trabalho, mas acredita que para pessoas que não tenham o mesmo compromisso, as situações se naturalizam, não gerando incômodos. O segundo sentido apresentado referiu-se as buscas que a equipe gestora tem feito. Marcos diz não perceber essas buscas, mas percebe que a postura da equipe chama o professor para outra realidade. Marcos cita vários exemplos que se referem às formas como os professores lidam com os conflitos, de modo geral, ora se enfrentam (como nos casos de atribuições de aula), ora buscam a gestão para fazerem fofoca de colegas. Marcos diz que ao colocá-los frente a frente não há diálogos. Estevão e Ângelo concordam. Ângelo traz para o grupo uma reflexão sobre a formação que teve com a coordenadora pedagógica. Diz que ela atribuiu ao orientador pedagógico o papel de provocar. Disse que ficou refletindo sobre o que e como provocar. Se deveria provocar mobilização ou reflexão?(Trecho da síntese V) Para Vigotski (2008) o sujeito primeiro estágio de consciência é sempre o outro, a consciência como função psicológica superior é desenvolvida em referência as condições materiais de existência do individuo, a consciência não existe a priori, mas é constituída em um processo de devir, em um movimento dialético entre o social e o individual. Logo, a percepção de si e dos outros é constituída na escola por meio das relações estabelecidas nesse contexto. A síntese permite aos gestores entrar em contato com o quanto as ações dos professores afetam também as suas ações. Em um primeiro momento há a negação desse afeto, contudo a reflexão sobre os aspectos apresentados permite que a equipe vá gradativamente inserindo-se como autor do processo de transformação da escola. Como afirma Vygotski (2010) à emoção organiza internamente o comportamento. Parece-nos que a tomada de consciência dos afetos e contradições que envolvem a relação entre a gestão e a equipe de professores permite a reconfiguração dos sentidos possibilitando a implicação dos gestores com ações que promovam mudanças nas formas de funcionamento da escola, na medida em que refletem sobre suas ações não as tomando por impulso. Segundo Vigotski (2008), os sentidos são as zonas mais instáveis do significado, um sentido é tão carregado de significados que seriam necessárias muitas palavras para traduzi-los, tal complexidade se deve as bases deste que estão ancoradas nos desejos e necessidades do sujeito. São esses motivos que atribuem sentidos para a ação ou não ação dos sujeitos. O significado tem um aspecto social, compartilhado, mas o sentido é único. Contudo o autor afirma que quanto maior a aproximação e afinidade entre as pessoas mais predicada são suas falas, na medida em que estas passam a compartilhar não só os significados das palavras, mas a compreender também os aspectos que motivam a fala e o pensamento do outro. A síntese, a nosso ver permitiu essa maior aproximação por parte da equipe, permitindo que essa equipe se constituísse como um grupo: Após a leitura da síntese e a apresentação dos sentidos Beatriz diz que como não ficou na reunião passada até o final não consegue ver muitas coisas, mas acredita que não haja um fatalismo, cansaço ou desânimo, contudo consegue perceber na equipe um desejo forte de mudança. Diz que as reuniões demonstram esse desejo. Estevão diz que não se trata de fatalismo, mas de tomar pé da realidade, de reconhecê-la como ela é, contudo isso não significa jogar a toalha. (Trecho da síntese VI) Pode-se perceber um movimento de integração que surge na equipe, um compartilhamento do significados o que permite a reconfiguração de novos sentidos para a equipe gestora. Se em um primeiro momento havia o olhar e a culpabilização para e do outro, com o decorrer das discussões percebe-se um movimento de olhar para si ao mesmo tempo em que se olha para o outro, permitindo que a equipe pense em ações que promovam mudanças tangíveis. Implicar-se com o processo não significa alienar-se da realidade, mas ao contrário disso tomar consciência das condições materiais em que se desenham a atividade desenvolvida na escola como modo de promover mudanças para alem do discurso ideológico é que se sustentem no campo das ações. EDUCAÇÃO PERMANENTE DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE: CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA HISTÓRICO-CULTURAL Esta reflexão é parte da tese de doutorado que está em desenvolvimento que tem por objetivo analisar, as vivências promotoras de sofrimento entre os trabalhadores que atuam em saúde mental, particularmente, em uma instituição psiquiátrica, e quais ações de formação poderiam promover o abrandamento e até a superação de tais problemas. Buscamos, na tese identificar, em que medida a “vivência” tal como propõe Vigotski, proporcionada pela via da arte possa promover a conscientização e expressão de emoções e sentimentos que levam ao desenvolvimento da consciência de si como sujeito histórico, do seu papel profissional, dos efeitos do seu trabalho no outro, e das condições em que o trabalho ocorre. E em que medida a Psicologia pode contribuir neste cenário? A fundamentação teórica deste trabalho é a teoria histórico-cultural de Vigotski, como apontando anteriormente, e para discutir a psicologia do trabalho traremos as contribuições de um dos teóricos da terceira geração de analistas da psicologia do trabalho do mundo francofônico, Yves Clot. Acreditamos que a aproximação entre estes dois autores é possível, tendo em vista que a metodologia aplicada na Psicologia do Trabalho de Yves Clot, conhecida como clínica da atividade, tem inspiração vigotskiana, e usa técnicas qualitativas de investigação . Em 1985 Yves Clot, introduz a obra de Vigotski em seus estudos, com o objetivo de olhar para o "trabalho como um campo essencial para o desenvolvimento do homem" (Machado, 2005, p.157) e é desse ponto de vista que constrói uma base de discussão teórica e metodológica para a análise psicológica do trabalho. Abre-se pela via da crítica do trabalho e da subjetivação do sujeito, a possibilidade de uma aproximação entre a Psicologia e a Educação uma vez que a busca do pleno desenvolvimento do sujeito é fonte e objetivo destas duas áreas do conhecimento. A instituição em análise está instalada na zona norte da cidade de São Paulo e, quando foi construída em 1929, levava o nome “Sanatório”, e como hospital privado, visava implantar no Brasil a mesma forma de tratamento dispensado aos doentes mentais em países europeus. No início da década de 1940 foi comprado pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Nesta época no Brasil, a psiquiatria estava voltada para as internações em grandes hospitais colônias, a exemplo do Complexo Hospitalar do Juqueri, e não havia política de saúde mental específica, sendo que a saúde pública resumia-se a prevenção e vacinação. Em 1987, com a realização da I Conferência Nacional de Saúde Mental iniciavase a transformação do modelo clássico asilar em um modelo comunitário. Um modelo diferencia-se do outro por meio do lócus da assistência – e, pela primeira vez nas políticas públicas de saúde mental, o hospital psiquiátrico passou a ser indicado como o último recurso assistencial Em 1991, em função de uma diretriz ministerial, iniciou-se no Estado de São Paulo a supervisão dos hospitais psiquiátricos para reclassificar tais instituições e qualificar a assistência por elas prestada. Como resultado dessa ação foram reduzidos 26,3% (vinte e seis vírgula três por cento) dos leitos, cerca de 9.000 (nove mil), além do fechamento espontâneo de alguns hospitais psiquiátricos que aconteceram por razões de ordem financeira. A Lei 10.216 é base da política nacional de saúde mental atual, com progressivos avanços na sua efetiva implantação, sendo corroborada pelo aumento de serviços territoriais do tipo CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) em todo o país, bem como pela aprovação de leis e portarias que corroboram a mudança do modelo assistencial hospitalocêntrico e fiscalizam o funcionamento dos hospitais psiquiátricos existentes. Esta Lei, impõe novo impulso e novo ritmo para o processo de Reforma Psiquiátrica no Brasil, pois mesmo antes de sua aprovação, suas conseqüências já eram visíveis por meio de diferentes ações, tais como a de criação das SRTs e de programas como o “De volta pra casa.” No Estado de São Paulo, a Secretaria de Saúde mudou a estrutura organizacional de 08 (oito) dos 09 (nove) hospitais psiquiátricos próprios, transformando-os em Centros de Atenção Integral à Saúde – CAIS. Essa mudança organizacional prevê o gerenciamento das ações de forma horizontalizada, visando à transformação das práticas da assistência prestada em saúde mental. Na atualidade, a instituição conta com 75 leitos para internação de pacientes agudos; crianças, adolescentes e adultos, divididos em três núcleos assistências; masculino, feminino, infância e adolescência. E 52 leitos de reinserção social, em que os pacientes com questões sociais permanecem até que se dê o reencontro e reinserção familiar ou na impossibilidade disto, são inseridos no programa de Residência Terapêutica do Município de São Paulo. Apesar das mudanças na prática do trabalho realizadas desde 1983, observamos, ainda hoje, uma significativa semelhança com algumas ações praticadas no antigo modelo manicomial. Assim, pensar a prática do trabalho em saúde mental, suas relações, o adoecimento do trabalhador e suas causas tem nos motivado à busca de novos conhecimentos, o que incita a novos questionamentos, articulações e reflexões. Em virtude das transições paradigmáticas observadas no atual gerenciamento na área de saúde e, particularmente, nos serviços em saúde mental a partir do contexto da reforma psiquiátrica, vivemos o desafio da implantação de um modo de funcionamento gerencial e técnico extremamente inovador e provocativo de situações conflitantes. Isto se dá em razão do caráter complexo impetrado pelo modo de funcionamento das relações de trabalho neste modelo. Busca-se, entre outras coisas, romper com a lógica do trabalho multidisciplinar e, portanto dicotômico e especializado, o que invariavelmente esteve centrado na figura do médico. Consideramos, que os conflitos presentes neste novo modelo de trabalho venha oferecer subsídios para se pensar sobre as questões psicológicas envolvidas no adoecimento destes trabalhadores e na relação com sua atividade laboral e daí pensar e propor a transformação da prática do trabalho pela via da apropriação do conhecimento de si na ação da práxis do trabalho. Conforme H. Arendt (1983), as atividades de trabalho não estão voltadas apenas a suprir as necessidades de subsistência ou à produção de coisas e objetos efêmeros destinados ao consumo, antes, a atividade do trabalho, tal como propõe Clot (2007): é obra e ação: obra no sentido de que produz coisas duradoras destinadas a tornar o mundo habitável, e ação no sentido de que gera [...] resultados subjetivos indissociáveis do agente, produzidos em comum e transmitidos por narrativas que não são meras arengas [...] (p.200). Considerando, a forma de trabalho proposta no atual modelo em saúde mental, temos na proposta do trabalho em equipe o grande desafio, que é trabalhar interdisciplinarmente visando alcançar a tão almejada transdisciplinaridade. Até agora o paradigma dominante na ciência tem nos levado à contínua divisão do conhecimento em disciplinas e destas em subdisciplinas. Gerar espaços para se pensar e renovar o trabalho visando a mudanças pretendidas, configura o desdobramento que o projeto pode alcançar pela via da Educação Permanente . De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a proposta de “Educação Permanente em Saúde” visa propor o desenvolvimento dos sistemas de saúde com reconhecimento de que os serviços de saúde são organizações complexas em que somente a aprendizagem significativa será capaz de alcançar a adesão dos trabalhadores aos processos de mudança no cotidiano. Para Ceccim (2005): A Educação Permanente em Saúde, ao mesmo tempo em que disputa pela atualização cotidiana das práticas segundo os mais recentes aportes teóricos, metodológicos, científicos e tecnológicos disponíveis, insere-se em uma necessária construção de relações e processos que vão do interior das equipes em atuação conjunta, implicando seus agentes, às práticas organizacionais, implicando a instituição e/ou o setor da saúde, e às práticas interinstitucionais e/ou intersetoriais, implicando as políticas nas quais se inscrevem os atos de saúde (p.161). Há de se ressaltar que o desafio a ser perseguido na proposta da implantação do projeto político-pedagógico da Educação Permanente em Saúde não é pequeno. Devemos ir além da alteração do paradigma da política de gestão em saúde, trazendo os demais atores sociais para o palco, incorporando criticamente, o uso de novas tecnologias e materiais, bem como perseguindo com eficácia e eficiência a clínica produzida, elevando os padrões de escuta, bem como as relações estabelecidas com os usuários e entre os profissionais. Pela via da arte, busca-se despertar os sentidos, possibilitando vivências carregadas de emoção e ao socializar pela via da comunicação – debate - os efeitos e a natureza da arte, neste caso, cinema possibilitar a criação de novos sentidos que permitam o desenvolvimento da consciência de si como sujeito histórico, do seu papel profissional, dos efeitos do seu trabalho no outro, das condições em que o trabalho ocorre. Neste sentido, formação da consciência e desenvolvimento do homem exige esforço, não é dada expontâneamente, é necessário a união e atuação de elementos externos e internos ao sujeito, e isto permeado por valores éticos e morais tal como pensa-se a educação. Destacamos uma das falas dos profissionais de saúde que participam do projeto do Cine-Debate. No filme Uma Janela para a Lua, um auxiliar de enfermagem diz: “nós vivemos aqui algo parecido com o que o filme mostra, apesar de não ser a nossa casa, convivemos com a loucura 12 horas as vezes 24 horas, em alguns momentos, ao assistir o filme me senti angustiada.” (...) “é bom esta parada para ver o cinema,a gente fica um pouco longe da clínica e depois da discussão quanto volta, a gente tá mais leve.” Segundo Aumont e Marie (2003) a semiologia do cinema inspira-se na lingüística e busca no cinema o que ele tem em comum com as estruturas profundas da linguagem ou com os seus efeitos intersubjetivos, assim a linguagem nos comunica de diferentes formas. Na análise destes efeitos, vemos na fala acima, a possibilidade que esta vivencia proporcionou permitindo, tal como unidade de análise, a relação entre sujeito e mundo real e imaginário. O cinema, ao reviver emoções nos convoca a um mergulho profundo em nós mesmos, possibilitando a apropriação consciente da nossa história, permitindo a criação de novos sentido Deste modo, as emoções produzidas pela arte cinematográfica, geram a vivência de emoções intensas, não se reduzem à fantasia, ao contrário ganham forma através dela. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Arendt, H. (1983). A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária. Aumont, J.; Marie, M. Dicionário Teórico e Crítico de Cinema. São Paulo: Papirus, 2003. Brasil. Ministério da Saúde.(2004) Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde. Política de educação e desenvolvimento para o SUS: caminhos para a Educação Permanente em Saúde – pólos de Educação Permanente em Saúde. Brasília, DF. Clot, Yves. (2007) A função psicológica do trabalho. Rio de Janeiro. Ed. Vozes. Ceccim R.(2005) Educação Permanente em Saúde: desafio ambicioso e necessário. Leontiev, A. N. (1978). O desenvolvimento do psiquismo. Lisboa: Livros Horizonte. Machado, A. R. (2005) Entrevista com Yves Clot. Psicologia da Educação, São Paulo, 20, p.155-160. Souza, V. L. T.; Petroni, A. P.; Dugnani, L. A. C. (2011). A Arte como Mediação nas Pesquisas e Intervenção em Psicologia Escolar. (no prelo). Vigotski, L. S (1999). Psicologia da Arte. São Paulo, Martins Fontes. (texto original de 1925.) Vigotski, L. S. (2003). Psicologia Pedagógica. Trad. Claudia Schiling – Porto Alegre: Artmed. Vygotsky, L.S. (2005). Pensamento e Linguagem. Tradução Jefferson Luiz Camargo; revisão técnica José Cipolla Neto. – 3ª ed. – São Paulo: Martins Fontes. Vygotsky, L.S. (2004). Teoria e Método em Psicologia. Tradução Claudia Berliner. – 3ª Ed. – São Paulo, SP: Martins Fontes. Vigotski, L. S. (2008). A formação social da mente. (M. Cole, V. John-Steiner, S. Scribner, E. Souberman, Eds., J. C. Neto, L. S. Barreto, & S. C. Afeche, Trads.) São Paulo: Martins Fontes.