a rtes c ênicas - Correio do Povo

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CORREIO DO POVO
Sábado, 9 de dezembro de 2000
UMA MÁQUINA
Heiner Müller escreveu cinco peças
que compõem o espetáculo “Hamlet Máquina”, transfigurando a tragédia da
época focalizada por Shakespeare em
“Hamlet” para o tempo atual, com temas
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FOTOS DIVULGAÇÃO / CP
DE REAVER MOMENTOS DA HISTÓRIA OCIDENTAL
inquietantes como as catástrofes da his- de de buscar um sentido para a sua arte
tória e da cultura ocidental, assim como também fazem parte dos princípios do
pequenos insights da situação deste final autor dessa montagem.
de século. Fatos que levam à crise o arNa peça, não há personagens dramátista dividido entre o desejo de se trans- ticas: o conflito é disposto através da exf o r m a r pressão do diálogo revivido na memória
em uma de Hamlet e de uma Ofélia lúcida. A Trimáquina bo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz sesem dor gue buscando a proposta do Teatro Vie a ne- vência, incumbindo à platéia o papel de
cessida- ator onipresente.
ARTES CÊNICAS
Teatro Adulto
AS NÚPCIAS DE TEODORA –1874 — Theatro São Pedro
(hoje, às 21h, e amanhã, às 18h). Direção de Décio Antunes e texto de Ivo Bender. Fala sobre os episódios da Revolta dos Muckers em Sapiranga, no Morro da Ferrabrás. Com
Prêmio de Melhor Cenografia, Iluminação e Atriz Coadjuvante no Festival Nacional de Teatro Isnard Azevedo 2000.
OLHAR, PARTILHAR — Sala Álvaro Moreyra (hoje, às
15h). Leitura dramática dentro do Projeto “Dramaturgia – leituras em cena”.
O SISTEMA — Teatro Clube de Cultura (hoje, às 21h).
Com direção de Zé Rodrigues. O espetáculo trata de assuntos polêmicos como as drogas, a Aids e a violência, num ambiente especialmente elaborado para o público adolescente.
OS RATOS — Teatro Bruno Kiefer (hoje e amanhã, 21h).
Com direção de Néstor Monastério. Homem endividado passa o dia procurando uma solução para saldar suas dívidas.
Do escritor gaúcho Dyonélio Machado. Com Dejayr Ferreira,
Karen Radde, Lauro Ramalho e outros.
HAMLET MÁQUINA — Galpão da Epatur (hoje, 21h). Texto de Heiner Müller, um dos mais ácidos autores contemporâneos de língua alemã. Sem fazer concessões, ele reinterpreta a própria sociedade e, no caso de “Hamlet Máquina”,
faz da infeliz Ofélia a porta-voz de todos os clamores, inclucontra Hamlet. Com a Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui
Para parar e pensar: ‘Hamlet Máquina’, do dramaturgo Heiner Müller sive
Traveiz . Direção coletiva.
HOBÁRCCU — Sala Álvaro Moreyra (hoje e amanhã, 21h). Baseado
na obra de Franklin Cascaes. Com fragmentos de textos, contos e projeção de slides. Com Arlete Cunha e Deborah Finocchiaro.
REALIDADE SEM BRINCADEIRAS
UM TANGO ARGENTINO — Cia. de Arte (hoje, às 21h, e amanhã, às
“O Sistema”, com direção de Zé Rodrigues, estréia hoje,
20h). De Maria Clara Machado, com direção de Vera Potthoff. Na década de 20, jovens da sociedade carioca diziam a seus pais que iam a um
no Clube de Cultura, na missão de entregar à platéia adolescurso de línguas quando, na verdade, iam a uma escola para aprender
cente um espelho de problemas sociais da atualidade, como
tango. Com o Grupo de Teatro Farracênicos.
as drogas, a Aids e a violência. Com Claudia Paranhos, CaMOÇO QUE CASOU COM A MULHER BRABA — Praça David Rosembletz, Passo D’Areia (hoje, às 17h). A peça é uma livre adaptação
mila Brandalise, Renan Parmeggiani e outros.
para o teatro de rua do conto de dom Juan Manoel que mostra um homem pobre que casa com moça rica e braba. O marido consegue dobrar
o mau gênio da esposa, o que incentiva o sogro a fazer o mesmo em caTRI LEGAL SER DIFERENTE
sa. Só que a fórmula não funciona da mesma maneira. O texto teria daEspetáculo infantil escrito por Ivanir Calado, “Tá na Hora do origem à “A Megera Domada”, de William Shakespeare. Direção de
do Recreio” se passa na hora do intervalo da escola e conta a Márcio Silveira dos Santos. Com Anelise Camargo, Cícero Neves, Aline
Machado, Márcio Silveira e Luiz Brum.
A
É
história da menina Júlia, presente num universo rico em diferenças. Seu grande desejo é que todos sejam iguais a ela. Légaton, um extraterrestre, entra na vida de Júlia como um amigo,
disposto a apresentá-la a outros planetas. Júlia descobre a beleza de conviver com pessoas diferentes.
‘Tá na Hora do Recreio’, hoje e amanhã, às 16h, no Instituto
De Franklin Cascaes, ‘Hobárccu’, na Sala Álvaro Moreyra
O BARCO QUE VEM DE SANTA CATARINA
Arlete Cunha e Déborah Finocchiaro representam no espetáculo escrito por Franklin Cascaes chamado “Hobárccu”,
composto de fragmentos de textos e contos. Mais do que simplesmente incrementar uma peça de sucesso, as atrizes ainda
buscam aproximar o espectador do universo do artista, transitando entre os caminhos da ficção e da realidade. Ao público
também são projetados momentos de estórias “bruxólicas”,
com direito a emoções e encantamentos, além dos slides com
desenhos do autor como parte do cenário. Cabe à conhecida
dupla de atrizes gaúcha divulgar a obra do professor Cascaes,
na identificação da história e das origens meridionais.
Teatro Infantil
TÁ NA HORA DO RECREIO — Instituto Goethe (hoje e amanhã, às
16h). Escrito por Ivanir Calado. Direção de Márcia do Canto. A menina
Júlia é discriminada e seu grande desejo é que todos sejam iguais a ela.
Nas aventuras com seu amigo extraterrestre Légaton, ela descobre a
magia de viver com pessoas diferentes.
Uma reflexão sobre o tema da exclusão social, que se apresenta através de preconceitos e discriminações. No elenco, a participação de Lisiane Cohen, Antônio Czamanski e
Rogério Hock.
A CIGARRA E A FORMIGA — Clube de
Cultura (hoje e manhã, às 16h). Com direção de Zé Rodrigues. Vó Anastácia ensina a
Formiga a ser mais amigável com a Cigarra
e com o Beija-flor. No elenco, Camila Brandalise, Renan Parmegianne, Ciça Brussa e
Cíntia Hochmüller. Últimos dias.
A CARAVANA DA ALEGRIA — Teatro
Carlos Carvalho, na CCMQ (hoje e manhã, às 16h). Com direção de Kinho Nazário
e texto de Alex Riegel. O grupo QG das Artes se transforma numa trupe de atores
mambembes que faz um passeio lúdico pelo
Brasil, recriando elementos de folclore, lendas e cantigas de roda. Os personagens
Chico, Zeca e Alaor criam uma viagem baseada no humor, buscando oferecer às
crianças um momento de conhecimento cultural e climático do país.
Goethe
TANGO FAMILIAR
Na década de 20, jovens
da sociedade carioca trocavam o curso de línguas por
aulas de tango, numa época
em que isso era proibido para
famílias de boa índole. Essa
trama faz parte da peça “Um
Tango Argentino”, de Maria
Clara Machado, dirigida por
Vera Potthoff.
O conflito acontece quando os pais que, escondidos,
freqüentam a mesma academia, colocam um detetive para esclarecer o paradeiro dos
filhos. A montagem, que faz
parte da oficina de Olga Reverbel, é encenada pelo Grupo de Teatro Farracênicos.
Último final de semana.
LUTA ETERNA
O clássico da literatura
brasileira “Os Ratos”, de
Dyonélio Machado, volta à
cena em sua versão teatral.
Na busca desenfreada de
saldar uma dívida, um homem percorre as ruas de
Porto Alegre. Durante o caminho, encontra diversas
pessoas e situações, num
típico ambiente dos anos
30. Dirigido por Néstor Monastério, o espetáculo conta com a presença Lauro
Ramalho, Zé Roberto Amaro, Karen Radde, Rogério
Beretta e Marcelo Casagrande, entre outros atores
do palco gaúcho.
MÁRIAN STAROSTA / DIVULGAÇÃO / CP
Teatro
ANFITEATRO PADRE REUS
— Avenida Otto Niemeyer,
650.
ARENA — Avenida Borges de
Medeiros, 835.
BRUNO KIEFER E CARLOS
CARVALHO — Andradas,
736.
CASA DE TEATRO — Rua
Sarmento Leite, 1024.
CIA. DE ARTE — Andradas,
1780; telefone 228-2433.
CLUBE DE CULTURA — Rua
Ramiro Barcelos, 1853.
DEPÓSITO DE TEATRO —
Av. Benjamin Constant, 1677.
GALPÃO DA EPATUR —
Travessa do Carmo, 88.
INSTITUTO GOETHE — Rua
24 de Outubro, 112.
MUSEU DO TRABALHO —
Rua dos Andradas, 250.
OSPA — Independência, 925.
RENASCENÇA E SALA ÁL-
VARO MOREYRA — Avenida
Erico Verissimo, 307.
SALA ALZIRO AZEVEDO —
Campus Central da Ufrgs
SALA QORPO SANTO —
Campus Central da Ufrgs
SESC — Avenida Alberto
Bins, 665.
SESI — Av. Assis Brasil, 8787.
TEATRO DE BOLSO ILONA
CHRISTENSEN — Rua Garibaldi, 1102.
T.C. TÚLIO PIVA — Rua da
República, 575.
TEATRO DO IPE — Avenida
Borges de Medeiros, 1945.
TEATRO NILTON FILHO —
Grão Pará, 179; f.: 233-0449.
TERREIRA DA TRIBO — João Inácio, 981; fone 221-7741.
THEATRO SÃO PEDRO —
Praça da Matriz, s/nO.
USINA DO GASÔMETRO —
Avenida João Goulart, 551.
O SUL EM CENA
De volta aos palcos gaúchos para
cumprir curta temporada no Theatro São
Pedro, “As Núpcias de Teodora – 1874”,
espetáculo dirigido por Décio Antunes,
coloca aos alcance da platéia os episódios
da Revolta dos Muckers ocorrida em Sapiranga, no Morro do Ferrabrás. Ivo Bender, autor deste que é o segundo texto da
sua “Trilogia Perversa”, procura manter a
paixão, o misticismo e os aspectos políticos do período na peça, na tentativa de
transpor o mito da cultura ocidental para
a história do Rio Grande do Sul.
Em 1996, quando a primeira parte da
trilogia foi encenada por Antunes, a montagem ganhou os Açorianos de Melhor
Cenografia, Melhor Atriz e Trilha Original. Fora do Estado, também recebeu troféus por Melhor Cenografia, Melhor Iluminação e Melhor Atriz Coadjuvante no
Festival Nacional de Teatro Isnard AzeveDepois de conquistar diversos prêmios, a volta de ‘As Núpcias de Teodora – 1874’
do 2000.
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