HORTAS URBANAS E OS MODOS DE MORAR: A PRODUÇÃO DE

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XIX ENCONTRO NACIONAL DE GEOPGRAFIA AGRÁRIA, São Paulo, 2009, pp. 1-12
HORTAS URBANAS E OS MODOS DE MORAR:
A PRODUÇÃO DE HORTALIÇAS NOS QUINTAIS DAS CIDADES
Tatiana Schor
Núcleo de Estudos e pesquisas das Cidades da Amazônia Brasileira – NEPECAB/UFAM
[email protected]
André de Moraes
Núcleo de Estudos e pesquisas das Cidades da Amazônia Brasileira – NEPECAB/UFAM
[email protected]
O AMAZONAS.
Resultados preliminares obtidos no Programa de Pesquisa Tipificação da rede
urbana na calha Solimões-Amazonas coordenado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas
das Cidades na Amazônia Brasileira (NEPECAB) evidenciaram a necessidade de se
compreender a dependência sócio-espaço-econômica das cidades ribeirinhas com
relação ao abastecimento de produtos in natura, principalmente com relação ao custo
da cesta básica para a população local e consolidação de cadeias produtivas de
produtos florestais, em especial não-madeireiros (Schor, T. et al. 2007; Moraes, A. et
al. 2007; Marinho et al. 2007).
Durante a pesquisa realizada para se calcular o custo de vida nas cidades
ribeirinhas verificou-se uma diferença significativa com relação ao preço da cesta
básica nos períodos de enchente e de vazante. Devido ao grande decréscimo dos
preços dos produtos in natura, produzidos localmente na várzea por agricultura familiar,
no período de vazante, o custo de vida nas cidades, em especial as que mantém uma
distância maior, não em quilometragem, mas sim em termos de rede urbana, é
significativamente menor. Este resultado mostrou uma interpermeabilidade entre as
atividades ditas rurais e urbanas nas cidades localizadas ao longo da calha do rio
Solimões-Amazonas. A cidade e o campo na Amazônia, em especial no estado do
Amazonas
devido
as
suas
especificidades
complementam-se (Oliveira, 2007).
de
infra-estrutura
de
transporte,
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Assim sendo o olhar sobre o urbano e rural deveria possibilitar uma
compreensão mútua para que o entendimento tanto do campo e suas atividades
correlatas, agricultura ou extrativista, quanto cidade e suas funções urbanas ganhe
significados específicos para a análise da realidade na Amazônia.
Neste sentido, este texto busca analisar a produção de hortaliças nos quintais
das casas nas diversas cidades localizadas no estado do Amazonas, em especial ao
longo da calha do rio Solimões-Amazonas. Esta análise permitirá entender não só a
relação ainda existente entre a cidade e o campo, o abastecimento das cidades como
também os modos de morar nas cidades amazônicas. Esta análise será realizada por
meio de um ensaio foto-filosófico com dados primários oriundos das pesquisas
realizadas pelo NEPECAB com o objetivo de compreender a interpermeabilidade entre
o rural e o urbano na Amazônia. Entende-se que a leitura das imagens deve contribuir
para a compreensão das sutilezas rural-urbano nas cidades da Amazônia Brasileira.
Foto 1: A paisagem urbana é construída de madeira, bem acabada, as cozinhas do lado de fora,
compondo com as palmeiras e bananeiras os quintais. Coari/AM.
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Foto 2 e 3: Do rio, ponto de chegada e partida, os quintais não terminam, continuam no seu aspecto
fluvial. Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos / AM.
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Foto 4: Os vizinhos não se isolam cercados por muros, ao contrario, compartilham as touceiras de açaí,
os varais, enfim a vida cotidiana. Santa Isabel do Rio Negro/AM.
Foto 5, 6 e 7: Um olhar atento percebe, ao caminhar sobre pontes secas na vazante, a produção de
cebolinhas e outros temperos. Codajás/AM.
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Foto 8: Nos quintais suspensos da Babilônia Amazônica, roupas, isopores e caixa d'aguas compõem a
paisagem dos fundos das casas. Codajás/AM.
Foto 9: De cima, os quintais organizam-se sem ordem aparente, misturam os essenciais para os
afazeres domésticos. Codajás/AM.
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Foto 10: Compreender os modos de morar, os quintais, é o caminho das pedras para o entendimento da
complexidade do urbano-rural na Amazônia Brasileira. Alvarães/AM.
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Foto 11: Na cidade vizinha do país vizinho, a escola faz horta na várzea do rio. Islândia/Peru.
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Foto 12: Não só de hortaliças e temperos vive um quintal na Amazônia, novos produtos que geram renda
misturam-se com a fauna domesticada. Benjamin Constant/AM.
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Foto 13: O olhar de quem fotografa imprime-se e mistura-se com o objeto, transformando o banal em
ciência.
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REFERÊNCIAS
MORAES, André de Oliveira; SCHOR, Tatiana. A geografia do abastecimento alimentar
na Amazônia dos grandes rios: estudo a partir de Coari e Manacapuru/AM. X
Simpósio Nacional de Geografia Urbana, Florianópolis, novembro 2007, ISBN:
978-85.61223.00.7.
OLIVEIRA, José Aldemir de; SCHOR, Tatiana. Urbanização da sociedade e
espacialidades urbanas: as cidades e os rios na Amazônia Brasileira. VII Encontro
ANPEGE, Niterói, 24-27 setembro 2007.
SCHOR, Tatiana; COSTA, Danielle Pereira da. Rede urbana na Amazônia dos grandes
rios: uma tipologia para as cidades na calha do Solimões-Amazonas-AM. X
Simpósio Nacional de Geografia Urbana, Florianópolis, novembro 2007, ISBN:
978-85.61223.00.7.
Todas as fotos que compõe este texto fazem parte do arquivo NEPECAB, podem ser
reproduzidas e utilizadas para fins acadêmicos desde que sua fonte seja citada.
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