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RA066DIR/2009 – REV.07
ÁGUAS DE ITU EXPLORAÇÃO DE SERVIÇOS DE ÁGUA E ESGOTO S/A.
ITU - SP
“PLANO DIRETOR DE ESGOTOS DA ESTÂNCIA TURÍSTICA DE ITU”
- VOLUME I – RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO -
REV. 07 - NOV/2009
NOVA AMBI SERVIÇOS ANALÍTICOS LTDA.
Rua Sebastião Eugênio de Camargo, 53 – CEP 05360-010 – Butantã – São Paulo-SP – Fone/Fax: (11) 3731-8703
www.novaambi.com.br
ÍNDICE
VOLUME I
Pág.
APRESENTAÇÃO......................................................................................................................... 01
1. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO MUNICÍPIO .......................................................................03
1.1 LOCALIZAÇÃO....................................................................................................................03
1.2 CLIMA ..................................................................................................................................03
1.3 RECURSOS HÍDRICOS .......................................................................................................04
1.4 GEOMORFOLOGIA .............................................................................................................07
1.5 INFRAESTRUTURA .............................................................................................................08
1.6 LEGISLAÇÃO ......................................................................................................................10
2. ESTUDOS EXISTENTES .........................................................................................................18
2.1 PLANO DIRETOR DE SANEAMENTO BÁSICO DO MÉDIO TIETÊ
SUPERIOR – BACIA 4 .........................................................................................................18
2.2 PLANO DIRETOR DO SISTEMA DE ESGOTOS SANITÁRIOS DA ESTÂNCIA
TURÍSTICA DE ITU ..............................................................................................................19
2.3 ESTANCIA TURÍSTICA DE ITU – CIDADE NOVA: SISTEMA DE ESGOTOS
SANITÁRIOS........................................................................................................................24
2.4 RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DE EFICIÊNCIA DE USO DE RECURSOS HÍDRICOS –
RAE DA DERIVAÇÃO DE ÁGUA DO RIBEIRÃO VAREJÃO PARA ABASTECIMENTO
DA CIDADE NOVA................................................................................................................27
2.5 ESTUDO DE VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO – EVI DA DERIVAÇÃO DE ÁGUA
DO RIO PIRAJIBU PARA ABASTECIMENTO DA CIDADE NOVA .....................................28
2.6 PORTARIA DAEE Nº 193 DE 02 DE MAIO DE 1997 ...........................................................28
2.7 DIAGNÓSTICO PRELIMINAR GERAL DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE
ESGOTOS DE SÃO MIGUEL...............................................................................................28
2.8 ESTUDO DE CONCEPÇÃO PARA O EMISSÁRIO DE ESGOTOS ETE CIDADE NOVA
RIO PIRAJIBU E RESPECTIVO ESTUDO DE AUTO-DEPURAÇÃO DO RIO PIRAJIBU
NO MUNICIPIO DE ITU .........................................................................................................29
2.9 ESTUDO DE VIABILIDADE DE EXPLORAÇÃO, RECUPERAÇÃO E PRESERVAÇÃO
DO RIO PIRAJIBU.................................................................................................................29
2.10 ESTUDOS DE REAVALIAÇÃO DO SISTEMA ATUAL E PROPOSTO E NOVA
CONCEPÇÃO DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DE CIDADE NOVA,
PIRAPITINGUI, PORTAL DO ÉDEN, CITY CASTELO E ADJACÊNCIAS NO
MUNICÍPIO DE ITU - SP......................................................................................................30
2.11 INTERCEPTOR DOS CÓRREGOS ITAIM MIRIM E ITAIM GUAÇU................................... 37
3. SISTEMA DE ESGOTOS SANITÁRIOS EXISTENTE ..............................................................40
3.1 SEDE MUNICIPAL ...............................................................................................................40
3.2 DISTRITO DE PIRAPITINGUI................................................................................................52
4. ESTUDOS DEMOGRÁFICOS E PARÂMETROS TÉCNICOS UTILIZADOS NO
PLANO DIRETOR ........................................................................................................................57
4.1 HORIZONTE DE PROJETO .................................................................................................57
4.2 BASE CARTOGRÁFICA ......................................................................................................57
4.3 BACIAS E SUB-BACIAS DE ESGOTAMENTO ...................................................................57
4.4 ESTUDOS DEMOGRÁFICOS ..............................................................................................58
4.5 PARÂMETROS BÁSICOS DE PROJETO............................................................................62
4.6 CONTRIBUIÇÃO DE ESGOTOS..........................................................................................64
VOLUME II
5. SELEÇÃO E COTEJO DAS ALTERNATIVAS DE ESGOTAMENTO, TRATAMENTO E
DISPOSIÇÃO FINAL DOS ESGOTOS......................................................................................71
5.1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................71
5.2 CRITÉRIOS ADOTADOS NO ESTUDO DAS ALTERNATIVAS DE ESGOTAMENTO E
TRATAMENTO......................................................................................................................72
5.3 DESCRIÇÃO DAS ALTERNATIVAS SELECIONADAS........................................................77
6. DEFINIÇÃO DA SOLUÇÃO DE ESGOTAMENTO, TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO FINAL
DOS ESGOTOS .......................................................................................................................110
6.1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................110
6.2 JUSTIFICATIVA DA SOLUÇÃO ADOTADA ........................................................................111
ANEXOS – VOLUME I
I.1 - ITU-PDE-01: MAPA DE LOCALIZAÇÃO DO MUNICIPIO DE ITU E BACIA HIDROGRÁFICA
TIETÊ/SOROCABA (IGRHI-10)
I.2 - ITU-PDE-02: BACIAS HIDROGRÁFICAS E PERÍMETRO URBANO
I.3 - ITU-PDE-03: A/B/C/D DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO EM 2015/2025/2035 (DIVISÃO POR
BACIAS E SUB-BACIAS)
I.4A - ITU-PDE-04A: SEDE MUNICIPAL - EMISSÁRIOS/INTERCEPTORES/COLETORES
TRONCO, LINHAS DE RECALQUE E ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ESGOTO (SISTEMA
EXISTENTE)
I.4B - ITU-PDE-04B:DISTRITO DE PIRAPITINGUI-EMISSÁRIOS/INTERCEPTORES/COLETORES
TRONCO, LINHAS DE RECALQUE E ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ESGOTO (SISTEMA
EXISTENTE)
I.5 - ITU-PDE-05: PLANTA GERAL DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTOS (SISTEMA
EXISTENTE) - ETE-CANJICA
I.6 - PREVISÃO POPULACIONAL E ESTIMATIVA DE DEMANDA DE ÁGUA (RELATÓRIO 1.1) E
ESTUDO DE DEMANDAS POR ROTA COMERCIAL (RELATÓRIO 2.1) – QUIRON SERVIÇOS DE
ENGENHARIA/2008
ANEXOS – VOLUME II
II.1 - ITU-PDE-06: SEDE MUNICIPAL – DISTRITO DE PIRAPITINGUI-SISTEMA DE
ESGOTAMENTO E TRANSPOSIÇÃO PARA ETE CANJICA (ALTERNATIVAS 1.1, 1.2 e 1.3)
II.2 - ITU-PDE-07: EMISSÁRIO DE TRANSPOSIÇÃO PARA ETE CANJICA (ALTERNATIVA 1.1)
II.3 - ITU-PDE-08: EMISSÁRIO DE TRANSPOSIÇÃO PARA ETE CANJICA-PLANTA E PERFIL
(ALTERNATIVA 1.2)
II.4 - ITU-PDE-09: -EMISSÁRIO DE TRANSPOSIÇÃO PARA ETE-CANJICA-PLANTA E PERFIL
(ALTERNATIVA 1.3)
II.5A - ITU-PDE-10A: SEDE MUNICIPAL – INTERVENÇOES (ALTERNATIVA 2)
II.5B - ITU-PDE-10B: DISTRITO DE PIRAPITINGUI-SISTEMA DE ESGOTAMENTO E
TRATAMENTO NA ÁREA SUL (ALTERNATIVA 2)
II.6 - ITU-PDE-11: PLANTA GERAL DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTOS - ETE
PIRAJIBU (ALTERNATIVA 2)
APRESENTAÇÃO
A elaboração do Plano Diretor de Esgotos visa atender a uma das proposições do
Plano Diretor Participativo da Estância Turística de Itu consubstanciada na alínea I
do artigo 28 da Sub-Seção I, Seção III, do Capítulo III – ”da Política do Meio
Ambiente e Saneamento Ambiental”:
“I – elaborar Plano Diretor de Coleta, Tratamento e Disposição de Esgotos que
defina prioridades e oriente o programa de investimentos no setor, no prazo máximo
de 02 (dois) anos após a promulgação do presente Plano”.
Adicionalmente, o Plano Diretor de Esgotos objetiva também atender em um prazo
de doze meses um dos compromissos celebrados entre a empresa Águas de Itu
Exploração de Serviços de Água e Esgoto S/A e o Ministério Público do Estado de
S. Paulo, com a anuência da Prefeitura de Itu, objeto do item 10, alínea a, do Termo
de Ajustamento de Conduta, assinado em 20 de agosto de 2008.
Itu, uma das mais tradicionais e progressistas cidades do Estado de S. Paulo, com
um elevado IDH, nas suas três dimensões: educação, expectativa de vida e renda o
que a enquadra em posição privilegiada dentre os municípios paulistas, é também
bem servida em termos de saneamento básico no que se refere aos índices de
atendimento em abastecimento de água e coleta de esgotos, alcançando cerca de
98%.
No entanto, apesar de mais de 95% da Sede municipal ser também atendida por
tratamento de esgotos ao nível secundário, o Distrito de Pirapitingui, localizado a
cerca de 15Km da Sede, não conta ainda com este tipo de serviço acarretando em
conseqüência lançamentos “in natura”.
Em conseqüência, na elaboração deste Plano Diretor, procurou-se focar estes
estudos principalmente nas carências sanitárias do Distrito e nas formas de
solucioná-las, através do traçado de alternativas que envolveram inclusive as
hipóteses de utilização de parte da infra-estrutura sanitária da Sede, representada
por coleta e tratamento, ou a alternativa de concentrar a solução no próprio Distrito,
com status de um sistema isolado, a exemplo do que ocorre com o abastecimento
de água.
Todos os aspectos envolvidos no cotejo das alternativas, sejam técnicos,
econômicos, legais, institucionais e ambientais foram considerados e avaliados
cuidadosamente nestes estudos o que permitiu a seleção da solução mais adequada
envolvendo esgotamento, tratamento e disposição final dos esgotos gerados em
Pirapitingui.
A Sede, malgrado seus altos índices de atendimento em termos de coleta e
tratamento de esgotos, também mereceu abordagem detalhada, notadamente no
que se refere a alternativa de implantação de novas obras lineares como forma de
substituição de conjuntos elevatórios de esgotos atualmente em operação na bacia
do córrego Itaim.
1
Por sua própria natureza, Planos Diretores, notadamente os que estabelecem
diretrizes de longo prazo como o do presente estudo, que prevê um horizonte de
projeto de 30 anos, com base em uma população projetada para este período,
fatalmente terá de ser revisto periodicamente a fim de que ajustes e melhorias
possam ser implementadas a tempo, em função de novas tendências de
crescimento e da ocupação das áreas de projeto, bem como em conformidade com
a evolução de novas tecnologias de tratamento , além do incremento das restrições
ambientais.
2
1 – CARACTERÍSTICAS GERAIS DO MUNICÍPIO
1.1 LOCALIZAÇÃO
O município de Itu, no Estado de São Paulo, abrange uma extensão territorial de
642,0 km². Pertence à Região Administrativa de Sorocaba e à Região de Governo
de Sorocaba. Limita-se com os seguintes municípios: Porto Feliz, Elias Fausto,
Salto, Indaiatuba, Itupeva, Cabreúva, São Roque, Mairinque e Sorocaba.
As Coordenadas Geográficas da sede do município são:
Latitude: 23º 16’ S
Longitude: 47º 18’ E
Itu localiza-se cerca de 100 km da capital do estado, a aproximadamente 47 Km de
Campinas, 49 Km de Jundiaí e situa-se na região de Sorocaba, da qual dista 39 Km.
1.2 CLIMA
O clima na região se caracteriza como Tropical Brasil Central, Mesotérmico Brando e
Úmido, fortemente influenciado pelo relevo, dado o município estar situado no início
da “Depressão Periférica Paulista”, zona caracterizada por ser de sombra de chuvas,
em relação às áreas vizinhas situadas a leste.
A precipitação anual é da ordem de 1.300 mm, havendo clara distinção de verão e
inverno. A seca abrange de 5 a 6 meses (abril a setembro) com precipitações
mensais abaixo de 70 mm, sendo que no mês de agosto apresenta valores médios
menores que 35 mm. No verão (dezembro a março) as precipitações mensais são
da ordem de 170 mm, destacando-se o mês de janeiro que passa dos 220 mm. Nos
meses de outubro e novembro as médias são da ordem de 120 mm.
No pluviograma 1.1 abaixo, da estação de prefixo E4-023 situada no município de Itu
nas coordenadas Latitude 23º20’ Longitude 47º20’, pode-se observar as médias
mensais dos anos de 1936 a 2000.
Figura 1.1- Pluviograma acumulado médio mensal
Fonte:Banco de Dados Pluviométricos do Estado de São Paulo
3
Assim como a pluviometria, também a temperatura e a umidade fazem clara
distinção entre inverno (frio e seco) e verão (quente e úmido). A umidade relativa do
ar varia de 50 a 80%, com temperatura média no período diurno entre 22 e 28ºC
com máximas da ordem de 33ºC.
A variação climática tem relativa influência na demanda de água. No verão o
consumo tende a aumentar de 5 a 7%, inversamente, há uma tendência no inverno
de consumo reduzir até 5% em relação à média anual.
1.3 - RECURSOS HÍDRICOS
1.3.1 - Introdução
O município de Itu está inserido na Unidade de Gerenciamento dos Recursos
Hídricos 10 (UGRHI 10), denominada Bacia Hidrográfica dos Rios Sorocaba/Médio
Tietê, dividida em duas grandes sub-bacias:
− Médio Tiete Superior; e
− Alto Sorocaba;
A UGRHI 10 é composta por 33 municípios com uma área de drenagem de
7079km2, se estendendo desde a saída do Reservatório de Pirapora no rio Tietê até
a barragem de Barra Bonita, numa extensão de aproximadamente 270km, conforme
mapa nº ITU-PDE-01 apresentado no anexo I.1.
O principal curso d’água do município é o Rio Tietê, cujos principais afluentes no
município de Itu, em sua margem esquerda, são o córrego Itaim–Guaçu, córrego
Guaraú e o córrego Pirapitingui. À margem direita desemboca o córrego São José.
Há ainda o Ribeirão Piraí afluente do rio Jundiaí, contribuinte da margem direita do
Tietê. O desenho nº ITU-PDE-02 (anexo I.2) apresenta a divisão das bacias
hidrográficas do município.
O Distrito de Pirapitingui ou Cidade Nova é banhado pelos córregos Tapera Grande
e São Miguel ou Varejão ou ainda Varjão, cursos d’água afluentes da margem direita
do rio Pirajibu, afluente do Sorocaba.
Com referência às águas subterrâneas há dois tipos de sistemas de aqüíferos na
região: sedimentar e cristalino.
1.3.2 - Sede Municipal
1.3.2.1- Bacia do Guaraú
O córrego Guaraú e seus formadores, córregos do Brochado e córrego do Taboão,
nascem e banham a área mais densa da sede do município. Com uma área de
drenagem de 15 km², o córrego Guarau tem sua foz no rio Tietê.
4
1.3.2.2 - Bacia do Pirapitingui / Taquaral
A bacia hidrográfica do Pirapintigui ou Taquaral é das bacias das áreas de projeto a
que apresenta maior extensão. A área de drenagem é de 76,27km² considerando
também as áreas de drenagem das sub-bacias dos Gomes e Braiaiá, seus principais
afluentes, todos da margem direita. O córrego Pirapitingui deságua no rio Tietê junto
a ponte da Rodovia Marechal Rondon sobre o rio.
A bacia do Pirapitingui / Taquaral contribui para o abastecimento de água da sede
com capacidade de captação atual de 250L/s no córrego Pirapitingui, 100L/s no
córrego Braiaiá (com plano de ampliação para 180L/s a partir de 2009) e 45L/s no
córrego dos Gomes.
O Plano Diretor de Água previu seis reservatórios no córrego Pirapitingui para
abastecimento de Itu no período de estiagem (não inclui os reservatórios das subbacias do Braiaiá e Gomes, listados abaixo individualmente).
- Chácara Bambui;
- Fazenda Esperança;
- Fazenda Potiguar;
- Terras de São José I;
- Centro do Professorado Paulista; e
- Sítio Lameirão.
Na sub-bacia do córrego Braiaiá foram previstos quatro reservatórios de interesse:
- Granja Selecta;
- Fazenda Santa Marta;
- Fazenda Ventania; e
- Fazenda Taquaral.
Na sub-bacia do córrego dos Gomes foram previstos mais seis reservatórios:
- Santa Fé;
- Paulista;
- Canjiquinha;
- Primavera;
- Fazenda Nossa Senhora das Graças; e
- Fazenda Santo Antonio.
1.3.2.3 - Bacia do Itaim-Guaçú
Com uma área de drenagem de 75,63km² a bacia do Itaim-Guaçú abriga a principal
área de expansão da sede municipal. O principal curso d’água é o córrego
Itaim-Guaçú, com o córrego Itaim-Mirim de afluente, e foz no rio Tietê.
5
A captação na bacia do Itaim-Guaçu é destinada à ETA 07, com capacidade atual de
115L/s.
O Plano Diretor de Água relacionou nove reservatórios de interesse para
abastecimento de Itu no período de estiagem. São eles:
- Sitio Flamboaian;
- Sitio da Mama;
- Sitio Belo Horizonte;
- Sitio Santo Antonio;
- Sitio Cafeara;
- Sítio São Simão;
- Sitio Nakamura;
- Pousada Maeda; e
- Cláudio Daldon.
Nesta bacia já foram implantados alguns poços para captação de água subterrânea,
visando o reforço do abastecimento de água para a sede do município.
1.3.2.4 - Bacia do São José
A área de drenagem da bacia do São José, curso d’água afluente da margem
esquerda do Tietê, é de 9km². Parte de suas águas é captada para suprir a
ETA 05 com vazão de 10L/s, estando previsto um aumento para 70L/s, a partir de
2015.
O Plano Diretor de Água não identificou nenhum reservatório de interesse para
abastecimento nos períodos de estiagem. Esta bacia não se inclui nas áreas de
projeto.
1.3.3 - Distrito de Pirapitingui
1.3.3.1- Bacias dos córregos Tapera Grande e São MigueI (ou Varejão)
O Distrito de Pirapitingui ou Cidade Nova, que abrange as localizações de Cidade
Nova, Pirapitingui, Portal do Eden, City Castelo e adjacências, está localizado nas
bacias dos córregos Tapera Grande e São Miguel ou Varejão, todos afluentes do rio
Pirajibú, afluente da margem esquerda do rio Sorocaba.
O córrego Tapera Grande é formado pelas águas dos córregos do Sanatório e
Monteiro de Carvalho. A área total da bacia do Tapera Grande é de 15,5 km2.
A bacia hidrográfica do São Miguel ou Varejão (área de drenagem de 44,14km²)
possui duas captações de água destinadas ao atendimento de duas estações de
tratamento de água para abastecimento do Distrito. São elas a ETA 03 (Vazão
30L/s) e ETA 08 (Vazão de 155L/s após ampliação prevista). Nesta bacia foram
programados pelo Plano Diretor de Água de Itu (2008) dois reservatórios de
interesse para o abastecimento no período de estiagem: Fazenda São Miguel e
6
Frango Assado. O SAAE de Itu possui também outorga para captação de água no
rio Pirajibú.
O DNAEE possui um posto fluviométrico no rio Pirajibu, à jusante da confluência do
córrego Varejão (código 62478000) denominado Estação Éden (Latitude: 23º 24’ 49”
e Longitude: 47º 24’ 18”), que cobre uma área de drenagem de 344,71 km² em
operação desde 1937. A série hídrica é constituída por levantamentos das vazões
diárias.
1.4 GEOMORFOLOGIA
Quanto à Geomorfologia, o Município situa-se entre o Planalto Cristalino e a
Depressão Periférica Paulista, na região do médio Tietê. Segundo Almeida (1964)
nesta região predominam colinas baixas, de formas suavizadas separadas por vales
jovens, sem planícies aluviais importantes. De modo geral, o município em foco
possui relevo de colinas suaves, com altitudes que variam, em média, de 500 a 700
metros, com desníveis locais pouco acentuados.
Os tipos de solo encontrados no município de Itu estão distribuídos da seguinte
maneira: Solos Podzol avermelhado, 51%; Latossolo vermelho, 21%; e, solos ácidos
de origem arenosa, 20%. Os outros 8% restantes são solos de pouca
expressividade. Os solos locais são arenosos e areno-argilosos, no primeiro caso
são litólicos de podzólicos.
No que concerne a água subterrânea o Município de Itu, basicamente apresenta
dois tipos de Aqüíferos; um Sistema Aqüífero Sedimentar (poroso) e um Sistema
Aqüífero Fissural (falhas, fraturas, ...).
A circulação das águas subterrâneas do Sistema Aqüífero Sedimentar, no município,
mostra uma similaridade das curvas isopotênciais com a topografia da área. As
zonas de recarga localizam-se nas maiores cotas e as zonas de descarga, em
topografia mais baixa, onde se encaixam as drenagens.
As linhas de fluxo das águas subterrâneas direcionam-se, na maior parte da área,
para as grandes drenagens, como o Ribeirão Caiacatinga e Rio Itaim-Guaçu, que,
por sua vez, deságuam no rio Tietê.
Na análise da produtividade dos aqüíferos, o Sistema Aqüífero Sedimentar
caracteriza-se por possuir um valor médio de capacidade específica de 0,12 m3/h/m.
A sua distribuição, demonstra que 54% dos poços possuem valores menores que
0,10 m³/h/m, 29% entre 0,10 e 0,20 m³/h/m e 17% entre 0,20 e 1,00 m³/h/m.
Os poços do Sistema Aqüífero Cristalino, por sua vez, possuem capacidade
especifica média (0,39 m³/h/m) maior que o Sistema Aqüífero Sedimentar; contudo,
63% dos poços apresentam valores menores que 0,10 m³/h/m, 12% entre 0,10 e
0,20 m³/h/m e 25,7% com·valores maiores que 0,20 m³/h/m.
7
Os poços que exploram ambos os sistemas aqüíferos apresentaram valor médio de
capacidade específica de 0,19 m³/h/m. Na distribuição deste parâmetro, 53%
possuem valores menores que 0.10 m³/h/m, 30% dos valores entre 0,10 e 0,20
m³/h/m e 17% com valores entre 0,20 e 1,00 m³/h/m.
1.5 INFRESTRUTURA
Em Itu, os domicílios com espaço suficiente apresentam um percentual abaixo do
estimado para a região e para o estado, gráfico da figura 1.2:
Figura 1.2 – Gráfico de domicílios com espaço suficiente / 2000
Em relação aos domicílios que apresentam infra-estrutura interna urbana adequada
o município apresenta resultados acima ao da média da região e ao do estado de
São Paulo (figura 1.3).
Figura 1.3 – Gráfico de domicílios com Infra-estrutura
Interna Urbana adequada / 2000
Em termos de coleta de lixo, o nível de atendimento é superior a 98%, conforme
mostra o gráfico da figura 1.4:
8
Figura 1.4 – Gráfico do nível de atendimento em
coleta de lixo / 2000
Em 2000 o município apresentava um índice de cobertura de abastecimento de água
na ordem de 97% (figura 1.5) e de 95% de cobertura em coleta de esgoto sanitário
(figura 1.6):
Figura 1.5 – Gráfico do índice de cobertura do sistema de
abastecimento de água / 2000
Figura 1.6 – Gráfico do índice de cobertura do sistema de
esgotamento sanitário / 2000
Atualmente 100% do esgoto coletado na cidade é tratado, assim como 100% do Lixo
domiciliar e comercial tem destino sanitariamente adequado.
9
1.6 LEGISLAÇÃO
1.6.1 Legislação Federal
A legislação brasileira referente à questão dos recursos hídricos teve seu início com
o Código Civil (Lei n° 3.071/16, art. 563 e seguintes – Das Águas.), dispondo sobre o
uso da água sem o comprometimento das suas qualidades naturais sob pena de
indenização a quem se viu prejudicado pela alteração.
A seguir, o Decreto n° 24.643 de 1934, denominado “Código das Águas”,
estabeleceu condições para o aproveitamento da água superficial, em particular à
voltada à energia hidráulica (MMA, 1999).
O Código Florestal Brasileiro (Lei nº 4.771 de 15 de setembro de 1965) vêem a
contribuir com a preservação e proteção dos recursos hídricos, ao proibir a
supressão vegetal em áreas ao redor destes, reconhecendo a utilidade das florestas
existentes no território nacional e as demais formas de vegetação, às terras que
revestem e que são bens de interesse comuns a todos os habitantes do País.
A Constituição Federal de 1988, ao trazer a proteção dos recursos hídricos em
muitos de seus dispositivos, estabelece várias atribuições ao poder público,
destinadas a garantir o meio ambiente sadio e equilibrado a toda a população.
Outros instrumentos legais instituídos nesta década foram os que dispunham sobre
a Política Nacional de Meio Ambiente (Lei 6.938/81) e a Ação Civil Pública
(Lei 7.347/85). Posteriormente em 1998, foi promulgada a Lei de Crimes Ambientais
(Lei 9.605/98).
Com a instituição da Política Nacional de Recursos Hídricos de 1997 e a criação do
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, através da Lei n° 9.433,
de 08 de janeiro de 1997, que o setor de planejamento e gestão de recursos hídricos
passou a ser organizado em âmbito nacional.
A legislação federal afeta a qualidade de água está consubstanciada na Resolução
CONAMA Nº 357/2005 que “dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais
para o enquadramento dos corpos d’água superficiais, bem como estabelece as
condições e padrões de lançamento de efluentes”.... promulgada pelo Conselho
Nacional de Meio Ambiente – CONAMA, com base na Lei 6938 de 31/8/81,
regulamentada pelo Decreto nº 99274 de 6/6/1990, esta Resolução entrou em vigor
em 17 de março de 2005.
Este documento dá diretrizes em termos de padrão de qualidade (Art.14a) e padrão
de emissão (Art.34). Isto significa que o lançamento de efluentes deverá,
simultaneamente (Art 32 §1º):
I - atender às condições e padrões de lançamento de efluentes;
10
II - não ocasionar a ultrapassagem das condições e padrões de qualidade de água
estabelecidos para as respectivas classes, nas condições de vazão de
referência; e
III - atender a outras exigências aplicáveis.
Os principais parâmetros previstos como padrões de emissão característicos de
efluentes oriundos de tratamento de esgotos predominantemente sanitários, como é
o caso em apreço, são: pH, óleos e graxas, fenóis e nitrogênio amoniacal total. Não
há limites para DBO.
Com relação aos padrões de qualidade os parâmetros mais significativos são: pH,
óleos e graxas, fenóis nitrogênio amoniacal, DBO, oxigênio dissolvido e coliformes.
Em 7 de abril de 2008 foi promulgada a Resolução CONAMA nº 397/2008 que
alterou algumas das condições e padrões de lançamento de efluentes,
respectivamente, no Artigo 34 (inciso II do § 4º e Tabela X do § 5º). Desta forma,
com relação ao nitrogênio amoniacal, esta Resolução dita que a quantificação deste
parâmetro como padrão de emissão não será aplicável em sistemas de tratamento
de esgoto sanitário (§ 7) e que o “CONAMA” criará grupo de trabalho, no prazo
máximo de 180 (cento e oitenta dias) para apresentar propostas de complementação
sobre condições e padrões de lançamento de efluentes para o setor de saneamento.
A Resolução ressalta ainda em seu Art. 35 que “o órgão ambiental competente
poderá, quando a vazão do corpo receptor estiver abaixo da vazão de referência,
estabelecer restrições e medidas adicionais, de caráter excepcional e temporário,
aos lançamentos de outros efluentes que possam, dentre outras conseqüências:
I - acarretar efeitos tóxicos agudo em organismos aquáticos; ou
II - inviabilizar o abastecimento das populações”.
1.6.2 Legislação Estadual
Com o objetivo de conter a exploração desordenada e a poluição dos recursos
hídricos do Estado de São Paulo, foram inseridos os artigos 205 e 213, no capítulo
IV da Constituição Estadual, de 05/10/89, dispositivos que permitiram ao Estado
implantar o gerenciamento dos recursos hídricos, nos moldes dos países
desenvolvidos da Europa Ocidental.
Daí decorreu a promulgação da Lei N.º 7.663, de 30/12/91, que estabelece a Política
Estadual dos Recursos Hídricos e suas normas regulamentadoras complementares,
principalmente o Decreto Estadual N.º 41.258, de 31/10/96, e a Portaria DAEE N.º
717, de 12/12/96. Criou ainda, órgãos de coordenação e de integração participativa,
como o Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CRH) e os Comitês de Bacias
Hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) e do Alto Tietê (AT).
No que se refere ao controle da poluição hídrica vige o Decreto 8468 de 8 de
setembro de 1976, regulamentando a Lei nº 997 de 31 de maio de 1976, que dispõe
sobre a Prevenção e o Controle da Poluição do Meio Ambiente.
11
A legislação estadual no que concerne ao lançamento de efluentes em corpos
hídricos segue, pois, as diretrizes consubstanciadas no Decreto 8468 de junho de
1976 que estabelece, da mesma forma que na legislação federal, padrões de
emissão e de qualidade.
Os padrões de emissão representam na realidade condições mínimas para o
lançamento que obrigatoriamente deverá atender aos padrões de qualidade da
classe em que o corpo receptor estiver enquadrado.
De acordo com o Art. 18 deste Decreto, que regula os padrões de emissão, a
remoção mínima de DBO deve ser de 80% consideradas as DBO afluente e
efluente.
Nas áreas de projeto, os cursos d’água incluindo os rios Tietê e Pirajibú, foram
enquadradas na classe II pela CETESB. Neste caso a DBO medida no corpo
receptor não deverá ultrapassar 5mg/L.
Outros diplomas legais na esfera estadual são a Lei Nº 7.663, de 30 de
dezembro de 1991, que estabelece a Política Estadual de Recursos Hídricos, o
Decreto Nº 41.258 de 31 de outubro de 1996 e a Portaria DAEE Nº 7.117 de
12 de dezembro de 1996.
1.6.3 Legislação Municipal
O município de Itu não conta com leis específicas referentes ao meio ambiente.
Entretanto, o Plano Diretor do Município promulgado em 2006 é rico em diretrizes
ambientais notadamente com referência a recursos hídricos, saneamento ambiental,
drenagem e resíduos sólidos.
O Plano Diretor Participativo do Município da Estância Turística de Itu foi instituído
por meio da Lei Complementar Nº 770, de 10 de outubro de 2006, em consonância
com o que dispõe o artigo 182 da Constituição Federal; com a Lei Nº 10.257 de 10
de julho de 2001 – Estatutos da Cidade, com o artigo 5º, inciso 7 – DA
COMPETÊNCIA MUNICIPAL e com os artigos 80 a 87 do TÍTULO III da
ORGANIZAÇÃO DO GOVERNO MUNICIPAL da Lei 3.153 de 04 de abril de 1990,
que instituiu a Lei Orgânica do Município da Estância Turística de Itu.
O Plano Diretor se constitui em um documento legal disciplinador abrangendo a
totalidade do território, constituindo-se em um instrumento básico da política de
desenvolvimento do Município. Integra o processo de planejamento municipal,
devendo o plano plurianual, a lei de diretrizes orçamentárias e o orçamento anual
incorporarem as diretrizes e prioridades nele contidas (Art.2º).
O Plano Diretor foi formatado em 129 artigos inseridos em 10 títulos subdivididos em
capítulos, além de 9 anexos sob a forma de mapas.
As principais referências relativas ao sistema de esgotos sanitários são
apresentadas a seguir:
12
a) Quanto às diretrizes do sistema de coleta, disposição e tratamento de esgotos
(Título III, Capítulo III e Seção III):
Art. 27 – O sistema de coleta, disposição e do tratamento de esgotos do município
se norteará pelas seguintes diretrizes:
I - ampliar a rede coletora e o tratamento e a disposição final dos esgotos para
atingir 100% da população (Art. 27, I);
II - ampliar as medidas de saneamento básico para as áreas deficitárias, por meio da
complementação das redes coletoras de esgoto e de abastecimento de água
(Art. 27, II);
III- implantar sistema de coleta, afastamento, tratamento e disposição final dos
esgotos gerados na bacia do Ribeirão Pirapitingui na própria bacia (Art.27,III).
b) Quanto às Proposições do sistema de coleta, disposição e tratamento de esgotos
(Título III, Capítulo III, Seção III e Sub Seção I)
Art. 28 – Para a implementação das proposições do sistema de coleta,
disposição e do tratamento de esgotos deverão ser adotadas as seguintes
proposições estratégicas:
I - elaborar Plano Diretor de Coleta, Tratamento e Disposição de Esgoto, que defina
prioridades e oriente o programa de investimentos no setor, no prazo máximo
de 02 (dois) anos após a promulgação do presente Plano;
II - executar completa revisão de todo o sistema de coleta e afastamento de esgoto
existentes na cidade, principalmente os interceptores das bacias do Córrego do
Brochado, Córrego do Taboão, Córrego Guaraú e Ribeirão Pirapitingui;
III - elaborar cadastro físico dos sistemas de esgotos, possibilitando assim uma
operação racional dos sistemas, diminuindo-se perdas e reduzindo-se o tempo
de solução das eventuais manutenções;
IV - construir o emissário de esgoto do Itaim Mirim – construir interceptor tronco
interceptor na bacia Itaim – Itaim Mirim com destinação final na Estação
Elevatória nº.12, ou construir Sistema de Tratamento para essa bacia, como
objetivo de eliminar 13 (treze) elevatórias existentes hoje e que revertem o
esgoto ali gerado para o sistema existente na parte antiga da cidade que não
foi prevista para tal, o que já ocasionou saturação e de extravasamento de
esgoto em cursos d’água;
V - revisar e recuperar os interceptores dos Córregos Brochado, Taboão e Guaraú.
c) Quanto aos Resíduos sólidos (Título III, Capítulo IV)
13
Art. 29 – O sistema de limpeza pública compreende o conjunto de atividades
de varrição, coleta, tratamento e disposição final de resíduos sólidos, capazes
de atender às demandas geradas, considerando o contexto intermunicipal e
compreende os seguintes objetivos:
I - elaborar e implementar o sistema de gestão de resíduos sólidos, garantindo a
implantação e ampliação dos programas Lixo e Cidadania, Educação
Ambiental, Reciclagem, Coleta Seletiva de Lixo, em eco pontos bem como, a
reduzir a geração de resíduos sólidos;
II - elaborar e implementar o sistema de gestão de resíduos da construção
nos termos da legislação estadual e federal;
civil,
III - implantar aterro de material inerte na região do Pirapitingui, Cidade Nova e
Tapera Grande;
IV -
implantar programa de resíduos sólidos urbanos prevendo reutilização dos
mesmos, transporte e armazenamento;
V - ampliar o sistema de coleta seletiva de resíduos sólidos domiciliares e de saúde
para todo o Município e garantir o seu adequado tratamento;
VI - implementar um plano regional de tratamento e disposição final de resíduos
sólidos, com ênfase nas soluções de alta tecnologia.
d) Quanto às proposições dos resíduos sólidos (Título III, Capítulo IV e Seção I)
Art. 30 – Para a implementação das proposições dos resíduos sólidos deverão
ser adotadas as seguintes estratégias:
I
- promover a recuperação das áreas que foram utilizadas inadequadamente para
disposição de resíduos sólidos domiciliares;
II
- exigir a recuperação de áreas degradadas por particulares, por disposição
inadequada de resíduos sólidos;
III - delimitar áreas alternativas para implantação ou re-localização do Aterro
Sanitário (conforme mapa);
IV - vedar qualquer lançamento ou disposição final de resíduos sólidos nas áreas
rurais, ao longo de estradas ou fora dos locais adequados;
V - exigir estudos de impacto ambiental para as áreas indicadas para o tratamento
ou disposição final de resíduos sólidos no Município;
VI - conservar valor e córregos e afluentes dentro do perímetro urbano, com
execução de canalização e contenção de suas margens, para o Córrego do
Guaraú; Córrego do Brochado e Córrego do Taboão;
14
VII - promover medidas e incentivar formação de cooperativas para reciclagem de
lixo em parceria com empresas destinatárias de produtos reciclados;
VIII- implantar projeto descentralizado de Eco Pontos – entrega voluntária de
inservíveis, para deposição regular dos resíduos da construção civil e demolições;
grandes objetos (móveis, poda de árvores, etc.) e resíduos recicláveis, a fim de
facilitar a reciclagem desses materiais.
Em relação à divisão territorial:
“Art. 79. O Macrozoneamento fixa as regras fundamentais de ordenamento do
território do município de Itu, definindo as áreas adensáveis e não adensáveis,
de acordo com a capacidade de infra-estrutura e a preservação do meio
ambiente.”
“Art. 80. O território do Município de Itu, de acordo com o ANEXO I - Mapa 01 –
MACROZONEAMENTO, apresenta a delimitação das áreas adensáveis e não
adensáveis do Município, subdividindo-se em:
I - MACROZONA DE URBANIZAÇÃO I – CENTRO EXPANDIDO;
II - MACROZONA DE URBANIZAÇÃO II - PIRAPITINGUI;
III - MACROZONA DE IMPLANTAÇÃO DO CENTRO EMPRESÁRIO-INDUSTRIAL
DO PIRAPITINGUI E DOS CORREDORES INDUSTRIAIS;
IV - MACROZONA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL;
V - MACROZONA DE DESENVOLVIMENTO COMPATÍVEL COM A PRODUÇÃO
DE ÁGUA - MANANCIAIS;
VI - MACROZONA DE PREDOMINANTES CARACTERÍSTICAS RURAIS.”
A Macrozona de Proteção Ambiental:
“Art. 85. A MACROZONA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL são áreas públicas ou
privadas destinadas à proteção, recuperação da paisagem e do meio ambiente
existentes, e caracterizam-se como unidades espaciais que compreendem os
seguintes objetivos:
I – conservar a diversidade de ambientes, de espécies e de processos naturais pela
adequação das atividades humanas às características ambientais da área, seus
potenciais e limitações;
II - proteger as características ambientais e oferecer espaços públicos adequados e
qualificados ao lazer da população;
III - proteger nascentes e cabeceiras dos córregos;
IV - áreas públicas ou privadas, em situação de degradação ambiental, que devem
ser recuperadas para ampliar os espaços voltados ao lazer da população;
V - áreas privadas, com vegetação significativa a serem preservadas, com objetivo
de propiciar o equilíbrio ambiental.”
15
“Art. 90. A MACROZONA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL subdivide-se em:
I - Área de Proteção Permanente, faixa de 100 metros ao longo de cada margem do
Rio Tietê;
II - Área de Proteção Ambiental – APA’s, que são a APA Rio Tiete - Estrada Parque;
APA Braiaia; APA Vassoural; APA Bairro Botuxim e a APA Cidade Nova I;
III - Área de Preservação Ambiental e Turística, faixa de 500 metros ao longo de
cada margem do Rio Tietê;
IV - Área de Preservação Vegetal remanescente de floresta nativa do Município porção sudeste;
V - Área de Proteção aos Matacões - Morros Graníticos, faixa de 250 metros ao
longo de cada lado da Rodovia Marechal Rondon.”
A Macrozona de desenvolvimento compatível com a produção de água –
mananciais:
“Art. 86. A MACROZONA DE DESENVOLVIMENTO COMPATÍVEL COM A
PRODUÇÃO DE ÁGUA – MANANCIAIS é composta por áreas do território com
pouca infra-estrutura urbana, que apresentam fragilidade ambiental e forte
presença de recursos hídricos. São objetivos desta Macrozona:
I – restringir e ordenar o uso, a ocupação e o adensamento urbano, compatível com
a implantação e a manutenção das vias públicas, praças, áreas verdes, vegetação,
que deverão ser implantadas com recursos dos empreendedores ou dos
proprietários de lotes, desonerando o erário de tal incumbência, excluindo-se os
loteamentos residenciais aprovados e implantados;
II – requalificar as áreas de baixa qualidade urbanística e ambiental;
III – promover a regularização urbanística e fundiária dos assentamentos
residenciais, compatibilizando-a com a proteção do meio ambiente;
IV – criar critérios para a conversão ou adequação dos usos existentes para os de
interesse turístico;
V - delimitar as futuras bacias hidrográficas para captação e, juntamente às atuais,
destiná-las à reservação, conservação, produção e proteção de água potável, e
VI – promover, juntamente com municípios limítrofes, consórcios, cooperações,
parcerias, projetos, programas e ações visando a promoção, conservação e a
utilização conjunta de recursos hídricos para o abastecimento de água pára às
gerações atuais e futuras.”
“Art. 92. A MACROZONA DE DESENVOLVIMENTO COMPATÍVEL COM A
PRODUÇÃO DE ÁGUA – MANANCIAIS, subdivide-se em:
I - Áreas Destinadas à Regularização Fundiária, compreendem as áreas de
assentamento residenciais (loteamentos) irregulares, com identificação e relação,
em mapa anexo;
II - Áreas de futuras captações de água potável, de acordo com a delimitação de
novas bacias;
III - Setores especiais de exploração mineral;
IV - Áreas alternativas para implantação e relocalização do aterro sanitário.”
16
E finalmente é definido o Direito de Preferência do Poder Público:
“Art. 101. O Poder Público municipal poderá exercer o Direito de Preferência
para aquisição de imóvel urbano objeto de alienação onerosa entre
particulares, conforme disposto nos artigos 25, 26 e 27 do Estatuto da Cidade.
Parágrafo único. O Direito de Preferência será exercido sempre que o Poder
Público necessitar de áreas para:
I - ........
III - implantação de equipamentos urbanos e comunitários;
IV - criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes;
V - criação de unidades de conservação ou proteção de outras áreas de interesse
ambiental;
........”
17
2 – ESTUDOS EXISTENTES
A seguir são relacionados e descritos em seus aspectos essenciais os principais
estudos envolvendo a coleta e o tratamento dos esgotos da Sede municipal e o
Distrito de Pirapitingui.
2.1 – PLANO DIRETOR DE SANEAMENTO BÁSICO DO MÉDIO TIETÊ
SUPERIOR – BACIA 4
Trata-se de um dos planos diretores de macrobacias hidrográficas do Estado de São
Paulo contratado pela SABESP. Elaborado pelo Consórcio Nacional de Engenheiros
Consultores-CNEC, o plano concluído em setembro de 1991 tinha como horizonte
de projeto o ano de 2010.
No planejamento foram utilizadas as seguintes premissas básicas de projeto para
sistemas de esgotos sanitários:
− Índice de atendimento igual ao de 1990 até o ano 2000 caso tenha sido maior
que 80%. A partir do ano 2000, inclusive, atendimento até atingir 85% ou o índice
de 1990 no caso de ser maior que 85%;
− Índice de atendimento crescendo linearmente até atingir 80% no ano 2000 e 85%
no ano 2010, caso tenha sido menor que 80% em 1990;
− Contribuição de esgoto “per capita” calculada a partir da demanda de água,
excluindo-se as perdas;
− Coeficiente de retorno compensa a vazão de infiltração;
− Coeficientes de variação de contribuição iguais a 1,2 e 1,5 para vazão máxima
diária e máxima horária, respectivamente;
− Carga orgânica de origem doméstica equivalente a 54g/hab.dia;
− Coletores-tronco interceptores e emissários previstos junto aos fundos de vale
principais considerando-se uma declividade média de 0,5% e 75% de lâmina
para a vazão máxima horária;
− Tratamento de esgoto em função do porte da comunidade, área disponível e
características do corpo receptor;
− Lagoas facultativas únicas ou sistema australiano para tratamento de esgotos de
populações inferiores a 20.000 hab. em 2010; e
− Sistemas de lodos ativados por aeração prolongada, lagoa aerada seguida de
lagoa de decantação, valos de oxidação ou filtros biológicos para o tratamento de
esgotos de populações acima de 20.000 hab.
18
Constata-se que este Plano Diretor admitiu o Distrito de Pirapitingui englobando
somente os seguintes núcleos urbanos: Sanatório, Vila Martins e Portal do Éden. O
estudo projetou para o Distrito uma população de cerca de 4.205 hab. no ano 2000 e
4.420 hab. em 2010.
Quanto ao tratamento, o plano propunha a construção de duas lagoas facultativas
independentes sendo os corpos receptores finais o córrego do Sanatório e o São
Miguel ou Varejão.
2.2 – PLANO DIRETOR DO SISTEMA DE ESGOTOS SANITÁRIOS DA ESTÂNCIA
TURÍSTICA DE ITU
2.2.1 - Introdução
Elaborado pela Fortes & Tesini Consultoria e Planejamento S/C Ltda. em 1990 para
a Prefeitura Municipal de Itu este estudo estabeleceu diretrizes técnicas e
econômicas visando o sistema de esgotos sanitários para o horizonte de 2010
contemplando apenas o Distrito – Sede.
À época do Plano, Itu com uma população total de 105.867 habitantes, segundo o
IBGE, tinha sua sede praticamente coberta por redes coletoras de esgotos, com
aproximadamente 277km de tubulação implantadas, porem com lançamentos “in
natura” nos corpos d’água da bacia do Guaraú.
2.2.2 - Resumo do Plano
2.2.2.1 - População de projeto
A população de projeto da sede foi estimada para 2000 e 2010 em 163.415 hab. e
269.245 hab., respectivamente.
Apenas para efeito de estudo demográfico, já que não foram incluídas no Plano
Diretor, as populações de Cidade Nova e Vila de Pirapitingui foram estimadas
naqueles mesmos anos em 33.330 hab. e 39.455 hab., respectivamente.
As áreas de projeto, com base nas populações estimadas, foram divididas em zonas
demográficas isodensas.
2.2.2.2 - Estudo de demandas
Os parâmetros de projeto utilizados foram os seguintes:
− coeficiente per capita: 218 l/hab.dia;
− coeficiente K1: 1,20;
− coeficiente K2: 1,50;
− relação água/esgoto: 0,80; e
19
− coeficiente “per capita” de carga orgânica: 54 g/hab.dia.
2.2.2.3 - Bacia e sub-bacias de esgotamento
Para o planejamento foram consideradas três bacias de esgotamento:
− Bacia do Guaraú;
− Bacia de Pirapitingui; e
− Bacia do Itaim-Guaçú.
As bacias de esgotamento foram subdivididas em 8 sub-bacias. Em cada uma delas
foram delimitadas as zonas demográficas por densidades, objetivando determinar as
populações e vazões de projeto por sub-bacias.
2.2.2.4 - Concepção do plano
O Plano Diretor de Esgotos Sanitários foi elaborado para um horizonte de projeto de
20 anos, em duas etapas de 10 anos cada uma, finalizando em 2000 e 2010
respectivamente.
Para a formulação das alternativas, foram consideradas as bacias naturais de
esgotamento delimitadas pelas bacias do Pirapitingui, Guaraú e Itaim-Guaçú.
Cada uma delas teve definido um sistema próprio de esgoto compreendendo rede
de coleta, interceptores e tratamento, independente dos demais sistemas propostos.
Uma quarta alternativa considerou a reunião dos esgotos das bacias do Guaraú e
Itaim em um único local para tratamento e disposição final.
Duas outras pequenas áreas, Vassoural e Paraíso, deveriam contar com pequenos
sistemas independentes.
2.2.2.4.1 - Sistema Pirapitingui
O sistema Pirapitingui teria instalações de tratamento à margem direita do Córrego
Pirapitingui junto à foz no rio Tietê.
Foram consideradas quatros alternativas de tratamento:
−
−
−
−
Lagoa facultativa;
Reatores anaeróbios de fluxo ascendente (RAFA) seguidos de lagoa facultativa;
Lagoa aerada seguida de lagoa de decantação; e
Lodos ativados por aeração prolongada.
Seriam também implantados interceptor à margem direita do Pirapintigui em uma
extensão de 6.550m, sendo 2.100m com diâmetro de 600mm e 3.450m com
diâmetro de 500mm.
20
As vazões médias de projeto em 2000 e 2010 seriam respectivamente,
139,48 L/s e 218,75 L/s, enquanto que as cargas orgânicas seriam nestes mesmos
anos estimadas em 2.492 kgDBO/dia e 3.706 kgDBO/dia, respectivamente.
A solução mais econômica recaiu na segunda alternativa, (reatores anaeróbios de
fluxo ascendente seguidos de lagoa facultativa) cujos custos incluindo investimentos
(interceptação e tratamento) e energia seriam de US$1.938.466 e US$1.433.484 nas
primeira e segunda etapas respectivamente. O investimento inicial seria de US$1,7
milhões.
Entretanto, o Plano Diretor enfatizou que a escolha de qualquer das 4 alternativas
estaria na dependência dos entendimentos que viessem a ser realizados entre a
Prefeitura Municipal, o SAAE, os investidores privados que tencionassem implantar
loteamentos na bacia, bem como dos custos de energia que tivessem de ser
arcados pelo SAAE.
2.2.2.4.2 - Sistema Guaraú
Este sistema teria instalações de tratamento em área localizada entre o Curtume e a
divisa com Salto. Por serem de extensão reduzida, as alternativas de tratamento não
contemplaram lagoas, limitando-se ao processo de lodos ativados, convencional ou
na modalidade aeração prolongada.
Com relação à localização, duas alternativas foram consideradas:
− junto ao Curtume; e
− próximo à divisa com Salto em um local denominado Sítio da Canjica.
No caso da adoção da primeira alternativa, as obras de interceptação na 1ª etapa
diziam respeito ao prolongamento do interceptor da margem direita do Guaraú em
uma extensão de 1050m, assim como sua travessia. Contudo, o esgotamento das
áreas à jusante ficaria na dependência de interceptores, elevatórias e emissários por
recalque, cujos custos não foram considerados naquele estudo.
No caso da adoção da 2ª alternativa, as obras de interceptação na 1ª etapa seriam
as mesmas da alternativa anterior e mais a construção do trecho final do interceptor
da margem direita do Guaraú, em uma extensão de 1600m, assim como da
travessia do curtume até a ETE.
Em ambas as alternativas seriam necessários implantar na 2ª etapa interceptores às
margens dos córregos assim definidos:
a) Reforço do interceptor à margem direita do Guaraú em uma extensão de 600m;
b) Reforço do interceptor da margem esquerda do Taboão da Tapera em uma
extensão de 900m;
c) Reforço do interceptor velho do Brochado em uma extensão de 2120m; e
21
d) Prolongamento do interceptor do Brochado em uma extensão de 1620m para
montante.
As vazões médias de projeto em 2000 e 2010 seriam, respectivamente, 289,58L/s e
355,98L/s, enquanto as cargas orgânicas seriam nestes mesmos anos estimadas
em 7.386 kgDBO/dia e 8.551 kgDBO/dia.
Nestes quantitativos estariam inclusos as contribuições de três industrias de grande
potencial poluidor, a saber: Pepsico, Tecelagem São Pedro e o Curtume.
A solução de melhor relação beneficio-custo, quanto ao tratamento, recaiu na
alternativa de lodos ativados por aeração prolongada (400L/s).
Com relação à localização, o estudo deixou em aberto a solução, precificando,
contudo, ambas as alternativas, ETE no Curtume e ETE no Sitio Canjica.
Os custos totais inerentes à ETE no Curtume foram de US$3.450.454 e
US$2.237.989, nas 1ª e 2ª estapas respectivamente, enquanto que a ETE
localizada no Sitio Canjica foram de US$4.266.921 e US$2.237.989 nas 1ª e
2ª etapas, respectivamente.
2.2.2.4.3 - Sistema Itaim-Guaçú
Este sistema teria instalações de tratamento no local designado Sitio do Abacate,
espaço bastante amplo e plano.
Duas alternativas de tratamento foram consideradas, sendo a primeira representada
por um conjunto de lagoas (Sistema Australiano) e a segunda representada por
reatores anaeróbios de fluxo ascendente (RAFA) seguidos por lagoas facultativas.
As vazões médias de projeto em 2000 e 2010 foram calculadas em 78,85L/s e
205,40L/s, respectivamente, enquanto a carga orgânica foi estimada,
respectivamente, em 1.642 kgDBO/dia e 4.051 kgDBO/dia.
O sistema Itaim compreenderia um interceptor principal situado à margem direita do
Córrego Itaim enquanto que na margem esquerda se preveriam interceptores de
pequena extensão e diâmetro, interligado ao interceptor principal, à margem direita,
por travessias.
O interceptor principal teria uma extensão de 7,390 km com diâmetro variando de
400 a 600 mm.
Por se tratar de uma bacia extensa, com ocupação praticamente inexistente à
época, o Plano estudou a viabilidade de implantação deste sistema para a
1ª etapa.
22
Assim sendo, a bacia foi dividida em quatro sub bacias individualizadas por
RAFA´s como forma de eliminação da necessidade de implantação dos custosos
interceptores.
A implantação dos RAFA´s, um para cada bacia, seria feita apenas nos trechos
urbanizados. Como esta modalidade de tratamento não atingiria o padrão de
emissão, esta solução foi encarada apenas como solução provisória.
A 2ª etapa, contudo, seria completada com a implantação do interceptor e com a
construção do tratamento definitivo no sítio do Abacate, abandonando-se então os
RAFA´s da 1ª etapa do Plano.
Na 2ª etapa seriam então implantados 10 RAFA´s seguidos de duas lagoas
facultativas, mais 20 leitos de secagem, abandonando-se a alternativa de lagoas
anaeróbias de custos mais elevados.
Nestas condições, os custos de investimento mais energia da 1ª e 2ª etapas
seriam, respectivamente, de US$ 238.115 e US$ 4.164.856.
2.2.2.4.4 - Sistema Conjunto Guaraú-Itaim
Esta alternativa previa a reversão dos esgotos da bacia do Guaraú em direção à
bacia do Itaim objetivando o tratamento conjunto no sítio do Abacate.
As vazões médias seriam, neste caso, de 368,43L/s e 562,38L/s nas 1ª e
2ª etapas respectivamente, enquanto que as cargas orgânicas seriam de
9.028 kgDBO/dia e 12.602 kgDBO/dia, respectivamente.
Na 1ª etapa seriam implantados:
a) 1.050m de interceptor com diâmetro de 600mm à margem direita do Guaraú até
o Curtume;
b) 450m de interceptor com diâmetro de 800mm até a elevatória de reversão;
c) Estação elevatória de reversão a ser localizada junto ao bueiro da Rodovia do
Açúcar com 5 conjuntos moto-bombas de 90CV cada;
d) Emissário por recalque com diâmetro de 800 mm em uma extensão de 1km
ligando a elevatória até o espigão divisor de águas entre bacias do Guaraú e do
Itaim;
e) Emissário, trecho final por gravidade, diâmetro de 800 mm, numa extensão de 1
km do divisor Guaraú-Itaim até o Sitio do Abacate; e
f) Instalações de tratamento no Sítio do Abacate.
Na 1ª etapa seriam implantados RAFA’s e leitos de secagem. Na 2ª etapa seriam
implantadas as unidades previstas anteriormente para o tratamento isolado em cada
23
sistema. Na bacia do Guaraú seriam implantadas as complementações e reforços
dos interceptores nas sub-bacias do Taboão e Brochado. Na bacia do Itaim seriam
implantados os interceptores definitivos eliminando-se os RAFA´s provisórios e
conduzindo-se todos os esgotos coletados para o tratamento no sitio do Abacate.
A solução preconizada, isto é, a implantação de
RAFA’s seguidos de lagoas
aeradas e mais leitos de secagem foi a mais vantajosa. Na 1ª etapa o investimento
inicial ficaria em torno de US$3,7 milhões. O custo final estaria em US$ 9,1
milhões.
2.3 – ESTÂNCIA TURÍSTICA DE ITU – CIDADE NOVA: SISTEMA DE
ESGOTOS SANITÁRIOS
Concluído em agosto de 1991, este estudo elaborado pela Fortes&Tesini
desenvolveu o Projeto Básico do Sistema de Esgotos Sanitários da “Cidade Nova”
localizada no Distrito de Pirapitingui a cerca de 15km do núcleo urbano.
2.3.1 - Área de Projeto
O estudo abrangeu uma área de cerca de 1.300ha situada próxima à confluência
das rodovias Castelo Branco e Açúcar, no Distrito de Pirapitingui. Incluiu as
seguintes localidades:
a) Cidade Nova (Glebas I, IIA e IIB).
Por “Cidade Nova” entendeu o Plano Diretor (1990) as três glebas com um total de
7.000 lotes urbanizados. Por “Vila de Pirapitingui” o Plano Diretor entendeu a
população urbana do Distrito de Pirapitingui, conforme definida pelo IBGE,
assentada nos seguintes núcleos urbanos:
− Sanatório;
− Vila Martins; e
− Portal do Éden.
Estes três núcleos correspondiam pois a “população urbana do Distrito de
Pirapitingui”, de acordo com o Plano Diretor (1990).
b) City Castelo (Glebas I e II).
A City Castelo foi provavelmente considerada como “rural” pelo IBGE em 1980.
Além destas foram incluídas também áreas não ocupadas que foram consideradas
no projeto como áreas de expansão. Para fins de projeto do sistema de esgotos a
área de projeto foi subdividida em duas: uma ao norte e outra ao sul da rodovia
Castelo Branco.
2.3.2 - Alcance de Projeto e População de Projeto
24
O horizonte de projeto levou em conta duas etapas:
A primeira etapa foi estimada entre 7 e 12 anos com a taxa geométrica de
crescimento anual da população compreendida entre 6,0% e 10,4% ao ano.
O alcance da etapa final do projeto foi estimado em 10 a 17 anos além da primeira
etapa com taxas geométricas de crescimento anual compreendida entre 6,0% e
10,3% ao ano.
Desta forma, o alcance de projeto ficou entre 17 e 29 anos, sendo 7 a 12 anos na 1ª
etapa e as restantes na segunda e ultima etapa.
Assim sendo, a população que seria atendida pelo projeto foi estimada em
31.800 hab. na primeira etapa e 73.400 hab. no final do plano. A população inicial
considerada foi de 13.600 habitantes.
Estas populações distribuídas nas áreas norte e sul resultaram, respectivamente, em
26.600 hab. e 5.200 hab. na 1ª etapa e 60.400 hab. e 13.000 hab. na 2ª etapa.
2.3.3 - Vazões e Carga Orgânica de Projeto
Foram adotados os parâmetros básicos do Plano Diretor (1990), a saber:
- Consumo “per capita”: 218 L/hab.dia;
- Coeficiente do dia de maior consumo: K1 = 1,2;
- Coeficiente da hora de maior consumo: K2 = 1,5;
- Relação água e esgoto: 0,8; e
- DBO5: 54 g/hab.dia.
As vazões máximas diárias distribuídas nas áreas norte e sul resultaram,
respectivamente, em 64,5L/s e 12,5 L/s na 1ª etapa e 151L/s e 26,8 L/s na 2ª etapa.
As cargas orgânicas resultaram em 1.717 kgDBO/dia e 3.964 kgDBO/dia nas 1ª e 2ª
etapas, respectivamente.
2.3.4 - Base Cartográfica
O estudo utilizou como base cartográfica a restituição aerofotométrica do IGC na
escala 1:10.000 ampliada para 1:2.000.
Esta base foi completada com levantamentos planialtimétricos da Cidade Nova na
escala 1:1.000.
2.3.5 - Concepção do Projeto
25
2.3.5.1 - Nível de projeto
O projeto do sistema de esgotos da área norte foi desenvolvido a nível de projeto
básico. Na área sul, parte foi desenvolvido a nível de projeto básico, enquanto que
as elevatórias e o tratamento mereceram apenas o estudo de planejamento.
2.3.5.2 - Área Norte
O sistema de esgotos da Cidade Nova – Área Norte foi desenvolvido segundo as
seguintes unidades:
a) Redes Coletoras
Cidade Nova – Gleba I;
Cidade Nova – Gleba IIA;
Sanatório;
Cidade Nova – Gleba IIB;
Vila Martins.
b) Elevatória e recalque da Cidade Nova – Gleba I;
Idealizada no sentido de preservar a qualidade da água do córrego São Miguel ou
Varejão, este recalque objetivou a reversão dos esgotos coletados para a bacia do
córrego do Sanatório.
c) Emissário e coletores tronco do córrego do Sanatório.
O emissário, com diâmetro variando de 400mm a 600mm, teria inicio no ponto de
reunião dos esgotos coletados pela sede da Cidade Nova – Gleba IIA seguindo para
jusante pela margem esquerda do córrego do Sanatório numa extensão aproximada
de 3,8 km até as proximidades da foz do córrego no Tapera Grande onde se situaria
a elevatória final do sistema.
Neste percurso, o emissário receberia a contribuição de dois coletores-tronco:
- Coletor-tronco da Cidade Nova – Gleba IIB de 500mm que conduziria os esgotos
coletados nesta gleba, incluindo também o efluente da Estação de Tratamento
existente na Vila Martins e os esgotos recalcados da Cidade Nova – Gleba I;
- Coletor-tronco de Vila Martins de 150mm conduzindo os efluentes tratados da
parte sul do bairro.
O emissário receberia também a contribuição do efluente tratado pela lagoa de
estabilização da rede coletora do Sanatório.
Em seu trecho final, o emissário deveria lançar à Elevatória Final a totalidade dos
esgotos coletados na área norte da Cidade Nova. A elevatória deveria se localizar à
margem esquerda do córrego do Sanatório no final do emissário.
26
d) Elevatória Final e Estação de Tratamento de Esgotos da bacia do Sanatório.
A Elevatória estaria situada à margem esquerda do córrego do Sanatório em frente à
Estação de Tratamento (ETE).
A ETE foi prevista segundo o processo de lodos ativados por aeração prolongada
em regime de bateladas.
Dois módulos da ETE seriam implantados de imediato enquanto que ao final da 1ª
etapa seriam implantados os dois módulos restantes.
Cada um dos 4 módulos teria a capacidade de atender 15.000 hab. ou
210 kgDBO/dia segundo uma vazão máxima horária de 78,8L/s. Cada módulo seria
composto por dois tanques de aeração/decantação e dez leitos de secagem.
2.3.5.3 - Área Sul
O estudo contemplou apenas a nível de planejamento a solução do esgoto e
tratamento para esta área.
Em linhas gerais a ETE se localizaria na City Castelo I junto ao córrego São Miguel
ou Varejão próximo à confluência com o Pirajibú.
Dois coletores-tronco conduziriam os esgotos produzidos na City Castelo II e Portal
do Éden até um emissário.
A ETE, também em sistema de bateladas, seria constituída de dois módulos com
dois tanques de aeração cada.
2.4 – RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DE EFICIÊNCIA DE USO DE RECURSOS
HÍDRICOS-RAE DA DERIVAÇÃO DE ÁGUA DO RIBEIRÃO VAREJÃO
PARA ABASTECIMENTO DA “CIDADE NOVA”
Este estudo elaborado em 1997 pelo Engº Luiz Fernando Alves da Silva, objetivou
apresentar ao Departamento de Águas e Energia Elétrica-DAEE as características
de utilização do Ribeirão Varejão, também conhecido como córrego São Miguel,
pelo SAAE que possui duas tomadas d´água para abastecimento público e posterior
lançamento.
O estudo concluiu, conforme cálculo da disponibilidade hídrica do córrego Varejão
pela viabilidade e a necessidade de duas captações do córrego Varejão (90L/s no
total), requerendo ao DAEE as competentes outorgas incluindo as dos lançamentos
de esgotos tratados de 18L/s no córrego Varejão e 54L/s no córrego do Sanatório.
2.5 – ESTUDO DE VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO – EVI DA DERIVAÇÃO DE
ÁGUA DO RIO PIRAJIBÚ PARA ABASTECIMENTO DA CIDADE NOVA
27
Também sob a responsabilidade técnica do Engº Luiz Fernando Alves da Silva, este
estudo elaborado em 1997 objetivou apresentar ao Departamento de Águas e
Energia Elétrica – DAAE os estudos técnicos de planejamento visando a utilização
das águas do rio Pirajibú pelo SAAE para captação e posteriores lançamentos para
fins de abastecimento público.
O estudo concluiu pela necessidade de uma captação no rio Pirajibú requerendo ao
DAEE o deferimento do seu estudo de viabilidade de implantação abrangendo os
seguintes pleitos:
− Captação a partir de 2002, por 6 anos de até 40L/s por 16 horas do rio Pirajibú;
− Lançamento, a partir de 2002, por 6 anos, de até 23,60L/s no rio Pirajibú,
proveniente da ETE Pirajibú; e
− Lançamento, a partir do ano de 2002, por 6 anos de até 70,80L/s no
rio Pirajibú, proveniente da ETE São Miguel.
No que se refere ao tratamento de esgotos o estudo reza que o processo seria o de
lodos ativados convencional. A ETE São Miguel teria capacidade de fim plano de
138,6L/s (70,8L/s até o período de validade da outorga) enquanto a ETE Pirajibú
teria a capacidade final de 24,68L/s (23,60L/s no período de outorga.
2.6 – PORTARIA DAEE Nº 193 DE 02 DE MAIO DE 1997
O DAEE através da Portaria Nº 193 de 02 de maio de 1997 outorgou ao Serviço
Autônomo de Água e Esgoto - SAAE de Itu, em um prazo mínimo de
10 anos, concessão administrativa para as captações e lançamentos requeridos à
exceção dos lançamentos de 64,80 m3/h no córrego Varejão.
2.7 – DIAGNÓSTICO PRELIMINAR GERAL DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE
ESGOTOS DE SÃO MIGUEL
Desenvolvido pela ENGECORPS em 1998 teve como objetivo a verificação das
condições da Estação de Tratamento de Esgotos São Miguel.
Como resultado da avaliação, a ENGECORPS constatou uma série de problemas
envolvendo a implantação da estação de tratamento, destacando-se:
− Infra estrutura geral incompleta (urbanização, vias de acesso, drenagem,
terraplenagem, retaludamento e cerca, sistema de água potável, unidades de
apoio, etc);
− Ausência de equipamentos de instrumentação; e
28
− Potenciais problemas operacionais no canal de chegada, gradeamento, caixa
de areia, tanque contato, etc.
2.8 –
ESTUDO DE CONCEPÇÃO PARA O EMISSÁRIO DE ESGOTOS ETE
CIDADE NOVA–RIO PIRAJIBU E RESPECTIVO ESTUDO DE
AUTODEPURAÇÃO DO RIO PIRAJIBU NO MUNICÍPIO DE ITU
Desenvolvido em 1999 pela WALM Engenharia e Tecnologia Ambiental, objetivou
atender às exigências da Secretaria de Estado do Meio Ambiente.
O estudo considerou uma população de projeto de 25.100 habitantes para os
bairros Cidade Nova I, II e III, Vila Martins e Vila Vivenda no município de Itú e a
população futura de 7.500 habitantes no bairro Dálmatas e Cajurú do Sul no
município de Sorocaba.
O emissário previsto se desenvolveria ao longo da margem esquerda do córrego
Tapera Grande tendo 7.670m de extensão.
Foram analisadas as condições de lançamento dos esgotos tratados com redução
de 90% da carga orgânica, tendo sido observado que, para as vazões estudadas, as
taxas de oxigênio dissolvido permaneceriam acima de 4 mg/L para as condições de
vazão mínima: média de 7 dias com tempo de recorrência de 10 anos (Q 7,10), vazão
mínima de 30 dias com tempo de recorrência de 20 anos (Q 30,20) e vazão média.
O estudo ainda avaliou os impactos decorrentes da implantação e operação do
emissário durante a construção.
2.9 – ESTUDO DE VIABILIDADE DE EXPLORAÇÃO, RECUPERAÇÃO E
PRESERVAÇÃO DO RIO PIRAJIBÚ
Este estudo foi elaborado pela WALM Engenharia e Tecnologia Ambiental
em 1999 para o Serviço Autônomo de Água e Esgotos de Sorocaba. Objetivou
propor um plano de recuperação e preservação da bacia hidrográfica do rio Pirajibú
com a finalidade de preservar a quantidade e qualidade das águas da bacia visando
sua utilização futura como manancial estratégico para os municípios de Sorocaba,
Itu, Mairinque e Alumínio.
Para tanto, o estudo propôs um conjunto de programas incluindo: proteção
ambiental com a criação da área de proteção ambiental do Pirajibú; qualidade das
águas (cadastro, monitoramento e estudo de autodepuração); controle ambiental de
atividade mineral e fortalecimento institucional.
O programa de melhoria da qualidade das águas estabelecia como metas a redução
de 90% das cargas orgânicas domésticas e 95% das cargas orgânicas industriais
como prioridades. Incluiria:
- Coleta e tratamento dos esgotos domésticos de Mairinque;
29
- Melhoria no sistema de tratamento de efluentes da Cargill;
- Coleta e tratamento dos esgotos domésticos de Alumínio;
- Coleta e tratamento dos esgotos domésticos do distrito de Pirapitingui em Itu;
- Coleta e tratamento dos esgotos domésticos de Brigadeiro Tobias em Sorocaba;
- Coleta e tratamento dos esgotos domésticos do Éden em Sorocaba;
- Coleta e tratamento dos esgotos domésticos de Aparecidinha em Sorocaba; e
- Coleta e tratamento dos esgotos domésticos de Cajuru do Sul em Sorocaba.
As principais ações recomendadas naquele estudo compreenderiam a ampliação
das redes coletoras de esgotos domésticos de forma a atender quase 100% da
população urbana e o tratamento destes esgotos com eficiência superior a 90%
priorizando o tratamento das cargas orgânicas lançadas no córrego São Miguel, por
ser o afluente mais importante do rio Pirajibú.
No estudo de autodepuração do rio Pirajibú, constatou-se que uma redução de 90%
da carga orgânica doméstica apenas garantiria os níveis de oxigênio dissolvido
segundo os padrões de classe II mas seria insuficiente no enquadramento da DBO
no rio segundo aqueles padrões. Concluía o estudo pela necessidade também de se
efetuar melhorias no tratamento dos efluentes industriais da bacia.
Foi também realizada uma simulação na situação em que o rio Pirajibú fosse
saneado para as atuais cargas poluidoras. Os resultados indicaram que se deveria
reduzir em 95% e 90% as cargas doméstica e industrial, respectivamente.
Entretanto, estes índices não bastariam para atender o crescimento populacional
previsto até o ano 2020 o que sinalizava para a necessidade de total recuperação
desta bacia.
2.10 – ESTUDOS DE REAVALIAÇÃO DO SISTEMA ATUAL E PROPOSTO E
NOVA CONCEPÇÃO DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DE
CIDADE NOVA, PIRAPITINGUI, PORTAL DO EDEN, CITY CASTELO E
ADJACÊNCIAS NO MUNICÍPIO DE ITÚ-SP
2.10.1 - Introdução
Elaborado para o SAAE, em julho de 1999, pelo FIPAI – Fundação para o
Incremento da Pesquisa e Aperfeiçoamento Industrial, este estudo objetivou a
proposição de uma nova alternativa de coleta e tratamento dos esgotos da área.
2.10.2 - Dados Básicos de Projeto
30
2.10.2.1 - Alcance do projeto
O período de projeto considerado se iniciaria no ano 2000 e findaria em 2019.
2.10.2.2 - Área de projeto
A área de projeto abrangeria:
a) Loteamentos já ocupados:
- Cidade Nova
- Jardim União
- Vila Vivenda
- Vila Martins
- Parque Novo Mundo
- Portal do Éden
- City Castelo I e II
b) Loteamentos projetados / em implantação:
- Gleba IV
- Gleba V
- Jardim Europa
- Village Castelo
c) Sanatório
d) Área Institucional
Correspondeu a uma área próxima à Vila Martins sendo destinada à Prefeitura
e) Áreas de preservação
f) Áreas de expansão
O total das áreas de projeto foi de 1272 ha.
2.10.3 - População de projeto
Foi elaborado um estudo populacional da área com base na saturação dos bairros
existentes e a saturação das áreas não ocupadas (loteamentos previstos, área
institucional, área de preservação e áreas de expansão).
Deste modo, a saturação estimada da área de planejamento atingiu 67.422 hab.,
bastante próxima aos resultados da projeção logística da população (65.349 hab.).
Nos anos de 1991, 1996 e 1998 foram previstos, respectivamente, as populações de
projeto de 10.927 hab. (Censo de 1991 do IBGE), 23.000 (estimativa prévia do
IBGE) e 27.552 hab (Cadastramento Carraro).
31
A partir de uma análise da evolução da população foram estimadas as densidades
populacionais das tres zonas de ocupação homogênea de 2000 até a saturação.
2.10.4 - Bacias e Sub-Bacias de esgotamento
Foram consideradas duas bacias principais de esgotamento: Córrego do Sanatório e
Córrego São Miguel ou Varejão. Uma pequena bacia situada na divisa dos
municípios de Itu e Sorocaba, a do Córrego Monteiro de Carvalho complementava a
área. As sub-bacias foram delineadas considerando-se o eixo da Rodovia Castelo
Branco como referência. São elas:
- Região Sul:
A sub-bacia que drena os bairros: City Castelo I e II, Portal do Éden e Village
Castelo. Foi denominada sub-bacia São Miguel – Sul;
- Região Norte:
Está subdividida em três sub-bacias:
− Sanatório – Margem Esquerda
Drena os bairros: Gleba V, Sanatório, Jardim União, Vila Vivenda e Vila Martins;
− São Miguel – Norte
Drena a Cidade Nova e o Parque Novo Mundo
− Monteiro de Carvalho – Margem direita
Drena pequena parcela de área de planejamento sem ocupação.
2.10.5 - Parâmetros de Projeto
Foram adotados os seguintes parâmetros:
- Consumo efetivo “per capita” (descontando-se as perdas)
•
•
São Miguel – Sul: 190 L/hab. dia
Sanatório e São Miguel – Norte: 120 L/hab.dia
- Dia de maior consumo (K1)
: 1,20
- Hora de maior consumo (K2)
: 1,50
- Dia de menor consumo (K3)
: 0,50
- Coeficiente de retorno
: 0,80
- Coeficiente de infiltração
: 0,2 L/s. km
32
- Densidade média dos coletores
: 4 m/hab
- Contribuição “per capita” de carga orgânica
: 54 gDBO/hab. dia
2.10.6 - Contribuição de esgotos
As vazões máximas horárias de esgotos na região Norte de planejamento
envolvendo Sanatório Margem Esquerda e São Miguel – Norte foram de
78,75L/s, 134,20L/s e 157,50L/s, respectivamente, nos anos 2000, 2009 e 2019.
Neste cálculo foram computadas também as vazões de infiltração.
Já na região Sul, englobando São Miguel – Sul, as vazões máximas horárias foram
de 19,11L/s, 29,08L/s e 30,91L/s, respectivamente, nos anos 2000, 2009 e 2019.
Nestes mesmos períodos, as cargas orgânicas (DBO) estimadas foram,
respectivamente, na região Norte de 1.519 KgDBO/dia, 2.588 KgDBO/dia, e
3.037KgDBO/dia. Já na região Sul os valores estimados foram, respectivamente,
260 KgDBO/dia, 396 KgDBO/dia e 421 KgDBO/dia.
2.10.7- Infra-estrutura sanitária existente
O sistema de esgotamento e tratamento existente à época incluía as seguintes
unidades:
a) Sub-bacia São Miguel Norte (Alternativas 1 e 1.1)
Implantado na quase totalidade faltando apenas a solução do esgotamento para
a área do Jardim Europa. Incluía também as elevatórias Cidade Nova e Parque
Novo Mundo.
b) Sub-bacia São Miguel Sul
Parcialmente implantado, restando complementar a rede coletora e implantar a
elevatória EE 13.
c) Sub-bacia Sanatório Margem Esquerda
Parcialmente implantado, faltando a construção do interceptor que atenderia as
áreas situadas a montante da área de contribuição da ETE São Miguel,
atendendo Sanatório, à futura Gleba V e áreas de expansão urbana.
d) ETE São Miguel parcialmente construída e equipada, e emissário até a
confluência do córrego Sanatório com o Monteiro de Carvalho.
2.10.8 - Proposição de sistemas de tratamento
33
2.10.8.1 - Avaliação das estações de tratamento originariamente previstas.
O estudo avaliou as concepções das estações de tratamento de esgotos
originariamente previstas para a área. São elas:
a) ETE Pirajibú, então em fase de projeto executivo concluído, com implantação
prevista próxima à margem do córrego Varejão, perto do Condomínio Residencial
City Castelo, seria concebida pelo processo de lodos ativados por aeração
prolongada com desinfecção final para uma vazão média de 14,43L/s (1ª etapa)
e 19,43L/s (2ª estapa).
O efluente tratado seria lançado através de um emissário, no rio Pirajibú a
jusante da futura captação de água prevista para o abastecimento de água de
Cidade Nova. O estudo concluiu que a ETE Pirajibú, tal como concebida, estaria
apta a operar até o ano de 2019.
b) ETE São Miguel, planejada para atenderas áreas da Vila Martins, parte do jardim
Europa e Vila Vivenda, com o 1º módulo parcialmente implantado, foi concebida
pelo processo de lodos ativados do tipo aeração prolongada com regime de fluxo
intermitente, por batelada. Incluía desinfecção do efluente final.
Foi projetada segundo uma vazão média de 50,2L/s para a 1ª etapa atendendo
uma população de 15.592 hab e 140,2L/s para a 2ª etapa, atendendo 60.407
hab. O sistema foi concebido em 4 módulos, 2 para cada etapa.
A ETE São Miguel, necessitaria de um investimento adicional para a conclusão das
obras e instalação de equipamentos, bem como a construção de um emissário de
600mm de diâmetro e 5.710m de extensão até o rio Pirajibú, de acordo com a
exigência, em 1995, da Secretaria de Estado do Meio Ambiente devido a baixa
capacidade de diluição do seu corpo receptor natural, córrego Tapera Grande.
O estudo concluiu também pela necessidade de complementação da ETE, incluindo
ampliação para as novas vazões e populações contribuintes. Constatou-se também
que a área disponível não comportaria ampliação do sistema, havendo necessidade
um exame da área localizada no entorno da ETE para a construção de uma outra
estação de tratamento com capacidade de atender ou complementar o atendimento
da população final da 2ª etapa.
2.10.8.2 - Solução escolhida para o tratamento
O tipo de tratamento proposto para todas as alternativas, excetuando-se a
alternativa 4 e sua variante, seria pelo processo de lodos ativados por aeração
prolongada em regime intermitente de vazão (3 reatores em batelada)
complementado por leitos de secagem.
A propósito, o estudo desenvolveu exercícios de previsão da capacidade de diluição
dos corpos receptores para as contribuições previstas após tratamento, resultando
na decisão de considerar para todas as alternativas, (exceto as Alternativas 4 e 4.1)
a disposição final no rio Pirajibu, a jusante da foz com o Tapera Grande em áreas
34
pertencentes ao município de Sorocaba, corroborando a decisão da Secretaria de
Estado de Meio Ambiente.
2.10.9 - Alternativas de esgotamento estudadas
Os estudos do FIPAI definiram 4 alternativas de esgotamento para o Distrito de
Pirapitingui. Em comum, estas alternativas consideram a inclusão da ETE São
Miguel no sistema (Alternativas de 1 a 4) ou a sua exclusão (Alternativas 1.1, 2.1,
3.1 e 4.1).
2.10.9.1 - Descrição das Alternativas
a) Tratamento centralizado na região Norte – Alternativas 1 e 1.1
Esta alternativa preconizava o tratamento dos esgotos de Pirapitingui na região
Norte do Distrito.
Contudo, a centralização do tratamento na ETE Sanatório exigiria a reversão de
todos os esgotos das sub-bacias São Miguel Norte e Sul para a sub-bacia Sanatório
Margem esquerda.
O estudo não definiu precisamente o local exato para a implantação da estação
tratamento (ETE Sanatório), embora tenham sido investigadas como prováveis
áreas a montante, ao longo da margem esquerda do córrego Sanatório, próximo
Sítio Cleto. O corpo receptor seria o Pirajibú acarretando a necessidade de
construir um emissário de 5710m e 600mm de diâmetro.
de
as
ao
se
As vazões médias previstas em fim de plano (2019) para a região Norte seriam de
107,5L/s, enquanto que para a região Sul as contribuições seriam de apenas
19,94L/s redundando em uma vantagem para esta alternativa.
b) Tratamento centralizado na região Sul – Alternativas 2 e 2.1
Esta alternativa considerava implantar uma ETE no mesmo local previsto
originariamente para a ETE Pirajibú, ou seja, junto à margem direita do córrego
Varejão (São Miguel), próximo à confluência com o rio Pirajibú. O lançamento final
seria no Pirajibú após a confluência do córrego Varejão a jusante da captação
prevista.
A centralização do tratamento na região Sul exigiria a reversão das contribuições
das sub-bacias São Miguel Norte e Sanatório margem esquerda para a bacia São
Miguel Sul até uma caixa de reunião de onde os esgotos se encaminhariam, através
de um emissário por gravidade mas sob pressão, até uma estação elevatória e em
seguida à ETE Pirajibú .
Esta alternativa teria como vantagem o fato de a ETE estar próxima ao local de
lançamento no Pirajibú.
c) Descentralização dos Sistemas de Tratamento – Alternativas 3 e 3.1
35
Esta alternativa propõe a implantação de duas novas estações de tratamento, além
da ETE São Miguel, em caso do seu aproveitamento. A localização dos sistemas de
tratamento seria na região de concentração de cada bacia contribuinte:
- junto à confluência do córrego Varejão com o rio Pirajibú na região Sul - área
prevista para a implantação da ETE - Pirajibú;
- próximo à confluência do córrego do Sanatório com o córrego Monteiro de
Carvalho, ou seja, na mesma área considerada na alternativa 1.
Os locais de lançamento do efluente tratado seriam os mesmos previstos nas
alternativas anteriores, ou seja, o rio Pirajibú.
A descentralização do tratamento nas regiões Sul e Norte exigiria a reversão das
contribuições da sub-bacia São Miguel Sul até a ETE Pirajibú, a reversão dos
esgotos da sub-bacia São Miguel Norte para sub-bacia Sanatório Margem Esquerda,
bem como as contribuições por recalque da margem esquerda do Sanatório.
d) Transposição para a ETE – Canjica- Alternativas 4 e 4.1
Esta alternativa foi considerada visto que a ETE – Canjica já existente, localizada na
sede do município ainda dispunha de capacidade ociosa para absorver as
contribuições geradas na região da Cidade Nova e adjacências, sem que houvesse
necessidade de ampliação de capacidade das instalações existentes, pelo menos
até o ano 2005. Na situação de fim de plano (2015), com a ampliação da ETE, a
estação de tratamento ainda teria uma certa ociosidade.
A reversão se daria a partir de uma estação elevatória posicionada anexa à caixa de
reunião existente que receberia as contribuições também por recalque das
sub-bacias. São Miguel Sul e Norte e da sub-bacia Sanatório Margem esquerda.
O emissário, com uma extensão total de 18.414m, teria trechos sob recalques e por
gravidade sob pressão, desenvolvendo-se inicialmente pela rodovia SP-79
atravessando a Rodovia do Açúcar sobre a ponte existente seguindo por esta
rodovia na direção da sede até as proximidades do ribeirão Guaraú. Após atravessar
o córrego e a ferrovia atingiria a área da ETE..
O efluente final seria lançado no rio Tietê.
2.10.9.2 - Alternativa selecionada
Para definição da alternativa mais econômica, no estudo procedeu-se a uma
avaliação de custos de investimentos envolvendo interceptores, elevatórias e
estação de tratamento, bem como com despesas de exploração (energia elétrica,
pessoal e desinfecção do efluente tratado).
De posse dos custos totais inerentes a cada alternativa foi efetuada uma análise
econômica para se determinar a alternativa de mínimo custo, através do método de
36
custo marginal aplicado às unidades cujos investimentos e despesas variassem
entre as alternativas.
A conclusão dos estudos econômicos indicou ser a alternativa de transposição dos
esgotos à ETE Canjica, (Alternativa 4.1) a mais viável economicamente,
principalmente devido à ociosidade daquela depuradora o que redundaria em
nenhum investimento em tratamento para esta alternativa. Todo o sistema seria
implantado em uma única etapa.
O local selecionado para a implantação da elevatória de transposição, ponto de
união de todos os esgotos do Distrito, estaria situado no cruzamento da
Rua Dr. Lauro de Souza Lima com a avenida da Paz Universal (Rodovia
SP-79).
A vazão a ser transposta seria de 184,6L/s contra uma altura manométrica média de
38,51m. O emissário por recalque teria 5.600m de extensão, com 450mm de
diâmetro.O emissário por gravidade teria uma extensão total de 13.814m, com
diâmetros variando de 350 a 450mm.
Várias obras complementares seriam necessárias, entre redes de esgotos e
sistemas de bombeamento, para propiciar o encaminhamento dos esgotos das
sub-bacias São Miguel Sul e Norte, bem como Sanatório Margem Esquerda ao
ponto de reunião das contribuições, junto a elevatória de transposição..
Os investimentos necessários para a implantação desta solução foram estimados
pelo estudo em R$14.430.830,90.
O mesmo estudo concluiu também que a entrada em operação da ETE – São Miguel
não se justificaria dado que o principal fator de custo estaria relacionado à
necessidade de implantação do emissário final para o lançamento do efluente
tratado com 5.710m de extensão ao longo de uma faixa de terreno desfavorável
atravessando extensas regiões de brejo o que acarretaria profundidades de até
4,20m.
2.11 - INTERCEPTOR DOS CÓRREGOS ITAIM MIRIM E ITAIM GUAÇÚ
Projeto executivo desenvolvido pelo SEREC em maio de 2005, este sistema de
afastamento dos esgotos das bacias dos rios Itaim Mirim e Itaim Guaçu é constituído
de um interceptor principal, denominado interceptor do Itaim e de coletores troncos
interligados ao principal.
O interceptor principal se estenderia das proximidades do Jardim das Indústrias
(montante) até a estação elevatória existente de esgotos final da bacia (EE-12),
localizada nas imediações do cruzamento da Estada Municipal ITU-070 e leito do
córrego Itaim Guaçu. Esse interceptor deveria receber a vazão proveniente de toda
bacia considerada em projeto, contando para isso com a contribuição de diversos
coletores tronco.
37
No total, deveriam ser implantados 8 coletores troncos, todos numa única etapa.
Cada coletor deveria atender uma sub-bacia de esgotamento, visando à eliminação
das elevatórias existentes e o atendimento de futuras áreas urbanizadas da bacia de
projeto.
No projeto elaborado pelo SEREC, foi considerada uma população contribuinte à
bacia do Itaim de 73.274 hab. e uma vazão de final de plano (2027) de 223,7L/s.
O destino final do esgoto recalcado pela EE-12 deveria ser elevatória EE-2, situada
à margem da rodovia do Açúcar, que por sua vez o encaminharia para o emissário
final, que teria como destino a ETE Canjica.
Ao longo de todo o percurso do interceptor, ocorreriam travessias de filetes d’água,
seja pelo próprio interceptor ou pelos coletores. Com intuito de minimizar os
impactos nesses cursos d’água, o projeto optou pela transposição desses
obstáculos sempre pela parte inferior do leito, evitando situações de remanso a
montante da travessia, caso a alternativa fosse por tubulação “aérea”.
Em vista disso, devido à necessidade de aprofundamento das tubulações, foi
necessário condicionar a definição dos traçados dos trechos a jusante das
travessias às condições topográficas locais, de modo a se obter um melhor
resultado, considerando a relação custo/benefício.
A extensão total do interceptor Itaim, desde o ponto mais a montante (com diâmetro
de 150mm), próximo a EE-11 até a chegada na EE-12 (com diâmetro de 800mm)
seria de 9.448 m.
Este interceptor projetado para coletar, por gravidade, os esgotos da bacia do
córrego Itaim terá oito coletores-tronco afluentes.
O interceptor do Itaim terá seu início no Jardim das Indústrias (Vila Lucinda), no local
onde está instalada a EER-11 (atualmente inoperante). A partir desse ponto, o
interceptor percorrerá cerca de 635m até receber a contribuição do coletor tronco
(CT-01), com comprimento de 526m e diâmetro de 150mm, oriundo do CDHU, onde
está instalada a EER-21.
Posteriormente, cerca de 1.030m a jusante, o interceptor deverá receber outra
importante contribuição (pontual), no final da Rua Domingos Martineli Neto (Parque
São Camilo), onde se encontra em funcionamento a EER-20.
O CT-02 será responsável pela coleta dos esgotos gerados em parte do Jardim
Itaim, inclusive da EE Itaim II. Com comprimento da ordem de 1.660m e diâmetro de
200mm, deverá interligar-se ao interceptor do Itaim cerca de 2.260m a jusante da
contribuição da EER-20.
Por sua vez, o CT-04 terá comprimento de 646m, diâmetro de 150mm e deverá
interligar-se ao interceptor cerca de 415m a jusante do ponto de ligação do CT-03. O
CT-04 será responsável pela desativação da EE-08, localizada ao lado do Clube
Gorila’s.
38
O CT-05, oriundo do Jardim da Pedreira, deverá lançar o esgoto no interceptor do
Itaim cerca de 260m a jusante. Deverá ter diâmetro de 150mm, comprimento de
411m e também necessitará de uma travessia sob a Rodovia do Açúcar.
Nas imediações da passagem do interceptor sob a Estrada do Barreto deverá ser
feita a interligação do CT-06, responsável pelo esgotamento da vazão atualmente
direcionada para EE-15, localizada no Portal da Vila Rica. Esse trecho deverá ter
924m de comprimento e diâmetro de 200mm.
Próxima à junção dos rios Itaim Mirim e Itaim Guaçu será feita a interligação do CT07 ao interceptor. Esse coletor deverá conduzir o esgoto proveniente do Residencial
Potiguara, visando à desativação das elevatórias EE-16 e EE-17.
Cerca de 255m a jusante, o interceptor receberá a contribuição do CT-08,
responsável pelo esgotamento da vazão da região da Estância Bom Viver e Parque
Residencial Mayard visando desativação da EE-23. Esse coletor deverá ter diâmetro
de 200mm e comprimento de 1.067m.
39
3 – SISTEMA DE ESGOTOS SANITÁRIOS EXISTENTE
3.1 - SEDE MUNICIPAL
3.1.1 - Sistema de Coleta
Cerca de 90% da área urbana da Sede do município encontra-se coberta por rede
de esgotos, com aproximadamente 405km de tubulação. Só de coletores-tronco e
interceptores a rede de coleta engloba 31km de tubulação. Há ainda 22 estações
elevatórias de esgotos. O sistema de esgotos conta com uma estação de tratamento
(ETE Canjica).
O número de economias é de cerca de 34.000 unidades.
O sistema da Sede é composto de três bacias de esgotamento:
− Bacia do Guaraú, toda interceptada, coletando toda a região Norte e central da
cidade;
− Bacia do Itaim-Guaçú que abrange a área oeste da cidade com esgotos
transpostos à bacia do Guaraú em diversos pontos por 15 elevatórias; e
− Bacia do Pirapitingui, que abrange a área rural da cidade com esgotos
interceptados e afastados por 7 elevatórias em direção elevatória da Ponte
Nova localizada nesta mesma bacia transpondo os esgotos diretamente à ETE
Canjica.
Na bacia do Guaraú, a maior parte dos esgotos é encaminhada, por gravidade aos
interceptores implantados nos fundos de vale do córrego Brochado, córrego Taboão
e córrego Guaraú.
Ao longo do córrego Brochado existe um interceptor implantado com diâmetros que
variam de 250 e 500mm.
O córrego do Taboão possui em ambas as margens interceptores com diâmetro de
300mm implantados na Av. Dr. O. P. Mendes até o encontro com o interceptor do
Brochado.O interceptor do Brochado junta-se ao interceptor da margem esquerda do
Taboão (ambos com 300mm de diâmetro) nas proximidades da Tapera.
A partir daí, o interceptor que cruza o córrego do Brochado segue pela margem
esquerda do córrego Guaraú com diâmetro de 500mm, até a ETE Canjica,
localizada próxima à divisa com o Município de Salto, à margem direita do córrego
Guaraú, corpo receptor dos efluentes tratados. Outra parte dos esgotos da Sede é
recalcada à ETE Canjica através da Elevatória Ponte Nova e por um emissário sob
pressão de diâmetro 600mm. O desenho nº ITU-PDE-04A apresenta os principais
coletores tronco, interceptores, emissários e estações elevatórias – EER existentes
na sede municipal.
40
Outro interceptor cruza o Brochado sobre o antigo pontilhão da estrada de ferro,
seguindo pelo leito abandonado da ferrovia até encontrar a tubulação de
500mm de diâmetro à margem esquerda do Guaraú nas proximidades do curtume.
A Tabela 3.1 apresentada a seguir mostra as características dos principais
coletores/interceptores e emissários enquanto que a Tabela 3.2 apresenta as
características das estações elevatórias de recalque (EER).
Tabela 3.1 – Coletores / Interceptores e Emissários da Sede
TRECHO
DESCRIÇÃO
BACIA
DIÂMETRO
(mm)
COMPRIMENTO
(km)
Itaim
Emissário
Guaraú
400
0,4
Vila Santa Terezinha
Coletor tronco
Guaraú
200
0,4
Vila Gatti
Coletor tronco
Guaraú
300
0,4
Brochado
Interceptor
Guaraú
600
2,2
Margem Esquerda Brochado
Coletor tronco
Guaraú
250
0,9
Margem Direita Brochado
Coletor tronco
Guaraú
200
0,9
J.Faculdade
Interceptor
Guaraú
300
1,5
J.Av.Tiradentes
Interceptor
Guaraú
250
0,7
Taboão
Interceptor
Guaraú
250
0,9
Olavo Assis
Coletor tronco
Guaraú
300
0,4
Chácara Paraíso
Coletor tronco
Guaraú
200
0,3
J Rosinha
Coletor tronco
Guaraú
250
0,5
Taboão
Interceptor
Guaraú
300
2,2
Chácara Flora
Interceptor
Pirapitingui
400
0,8
Alves Siqueira
Interceptor
Pirapitingui
500
0,6
Santo Antonio
Emissário
Pirapitingui
200
0,8
Pirapitingui
Interceptor
Pirapitingui
500
3,6
Jardim. Aeroporto
Coletor tronco
Pirapitingui
300
1.0
Margem Direita Pirapitingui
Interceptor
Guaraú
300
1,3
Jardim Padre Bento
Interceptor
Guaraú
250
0,6
Canjica
Emissário
Guaraú
450
6,5
Vila Santo Antonio
Interceptor
Guaraú
600
3,4
J.Alberto Gomes
Interceptor
Guaraú
400
0,7
Obs: Dados fornecidos pela Águas de Itu
41
Tabela 3.2 - Características das Estações Elevatórias de Recalque (EER) da Sede
ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS
DE ESGOTOS - EER
LOCALIZAÇÃO
BACIA
VAZÃO
L/s
POTÊNCIA
(CV)
EER 00 PONTE NOVA
Pça Mal. Rondon 300 Ponte Nova
Pirapitingui
142,0
3 x 250
EER 01 JD.SÃO PAULO
R.Orlando Goes, s/nº, Jd.São Paulo
Pirapitingui
80,0
EER 02 PROGRESSO
Av. Primavera, Progresso
Guarau
54,2
EER 03 PARAÍSO I
Est. Elevatória s/nº, Jd. Paraíso
Pirapitingui
EER 04 SANTO ANTONIO
Rod. Municipal Itu 20 Sto Antonio
Pirapitingui
EER 05 SANTO ANTONIO
Prox.Vicente de Carvalho s/nº Sto Antonio
EER 06 SANTO ANTONIO
Prox.Casemiro de Abreu s/nº Sto Antonio
EER 07 GOLF TERRAS
Al.Carla, 921 - Lote 921 Terras S.José
EER 08 V.GORILAS
EER 12 CANGUIRI
EER 14 RESIDENCIAL ITAIM
EER 15 VILA RICA
EER 16 POTIGUARA PV
EER 17 POTIGUARA CV
EER 18 BAIRRO BRASIL
EER 19 SÃO CAMILO
EER 20 SÃO CAMILO
EER 21 CDHU
EER 22 TERRAS
EER 23 BOM VIVERI
EER 25 RESIDENCIAL ITAIM II
EER 30 FINAL
R.Claudio Fonseca - V. Gorilas
Rod. Municipal Itu 70 B.Canguiri
R.Modesta S.Carreri, s/nº, Residencial Itaim
R.Francisco M.Galvão,s/nº Portal da Vila Rica
R. Maria J. Zacarias s/nº, Res. Potiguara
R.Edson Campos s/nº Res. Potiguara
R.Recife, 0 BD 18 Bairro Brasil
R.Irene de Campos Moraes, 0 BD 19 São Camilo
R. Eric T. Bueno, 22 BD 20 São Camilo
R. Galileu Bicudo, nº 600 BD 21 CDHU
Al.Gondoleiro do Amor,Viz;917 Terras de S.José
R. Bela Emília, nº 625 Bom Viver
R. José Maria Boff
Rv. Salto Itu Km 2,6
DADOS TÉCNICOS
ALTURA
MANOMÉTRICA
(mca)
ORIGEM / DESTINO
80,0
Vem da EER-01; Vai para ETE Canjica
3 x 10
4,8
Vem da EER-22; Vai para EER-00
2 x 30
10,0
Vem da EER-18; Vai para ETE Canjica
11,1
2 x 30
51,0
Vem da rede; Vai para ETE Canjica
18,9
2 x 45
50,5
Vem da rede; Vai para EER-00
Pirapitingui
3,0
2 x 4.8
22,0
Vem da rede; Vai para EER-00
Pirapitingui
11,1
2 x 30
60,0
Vem da rede; Vai para EER-00
Pirapitingui
5,0
2 x 4.5
5,0
Vem da rede; Vai para EER-22
Itaim
Itaim
Itaim
Itaim
Itaim
Itaim
Guarau
Itaim
Itaim
Itaim
Pirapitingui
Itaim
Itaim
Guarau
10,0
45,0
11,0
4,27
ND
5,0
ND
6,25
7,7
ND
ND
ND
ND
202,0
2 x 41
2 x 75
2 x 24
2 x 17
2 x 25
2 x 7.5
2 x 10
2 x 50
2 x 50
2 x 8.5
2 x 1.1
2 x 25
2 x 10
4 x 75
43,0
63,0
45,0
59,5
ND
17,6
ND
50,6
52,5
37,0
ND
ND
ND
ND
Vem
Vem
Vem
Vem
Vem
Vem
Vem
Vem
Vem
Vem
Vem
Vem
Vem
Vem
Obs: Dados fornecidos pela Águas de Itu
ND = Dado não disponível
42
da rede; Vai para EER-30
da EER-17/23; Vai para EER-02
da rede; Vai para EER-30
da rede; Vai para EER-30
da rede; Vai para EER-17
da EER-16; Vai para EER-12
da rede; Vai para EER-30
da EER-20; Vai para EER-30
da rede; Vai para EER-19
da rede; Vai para EER-30
da EER-07; Vai para EER-01
da rede; Vai para EER-12
da rede; Vai para EER-30
da rede; Vai para ETE Canjica
3.1.2 - Estação de tratamento
3.1.2.1 - Concepção
A ETE-Canjica é uma Estação de tratamento biológica operando segundo o
processo de lodos ativados de alta taxa, utilizando como reatores aeróbios poços
profundos (70m), construídos em concreto (“Deep Shaft”).
Trata-se da única instalação em operação no Brasil para tratamento de esgotos
sanitários utilizando este processo de depuração, patenteado pela ICI e Anglian
Water.
A Estação de Tratamento de Esgotos de Itu – ETE CANJICA (desenho
nº ITU-PDE-05), teve sua implantação concluída em 2002. Foi projetada para
atender uma população de 130.000 hab. na 1ª etapa e 250.000 hab. em fim de
plano, ano 2015.
3.1.2.2 - Vazões e Cargas Orgânicas
A ETE-Canjica foi projetada para depurar uma vazão média de 407L/s e uma vazão
máxima de 615 L/s em 1ª etapa (1996-2005) com DBO média de 300 mg/L,
resultando uma carga orgânica de 10523kg DBO/dia. A ampliação prevista em 2ª
etapa (2006-2015) deverá atingir uma vazão média de 541L/s e uma vazão máxima
de 802 L/s para uma carga orgânica de 14.025 kg DBO/dia.
De janeiro a dezembro de 2007 a vazão média dos esgotos brutos afluentes à ETE
foi de 284L/s. Nos 3 primeiros meses de 2008 assomou à ETE Canjica uma vazão
média de 321L/s. As DBO e DQO médias, resultantes do valor da média aritmética
de 20 resultados de DBO e DQO medidos em amostras do esgoto bruto afluentes à
ETE Canjica, no período de julho de 2008 à janeiro de 2009 foram de 317mg/L e
468mg/L, respectivamente, resultando em uma carga orgânica média de 8354 kg
DBO/dia.
3.1.2.3 - Unidades componentes da ETE – Canjica
A ETE Canjica é composta das seguintes unidades de tratamento:
a) Tratamento Preliminar
Gradeamento;
Desarenação.
b) Tratamento biológico
Metabolização em reatores aeróbios do tipo “Deep Shaft”;
Desgaseificação;
Clarificação.
43
c) Tratamento do lodo excedente
Adensamento;
Desidratação;
Estabilização química.
3.1.2.4 - Descrição das unidades de tratamento
3.1.2.4.1 - Estação Elevatória Final de Rede
A Estação Elevatória Final de rede recebe os despejos provenientes do interceptor
Guaraú, representando 60% da vazão total do sistema.
No início do canal de entrada desta elevatória, um extravasor e um stop-log,
possibilitam o desvio do fluxo para o córrego Guaraú. Após o stop-log, os despejos
passam por uma grade de retenção dos sólidos grosseiros. A limpeza da grade é
efetuada manualmente através de rastelo, conduzindo o material removido a uma
caçamba coletora situada no topo da grade.
A montante da grade, chega a tubulação de esgotos sanitários dos prédios da
administração e da oficina. Após a grade, ainda no canal de entrada, chega a
tubulação de drenagem das estruturas do sistema de tratamento preliminar, em ferro
fundido de 300m.
Os esgotos são admitidos na câmara principal da elevatória, após passarem pela
comporta de sentido único, acionada por pedestal de suspensão através de
engrenagens.
O recalque para o sistema de gradeamento mecânico é efetuado por conjuntos de
moto-bombas centrífugas submersíveis, sendo instalado 04 (quatro) conjuntos na
primeira fase e um 5º conjunto na segunda fase.
3.1.2.4.2 - Gradeamento e Extravasão
A unidade de gradeamento e extravasão recebe os despejos provenientes da
Estação Elevatória Final, representando 60% da vazão total do sistema e da
Estação Elevatória de Ponte Nova, representando os 40% restantes.
A admissão é feita em um compartimento onde ocorre a mistura das
contribuições. Deste compartimento, o fluxo é distribuído pelos canais de
gradeamento, sendo que os mecanizados estão funcionando normalmente e o canal
com grade de limpeza manual serve como reserva, em casos de manutenção ou
picos de vazão.
O material retido nas grades é transferido para as calhas coletoras, através do
mecanismo automático de limpeza. Essas calhas, com inclinação adequada,
conduzem o material recolhido para as caçambas.
44
Após passar pelas grades, o esgoto segue para um compartimento de saída, o qual
possui um ponto para drenagem de escumas 03 (três) saídas, que conduzem o
líquido aos canais desarenadores.
Tanto a entrada quanto a saída dos canais de gradeamento, são controladas por
comportas de duplo sentido.
3.1.2.4.3 - Desarenador Plano
Do gradeamento, o líquido é distribuído igualmente para os 03 (três)
desarenadores do tipo gravimétrico, que funcionam simultaneamente, sem reserva
para limpeza, já que este procedimento é efetuado automaticamente por parafusos
extratores de areia. Atualmente o terceiro desarenador não está em funcionamento,
por não estar equipado.
Na entrada, cada desarenador possui defletores para o direcionamento do fluxo
possibilitando um regime de escoamento “tranquilo”, de modo a facilitar a separação
dos materiais inertes. Todo material depositado no fundo da câmara principal, é
conduzido para um poço através de raspador com quatro braços, acionado por
moto-redutor.
A remoção do material depositado no poço é efetuada por um classificador tipo
parafuso, conduzindo-o para um contentor (caçamba).
A saída de desarenador, o líquido verte para um compartimento coletor, de onde
segue para a estrutura de medição - Calha Parshall.
3.1.2.5 - Calha Parshall e Caixa de Medição
Os efluentes provenientes dos 03 (três) desarenadores seguem para um canal de
tranquilização (ou câmara de reunião), a montante da calha Parshall.
No raio central da curva que integra o canal mencionado acima, foi construída uma
parede guia, evitando que a turbulência se propague para o canal de medição.
A calha Parshall possui garganta (W) de 3 ft e medidor de vazão com sensor
ultra-sônico, instalado em poço piezométrico, provido de processador para
indicação digital no local e transmissão para painel central de controle.
O esgoto vertido após a calha Parshall, reúne-se ao proveniente da elevatória EE02
(elevatória de efluentes de processo), que recebe o transbordo dos adensadores, o
filtrado da centrífuga e o dreno das unidades locais, seguindo para a câmara de
divisão de fluxo, instalada à jusante. Da câmara de divisão de fluxo os despejos
seguem para os reatores de poços profundos (“Deep Shaft”).
45
3.1.2.6 - Poço Profundo e Tanque do poço (Deep Shaft e Head Tank)
As câmaras de alimentação recebem o esgoto de tratamento preliminar e o retorno
do lodo. Isoladamente, cada câmara alimenta um lado do reator (Deep
Shaft),seguindo pelo poço descendente juntamente com a parcela proveniente da
câmara ascendente, que retorna pelo tanque do poço.
O sentido do fluxo é garantido por diferença de pressão provocada pelos sistemas
de “air lift”, instalados nas câmaras descendentes e ascendentes.
As câmaras de alimentação recebem o esgoto de tratamento preliminar e o retorno
do lodo. Isoladamente, cada câmara alimenta um lado do reator, seguindo pelo poço
descendente juntamente com a parcela proveniente da câmara ascendente, que
retorna pelo tanque do poço.
O sentido do fluxo é garantido por diferença de pressão provocada pelos
sistemas de “air lift” instalados nas câmaras descendentes e ascendentes. Desta
forma, o líquido que entra na câmara descendente somente efetuará este
encaminhamento no sentido da câmara ascendente, sem a possibilidade de retornar
para a superfície.
Todo o fluxo descendente é forçado a seguir até o fundo do tanque, já que a
passagem para a câmara ascendente é efetuada nesta região. Assim, é
possível
manter um tempo de residência adequado, bem como garantir um íntimo contato
entre o lodo recirculado e o esgoto afluente, proporcionando a adsorção da matéria
orgânica para posterior biodegradação. O processo dispõe de tempo de retenção
hidráulico e tempo de residência do lodo baixo se comparado ao sistema
convencional. Entretanto pelas altas transferências de oxigênio e altas
concentrações de sólidos no reator, a biodegradação é garantida e é muitas vezes
superior ao sistema convencional.
O reator em poço profundo (Deep Shaft) compreende dois conjuntos de câmaras
(direito e esquerdo), funcionando paralelamente. Cada conjunto compreende os
seguintes compartimentos:
−
−
−
−
Câmara de alimentação;
Câmara descendente;
Câmara ascendente; e
Câmara de reciclo/saída de tratado, sendo que esta integra o denominado
Head Tank.
Apesar de haver uma completa divisão de fluxo, em cada conjunto de câmaras
funcionando independentemente do outro, não poderá ser feito o esgotamento de
um lado sem que seja feito do outro (ao mesmo tempo), pois esta operação
danificaria a estrutura do poço.
A câmara de saída não possui divisão, atendendo ao mesmo tempo, aos dois
conjuntos descritos anteriormente. Esta câmara é denominada tanque de mistura.
46
Neste local está instalado o analisador, indicador e transmissor de O.D. (oxigênio
dissolvido) cujo sinal será derivado.
O efluente do Deep Shaft, com grande quantidade de gases dissolvidos, tenderá a
sofrer flotação do material suspenso. Assim, é necessário que seja conduzido ao
desgaseificador, eliminando este efeito.
O suprimento de oxigênio originariamente era feito por meio de dois compressores
de ar (mais um de reserva) de 350CV cada, centrífugos, isentos de óleo,
disponibilizando uma vazão de ar capaz de introduzir, no mínimo, cerca de
1.682,9kg/h de oxigênio a uma pressão de 6.21 bar.
Atualmente, existem dois compressores, portáteis, sobre rodas, alugados, de
1800m³/h e com 300 CV cada, instalados junto ao prédio dos compressores próximo
aos “Deep Shaft”. No prédio encontram-se desativados os três equipamentos
originais, juntamente com as bombas de vácuo (ativas).
3.1.2.7 - Desgaseificador, Câmara de Reaeração e Canal de Distribuição
Do tanque de mistura do “Deep Shaft”, o despejo segue para as câmaras de
alimentação do desgaseificador. A partir deste ponto, novamente há uma divisão de
vazão, em duas partes iguais. Assim, cada câmara alimenta uma torre de
desgaseificação. Isto ocorre também na câmara de reaeração, ou seja, cada uma
recebe metade da vazão do sistema.
Das câmaras de reaeração, os despejos seguem para a câmara ou canal de saída,
onde novamente se reúnem.
A saída deste canal é efetuada através de duas tubulações com diâmetro de 1,00m
cada, que seguem para a caixa de distribuição/alimentação dos clarificadores.
3.1.2.8 - Caixa de Distribuição
A câmara de distribuição é alimentada pelo fundo, através das duas tubulações com
1,0 m de diâmetro, provenientes do canal de saída das câmaras de reaeração. No
ponto de entrada dos tubos, as paredes possuem inclinação de 60◦, formando
02 (dois) poços de lodo tipo tronco-piramidal.
Todo o líquido que chega no compartimento central da câmara de distribuição, verte
através de 16 (dezesseis) comportas, para as 04 (quatro) câmaras externas
(04 comportas para cada câmara). Cada câmara externa direciona o fluxo para um
clarificador.
3.1.2.9 - Clarificadores
A entrada é efetuada pelo fundo dos clarificadores, proveniente da caixa de
distribuição descrita no item 3.1.2.8.
47
Cada clarificador possui uma câmara central, conduzindo o despejo para a parte
superior do tanque, onde finalmente penetra no interior da câmara de sedimentacão.
Esta configuração é necessária para permitir o funcionamento do raspador e ao
mesmo tempo manter uma zona tranqüila no fundo do tanque, possibilitando o
acúmulo de sólidos para posterior remoção. Assim, vertendo próximo à superfície
do líquido, controla-se a velocidade.
Para auxiliar na correta distribuição, bem como no direcionamento do fluxo de forma
a evitar eventuais curtos-circuitos, foram instalados bafles centrais (ou cilindro de
repartição), provocando um encaminhamento descendente até uma determinada
profundidade. Com o maior diâmetro do bafle central, a velocidade do fluxo é
bastante reduzida, permitindo que haja o depósito de quantidades significativas de
sólido já nesta região. Partículas mais leves vão se depositando ao longo do
percurso até atingir a canaleta de recolhimento de clarificado. Todo o lodo
sedimentado é recolhido pelos braços raspadores e direcionado para o centro do
tanque, sendo recalcado pelas bombas de retorno/descarte de lodo.
O clarificado obtido, representando o efluente tratado, segue para a elevatória de
diluição, podendo ser encaminhado diretamente para o corpo receptor, ou utilizado
parcialmente para diluição do lodo nos adensadores, operações de lavagens e/ou
para alimentação da ETA.
3.1.2.10 - Estação Elevatória de Retorno de lodo (RAS)
O sistema de recirculação compreende 05 (cinco) conjuntos moto-bombas,
centrífugas de parafuso, com eixo horizontal, velocidade variável, sendo que 03
(três) operarão normalmente e 02 (duas) serão instaladas como reserva.
Numa segunda etapa será instalada mais uma bomba, ficando 04 (quatro) em
operação normal e 02 (duas) como reserva.
Cada bomba é dedicada exclusivamente a um clarificador específico, entretanto
poderá ser alinhada, em ocasiões extraordinárias, qualquer uma das 03 (três)
bombas dos subsistemas para qualquer um dos respectivos clarificadores. Ressaltese que para este procedimento todos os conjuntos moto-bomba e válvulas
motorizadas deverão estar em modo manual de operação.
Na primeira etapa, 03 (três) bombas, sendo 01 reserva, efetuarão o retorno do lodo
proveniente dos clarificadores CLA-01 e 02 e 02 (duas) bombas, sendo 01 (uma)
reserva, permitirão. o retorno do lodo proveniente do clarificador CLA-03.
Após a instalação das 06 (seis) bombas, paralelamente ao início de operação do
CLA-04, 03 (três) bombas, sendo 01 (uma) reserva, efetuarão o retorno do lodo
proveniente dos clarificadores CLA-01 e 02 e 03 (três) bombas, sendo 01 (uma)
reserva, efetuarão o retorno do lodo proveniente dos clarificadores CLA-03 e 04,
para a câmara de alimentação do “Deep Shaft”.
48
3.1.2.11 - Elevatória de Descarte de lodo (WAS)
O sistema de descarte de lodo em excesso compreende 03 (três) conjuntos moto
bombas, centrífugas, com eixo horizontal, velocidade variável, sendo que 02 (duas)
operarão normalmente e 01 (uma) será instalada como reserva.
As linhas de sucção partem de derivações provenientes das linhas de sucção das
bombas de recirculação – “RAS”, sendo que cada bomba de descarte succiona o
lodo de um conjunto de clarificadores, CLA-01/02 e CLA-03/04 (na primeira etapa
apenas CLA-03).
As bombas recalcam o descarte de lodo diretamente para os adensadores por
gravidade, onde ao fluxo é adicionado água de diluição para o controle de odores.
3.1.2.12 - Adensadores
A alimentação é efetuada pelo fundo dos adensadores, a partir da caixa de chegada,
que recebe o lodo proveniente da Estação Elevatória de Recirculação e Descarte de
Lodo, mais propriamente das bombas de descarte – “WAS” e a água de diluição,
proveniente da elevatória EE-D. O encaminhamento é feito do fundo desta caixa,
para a câmara central, conduzindo o lodo (ou lodo = água de diluição), para a parte
superior do tanque, onde finalmente penetra no interior da câmara de sedimentação
e adensamento.
Como nos casos dos clarificadores, a entrada pelo fundo permite o funcionamento
do raspador e ao mesmo tempo mantém uma zona tranquila no fundo do tanque,
possibilitando o acúmulo de sólidos para posterior remoção.Assim, vertendo próximo
à superfície do líquido, controla-se a velocidade.
Para auxiliar na correta distribuição, bem como no direcionamento do fluxo de forma
a evitar eventuais curtos-circuitos, os adensadores também possuem bafles centrais
(ou cilindros de repartição), provocando um encaminhamento descendente até uma
determinada profundidade. Com o maior diâmetro do bafle central, a velocidade do
fluxo é bastante reduzida, permitindo que haja depósito de quantidade significativa
de sólidos já nesta região. Partículas mais leves vão se depositando ao longo do
percurso até atingir a canaleta de recolhimento de clarificado, localizada na periferia
da estrutura.
Todo o lodo sedimentado no fundo dos adensadores, é recolhido pelos braços
raspadores e direcionado para o centro dos tanques. As linhas de saída de lodo do
fundo dos adensadores, interligam-se na caixa de reunião à jusante destes,
seguindo a Elevatória de Lodo Adensado.
Cada adensador possui 13 janelas, cada uma contendo uma placa em aço carbono
com 8 (oito) vertedores, por onde o sobrenadante clarificado verte, seguindo pela
canaleta até o ponto de saída, de onde prossegue por gravidade, para o poço de
sucção da elevatória EE-02.
49
As janelas são distribuídas em espaços iguais de aproximadamente 27° 41”. A linha
proveniente da Estação Elevatória EE-D, possui 03 (três) derivações na caixa de
distribuição a montante dos adensadores, sendo 02 (duas) com diametros de
200mm, seguindo para os adensadores AD-01 e AD-02 e 01 (uma) com diametro
de 100mm, seguindo para as caixas imediatas dos adensadores e para o
reservatório de Água para Lavagem/Diluição projetado para a lavagem das telas das
antigas prensas desaguadoras (atualmente desativadas).
3.1.2.13 - Estação Elevatória de Diluição (EED)
À Estação Elevatória de Diluição, são atribuídas as seguintes finalidades:
− Caixa de reunião e transbordo do efluente tratado proveniente dos
clarificadores;
− Fornecimento de água para diluição do lodo descartado a ser adensado e
limpeza das linhas de lodo dos adensadores;
− Alimentação do reservatório de água para lavagem de telas das antigas prensas
Desaguadoras (operação desativada);
− Alimentação da ETA (Estação de Tratamento de Água), destinada ao
tratamento terciário, visando a utilização da água tratada neste nível,
como água de serviço para diversos fins;
− Caixa de passagem (compartimento de saída), para parcela proveniente do
extravasamento do sistema de gradeamento e da elevatória de
drenagem de fundação (rebaixamento do lençol freático), localizado na
elevatória de recirculação e descarte de lodo. Todo o líquido deste
compartimento escoa para o corpo receptor via estrutura de extravasão.
3.1.2.14 - Estação Elevatória EE-02
A Estação Elevatória EE-02 recebe os sobrenadantes dos dois adensadores, o
filtrado e efluente de lavagem de telas das prensas desaguadoras (função
desativada), a drenagem da Elevatória de Lodo Adensado e a drenagem da área da
Elevatória
de
Recirculação
e
Descarte
de
lodo,
compondo
um
efluente misto denominado reciclo de processo. Todos os despejos são
lançados no poço de sucção, através de um compartimento de tranquilização, típico
para a maioria das elevatórias. O recalque para a câmara de saída da Calha
Parshall é efetuado por 03 (três) bombas centrífugas submersíveis, sendo 01 (uma)
reserva.
Após a união das tubulações de recalque provenientes das três bombas, foi
instalada uma válvula para possibilitar a descarga da linha, retornando para o poço
de sucção da elevatória.
50
3.1.2.15 - Estação Elevatória de Lodo Adensado
Esta elevatória tem por função, bombear o lodo adensado, transportando-o do
fundo dos adensadores à alimentação das centrífugas estabelecendo uma vazão
controlada para cada circuito de desaguamento.
3.1.2.16 - Sistema de Desidratação e Estabilização do lodo
3.1.2.16.1 - Centrífuga
Originariamente o sistema de desidratação era composto por duas prensas
desaguadores de 11,6m³/h de lodo cada. Atualmente estes equipamentos foram
substituídos por uma única centrifuga, alugada, com capacidade de 30m³/h.
A centrífuga é alimentada individualmente, por uma das bombas de lodo adensado,
descrita no item 3.1.2.15. Na linha de alimentação da centrífuga é efetuada a
dosagem de polieletrólito.
O fluxo de alimentação é efetuado a partir da câmara de floculação, onde o lodo
proveniente da elevatória de adensadores, já misturado ao polieletólito, sofrerá uma
agitação lenta por alguns instantes, promovendo a formação de flocos maiores, para
proporcionar uma desidratação mais eficiente.
A torta seca obtida é conduzida para o pavimento inferior através de um funil
coletor, até um misturador contínuo, onde é dosada cal para proporcionar a
estabilização química da torta. O funil possui desviador basculante e mangote,
possibilitando a descarga direta em uma caçamba.
A descarga do misturador para as caçambas é efetuada a partir de esteira inclinada.
3.1.2.16.2 - Sistema de Polieletrólitos
O sistema de preparo e dosagem de polieletrólitos é composto basicamente por:
02 (dois) tanques de preparo de polieletrólitos em concreto;
02 (dois) misturadores lentos de eixo vertical;
02 (duas) bombas dosadoras de polieletrólitos, tipo diafragma.
Nas linhas de recalque das bombas dosadoras, existe um ponto
de entrada para água, possibilitando a diluição de 0,5% para a diluição
ideal recomendada pelo fabricante. O controle da quantidade de água
é efetuado por meio de manobra em registro tipo esfera, de diâmetro
de ¾, com base na leitura de vazão efetuada por medidor tipo rotâmetro, a jusante
do registro. A vazão de polieletrólito é obtida através do gráfico que indica a vazão
deste tipo de bomba, onde a variação geralmente é obtida por percentual, sendo a
vazão mínima = 0% e a máxima =100%.
A dosagem de polieletrólitos é efetuada em linhas, em um ponto próximo à entrada
das câmaras de floculação da centrífuga.
51
Cada bomba efetuará a dosagem na linha de alimentação da centrífuga. Entretanto,
há a possibilidade de succionar de apenas um tanque e também efetuar a dosagem
a partir de uma mesma bomba, através de tubulações de interligação instaladas na
sucção e no recalque.
3.1.2.16.3 - Depósito de cal e misturador
A cal virgem é recebida em caminhões, de onde é transferida para um silo de
armazenagem, com 40m3 de capacidade, provido de filtro de mangas no alto, a fim
de evitar que durante a carga a agitação do material pulverulento, provoque o
inconveniente espalhamento de cal.
A dosagem de cal no misturador é efetuada automaticamente, conforme ajuste no
inversor de freqüência da rosca transportadora.
3.1.2.17 - Descarte de Lodo e Transporte
O descarte de torta de lodo desaguado pela centrífuga ocorre automaticamente, em
função do próprio regime de funcionamento da mesma. A coleta é efetuada por um
funil, que direciona todo o volume gerado para o pavimento inferior, onde será
admitido no misturador contínuo, que efetuará sua mistura com cal virgem
proveniente do silo de armazenamento.
Do misturador, a torta segue por correia transportadora inclinada até as caçambas
coletoras, sendo então removida para a disposição no aterro da Estri em Paulinia.
Na Sede do município, onde praticamente a totalidade dos esgotos (cerca de 91%) é
coletada e tratada, o corpo receptor é o córrego do Guaraú.
O local de lançamento do efluente no córrego Guaraú dista cerca de 5km da foz no
rio Tietê.
3.1.2.18 - Corpo receptor
As vazões lançadas pela ETE Canjica no Guaraú (331L/s em março de 2008)
supera a vazão mínima de 7 dias consecutivos (Q7,10) deste córrego, estimada em
29L/s resultante da contribuição de uma bacia de drenagem de cerca de 15km2. Por
outro lado, a vazão Q7,10 do rio Tietê na foz do Guaraú é de cerca de 79,4m3/s.
3.2 - DISTRITO DE PIRAPITINGUI
O sistema de esgotos sanitários do Distrito de Pirapitingui, composto de
3 bacias de esgotamento, Tapera Grande, Varejão Norte e Varejão Sul
compreende, na área a norte da Rodovia Castelo Branco, redes coletoras no
Sanatório, Vila Martins, Cidade Nova, Parque Novo Mundo, Jardim União e Vila
Vivenda. Na área ao sul existem redes coletoras no Portal do Éden, Village Castelo
e City Castelo 2.
52
Originariamente a rede coletora do Sanatório encaminhava os esgotos até uma
lagoa de oxidação facultativa, às margens do córrego do Sanatório, enquanto que a
rede coletora de Vila Martins encaminhava os esgotos a duas pequenas estações de
tratamento de nível primário pouco abaixo da captação. Estas estações de
tratamento encontram-se, há muito, desativadas.
A ETE-São Miguel prevista para depurar os esgotos das áreas da Vila Martins, parte
do Jardim Europa e Vila Vivenda com grau secundário de depuração (lodos ativados
em batelada projetada para 25L/s), construída em substituição às antigas ETEs
encontra-se desativada sem nunca ter entrado em operação.
Atualmente o sistema de esgoto do Distrito de Pirapitingui com cerca de 70km de
rede 4,5km de interceptores e emissários, 2 estações elevatórias e 10.300
economias possui a configuração apresentada no desenho nº ITU-PDE-04B.
Os esgotos coletados na bacia do Tapera Grande correspondente à área urbana do
lado norte, à direita da rodovia Castelo Branco (lado de Itú) são lançados “in natura”
neste córrego.
Os esgotos do córrego São Miguel, (ou Varejão Norte) que coleta toda a área
urbana do lado norte, à direita da Rodovia Castelo Branco (lado de Itu) são
recalcados por duas elevatórias para a bacia do Tapera Grande e também lançados
“in natura”.
Finalmente, os esgotos da bacia do córrego São Miguel, (ou Varejão Sul) que
abrange toda a área urbana do lado sul, à esquerda da Rodovia Castelo Branco são
lançados no próprio córrego, também sem tratamento.
A Tabela 3.3 apresenta as características dos interceptores do Distrito de
Pirapitingui, enquanto a Tabela .3.4 apresenta as características das elevatórias de
esgoto.
Tabela 3.3 - Coletores/interceptores e emissários do Distrito de Pirapitingui
TRECHO
DESCRIÇÃO
BACIA
Jardim Novo Mundo
Interceptor
São Miguel
Cidade Nova
Interceptor
Jardim União
Interceptor
Córrego Sanatório
Interceptor
São Miguel
(Varejão
Norte)
São Miguel
(Varejão
Sul)
São Miguel
(Varejão
Sul)
CA = Concreto Armado
Nd = Não Disponível
53
DIÂMETRO COMPRIMENTO MATERIAL
(mm)
(km)
400
0,4
CA
200
0,4
PVC
300
0,4
Nd
600
2,2
Nd
Tabela 3.4 - Estações Elevatórias de Recalque (EER) do Distrito de Pirapitingui
ESTAÇÃO ELEVATÓRIA
DE RECALQUE - EER
BACIA
VAZÃO
L/s
POTÊNCIA
(CV)
Altura
manométrica
(mca)
EER 09 – Cidade Nova
São Miguel
(Varejão Norte)
66
2 x 30
55
EER 10 – Novo Mundo
São Miguel
(Varejão Norte)
13
2 x 70
60
Especificamente, o sistema de esgotamento sanitário existente no Distrito de
Pirapitingui apresenta as seguintes características:
a) Área Sul (Portal do Éden, City Castelo e Village Castelo)
- Rede coletora no Portal do Eden e na City Castelo 2;
- Lançamento sem tratamento no córrego São Miguel.
b) Área Norte (Cidade Nova, Parque Novo Mundo, Jardim União, Vila Martins, Vila
Vivenda e Sanatório)
− Rede coletora e coletor tronco de DN300 e DN400, na Cidade Nova;
− Estação Elevatória de Esgotos da Cidade Nova, compreendendo 2 bombas
submersas com capacidade para recalcar 55L/s contra um desnível de 55m.
Os esgotos são revertidos para a rede coletora do Jardim União através da linha de
recalque que se desenvolve pela rua Porto Feliz até atingir o divisor de águas, no
início da rua Dr. Aníbal G. Adjute;
− Rede coletora do Parque Novo Mundo;
− Estação elevatória de esgotos do Parque Novo Mundo compreendendo duas
bombas submersíveis cada uma com capacidade para recalcar 13L/s contra um
desnível de 60m.
Os esgotos são revertidos também para a rede coletora do Jardim União, através da
linha de recalque que se desenvolve pela Avenida Contorno Oeste e pela rua Porto
Feliz até atingir o divisor de águas no início da rua Dr.Aníbal G. Adjute;
− Rede coletora de Vila Martins, Jardim União e Vila Vivenda;
− Coletor tronco do Jardim União, com diâmetro de 500mm, até o local da antiga
ETE São Miguel;
54
− Rede coletora do Sanatório e emissário final, diâmetro de 600mm ao longo, do
Córrego do Sanatório.
No Distrito de Pirapitingui, ao contrário do que ocorre na Sede municipal, os esgotos
são lançados “in natura”. Os corpos receptores são os córregos Tapera Grande e
Varejão (ou São Miguel) e seus afluentes, cursos d´água pertencentes à bacia do rio
Pirajibú.
A principal característica dos corpos d’água destas áreas de projeto é que se
constituem em cabeceiras dos córregos afluentes à margem direita do Pirajibú e,
desta forma, possuem descargas reduzidas se comparadas com o porte das
contribuições de esgotos.
O córrego Tapera Grande possui uma vazão mínima de 7 dias consecutivos (Q7,10)
na seção correspondente à confluência do córrego Monteiro de Carvalho de apenas
24,4L/s, considerando-se uma área de drenagem de 15,5km2.
Um estudo efetuado em 1999 pela FIPAI concluiu que o lançamento de uma vazão
de esgotos de 30,73L/s neste ponto correspondente à contribuição da ETE São
Miguel, prevista em fim de plano, causaria uma depleção de oxigênio nas águas do
Tapera Grande inferior ao padrão de classe 2 ao longo de todo o seu percurso até a
foz no Pirajibú, distante cerca de 35km da ETE.
Já na outra sub-bacia, córrego Varejão (ou São Miguel) com área de drenagem de
44,14km2 a vazão mínima de 7 dias consecutivos (Q7,10) na confluência do Pirajibú é
de cerca de 70L/s. Todavia, para fins de abastecimento público de Cidade Nova são
extraídos pela ETA 03, 35L/s e pela ETA 08 cerca de 70L/s , (futuramente, 155 L/s
com elevação da capacidade da ETA 08 e a desativação da ETA 03) acarretando
redução a jusante das descargas do rio e, em conseqüência, de sua capacidade de
diluição.
Entretanto, o rio Pirajibú na confluência do córrego São Miguel (ou Varejão) próximo
ao local da captação de água, a vazão mínima de 7 dias consecutivos (Q7,10) é de
382,25L/s correspondente a uma área de drenagem de uma bacia de 242,26km2. O
SAAE - Itu conta também com outorga para captação de água no Pirajibú.
Na foz do Tapera Grande situada a jusante, a área de drenagem do Pirajibú é de
375,75km2. Isto resulta em uma vazão mínima de 7 dias consecutivos Q7,10 de
591,16L/s.
Dada esta situação hidrológica desfavorável destes córregos em termos de
capacidade de diluição, já em 1995, o Departamento de Avaliação de Impacto
Ambiental - DAIA, da Coordenadoria de Planejamento Ambiental da Secretaria de
Estado do Meio Ambiente já havia solicitado, quando da análise da ETE São Miguel,
estudos quanto ao lançamento dos efluentes tratados, oriundos do Distrito de
Pirapitingui, diretamente no rio Pirajibú, após a captação de água, devido a baixa
capacidade de diluição do Tapera Grande.
O termo de ajustamento de conduta – TAC, celebrado entre o Ministério Público do
Estado de São Paulo e “Águas de Itu” em 20 de agosto de 2008 expressa no seu
55
item 10 alínea “g” que a concessionária “não poderá nos termos da
decisão proferida nos autos da Ação Civil Pública que ocorreu perante a 2ª Vara de
Itu, sob o nº 622/93, prever em seus projetos lançamento de esgoto in natura no
Rio Pirajibú e nem mesmo esgoto tratado nos Ribeirões Varejão, Tapera Grande e
Sanatório, salvo na hipótese do plano diretor de esgoto não puder tecnicamente
superar tal proibição, e, contar com a anuência e aprovação da CETESB para
proposta apresentada”.
O Rio Pirajibú, corpo receptor final dos efluentes das áreas de projeto possui
qualidade de água de abastecimento para fins de suprimento público de água
potável (IAP) em nível apenas regular, de acordo com medições bimestrais
efetuadas no Posto JIBU 02900 da Rede de Monitoramento da Qualidade da Água
da CETESB.
56
4 – ESTUDOS DEMOGRÁFICOS E PARÂMETROS TÉCNICOS UTILIZADOS NO
PLANO DIRETOR
4.1 – HORIZONTE DE PROJETO
O Plano Diretor de Esgotos de Itu prevê um horizonte de projeto de 30 anos a partir
de 2008, inicio da concessão dos serviços de água e esgotos do município pelo
Poder Concedente, o Serviço Autônomo de Água e Esgotos de Itú
4.2 - BASE CARTOGRÁFICA
Para a elaboração do Plano Diretor foi utilizada a seguinte base cartográfica
principal:
a)
Levantamento esterofotogramétrico topográfico regular do
reambulação 1971 e restituição 1973, na escala 1:50.000;
IBGE,
1965,
b) Restituição aerofotogramétrica do instituto geográfico e cartográfico – IGC, 1978,
reambulação 1978/79, na escala 1:10.000.
4.3 - BACIAS E SUB-BACIAS DE ESGOTAMENTO
4.3.1 - Bacias da Sede
Nas áreas de projeto existem três bacias principais de esgotamento, drenantes em
direção ao rio Tietê: Guaraú, Pirapitingui e Itaim-Guaçú.
4.3.1.1 - Bacia do Guarau
O córrego Guaraú é formado pelas sub-bacias do córrego do Brochado e córrego do
Taboão, além das áreas das sub bacias drenadas pelas elevatórias EER 2, 18 e 30
–Final).
O córrego do Taboão nasce próximo à rua Heróis da FEB atravessando toda a
extensão do quartel do exército. A partir deste local, o córrego encontra-se
canalizado ao longo da Av. Otaviano Pereira Mendes até a confluência do córrego
Brochado, pela margem esquerda, próximo à antiga estação ferroviária, atual sede
do SAAE de Itu.
O córrego do Brochado tem suas nascentes próximas à rua Tiradentes e
Av. das Rosas, desenvolvendo-se e margeando o antigo leito da estrada de ferro.
Na confluência do córrego Taboão e em alguns trechos a montante o córrego é
canalizado.
O córrego Guarau segue em direção ao rio Tietê, constituindo no corpo receptor do
efluente tratado da ETE – Canjica, localizado à sua margem direita, próximo à divisa
com o município de Salto.
A bacia do Guarau é a mais densa das bacias das áreas de projeto.
57
4.3.1.2 - Bacia do Pirapitingui
É a maior das bacias da área de projeto abrangendo a área sul da cidade. Contudo,
possui pouca área dentro do perímetro urbano. É formada pelos rios Pirapitingui,
Braiaiá, Gomes e seus afluentes. É o principal manancial de água da cidade.
Os esgotos da bacia são interceptados e encaminhados à 7 elevatórias localizadas
em cada uma de suas sub-bacias (EERs 00, 01, 03, 04, 05, 06, 07 e 22). A
elevatória de Ponte Nova (EER 00) recebe todos os esgotos das elevatórias da
bacia, recalcando-os à ETE Canjica.
4.3.1.3 - Bacia do Itaim-Guaçú
Esta bacia se caracteriza por abrigar a principal área de expansão da cidade.
É formada pelos córregos Itaim-Mirim e Itaim-Guaçú, em cuja confluência se
implantou uma barragem de nível para captação de água bruta para a cidade. Os
esgotos desta bacia são também recalcados à bacia do Guaraú por meio de
11 elevatórias localizadas em cada uma de suas sub-bacias (EER 08, 12, 14, 15, 16,
17, 19, 20, 21, 23 e 25)
4.3.2 - Bacias do Distrito de Pirapitingui
No Distrito de Pirapitingui existem duas bacias de esgotamento: Varejão ou São
Miguel e Tapera Grande, todas afluentes da margem direita do rio Pirajibú.
São identificadas 3 sub-bacias: São Miguel Sul, São Miguel Norte (EER 09 e EER
10) e a sub-bacia do córrego Sanatório, um dos formadores do Tapera Grande.
4.4 – ESTUDOS DEMOGRÁFICOS
4.4.1 - Introdução
Os estudos demográficos foram desenvolvidos por ocasião da elaboração do Plano
Diretor de Água de Itu recentemente concluído.
A demanda de água a ser atendida para fins de abastecimento público, base para as
estimativas dos esgotos domésticos produzidos foi calculada em conformidade com
o crescimento populacional das áreas de projeto (Anexo I.6).
Na projeção populacional de Itu, o estudo considerou que a mancha urbana possui
uma descontinuidade, resultando na formação de duas áreas urbanas distanciadas
entre si em cerca de 8km. Tais são, a Sede municipal onde reside a maior parte da
população do município e o Distrito de Pirapitingui, área em processo de grande
expansão demográfica devido à localização privilegiada onde despontam
loteamentos populares e empreendimentos imobiliários de alto padrão.
58
A evolução histórica demográfica da Sede municipal e do Distrito de Pirapitingui,
segundo o IBGE, é mostrada na Tabela 4.1 a seguir:
Tabela 4.1 - Evolução demográfica das áreas urbanas do município
Sede
Pirapitingui
Total
Ano
(hab.)
(hab.)
(hab.)
1950
16.550
77
16.627
1960
23.435
79
23514
1970
35.993
48
36.041
1980
61.908
907
62.815
1991
89.266
7.550
96.816
1996
90.539
21.467
112.006
2000
ND
ND
123.942
2007
ND
ND
135.913
De 1950 a 1991 – números estimados pelo estudo da Fundação Getúlio Vargas-IBRE
FONTE: Plano Diretor de Água – 2008 – QUIRON
A contagem populacional de 2007, realizada pelo IBGE, para todo o município de
Itú, tendo como data de referência o dia 1º de abril daquele ano, apresentou uma
população recenseada total de 146.259 habitantes, sendo 135.913 habitantes na
área urbana e 10.346 habitantes na área rural. O IBGE, nesta contagem
populacional, não diferenciou se a população urbana recenseada estava domiciliada
na Sede ou no Distrito.
4.4.2 - Projeção populacional
Segundo o Plano Diretor de Água, a população urbana total atingiu seu pico de
crescimento em 1970 e a partir de então tem havido uma tendência declinante das
taxas anuais de crescimento da população urbana (1,33% entre 2000/07), bem
como das taxas de ocupação habitante por domicílio (3,32hab/dom em 2007).
Tendo em vista a projeção populacional ao longo do período de projeto, o estudo do
Quiron considerou dados de estimativas populacionais anteriores, quais sejam:
a) Previsão populacional do estudo FGV-IBRE/2000 e do Diagnóstico do SAAE de
Itu elaborado pela Endonucleum/2001.
Este estudo apresentava uma previsão populacional com horizonte de 20 anos
estimado com base na evolução populacional da Sede e do Distrito a partir do ano
2000 até o ano de 2020.
b) Previsão populacional UNIEMP/2005
Estas previsões consideraram o horizonte de estudos até o ano de 2035, a partir do
ano de 2001, tanto para a Sede como para o Distrito.
c) Previsão SEADE/2008
59
Previsão da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados de São PauloSEADE.
Estimou a evolução da população urbana e rural até o ano de 2020 para todo o
município.
d) Previsão populacional constante na proposta da Concessão
Previsão utilizada na proposta visando a licitação de concessão dos serviços
públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário de Itu.
As estimativas populacionais foram feitas a partir de 2007 até o final do período de
concessão em 2038, referindo-se a população da Sede e do Distrito. Estas
estimativas são praticamente coincidentes com as do SEADE/2008.
4.4.3 - Projeção Populacional
O estudo da Quiron optou por adotar a curva de tendência populacional a partir dos
dados do IBGE (Censo 1991 e 2000 e Contagem 2007), o que levou a estimar uma
população no horizonte de projeto (2035) entre o previsto pelos estudos do
Endonucleum/2001 e da UNIEMP/2005.
Aplicando-se a equação da curva de tendência emergiu a seguinte previsão anual
da população urbana (Sede e Pirapitingui). Aos resultados obtidos o estudo
considerou um acréscimo de aproximadamente 5% devido à população flutuante,
estimada com base nos estudos do IBGE de 2007 que levantou os domicílios não
ocupados de uso ocasional. A Tabela 4.2 apresenta a previsão da população urbana
factível no período de 2007 a 2038.
A distribuição desta população entre a Sede do município e o Distrito de Pirapitingui
foi dificultada por falta de informações uma vez que não haviam dados populacionais
diferenciados em ambos os núcleos urbanos.
No entanto, o estudo da Quiron tomou por base as pesquisas anteriormente citadas,
que consideraram a distribuição da população urbana da Sede como variando de 80
a 65% (Distrito de Pirapitingui de 20 a 35%) do total, ao longo do período de projeto.
Conforme estas informações, a Quiron estimou os percentuais da população urbana
da sede ao longo do período de projeto, com um máximo de 80% em 2007 até um
mínimo de 65% em 2038.
60
Tabela 4.2 - Previsão Populacional Urbana Factível
Ano
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
2025
2026
2027
2028
2029
2030
2031
2032
2033
2034
2035
2036
2037
2038
Sede
(hab.)
108.725
110.196
111.663
113.130
114.600
116.076
117.562
119.060
120.574
122.105
123.660
125.240
126.847
128.485
129.654
131.130
132.602
134.070
135.536
136.999
138.460
139.917
141.372
142.825
144.275
145.723
147.170
148.613
150.055
151.495
152.933
154.370
Distrito
(hab.)
34.826
36.486
38.151
39.814
41.475
43.130
44.776
46.408
48.026
49.625
51.201
52.753
54.277
55.770
57.732
59.387
61.046
62.709
64.374
66.042
67.713
69.387
71.063
72.741
74.422
76.105
77.789
79.477
81.166
82.857
84.550
86.244
Total
(hab.)
143.551 (*)
146.682
149.814
152.944
156.075
159.206
162.338
165.468
168.600
171.730
174.861
177.993
181.124
184.255
187.386
190.517
193.648
196.779
199.910
203.041
206.173
209.304
212.435
215.566
218.697
221.828
224.959
228.090
231.221
234.352
237.483
240.614
(*) IBGE – Contagem da População em 2007, acrescido de 5% para população flutuante
4.4.4 - Densidades demográficas
As densidades demográficas das áreas de projeto foram estimadas com base no
estudo de distribuição da população na mancha urbana de acordo com as previsões
populacionais efetuadas para a Sede do município e para o Distrito de Pirapitingui,
tendo por objetivo também o Plano Diretor de Água.
Os objetivos específicos do estudo foram também estimar a distribuição das
demandas atuais de água, bem como as previstas nos anos 2015, 2025 e 2035.
61
A distribuição das demandas atuais de água foram estimadas com base
nas 221 rotas comerciais de leitura na Sede e 32 rotas no Distrito de Pirapitingui.
Desta forma, foram calculadas a média dos consumos para cada uma destas rotas,
a quantidade de economias, a localização de cada rota, bem como a população
atendida por rota.
A estimativa do crescimento populacional por rota foi estimada pela Quiron, com
base nos dados de Plano Diretor da cidade com a identificação das
áreas saturadas, áreas com tendências de verticalização, áreas do Centro Histórico,
além de investigações “in loco”.
Os desenhos nos ITU-PDE-03 A, B e C apresentados no anexo I.3, elaborados
originariamente para o Plano Diretor de Água, mostram as informações sobre as
densidades populacionais e população por rota comercial respectivamente para os
anos de 2015, 2025 e 2035 nas bacias de esgotamento.
Já o desenho ITU-PDE-03D, também no anexo I.3, apresenta a divisão da sede e do
distrito em sub-bacias de esgotamento. Tais divisões foram determinadas com
auxilio das curvas de nível, bem como pelo sentido da rede de drenagem. O termo
utilizado para distinguir cada uma das sub-bacias foi a área de influência das EER’s
nelas inseridas. No caso da não existência de uma EER, a divisão por sub-bacias foi
feita com base na drenagem natural dos esgotos para os interceptores dos córregos
do Brochado, Guaraú e Taboão (lado direito e lado esquerdo).
Também neste caso, cada uma das sub-bacias teve sua população e contribuição
estimadas pelas rotas comerciais para os anos 2008, 2015, 2025 e 2035.
O estudo da Qurion também estimou os consumos em m3/mês (L/s) para cada uma
das rotas da Sede adotando um “per carpita” de 170L/hab.dia, o coeficiente de
máxima vazão diária K1 = 1,2 e um índice de perdas de 25% no período
2015 a 2035.
4.5 – PARAMETROS BÁSICOS DE PROJETO
4.5.1 - Índice de atendimento
O índice de atendimento previsto em contrato é de 98%, que deverá ser atingido até
o 5º ano de vigência. Como o mesmo foi iniciado em 2007, esta meta deverá ser
atingida até 2012.
4.5.2 - Coeficientes K 1 e K 2 de variação de consumo
O Plano Diretor de Água fixou estes coeficientes em conformidade com dados da
literatura técnica, por não haver macro medição e telemetria na rede de distribuição
do sistema de abastecimento de água:
62
- Coeficiente do dia de maior consumo : K 1 = 1,2
- Coeficiente da hora de maior consumo : K 2 = 1,5
Estes coeficientes serão utilizados para o cálculo da rede de coleta e estações
elevatórias de rede. Entretanto, dadas as características do sistema de esgotos de
Itu onde inúmeras elevatórias estão inseridas, nos dimensionamentos das estações
de tratamento deverão ser também utilizados dados reais das vazões afluentes
medidas, visando estabelecer correlações válidas das variações entre vazões
médias, mínimas e máximas (diárias e horárias).
4.5.3 - “Per capita” efetivo
As estimativas das contribuições de esgotos foram feitas com base nas demandas
de água objeto de estimativas no Plano Diretor de Água que utilizou informações e
indicadores operacionais de Nível 1 referentes ao período de outubro/2007 a
fevereiro/2008 do sistema de abastecimento de água de Itu.
O “per capita” efetivo foi fixado no Plano Diretor de Água em 170L/hab.dia
considerando informações operacionais e comerciais da “Águas de Itu” referentes ao
mês de janeiro de 2008 (Indicadores Operacionais de Nível 1) calculado conforme
o Indicador I022 do Sistema Nacional de Informações de Saneamento–SNIS que
redundou em um “per capita” efetivo de 169,81L/hab.dia. (O consumo micro medido
no mês de janeiro de 2008 foi de 730 891m3, distribuído em 46 779 economias ou 43
594 ligações)
4.5.4 - Coeficiente de retorno
O valor clássico adotado em sistemas de esgotos é de 80% da relação média entre
os volumes de esgoto produzido e de água efetivamente consumida. Será adotado,
em principio, neste Plano Diretor.
4.5.5 - Coeficiente de Infiltração
O coeficiente considerado no Plano Diretor de Esgotos de 1991 de 0,2 L/s km
passível também de ser adotado neste estudo.
Não se incluem neste índice as contribuições clandestinas de águas pluviais na rede
de esgotos sanitários, situação aliás atualmente muito comum nas áreas de
projeto.Na ETE Canjica, há ocorrência de grandes picos de vazões, cerca de 30%,
em tempo úmido, segundo informações do corpo operacional da ETE.
4.5.6 - Densidade Média dos Coletores
Para fins de cálculo das vazões de infiltração a densidade média dos coletores foi
adotada conforme:
- Sede: 3,5m/hab;
- Distrito de Pirapitingui: 2m/hab
63
4.5.7 - Contribuição de Carga Orgânica
Será adotado o valor clássico de 54g/hab. dia para os cálculos de carga orgânica,
cujas contribuições totalizadas são apresentadas nas Tabelas 4.18 e 4.21.
4.6 – CONTRIBUIÇÕES DE ESGOTOS
Com base nos parâmetros de projeto retro descritos, as Tabelas 4.3 a 4.17
apresentam as contribuições de esgotos domésticos por bacia de esgotamento, em
termos de vazão e carga orgânica na Sede e no Distrito de Pirapitingui. Incluem
nestes valores as contribuições devidas a infiltração, bem como lançamentos
pontuais de despejos industriais.
Tabela 4.3 – Contribuição Média de Esgoto Doméstico nas Áreas de Projeto
(Sede) - Etapalização
POPULAÇÃO (hab)
BACIA
VAZÃO (L/s)
2008
2015
2025
2035
2038
2008
2015
2025
2035
2038
Guaraú
58.404
63.904
71.834
79.529
81.816
92
101
113
125
129
Pirapitingui
30.855
33.761
37.950
42.015
43.224
49
53
60
66
68
Itaim Guaçu
20.937
22.909
25.752
28.510
29.330
33
36
41
45
46
110.196 120.574 135.536 150.055 154.370
173
190
213
236
243
TOTAL
Tabela 4.4 – Contribuição Diária de Esgoto Doméstico nas Áreas de Projeto
(Sede) - Etapalização
POPULAÇÃO (hab)
BACIA
VAZÃO (L/s)
2008
2015
2025
2035
2038
2008
2015
2025
2035
2038
Guaraú
58.404
63.904
71.834
79.529
81.816
110
121
136
150
155
Pirapitingui
30.855
33.761
37.950
42.015
43.224
58
64
72
79
82
Itaim
Guaçu
20.937
22.909
25.752
28.510
29.330
40
43
49
54
55
110.196
120.574
135.536
150.055
154.370
208
228
256
283
292
TOTAL
64
Tabela 4.5 – Contribuição Horária de Esgoto Doméstico nas Áreas de Projeto
(Sede) - Etapalização
POPULAÇÃO (hab)
BACIA
VAZÃO (L/s)
2008
2015
2025
2035
2038
2008
2015
2025
2035
2038
Guaraú
58.404
63.904
71.834
79.529
81.816
165
181
204
225
232
Pirapitingui
30.855
33.761
37.950
42.015
43.224
87
96
108
119
122
Itaim Guaçu
20.937
22.909
25.752
28.510
29.330
59
65
73
81
83
TOTAL
110.196
120.574
135.536
150.055
154.370
312
342
384
425
437
Tabela 4.6 – Contribuição de Infiltração nas Áreas de Projeto (Sede) Etapalização
POPULAÇÃO (hab)
BACIA
VAZÃO (L/s)
2008
2015
2025
2035
2038
2008
2015
2025
2035
2038
Guaraú
58.404
63.904
71.834
79.529
81.816
41
45
50
56
57
Pirapitingui
30.855
33.761
37.950
42.015
43.224
22
24
27
29
30
Itaim Guaçu
20.937
22.909
25.752
28.510
29.330
15
16
18
20
21
TOTAL
110.196
120.574
135.536
150.055
154.370
77
84
95
105
108
Tabela 4.7 – Contribuição de Efluente Industrial nas Áreas de Projeto (Sede) Etapalização
VAZÃO (L/s)
BACIA
2008
2015
2025
2035
2038
11,04
12,22
13,26
14,08
14,4
Pirapitingui
-
-
-
-
-
Itaim Guaçu
-
-
-
-
-
11,04
12,22
13,26
14,08
14,4
Guaraú
TOTAL
Obs: Valores correspondentes a contribuição da Pepsico
65
Tabela 4.8 – Contribuição Média Total de Esgoto Doméstico e Efluente
Industrial nas Áreas de Projeto (Sede) - Etapalização
POPULAÇÃO (hab)
BACIA
VAZÃO (L/s)
2008
2015
2025
2035
2038
2008
2015
2025
2035
2038
Guaraú
58.404
63.904
71.834
79.529
81.816
144
158
177
195
200
Pirapitingui
30.855
33.761
37.950
42.015
43.224
70
77
86
96
98
Itaim Guaçu
20.937
22.909
25.752
28.510
29.330
48
52
59
65
67
TOTAL
110.196
120.574
135.536
150.055
154.370
262
286
321
355
365
Tabela 4.9 – Contribuição Diária Total de Esgoto Doméstico e Efluente
Industrial nas Áreas de Projeto (Sede) - Etapalização
POPULAÇÃO (hab)
BACIA
VAZÃO (L/s)
2008
2015
2025
2035
2038
2008
2015
2025
2035
2038
Guaraú
58.404
63.904
71.834
79.529
81.816
162
178
199
220
226
Pirapitingui
30.855
33.761
37.950
42.015
43.224
80
87
98
109
112
Itaim
Guaçu
20.937
22.909
25.752
28.510
29.330
54
59
67
74
76
110.196
120.574
135.536
150.055
154.370
296
324
364
403
414
TOTAL
Tabela 4.10 – Contribuição Horária Total de Esgoto Doméstico e Efluente
Industrial nas Áreas de Projeto (Sede) - Etapalização
POPULAÇÃO (hab)
BACIA
VAZÃO (L/s)
2008
2015
2025
2035
2038
2008
2015
2025
2035
2038
Guaraú
58.404
63.904
71.834
79.529
81.816
217
238
267
295
303
Pirapitingui
30.855
33.761
37.950
42.015
43.224
109
119
134
148
153
Itaim
Guaçu
20.937
22.909
25.752
28.510
29.330
74
81
91
101
104
110.196
120.574
135.536
150.055
154.370
400
438
492
544
560
TOTAL
66
Tabela 4.11 – Contribuição Média de Esgoto Doméstico nas Áreas de Projeto
(Distrito de Pirapitingui) - Etapalização
POPULAÇÃO (hab)
VAZÃO (L/s)
BACIA
2008
2015
2025
2035
2038
2008
2015
2025
2035
2038
Tapera
Grande
21.527
28.335
37.981
47.888
50.884
34
45
60
75
80
Varejão
14.959
19.691
26.393
33.278
35.360
24
31
42
52
56
TOTAL
36.486
48.026
64.374
81.166
86.244
57
76
101
128
136
Tabela 4.12 – Contribuição Diária de Esgoto Doméstico nas Áreas de Projeto
(Distrito de Pirapitingui) - Etapalização
POPULAÇÃO (hab)
VAZÃO (L/s)
BACIA
2008
2015
2025
2035
2038
2008
2015
2025
2035
2038
Tapera
Grande
21.527
28.335
37.981
47.888
50.884
41
54
72
90
96
Varejão
14.959
19.691
26.393
33.278
35.360
28
37
50
63
67
TOTAL
36.486
48.026
64.374
81.166
86.244
69
91
122
153
163
Tabela 4.13 – Contribuição Horária de Esgoto Doméstico nas Áreas de Projeto
(Distrito de Pirapitingui) - Etapalização
POPULAÇÃO (hab)
BACIA
VAZÃO (L/s)
2008
2015
2025
2035
2038
2008
2015
2025
2035
2038
Tapera
Grande
21.527
28.335
37.981
47.888
50.884
61
80
108
136
144
Varejão
14.959
19.691
26.393
33.278
35.360
42
56
75
94
100
TOTAL
36.486
48.026
64.374
81.166
86.244
103
136
182
230
244
67
Tabela 4.14 – Contribuição de Infiltração nas Áreas de Projeto (Distrito de
Pirapitingui) - Etapalização
POPULAÇÃO (hab)
BACIA
VAZÃO (L/s)
2008
2015
2025
2035
2038
2008
2015
2025
2035
2038
Tapera
Grande
21.527
28.335
37.981
47.888
50.884
9
11
15
19
20
Varejão
14.959
19.691
26.393
33.278
35.360
6
8
11
13
14
TOTAL
36.486
48.026
64.374
81.166
86.244
15
19
26
32
34
Tabela 4.15 – Contribuição Média Total de Esgoto Doméstico nas Áreas de
Projeto (Distrito de Pirapitingui) - Etapalização
POPULAÇÃO (hab)
BACIA
VAZÃO (L/s)
2008
2015
2025
2035
2038
2008
2015
2025
2035
2038
Tapera
Grande
21.527
28.335
37.981
47.888
50.884
42
56
75
95
100
Varejão
14.959
19.691
26.393
33.278
35.360
30
39
52
66
70
TOTAL
36.486
48.026
64.374
81.166
86.244
72
95
127
160
170
Tabela 4.16 – Contribuição Diária Total de Esgoto Doméstico nas Áreas de
Projeto (Distrito de Pirapitingui) - Etapalização
POPULAÇÃO (hab)
VAZÃO (L/s)
BACIA
2008
2015
2025
2035
2038
2008
2015
2025
2035
2038
Tapera
Grande
21.527
28.335
37.981
47.888
50.884
49
65
87
110
116
Varejão
14.959
19.691
26.393
33.278
35.360
34
45
60
76
81
TOTAL
36.486
48.026
64.374
81.166
86.244
84
110
147
186
197
68
Tabela 4.17 – Contribuição Horária Total de Esgoto Doméstico nas Áreas de
Projeto (Distrito de Pirapitingui) - Etapalização
POPULAÇÃO (hab)
VAZÃO (L/s)
BACIA
2008
2015
2025
2035
2038
2008
2015
2025
2035
2038
Tapera
Grande
21.527
28.335
37.981
47.888
50.884
70
92
123
155
165
Varejão
14.959
19.691
26.393
33.278
35.360
48
64
85
108
114
TOTAL
36.486
48.026
64.374
81.166
86.244
118
155
208
262
279
Tabela 4.18 – Contribuição em Carga Orgânica de Esgoto Doméstico nas Áreas
de Projeto (Sede) - Etapalização
POPULAÇÃO (hab)
BACIA
CARGA ORGÂNICA (Kg DBO/dia)
2008
2015
2025
2035
2038
2008
2015
2025
2035
2038
Guaraú
58.404
63.904
71.834
79.529
81.816
3.154
3.451
3.879
4.295
4.418
Pirapitingui
30.855
33.761
37.950
42.015
43.224
1.666
1.823
2.049
2.269
2.334
Itaim Guaçu
20.937
22.909
25.752
28.510
29.330
1.131
1.237
1.391
1.540
1.584
110.196 120.574 135.536 150.055 154.370
5.951
6.511
7.319
8.103
8.336
TOTAL
Tabela 4.19 – Contribuição em Carga Orgânica de Efluente Industrial nas Áreas
de Projeto (Sede) - Etapalização
CARGA ORGÂNICA (Kg DBO/dia)
BACIA
2008
2015
2025
2035
2038
310
343
372
395
404
Pirapitingui
0
0
0
0
0
Itaim Guaçu
0
0
0
0
0
310
343
372
395
404
Guaraú
TOTAL
Obs: 1- DBO(5) = 325 mg/L
2- Valores correspondentes a contribuição da Pepsico
69
Tabela 4.20 – Contribuição em Carga Orgânica Total de Esgoto Doméstico e
Efluente Industrial nas Áreas de Projeto (Sede) - Etapalização
CARGA ORGÂNICA (Kg DBO/dia)
BACIA
2008
2015
2025
2035
2038
Guaraú
3.464
3.794
4.251
4.690
4.822
Pirapitingui
1.666
1.823
2.049
2.269
2.334
Itaim Guaçu
1.131
1.237
1.391
1.540
1.584
6.261
6.854
7.691
8.498
8.740
TOTAL
Tabela 4.21 - Contribuição em Carga Orgânica de Esgoto Doméstico nas Áreas
de Projeto (Distrito de Pirapitingui) - Etapalização
POPULAÇÃO (hab)
BACIA
CARGA ORGÂNICA (KgDBO/dia)
2008
2015
2025
2035
2038
2008
2015
2025
2035
2038
Tapera
Grande
21.527
28.335
37.981
47.888
50.884
1.162
1.530
2.051
2.586
2.748
Varejão
14.959
19.691
26.393
33.278
35.360
808
1.063
1.425
1.797
1.909
36.486
48.026
64.374
81.166
86.244
1.970
2.593
3.476
4.383
4.657
TOTAL
70
ANEXOS – VOLUME I
I.1 - ITU-PDE-01: MAPA DE LOCALIZAÇÃO DO MUNICIPIO DE ITU E BACIA
HIDROGRÁFICA TIETÊ/SOROCABA (IGRHI-10)
I.2 - ITU-PDE-02: BACIAS HIDROGRÁFICAS E PERÍMETRO URBANO
I.3 - ITU-PDE-03: A/B/C/D DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO EM 2015/2025/2035 (DIVISÃO
POR BACIAS E SUB-BACIAS)
I.4A - ITU-PDE-04A: SEDE MUNICIPAL - EMISSÁRIOS/INTERCEPTORES/COLETORES
TRONCO, LINHAS DE RECALQUE E ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ESGOTO (SISTEMA
EXISTENTE)
I.4B - ITU-PDE-04B:DISTRITO DE PIRAPITINGUIEMISSÁRIOS/INTERCEPTORES/COLETORES TRONCO, LINHAS DE RECALQUE E
ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ESGOTO (SISTEMA EXISTENTE)
I.5 - ITU-PDE-05: PLANTA GERAL DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTOS
(SISTEMA EXISTENTE) - ETE-CANJICA
I.6 - PREVISÃO POPULACIONAL E ESTIMATIVA DE DEMANDA DE ÁGUA (RELATÓRIO
1.1) E ESTUDO DE DEMANDAS POR ROTA COMERCIAL (RELATÓRIO 2.1) – QUIRON
SERVIÇOS DE ENGENHARIA/2008
71
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