Jesus é condenado à morte

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PARÓQUIA SÃO FRANCISCO XAVIER
VIA-SACRA
Autor:
Pe. Juan Antonio Ruiz de Gopegui, SJ
Primeira estação: Jesus é condenado à morte
Refrão: Ó Cristo, Senhor Jesus, ó Cristo, Senhor Jesus!
- Sexta feira santa. Fazemos a memória da tua paixão
enquanto acompanhamos teu corpo a caminho do
sepulcro, como o fizemos tantas vezes com nossos
seres queridos. Ruminando na memória e procurando
entender os momentos da vida que levaram ao triste
desenlace. Ajuda-nos, Senhor Jesus, a entender o
sentido de tua morte iluminando as nossas.
Condenaram-te à morte. Por que, Senhor? Podes
dizer-nos como te sentiste? Queremos escutar-te.
[Jesus] Eu também fiz a pergunta ao meu Pai.
Condenaram-me por ter chegado perto dos doentes,
dos pobres e dos pecadores? O foi porque não pude
curar a todos e preferi caminhar com eles, carregando
e compartilhando seus sofrimentos? Por acaso tu
podes responder-lhes meu Pai?
Ou talvez porque lhes mostrei que o teu templo santo
são teus filhos, os inúmeros irmãos que me destes, e
chamaram isso de blasfêmia?
Tu sabes, Pai, que o fiz para que resplandecesse o teu
nome Santo, para que entendessem que queres ser Pai
de todos antes que Senhor de uns poucos, e que a
adoração que preferes é que todos teus filhos vivam.
Para sempre.
Refrão: A misericórdia do Senhor, sempre, sempre cantarei
Segunda estação: Jesus toma nos ombros a cruz
Refrão: Ó Cristo, Senhor Jesus, ó Cristo, Senhor Jesus!
- Não te amedrontou Senhor,a figura ignominiosa da
cruz, instrumento de tortura para os piores criminais?
[Jesus]-A cruz já me era conhecida. Sua sombra se
cruzou muitas vezes na minha vida. Quando vi o
sofrimento dos pequenos, dos doentes marginalizados
e declarados impuros pela religião, impedidos de se
aproximar de Deus. E tudo isso - diziam - “em nome
da Lei da Aliança” que meu Pai tinha dado para unir e
reconciliar. Comecei a compreender por que os
profetas tinham sido perseguidos e assassinados!
Abracei a cruz quando acolhi os pecadores e os
publicanos e os chamei a serem meus discípulos.
Quando declarei que as prostitutas - no Reino de Deus
que se aproximava - passariam na frente dos que,
confiando na própria justiça, desprezavam os
pecadores que se acolhiam à misericórdia do meu Pai.
- Obrigado, Senhor, tua cruz nos transforma e nos
salva. Obrigado por nos ensinar com teu exemplo a
nos gloriar na tu cruz. A fazer nossa a cruz, tremenda e
assustadora, de tantos irmãos e irmãs e assim fazer a
experiência de que teu jugo se torna suave quando
esquecendo nossos sofrimentos carregamos contigo a
cruz dos irmãos.
Refrão: A misericórdia do Senhor, sempre, sempre cantarei!
Terceira estação: Jesus cai por terra.
Refrão: Ó Cristo, Senhor Jesus, ó Cristo, Senhor Jesus!
“Ele foi esmagado por causa de nossos crimes”, lemos
no livro de Isaías (53,5).
- Como compreender que Tu, Senhor Jesus, o Filho do
Todo-poderoso, tenhas caído por terra! Onde está o
poder de Deus?
[Jesus] Cair faz parte da condição humana. Como todo
ser humano tive que aprender isso aprendendo
convosco a viver. Cai a criança, e, ao ser levantada
pelos braços da mãe, vai aprendendo que precisamos
socorrer-nos uns dos outros e que Deus só pode e
mostrar-lhe seu carinho mediante o gesto materno.
Triste é cair por terra e não ter quem nos levante.
E sentir-se abandonado por Deus quando Deus não
encontra mãos humanas para nos socorrer!
No chão eu me senti mais perto de tantos irmãos em
situações semelhantes.
Refrão: A misericórdia do Senhor, sempre, sempre cantarei!
Quarta estação: Jesus se encontra com sua Mãe
Refrão: Ó Cristo, Senhor Jesus, ó Cristo, Senhor Jesus!
- Estás em pé de novo, Senhor Jesus, carregando a
cruz. Decidido a caminhar, mesmo quando és
abandonado de todos.
Mas de pronto um olhar se cruza com teu olhar.
E no olhar compassivo da Mãe vês a ternura do Pai
que não te abandona. Vês o Pai sofrendo contigo,
chorando nas lagrimas de Maria. Mistério divino que
supera toda compreensão humana: Deus sofrendo e
chorando no sofrimento de todos nós!
[Jesus] Sim meus irmãos. Eu também fiquei
surpreendido ao ver nos olhos maternos de Maria a
ternura do olhar de Deus. Em Maria, o Pai, que só
pode socorrer os mortais mediante mãos humanas,
encontrava um último refúgio para me manifestar sua
presença.
Escutai e aprendei de Maria os que buscais o auxílio
de Deus: o descobrireis nas mãos compassivas
dispostas a ajudar-vos, no olhar de quantos façam de
vossas dores as suas dores.
Refrão: A misericórdia do Senhor, sempre, sempre cantarei!
Quinta estação: Simão Cirineu é obrigado a carregar a cruz.
Refrão: Ó Cristo, Senhor Jesus, ó Cristo, Senhor Jesus!
- Foi a compaixão ou foi o temor de que não
chegasses ao lugar da execução o que moveu os
verdugos a angariar a ajuda de Simão de Cirene para
carregar a cruz?
Em todo caso ele recebeu o prêmio de te seguir
carregando a cruz. Seu nome é mencionado pelos
narradores da paixão como sendo o pai de Alexandre
e Rufo certamente membros da comunidade cristã.
Seu nome passou a denominar quantos ajudam a
carregar as cruzes dos pequenos. Cireneus queremos
ser todos nós por teu amor.
[Jesus] Agora, nesta noite de sexta feira santa do ano
2012, eu, Jesus, quero agradecer-vos a todos os que
aliviais o peso, as vezes quase insuportável, das cruzes
que carrego nos meus irmãos. São tantos! Nos
hospitais, nas ruas, nas prisões…
No desespero, muitos culpam a alguém, que chamam
Deus, por tão grandes sofrimentos. Não o fariam se
vislumbrassem o verdadeiro Rosto divino no
semblante dilacerado de meus irmãos e irmãs.
Refrão: A misericórdia do Senhor, sempre, sempre cantarei!
Sexta estação: Verônica enxuga o rosto de Jesus
Refrão: Ó Cristo, Senhor Jesus, ó Cristo, Senhor Jesus!
- A cena não está nos escritos evangélicos. A piedade
popular retrata, na lenda, a experiência tantas vezes
repetida de enxugar o rosto ensanguentado dos
feridos, o rosto aflito dos moribundos, o rostinho
assustado e banhado em lágrimas dos nenês indefesos
e vislumbrar aí o teu rosto.
A recompensa não demora em chegar. A cada gesto de
compaixão a imagem de teu rosto vai se imprimindo
mais e mais em nossas almas.
[Jesus] A lenda estava nas Escrituras, sim! Ela
recolhe palavras minhas fazendo-se carne uma e outra
vez em vossas vidas: “Estava nu, e me vestistes;
adoeci, e me visitastes; estive na prisão, e fostes me
ver… Em verdade vos digo que quando o fizestes a um
destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.”
Refrão: A misericórdia do Senhor, sempre, sempre cantarei!
Sétima estação: Jesus cai de novo.
Refrão: Ó Cristo, Senhor Jesus, ó Cristo, Senhor Jesus!
- De novo no chão! Como foi possível que não
houvesse ninguém para o impedir? Não estavam lá
por perto os líderes da religião, os arautos da lei, com
os seus mandamentos escritos nas franjas das suas
vestes?
Como é possível, Senhor, que continues caindo,
também hoje, quando tantos invocam teu nome e o
gravam ostensivamente em suas vestes e em seus
veículos!
[Jesus] É possível, sim, e continuarei caindo enquanto
não aprendais o que eu disse: “Aprendei o que
significa: Misericórdia quero, e não sacrifício. Porque
eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao
arrependimento” [Mat 9:13]. Já meu Pai o tinha
predito por boca dos profetas e eu o escutei dos lábios
de Maria e de José: “Rasguem o coração e não as
vestes” ou ainda “o jejum que eu quero na é este:
partilhar o pão com o faminto, albergar os pobres sem
abrigo, cobrir o que está nu!”.
Refrão: A misericórdia do Senhor, sempre, sempre cantarei!
Oitava estação: As mulheres de Jerusalém lamentam o sofrimento de
Jesus
Refrão: Ó Cristo, Senhor Jesus, ó Cristo,Senhor Jesus!
- Unidos às mulheres de Jerusalém daquela primeira
sexta feira santa lamentamos teu sofrimento em
tantos de nossos irmãos: doentes, sem teto, sem lar,
sem carinho, órfãos de pais e de amor.
[Jesus] “Filhas de Jerusalém, não choreis por mim;
chorai, antes, por vós e por vossos filhos”, disse-lhes eu
naquele dia às mulheres que se compadeciam comigo.
A vós que já chorais - e tanto! - por vós e por vossos
filhos vos lembrarei apenas que chorando por eles
chorais por mim e por meu Pai que sofremos neles e
com eles. Tornai-vos mensageiros da boa notícia de
que Deus não é o grã-senhor que imaginais, zeloso de
ser adorado e glorificado, pronto para condenar aos
que não se curvam diante da sua majestade. A glória
de meu Pai é que todos os seus filhos vivam. E vivam
com dignidade! Não choreis por mim, chorai por eles.
Refrão: A misericórdia do Senhor, sempre, sempre cantarei!
Nona estação: Jesus cai pela terceira vez
Refrão: Ó Cristo, Senhor Jesus, ó Cristo, Senhor Jesus!
- Por terceira vez caíste. Após as grandes guerras do
século passado e do holocausto do povo judeu
pensávamos que a humanidade teria aprendido a lição
e nunca coisa semelhante voltaria a acontecer. E estão
acontecendo coisas piores. Houve uma segunda e uma
terceira guerra e novos holocaustos e genocídios.
Senhor, foi por isso que caístes por terceira vez?
[Jesus] Ao cair lembrei-me do que vos tinha dito:
“Asseguro-vos que, se o grão de trigo caído na terra
não morrer, ficará só; se morrer dará muito fruto”(Jo
12, 24). Hoje talvez possa responder vossa pergunta e
tirar vossa perplexidade lembrando-vos algo que eu
aprendi com dor no coração vendo o sofrimento de
tantos irmãos: “É preciso passar pela morte para
ressuscitar. Negar-se a si mesmo para que o irmão
viva. Encontrar a verdadeira vida na vida do irmão”.
Isto vale para as pessoas, para os povos, e também
para as religiões quando se afirmam enfrentando-se
umas as outras.
Refrão: A misericórdia do Senhor, sempre, sempre cantarei!
Décima estação: Jesus é despojado de suas vestes
Refrão: Ó Cristo, Senhor Jesus, ó Cristo, Senhor Jesus!
- “O Senhor Jesus Cristo despojou-se a si mesmo...
fez-se obediente até a morte e morte de cruz,” nos
lembra vosso discípulo apaixonado Paulo de Tarso.
Despojado de tudo quiseste morrer. Até das vestes,
que são o reflexo de nossa imagem interior.
Despojado das vestes Tu, que no batismo nos revestes
da tua imagem pelo dom do Espírito!
[Jesus] Eu vos revesti da minha imagem, que é a
imagem do Pai para que despojando-vos de todo
privilégio vistais os outros. Para que aprendais a ser
uma Igreja que não vive para si mesma, mas para os
outros. Uma Igreja “sacramento, sinal e instrumento,
do amor de Deus a toda a humanidade”, disseram
num momento de lucidez os bispos reunidos em
Concílio.
E agora, cinquenta anos após o Concílio, estais vendo
como é difícil despojar-se das vestes, quando elas
deixam de ser reflexo da simplicidade evangélica e se
tornam sinais de ostentação e de poder! “Convertei-
vos à boa nova!” - recordei-vos, uma e outra vez,
nesta quaresma!
Refrão: A misericórdia do Senhor, sempre, sempre cantarei!
Décima primeira estação: Jesus é pregado na cruz
Refrão: Ó Cristo, Senhor Jesus, ó Cristo, Senhor Jesus!
- “Quando for levantado sobre a terra atrairei todos a
mim”, disseste. (João 12, 32).
Difícil de acreditar! Um condenado a morte, no
horrendo suplicio da cruz, “desprezado, o mais
rejeitado entre os homens, de quem todos escondiam
o rosto”, atraindo a sim a humanidade sedenta de
glória! Atraindo a si homens e mulheres que desde a
antiguidades se projetaram no Olimpo, morada
sublime de deuses e deusas, modelos de beleza de
fascínio e de poder!
[Jesus] O evangelista João estava no certo. Difícil de
acreditar, sim. Mas ele vos deixou a chave para
compreender isso. “Deus é amor” disse ele. E no vosso
mundo, esse mundo dilacerado, do qual muitos
afastam o olhar para poder dormir tranquilos o
continuar a orgia da vida, a imagem reveladora de
Deus, um Deus que é amor para todos, não pode ser
outra que a de um homem tomando sobre si as dores,
as angústias, os sofrimentos de todos. A glória do meu
Pai não podia irradiar a não ser da minha cruz.
Refrão: A misericórdia do Senhor, sempre, sempre cantarei!
Décima segunda estação: Jesus morre na cruz
Refrão: Ó Cristo, Senhor Jesus, ó Cristo, Senhor Jesus!
- “Pai, em tuas mãos entrego o meu Espírito” gritaste
no último suspiro. E o véu do Templo - o Templo que
disseste ser teu corpo - se rasgou ao meio. E se abre
para nós “um novo e vivo caminho através da cortina
que é teu corpo”, lembra-nos a carta aos hebreus (10,19).
As trevas cobriram a terra em luto por tua morte que
ilumina nossas trevas e nos permite, cada noite, rezar
contigo: “Nós te louvamos, Pai, pelos dons
do crepúsculo e do anoitecer sobre a terra,
prenunciando o mistério da morte, que conduz ao dia
sem fim. Nas tuas mãos descansamos seguros, em
sono tranquilo renovas nossas forças. Dá ao teu povo
ânimo para acordar no teu amor, Senhor vigilante”.
Paradoxalmente, o assustador silêncio da Palavra
(após teu grito derradeiro) liberta as aragens
renovadoras do Espírito, fazendo das pobres palavras
dos teus seguidores, presença do eloquente poder da
mensagem da cruz, chegando aos quatro cantos do
mundo.
Refrão: A misericórdia do Senhor, sempre, sempre cantarei!
Décima terceira estação: Jesus é descido da cruz
Refrão: Ó Cristo, Senhor Jesus, ó Cristo, Senhor Jesus!
- “Lamentarão sua morte, como se chora por um filho
primogênito”. (Zacarias 12,10).
Descido da cruz por mãos caridosas de amigos
corajosos, teu corpo volta ao regaço materno que te
abrigara na aurora da vida. Inerte e frio como todos os
mortos não podes retribuir à mãe o olhar banhado em
lágrimas que te envolve em manto de ternura.
Mudo, como todos os mortos, não podes dirigir-nos
uma última palavra. Permite-nos, movidos pela
imagem de teu corpo ensanguentado nos braços
maternos, dirigir-te uma última súplica: Que tua Mãe
inspire a todos nós - tua Igreja - os caminhos para
acolher nos braços a humanidade dilacerada e
dolorida que Tu, obediente até a morte, quiseste
restaurar e reunir, assumindo em teu corpo suas
feridas, para a reconciliação de todos entre si e com o
teu Pai e nosso Pai.
Refrão: A misericórdia do Senhor, sempre, sempre cantarei!
Décima quarta estação: Jesus é colocado no sepulcro
Refrão: Ó Cristo, Senhor Jesus, ó Cristo, Senhor Jesus!
- “Para a mansão triste dos mortos descerei”
(Isaías 38, 10).
Do silêncio triste do teu sepulcro chega até nos o eco
das palavras do salmo que tantas vezes recitaste:
[Jesus]“Bendigo ao Senhor por me ter aconselhado. Até
de noite me inspira interiormente. O Senhor está
sempre em minha presença. Com Ele ao seu lado não
vacilarei. Por isso meu coração se alegra e a minha
alma exulta e até meu corpo descansa tranquilo. Vós
não deixareis minha alma na mansão dos mortos nem
deixareis o vosso fiel sofrer a corrupção”. [Do Salmo 15].
- Diante do sepulcro do teu filho, Senhor Deus, nosso
Pai, nós te pedimos que faças chegar até nós a voz do
teu mensageiro, o jovem de vestes brancas sentado a
direita do túmulo, das narrativas evangélicas:
”Jesus ressuscitou. Não o busqueis no sepulcro. Ele
vos precede na Galileia”, na comunidade que
rememora sua caminhada terrena, convocando e
reunindo os discípulos, conduzindo-os às fontes da
vida, como o pastor conduz o seu rebanho.
Refrão: A misericórdia do Senhor, sempre, sempre cantarei!
Décima quinta estação: Jesus ressuscita e vence a Morte
Refrão: Ó Cristo, Senhor Jesus, ó Cristo, Senhor Jesus!
- ”Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver na terra
dos viventes” (Salmo 26, v.10).
Terminaremos a memória do teu caminho da Cruz
em vigília de oração, no recolhimento do sábado
santo, que já começou com o pôr do sol desta sexta
feira santa. O sábado mais solene, para os judeus.
Esperado como se espera uma noiva.
Assim o teu povo aguardava o sábado.
Assim tua Igreja, na vigília pascal, espera o Domingo
mais solene. Como se espera o Esposo.
Para celebrar, solenemente,
a tua e a nossa passagem da morte para a vida.
Vigília Pascal. Novo nascimento dos irmãos e irmãs
que escolheste para os sacramentos da iniciação
cristã, os sacramentos pascais! Memória e renovação
dos sacramentos pascais de todos nós.
Esperança de vida nova para toda a criação.
A boa nova do mensageiro do teu sepulcro estendida
às sepulturas de todos nossos seres queridos! “Não os
busqueis aí. Estão com o Senhor ressuscitado, na
comunidade dos eleitos e em comunhão convosco!”
Refrão: A misericórdia do Senhor, sempre, sempre cantarei!
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