A RESPOSTA DA FREQUÊNCIA CARDÍACA E PRESSÃO

Propaganda
Pró-Reitoria de Graduação
Curso de Educação Física
Trabalho de Conclusão de curso
TR
A RESPOSTA DA FREQUÊNCIA
CARDÍACA E PRESSÃO
Tr
ARTERIAL DE ATLETAS ATIVOS PRATICANDO O
Conclusão de Curso
MOUNTAIN Trabalho
BIKE DE de
ENDURANCE
Autor: Bruna Borges Figueiredo
Orientador (a): Pro f. Dr. Francisco José Andriotti Prada
Brasília - DF
2011
BRUNA BORGES FIGUEIREDO
A RESPOSTA DA FREQUÊNCIA CARDÍACA E PRESSÃO ARTERIAL DE
ATLETAS ATIVOS PRATICANDO O MOUNTAIN BIKE DE ENDURANCE
Artigo apresentado ao curso de graduação em
Educação Física da Universidade Católica de
Brasília como requisito para a obtenção do
título de Graduado em Educação Física.
Orientador (a): Prof. Dr. Francisco José
Andriotti Prada
Brasília - DF
2011
Artigo de autoria Bruna Borges Figueiredo, intitulado “A RESPOSTA DA
FREQUÊNCIA CARDÍACA E PRESSÃO ARTERIAL DE ATLETAS ATIVOS
PRATICANDO O MOUNTAIN BIKE DE ENDURANCE” apresentado como requisito
parcial para obtenção do grau de Bacharel em Educação Física da Universidade
Católica de Brasília, em 24 de Novembro de 2011, defendido e aprovado pela
banca examinadora abaixo assinada:
Prof. Dr. Francisco José Andriotti Prada
Orientador
Avaliador profa. Dra. Carmem Silvia Campbell
BRASÍLIA
2011
AGRADECIMENTO
Em primeiro lugar, um agradecimento especial ao Prof. Dr. Francisco José
Andriotti Prada meu orientador, por todo apoio, paciência, amizade e dedicação ao longo
desse trabalho. Obrigada por toda ajuda e incentivo. Agradeço por disponibilizar seu tempo e
conhecimento para enriquecer e contribuir com minha formação acadêmica.
Aos meus pais, pela oportunidade e respeito de escolha diante meu objetivo
profissional. Obrigada!
Aos meus colegas e amigos: Nilton Bezerra; Marcus Vinícius; Juliana Alves e
Altieres Tavares.
A todas as pessoas que, direta ou
indiretamente, tornaram esse trabalho possível.
A RESPOSTA DA FREQUÊNCIA CARDÍACA E PRESSÃO ARTERIAL DE
ATLETAS ATIVOS PRATICANDO O MOUNTAIN BIKE DE ENDURANCE
BRUNA BORGES FIGUEIREDO
Resumo: O mountain bike (MTB) é um esporte de grande dispêndio energético devido a
fatores ambientais como a variação da altimetria e terreno irregular. Neste sentido, aspectos
fisiológicos são utilizados para quantificar a intensidade imposta pelo organismo para a
realização do esforço físico. Objetivo: Investigar os efeitos agudos do exercício físico na
pressão arterial (PA) e frequência cardíaca (FC) durante uma prova de 110 km de MTB de
mountain bikers ativos. Métodos: A amostra foi do tipo não probabilística intencional, sendo
realizado com sete praticantes recreativos de MTB, com média de idade igual a 27,8 ± 6,4
anos, praticantes de MTB do Distrito Federal, sendo seis sujeitos do sexo masculino e um
sujeito do sexo feminino. A prova foi realizada entre Santo Antônio do Descoberto - GO e
Pirenópolis totalizando 110 km. A análise dos dados foi feita por meio de estatística
descritiva, com media ± desvio padrão, e com p ≤ 0,05, utilizando a ANOVA two way.
Resultados: Observou-se que variação da PA e FC foram significantes no segundo ponto de
apoio (PAP 2) , após a saída do repouso. A pressão arterial sistólica (PAS) e FC aumentaram
em maior proporção quando comparados à pressão arterial diastólica (PAD), que pouco
variou durante a prova. Conclusão: Verificamos as diferenças na PA e FC após o repouso a
qual se manteve significativa durante toda a prova. A FC obteve comportamento constante
durante todo o evento, não ultrapassando os 80% da FCmáx, quantificando a intensidade do
exercício no limiar aeróbio durante a prova.
Palavras-chave: Mountain bike; pressão arterial; frequência cardíaca.
Introdução
Dentre as modalidades do ciclismo, o mountain bike (MTB) apresentam
variações de terreno que o que qualifica como um esporte de grande dispêndio
energético. Formado por trechos estreitos (singles tracks), erosões, valas, cascalho,
poeira e percurso pré-determinado (PFEIFFER e KRONISH, 1995).
A modalidade mais disputada no MTB é o cross-country (XCO) composto por
percurso fechado com curta quilometragem e quantidade de voltas determinadas.
Essa, porém não é a única forma de se praticar o MTB. O MTB de maratona (XCM)
possui percurso longo e leva de um ponto a outro, que pode ser ou não o mesmo do
início da prova. Sendo no mesmo ponto, você só dá uma volta e é praticamente uma
viagem por trilhas e estradas de terra. Quando o percurso é bem longo, pode ser
chamado também de Maratona.
Fatores ambientais como a variação da altimetria e terreno com trechos
técnicos, exigem do praticante grande demanda energética. Neste sentido, alguns
aspectos fisiológicos são utilizados para descrever e quantificar a intensidade
imposta pelo organismo para a realização do esforço físico. Na literatura recente,
existe um grande interesse em quantificar a exigência fisiológica de provas de
endurance, como as de ciclismo de rua (LUCÍA et al., 1999; PADILLA et al., 2000;
2001; FERNÁNDEZ-GARCÍA et al., 2000; VOGT et al., 2006), mountain bike
(IMPELLIZERI et al.,2002; STAPELFELDT et al., 2004) e bicicross (HANSEN et al.,
1999). Nos últimos anos, alguns estudos vêm tentando comparar as respostas
fisiológicas relacionadas ao desempenho, entre ciclistas de estrada e mountain bike,
no entanto, há um déficit em estudos com ciclistas ativos e MTB endurance.
Para determinação da demanda fisiológica durante o exercício é comumente
utilizada a simples resposta da frequência cardíaca (FC). Por ser uma abordagem de
baixo custo e de fácil medida, a resposta da FC representa um fator de análise
fisiológica por estar diretamente relacionada ao consumo máximo de oxigênio e pela
oxigenação músculo esquelética. A relação entre essas variáveis durante o esforço
pode ser utilizada para quantificar a intensidade imposta ao organismo para manter
o steady-state durante atividades prolongadas como o endurance. De acordo com
POLITO e FARINATTI, (2003) a frequência cardíaca reflete a quantidade de trabalho
que o coração deve realizar para satisfazer as demandas metabólicas quando
iniciada a atividade física. Como pode ser considerada de fácil medida, a FC é um
dos indicadores de intensidade de esforço frequentemente usados em esportes
como o ciclismo (BOULAY, 1995). Assim, os monitores de FC aparecem como uma
opção acessível e uma ferramenta muito útil em esportes de capacidade aeróbia. A
determinação da resposta de FC dos ciclistas durante as provas de XCO torna-se
uma referência importante para técnicos e treinadores, na tentativa de quantificar o
esforço dos treinos de acordo com a exigência da competição.
Outro fator importante a ser destacado em exercícios cíclicos, é a ocorrência
de maior volume sanguíneo no ventrículo esquerdo, sendo as respostas cardíacas
proporcionais à intensidade e à massa muscular envolvida na atividade. Segundo
POLITO; FARINATTI (2003) nos exercícios contínuos, a FC e pressão arterial (PA)
aumentam paralelamente com a intensidade do esforço.
O exercício físico provoca uma série de respostas fisiológicas promovendo
adaptações cardiovasculares e respiratórias. Para manter a homeostasia e adaptar
as demandas impostas, o corpo humano sofre adaptações entre elas o incremento
das demandas metabólicas. Há aumento no débito cardíaco, redistribuição no fluxo
sanguíneo e elevação da perfusão circulatória para os músculos em atividade, e a
pressão arterial sistólica (PAS) aumenta diretamente na proporção do aumento do
débito cardíaco. A exigência física demanda um aumento da PA durante o esforço, e
em contrapartida uma redução no término do exercício físico. O aumento na pressão
sistólica de aproximadamente 80mmHg (ROBERGS e ROBERTS, 2002).
Na tentativa de compreender os efeitos agudos do exercício físico na pressão
arterial e frequência cardíaca, o presente estudo abordou a intensidade de uma
prova de 110 km de MTB através de aspectos fisiológicos, como o comportamento
da pressão arterial e da frequência cardíaca de mountain bikers ativos.
MATERIAL E MÉTODOS
AMOSTRA
A amostra foi do tipo não probabilística intencional, sendo realizado com sete
praticantes recreativos de MTB, a partir de contatos prévios via telefone, correio
eletrônico e encontros recreativos para a prática de mountain bike. A amostra foi
composta por sete sujeitos com media de idade igual a 27,8 ± 6,4 anos, praticantes
de mountain bike do Distrito Federal, sendo seis sujeitos do sexo masculino e um
sujeito do sexo feminino.
INSTRUMENTO
Para mensuração do peso corporal foi utilizada uma
balança de
bioimpedância (modelo SF751B – AVANUTRI, com precisão de 0,1 kg) e
constituída por um sistema de quatro sensores capazes de verificar, o peso, % de
gordura corporal, massa magra, densidade óssea, quantidade de água corporal e
calorias, e para mensuração da estatura, foi utilizado um estadiômetro (marca
Filizola modelo 67031, Country Tecnology Inc, Gays Mills, WI com precisão de 1
mm). Para determinação da pressão arterial, foi utilizado um esfigmomanômetro
aneróide (marca PREMIUM com dimensões de braçadeira 145 x 530 x 10 mm e de
manômetro 52 x 98 x 35,5 mm) e um estetoscópio (marca PREMIUM), para
mensuração da pressão arterial. E para verificação da frequência cardíaca utilizouse um frequêncimetro (marca Polar®, modelo S610i).
PROCEDIMENTOS
Os praticantes foram avaliados durante a cicloviagem de Santo Antônio do
Descoberto (GO) à Pirenópolis (GO) evento organizado pelo grupo de mountain
bikers “Rebas do Cerrado” do Distrito Federal, evento denominado: Superando
Limites. Auxiliares da pesquisa responsáveis individualmente pelos atletas aferiram e
registraram os dados fisiológicos avaliados nesse estudo.
A largada aconteceu na cidade de Santo Antônio do Descoberto – GO, onde
dez minutos antes de iniciar a prova, uma cinta foi fixada no tronco dos participantes
para captar o sinal elétrico do coração e retransmiti-lo para o monitor fixado no
punho do indivíduo (Polar S610i, Polar Electro OY, Finlândia). Os dados foram
armazenados no monitor cardíaco durante toda a prova e posteriormente
analisados em um computador utilizando o programa software MICROCAL ORIGIN,
(versão 7.5).
Os dados foram obtidos em quatro pontos de apoio pré divulgados pela
organização do evento, no qual foram aferidos PA e FC. Em cada ponto os
participantes avaliados nesse estudo contaram com voluntários participantes da
pesquisa, todos estudantes do curso de Educação Física da Universidade Católica
de Brasília e habilitados para essas aferições.
A organização do evento determinou quatro pontos de apoio (PAP) no
decorrer da prova (110 km). O Ponto de Apoio 1 (PAP1) – 0 km largada ; o PAP2 –
39,7km; PAP3 – 60 km ; PAP4 - 75,8 km e o PAP5 – 110 km , sendo a chegada do
evento também usada como último ponto de aferição e encerramento dos registros
fisiológicos. Os dados serão posteriormente transferidos para o computador do para
análise dos dados.
Foi realizada a avaliação inicial dos sujeitos em repouso, sendo essa a no Km
zero, denominado como ponto de largada pela organização do evento. Registrou-se
a PA, FC, peso corpóreo, assim como a mensuração da altura e verificação da idade
de cada indivíduo participante da amostra.
A cicloviagem foi realizada entre Santo Antônio do Descoberto - GO e
Pirenópolis – GO no dia 21 de agosto de 2011, totalizando 110 km.
ANÁLISE ESTATÍSTICA
A análise dos dados foi feita por meio de estatística descritiva, com media ±
desvio padrão, e com p ≤ 0,05, utilizando para tanto a ANOVA two way o programa
software MICROCAL ORIGIN, (versão 7.5).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A cicloviagem foi realizada entre as cidades de Santo Antônio do Descoberto
– GO e Pirenópolis – GO, com um percurso de 110 km. A cicloviagem teve início
ás 8h, horário de Brasília com largada na cidade de Santo Antônio do Descoberto,
e teve seu término no período noturno exatamente às 20h na cidade de Pirenópolis
– GO.Os indivíduos foram pesados e os dados antropométricos foram : média de
idade 27,8 ± 6,4 anos ;peso corpóreo 78,4 ± 13,5 e IMC 24,74.
As características gerais da variação de freqüência cardíaca e pressão arterial
dos atletas de mountain bike estão demonstradas abaixo, no gráfico 1.
PA SISTÓLICA
PA DIASTÓLICA
FREQUENCIA CARDÍACA
220
200
-1
Pressão Arterial (mmHg )/
Frequencia cardíaca (BPM)
180
*
160

140
120

*
100
*

80
60
40
20
0
Repouso
39,7km
65,7km
110 km
Gráfico 1 – mostra da PA sistólica, PA diastólica e FC nas distâncias aferidas da
prova. (*) Diferença significativa de p ≤ 0,05, em relação ao Repouso. (β) Diferença
significativa de p ≤ 0,05, em relação a distancia de 39,7 km.
Observou-se que variação da pressão arterial (PA) e frequência cardíaca (FC)
foram mais elevadas significativamente no PAP 2, como era esperado, pois essa
aferição foi realizada logo após a saída da situação de repouso. Ao sair da
homeostase, o exercício físico implica um aumento instantâneo da demanda
energética da musculatura exercitada a fim de suprir as novas demandas
metabólicas. Assim várias adaptações fisiológicas são necessárias, dentre elas, os
ajustes nos sistemas autonômico, cardiopulmonar e metabólico, onde se observa o
aumento da frequência cardíaca (FC), do volume sistólico (VS), do consumo de
oxigênio (VO²), da ventilação pulmonar (VE) e da pressão arterial (PA).
(THOMPSON et. al.; 2011; AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2007 ).
Como apresentado no gráfico 1, a pressão arterial sistólica (PAS) e FC
tendem a aumentar em maior proporção quando comparados à pressão arterial
diastólica (PAD), que pouco varia durante a prática de exercícios aeróbios, quando
comparada PAS e á FC, posto que a pressão sistêmica durante a diástole cardíaca
tende a permanecer nos níveis de repouso (POLITO & FARINATTI, 2003).
A pressão arterial diastólica reflete a eficiência do mecanismo vasodilatador
local dos músculos em atividade, que é proporcional à densidade capilar local
(ARAUJO, 2001; PÁSSARO e GODOY, 1996). Segundo Wilmore e Costill, (2003) à
medida que o corpo identifica intensidades repetidas de esforço, as modificações
ocorrem permitindo que o organismo melhore o seu desempenho. Entram em ação
processos fisiológicos e metabólicos, otimizando a distribuição de oxigênio pelos
tecidos em atividade optimizando a performance no exercício. A importância da
medida da pressão arterial (PA) está no fato de verificar o estresse cardiovascular
durante o exercício (ZANIZ et al., 2008).
Outro fator que interfere no maior aumento da PAS é a resposta do organismo
ao exercício dinâmico, o qual impõe uma maior carga volumétrica no ventrículo
esquerdo. Ao analisar os resultados graficamente, as variáveis se mantêm com
queda significativa durante a prova, onde a PAS e a PAD tiveram um declínio ao
término da atividade e volta ao repouso. As respostas agudas ao exercício físico
mediante manipulação das variáveis dose/resposta, da intensidade aplicada e/ou da
duração do exercício realizado, parecem exercer influências significativas sobre os
mecanismos de controle neural cardíaco, pois como vermos a PAS teve diferença
significativa com o segundo PAP e a PAD somente no último ponto (110 km) teve
representação estatística de queda (PERINI, 2003; RAVEN, FADEL e OGOH, 2006;
MARON e PELLICIA, 2006).
Isoladamente, a PAS e a PAD exibem comportamentos diferenciados durante
o exercício. Em atividades contínuas de intensidade progressiva, a PAS aumenta em
proporção direta à intensidade do exercício, em função da elevação do débito
cardíaco. (AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2007). Segundo
POLITO & FARINATTI (2003) a PAD pouco varia durante a prática de exercícios
aeróbios, quando comparada à PAS e à FC posto que a pressão sistémica durante a
diástole cardíaca tende a permanecer nos níveis de repouso. Já em atividades com
forte componente estático, em função da constrição capilar pelos músculos ativos,
aliada ao aumento do débito cardíaco, pode ocorrer elevação significativa da PAD,
pois em exercícios contra resistência, a pressão arterial pode atingir valores maiores
do que nas atividades contínuas aeróbias, o que pode ter refletido na queda da PA
em ambos os casos.
SHIN et al., (1995) demonstraram que atletas de endurance apresentam
maior atividade vagal no repouso em relação a sedentários, e expressavam também
uma rápida recuperação da frequência cardíaca ao final do esforço. Assim, vale
ressaltar que o volume, o tipo de estímulo e a intensidade empregada no
treinamento, além da característica específica da modalidade esportiva, podem ser
os principais fatores para tais oscilações no comportamento do sistema autonômico
parassimpático,
principalmente
em
atletas
e
indivíduos
treinados
quando
comparados a indivíduos sedentários (MENEZES et al., 2009).
220
200
180
FREQUENCIA
CARDÍACA (BPM)
160
*
140
*
*
65,7 km
110 km
120
100
80
60
40
20
0
Repouso
39,7 km
Grafico 2 – mostra a Frequência cardíaca durante os pontos de apoio na
prova. (*) diferença significativa de p ≤ 0,05, em relação ao Repouso.
As características do MTB como a variação de terreno é fator determinante
nos resultados, pois requerem maior dispêndio de energia do praticante devido a
características próprias do esporte. O terreno irregular pode alterar as respostas do
organismo em diferentes trechos da prova, aumentando ou diminuindo a intensidade
e respostas fisiológicas do exercício.
Os resultados de FC encontrados no gráfico 2 demonstram a elevação da FC
após a saída da situação de repouso, o qual se obteve valor significativamente
menor. Em seguida a alteração de FC mostrou-se maior significativamente até o fim
da prova, oscilando entre os pontos de apoio, porém se mantendo com diferença
significativa. Observando a FC durante a prova, a primeira aferição após repouso, é
detentora da maior variabilidade. Tal fator se deve por compará-la a um valor inicial
de repouso, e por ser essa o início da prova e das atividades hemodinâmicas, além
de constituir um dos momentos mais importantes do evento. Após a aferição no
segundo PAP a FC se mantém sem muita variação, permanecendo quase constante
até o término da prova, como na Tabela 1 abaixo relacionando a intensidade do
esforço durante os 110km.
Tabela 1 – mostra a intensidade sobre parâmetros fisiológicos
% limiar
VO2máx
FCmáx
anaeróbio
80-90%
Forma de
Duração
Trabalho
70-75%
75-80%
Regenerativo –
Até ± 80 minutos.
Contínuo Lento
Através das frequências cardíacas máximas dos participantes obteve-se a
média da FCmáx relacionada ao percentual do limiar aeróbio, chegando à conclusão
de que o limiar aeróbio durante a prova foi de 74% sobre a FCmax encontradas nos
atletas.
Nesse sentido, a alteração do terreno, altimetria e pequenos intervalos de
recuperação entre os PAP, podem influenciar diretamente nos valores de FC.
Segundo VOLKOV (2002), a intensidade, as durações dos exercícios e dos
intervalos de descanso são de extrema importância, pois esportes de alta duração e
de alta intensidade como o mountain bike apresentam características semelhantes a
esportes de carga constante e de longa duração. A resposta da FC durante a prova
obteve comportamento constante durante todo o evento. Durante o início das provas
os participantes atingem altos valores de FC que tendem a diminuir ao longo da
prova. Mesmo em trabalho intenso, a FC dos avaliados não ultrapassou os 80% da
FCmáx, quantificando a intensidade do exercício durante a prova, onde os indivíduos
avaliados se mantiveram no limiar aeróbio durante o evento realizado, o que tende a
induzir
baixo risco cardíaco durante a prova, além de um dispêndio físico de
moderada intensidade.
CONCLUSÃO
Com base nos resultados encontrados, verificamos as diferenças na PA e FC
após o repouso a qual se manteve significativa durante toda a prova, porém
obtiveram-se valores mais baixos de variação entre as aferições.
Encontramos também que a FC nesse tipo de prova ocorre a 74% da FC max,
e sugerimos que mais pesquisas sejam feitas a cerca de variação de PA e FC em
atletas na categoria XCM.
REFERÊNCIAS
AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE; American Heart Association.
Exercise and acute cardiovascular events: placing the risks into perspective. Med
Sci Sports Exerc. 2007; 39(5):886-97.
ARAÚJO, CGS. Fisiologia do exercício físico e hipertensão arterial. Uma breve
introdução.
Revista
Hipertensão,
2001.
Disponível
em:
URL:
http://pt.scribd.com/doc/6826806/Fisiologia-do-exercicio-fisico-e-hipertensaoarterial. Acesso em : 20 agosto. 2011.
BOULAY, M.R. Physiological monitoring of elite cyclists. Sports Medicine, Auckland,
v.20, n.1, p.1-11, 1995.
FERNANDEZ-GARCIA, B.; PEREZ-LANDALUCE, J.; RODRIGUEZ-ALONSO, M.;
TERRADOS, N. Intensity of exercise during road race pro-cycling competition.
Medicine and Science in Sports and Exercise, v. 32, n.5, p. 1002-1006, 2000.
HANSEN, E.A.; JENSEN, K.; KLAUSEN, K. The workload demands in cyclo-cross.
Cycle Coaching, v. 2, p.23-24, 1999.competition. Medicine and Science in
Sports and Exercise, v. 32, n.5, p. 1002-1006, 2000.
IMPELLIZZERI, F.; SASSI, A.; RODRIGUEZ-ALONSO, M.; MOGNONI, P.;
MARCORA, S. Exercise intensity during off-road cycling competitions. Medicine
and Science in Sports and Exercise, v. 34, n.11, p. 1808-1813, 2002.
LUCIA, A.; HOYOS, J.; CARVAJAL, A.; CHICHARRO, J.L. Heart rate response to
professional road cycling: the Tour de France. International Journal of Sports
Medicine, v. 20, n.3, p. 167-172, 1999.
PADILLA, S.; MUJIKA, I.; ORBANANOS, J.; SANTISTEBAN, J.; ANGULO, F.; JOSE
GOIRIENA, J. Exercise intensity and load during mass-start stage races in
professional road cycling. Medicine and Science in Sports and Exercise, v. 33,
n.5, p. 796-802, 2001.
PÁSSARO LC, GODOY M. Reabilitação cardiovascular na hipertensão arterial. Ver
Socesp 1996;6:45-58.
PERINI R, VEICSTEINA A. Heart rate variability andautonomic activity at rest and
during exercise in various physiological conditions. Eur J Appl Physiol.
2003;90(3-4):317-25.
PFEIFFER, R.P.; KRONISH, R.L. Off-road cycling injuries: an overview. Sports
Medicine, Auckland, v.19, n.5, p.311-25, 1995.
MENEZES,P.R.;SIMÃO,R.;NETOS,S.R.M.;FONSECA,R.S.;REZENDE,MAIOR,A.S.
Resposta Autonômica Cardíaca e Cardiorrespiratória em Atletas de Voleibol
Versus Indivíduos Treinados. Rev SOCERJ. 2009;22(4):235-242 julho/agosto.
POLITO, M. D.; FARINATTI, P.V.T.; Respostas de frequência cardíaca, pressão
arterial e duplo-produto ao exercício contra-resistência: uma revisão da literatura.
Revista portuguesa de ciências do desporto, v.3 p 79-91, 2003.
RAVEN PB, FADEL PJ, OGOH S. Arterial baroreflex resetting during exercise: a
current perspective. Exp Physiol. 2006;91(1):37-49.
MARON BJ, PELLICCIA A. The heart of trained athletes: cardiac remodeling and the
risks of sports, including sudden death. Circulation. 2006;114(15):1633-644.
ROBERGS, R. A.; ROBERTS, S.º Princípios fundamentais de fisiologia do
exercício: para aptidão física e saúde. São Paulo: Phorte, 2002.
STAPELFELDT, B.; SCHWIRTZ, A.; SCHUMACHER, Y.O.; HILLEBRECHT, M.
Workload demands in mountain bike racing.International.Journal of Sports
Medicine, v. 25, n.4, p. 294-300, 2004.
SHIN K, MINAMITANI H, ONISHI S, et al. The power spectral analysis of heart rate
variability in athletes during dynamic exercise. Part I. Clin Cardiol. 1995;
18(10):583-86.
THOMPSON PD, CROUSE SF, GOODPASTER B, et al. The acute versus the
chronic response to exercise. Med Sci Sports Exerc. 2001;33(6):S438-45.
VOGT, S.; HEINRICH, L.; SCHUMACHER, Y.O.; BLUM, A.; ROECKER, K.;
DICKHUTH, H.H.; SCHMID, A. Power output during stage racing in professional
road cycling. Medicine and Science in Sports and Exercise, v. 38, n.1, p. 147151, 2006
WILMORE, JH, COSTILL, DL. Controle cardiovascular durante o exercício. In:
Fisiologia do esporte e do exercício. 2a ed. São Paulo: Manole, 2003.
ZANIZ,LF.;LIMA.ED.;JUNIOR,EVP.;FROTA,PB.;GONÇALVES,CBH.;MORA,MRD.;R
evista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, São Paulo, v.2, n.7,
p.55-68. Janeiro/Fev. 2008. ISSN 1981-9900.
Download