Compostos químicos na urina

Propaganda
Disciplina - Química -
Compostos químicos na urina
Química
Enviado por: [email protected]
Postado em:15/10/2013
Quantos compostos químicos diferentes podem ser encontrados na urina? Por Bruno Calzavara
Pesquisadores da Universidade de Alberta, no Canadá, conseguiram determinar a exata
composição química da urina humana. O estudo, que durou mais de sete anos e envolveu uma
equipe de quase 20 investigadores, revelou que mais de 3 mil substâncias químicas, ou
“metabólitos”, podem ser detectadas no xixi. Espera-se que os resultados tragam implicações
significativas para a área médica e nutricional, que podem resultar em novos remédios e testes
ambientais. “A urina é um fluido biológico incrivelmente complexo. Nós não tínhamos ideia de que
poderia haver tantos compostos diferentes em nossos vasos sanitários”, observa David Wishart, o
principal autor do projeto. A equipe de pesquisa liderada por Wishart utilizou técnicas muito
avançadas de química analítica. Entre elas, nomes pomposos como a espectroscopia de
ressonância magnética nuclear, a cromatografia em fase gasosa, a espectrometria de massa e a
cromatografia líquida. O objetivo foi identificar e quantificar sistematicamente centenas de
compostos, obtidos a partir de uma vasta gama de amostras de urina humana. Para ajudar a
completar os seus resultados experimentais, os cientistas também analisaram mais de 100 anos de
literatura científica publicada sobre a urina humana. Todas essas informações se encontram em um
banco de dados disponível gratuitamente, chamado de Banco de Dados Metabolômicos da Urina
(UMDB, na sigla em inglês). O UMDB é um recurso de referência em todo o mundo para facilitar a
análise clínica e ambiental da urina. A composição química da urina é de particular interesse para
médicos, nutricionistas e cientistas ambientais porque revela informações importantes não só sobre
a saúde de uma pessoa, mas também sobre o que ela comeu, bebeu, quais remédios têm tomado e
a quais poluentes pode ter sido exposta em seu ambiente. A análise de urina para fins medicinais já
era feita há mais de 3 mil anos. Na realidade, até o final do século 19, a análise da cor, do sabor (!)
e do cheiro da urina (a chamada uroscopia) era um dos principais métodos utilizados pelos médicos
para diagnosticar doenças. Até mesmo hoje em dia, milhões de testes de urina são realizados
diariamente para identificar distúrbios metabólicos em recém-nascidos, para diagnosticar diabetes,
monitorar a função renal, confirmar infecções da bexiga e detectar o uso de drogas ilícitas. “A
maioria dos livros médicos lista somente de 50 a 100 substâncias químicas na urina e os testes
clínicos mais comuns apenas apontam a presença de seis ou sete compostos”, afirma Wishart. “A
expansão da lista de substâncias químicas conhecidas na urina e a melhoria da tecnologia de
detecção pode ser um verdadeiro divisor de águas para os exames médicos”. Wishart conta que
este estudo permitirá que toda uma nova geração de exames médicos se tornem mais rápidos,
baratos e indolores, ao se utilizar a urina em vez de sangue ou de tecidos para biópsias. Em
particular, ele observa que novos testes à base de urina para diagnosticar câncer de cólon, câncer
de próstata, doença celíaca (patologia autoimune que afeta o intestino delgado), colite ulcerativa
(uma doença inflamatória intestinal), pneumonia e rejeição de transplante de órgão já estão sendo
desenvolvidos ou estão prestes a entrar no mercado, em parte, graças a este trabalho. A pesquisa
da urina humana em questão foi publicada na revista científica “PLoS ONE”. A palavra
“metabolômica” (junção dos termos “metabolismo ” e “genoma”) é definida como a coleção completa
http://www.quimica.seed.pr.gov.br
14/6/2017 3:54:35 - 1
de metabólitos ou substâncias químicas encontradas num organismo ou um tecido particular. “Esta
certamente não é a palavra final sobre a composição química da urina”, admite Wishart. “À medida
que novas técnicas são desenvolvidas e os instrumentos se tornam mais sensíveis, tenho certeza
de que mais centenas de compostos ainda serão identificados. Na verdade, novos compostos estão
sendo adicionados ao UMDB quase todos os dias”, revela. “Enquanto o projeto do genoma humano
certamente continua a captar a maior parte da atenção do mundo, eu acredito que esses estudos
sobre o metaboloma humano já está tendo um impacto muito mais significativo e imediato para a
saúde humana”, conclui. Esta notícia foi publicada em 06/10/2013 pelo site Hipescience . Todas as
informações contidas são de responsabilidade do autor.
http://www.quimica.seed.pr.gov.br
14/6/2017 3:54:35 - 2
Download