SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 15 1.1. Definição do Problema .................................................................................... 18 2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 21 2.1 Geral .................................................................................................................... 21 2.2 Objetivos específicos ........................................................................................ 21 2.3 Justificativa ......................................................................................................... 21 3. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................. 23 3.1 STAKEHOLDERS: Conceitos e definições................................................... 23 3.1.1 Características dos Stakeholders ........................................................... 26 3.1.2 Integração do ambiente externo, Stakeholders e a Organização...... 28 3.1.3. Classificação dos Stakeholders ............................................................. 32 3.1.4. Stakeholders e seus interesses ............................................................. 34 4. RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUAS VANTAGENS .................................. 36 4.1. Introdução ......................................................................................................... 36 4.2 Balanço Social ................................................................................................... 40 4.3 A importância do Selo ou Certificado............................................................. 44 5. ÉTICA NOS NEGÓCIOS ....................................................................................... 46 5.1 Conceito .............................................................................................................. 46 5.2 Ética nas organizações .................................................................................... 47 5.3 Consumo Responsável .................................................................................... 48 6. MARKETING SOCIAL ............................................................................................ 50 6.1. Do Marketing ao Marketing Social ................................................................ 50 6.2 Avaliando resultados no Marketing Social .................................................... 54 1 - Avaliação segundo Kotler, Roberto e Lee (2002) ..................................... 55 2 – Avaliação segundo Kotler e Lee (2011) .................................................... 56 7. METODOLOGIA ...................................................................................................... 59 7.1. Locus da Pesquisa........................................................................................... 59 7.2. População e Amostra ...................................................................................... 59 7.3 Coleta e Análise de Dados .............................................................................. 61 7.3.1. Limites da pesquisa .................................................................................. 62 8. ANÁLISE DOS RESULTADADOS ................................................................... 63 8.1. Introdução ......................................................................................................... 63 14 8.2. Um Estudo de Caso Sobre a Companhia Energética de Pernambuco CELPE ....................................................................................................................... 63 8.2.1. A Empresa ................................................................................................. 63 8.2.2. A Missão, Visão, e Valores da Celpe .................................................... 65 8.2.3 A participação e evolução da Celpe no mercado, dados gerais e do sistema elétrico. ................................................................................................... 67 8.2.4 A História da Companhia Energética de Pernambuco - Celpe .......... 69 8.2.5 Código de Ética do Grupo Neoenergia .................................................. 82 8.2.6. Programa de Sustentabilidade da Celpe .............................................. 83 8.2.7 - Programa Energia Para Crescer........................................................... 85 8.2.7.1 Projetos de cunho Educacional apoiados pela Celpe - Grupo Neoenergia ........................................................................................................... 85 8.2.9. Programa de Eficiência Energética ....................................................... 89 8.2.9.1. Projeto nas Comunidades .................................................................... 90 8.2.9.2 Projetos Educacionais ........................................................................... 95 8.2.10. Projeto Residencial ................................................................................ 98 8.2.11 Projetos Poder Público ......................................................................... 102 8.2.12 Projetos Aquecimento Solar ................................................................ 103 8.3. Contextualização do Relatório de Sustentabilidade e os Balanços Sociais da Celpe .................................................................................................................. 104 8.3.1 - Energia Verde ........................................................................................ 108 8.3.2 - Celpe nas Comunidades de Baixa Renda ........................................ 109 8.3.3 - Educação com Energia ........................................................................ 109 8.3.4 Pacto Global ............................................................................................. 110 8.3.5 International Organization For Standardization – ISO ....................... 111 8.4 Quanto ao entendimento da Filantropia, Responsabilidade Social, do Marketing e do Marketing Social para Companhia ......................................... 115 8.6 Comunicando aos Stakeholders e à Sociedade sobre as ações de Responsabilidade Social Corporativa. ............................................................... 123 8.7. Imagem da Marca .......................................................................................... 125 8.8. Programa de Eficiência Energética – PEE ................................................ 127 8.8.1 Mensurando os resultados da PEE ...................................................... 129 9. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ........................................................... 132 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 138 15 1. INTRODUÇÃO Nos anos mais recentes o termo responsabilidade social tem sido utilizado largamente nos meios de comunicação, em discussões no ambiente empresarial e em fóruns acadêmicos. A globalização vem se apresentando como um fenômeno facilitador, permitindo que os fatos circulem com maior rapidez, tornando o tema cada vez mais dinâmico e porque não cotidiano. Isso fez com que mudanças e transformações ocorressem no mercado, implicando até a adoção de novas posturas de empresas para a conquista de mercados internacionais. Nos países desenvolvidos (e, também, em muitos em desenvolvimento) muitas empresas estão passando a exigir um forte vínculo de suas atividades com ações sociais e ambientais, evidenciando seu crescente interesse com a responsabilidade social, um movimento, inclusive, que vem alcançando os sistemas de ensino em muitas partes do mundo, e disseminando a participação de jovens com ideais modernos e conceitos atuais na defesa de ações sociais. Karkotli (2006) assinala que empresas americanas e européias estão servindo como modelo inovador e moderno em ações de responsabilidade social. Tal modelo, se adequado aos padrões de cada empresa e utilizado de forma correta, explorando todas as técnicas e potenciais disponíveis, tenderá a provocar, segundo Kartotli, um aumento na produção e na rentabilidade da organização, juntamente com o benefício social por elas prestado. . O correto entendimento dos termos “responsabilidade social” e “social responsável” é o primeiro passo para saber administrar essas novas ferramentas. Nesse contexto, tanto a pessoa física quanto a jurídica são vistas como responsável social, quando o uso dessas ferramentas já faz parte do seu cotidiano. Por sua vez, o social responsável exerce tais atividades em projetos momentâneos e pontuais, ou seja, caso em que tais práticas não são comuns no seu dia-a-dia. 16 Da mesma forma que a globalização pode aumentar o potencial de crescimento economias, ela também pode provocar a exclusão social, demandando, por essa razão, uma atenção maior do Estado em defesa de um melhor equilíbrio social. Junto a essas adversidades causadas pela incapacidade de o Estado em atender tais demandas, nasce então o “terceiro setor” através das organizações não governamentais (ONGs). No Brasil, ocorreu, um considerável aumento dessas entidades após a promulgação da Constituição Federal de 1988 que instituiu os direitos sociais, tal crescimento vindo a ser intensificado após a ECO-92 Rio de Janeiro. Essas instituições buscam soluções para problemas sociais, através de ações locais ou globais de grande valia para o Estado. As ONGs têm seus valores baseados na solidariedade e confiança mútuas, enfrentam dificuldades na gestão de atividades administrativas com seu estilo próprio em administrar, diferentemente das organizações clássicas, voltadas para o aumento contínuo de suas receitas. Até passado recente, a demanda por esse tipo de organização era menor do que as existentes hoje, pois sua operação tinha caráter puramente assistencialista. Conforme alguns autores pontuam, tais organizações atuavam ”por amor à humanidade”. Um fenômeno que vale a pena registrar é o fato de que a incapacidade do Estado na resolução de problemas sociais, provocou nas pessoas e organizações questionamentos sobre o exercício da cidadania. Dados questionamentos contribuíram para o início de pesquisas no campo social, que passaram a ser demandadas por empresas no sentido de se modernizarem e de acompanharem a evolução do mercado. Na tentativa de se mantiverem mais próximas do seu consumidor, que se tornava cada vez mais exigente e, ao mesmo tempo, trazendo para sua marca valores éticos. Pessoas dentro e fora das empresas estão buscando cada vez mais informações sobre práticas sociais, trazendo-as para o seu cotidiano, e parcerias estão surgindo no intuito de unir forças e trocar conhecimento para amenizar os impactos socioambientais. 17 Dentro das empresas o departamento de Marketing é o responsável pelo desenvolvimento de estratégias de mídia voltadas para as ações sociais da organização – o que vem sendo chamado de “marketing social”. Nesse contexo, Kotler e Lee comentam sobre a aplicabilidade do conceito de Marketing Social: “[...] Uma empresa desenvolve ou implementa uma campanha de mudança de comportamento visando melhorar a saúde, a segurança, o ambiente e o bem estar da sociedade” (KOTLER; LEE, 2002 Apud PASSOS, 2010, p.1). Essas mudanças no seu comportamento fazem com que muitas empresas assumam também o papel de agentes sociais, na medida em que suas ações são transformadas em estratégias de marketing social. Tais ações desenvolvidas em conjunto com o setor de Marketing, no sentido de trazer melhorias sociais, devem ter o cuidado, porém, para não focarem apenas no fortalecimento da marca ou no crescimento de vendas, o que é prática comum em algumas organizações. Essas ações, portanto, devem caminhar juntas para o crescimento de ambas as partes - sociedade e empresa. Tóth (2005, p.1) define o marketing social como uma ferramenta que transforma e modifica o meio social, através de ações que estão fundamentadas em diretrizes éticas e na equidade social. Ou seja, numa ferramenta que pode servir como um meio facilitador na promoção do conhecimento, da mudança de atitude e do exercício da cidadania, como é caso, para mencionar alguns exemplos, da coleta seletiva, da troca de sacola plástica por bolsas retornáveis e do estímulo a atividades de cooperação em bases voluntárias. É importante ressaltar o cuidado para não se cair no uso de práticas de puro assistencialismo adotado por algumas empresas privadas e públicas, no desejo promover sua imagem perante a sociedade. Empresas com esta postura não são consideradas como articuladoras de responsabilidade social, mas apenas 18 como empresas interessadas em fazer “caridade social” (KARKOTLI, 2006, p.8). Para o verdadeiro exercício da responsabilidade social é imprescindível o compromisso das empresas na mudança do foco meramente “lucrativo”, implicando modificação em seus valores e aproximando a ética enquanto conduta para as práticas sociais, dentro e fora da empresa. 1.1. Definição do Problema As políticas decorrentes do neoliberalismo instituídas nos anos 90 permitiram a abertura de instituições que pudessem auxiliar o Estado na resolução de problemas sociais. O chamado terceiro setor passou a desenvolver atividades de responsabilidade do Governo “[...] forma encontrada pela sociedade civil para preencher a lacuna deixada pelo Estado, no atendimento das demandas sociais (COUTINHO, 2006). Para Bresser Pereira (1997) o terceiro setor se enquadra no Brasil entre o setor privado e o estatal, ou seja, uma maneira de posicionar uma terceira propriedade entre o Estado e organizações privadas. Logo, o Estado atribuiu ao terceiro setor a posição de parceiros em ações que promovam o bem social. O neoliberalismo nos anos 90 propusera reformas que excluíam a centralização do Estado de maneira a torná-lo eficiente. Essas propostas possibilitaram o inicio das privatizações, a abertura para o comércio internacional, a reformulação das leis trabalhistas, e reformas na previdência e em assistência social, dentre outras (COUTINHO, 2006). Ao longo dos últimos anos, percebe-se o aumento na adesão de instituições de caráter privado em causas e questões sociais em nível mundial. As instituições privadas apresentam interesse em compartilhar com o Governo ações que venham a diminuir as situações de risco social, injustiças e a criminalidade, por 19 meio de oportunidades, investindo em parcerias e projetos de cunho social e ambiental. O crescente envolvimento do setor privado no campo social, desencadeou a criação de diversos órgãos públicos, que regulamentam empresas privadas quanto à sua obrigação legal no que diz respeito à responsabilidade social, um exemplo sendo a Lei da Aprendizagem, de nº 10.097/2000, que estabelece que todas as empresas de médio e grande portes terão que contratar adolescentes e jovens entre 14 e 24 anos, como também portadores de deficiência física. Como é o caso também, do Programa de Eficiência Energética – PEE, regido pela Lei nº 9.991, regulamentado pela Agência Nacional de Energia Elétrica Aneel, que obriga as concessionárias e distribuidoras de energia elétrica a investirem 0,5% da sua receita operacional líquida anual, em ações de combate ao desperdício de energia. Tais ações vêm mudando o cenário nacional no que diz respeito à responsabilidade social corporativa, ações normativas podem despertar para algumas empresas os conceitos básicos de responsabilidade social, que com o passar do tempo, poderão se tornar uma prática comum, fazendo parte da sua gestão estratégica. Por sua vez, isso já é uma realidade para uma grande parte do mercado, que transforma as ações sociais em estratégia competitiva, quando suas ações sociais são desenvolvidas em conjunto com as ações de marketing. Organizações que se manifestam em prol de uma sociedade sustentável, através de políticas específicas que geram crescimento econômico e social para todos, caracterizam-se por uma postura socialmente responsável, possibilitando consolidar e gerar credibilidade na sua relação com todos os seus Stakeholders, garantindo para empresa uma imagem e postura pautada na sustentabilidade. Conforme Dias (2012, p. 88): “Os elementos intangíveis estão estreitamente relacionados com o conceito de reputação que se 20 forma através da harmonização dos resultados econômicos e uma conduta socialmente responsável com todos os Stakeholders.” O argumento base proposto para o problema de investigação envolve três pontos fundamentais que visam identificar: o ambiente de negócio da empresa, até que ponto atividades de responsabilidade social estão inseridas nos negócios da empresa e entender como é conduzida a disseminação e a gestão da sustentabilidade corporativa. Para tanto, pergunta-se: Quais são as atividades de Responsabilidade Social da Celpe e como elas se relacionam com as estratégias de comunicação da companhia? O presente trabalho tem como proposta pesquisar os diversos aspectos relevantes da responsabilidade social que envolve a Celpe, as formas de divulgação das ações sociais da empresa e análise dos balanços sociais para levantar as contribuições da Celpe para sociedade. 21 2. OBJETIVOS 2.1 Geral Identificar e analisar as atividades Responsabilidade Social e entender como essas atividades se relacionam com a estratégia de comunicação na Celpe – Grupo Neoenergia na cidade do Recife. 2.2 Objetivos específicos Pesquisar e analisar o fenômeno da responsabilidade social; Analisar a ética e suas aplicações no meio corporativo; Analisar certificações, normas e o Balanço Social; Analisar o Marketing Social e seus benefícios; Desenvolver pesquisa qualitativa na Celpe, para avaliar o grau de responsabilidade da empresa, bem como entender a relação das atividades da R.S. com a estratégia de comunicação da companhia. 2.3 Justificativa Nos anos recentes tem-se verificado uma forte tendência de mudanças em todo o mercado brasileiro, para atender as leis e as normas que regem tanto o mercado nacional quanto o mercado internacional. Essas mudanças compreendem desde o comportamento ético das empresas, às leis, normas e programas que se relacionam com a responsabilidade social dessas organizações. A justificativa dessas mudanças é a de repor o que foi retirado tanto do meio ambiente quanto da sociedade, através de uma grande diversidade de ações e programas socioambientais. Tais programas e ações são utilizados pelo marketing das empresas como estratégia de comunicação social. 22 Vale ressaltar que nem sempre as empresas que se propõem a realizar ou participar de programas sociais dão continuidade a essas atividades. O fato é que ainda existem empresas que tem seu foco apenas em resultados (lucros), ou utilizam ações sociais no intuito de consolidar sua imagem diante o mercado, ou até mesmo simplesmente para aumentar a demanda dos bens que produzem, fugindo do principal objetivo proposto pelo Marketing Social, que é o bem socioambiental. Uma campanha social desenvolvida por uma organização fatalmente será desastrosa quando as causas defendidas são desconhecidas pela própria empresa, o que revela claramente a falta de alinhamento e comprometimento com seus objetivos propostos. Para que essa mudança de fato ocorra é necessária uma conscientização a partir de uma transformação aprofundada na organização, que envolva seus valores, visão e missão em torno das novas regras da responsabilidade social. Neste sentido, a causa deve ser abraçada por todos da organização, para que estes tenham plenos conhecimentos dos processos, ideais propostos, objetivos e resultados da empresa. A partir dos anos noventa os processos voltados pela preocupação no campo social e ambiental se tornaram mais intensos, desencadeando a procura por estudos e pesquisas que norteassem a RS. Os estudos e pesquisas avançaram, aprofundando e ampliando os conhecimentos na administração e no marketing, segundo Serpa e Fourneau (2007). Entender a dinâmica dessas atividades e sua relação com os diferentes públicos de uma empresa, constituem uma das principais justificativas deste estudo. Vale ressaltar, que uma gestão voltada para as questões sustentáveis é tema que vem gerando grande interesse por parte do meio acadêmico, pontuado pelo crescente número de estudos realizados neste segmento e principalmente das companhias que estão cada vez mais empenhadas em desenvolver melhores estratégias para uma gestão socialmente responsável. 23 3. REVISÃO DA LITERATURA 3.1 STAKEHOLDERS: Conceitos e definições Na década de 1980 inicia-se um processo de mudanças no cenário econômico e financeiro das empresas: a prestação contas passou apresentar aspectos mais amplos da sua gestão de recursos naturais, além do balanço financeiro. Nesse momento nasciam as novas regras ambientais que viriam a transformar os instrumentos de tributação impostos por alguns países. Empresas foram convocadas a prestar contas sobre o impacto que o meio ambiente sofria decorrente da sua atividade produtiva e obrigando-as a se adequarem às novas regras e leis ambientais. Por outro lado, os consumidores deixaram de ser meros compradores: passaram a pesquisar preços, a preocupar se com a qualidade dos produtos e com informações sobre as condições de produção desses produtos e com quais as ações socioambientais promovidas pela organização. Constituíram grupos e redes interessados na formação do serviço/produto desenvolvido por empresas. Nesse contexto, a ética organizacional das empresas tem como referência a “teoria dos Stakeholders”, conceito frequentemente utilizado pelas organizações. O ambiente macroeconômico das sociedades vem acompanhado de mudanças ocorridas nas empresas, mudanças que foram impulsionadas por um conjunto de forças internas e externas que levaram a transformações, às vezes radicais, na sua conduta ética, social e financeira. Aos agentes responsáveis ou envolvidos nessas grandes transformações, o estudo pioneiro de Edward Freeman (1984, apud Karkotli, 2006) denominou de Stakeholders. Após 24 Freeman diversos autores pesquisaram e desenvolveram teorias voltadas para a identificação da conduta das empresas frente aos aspectos que influenciavam e eram influenciados por suas atividades. Segundo Karkotli (2006, p.16): Os Stakeholders são “qualquer grupo ou indivíduo que é afetado por, ou que afeta o alcance dos objetivos das organizações”. Assim, nesta categoria são incluídos todos os grupos de interesse da organização, quais sejam clientes, funcionários, fornecedores, acionistas, proprietários, governos e comunidade local. O sucesso neste processo depende da interação das partes (Stakeholders x Organização), no sentido de criar uma relação que aproxime e direcione seus interesses, tornando-os recíprocos. Relação que deverá ser estimulada através de ações das organizações inserindo os Stakeholders na discussão e nos processos de decisão (KARKOTLI, 2006, p.17). As organizações que estão voltadas para a questão da sustentabilidade compreendem a relevância de se levar em conta a existência de atores que interferem e influenciam no direcionamento de suas metas, bem como no sucesso de suas conquistas. O governo, as ONGs, o ambiente interno, os clientes, os fornecedores e a sociedade como um todo, são agentes que têm capacidade de articulação e que podem ser facilitadores ou complicadores. A consideração de todos esses atores Stakeholders traz implicações diretas e indiretas no crescimento e desempenho das empresas. Antunes (2009) em seu artigo “A força dos Stakeholders” destaca a relevância da identificação do grau de importância dos Stakeholders nos negócios de uma empresa. A partir dessa identificação, estratégias são elaboradas para gerenciar o relacionamento desses grupos junto à empresa. Mas, por que é tão relevante a questão dessa relação quando se fala no alcance dos objetivos da empresa? 25 A relação com Stakeholders envolve questões extremamente delicadas que abordam a imagem e as políticas da empresa, a saber: valores, ética, cultura empresarial, normas, leis, sociedade e meio ambiente (ANTUNES 2009, p.1). A demanda dos Stakeholders exerce enorme influência na operação da organização, por envolver o comportamento complexo de muitos agentes: os funcionários, através dos sindicatos que buscam melhores benefícios; os clientes, que primam pela qualidade e pela produção sustentável de produtos; e até a sociedade como um todo que exige cada vez mais a prestação de contas na produção de produtos que utilizam a natureza como insumos e matéria prima na industrialização. Por outro lado, os próprios meios de comunicação passaram a se mobilizar de forma rápida e precisa, atuando na divulgação para o público de certas atividades e movimentos realizados pela empresa. Para conseguir uma boa relação entre a empresa e os Stakeholders, é necessário criar canais acessíveis que facilitem informações e a comunicação com os variados grupos que, por alguma razão direta ou indireta, revelam interesse nos processos de atuação da empresa. Todavia, embora isso possa parecer simples, na vida real não é, na medida em que várias organizações veem nessa prática um complicador para os seus negócios e, por não suportarem a primeira crise, chegam até mesmo a entrar em processo de insolvência. É importante registrar que no ano de 1999 foi desenvolvido um sistema chamado AA1000 pelo grupo AccountAbility, utilizado para gerenciamento dos Stakeholders, especificando o diálogo como base entre os grupos e a organização. O Brasil está iniciando a utilização desse sistema, que representa uma ferramenta facilitadora na relação com os Stakeholders, permitindo a antecipação de pontos críticos e de problemas de forma inteligente e eficiente (ANTUNES, 2009, p. 2). 26 Não é difícil encontrar uma Instituição com pontos de vista rígidos e que nem sempre está aberta ao diálogo, dificultando a construção de um bom relacionamento com as empresas. Cabe às empresas, neste caso, reavaliar a importância dos Stakeholders, buscando encontrar meios para evitar desgastes futuros. Há casos até em que alguns Stakeholders assumem um comportamento hostil e de intimidação, na tentativa de inviabilizar uma negociação, mas esse tipo de atitude na maioria das vezes demonstra que esses agentes não constituem, na prática, um sério risco para a empresa. Para Almeida e Muniz (2005) a avaliação dos espaços (gaps) existentes entre o que é considerado primordial pelos executivos da empresa, o que foi planejado pela organização e como essas considerações são percebidas pelos Stakeholders, proporcionam dados para o desenvolvimento de melhores estratégias na construção do relacionamento e do seu posicionamento, de forma a consolidar a sua imagem e reputação. 3.1.1 Características dos Stakeholders Segundo Karkotli (2006, p.18) a General Eletric Company deu o primeiro passo no entendimento das novas tendências, na crise da Grande Depressão de 1930, ao identificar como Stakeholder os acionistas, os funcionários, os clientes e a comunidade como um todo. Nos anos 1990 esses termos foram levantados e discutidos com mais veemência, surgindo à publicação de artigos e periódicos nas áreas de administração de empresas. Todo esse movimento nas relações no sentido de identificar quem são os públicos que afetam e são afetados pelas organizações, fez surgir os Stakeholder, com o objetivo de provocar mudanças nas organizações quanto às suas ações de responsabilidade voltadas para atender o interesse conjunto, ou seja, atender os Stakeholder e seus proprietários. A organização passa a 27 criar estratégias para unir os interesses desses grupos aos da empresa, porém não abandona seu foco principal que garante sua sustentabilidade no mercado. Alguns pontos foram levantados por Freeman et al. (2002, apud KARKOTLI, 2006, p.19), em uma pesquisa para identificar as diferentes funções dos agentes no meio empresarial. Essa pesquisa levantou os seguintes pontos característicos dos Stakeholder: A - Ambiente propício para a criação de um sistema gerencial sólido para desenvolver estratégias flexíveis; B - Instituir novos posicionamentos, no sentido de ampliar a abrangência para novas áreas de atividades; C - Garantir apoio dos gestores da organização com a participação e contribuição de todos os envolvidos no processo; D - Fazer entender e assim compartilhar os principais valores, que constituam papel fundamental na constituição do processo e de todos os interessados. Entende-se que as organizações deverão fazer uma gestão e avaliação da força política e econômica dos Stakeholders. Por isso, é crucial planejar estratégias que priorizem as parcerias mais importantes. Segundo Dias (2012, p.64) a colaboração mais importante no enfoque Stakeholders é o favorecimento da expansão da visão do crescimento da organização, bem como o levantamento dos novos quadros de relações que devem ser posicionados na elaboração da gestão estratégica. A influência desse enfoque resulta numa benéfica transformação da visão da RSC, no sentido de sensibilizar atores econômicos e dirigentes de organizações para o desenvolvimento de metas fundamentais direcionadas para o crescimento sustentável junto à sociedade. 28 3.1.2 Integração do ambiente externo, Stakeholders e a Organização. O cenário econômico vive em constante transformação, com mudanças que implicam na geração de diversas externalidades como: fusão, inovação tecnológica, globalização, etc. Esforços são necessários no sentido de se manterem atualizados os processos de gestão - elementos que possam garantir um tempo mais duradouro das empresas nesses mercados. A competição no mercado permite a eclosão de mudanças, avanços em qualidade e em tecnologia. Para se manterem vivas nesse processo, as organizações captam informações da concorrência e do mercado, aliam as suas pesquisas e desenvolvem seus planejamentos estratégicos que as manterão firmes no mercado. Segundo Lyra (et al., 2009) por uma questão de sobrevivência, as organizações precisam inserir em seu processo estratégico, o desenvolvimento de metas no sentido de garantir sua relação com seus atuais e potenciais Stakeholders. Para tanto, o impacto potencial dos Stakeholders no plano de negócio e nas estratégias da organização, deve estar inserido nessas metas. Identificar o foco dos Stakeholders-chave e classificar ameaça ou cooperação, facilita a gestão de lideres e executivos na implantação de planos que possam seguir de acordo com as necessidades dos Stakeholders, ou mesmo que possam modificá-las para atendê-los, evitando possíveis desgastes e problemas relacionados à empresa. 29 Figura 1 – Estrutura do Ambiente Organizacional. ESTRUTURA TRABALHO TECNOLOGIA PESSOAS Figura 1. Estrutura Organizacional Fonte: Karkotli, 2006, pág. 30 Segundo Karkotli (2006, p. 31) o entendimento do ambiente organizacional e a relação das organizações com o meio é fundamental para que uma empresa possa analisar seu papel de responsável social, com mostra a Figura - 1. Esse processo se inicia pela mudança na cultura da organização para uma cultura que o autor chama de “cultura humanista”, ou seja, uma cultura voltada para as pessoas. O papel da responsabilidade social corporativa é a transformação de uma conduta direcionada ao lucro, para um comportamento ético, pautado por valores e princípios morais, que possibilite uma reflexão sobre a transparência na condução de negócios mais sustentáveis. Compreender que suas conquistas são feitas por fatores que incluem comprometimento social, valores percebidos e reconhecidos em uma sociedade. Valores estes que são consolidados pelos esforços e desempenho no cumprimento das metas. A visão da teoria clássica da Administração, a partir da Revolução industrial, considerava as atividades humanas como um mero componente de um processo industrial. Duras críticas eram feitas pela Escola de Relações Humanas, que discordava com o tratamento extremamente mecânico dispensado pelas empresas aos trabalhadores dentro das fábricas. 30 O pensamento das escolas clássicas estava voltado para os processos da organização, que por sua vez era influenciado pelos administradores. Isso possibilitava aos administradores planejar e estruturar seu quadro de funcionários, identificar a tecnologia para facilitar a tomada de decisão e assim conduzir suas ações para o melhoramento do ambiente interno. Dessa forma, permitiram aos administradores o entendimento quanto à remuneração que atendia às necessidades básicas e as realizações pessoais dos funcionários (KARKOTLI, 2006, p.31). Partindo do principio de que o ambiente interno tem relevância no processo da administração, percebe-se que o ambiente externo também influencia nos processos internos. Com isso, os administradores entendem que tanto o ambiente interno como o externo tem papel fundamental na tomada de decisão das organizações e precisam estar constantemente munidos de informações gerais que envolvam mercados, acionistas, funcionários, gestores e todos os grupos que, de alguma forma, se relacionam com a empresa. É importante destacar que os Stakeholders variam de acordo com a organização, ou seja, para cada natureza da instituição haverá um grupo de Stakeholders. Assim, uma universidade possui um grupo de Stakeholders diferente do de uma construtora, de um shopping, de uma academia de ginástica ou de uma empresa industrial (Karkotli, 2006). Reconhece-se como de grande dificuldade a implantação e gestão de responsabilidade social em empresas que se detêm em políticas mecanicistas, interessadas apenas com ambientes externos e seus processos internos são extremamente mecânicos. Esse tipo de postura é mais comum em empresas de médio e pequeno porte. Por isso, é mais simples a implantação de sistemas responsáveis em empresas flexíveis que apresentam interesse na relação simultânea com o meio interno e externo, fator considerado primordial nos negócios. Valores éticos e a importância do meio ambiente são continuamente vivenciados e estimulados, aspectos que facilitam a modernização e a criação 31 de ambientes que possibilitam a criatividade e o desenvolvimento de sistemas humanizados nas organizações. Hosti (2011) entende os Stakeholders como um grupo envolvido em um processo, que pode apresentar caráter determinante - como é o caso das organizações, ou de um projeto que tem prazo determinado. Esse grupo poderá ser influenciado, ou mesmo capaz de influenciar nas decisões tomadas em relação ao ambiente interno de uma empresa. Segundo a “Teoria da Saliência” de Mitchell, Agle & Wood (1997, apud HOSTI, 2011, p.3), para confirmar se uma Instituição ou indivíduo é um Stakeholder, observando se interferem (ou são influenciados) nos resultado da empresa em diversos segmentos, faz-se necessário apresentar as três características básicas de um Stakeholder: A – Capacidade de influência do Stakeholder em uma empresa; B – Legitimidade na relação Stakeholder empresa; e C – Interesse da empresa em atender determinado Stakeholder. Para Hosti (2011), na existência de pelo menos uma das três características citadas, a Instituição ou indivíduo pode se apresentar como um Stakeholder. Nesse contexto, é imprescindível para a organização o desenvolvimento de ferramentas para identificação e gerenciamento dos Stakeholders, inserindo-os nos processos da gestão corporativa. Utilizar o brainstorming entre gestores pode ser o início da construção de um mecanismo para identificar os Stakeholders. Na sequência segue o método proposto por Hosti para administrar os Stakeholders. 32 Figura 2 – Gestão dos Stakeholders Fonte: HOSTI, 2011, p.5. 3.1.3. Classificação dos Stakeholders Hosti (2011) assinala que uma “Coordenação Multifuncional” atua em três frentes: mercado, consumidor e Stakeholders, garantindo-se, assim um diferencial para a vantagem competitiva sustentável de uma organização. Pensando nisso, organizações e o Estado, quando se articulam para alcançar determinados objetivos, procuram envolver nesses processos os Stakeholders. Essas instituições entendem que os acontecimentos do mundo exterior cenários que envolvem política, economia e sociedade - influenciam nas suas decisões, bem como são levados em consideração a importância das relações em suas transações. 33 Pesquisas cujos resultados são apresentados no gráfico “Stakeholders Analysis”, desenvolvidas pelo Departamento de Sustentabilidade Victoria da Austrália, tornaram possível a criação da matriz híbrida de Hosti (2011), para análise e classificação dos níveis de influência de cada Stakeholder. Figura 3 – Matriz para priorizar Stakeholders e direcionar as tomadas de decisões. Fonte: HOSTI (2011, p. 6). O quadro de classificação acima representa apenas um exemplo de como as empresas podem avaliar e priorizar ações com relação a cada Stakeholder. Com base nesse exemplo podem-se criar ações de comunicação de acordo com o grau de importância de cada um, entendendo-se como poderão ser 34 afetados ou se afetarão o desempenho da organização. Lembrando que as organizações possuem metas e objetivos próprios, por isso estas devem desenvolver um método específico que possa atender às suas necessidades. 3.1.4. Stakeholders e seus interesses Para Hosti (2011), existem três maneiras de conhecer os interesses e as necessidades dos stakeholders: A - Pensar Pensando como eles, entramos no mundo dos stakeholders, compreendendo seus objetivos e as causas que os levarão a determinado ponto de vista. Sendo um articulador comunitário, como gostaria que funcionasse a parceria com um órgão não governamental (ONG)? Como funcionário, quais melhorias desejaria que fossem realizadas? Sendo uma empresa patrocinadora, por quais projetos teria interesse? O que busca nessa parceria? Que tipo de retorno a empresa deseja? B - Observar Como é o processo de tomada de decisão? Quais as características que um projeto deve ter que possa atender suas necessidades? Quais os pontos que favorecem ou dificultam a participação da empresa? C - Questionar Quando do seu entendimento pós “processo de mudança de lugar” e para compreender os caminhos para a tomada de decisão, é interessante buscar as pessoas envolvidas, questioná-las sobre os fatos levantados e saber sua opinião. Isso pode facilitar o entendimento das conclusões, como também complementam esses dados posicionando para uma definição do serviço que poderá melhor atender às expectativas e desejos dos Stakeholders, (HOSTI, 2011, p. 7). 35 A empresa precisa ter uma gestão eficiente na comunicação com os Stakeholders, manter-se sempre atualizada nessa interação e verificar como ela será atingida ou atingirá o Stakeholder. Um processo inserido na ética, com valores e políticas sérias, dentro da lei, evitará prejudicar a relação da empresa com seus Stakeholders. Os aspectos mais importantes da Responsabilidade Social foram dados a partir da consolidação dos Stakeholders nos anos 90, que solidificou e expandiu a visão diante o compromisso social da organização. “[...] Sua compreensão permite às empresas compreender melhor o seu entorno e as necessidades de todos aqueles que de algum modo interatuam com a organização.” Dias (2012, p.60). Dessa forma, conclui-se que a relação com os diversos públicos de uma organização na qual afetam ou são afetados por suas operações, resultam no compromisso com a responsabilidade social corporativa. 36 4. RESPONSABILIDADE SOCIAL E SUAS VANTAGENS 4.1. Introdução Segundo Dias (2012, p.20) a RS é a união de ideias e práticas que fazem parte da gestão estratégica da empresa, com a finalidade de gerar benefícios ou evitar danos aos que tenham interesse, ou partes interessada (Stakeholders), nas operações da organização (clientes, funcionários, acionistas, sociedade, comunidade do entorno e etc.), planejando de maneira eficiente mecanismos que resultem em benefícios para a empresa e a sociedade. Conforme a última abordagem, existem outras definições relevantes que atendem de forma universal as considerações do tema RS, que são: ISO 26000 – “RS é a responsabilidade de uma organização pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente, por meio de comportamento transparente e ético [...].” (DIAS, 20012, p. 21) Banco Mundial – "Responsabilidade social empresarial é o compromisso da empresa em contribuir para o desenvolvimento econômico sustentável – trabalhando com empregados, suas famílias, a comunidade local e a sociedade em conjunto – para melhorar a qualidade de vida, de tal modo que ambas sejam boas para o negócio e para o desenvolvimento.” 1 1 Banco Mundial (The World Bank) : <www.worldbank.org/>. 1 37 Instituto Ethos: “Responsabilidade social empresarial é forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais que impulsionem o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando os recursos naturais e culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução da desigualdade social.”2 A discussão mediante a RSC vem crescendo nos últimos anos, em consequência da globalização. Este fato impulsionou o desenvolvimento de uma variedade de estudos referentes ao tema da RSC e nesse contexto críticas e análises registraram para a história fatos importantes que marcaram o processo de transição vivenciado durante os anos de 1980 e 1990 (FARIA & SAUERBRONN, 2006). Nos anos de 1960, deu-se inicio a atividade no campo da responsabilidade social corporativa, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos. No Brasil, o movimento tomou força nos anos de 1990, estimulado pelo momento da redemocratização e abertura econômica do país, além dos direitos obtidos pela Constituição Federal de 1988. Para a academia as ponderações a respeito do tema se iniciaram a partir dos anos de 1980 mostrando os aspectos da RS para um país que atravessava sérias crises em nível social. Por meio dos aspectos levantados pela academia foi possível identificar empresas que contribuíam para o agravamento ou para o combate dos problemas sociais (REIS, 2006). A ascensão da literatura contemporânea diante da responsabilidade social corporativa despertou o interesse de diversos atores e organizações, movidos e esclarecidos pelo complexo cenário de conflitos e desafios apresentados pela Instituto Ethos. O que é SER. Disponível em: <http://www1.ethos.org.br/EthosWeb/pt/29/o_que_e_rse/o_que_e_rse.aspx>. 13/jul/2012. 2 Acesso em 38 globalização, do qual os autores Faria & Sauerbronn (2006) afirmam a necessidade de políticas serias e planos que se alinhem com a ética empresarial para chegarem a uma solução. Empresas se transformaram em agentes de grande importância no campo social após a globalização, as questões sociais e ambientais, reclamações trabalhistas e sindicais, e o abuso dos consumidores, passaram a ser recorrentes e intensas nos últimos 15 anos, de forma a serem situadas como habitual para a organização. Porém, essa demanda despertou interesse por parte de grandes empresas que decidiram por inserirem essas divergências em seus planos estratégicos corporativos. O grau de influência das ações de responsabilidade social vai além das fronteiras de uma organização, envolvendo desde os funcionários, aos distribuidores e os consumidores. Esse comportamento permitiu o crescimento de empresas que apostaram nessa ideia, tornando-as competitivas, atualizadas e com visão de futuro. A Responsabilidade Social não deve ser confundida como um movimento de caridade ou mesmo com projetos de filantropia, movidos pela culpa do uso de recurso de uma sociedade. Pelo contrário, essas ações devem fazer parte dos negócios da empresa (LEVEK et al, 2002). Para atividades Melo Neto e Froes (1999) as atividades de responsabilidade social geram inúmeras vantagens: fortalece e melhora a imagem da empresa; é diferenciada quando comparada aos concorrentes; consolida a imagem internamente; torna-se alvo de investidores; espontaneamente consegue gerar mídia; cativa e fideliza seus consumidores; é vista com bons olhos pelo governo, que pode recompensar os esforços da empresa com redução de impostos. Empresas que estão inseridas em ações de responsabilidade social aumentam sua credibilidade no mercado, como é o caso da McDonalds, citada pela revista Veja como a empresa que se destacou no ano de 2001 no tema Responsabilidade Social. No caso desta empresa, vale mencionar que um projeto que vem crescendo todos os anos e até o presente momento envolve clientes, fornecedores e funcionários na campanha chamada Mc dia Feliz, em favor de instituições que auxiliam no tratamento de crianças com câncer. A 39 rede informa que seus fornecedores apresentam “balanço anual de atividades na área social” chamando a atenção para o fato de que tais ações vêm resultando no crescimento da recuperação de crianças com câncer no Brasil, de 35% em 1998, para 70% em 2001. Em Julho de 2011 uma pesquisa realizada pela Consultoria GFK, em parceria com Revista Consumidor Moderno, mostrou que campanha Mc Dia Feliz, que faz parte do calendário anual da empresa desde 1988, é a mais lembrada e aderida pelos consumidores brasileiros, Essa pesquisa mostra, ademais, que as causas que mais mobilizam a sociedade são: meio ambiente (83%), saúde e qualidade de vida (78%) e educação (78%). A venda de produtos que faz alusão à causa também geram entre 15% a 20% da renda. Somados com os valores referentes às vendas do McLanche Feliz e às doações aos cofres que estão posicionados nos caixas, os totais já haviam rendido R$ 2,7 milhões antes do final de 2010, com perspectivas de atingir mais de R$ 3 milhões até o final desse ano (GONGO et al. 2011). Uma pesquisa feita pela IBM mostrou que 75% de executivos entrevistados dizem que uma organização inserida em ações que envolvem atividades de responsabilidade social, atrai mais facilmente mão de obra qualificada e consegue reter profissionais (LEVEK et al. 2002). Tais pesquisas também mostram que Empresas que associam sua imagem a práticas corretas da RS, norteadas em valores éticos, conseguem dar uma maior sustentação à organização no longo prazo, principalmente através de atitudes transparentes, que trazem benefícios para o ambiente interno da organização, e que são capazes de gerar motivação e bem estar para os seus funcionários. A partir do momento em que uma organização interrompe seus compromissos sociais, com qualquer cadeia de Stakeholder, seja funcionário, consumidor, ou a sociedade em geral, e quando esta inicia um processo de queda do seu capital investido em ações de Responsabilidade Social, pesquisas realizadas também mostram um declínio na sua credibilidade e na sua imagem perante o 40 mercado. Nesses casos, o clima organizacional tende a se deteriorar, causando um efeito contrário no que diz respeito à motivação, dando inicio a uma série de problemas, que terminam por afetar a produtividade da mão de obra e gerar um crescimento na taxa de acidentes de trabalho. No âmbito externo, tais organizações estão passiveis de boicotes, maior número de conflitos judiciais no que se refere à justiça social, e também a problemas com distribuidores e fornecedores, tudo isso levando a um aumento na probabilidade de um declínio no faturamento, ou no lucro, da empresa (LEVEK et al. 2002). 4.2 Balanço Social O balanço social é o meio pelo qual as organizações tornam públicas suas ações e atividades relacionadas a benefícios e melhorias tanto para o público interno quanto para o externo, incluindo projetos sociais e a forma de utilização de recursos naturais. Assim, juntamente ao seu demonstrativo contábil, as empresas apresentam aos seus investidores, acionistas e à sociedade, um balanço anual de todas as suas atividades, prestando contas junto aos Stakeholder, de um conjunto de ações relacionadas à questão da responsabilidade social, seja interna, ou externa. No primeiro momento deve-se compreender a diferença entre a política de recursos humanos interna, relacionada com a empresa e seus empregados e o Balanço Social que vai além dessas questões se estendendo ao meio ambiente, Estado, fornecedores, acionistas e clientes (TREVISAN, 2002). O Balanço Social pode ser entendido como mecanismo que permite a qualquer pessoa avaliar diversos pontos a partir de indicadores que identificam o montante investido, o direcionamento desses investimentos, a evolução dos investimentos e o resultado atingidos. A seriedade com a coleta das informações apresentadas no Balanço Social deve ser igual à demonstrada para a elaboração do Demonstrativo Contábil da empresa, fundamentado em dados reais e concretos no sentido de dar 41 credibilidade ao leitor. O rigor para o desenvolvimento do balanço social é similar ao Balanço Contábil, seus dados são qualitativos e quantitativos, assim como o montante investido é levantado a partir de dados da contabilidade corporativa (TREVISAN, 2002). Fornecer informações à sociedade sobre a utilização de recursos humanos, naturais, financeiros, tecnológicos e outros de interesse público, é o mínimo que as empresas devem fazer para merecer o respeito e a credibilidade necessários à continuidade de suas operações. Na verdade, isso deveria ser uma prática comum das empresas, na medida em que estas desejam manter credibilidade perante a sociedade e o mercado. Desta forma, como observa Moraes (2002), a apresentação de seus balanços sociais constitui um instrumento de grande importância para se alcançar tal objetivo. Nesse contexto, o autor enfatiza que: O instrumento para aferir de forma adequada os resultados da empresa na área socioeconômica, ou seja, que permita avaliar e informar os fatos sociais vinculados à empresa, tanto no seu interior (empresa e empregados), como no seu meio ambiente (empresa e sociedade) é o Balanço Social (MORAES, 2002, p.3). Vale ressaltar que no Século XX inicia se um movimento em favor dessa nova visão social, que tem marco inicial nos anos 1960 nos Estados Unidos e nos anos 1970 na Europa. Nessas duas décadas a sociedade desencadeia uma série de exigências voltadas para a prática de ações sociais pelas organizações, numa tentativa de equacionar os impactos causados por essas empresas. Tais exigências praticamente obrigaram as empresas a publicarem periodicamente um relatório de suas atividades, denominado de Relatório Social, que veio a se tornar, com o tempo, mais conhecido por balanço social. 42 Com a popularização na Europa dessa prática nos anos 70, surgiu o primeiro relatório social na Alemanha pela empresa STEAG, que incluía um conjunto de informações sobre os procedimentos dessa empresa em relação aos seus empregados e ao meio ambiente. Contudo, a história registra oficialmente como o primeiro balanço social, publicado na França, no ano de 1972, pela SINGER. De acordo com Torres (2003) a crescente adesão das empresas a este novo comportamento fez com que a França sentisse a necessidade de criar normas e leis no sentido de regimentar e avaliar as empresas que fizessem uso dessas novas ideias. Em julho de 1977, este país aprova a Lei nº 77.769, que obrigava as organizações a publicarem um Balanço Social anual, essa regra, porém, valendo inicialmente para as empresas com um quadro de mais de 700 funcionários, sendo que, posteriormente, este nº foi reduzido para 300 empregados. No Brasil, esse movimento, embora timidamente, tem origem em meados dos anos 60, com a publicação da “Carta de Princípios do Dirigente Cristão de Empresas”, pela então Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas do Brasil (ADCE Brasil). Nos anos 80 o FIDES (Fundação Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social), desenvolveu um modelo que só foi efetivamente seguido a partir de 1990, valendo salientar, contudo, que tal iniciativa teve pequena eficácia prática junto às empresas brasileiras, no que diz respeito à publicação de suas ações sociais. Nesse contexto, vale fazer uma referência especial ao papel desempenhado pelo sociólogo brasileiro Herbert de Souza (mais conhecido como Betinho). Com a intensificação da repressão política no Brasil, a partir do início da década de 1970, Betinho foi obrigado a sair do país, ficando exilado durante 8 anos. No seu retorno ao Brasil, Betinho trouxe consigo uma bagagem farta de experiências que propiciaram a introdução, no país, de uma nova visão de organização da sociedade civil, da qual resultou na criação do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE). 43 Nas suas muitas publicações, Betinho afirmava que: A ideia do Balanço Social é demonstrar quantitativamente e qualitativamente o papel desempenhado pelas empresas no plano social, tanto internamente quanto na sua atuação na comunidade. Os itens dessa verificação são vários: educação, saúde, atenção à mulher, atuação na preservação do meio ambiente, melhoria na qualidade de vida e de trabalho de seus empregados, apoio a projetos comunitários visando à erradicação da pobreza, geração de renda e de novos postos de trabalho. O campo é vasto e várias empresas já estão trilhando esse caminho. Realizar o Balanço Social significa uma grande contribuição para consolidação de uma sociedade verdadeiramente democrática (IBASE). O marco inicial da aceitação dessas novas idéias no Brasil seu deu numa empresa do setor público da Bahia, a Nitrofértil, que no ano de 1984 publica seu Balanço Social, documento que registrou o princípio da história do Balanço Social no país. Esse exemplo foi seguido pelo Sistema Telebrás, que passou a divulgar seu B.S. no ano de 1985. Outra empresa que abraçou a causa foi o Banespa, que publicou o seu B.S. em 1992. Essas três empresas pioneiras que iniciaram o processo de mudanças internas em suas estruturas organizacionais, tiveram as suas ações fortemente repercutidas no universo corporativo brasileiro. Para Torres (2003) o Balanço Social da Nitrofértil, realizado em 1984, é considerado o primeiro documento brasileiro do gênero a merecer o nome de Balanço Social. A partir de então, o número de empresas que estão aderindo a essa ideia vem crescendo a cada ano, com o intuito de deixar público para a sociedade suas ações voltadas ao bem social. Tais empresas acreditam que essas ações sociais podem funcionar como uma importante ferramenta impulsionadora na decisão de compra, seja de um bem ou de serviço por parte dos consumidores 44 e que também são vistas de maneira muito positiva pelos fornecedores, pelos funcionários e pelos clientes. Por outro lado, a imersão dessas ações no meio corporativo traz como resultado o aumento do potencial da empresa no sentido da atração de talentos, de investidores e de consumidores. Enfim, quando utilizada de forma adequada e correta, a divulgação das ações de responsabilidade social, através do balanço social gera uma publicidade altamente positiva. A publicidade administrada pelo departamento de marketing da empresa torna-se, então, capaz de transformá-la em um sem número de oportunidades de negócios e de bons resultados financeiros (LEVEK et al., 2002). 4.3 A importância do Selo ou Certificado Ao perceberam o crescente aumento de empresas que estavam fazendo uso de ações sociais, muitas ONGs se deram conta da necessidade de se estabelecer um sistema de certificação, como forma de reconhecimento dos esforços das corporações empenhadas em causas socioambientais. A certificação internacional AS 8000 – Social Accountability 8000, desenvolvida pela CEPAA - The Council on Economic Priorities Accreditation Agency que, por sua vez, está sob a coordenação da ONG, também americana, denominada de Social Accountability International. O compromisso da AS 8000 é desenvolver junto à empresa melhorias internas que promovam o bem estar e as condições de trabalho, bem como construir mecanismos que possam avaliar se o processo está alcançando os objetivos dentro dos propósitos estabelecidos. A AS 8000 torna público os valores da empresa, especialmente as manifestadas na forma em que a ética é conduzida na negociação com seus fornecedores e consumidores, assim como com os seus funcionários e com a sociedade como um todo. A empresa que possui este certificado será avaliada a cada seis meses e o prazo para uma nova certificação ocorre a cada 3 anos. 45 Esta norma esta baseada na Declaração Universal dos Direitos Humanos e pela OIT - Organização Internacional do Trabalho (LEVEK et al., 2002). O Selo Social foi criado na forma de uma certificação, constituindo o caminho encontrado por algumas instituições e ONGs para demonstrar a importância das empresas que estão envolvidas em efetivas ações na área social. Um selo pioneiro e bastante conhecido no Brasil é o conferido pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas – IBASE. O IBASE e o sociólogo Hebert de Souza, no intuito de voltar as atenções do mundo corporativo desenvolveram brasileiro juntos, para campanhas as para necessidades divulgar a da sociedade, importância da responsabilidade social, através do balanço social. As empresas que aderissem ao balanço social IBASE passariam a receber o Selo Social. Tal selo veio a se transformar numa garantia para sociedade e para quem desejasse se informar sobre a existência de investimentos por parte de uma empresa que revelasse compromisso com a sociedade no desenvolvimento de medidas que promovessem o ambiente social e ambiental. Neste caso, porém, algumas restrições eram colocadas: empresas envolvidas com a produção de bebidas alcoólicas, tabaco ou com trabalho infantil, estariam inaptas a receber o selo IBASE (LEVEK et al., 2002). Outro exemplo bastante relevante no Brasil é o Selo Empresa Amiga da Criança, certificando embalagens e presentes em publicidade de empresas conveniadas à Fundação Abrinq. As organizações, em parceria com a Fundação Abrinq, desenvolvem projetos para melhoria da qualidade de vida das crianças adotando-se como prioridade garantir que a empresa, assim como seus fornecedores, não utilize trabalho infantil em suas atividades. É importante assinalar o fato de que, atualmente, existem várias empresas, instituições ou órgãos ligados ao governo, que desenvolvem um conjunto variado de ações sociais, de projetos, de parcerias ou na forma de convênios, no sentido de melhorar cada vez mais a qualidade de vida das pessoas, seja com inclusão social ou através de ações voltadas para a melhoria do meio ambiente. 46 5. ÉTICA NOS NEGÓCIOS 5.1 Conceito Para que se possa compreender a aplicação da eticidade ou ética nos negócios, primeiramente deve-se entender o seu contexto e a sua origem. O termo Ética é de origem grega – ethos – e tem como significado o comportamento e o caráter do indivíduo. A ética é um conjunto de valores morais que orientam o comportamento do indivíduo em uma sociedade, regras e normas que estabelecem o que é certo e o que é errado, ou atitudes boas ou más. Tais regras, normas ou leis, porém, não estão presentes em nenhum regimento escrito, já que são transmitidas através das gerações para que se possa ter uma harmonia e equilíbrio no convívio em sociedade. Para Ashley (2005), os valores morais estão ligados às crenças pessoais no que diz respeito à conduta do indivíduo para com ele mesmo e com as demais pessoas. Tal conduta irá demonstrar se o indivíduo está eticamente correto ou não. A união desses valores é transmitida através de um conjunto de normas de comportamento para o convívio em grupo, seja este pertencente a uma nação, uma sociedade, ou uma organização. Com isso, espera-se que o indivíduo siga os procedimentos de conduta estabelecidos na comunidade em que ele se encontra, essas normas de conduta correspondendo a seu comportamento e atitudes em grupo, na forma de entendimento do que é permitido e do que é proibido, e do que é bom ou ruim. Os valores morais de uma sociedade ou organização correspondem ao que é ser ético, para isso desenvolvem rigorosos códigos de ética que conduzam ao comportamento eticamente correto, sob pena a comportamentos que vão de encontro as normas e aos valores morais estabelecidos (ASHLEY 2005, p.5). 47 5.2 Ética nas organizações Existe uma movimentação dos mercados no sentido de as empresas se adequarem a um novo ambiente corporativo em que a busca do lucro é acompanhada por iniciativas diversas de responsabilidade social, de comportamento ético e desenvolvimento e adoção de projetos sociais nas comunidades em que estas organizações operam. Além do mais, tais empresas são cada vez mais obrigadas a passar por mudanças e transformações nas suas estratégias de comercialização e de produção de bens e serviços. Segundo Ashley (2005, apud Carrol 2000), as empresas estão passando por um processo de aprendizado, tendo que lidar com questões éticas e com o surgimento de novas tecnologias de informação e de comercialização, propiciadas pela globalização, levando as empresas a adotarem padrões globais em suas operações. Essas transformações exigem uma revisão constante das empresas no que diz respeito à ética de seus negócios, devendo obedecer a rígidos padrões morais como regra de conduta e que sejam aceitos internacionalmente. Ashley (2005) propõe algumas atividades e atitudes por parte das empresas para que estas atendam a essas regras de conduta universal: • Conduta e decisões éticas e moralmente corretas que interferem em toda a cadeia de Stakeholders (de maneira ampla); • Promover ações que intensifiquem o comportamento moral segundo os padrões internacionais dos diretos humanos e da cidadania; • Criar mecanismos de sustentabilidade ambiental e promover ações de conscientização de preservação ambiental do planeta; • Intensificar cada vez mais ações que envolvam a comunidade em que a empresa opera, ampliando e criando atividades novas que promovam o capital humano, seja em parceria com instituições, governos ou de forma isolada. 48 Essas atitudes podem ser vistas como referencial para a Responsabilidade Social empresarial, ampliando o papel que as empresas podem desenvolver na comunidade/sociedade em que estão inseridas. Nesse contexto, a globalização permite que várias culturas entrem em contato entre si tornando as distâncias quase inexistentes, fazendo com que as empresas que desejem continuar a fazer parte da economia global fiquem alerta quanto às diferenças culturais e de forma responsável (Ashley, 2005, p.8). 5.3 Consumo Responsável O consumo responsável está diretamente ligado ao ato de consumir, o que faz com que as pessoas sejam responsáveis pelo que consomem. A conscientização para o consumo responsável deve ser feita através de uma educação voltada para economia sustentável, que vise o meio ambiente e o social. Ashley (2005) sugere quatro conceitos fundamentados em políticas economicamente corretas e que possuem relação entre si: Consumismo e consumerismo: o consumismo é um traço forte da sociedade ocidental, uma vez que esta sofre uma forte influência dos americanos que possuem uma cultura voltada para a produção de uma grande variedade de bens e serviços, consequentemente estimulando massivamente o consumo desenfreado desses bens e serviços. Este fenômeno obteve êxito devido a dois fatores importantes: a facilidade na obtenção de créditos pelas instituições financeiras e a publicidade que estimula o consumo cada vez maior de uma extensa variedade de produtos. Consumerismo verde: consiste em incentivar o consumo apenas de produtos produzidos com matérias que não poluem o meio ambiente, ou que sejam produzidos de forma ecologicamente correta. 49 Consumerismo ético: neste caso os questionamentos vão muito mais além do ecológico, por se preocupar com o tipo de mão de obra envolvida e a relação da empresa com os seus empregados; onde e o como acontece a comercialização de seus produtos; com o envolvimento da empresa em alguma fraude ou ato de corrupção, etc. Este conceito trata de propor uma conduta correta nos negócios sugerindo que as empresas se adequem aos novos procedimentos éticos numa sociedade cada vez mais exigente em relação aos compromissos sociais dessas empresas. Anticonsumerismo: diante dos pontos abordados sobre o consumo, este é um dos mais complexos, pois trata das necessidades básicas humanas de uma sociedade. Ashley (2005) parte da premissa de que nos países desenvolvidos a procura em aumentar cada vez mais suas riquezas está devastando o planeta. O anticonsumerismo tenta, através de questionamento sobre por que comprar, estimulando a reflexão quanto a comprar apenas o que é realmente necessário ou buscando formas para restringir a compulsão de comprar, tentando de alguma forma barrar o desejo desenfreado pelo consumo da parte dos indivíduos e das famílias. 50 6. MARKETING SOCIAL 6.1. Do Marketing ao Marketing Social Uma definição clássica do Marketing é: “Processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com outros” (KOTLER, 2000, p.30). A American Marketing Association – AMA define o marketing “Marketing is the activity, set of institutions, and processes for creating, communicating, delivering, and exchanging offerings that have value for customers, clients, partners, and society at large” (AMA, 2011). Segundo Las Casas (2001, p.26): Marketing é a área engloba todas as atividades concernentes às relações de troca, orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores visando alcançar determinados objetivos de empresas ou indivíduos e considerando sempre o ambiente de atuação e o impacto que essas relações causam no bem estar da sociedade. Para criação de um plano estratégico de marketing, procura-se pontuar diferentes necessidades, conhecer de forma macro o mercado de interesse bem como as suas expectativas e desejos. A eficiência no uso correto das técnicas de preço, ferramentas de comunicação e uma logística efetiva, fazem um conjunto perfeito que quando bem orquestrado incentiva, comunica e atrai mercados desejados (SCHIAVO, 1999, p.2). 51 Não é difícil encontrar diversas definições e conceitos para o marketing, que não sobreponha a nenhum conceito levantado. Para tanto é importante entender que o principio fundamental do marketing é seu poder de atuação dinâmica em diferentes mercados, interagindo de maneira global. Entretanto, é comum nos depararmos com expressões como “mais uma jogada de marketing”, “puro marketing” ou “isso é marketing”, quando se refere a situações falsas ou inexistentes,isso acontece devido à popularização dada o termo marketing, não se atem a nenhuma preocupação com o real sentido da palavra. Shiavo (1999, p.9) explica alguns pontos fundamentais a serem considerados na compreensão dessa poderosa ferramenta: Marketing não é promoção - A definição do marketing por vezes é bastante diminuída, quando considerada apenas por um dos itens essenciais que é a “promoção ou publicidade”. Com isso, as praticas do marketing estariam restritas a promoção de um determinado produto ou serviço. Marketing não é apenas estar na Mídia – Uma maneira confusa de se pensar que o marketing foca apenas em dar visibilidade a um produto ou serviço. A exposição é uma das ações estratégicas do planejamento marketing. Marketing não é mágica – Não estamos em um picadeiro, o jogo de ilusões não é aceito pelo mercado. Não existe resolução rápida e prática, existe um planejamento com base em pesquisas que demandam tempo e investimento. A magia é trocada pela criatividade, que se bem utilizada pelo empreendedor leva a empresa alcançar as metas e objetivos da empresa. Com a globalização dos mercados, é imprescindível apresentar ao mercado produtos ou serviços a preços acessíveis e de excelente qualidade. A pesquisa de mercado sempre será um importante componente para o planejamento estratégico, trazem resultados científicos para resoluções concretas. 52 Shavio (1999, p.3) faz uma definição resumida e bem específica: “Os conhecimentos fundamentais do marketing continuam sendo a base na qual os arquitetos do mercado — em organizações do setor industrial, comercial ou de serviços — podem dar asas à imaginação”. Há quase 30 anos atrás Kotler (1978, p.288) mostrava preocupação em causas sociais e define o marketing social como: O projeto, a implementação e o controle de programas que procuram aumentar a aceitação de uma ideia social num grupo-alvo. Utiliza conceitos de segmentação de mercado, de pesquisa de consumidores, de configuração de ideias, de comunicações, de facilitação de incentivos e a teoria da troca, a fim de maximizar a reação do grupo-alvo. Diante de vários conceitos mencionados Kotler e Lee (2005, p.114) sugerem um exemplo simples de estratégias de marketing de caráter social: “Uma empresa desenvolve, ou implementa uma campanha de mudança de comportamento visando melhorar a saúde, segurança, ambiente e o bem estar da sociedade”. Os resultados serão positivos quando os conceitos mencionados são aplicados de forma conjunta, ou seja, quando as ações de responsabilidade sociais são desenvolvidas juntamente com as estratégias de Marketing. Ações que garantam a promoção social e ambiental, onde antes o objetivo seria exclusivamente para vendas e imagem (PASSOS, 2010). Pringle e Thompson (2000, p.3), alertavam para o comprometimento das empresas quanto ao sucesso no envolvimento de questões sociais, no sentido de que a empresa e a causa social abraçada compartilhem dos mesmos objetivos: 53 “[...] empresa patrocina uma variedade de causas não relacionadas estrategicamente, é vista cada vez mais como um patrocínio sem sentido, ou mesmo como exploração, em vez de uma parceria viva, altruísta, em benefício mútuo.” (PRINGLE & THOMPSON, 2000, p.4) Na decisão de se envolver em questões sociais a organização abraça um compromisso com o desenvolvimento sustentável de uma região e da sociedade, o crescimento, seja econômico ou financeiro será sempre compartilhado, assim como ganhos e benefícios, numa condição do trabalho em conjunto é possível o alcance de metas e objetivos, sem perder o foco de cada segmento. Indo mais além, as autoras Pringle e Thompson (2000, p.4) afirmam: “O entendimento e a interpretação que o Marketing faz do Território de uma marca precisam ir além do desempenho funcional e da imagem emocional, ou dos anseios da marca, para abranger a ética e as crenças.” (PRINGLE & THOMPSON, 2000, p.4) Embora o Marketing Social e Marketing de Causas tenham conceitos similares para Pringle e Thomson (2000), vale a pena destacar a definição de ambos. O marketing de causas sociais está relacionado à formação de parcerias entre empresas e organizações da sociedade civil no sentido de aproveitar a força de suas marcas para beneficiar as duas organizações, ou mesmo apoiar causa de interesse do público, objetivando o aumento da comercialização, mas tal conduta vem sofrendo sérias críticas. O MCS é capaz de favorecer a imagem e comercialização, contudo seus objetivos definidos para causa, estejam alinhados aos valores dos seus clientes, (MEIRA & SANTOS, 2010). Apesar disso, as organizações devem atentar para o direcionamento correto dessa ferramenta, segundo Meira & Santos (2010) Apud Fontes (2008) “no caso de uma empresa condicionar sua atuação social com o objetivo de agregar valor social ao seu produto, ela não estará fazendo marketing social.” 54 Logo, percebe-se que a diferença está no direcionamento estratégico do “P” produto: se o foco está direcionado à comercialização do produto e em segundo lugar à causa social, a transação é entendida como “marketing comercial em conjunto a uma causa”. (MEIRA & SANTOS, 2010). Desde 1970 o tema em torno do Marketing Social é visto como disciplina do Marketing, Kotler (2011) traz uma abordagem sobre o que considera como rotulagem e fundamenta sua definição a respeito do MS: “[...] rotulada como tal, refere-se fundamentalmente a esforços focados em influenciar comportamentos que vão melhorar a saúde, evitar acidentes, proteger o meio ambiente e contribuir para as comunidades em geral”. Kotler (2011, p.27). Percebe-se que os autores concordam quanto a um dos principais aspectos do MS que é influenciar comportamentos, por meio de planejamento que insere técnicas do marketing, ética e valores, direcionados à promoção social e ambiental. O maior índice de utilização do marketing social está para órgãos do governo, da sociedade civil e de financiamentos. Um número bastante inexpressivo encontra-se em empresas privadas. Com a finalidade de conscientizar e sensibilizar a sociedade para temas de cunho social e ambiental, ou mesmo no incentivo à mudança na conduta social. Numa interação do marketing com setores políticos, legais, ambientais, educacionais, a comunidade como um todo, (MEIRA & SANTOS, 2010). 6.2 Avaliando resultados no Marketing Social Para o alcance dos objetivos, sejam eles: comportamentais (o que se espera conduta pessoal), cognitivos (no que devem conhecer) e de crenças (no que devem acreditar), de forma a serem dimensionáveis possibilitando uma análise final dos seus resultados (Kotler, Roberto & Lee, 2002). Com isso, pretende-se descobrir se as metas estão sendo cumpridas e seus objetivos alcançados, 55 assim como é realizado para avaliar a performance do marketing clássico, a mesma acuidade é dirigida para avaliação da ações e programas do marketing social, (MEIRA & SANTOS, 2010). Nesse contexto apresentam-se dois mecanismos de avaliação à luz da literatura: 1 - Avaliação segundo Kotler, Roberto e Lee (2002) Os autores consideram que a forma mais comum para mensuração e avaliação dos resultados está conforme a figura 9. O programa de marketing social comanda os processos de medidas, à medida que os resultados remetem as metas constituídas pelo programa, assim como a mudanças de conduta. Uma terceira ponderação é para o processo de tratamento das conseqüências éticas sejam realizadas separadamente das outras medições. Com os resultados, sejam eles pretendidos e planejados, considera-se a possibilidade de contingências para resultados não preteridos, como se fomentar o uso de materiais recicláveis, acrescesse o número de utilização desse tipo de material, uma vez que, eles já seriam reciclados. (MEIRA & SANTOS, 2010). Vale a pena ressaltar que o processamento por duas perspectivas de medidas: processos e resultados, não possibilita uma desenvoltura precisa, contudo, são ponderações distintas, frente à reação do target e o resultado dos impactos socioeconômicos do programa de MS. A cobertura da mídia é avaliada como um limitante, no que diz respeito a processo, que difere do resultado, os dados são baseados em estimativas (cabendo à organizadora processar esse dados). (MEIRA & SANTOS, 2010). 56 Figura 4 - Avaliação em Marketing Social • • • • • • Avaliação em Marketing Social Medidas de processo Medidas de resultado • Mudanças na política e infraestrutura Alcance e frequência Cobertura de mídia Total de exposições/custo por exposição Disseminação de materiais Participação e contribuições de fontes externas Avaliação da implementação dos programas • campanhas • • Mudanças em comportamento Mudanças em intenção comportamental Mudanças em conhecimento Mudanças em crenças Resposta a elementos de campanha Consciência da campanha Níveis de satisfação do consumidor • • • • • • Fonte: Meira e Santos (2010) 2 – Avaliação segundo Kotler e Lee (2011) Para analisar o programa de MS os autores (Kotler & Lee, 2011, p.347), recomendam a elaboração de um planejamento que monitore e avalie os esforços marketing social. Para tanto, sugerem a reflexão em cima das seguintes questões: • Por que você está conduzindo esta medição? • O que você medirá? • Como você conduzirá estas medições? • Quando estas medições serão realizadas? 57 • Quanto isso custará? Os autores fazem distinção entre os termos monitoramento e avaliação: o monitoramento corresponde às avaliações na condução após um espaço de tempo do lançamento da campanha, ou do “esforço de marketing social”, antes de sua conclusão. Mecanismo de grande valia para percepção de possíveis correções e ajuste durante a implantação do todo processo, de forma a garantir o objetivo final do marketing; a avaliação examina a medição junto ao relatório final informando os acontecimentos do programa, no qual deverá responder a pergunta: “você alcançou suas metas de mudanças em comportamento, conhecimento e atitude?” (Kotler & Lee, 2011, p.347). Para as questões levantadas anteriormente, a segunda proposição “O que você medirá?”, os autores (Kotler & Lee, 2011, p.349) recomendam a medição de até três categorias: Produção: medidas simples e objetivas que descrevem a produção da campanha, comumente conhecida como “medidas de processo”; Resultados: resposta em nível de comportamento (individual ou coletivo) relacionada ao desempenho da produção; Impactos: no campo econômico, ambiental, social e cultural. 58 Figura 10 - O que você medirá? Fonte: Kotler e Lee (2011) Para as considerações de mídia como “número de exposição em canais de comunicação”, fazem parte de um contexto incontrolável pelos Programas de MS, na verdade fazem parte do seu esforço, com isso não poderiam ser inseridos na medição de produção. E por fim, constatou-se que Kotler e Lee (2011), não consideram a proposição feita a respeito da dimensão ética por Roberto (1992), (MEIRA & SANTOS, 2010). 59 7. METODOLOGIA Segundo Gil (1999, p.27), a ciência necessita fundamentar suas pesquisas por métodos que possam dar aos fatos veracidade. Mas, para isso, é preciso deixar claro quais os métodos utilizados que permitiram alcançar determinado conhecimento. A pesquisa foi de natureza qualitativa com caráter de estudo de caso, abrangendo a Companhia Energética de Pernambuco - CELPE. 7.1. Locus da Pesquisa Celpe – Companhia Energética de Pernambuco do Grupo Neoenergia, com sede no Recife, Instituição pesquisada. Essa organização foi identificada de acordo com os critérios de intenção deste trabalho: Responsabilidade Social e Ações Sociais. A pesquisa foi realizada no mês de Junho de 2012, com data definida mediante a disponibilidade dos gestores e responsáveis por áreas de interesse de pesquisa deste trabalho. 7.2. População e Amostra A Celpe abrange a população pesquisada, por meio dos seus funcionários. Critério de seleção de amostra: - Tipicidade: funcionário envolvido em projetos de RS. - Entrevistados: 6 Embora a amostra seja pequena, vale a pena observar que as informações coletadas tiveram suas complexidades, na medida em que os questionários foram aplicados permitiram que o entrevistador tivesse maior domínio em caso de questionamentos abertos, estimulando o entrevistado a respostas 60 completas. Para Oliveira (2011, p.45,) em uma pesquisa pode existir a impossibilidade de uma coleta que abranja a totalidade, seja de um conjunto de pessoas, animais ou plantas, logo, faz-se necessário uma investigação de parte dessa população ou universo, com a preocupação para que essa amostra tenha relevância e representatividade na análise dos dados coletados. Para a pesquisa qualitativa foi realizada amostra não probabilística. Segundo Gil (1999, p.101) “essa amostra não apresenta fundamentação matemática ou estatística, depende unicamente do pesquisador”. Com isso o pesquisador foi bastante crítico, no intuito de considerar que a amostra tenha resultados representativos. A amostra não probabilística compreende duas subdivisões: por acessibilidade ou intencional. Para a amostragem por acessibilidade, foram convocados os profissionais envolvidos com o contexto da pesquisa selecionando-se os elementos a que têm acesso, admitindo que estes possam, de alguma forma, representar o universo (Gil, 1999, p.104). Para a execução deste trabalho, o foco foi uma organização que está fortemente engajada em projetos e programas sociais. A Celpe, uma empresa que busca no desenvolvimento de estratégias corporativas, ações que visam o crescimento socioambiental na sua região. Segundo Neves e Domingues (2007, p.57): “A escolha dos informantes ou sujeitos do estudo deve ser baseada na procura por indivíduos sociais que tenham uma vinculação significativa com o objeto de estudo”. Dessa forma, a pesquisa de campo envolveu entrevistas com profissionais e gestores que direta ou indiretamente estão envolvidos em ações sociais e que tenham, portanto, familiaridade com o objeto de estudo. Para este efeito, participaram da entrevista 7 (sete) profissionais. Segundo Neves e Domingues (2007, p.57), apud Minayo (2004): “a amostra ideal na pesquisa qualitativa é a que reflete o conjunto em suas múltiplas dimensões”. Dessa forma, a amostra deste estudo ofereceu subsídios satisfatórios e representativos, alcançando, assim, os objetivos deste trabalho. 61 Para a pesquisa de campo a amostra foi definida conforme o Quadro 1, que determina a posição hierárquica e a área de atuação de cada entrevistado. Quadro 1 – Definição da Amostra Categoria Hierarquia Informante chave Área de atuação Amostra Responsabilidade Social, Diretores e Gestores Comunicação e Marketing 2 Informante Padrão Diretores e Gerentes Setor de Comercial 2 Informante Chave Meio Ambiente 1 Diretor ou Gestor Informante Chave Projeto de Eficiência Diretores ou Gestor Energética 1 A entrevista aconteceu de acordo com a disponibilidade de cada entrevistado, as fontes poderão atuar em outras áreas, conforme sua função na companhia. Quanto às definições das fontes por categorias entende-se por fonte chave os profissionais que articulam, idealizam, desenvolvem ou são responsáveis pela implementação e ou comunicação da RS. Por categoria fonte padrão entendem-se os profissionais que, direta ou indiretamente, estão envolvidos com as questões da responsabilidade social corporativa. 7.3 Coleta e Análise de Dados A coleta dos dados foi realizada através de pesquisa de campo, com entrevistas semi estruturadas. Os assuntos abordados na entrevista foram focados no atendimento aos objetivos da pesquisa, procurando-se obter informações sobre todas as ações e práticas da empresa relativas às suas políticas socioambientais. Por outro lado, antes e durante o tempo em que as entrevistas estiveram em processo, foram levantados dados bibliográficos em jornais, revistas, livros, relatórios e 62 documentos, com a finalidade de sedimentar e complementar os dados e fatos coletados nas entrevistas. 7.3.1. Limites da pesquisa O propósito da realização de um estudo é a busca para solucionar questões ou problemas, e pode apresentar novos caminhos e alternativas para novos conhecimentos. O objeto de estudo deste trabalho tem por intenção identificar e encontrar caminhos e alternativas que possam consolidar o comportamento ético, social e ambiental dentro da organização, possibilitando encontrar alternativas que auxiliem gestores na condução de novas estratégias de comunicação sustentáveis. O presente trabalho apresenta limitações no que diz respeito à sua amostragem e especificações, por se tratar de uma pesquisa de cunho qualitativo, e de estudo de casos e, consequentemente, não probabilístico. Vale a pena salientar, entretanto, que mesmo com as restrições apresentadas, é possível o levantamento de informações valiosas que proporcionem representatividade necessária ao atendimento dos objetivos da pesquisa. 63 8. ANÁLISE DOS RESULTADADOS 8.1. Introdução O presente capítulo tem por finalidade apresentar e analisar os resultados obtidos a partir da pesquisa de campo realizada com profissionais, gestores e diretores da Celpe, que de alguma forma estejam envolvidos com o objeto de estudo, conforme a metodologia proposta neste trabalho. A contextualização da companhia a ser pesquisada, será apresentada no primeiro momento com dados relevantes a sua estrutura, desempenho operacional, ambiente interno e seu compromisso com meio socioambiental. Seguido de descritivos dos projetos e programas no campo social, do qual a companhia desenvolve ou apoia. Os resultados serão contemplados inicialmente pela contextualização dos balanços sociais no Relatório de Sustentabilidade da Celpe, sequenciada pela apresentação da análise dos resultados obtidos através de questionário semi estruturado, concluindo com algumas considerações a cerca do objeto de estudo baseadas na pesquisa de campo. 8.2. Um Estudo de Caso Sobre a Companhia Energética de Pernambuco - CELPE 8.2.1. A Empresa A Celpe é responsável pela distribuição de energia elétrica no Estado de Pernambuco, conta com mais de 3,1 milhões de clientes, 1663 colaboradores e distribui energia elétrica no Estado para 184 cidades, incluindo Pedra de Fogo no Estado da Paraíba e o distrito de Fernando de Noronha. O faturamento para 64 companhia em 2011 apresentou um aumento de 2,8% em relação ao ano anterior, registrando o montante de R$ 4,1 bilhões, com uma área de concessão de 98.547 mil Km² para uma população de 8,8 milhões de habitantes, segundo o senso do IBGE 2010. A Celpe faz parte do Grupo Neoenergia, um grupo que atua no setor elétrico nacional desde 1995, nas áreas de transmissão, comercialização e distribuição. O grupo está presente em 12 estados e registrou em 2011 um faturamento de R$ 14 bilhões, o que representou um crescimento de 9,2% comparados a 2010. Seus principais acionistas são: a Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil – PREVI (49%), o Grupo Espanhol Iberdrola (39%) e o Banco do Brasil Investimentos (12%). Segundo o Grupo Neoenergia – Celpe, a empresa vem se destacando entre as melhores distribuidoras de energia do país em níveis de eficiência, segundo a Aneel – (Agência Nacional de Energia Elétrica) no que se refere à satisfação do consumidor. Com o processo de universalização de energia na zona rural, a Celpe possibilitou o acesso à energia em grande parte da área rural de Pernambuco. Em de maio de 2012 a Aneel situa a Celpe como a quarta melhor distribuidora de energia dentre as 33 existente no mercado brasileiro, no que diz respeito à qualidade de serviço no ano de 2011. Investimentos contínuos são realizados nas áreas de inovações tecnológicas em distribuição de energia, em Programas de Pesquisa de Desenvolvimento (P&D) e na conscientização do desperdício de energia. Para isso, conta com uma gestão com foco na responsabilidade social que busca, através de seus programas e parcerias, educar, conscientizar e promover a inclusão social. O Energia para Crescer, um dos programas da companhia, promove a educação e formação de crianças e jovens em comunidades que tenham baixo valor aquisitivo. A Celpe mobiliza a sociedade a participar de ações de responsabilidade socioambiental, por meio de doações financeiras que podem ser inseridas na fatura de energia, através do Projeto Clarear. Instituições beneficiadas: 65 Organização Auxílio Fraterno, Movimento Pró-Criança, Pastoral da Criança, Criança Cidadã e a Fundação Terra. Os investimentos da empresa no campo cultural estão relacionados à realização, apoio e patrocínios de feiras, exposições, eventos musicais e esportivos, culturais e artísticos. 8.2.2. A Missão, Visão, e Valores da Celpe Para Cynthia Scott at al. (1998, p.4): Os valores são os princípios, os padrões, as ações que as pessoas representam numa empresa, que elas considerem naturalmente válidos e de máxima importância. [...]. A missão é o propósito central para o qual a pessoa, grupo ou organização é criada. [...]. A criação da visão é a representação da excelência – o que a pessoa, grupo ou empresa quer criar em sua melhor hipótese de futuro. Tal conjunto de princípios unidos tem a capacidade de orientar pessoas para fins de alcançar as metas que a empresa anseia, conseguindo aproximar-se dos valores de cada funcionário no intuito de direcioná-lo para os principiais objetivos da instituição. • Missão “Ser uma empresa de referência na distribuição de energia. Ser a luz e energia do Estado de Pernambuco, contribuindo para o seu desenvolvimento.” Grupo Neoenergia – Celpe • Visão “Universalizar o fornecimento de energia com qualidade até 2011.” No ano de 2011 a empresa atinge a universalização da sua área de concessão. Grupo Neoenergia – Celpe • Valores 66 “Foco em resultado, espírito de equipe, conhecimento e comunicação, Iniciativa e proatividade”. • Princípios Gerais “O Grupo Neoenergia atua na distribuição, geração, transmissão e comercialização de energia, com compromisso de atender todos os seus clientes com serviços de qualidade, com os menores preços possíveis e com justa remuneração aos acionistas.” (Código de Ética Grupo Neoenergia, p.9, 2006) • Clientes Para o Grupo Neoenergia – Celpe a companhia trabalha para que seus clientes sejam atendidos em suas necessidades e interesses. Investindo em tecnologias, buscando melhorias que possam atender as expectativas de qualidade, segurança e continuidade do serviço. Informar o consumidor sobre os serviços oferecidos pela companhia, a utilização adequada e eficiente da energia, e dos desligamentos programadas para manutenção da rede. • Sociedade A melhor forma de colaborar para o desenvolvimento socioeconômico da região é através de investimentos que possibilitem um padrão de excelência em seus serviços, conforme as normas determinada pelos órgãos reguladores. Geração de empregos e renda, através de projetos que incentive o empreendedorismo e a qualificação. Apoiar eventos sócio-culturais que fomente a arte e resgate a tradição cultural da região, segundo o Grupo Neoenergia – Celpe. 67 8.2.3 A participação e evolução da Celpe no mercado, dados gerais e do sistema elétrico. Tabela 1. Demonstrativo participativo da Celpe no mercado Classe MWh Participação% Residencial 3.791.350 37,8% Industrial 2.049.576 20,4% Comercial 2.020.603 20,1% Rural 579.741 5,8% Outras 1.597.236 15,9% Total 10.038.507 100,0% Fonte: Site da Companhia Energética de Pernambuco - Celpe Tabela 2. Evolução da Celpe no Mercado ANO Número de Clientes Consumo (GWh) 2006 2.706.126 7.834 2007 2.787.092 8.192 2008 2.900.415 9.103 2009 3.008.742 9.553 2010 3.100.145 10.039 Fonte: Site da Companhia Energética de Pernambuco - Celpe 68 Tabela 3. Dados Gerais Área de concessão em km² 98.546,70km² Quantidade de municípios 186 População Total do Estado 8.823.480habitantes Domicílios Particulares do Estado 2.740,6 Fonte: Site da Companhia Energética de Pernambuco - Celpe Tabela 4. Dados do Sistema Elétrico da Celpe Geração Própria 4,372MVA Potência Instalada em Subestações 2.654,97MVA Potência Instalada em Distribuição 2.749,44MVA Energia Requerida 12.266.246MWh (*) Total de Linhas de Distribuição 69 kV e 138 kV 3.974,51km Total de Linhas de Distribuição 13,8 kV 71.742,70km Total de Linhas de Distribuição 380/220V 52.695,32km Fonte: Site da Companhia Energética de Pernambuco - Celpe 69 8.2.4 A História da Companhia Energética de Pernambuco Celpe O marco inicial da Celpe advém de 1965, quando em 10 de fevereiro, foi constituída como Sociedade de Economia Mista. A Companhia de Eletricidade de Pernambuco (CELPE) apresentava, neste ano, um quadro de 462 funcionários e atendia a 156 cidades dentro do estado, possuindo 112.132 clientes e um consumo de 141 MWh, segundo o Grupo Neoenergia - Celpe. • Nos anos de 1970 Com a marca de um milhão de MWh vendido no início dos anos 70 a Celpe triplicava seu número de cliente, alcançando a margem de 300 mil. As cidades de Jaboatão do Guararapes e Caruaru passam a fazer parte do sistema de distribuição da companhia. A nova sede da companhia foi entregue em 1975, no edifício situado à Av. João de Barros, 111 no Bairro da Boa Vista. Neste mesmo ano dá-se início à construção do Centro de Treinamento Delmiro Gouveia, segundo o Grupo Neoenergia - Celpe. • Nos anos 1980 Para o Grupo Neoenergia – Celpe, essa década foi marcada pela elaboração do Programa Geral de Investimentos com validade de 5 anos, implantação do Plano Diretor de Informática e a formalização oficial da Celpos, através da portaria do ministério da Previdência Privada e Assistência Social. Durante esse período iniciou-se o processo importante de estudo para obtenção de outras formas de energia, especificamente a solar. Um projeto em nível experimental de coleta de energia solar foi instalado no Centro de Operações do Bongi, que fornecia energia para do restaurante do Centro de 70 Operações. Esse projeto, pioneiro no país, foi realizado em parceria com o Governo Francês. Em 1986, a razão social da instituição muda para Companhia Energética de Pernambuco – Celpe. • Nos anos de 1990 As transformações tecnológicas marcaram os anos de 1990, seja na qualidade dos serviços prestados, informatização e na busca por alternativas de produção de energia. A privatização no setor de distribuição de energia elétrica foi uma alternativa encontrada pelo governo para que as companhias acompanhassem essas mudanças no setor energético. Surgia então o Operador Nacional de Sistemas (ONS), que começou a monitorar o sistema elétrico interligado e o Mercado Atacadista de Energia (MAE), que promovia a venda de energia às empresas, segundo o Grupo Neoenergia - Celpe. • No ano 2000 O Consórcio Guaraniana formado pela Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), BB Banco de Investimentos S.A. e Iberdrola Energia, adquiriram a Celpe por R$1,7 bilhão em 17 de fevereiro de 2000. O grupo Iberdrola passa a administrar a companhia e anuncia investimentos da ordem de R$1,5 bilhão no prazo de cinco anos, em um processo de expandir, modernizar e construir uma usina termoelétrica. Foi criada uma nova rotina para adaptar-se ao setor privado, que contava com a automação de instalações elétricas, modernização dos sistemas internos e de informática. A nova realidade enfrentada pela companhia passou a obedecer normas internacionais de avaliações e desempenho, segundo o Grupo Neoenergia - Celpe. • No ano de 2001 Para o Grupo Neoenergia – Celpe o ano de 2001 foi marcado pelo racionamento de energia no país, que a companhia se organizou, em tempo hábil, devido ao pouco tempo de privatização e urgência para se adequar às 71 novas normas de racionamento. Remanejou funcionários, contratou pessoal terceirizado e ampliou seu atendimento. O Programa de Expansão do Sistema Elétrico entra em ação nesse período, contando com 200 km de linhas de transmissão e 69kV. Nesse momento, a companhia apresentava 115 subestações em Pernambuco, monitorado pelo seu moderno Centro de Operações Integradas (COI), localizados no edifício sede. O COI, inaugurado em junho dentro das normas da ISO 9002, visando melhorar as condições do sistema operacional, começou a operar um novo Call Center, atendendo mais de 2 milhões de consumidores da companhia, 24 horas por dia, pelos telefones (comercial) 0800 81 0120 e (prontidão) 0800 81 0196. A subestação Tabatinga entrou em operação em 2001, garantindo um melhor fornecimento de energia à população de São Lourenço da Mata e Camaragibe. No intuito de divulgar questões ligadas à Responsabilidade Social, em novembro de 2001 a Celpe, em parceria com o Instituto Ethos e a ONG Ação Empresaria pela Cidadania, promove debate sobre o Tema Responsabilidade Social. • No ano de 2002 Segundo o Grupo Neoenergia, o Programa Luz no Campo do Governo Federal, a Celpe trouxe energia para 16.649 propriedades rurais. Construiu mais subestações: Exu e Pontal Sul, que atende o Sertão de Pernambuco, Seccionadora Prazeres e Beberibe para atender a região metropolitana do Recife. Neste ano, a companhia apresentava 167 Pontos Celpe (atendimento ao consumidor) e 121 subestações, sendo que 110 encontravam-se automatizadas. Os programas Energia Solidária, Compromisso com o Meio Ambiente e o Energia do Saber, foram alguns dos projetos criados pela companhia neste ano. O Movimento Pró-Criança, focado no desenvolvimento da arte e educação, formando mais de 700 crianças e adolescentes, obteve maior 72 atenção e contribuição da Celpe. Para o Hospital do Câncer e à Fundação Altino Ventura, que realizam cirurgias oftalmológicas em idosos e crianças, é direcionada a coleta seletiva de papel da companhia. Nasce nesse mesmo ano a Escola dos Voluntários no Centro de Treinamento do Bongi, destinada à educação de criança e jovens das comunidades do Jacaré e Bongi. Na cena cultural, a companhia promoveu e patrocinou feiras, exposições e eventos. Um destaque especial é atribuído ao incentivo à publicação do livro Pernambuco Preservado, obra que contribui para a história do Estado pelo registro bibliográfico do patrimônio tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). A NBR ISO 14001 certifica o edifício sede pela instalação do Sistema de Gestão Ambiental. É válido salientar que, neste ano apenas 450 empresas no Brasil faziam parte desse sistema. O Instituto Ethos, Abamec, Aberje, Fides e Ibase concedem seu 1º Prêmio Balanço Social à Celpe, pelo empenho e desenvolvimento de ações de responsabilidade social. • No ano 2003 Para o Grupo Neoenergia, o investimento de R$ 25 milhões no Sistema Comercial possibilitou a melhoria no sistema de atendimento. Neste ano cai o índice de perdas de 19,49% para 17,98%, devido à intensa inspeção (180 mil) realizada pela companhia no sentido de inibir as ligações clandestinas e pelas campanhas de conscientização da ilegalidade dessas ligações. Neste ano foi concedido o certificado NBR ISO 1400, pelo sistema de tecnologia implantada na gestão ambiental da Usina Tubarão que fornece energia para população de Fernando de Noronha. O Memorial da Energia foi entregue à população da ilha, contando a história da energia elétrica no local contada em detalhes, desde a Companhia Telegráfica Italcable italiana, até a chegada da Celpe. 73 Mais investimentos são direcionados à Subestação de Exu, que atende à população das cidades de Exu, Bodocó e Moreilândia, no sertão de Pernambuco. E a Subestação Beberibe, que atende a 150 mil pessoas da zona Norte do Recife. A transmissão de dados via satélite foi possível pelo novo programa OminiSat, que transmite dados e monitora via satélite sua frota em todo Estado, a partir de sua unidade COI, facilitador de comunicação e gerador de relatório em tempo real. Na área social, a companhia ampliou as atividades da Escola dos Voluntários no Bongi, formalizou mais uma parceria com o Instituto de Qualidade no Ensino (IQE), entidade colaboradora no sentido de melhoramento dos processos de aprendizagem da rede pública de ensino e manteve seu convênio com o Movimento Pró-Criança. Integra-se ao Conselho Fundador do Junior Achievement, um programa que estimula o espírito empreendedor de jovens, no qual estes vivenciam uma realidade de mercado. Estudantes de várias regiões do Estado foram treinados pelo Programa Anual de Eficiência Energética para serem Agentes Comunitários, no sentido de divulgar as iniciativas e ações da companhia junto às comunidades onde moram e fazer o acompanhamento sistemático no período de um ano, de mil consumidores. Em paralelo, o Projeto Educacional, tem por objetivo conscientizar alunos e professores da importância do uso correto, seguro e eficiente da energia a 21 mil estudantes de 30 escolas públicas e particulares do interior do Estado. A companhia teve um crescimento de 6,03% em 2003, comparados ao índice de 2001, segundo a Revista Eletricidade Moderna e recebe pelo segundo ano consecutivo o prêmio Balanço Social Norte/Nordeste, pelas ações de responsabilidade socioambiental desenvolvidas, Instituto Ethos, Aberje, Apimec,Fides e Ibase. • No ano de 2004 prêmio concedido pelo 74 O grupo Guaraniana passa a se chamar Neoenergia (Previ,Iberdrola e Banco do Brasil) e com isso surge a nova identidade visual da Celpe. Para escolha do novo nome para o grupo foi realizado uma enquete entre os funcionários de toda a holding: na Bahia Coelba, no Rio Grande do Norte Cosern, na Hidrelétrica Itapebi na Bahia, na Termopernambuco em Pernambuco e a unidade responsável pela comercialização NC Energia. Neste ano foram realizados reformas em 11 subestações, mudanças nas linhas rurais de 6,5 metros de altura com poste duplo T por linhas de 8,4 de altura e poste do tipo circular com menos espaço e menor impacto visual. Duas linhas em sistemas exclusivo de 69(kV) foram implantadas no sentido de atender a demanda do novo Aeroporto Internacional dos Guararapes/Gilberto Freire, com investimento da ordem de R$ 1,17 milhão para ambas as instituições, que conta com 49 postes e 3,5 quilômetros de extensão. Segundo o Grupo Neoenergia, a companhia promoveu, neste ano, eventos para discutir melhores práticas de harmonia com o meio ambiente com o tema: Workshop sobre o Manejo de Cargas em Fernando de Noronha e Seminário Nacional de Distribuição de Arborização. Neste mesmo contexto a Celpe firma parceria com a Prefeitura de Olinda para revitalizar a rede elétrica do Sítio Histórico da Cidade, considerada Patrimônio Cultural da Humanidade, com um investimento de R$ 350 milhões, sendo instalados 78 lampiões no estilo antigo nas ruas do Varadouro, XV de Novembro e São Bento. Todas as novas instalações elétricas no Sítio Histórico são subterrâneas. No ano de 2004, foram eletrificadas 18 mil unidades consumidoras rurais com investimentos de R$ 63 milhões. A meta era alcançar 80 mil propriedades até 2008 para atender ao Programa Luz para Todos do Governo Federal com recursos da ordem de R$ 315 milhões. Para combater as perdas, foram lançadas novas estratégias de comunicação, com peças que demonstravam os riscos sobre a ilegalidade da ligação clandestina. 75 Para este ano, parte da estratégia de investimento social foi direcionada ao resgate da história da cultura e suas tradições, mediante uma contribuição de 11.500.000,00 (ICMS) através da Lei Roaunet de Incentivo à Cultura para a 10ª edição Janeiro de Grandes Espetáculos. Com destaque para o lançamento da obra “Um passeio pela fauna e flora de Pernambuco” pela Celpe para comemorar a Semana do Meio Ambiente, ilustrado pelo cartunista Lailson do Diário de Pernambuco, direcionado para estudantes do ensino fundamental. O livro, desenvolvido em parceria com o Centro Psicopedagógico de Atividades Integradas (CEPAI), órgão que supervisiona o projeto Parceiro da Energia, voltado para educação de alunos da 1º a 4º séries, contemplando a rede de ensino de todo o Estado e o Arquipélago de Fernando de Noronha.Também neste ano foi inaugurado o Espaço Educacional Parceiros da Energia no Bongi. Além do mais, várias atividades culturais foram patrocinadas pela companhia neste ano, entre as quais o Torneio de Tênis e a Regata Oceânica Internacional Recife/Fernando de Noronha. Para facilitar o acesso a livros de forma democrática, a companhia criou minibibliotecas em 5 Instituições , visando estimular a leitura nas áreas de baixa renda. As mini bibliotecas encontram-se no Instituto de Assistência Social (IASC), Núcleo de Apoio à Criança com Câncer (NAAC), Grupo de Ajuda a Criança com Câncer (GAC), Real Hospital Português de Beneficência, no Recife e o Hospital Pedro Antonio Manuel, em Paulista. Pelo terceiro ano consecutivo a Celpe recebe o prêmio Balanço Social, devido ao empenho de suas ações de responsabilidade social na categoria Norte/Nordeste. Considerada uma das melhores iniciativas do Estado a Celpe é premiada no Vida Profissional pelo Programa Escola de Voluntários, segundo o Grupo Neoenergia - Celpe. • No ano de 2005 Para o Grupo Neoenergia, a companhia se destacou em vários prêmios, devido a seu desempenho no ano anterior, por alcançar de metas e diretrizes que foram traçadas pela empresa. No setor social, teve relevante destaque no Guia 76 Exame de Boa Cidadania Corporativa 2005, com a prática de gestão de Disseminação do Código de Ética através do tema Valores e Transparências. Para o setor de tecnologia ocorreu a construção de duas linhas de distribuição, com 69 (kV) cada, e medindo 20 quilômetros de extensão, que recebe energia da nova subestação da Chesf, terminal Pau de Ferro. O investimento foi da ordem de R$ 4 milhões para elaboração das duas linhas que interligam a Subestação Pau de Ferro da Chesf e seccionadora Pau de Ferro da Celpe. Os investimentos continuam no litoral do Estado, com média de R$ 1 milhão e 200 mil em obras, que potencializam a distribuição de energia na região litorânea. A Celpe colocou em expansão três novas linhas de transmissão para atender a Zona da Mata, Agreste e Sertão, com investimento de R$ 8 milhões, que fazem parte do Projeto Expansão da empresa. Neste ano a companhia possuía 121 subestações, apresentando 116 automatizadas. No caso dos atendimentos o número de pontos de recebimentos cresce de 900 para 1263, após formalização do convênio com a CEF, que contava com 13 bancos e 5 empresas (Pague Menos, Pague Fácil, Multibank, Banco Matriz e Service Pague). A companhia passa a contar com os serviços da Contax por dois anos, para atuar no teleatendimento dos consumidores, que recebem uma média de 350 mil ligações. Por sua vez, os clientes da companhia com deficiência visual, puderam solicitar sua conta de consumo de energia em Braille, sistemas de pontos em relevo para leitura. Para realizar esse processo foi feita uma parceria entre a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Centro de Estudos Inclusivos (CEI) e a Xerox do Brasil. Para o combate ao furto de energia, a Celpe firmou parceria com a ONG Pernambuco Contra o Crime e a Secretaria de Defesa Social, divulgando campanha para localizar os eletrotraficantes, indivíduos especialistas em realizar ligações clandestinas. Nesse período, a companhia detinha um índice de perda de 19%, sendo 9% de perdas técnicas e 10% de furto, com prejuízo de R$ 136 milhões. 77 O Programa de Eficiência Energética da Celpe inaugurou o projeto do laboratório do Centro Federal de Educação Tecnológica de Pernambuco (CEFET), para o qual cerca de R$ 101 mil reais foram destinados para instalação de equipamentos, espaço e softwares. Na Prefeitura de Caruaru foram substituídas 485 luminárias com menor potência, dentro das normas de iluminação da Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT) e a troca de 45 condicionadores de ar por outros novos, com o selo Procel de economia de energia. Para esse dois projetos foram investido R$ 99.263,60. A Compesa e a Celpe firmaram convênio para instalar mecanismo eficiente de energia nas 9 Estações Elevatórias da Companhia de Saneamento em Pernambuco. O investimento advindo do Programa Anual de Eficiência foi de R$ 1 466,165,47, que resultou em economia para a Compesa, de R$ 600 mil por ano. Na área social, foram atendidas 252 comunidades neste ano, pelos projetos Ação Integrada, Luz no Empreendedorismo e Redes, integradas ao Programa Comunidade Parceria, Luz sem Desperdício e Conhecendo a Celpe. No Programa Luz no Empreendedorismo a empresa beneficiou nove comunidades, no intuito de formar parceria entre cooperativas e associações, que buscam explorar atividades econômicas, sejam comerciais, culturais, ou de baixa manufatura, estimulando a geração de renda e o compromisso do pagamento em dia das contas de energia, dos que fazem a comunidade. O projeto Rede de Energia para o Desenvolvimento tem como parceiros o Ministério de Minas e Energia, o Banco do Brasil, a ONG Moradia e Cidadania, dentre outros, com o objetivo de fomentar o progresso em comunidades rurais de baixa renda. Com marco inicial na comunidade de Santa Isabel no município de Lagoa dos Patos, conta com incentivo ao desenvolvimento de um Centro de Comunitário de Produção (CCP), para cultivo e processamento de Urucum, maracujá e hortaliças. 78 Para reduzir o número de inadimplência e as ligações clandestinas, a companhia promoveu durante o ano de 2005, através do Programa Conhecendo a Celpe, 25 encontros e realizou ações nos bairros de Rio Doce, Estância, Maranguape e Piedade. Nesses encontros participaram 500 líderes comunitários, representantes da Celpe, com filmes explicativos, atividades educativas, brindes e palestra. O Programa de Energia sem Desperdício, que trata do uso seguro e eficiente da energia, realizou 555 encontros em comunidades especiais neste ano. Em parceria com o Instituto Ethos, a companhia realizou um debate com o tema: Responsabilidade Social inserida na gestão de negócios, com dez empresas participando do evento. • No ano de 2006 Motivada pelos resultados obtidos na gestão social corporativa, a Celpe consolida sua ações e atividades de sustentabilidade e responsabilidade social no ano de 2006. A companhia avança em suas metas, com resultados positivos e satisfatórios em 2006: • Lucro líquido R$ 217,8 milhões sendo 61,5% superior a 2005; • Ebtida (geração de caixa operacional) de 430,3 milhões apresentando avanço de 10,8%, quando comparado a 2005; • Crescimento da receita liquida de R$ 1,60 bilhão para R$ 2,02 bilhões, com aumento de 26,1%; • Elevação em 3,0% da energia circulada em Pernambuco; • Crescimento do número de clientes para 2,7 milhões. Vale ressaltar, ainda, que a pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) mostrou que 81,02% dos consumidores pesquisados estão satisfeitos com os serviços prestados pela companhia, confirmando a sensível diminuição do número de reclamação de 41,5 mil em 2005 para 34,4 em 2006. 79 Para o Grupo Neoenergia, neste ano, os investimentos, da ordem de R$ 343,4 milhões em melhorias para sua rede, atribuíram à empresa o patamar de maior investidor do setor privado do Estado, conferido pelo recolhimento do ICMS. Ademais, a conclusão do número de ligações incluso no contrato Programa Luz para Todos com a Eletrobrás coloca o Estado com praticamente toda população com acesso à energia elétrica. A companhia alcançou 99,2% de toda sua área de concessão. O impacto social causado pela conclusão das ligações do Programa Luz para Todos apresentou os seguintes resultados: • No final do ano de 2006, os clientes ativos da companhia alcançavam 2.706,126, um crescimento de 3,87% em relação ao ano anterior. • Neste ano a companhia distribuiu 8.509 Gwh, um aumento de 3% comparado a 2005. • O mercado livre distribuiu 675 Gwh, apresentando um aumento de 55,7% relacionado ao ano de 2006. • A companhia comercializou 7.834 Gwh, redução de 0,3% em relação ao ano de 2005, apontando migração de clientes para o mercado livre. A companhia ampliou a rede de subtransmissão de energia, Apolônio Sales – Pau de Ferro (69kV) e Angelim – e Brejão (69kV), que permitiu a diminuição de perdas técnicas e melhorias no fornecimento de energia. No complexo de Suape foram construídas 7 km de linha em 230kV para atender à empresa M&G Polímeros do Brasil S.A. A companhia apresenta neste ano 7 mil empregos diretos, seis anos após sua privatização. Consolidando sua política de investimentos tanto na qualidade dos serviços prestado, quanto a seus colaboradores. No campo social, a Celpe lançou seu novo Programa Energia para Crescer, ampliando seu compromisso perante a sociedade com a educação, meio ambiente e cultura. Prosseguindo com apoio e parceria a projetos que 80 possibilitam o processo de inclusão social, através da educação e formação de crianças e jovens. Patrocínio de atletas locais, a produção cultural e a edição de livros estiveram também presentes na grade de investimento social da companhia. Premiada pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE) com a publicação do Balanço Social do ano anterior, a Celpe recebeu o selo Ibase Betinho, devido aos trabalhos desenvolvidos no campo social. A política de não empregar crianças, ou jovens menores de 18 em atividades noturnas, insalubres ou perigosas, preservando os direitos da criança, rendeu à empresa o Selo Empresa Amiga da Criança. Foram obtidos, neste ano, os certificados da ABNT NBR ISO 14001:2004 e NBR ISO 9001:2000, segundo o Grupo Neoenergia - Celpe. • No ano 2007 Para o Grupo Neoenergia, os resultados apresentado no ano de 2007 foram positivos: • Lucro líquido de R$ 311,5 milhões, sendo 43% superior no ano anterior; • Ebtida (geração de caixa operacional) de R$ 584,1 milhões, avançando 35,8% comparando ao ano de 2005; • Receita Operacional Líquida cresceu de R$ 1,87 bilhão para R$ 1,99 bilhão, crescimento de 6,5%. • O mercado de distribuição apresentou um crescimento de 4,57% comparado ao ano anterior. • O mercado cativo de fornecimento registrou uma elevação de 4,57% em relação a 2006, e houve um aumento da energia que circula no Estado de 5,9% • Crescimento de 3% do número de clientes, totalizando 2,8 milhões. • Redução no índice de perdas de 17,76% para 16,38% em 2007. 81 O desempenho por melhoria constante em seus sistemas permitiu que a Celpe fosse classificada como a melhor prestadora de serviços pelos pernambucanos, através da pesquisa Vox Populi. Em agosto deste ano a companhia elevou o rating de brA- para brA+, pela Standard & Poor’s Rating Services, fato que no mercado permite melhores condições e acordos para títulos da companhia. • No ano de 2008 Segundo o Grupo Neoenergia – Celpe a companhia atinge a marca de 100% de consumidores urbanos que integram a sua área de concessão. A Celpe possui um comitê de Responsabilidade Social que é responsável pela gestão de ações, projetos, parceria e programas socioambientais. No Distrito de Fernando de Noronha é realizada uma grande reforma que permitiu a sua operação a partir do biodiesel. A 18ª edição do Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica (Sendee), o maior evento de energia elétrica do Brasil realizado em Pernambuco para mais de 3,3 mil participantes, contou com a coordenação da Celpe. • No ano de 2009 Para o Grupo Neoenergia, os resultados mais importantes apresentados pela companhia no ano de 2009 foram: • A companhia em 2009 participa do ciclo de revisão tarifária periódica. • Alcança a marca de 3 milhões de clientes. • A companhia firma seus compromisso com a sociedade através do seu empenho pela eficiência e qualidade em seus serviços, bem como a transparência e ética em seus projetos e programas sociais na busca pelo desenvolvimento do Estado. • No ano de 2010 Em 2010 a companhia solicita à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), permissão para reduzir 8,7% na tarifa de energia da população do Estado e, 82 após liberação da Aneel, a Celpe reduz a tarifa de energia dos pernambucanos. A Standard & Poor's, agência de classificação de risco, eleva o conceito da Celpe para duas posições de BB+\Stable na Escala Global e brAA+\Estável na Escala Nacional Brasil, aproximando a companhia da avaliação máxima, segundo o Grupo Neoenergia - Celpe. 8.2.5 Código de Ética do Grupo Neoenergia O código de ética do Grupo Neoenergia formaliza as relações das Empresas do Grupo com seus clientes, fornecedores, colaboradores, o Estado, prestadores de serviço, mercado e acionistas. A publicação do Código de Ética do Grupo ocorreu em novembro de 2006. O objetivo do Código de Ética é servir de referência para o comportamento do profissional dentro e fora do ambiente corporativo, tendo como base os valores e princípios da companhia. Para Laura Giannecchini at al. (2007, p.2) o Código de Ética é um mecanismo que contempla valores e princípios da companhia, de forma a consolidar sua missão e visão. Os valores podem ser entendidos pelo conjunto de crenças que a empresa valoriza. Os princípios são fundamentados no conceito moral adotados pela companhia, que norteia sua conduta de relacionamento perante a sociedade e seus diferentes públicos. Segundo o Código de Ética do Grupo Neoenergia a conduta do profissional representa: “A conduta do profissional do Grupo Neoenergia, que representa os valores da Empresa, preconiza o profissionalismo, a integridade social e 83 a preocupação social (...)”. (Código de Ética Grupo Neoenergia, 2006, p.15). O Código de Ética indica e orienta a conduta adequada em determinadas situações internas ou externas à companhia, no intuito de assegurar o colaborador a lidar com diferentes públicos e a sociedade como um todo. O referido documento está sujeito a modificações ou atualizações, conforme deliberação do Comitê de Ética e Auditoria Interna da companhia. 8.2.6. Programa de Sustentabilidade da Celpe O modelo de gestão social e responsável é integrado a todas as atividades da companhia, possibilitando transparência na sua relação com seus públicos, inserindo valor ao negócio e colaborando para uma sociedade justa e sustentável. O Programa de Responsabilidade Social “Energia para Crescer”, permite que a sociedade tenha uma visão ampla das ações e programas sociais que a Celpe esta envolvida. Os investimentos e benefícios atendem a todos os municípios do Estado, Pedra de Fogo na Paraíba e Fernando de Noronha. O Energia para Crescer está conforme as políticas de Responsabilidade Social e de Sustentabilidade do Grupo Neoenergia. Comitê de Responsabilidade Social e Sustentabilidade Em 14 de novembro de 2008 foi formado o Comitê de Responsabilidade Social e de Sustentabilidade com o objetivo de conduzir e difundir as Políticas de Responsabilidade Social e Sustentabilidade do Grupo Neoenergia. Sua composição é feita pela por todos que fazem o Grupo Neoenergia, porém são coordenados pela Gerência de Comunicação e Desenvolvimento Sustentável. 84 Objetivos: • Difundir dentro da empresa a Política de Responsabilidade Social Corporativo do Grupo Neoenergia, a importância da Sustentabilidade e o programa Energia para Crescer; • Para uma avaliação das ações de Responsabilidade Social, são constituídos fóruns que discutem as melhores práticas dessas ações e analisam os impactos nos vários grupos de Stakeholders; • Avaliar para autorizar ações de Responsabilidade Social, assessorando a Companhia no alcance da metas, através de uma gestão sustentável. Comitê de Sistema Integrado e Gestão Seu principal objetivo é coordenar a Gestão do Sistema Ambiental e de Qualidade da Celpe. Formado por representantes de todas as Superintendências da Empresa, que trabalham como disseminadores da cultura da qualidade, buscando prevenir possíveis impactos ambientais em toda sua área de concessão. O Sistema Integrado de Gestão da Celpe é baseado em normas de padrões internacionais como a ISO 9001 desde 2000 desde 2001 e a ISO 1400. Sua gestão integrada durantes esses garantiu o prêmio Ouro no Programa de Gestão de Qualidade Propeq. 85 8.2.7 - Programa Energia Para Crescer O programa Energia para Crescer é responsável pelos projetos sociais da Celpe em comunidades cadastradas, e tem por objetivo promover a inclusão social por meio da educação, cultura e meio ambiente, associada a valores sociais e costumes locais. 8.2.7.1 Projetos de cunho Educacional apoiados pela Celpe Grupo Neoenergia I - Instituto Ayrton Senna / Educação pela Arte Uma instituição não-governamental sem fins lucrativos fundada em novembro de 1994, que tem por presidente Viviane Senna. O projeto Educação pela Arte tem a finalidade de capacitar gestores e professores que possam trabalhar as habilidades e competências artísticas de crianças e adolescentes. No Estado, a Instituição beneficia o Ária Social e o Movimento Pró-Criança. A Celpe é parceira deste projeto desde 2006. Figura 6 - Revista Senninha Celpe e a Arte na Escola Fonte: Site Celpe e do Projeto Educação pela Arte 86 . II - Junior Achievement - Empreendedorismo Trata-se de uma instituição não governamental e sem fins lucrativos, constituída em 1919 nos Estados Unidos, uma entidade voltada para educação prática em negócios, economia e empreendedorismo. Mantém unidades em todos os Estados brasileiros, no Distrito Federal e em 120 países, com a finalidade de estimular o espírito empreendedor de jovem que está na sala de aula, despertando para seu crescimento pessoal por meio da vivencia prática do mundo dos negócios e agindo como facilitador no ingresso ao mercado de trabalho. A Celpe é parceira da Instituição desde 2003. Só no Brasil 2 milhões e 60 mil estudantes foram beneficiados. Segundo a Junior Achievement os resultados alcançados em Pernambuco no ano de 2011 foram: • 7.200 Jovens; • 439 Voluntários; • 71 Escolas; • 17 Municípios. Figura 7 - Exposição de produtos feitos pelos jovens Fonte: Site da Celpe 87 III - Ária Social O projeto Ária Social foi fundado em 2004 pelo Ária Espaço de Dança e Arte, com a finalidade de despertar e potencializar as competências artísticas por meio da dança e da música de jovens e crianças de baixa renda de Jaboatão dos Guararapes e periferia do Recife, segundo o Ária Social. Figura 8 - Escola de dança para jovens de baixa renda. Fonte: Site Ária Social VI - Movimento Pró-Criança A missão do Movimento Pró-Criança é fomentar a melhoria da qualidade de vida por meio da inclusão social de crianças e jovens que se encontram em situação de risco e abandono, atende toda a região metropolitana do Recife. Respaldada na educação para o desenvolvimento, distribui suas atividades em quatro linhas: apoio pedagógico, esporte, arte e profissionalização. Figura 9 - Crianças e adolescentes do Movimento Pró-Criança Fonte: Site Movimento Pró-Criança 88 VII - Projeto Clarear O Projeto Clarear foi desenvolvido pela Celpe, com a finalidade de atender crianças e jovens que se encontram em situação de risco social em Pernambuco. Os investimentos para este projeto advêm de doações realizadas na fatura de energia elétrica dos clientes residenciais da companhia. As doações são dirigidas para cinco instituições: Movimento Pró-Criança, Fundação Terra, Organização de Auxilio Fraterno (OAF) e Associação Beneficente Criança Cidadã (ABCC). Figura 7 - Divulgação da Campanha Clarear da Celpe Fonte: Site Campanha Clarear VIII - Projeto Campanha APAE A Celpe consolida parceria com a Federação das APAEs (Associação de Pais e Amigos Excepcionais) de Pernambuco que tem o objetivo de promover a defesa dos direitos de cidadania de pessoas portadoras de deficiência e fomentar a sua inclusão social. A Celpe, por meio da Campanha APAE, arrecada doações realizadas mensalmente nas faturas de energia elétrica dos clientes residenciais da companhia. As doações são entregues à Federação APAEs de Pernambuco que são distribuídas para 10 APAEs localizadas em Agrestina, Carnaubeira da Penha, Cupira, Garanhuns, Mirandiba, Passira, Petrolina, Recife, Salgueiro e Serra Talhada. 89 Figura 10 - Campanha APAE Fonte: Site APAEs 8.2.9. Programa de Eficiência Energética As companhias concessionárias que possuem contrato firmado com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) para realizar serviço público de distribuição de energia, terão que investir, da sua receita operacional líquida, o mínimo de 0,5% por ano em ações de combate ao desperdício de energia elétrica, através do Programa de Eficiência Energética – PEE, conforme dispõe a Lei 9.991 de 24 de Julho de 2000, segundo normas regulamentadores pela ANEEL. O montante de investimento para o ano de 2012 é de cerca de R$ 20 milhões. Parte desses recursos (60%) é destinado a projetos que atende a comunidades de baixo valor aquisitivo, consumidores cadastrados na tarifa social de energia elétrica, como é caso da doação de refrigeradores que possuam o selo PROCEL (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica, instituído pelo Governo Federal), e lâmpadas eficientes, com a finalidade de educar os consumidores a economizar e reduzir sua conta de energia. 90 8.2.9.1. Projeto nas Comunidades 1- Celpe nas Comunidades de Baixo Poder Aquisitivo I - Programa Concluído II – Objetivos: mudar o hábito de consumo na comunidade de baixa renda, através da divulgação do uso correto e seguro de energia elétrica, com a doação de 10.976 refrigeradores e 163.266 lâmpadas. III – Áreas contempladas: Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Camaragibe, Abre e Lima, Paulista, Moreno, Itamaracá, Itapissuma, Igarassu, São Lourenço da Mata e outras cidades do interior do estado de Pernambuco. VI – Resultados Energia conservada 20.429,33 MWh/ano Demanda retirada na ponta 8.621,73 kW Custo da demanda evitada R$ 849,56 Custo da energia evitada R$ 171,39 Relação custo benefício (RCB) 0,42 Investimento no projeto R$ 16.365.594,97 Fonte: Site da Companhia Energética de Pernambuco - Celpe • Diminuição das perdas realizadas por ligações clandestinas; • Adaptação do consumo de energia de acordo com disposição de pagamento dos clientes. 91 2 - Projeto Venda Subsidiada de Refrigeradores em Comunidades Populares de Pernambuco I - Programa Concluído II – Objetivo: mudar o hábito de consumo na comunidade de baixa renda, através da divulgação do uso racional e seguro de energia elétrica, com a venda 8.019 refrigeradores com selo Procel subsidiada, pagando 30% do valor do refrigerador, pela troca de refrigeradores impróprios para utilização e doação de 93.782 lâmpadas eficientes. III – Áreas contempladas: Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Camaragibe, Abre e Lima, Paulista, Moreno, Itamaracá, Itapissuma, Igarassu, São Lourenço da Mata e outras cidades do interior do estado de Pernambuco. VI – Resultados: Energia conservada 12.298,99 MWh/ano Demanda retirada na ponta 4.981,22 KW Custo da demanda evitada R$ 849,56 Custo da energia evitada R$ 171,39 Relação custo benefício (RCB) 0,36 Investimento no projeto R$ 8.279.780,63 Fonte: Site da Companhia Energética de Pernambuco - Celpe • Diminuição de desligamentos e da sobrecarga da rede; • Conscientização sobre as questões ambientais, preservação do meio ambiente e uso eficiente da energia elétrica; • Beneficiar as comunidades de baixar renda com equipamentos eficientes. 92 3 - Celpe nas Comunidades de Baixo Poder Aquisitivo I – Programa encontra-se em Auditoria Contábil II – Metas: mudar o hábito de consumo na comunidade de baixa renda, através da divulgação do uso correto e seguro de energia elétrica, com substituição de 40.000 refrigeradores e 100.000 lâmpadas eficientes, ambos com selo Procel. III – Áreas contempladas: Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Camaragibe, Abre e Lima, Paulista, Moreno, Itamaracá, Itapissuma, Igarassu, São Lourenço da Mata e outras cidades do interior do estado de Pernambuco. VI - Previsão Energia a ser conservada 33.028,50 MWh/ano Demanda a ser retirada na ponta 5.791,10 KW Custo da demanda evitada R$ 822,85 Custo da energia evitada R$ 152,66 Relação custo benefício (RCB): 0,611 Investimento no Projeto R$ 34.885.316,54 Fonte: Site da Companhia Energética de Pernambuco - Celpe • Diminuição de desligamentos e da sobrecarga da rede; • Conscientização sobre as questões ambientais, preservação do meio ambiente e uso eficiente da energia elétrica; • Beneficiar as comunidades de baixar renda com equipamentos eficientes e aproximar a companhia a comunidade; • Redução do consumo, e com isso diminuição da conta de energia elétrica; • Minimização dos impactos ambientais com a diminuição do consumo de energia elétrica. 93 4 - Eficientização das Instalações do Abrigo Cristo Redentor I - Programa Concluído II – Objetivo: implantação de quatro sistemas de aquecimento solar que substituíram chuveiros elétricos do Abrigo Cristo Redentor. III – Área contemplada: Abrigo Cristo Redentor, no bairro de Jangadinha no Recife. VI - Resultados Energia conservada 24,57 MWh/ano Demanda retirada na ponta 39,01 KW Custo da demanda evitada R$ 710,85 Custo da energia evitada R$ 150,16 Relação custo benefício (RCB) 0,59 Investimento no projeto R$ 206.365,44 Fonte: Site da Companhia Energética de Pernambuco - Celpe • Evitar a instalação de novos chuveiros elétricos; • Diminuição do consumo de energia elétrica, ocasionando a redução na conta de energia; • Diminuição de desligamentos e da sobrecarga da rede; • Conscientização sobre as questões ambientais, preservação do meio ambiente e uso eficiente da energia elétrica; • Minimização dos impactos ambientais com a diminuição do consumo de energia elétrica. 94 5 - Celpe nas Comunidades de Baixo Poder Aquisitivo I – Programa encontra-se em implantação II – Metas - mudar o hábito de consumo na comunidade de baixa renda, através da divulgação do uso correto e seguro de energia elétrica, com substituição de 7.000 refrigeradores e 50.000 lâmpadas eficientes, ambos com selo Procel. III – Áreas contempladas - Recife, Olinda, Jaboatão do Guararapes, Camaragibe, Abreu e Lima, Paulista, Moreno, Itamaracá, Itapissuma, Igarassu, São Lourenço da Mata e outras cidades do interior do estado de Pernambuco. VI - Previsão Energia a ser economizada 8.499,45 MWh/ano Demanda a ser retirada no horário de ponta 2.876,88 kW Custo da demanda evitada R$ 849,56 Custo da energia economizada R$ 171,39 Relação Custo Benefício (RCB) 0,57 Investimento previsto no Projeto R$ 8.813.240,57 Fonte: Site da Companhia Energética de Pernambuco - Celpe • Diminuição de desligamentos e da sobrecarga da rede; • Conscientização sobre as questões ambientais, preservação do meio ambiente e uso eficiente da energia elétrica; • Beneficiar as comunidades de baixar renda com equipamentos eficientes e aproximar a companhia a comunidade; • Redução do consumo e com isso diminuição da conta de energia elétrica; • Minimização dos impactos ambientais com a diminuição do consumo de energia elétrica. 95 8.2.9.2 Projetos Educacionais 1 Educação com Energia - A Celpe e Procel na Educação Básica I - Projeto em auditoria contábil II – Meta: Capacitar professores da rede pública de ensino de Pernambuco, para que sejam disseminadores do uso eficiente e seguro de energia elétrica junto a toda comunidade escolar (professores, funcionários, alunos e familiares), de acordo com o método da PROCEL de Educação. III – Áreas contempladas: Recife, Cabo, Carpina, Caruaru, Serra Talhada, Petrolina e Garanhuns. VI – Previsão Tabela 5. Previsão para o projeto Educação com Energia Municípios Nº de escolas Educadores Classes Alunos Familiares atingidos Região Metropolitana do Recife 30 180 150 5.250 21.000 Cabo 10 60 50 1.750 7.000 Carpina 10 60 50 1.750 7.000 Caruaru 35 210 175 6.125 24.500 Garanhuns 15 90 75 2.625 10.500 Serra Talhada 10 60 50 1.750 7.000 Petrolina 40 240 200 7.000 28.000 150 900 750 26.250 105.000 Total Público: 900 professores, 26.250 alunos e 105.000 familiares Investimento Total - 132.150 pessoas R$ 1.218.850,17 Fonte: Site da Companhia Energética de Pernambuco - Celpe 96 • Colaborar com a educação ambiental na região; • Fomentar a forma correta do uso eficiente e seguro, combatendo o desperdício de energia; • Redução da conta de energia elétrica; • Minimização dos impactos ambientais com a diminuição do consumo de energia elétrica. 2 - Educação com Energia - A Celpe e Procel na Educação Básica I - Projeto encontra-se em implantação II – Meta: Capacitar professores da rede pública de ensino de Pernambuco, para que sejam disseminadores do uso eficiente e seguro de energia elétrica junto a toda a comunidade escolar (professores, funcionários, alunos e familiares), de acordo com o método da PROCEL de Educação. Doação de 10.000 lâmpadas eficientes com o selo Procel. III – Áreas contempladas: Região Metropolitana do Recife VI - Previsão Alunos 24.500 Escolas 105 Professores 1.050 Investimentos R$ 739.900,00 Fonte: Site da Companhia Energética de Pernambuco - Celpe • Colaborar com a educação ambiental na região; • Fomentar a forma correta do uso eficiente e seguro, combatendo o desperdício de energia; • Redução da conta de energia elétrica; • Minimização dos impactos ambientais com a diminuição do consumo de energia elétrica. 97 3 - ENTERJOVEM I - Projeto Concluído II – Objetivo – o Projeto Ações Educativas atuou em comunidades de baixa renda, no intuito de orientar alunos do 2º grau e educadores em relação às questões ambientais e o uso eficiente e seguro de energia elétrica. Com curso de formação de educadores, palestras em escolas para familiares de alunos e a comunidade do entorno, distribuição de 5.000 lâmpadas eficientes com selo Procel. III – Organizações de base comunitária e escola pública beneficiada: Associação Nacional de Desenvolvimento Humano e Social (ANDHUS), Centro de Apoio Divino Amor, Centro Comunitário Vivendo e Aprendendo (CCVA), Centro de Formação Profissional e Cidadania Pe. Humberto Plummen, Centro de Ação Comunitária Chão de Estrelas, Clube de Mães Tia Iracema, Comissão de Saúde Independente de Roda de Fogo (COSIOF), Estadual Edmur Arlindo de Oliveira, Grupo Comunidade Assumindo suas crianças (GCASC) e Instituto Filadélfia. VI – Resultados Energia economizada 440,19 MWh/ano Demanda retirada no horário de ponta 241,20 KW Custo da demanda evitada R$ 849,56 Custo da energia economizada R$ 171,39 Relação Custo Benefício (RCB) 0,298 Investimento previsto no Projeto R$ 233.808,24 Fonte: Site da Companhia Energética de Pernambuco - Celpe • Colaborar com a educação ambiental na região; 98 • Fomentar a forma correta do uso eficiente e seguro, combatendo o desperdício de energia; • Redução da conta de energia elétrica; • Minimização dos impactos ambientais com a diminuição do consumo de energia elétrica. • Formar disseminadores do uso eficiente, seguro e racional de energia elétrica. 8.2.10. Projeto Residencial 1 - Projeto de Incentivo para Eficientização Energética Residencial e Conscientização Ambiental I - Projeto em auditoria contábil II – Objetivo: incentivo para o uso eficiente de energia elétrica residencial e estimulo para uma consciência ambiental, que incentiva a troca de 4.000 equipamentos e o reflorestamento de parte da Mata Atlântica na Serra do Urubu, município de Lagoa dos Gatos em Pernambuco. No momento da adesão o consumidor recebe lâmpadas fluorescentes compactas e são recolhidos pela empresa para descarte correto os equipamentos usados trocados. Números até o momento: Equipamentos trocados Quantidade Refrigeradores 2.772 Condicionadores de ar 405 Freezers 76 Lâmpadas doadas 14.060 Unidades consumidoras residenciais atendidas 2.799 Fonte: Site da Companhia Energética de Pernambuco – Celpe 99 Resultado do Reflorestamento Mudas plantas na Serra do Urubu 2.910 mudas de 24 espécies nativas da Mata Atlântica Área plantada 2,5 hectares Fonte: Associação para a Proteção da Mata Atlântica do Nordeste - AMANE III – Áreas contempladas: Recife, Olinda, Jaboatão do Guararapes, para clientes que apresentam um consumo médio de 100kWh/mês. VI - Previsão Energia a ser conservada 2.351,88 MWh/ano Demanda a ser retirada na ponta 780,21 KW Custo da demanda evitada R$ 755,49 Custo da energia evitada R$ 127,02 Relação custo benefício (RCB) 0,721 Investimento no projeto R$ 2.795.223,19 Fonte: Site da Companhia Energética de Pernambuco - Celpe • Colaborar com a educação ambiental na região; • Fomentar a forma correta do uso eficiente e seguro, combatendo o desperdício de energia; • Redução da conta de energia elétrica; • Minimização dos impactos ambientais com a diminuição do consumo de energia elétrica; • Beneficiar os consumidores residenciais com equipamentos; • Inclusão social e oportunidade de geração de renda, por meio de capacitação de mão-de-obra de agricultores. 100 2 - Projeto de Incentivo para Eficientização Energética Residencial e Conscientização Ambiental (Energia Verde - Loja Eficiente) I Projeto em auditoria contábil II – Objetivo: incentivo para o uso eficiente de energia elétrica residencial e estímulo para uma consciência ambiental, que incentiva a troca de 7.700 equipamentos e o reflorestamento de parte da Mata Atlântica na Serra do Urubu, município de Lagoa dos Gatos em Pernambuco. No momento da adesão o consumidor recebe lâmpadas fluorescentes compactas, são recolhidos pela empresa para descarte correto os equipamentos usados trocados. Números até o momento: Equipamentos trocados Quantidade Refrigeradores 3.306 Condicionadores de ar 2.280 Freezers 114 Televisores 2.000 Fonte: Site da Companhia Energética de Pernambuco – Celpe III – Áreas contempladas: Recife, Olinda, Jaboatão do Guararapes, para clientes que apresentam um consumo médio de 100kWh/mês. VI – Previsão Energia a ser conservada 9.503,24 MWh/ano Demanda a ser retirada na ponta 1.170,31 KW Custo da demanda evitada R$ 950,51 Custo da energia evitada R$ 143,42 Relação custo benefício (RCB) 0,723 Investimento no projeto R$ 4.961.809,54 Fonte: Site da Companhia Energética de Pernambuco – Celpe 101 • Diminuição da emissão de CO2; • Colaborar com a educação ambiental na região; • Fomentar a forma correta do uso eficiente e seguro, combatendo o desperdício de energia; • Redução da conta de energia elétrica; • Minimização dos impactos ambientais com a diminuição do consumo de energia elétrica; • Beneficiar os consumidores residenciais com equipamentos. 3 - Projeto de Incentivo para Eficientização Energética Residencial e Conscientização Ambiental (Energia Verde - Loja Eficiente) I - Projeto em implantação II – Objetivo: incentivo para o uso eficiente de energia elétrica residencial e estimulo para uma consciência ambiental, que incentiva a troca de 2.770 equipamentos e o reflorestamento de parte da Mata Atlântica na Serra do Urubu, município de Lagoa dos Gatos em Pernambuco. No momento da adesão o consumidor recebe lâmpadas fluorescentes compactas, são recolhidos pela empresa para descarte correto os equipamentos usados trocados. Números até o momento: Equipamentos trocados Quantidade Refrigeradores 2.095 Condicionadores de ar 590 Freezers 85 Fonte: Site da Companhia Energética de Pernambuco – Celpe III – Áreas contempladas: Recife, Olinda, Jaboatão do Guararapes, para clientes que apresentam um consumo médio de 100kWh/mês. 102 VI - Previsão Energia a ser conservada 5.642,44 MWh/ano Demanda a ser retirada na ponta 2072,20 KW Custo da demanda evitada R$ 837,65 Custo da energia evitada R$ 150,33 Relação custo benefício (RCB) 0,773 Investimento no projeto R$ 2.991.922,78 Fonte: Site da Companhia Energética de Pernambuco – Celpe • Colaborar com a educação ambiental na região; • Fomentar a forma correta do uso eficiente e seguro, combatendo o desperdício de energia; • Redução da conta de energia elétrica; • Minimização dos impactos ambientais com a diminuição do consumo de energia elétrica; • Beneficiar os consumidores residenciais com equipamentos; • Diminuição da emissão de CO2. 8.2.11 Projetos Poder Público Esses projetos são destinados à troca, ou instalação de novos equipamentos adequados ao uso eficiente de energia elétrica com selo Procel. São eles: • Eficientização das Instalações da FUSAM - Fundação de Saúde Amaury de Medeiros; • Eficientização das Instalações da sede do IBAMA - INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS; 103 • Eficientização das Instalações da sede da FUNAPE - FUNDAÇÃO DE APOSENTADORIA E PENSÕES DOS SERVIDORES DO ESTADO DE PERNAMBUCO; • Eficientização das Instalações da Policlínica Amaury Coutinho; • Eficientização das Instalações da Reitoria da Universidade de Pernambuco (UPE); • Eficientização das Instalações do Porto Digital; • Eficientização da Iluminação da Praça Flamboyant da Ilha Fernando de Noronha; • Eficientização da Iluminação do Porto Santo Antônio da Ilha Fernando de Noronha; • Eficientização das Instalações do Hospital São Lucas; • Eficientização das Instalações do Hotel de Trânsito de Fernando de Noronha; • Eficientização da Iluminação da Creche Bem Me Quer de Fernando de Noronha; • Eficientização das Instalações da TV Golfinho de Fernando de Noronha; • Eficientização das Instalações do Palácio São Miguel de Fernando de Noronha; 8.2.12 Projetos Aquecimento Solar Projetos destinados para instalação de sistema de aquecimentos solar, em substituição de chuveiros elétricos em unidades. São elas: • Substituição de Chuveiros Elétricos por Sistemas de Aquecimento Solar no Hospital Infantil Maria Lucinda; • Substituição de Chuveiros Elétricos por Sistemas de Aquecimento Solar no Centro Golfinho Rotador. 104 8.3. Contextualização do Relatório de Sustentabilidade e os Balanços Sociais da Celpe O Relatório de Sustentabilidade da Celpe tem por objetivo refletir o empenho da organização na adaptação aos princípios universais de sustentabilidade, conduzidos pelas organizações modernas, informando a toda sua cadeia de Stakeholders (consumidores, fornecedores, funcionários, comunidade e à sociedade), seu desempenho em ações de sustentabilidade na área socioambiental. A Celpe realiza o Balanço Social desde 2000, que se encontram disponíveis no site da companhia. Contudo para fins deste estudo serão apresentados os balanços sociais dos três últimos anos. A partir do ano 2006 um novo modelo de relatório foi introduzido - Global Reporting Initiative GRI - considerado na atualidade o mais completo e globalmente difundido, com níveis equivalentes a relatórios financeiros corporativos. O modelo GRI proporciona credibilidade, legitimidade dos dados econômicos, ambientais e sociais das empresas, segundo o Instituo Ethos. 105 Tabela 6. Exercício da Cidadania Corporativa NÚMERO TOTAL DE RECLAMAÇÕES E 2011 2010 CRÍTICAS DE CONSUMIDORES na Empresa 141.644 193.130 no Procon 1.430 2.495 na Justiça 7.815 11.797 % DE RECLAMAÇÕES E CRÍTICAS 2011 2010 na Empresa 98,93 97,10 no Procon 97,90 96,70 na Justiça 136,37 82,42 ATENDIDAS OU SOLUCIONADAS Fonte: Relatório de Sustentabilidade 2011 Celpe Percebe-se que os números de críticas e reclamações no ano de 2011 caíram sensivelmente quando comparadas aos anos de 2010 e 2009, seja em relação à empresa, ou PROCON, ou mesmo à justiça. A relação inversa acontece para as reclamações atendidas ou solucionadas, apresentando um índice percentual que supera o ano anterior. Essa movimentação acontece pelos contínuos investimentos em melhoria da qualidade de vida dos empregados ou dos serviços prestados. Assim como reconhece e justifica o Sr. José Carlos, Gerente de toda rede de atendimento da Celpe: “Reconhecemos que somos passíveis de erros, devido à quantidade de clientes 3.155,5 mil, e através desses erros procuramos melhorar no sentido de diminui”. 106 Tabela 7. Indicadores Sociais Internos - Empregabilidade INFORMAÇÕES GERAIS 2011 2010 2009 Número total de empregados 1.661 1.676 1.705 Empregados até 30 anos de idade (%): 15,77% 18,08% 19,65% Empregados com idade entre 31 e 40 anos (%): 23,54% 19,57% 16,36% Empregados com idade entre 41 e 50 anos (%): 35,70% 40,69% 45,45% Empregados com idade superior a 50 anos (%) 24,98% 21,66% 18,53% Número de mulheres em relação ao total de 21,19% 20,58% 21,00% 29,53% 28,95% 4,71% 4,87% 26,43% 25,22% 21,48% 17,76% 5,85% 5,69% 1,07% 1,17% 60 60 empregados (%): Mulheres em cargos gerenciais em relação ao 25,36% total de cargos gerenciais (%) Empregadas negras (pretas e pardas) em relação 5,36% ao total de empregados (%) Empregados negros (pretos e pardos) em relação 26,73% ao total de empregados (%) Empregados negros (pretos e pardos) em cargos 24,64% gerenciais em relação ao total de cargos gerenciais (%) Estagiários em relação ao total de empregados 6,32% (%) Empregados do programa de contratação de 0,78% aprendizes (%) Empregados portadores de deficiência 50 Fonte: Relatório de Sustentabilidade 2011 Celpe Percebe-se que a companhia preocupa se com a inclusão social de pessoas que enfrentam dificuldades de se inserir no mercado de trabalho. A tabela acima apresenta um crescimento do número de negros ao longo dos três últimos anos de 26,73% em relação ao número total de cargos gerenciais no ano de 2011. Nota-se que a preocupação estende se para o quadro de mulheres com o crescimento de 21,19% e de empregados acima de 50 anos 107 para 24,98%, comparados ao número total de empregados da companhia. Para os deficientes físicos houve uma redução de 10 empregados para este mesmo ano, acompanhada da redução de contratação de aprendizes que apresenta 0,78% em relação ao número total de empregados da Celpe em 2011, quadro que representa decréscimo em relação aos anos de 2010 com 1,07% e 2009 com 1,17%. Tabela 8. Ação Social Corporativa ENVOLVIMENTO DA COMPANHIA 2011 2010 2009 Recursos aplicados em educação (R$ mil) 542 215 257 182 136 Recursos aplicados em saúde e saneamento (R$ 53 mil) Recursos aplicados em cultura (R$ mil) 31.361 30.290 24.069 Recursos aplicados em esportes (R$ mil) - 5 1 de 21.000 28.390 14.733 para 57.236 25.704 40.117 232 1.253 85.018 80.566 69,77% 50,21% 30,23% 49,79% 53,94% 39,21% Recursos aplicados no Fundo Estadual Desenvolvimento Social (R$ mil) Recursos aplicados em eletrificação população rural e carente (R$ mil) Outros recursos aplicados em ações sociais (R$ 189 mil) Total do investimento em ação social (R$ mil) 110.381 Do total destinado à ação social, percentual 48,15% correspondente a doações em espécie (%) Do total destinado à ação social, percentual 51,85% correspondente a investimentos em projeto social próprio Quantidade de horas mensais doadas (liberadas 4 do horário normal de trabalho) pela Empresa para trabalho voluntário de funcionários. Consumidores cadastrados no Programa Bolsa 99,99% Família/Número de consumidores do segmento “baixa renda” (%). Fonte: Relatório de Sustentabilidade 2011 Celpe 108 Os investimentos da companhia no campo social vêm aumentando a cada ano, é o que demonstra a tabela 05. Aspectos importantes como Educação, que apresenta recursos em 2011 da ordem de 542 mil e Eletrificação para população rural e carente com 57.230 mil, esses recursos mais que dobraram em relação aos anos anteriores. Seguindo a onda de crescimento estão os recursos aplicados à Cultura que envolvem todos os públicos e consumidores da companhia, com investimentos de R$ 24.069 mil em 2009, atinge em 2011 o montante de R$ 31.361 mil. Vale ressaltar a preocupação da Celpe no sentido de inserir consumidores do Programa Bolsa Família no cadastro “tarifa social”, alcançando a marca de 99,99% em 2011. 8.3.1 - Energia Verde O projeto Energia Verde incentiva os consumidores ao uso eficiente de energia, por meio da troca de eletrodomésticos ineficientes por máquinas com selo PROCEL de economia e recebem bonificações na conta de energia. Com início em 2009, o Projeto Energia Verde apresentou até dezembro de 2011 os seguintes números: Tabela 9. Energia Verde 2011 DADOS QUANTITATIVO/MONTANTE Consumidores inscritos 6.156 Eletrodomésticos trocados 6.562 Lâmpadas doadas 37.243 Doação arrecada para o reflorestamento da R$ 325,3 mil Mata Atlântica Mudas plantadas 23.328 Hectares reflorestados 21 Fonte: Relatório de Sustentabilidade 2011 Celpe 109 8.3.2 - Celpe nas Comunidades de Baixa Renda O programa Celpe nas Comunidades de Baixa Renda realizou a doação de geladeiras e lâmpadas fluorescentes para consumidores de baixa renda. A companhia informa que as geladeiras doadas têm baixo consumo de energia e seu gás é do tipo Isobutano (não agride a camada de ozônio), o descarte do gás CFC das geladeiras trocadas é feita por meio de convênio firmado com o Ministério do Meio Ambiente. Tabela 10. Celpe nas Comunidades de Baixa Renda Dados Quantitativo Geladeiras doadas 54.864 Lâmpadas fluorescentes 581.371 Fonte: Relatório de Sustentabilidade 2011 Celpe 8.3.3 - Educação com Energia Educação com Energia um projeto com uma vertente educativa que segue parâmetros da pedagogia Procel em Escolas, por meio de uma unidade móvel de ensino que circula as cidades do Estado com o objetivo de ensinar o uso eficiente, seguro e preventivo de risco da energia elétrica, e também da preservação do meio ambiente. O projeto iniciou-se em 2009 e beneficiam professores, jovens, crianças e toda a comunidade do entorno. Tabela 11. Educação com Energia 2011 Dados Quantitativo Escolas 237 Professores 2.414 Alunos 65.651 Fonte: Relatório de Sustentabilidade 2011 Celpe 110 8.3.4 Pacto Global O Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) já faz parte da estratégia sustentável de negócio da Celpe desde 2007. O progresso na execução dos 10 princípios universais do pacto, foi confirmado pelo envio tanto em 2009, como em 2010 à ONU dos dois Comunicados de Progresso (COP), envolvendo Direitos Humanos, Meio Ambiente, Combate à Corrupção e Trabalho. Programas de educação, cultura, inclusão social e preservação do meio ambiente fizeram parte das ações, realizando-se através de canais de comunicação internos e externos, divulgações a respeito das ações e por meio do Relatório de Sustentabilidade anual. Um exemplo é o projeto Energia Verde, estimulando a economia de energia, que decorre doações para o reflorestamento da Mata Atlântica. O projeto Vale Luz que tem por objetivo o incentivo à troca de lixo reciclado por bonificação na conta de energia elétrica, nas comunidades de baixa renda. Na renovação de parceria que cuida da defesa e dos direitos da criança e do adolescente como é a Fundação Abrinq, e contribuindo para melhor qualidade de vida dos deficientes consolida parceria com a Federação das APAEs (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais). 111 Figura 11 - Princípios do Pacto Global Fonte: Relatório de Sustentabilidade 2011 Celpe 8.3.5 International Organization For Standardization – ISO Sistema de desenvolvimento de normas internacionais com sede em Genebra Suíça, fundada em 1947 e atuante em mais de 160 países. As normas internacionais cobrem quase todas as áreas de tecnologia e negócios, contribuindo para certificações de produtos, serviço e boas práticas, tornando a empresa ou indústria mais segura e eficiente. Seus benefícios percorrem setores econômicos, de tecnologia e social. Tais normas possibilitam a harmonização das especificações técnicas de produtos e serviços, tornando a empresa eficiente, facilitando seu ingresso ao mercado internacional. Padrões que proporcionam aos clientes e consumidores segurança de que os produtos ou serviços são eficientes e bons para o meio ambiente, segundo a ISO. 112 Principais vantagens, segundo a empresa responsável pelo desenvolvimento das normas ISO: • Economia de custos – normas internacionais que facilitam a otimização de operações; • Satisfação do Cliente – normas internacionais que corroboram para melhoria da qualidade, no sentido de aumentar a satisfação do consumidor e suas vendas; • Acesso a novos mercados – normas internacionais que contribuem na quebra de barreiras do comércio internacional, possibilitando abertura ao mercado mundial; • Benefícios ambientais – normais internacionais que permitem a redução dos impactos prejudiciais ao meio ambiente. ABNT NBR ISO 9001:2008 O sistema de Gestão da Qualidade da companhia é certificado desde 2000. Todos os anos são realizadas auditorias internas e externa, no sentido de manter e ampliar o escopo da certificação, segundo a Celpe – Grupo Neoenergia. ABNT NBR ISO 14001:2004 A Celpe preocupada em prevenir os impactos ambientais ocorridos em suas operações, desde 2002 mantém a certificação do Sistema de Gestão Ambiental fundamentada na ISO 14001:2004, confirmando seu compromisso com os requisitos e controles ambientais em todos os seus processos. A Usina Tubarão da Celpe, localizada no Distrito de Fernando de Noronha área de proteção ambiental, foi certificada pela ISO 14001 em toda operação de produção de energia elétrica, segundo o Relatório de Sustentabilidade (2011, pág. 29). No Edifício-sede as normas beneficiam as áreas administrativas, segurança do trabalho e saúde, planos de linha de transmissão e subestações, recrutamento 113 e desenvolvimento profissional, manutenção do Edifício sede e compra de materiais e serviços, segundo a Celpe – Grupo Neoenergia. ABNT NBR ISO 9001/10002 Visando o melhoramento dos processos no tratamento a reclamações, possíveis danos na rede elétrica e no seu nível de fornecimento de energia, a Celpe desde 2001 mantém a certificação ISO 9001/10002, passando por auditoria e atualizações de todo seu sistema, segundo Relatório de Sustentabilidade (2011). O Gerente de Atendimento da Celpe o Sr. José Carlos comenta sobre a importância das normas e suas melhorias no sistema em que operam: A ISO possibilita sistematização um com senso segurança, de organização evitando e iniciativas descoordenadas comuns em empresas de grande porte. As normas sistematizam e geram visibilidade, para tanto, realizamos organização, campanhas parceiros que e sinalizam colaboradores para toda a terceirizados quanto aos procedimentos das normas e regras de cada sistema (principalmente para aqueles que mantêm contato com o cliente), de forma a garantir que o sistema e as normas de segurança da Celpe, estejam sendo cumpridas. No que se refere ao tratamento de reclamações e informação que entram pelos diversos canais de atendimento da companhia, a ISO 10002 atua de maneira ampla, como explica o Gestor de Reclamações o Sr. Edvaldo Menezes: O tratamento é comum para todos os clientes, que advêm dos canais de teleatendimento, internet, agências e parceiros Celpe Serviços. Existe um procedimento de registro e tratamento dessas reclamações, de forma que possamos dar segurança, com prazo, de maneira a 114 satisfazer o atendimento dos clientes. Atualmente a empresa conta com 50 (cinquenta) agências, que atende o Grande Recife e 150 (cento e cinquenta) Celpe Serviços atendendo a cidades menores. A Gestora de Comunicação e Sustentabilidade da Celpe a Sra. Mirella Pessoa ressalta a relevância das normas quanto à operação da companhia no meio ambiente e com os profissionais envolvidos nesses processos: Para o meio ambiente os benefícios estão na melhoria dos processos internos, mitigar/minimizar a operação da empresa no meio ambiente. Para os funcionários estão na educação que vai desde a segurança, manuseio e saúde, nesse sentido preserva o bem que é coletivo em prol da sociedade (Não adianta a empresa ter um certificado, se o funcionário não esta capacitado para seguir os padrões e regras exigidos pela ISO). O maior ganho é da educação ambiental, para que o impacto da atuação deles no meio ambiente seja zero. A Gestora de Comunicação e Sustentabilidade da Celpe cita dois exemplos referentes ao desempenho das normas em processos distintos nas operações da empresa: Exemplo - 1. A Usina Tubarão em Fernando de Noronha funciona a óleo diesel e é certificada na ISO 14000, todo processo de geração de energia elétrica e transporte do óleo é realizado segundo os padrões da norma. Existe um controle rigoroso no transporte deste produto desde a saída no Porto do Recife, até sua chegada no porto de Fernando de Noronha. A entrada do diesel na Usina é monitorada por sistemas modernos para impedir qualquer tipo de derramamento, ou o meio ambiente sofra qualquer impacto com esse procedimento. 115 Exemplo - 2. Dentro do Edifício-sede temos vários processos que são certificados, como a coleta seletiva, trabalhadores da Celpe que trabalham em lugares que possam provocar algum acidente ambiental são treinados com base na ISSO 14000 para reduzir os impactos dessa operação de cada um na atividade diária. 8.4 Quanto ao entendimento da Filantropia, Responsabilidade Social, do Marketing e do Marketing Social para Companhia Filantropia O entendimento a respeito da filantropia empresarial recai sobre a atividade de doação de recursos seja ele financeiro ou mesmo por meio voluntariado de seus funcionários, porém na maioria dos casos não existe relação com seus negócios. A filantropia correspondendo apenas a uma contribuição social, não deve ser confundida como uma prática de gestão. Fato que a Gestora do Departamento de Comunicação e Sustentabilidade da Celpe, comenta: Antes de 2000 a empresa era apenas uma repassadora de recursos, as entidades procuravam a Celpe e recebiam os valores. Hoje nós somos parceiros, acompanhamos os resultados desses projetos, cobramos indicadores, verificamos de que forma as pessoas estão sendo beneficiadas, de que forma elas estão melhorando a qualidade de vida e de que forma aquele projeto está trazendo ganhos na renda daquela pessoa. O pensamento da empresa vem a confirmar que a “filantropia significa amizade do homem para com outro homem” Silvia (2001). Possui um caráter totalmente assistencialista e de ajuda, sua atividade está focada em beneficiar a 116 comunidade, que acontece de forma eventual como é caso das datas comemorativas (Cestas básicas para doações no Natal ou doação de brinquedo para o dia das crianças), Duarte e Torres (2005). Responsabilidade Social A Responsabilidade Social é compromisso das organizações na adoção de práticas que envolvam políticas éticas de forma a promover o desenvolvimento econômico e social de forma sustentável. Tais práticas devem estar presentes na visão e nos valores da empresa, proporcionando uma consciência comum a todos os funcionários, junto às atribuições que conduzem a responsabilidade empresarial. Essas considerações são ponderadas pela a Gestora do Departamento de Comunicação e Sustentabilidade da Celpe: Utilizamos o conceito do Instituto Ethos de empresa e Responsabilidade Social, onde achamos que a empresa na sua forma de gestão tem que incorporar a preocupação com a sociedade e com seus públicos de relacionamentos de uma forma geral: clientes, acionistas, o próprio meio ambiente, preservando os recursos naturais para as gerações futuras e que seja economicamente rentável, por ser uma empresa que necessita dar lucro aos acionistas. O senso de responsabilidade social encontra-se bastante difundido dentro da companhia. Sobre esse assunto o Gerente de Atendimento faz algumas considerações: Existem vários aspectos de estratégias sociais que conduzem a Celpe, por meio do código de conduta que norteia os atributos da responsabilidade social. Além disso, existem várias ações que integram esses atributos na área de atendimento, de ligação nova, expansão, dentre outras. 117 A empresa é toda integrada, no sentido de cumprir as metas de responsabilidade social da companhia. A preocupação da empresa no âmbito socioambiental, implica utilização de meios seguros nas operações realizadas pela organização, fato que o Gestor de Reclamações esclarece: A preocupação com a preservação do meio ambiente proporciona a entrega do produto (energia) de forma segura e responsável, informando os riscos na utilização do produto, e assim atuando na prevenção de acidentes. Procura estimular o desenvolvimento sustentável de forma a fomentar a educação por meio de ações sociais. A Responsabilidade Social é união de ideias e práticas da empresa que devem ser inseridas na estratégia e seu propósito está na prevenção de danos e ou em propiciar ganhos na forma de benefícios para sua cadeia de Stakeholders (parte interessada), na operação da empresa (clientes, funcionários, acionistas, comunidade do entorno e meio ambiente), na adoção de mecanismos que procedam o alcance desses objetivos, de forma a proporcionar benefícios para a sociedade e a empresa (DIAS 2012, p.20). A gestão de responsabilidade social abrange todos os processos da organização, por meio de políticas éticas e transparente, que resultem em decisões pautadas na preocupação no campo social e ambienta (PINTO, 2006, p.22). Marketing É uma atividade corporativa que une um conjunto de procedimentos envolvendo a comunicação, a criação e a construção de valor à imagem institucional que será apresentada ao consumidor. Desenvolve mecanismos que proporcione a construção de um bom relacionamento, gerando benefícios ao seu público de interesse e à própria companhia. 118 A Celpe desenvolve seu planejamento de marketing com base nas pesquisas da ABRADEE, que é realizada anualmente para conhecer o nível de satisfação dos consumidores, bem como a classificação da qualidade dos serviços prestados pelas companhias conveniadas à Instituição. As estratégias de marketing são elaboradas a partir dos dados levantados, como explica a Coordenadora de Pesquisa e Planejamento de Marketing a Sra. Silvia Porto: O Setor de Marketing trabalha em parceria com o setor de comunicação, através da pesquisa da ABRADEE que aponta alguns itens que apresentam insatisfação dos clientes. São identificados os pontos de ineficiência (negativos), com isso, é desenvolvido um plano anual de ações para melhorar esses pontos, isso seja para o público interno ou externo. A satisfação da compra de um produto ou serviço depende da performance apresentada, que poderá ou não atender as expectativas do consumidor. Entendendo que o nível de satisfação elevada tende para o fortalecimento da fidelidade do consumidor, diversas organizações buscam elevar o nível de satisfação a patamares excelentes, de forma a alcançarem a satisfação plena. Essas organizações reconhecem que a satisfação do cliente como uma meta e uma ferramenta do marketing (KOTLER, 2000, p. 80). Marketing Social O Marketing Social pode ser entendido como gerenciamento de estratégias sociais que possam transformar comportamentos e práticas em grupo e individuais, norteadas pela ética e baseadas na busca do equilíbrio social. De forma integrada reuni princípios e técnicas que conduzem para fomentação de apoio a uma ideia ou causa. Tem por finalidade a mudança na forma de percepção de um determinado público frente a questões sociais especificas e assim estimular a transformação comportamental, no sentido de melhorar a qualidade vida desse nicho da população. 119 A Celpe desconhece esse segmento do marketing designado por marketing social, como seus propósitos, atributos e benefícios, por vezes confundidos com os objetivos do marketing comercial e mesmo com o planejamento de comunicação. Quando no entendimento do conjunto de estratégias que podem ser criados a partir da compreensão de suas capacidades, poderá trazer diversos benefícios à comunidade, à sociedade e à própria companhia. A Gestora de Comunicação e Sustentabilidade explica que o direcionamento dos seus esforços não contempla ações de marketing social e justifica: A Celpe não investe em Marketing Social, temos um recurso para projetos sociais, porém não fazemos marketing para esses projetos. Não temos recursos para esse marketing, preferimos investir nos projetos. Dessa forma conseguimos um marketing como a mídia espontânea, participações em feiras, palestras e eventos. Não fazemos propaganda (paga) dos projetos sociais que desenvolvemos. O Marketing Social é o processo que envolve plano estratégico e execução de programas orientados para a geração de mudanças de comportamento social incididos por técnicas do marketing corporativo (MEIRA & SANTOS, 2010). Para Kotler (2011, p. 32) explica que a troca e confusões feitas a respeito do tema marketing sociais e o marketing comercial são bastante comuns. O autor comenta: “o fator de distinção significativo encontra-se no tipo de produto vendido.” No marketing comercial seus processos estão concentrados para promover a comercialização de produtos e serviços. Para o marketing social, os esforços do marketing são dirigidos para promover a venda de comportamento desejado. Contudo, é importante ressaltar que as técnicas de persuasão utilizadas são as mesmas. Obviamente, as metas também são distintas, enquanto o marketing comercial gira em torno do financeiro, o marketing social gira em torno de ganhos sociais. 120 8.5. Recursos e investimentos em ações de responsabilidade social e o sentimento que motiva a cidadania corporativa. Recursos e investimentos É acreditando no desenvolvimento sustentável que a Celpe contribui através do desenvolvimento e apoio a projetos e programas ambientais, sociais e culturais. Os investimentos e recursos sociais são alinhados pelas diretrizes do Comitê de Responsabilidade Social da Celpe e para o Programa de Eficiência Energética (PPE) esses alinhamentos são conduzidos pela ANEEL que possuí código e sistema específicos para análise e avaliação dos recursos destinados a cada projeto. Tanto a Celpe quanto a Aneel preocupam-se com a continuidade dos ganhos e benefícios após o término da campanha ou do programa social, para isso realizando estudos sobre a viabilidade econômica e do planejamento organizacional. Os investimentos permearam diversos setores como a educação, cultura, saneamento, esporte e eletrificação rural, somaram R$110.381 em 2011, destacando-se do valor investido nos anos anteriores de R$ 85.018 para 2010 e de R$ 80.566 para 2009, conforme o gráfico 1, que confirma a evolução nos investimentos da corporação no cumprimento das metas sociais abraçadas pela Celpe. 121 Gráfico 1. Evolução do quadro de investimentos R$ Mil 2009 80.566 2010 85.018 2011 110.381 Fonte: Base de dados compilada do Relatório de Sustentabilidade 2011 da Celpe. Elaboração do autor. A companhia reconhece que os impactos positivos gerados por meio dos investimentos sociais beneficiam seus negócios e consolidam as relações com seus Stakeholders e a sociedade na forma de valor compartilhado, possibilitando o fortalecimento da imagem junto à comunidade e à sociedade como um todo. Os recursos do ano de 2012 destinados para desenvolvimento de programas e projetos sociais são compartilhados de forma estratégica, conforme com Gestora de Comunicação e Sustentabilidade da Celpe explica: Alguns projetos e programas foram realizados com recursos próprios. No departamento de comunicação temos uma conta para isso. Todos os anos são avaliados os investimentos dessa conta e que tipo de projeto vamos investir com esse recurso. Além disso, temos recursos incentivados com a lei audiovisual e a Lei Rouanet para projetos culturais, onde temos descontos no imposto de renda. Fora os PEE dos 0,5% da receita operacional. 122 Os recursos próprios advêm da empresa, e o comitê da Neoenergia avalia a demanda de projetos e parceria para aquele ano. O menor recurso seria o recurso próprio, o intermediário que é o recurso incentivado (dedução do imposto de renda) e o maior seria o recurso do 0,5% da receita. Recursos incentivados – são destinados à produção de filmes, exposições, mostra de teatro, são grandes produções, onde os produtores trazem os projetos já validados pelo ministério da cultura, que são analisados pelo comitê. Adoção de práticas de responsabilidade social corporativa quando inseridas no planejamento estratégico, na forma de transferência de recursos no sentido de alcançar os objetivos sociais propostos, resultam como uma vantagem competitiva, (Silva e Chauvel, 2009). Os aspectos mais relevantes na implantação de uma gestão de responsabilidade social são suas vantagens e benefícios como a imagem e a reputação da organização, vindo a refletir no posicionamento competitivo junto aos seus concorrentes (DIAS, 2000, p.80). A motivação Os problemas sociais não são fatores exclusivos que motivam as empresas em investir seus recursos no campo social. Segundo a Diretora e Pesquisadora de estudos sociais do Instituto de Pesquisas Economia Aplicada – IPEA: “fazer o bem” repercute diretamente na relação com os parceiros, clientes e com a imagem corporativa. A cobrança da sociedade e a ampliação dos conceitos de que todos devem, enquanto cidadãos, colaborar para reduzir os problemas sociais, são considerados elementos que incentivam as organizações a investir recursos no campo social. A sensação de cidadania corporativa é compartilhada com todos os que fazem a Celpe, traduzindo a sua a visão e a missão incorporadas no seu código de conduta. O Gerente de Atendimento Comercial revela: 123 Primeiramente, o sentimento de cidadania. Como funcionários Celpe nos orgulhamos bastante em fazer parte de uma organização que é o grupo Neoenergia, que possui seus valores pautados na ética e na moral. Então, essa sensação de cidadania, que apesar de sermos uma empresa privada, prestamos um serviço de utilidade pública, o serviço de distribuição de energia, que é uma concessão. Logo, é importante que haja aspecto de valorização da sociedade, dos parceiros e Stakeholders, de maneira que se consiga tratar diversos sistemas. As organizações sofrem com as constantes pressões para desenvolverem melhores métodos de desempenho social, essas frentes acontecem de diversas partes como o mercado internacional por meio de normas e padrões técnicos; a tomada de consciência dos clientes tornando mais exigentes em decisão de compra; a mídia e seus diversos meios de comunicação; o governo com normas e leis rígidas que ocasionam em multas ao seu descumprimento; o acesso rápido à informação de denúncia pela internet. Tais fatores elevam o grau de vulnerabilidade de organizações que apresentam quadro de imprudência no campo socioambiental (DIAS, 2012, p. 80-81). 8.6 Comunicando aos Stakeholders e à Sociedade sobre as ações de Responsabilidade Social Corporativa. É por meio da comunicação que as empresas mantêm suas relações com seus públicos, sejam eles internos ou externos, aliando as diversas técnicas de mídias para dar seguimento ao processo de propagação da informação de forma coesa e planejada a respeito do seu desempenho no mercado, missão, projetos e seus objetivos propostos. (GUARIDO, 2007, p. 67) A Celpe comunica seus resultados no campo social a todos os seus colaboradores e à sociedade como um todo. A comunicação para ambos os 124 públicos acontece de forma simultânea, é o que explica a Coordenadora do Planejamento de Marketing e Pesquisa da Celpe a Sra. Silva Porto: A comunicação das ações de responsabilidade social é realizada através do rádio, TV, no site da empresa, cartazes espalhados em todas as agências Celpe, com 47 pontos e os pontos de Celpe serviços que são mais de 180, mídias de outbus e outdoor. Internamente com o quadro interno de divulgação, canal intranet, email marketing para colaboradores, visita às regionais que acontece duas vezes ao ano para divulgação de todas as ações que a Celpe vem desenvolvendo. A Gestora de Comunicação e Sustentabilidade reforça as informações e faz algumas considerações mediante o plano de comunicação com foco no relatório de sustentabilidade: Todas as atividades sociais são publicadas nos relatórios sobre sustentabilidade atualmente no modelo da GRI, que é modelo mais atual de nível internacional no âmbito da responsabilidade social, onde as relações econômicas, sociais e ambientais estão relatadas com seus resultados, publicados no site, enviadas por e-mail marketing para grandes clientes, parceiros, fornecedores. Nos eventos realizados anualmente divulgamos as ações sociais. Sejam elas parceria como o Ação Global, SESI, com grandes entidades como o instituo Ethos e instituições que fomentam eventos onde a Celpe participa e divulga sua ações, sejam por folhetos ou através de palestras. A comunicação segue o processo que une as atividades de comunicação corporativa de forma integrada, conceito anteriormente segmentado em três atributos. Para o primeiro atributo designado comunicação mercadológica, planejada pelo setor de marketing, que envolve a marca de serviço e produtos. O segundo atributo é formado pela comunicação institucional, cuida da imagem institucional junto à opinião pública. O terceiro atributo denominado de comunicação administrativa, que corresponde ao exercício da comunicação interna da empresa. (BICALHO et al, 2001) 125 8.7. Imagem da Marca A autenticidade na adoção de programas e projetos de responsabilidade social possibilita ganhos que podem ser qualificados de tangíveis ou intangíveis. As organizações que seguem o modelo sustentável em suas operações alcançam benefícios tangíveis como: melhoria na cadeia de produção, minimização de seus custos, aumento da receita operacional, melhoram a qualidade de vida social e ambiental, e facilitação do acesso a mercados internacionais. Enquanto para os benefícios intangíveis são ainda maiores: o reconhecimento que fortalece e valoriza a marca, atrai e retém talentos, cria laços de lealdade com seus clientes, redução de conflitos, disposição em adaptação e a longevidade corporativa. (YOUNG, 2008) A Celpe procura cumprir suas metas de responsabilidade social de forma a tornar-se um apoio na transformação social, econômica e ambiental da sociedade, que resultam na legitimidade, credibilidade e confiança reconhecida respaldadas nos seus esforços no cumprimento dos objetivos socioambientais abraçados pela companhia. Nesse sentido, algumas considerações são pontuadas pela Gestora de Comunicação e Sustentabilidade da Celpe a respeito da mensuração dos benefícios para imagem institucional a partir do enfoque das atividades sociais desenvolvidas pela Instituição: São realizadas duas pesquisas anuais, que são pesquisa de avaliação da imagem junto ao cliente, durante a pesquisa todos os projetos são questionados com o cliente, identificando qual a opinião do cliente em relação à empresa, se é uma empresa ética, que se preocupa com meio socioambiental, que se preocupa com a qualidade de vida do cliente, do funcionário e da comunidade. Uma série de atributos são pesquisados, baseado 126 nessa pesquisa é desenvolvido um plano de marketing que trabalha os pontos fracos apontados na pesquisa. Esse plano de marketing é trabalhado com toda a empresa e superintendências. Essa pesquisa é trabalhada junto a uma consultoria especializada para diagnosticar os pontos fracos apontados na pesquisa. Por meio das ações de comunicação, posicionamento social e política, a relação com diferentes públicos, o posicionamento dos produtos e serviços, dentre outros elementos, as organizações provocam estímulos que constituirá de forma perceptível e organizada do qual refletirão no receptor a impressão da empresa, a imagem institucional. (BICALHO et al, 2001) A imagem institucional positiva poderá ser obtida por meio da busca por causas que transcendem os negócios corporativos. Numa relação ética com seus diferentes públicos, de forma a respeitar o meio ambiente e conduzindo para o desenvolvimento socioeconômico e cultural, uma conduta que certamente conduzirá à credibilidade. Nesse sentido, a imagem institucional é o reflexo da credibilidade, conquistada pelos esforços na tentativa de melhorar a qualidade de vida de seus diferentes públicos, nas certificações que se traduzem na melhoria das capacidades, aspectos que acrescentam valores positivo à imagem institucional. (BICALHO et al, 2001). Para Dias (2012, p.89) a imagem positiva de uma organização poderá ser alcançada por estratégias de comunicação bem elaboradas, de maneira a potencializar e valorizar os pontos fortes da empresa, mesmo que a identidade corporativa (que condiz aos componentes corporativos como: culturais, históricos e estratégicos sejam positivos contínuos, ou mudem temporariamente por uma questão estratégica do marketing) não apresente caráter positivo. 127 8.8. Programa de Eficiência Energética – PEE O programa desenvolvido pela Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel, para concessionárias e distribuidoras tem suas metas definidas no combate ao desperdício de energia elétrica com foco na eficiência de equipamentos e processos que utilizam energia, demonstrando a relevância e a viabilidade econômica destes programas à sociedade. Para tanto, amplia os benefícios públicos na economia de energia e na redução da produção demandada que o programa possibilita. Trazendo oportunidade de mudanças para o setor elétrico, que incentiva o desenvolvimento de inovações tecnológicas, moldadas na racionalização eficiente de energia. Os programas de desenvolvidos para o PEE são listados pelo DiretorPresidente da Celpe Sr. Luiz Antonio Cialini no Relatório de Sustentabilidade 2011 da Celpe: Projetos de eficiência energética foram realizados na Policlínica Amaury Coutinho, FUNAPE (Fundação de Aposentadorias e Pensões dos Servidores do Estado de Pernambuco), FUSAM (Fundação de Saúde Amauri de Medeiros), Reitoria da Universidade de Pernambuco e no IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Nesses locais, o sistema de iluminação e os condicionadores de ar foram substituídos por equipamentos novos com selo “A” do Procel/Inmetro. Parte da verba do programa é destinada a comunidades, considerada uma das áreas mais importante pela companhia, é o que explica a Gestora de Comunicação e Sustentabilidade da Celpe: 128 O projeto onde 60% dos investimentos são voltados para ações para grupos de baixa renda, na tentativa de regularizá-los e ensinar o uso correto e eficiente da energia, cliente que vive na irregularidade (macaco, gato), com isso seu consumo cai e possibilita o pagamento da conta, como é caso das geladeiras que consomem quatro vezes mais kW do que uma geladeira nova, quando ele é beneficiado com a uma geladeira nova a conta dele cai até quatro vezes, assim ele pode pagar a conta. Dessa forma as empresas no Brasil trabalham para que os clientes voltem à adimplência e regularize a sua situação, que acontece em sua maioria pelo mal uso da energia. As ações sempre estão atreladas à educação do uso correto da energia. A empresa entende que é melhor que o cliente consuma pouco e pague, do que venha a consumir mais e não pague. Para ingressar nesses projetos eles têm que estar regularizados, ou seja, antes de receber a geladeira o consumidor é orientado sobre a melhor maneira de usar o eletrodoméstico dentre outra formas de consumo correto de energia. É importante ressaltar que a lei 12.212 sancionada e publicada em 20 de janeiro de 2010, designa a obrigação das concessionárias e distribuidoras de energia elétrica na aplicação de no mínimo 60%( sessenta por cento) da verba originada para os programas de eficiência energética sejam designados para consumidores cadastrados na Tarifa Social, premissas encontradas no site da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL. As organizações que realizam projetos de eficiência energética garantem benefícios e a viabilidade de recurso como: redução de custos e melhoria de seu posicionamento competitivo. Preterir uma quota dos investimentos referentes à elevação da produção de mais energia possibilita ao Estado e a organização disponibilizarem este recurso para outros setores prioritários, de forma a garantir continuidade da qualidade, do abastecimento seguro, beneficiando assim a sociedade e o meio ambiente. (CNI, 2009) 129 Os critérios para preparação e avaliação dos projetos do PEE da Celpe, são mencionados pelo Coordenador dos Projetos de Eficiência Energética da Celpe o Engenheiro Eletricista: São apresentadas à companhia as solicitações ou de prefeitura, ou da comunidade, por meio da associação de moradores, como também dos prédios públicos. As solicitações são submetidas ao comitê gestor, formado pelo presidente da Celpe, superintendentes, gerentes e gestores, envolvendo todas as áreas da Celpe para entrar num censo, devido ao tamanho da verba não acompanhar a demandem de solicitações. Identificamos os setores que demande maior necessidade, seja em comunidades vista pelos agentes Celpe, ou em prédios públicos. Todos os projetos são elaborados com base na solicitação dessas entidades e que se encaixam nos critérios e padrões da Aneel. Após verificar a viabilidade junto à Aneel os projetos são encaminhados para o comitê. A coleta de dados a respeito de ações, aspectos e resultados de um determinado programa, deve analisar e esclarecer os métodos a serem empregados que sejam suscetíveis à defesa pública, tendo a capacidade de gerar valor, qualidade, aplicação e relevância do programa, de maneira que possa ao mesmo tempo ser mensurado conforme métodos determinados, promovendo sugestões que contribuam para a melhoria do programa. (CHIANCA, 2001, p.16). 8.8.1 Mensurando os resultados da PEE O desenvolvimento de uma metodologia que possibilitará a medição, análise e avaliação dos resultados dos projetos do Programa de Eficiência Energética. Nesse sentido, é importante avaliar se os métodos vigentes são capazes de identificar possíveis deficiências, a partir de critérios consistentes que avaliem 130 as informações e os dados dos resultados de seus projetos de eficiência energética. A Celpe elabora seus critérios para avaliar seus projetos de eficiência energética com base nos indicadores da Aneel, conforme o Coordenador dos Projetos de Eficiência Energética da Celpe: É realizada uma medição antes e depois, verificando se realmente aquele resultado está sendo alcançado, ou seja, verificamos se realmente acontece a diminuição do consumo. Isso implica a economia de produção de energia, quando acontece a eficiência em algum local, essa energia economizada já passa a ser direcionada para outros novos locais. Esses resultados são divulgados juntos com os projetos no site da empresa e no relatório para a Aneel. Quanto foi gasto em cada projeto e quanto de economia gerou. Para o especialista do Instituto Nacional de Eficiência Energética (INEE) Fernando Milanez, após o alcance dos resultados do projeto já implantado, se faz necessário identificar o que o especialista chama de “grandeza” que constitui o resultado das ações realizadas e mensuradas. Caso não ocorra a mensuração das “grandezas”, tal fato impossibilitará a caracterização dos resultados auferidos, por meio de cálculo inicial. A partir do pré-diagnóstico é possível constatar a eficiência do projeto que viabiliza financeiramente o que foi investido ou não. “A medição é importante porque ela vai exatamente confirmar ou não os valores adotados no pré-diagnóstico para o cálculo inicial, se o projeto é financeiramente eficiente.” O fato que confirma a positividade nos resultados será o alcance dos objetivos. Segundo os indicadores da Aneel “Os indicadores de energia são aqueles que se referem à redução do consumo como resultado do programa.” 131 Tabela 12. Eficientização Energética por Classe de Consumidores (R$ Mil) Residencial Energia economizada (em MWh)/ano Redução na demanda de ponta (em MW) 2011 4.910,31 1,77 2010 1.309,92 0,56 2009 84,42 0,03 Custo evitado com a energia economizada Residencial Baixa Renda 704.236,66 2011 194.287,33 2010 12.521,17 2009 Energia economizada (em MWh)/ano Redução na demanda de ponta (em MW) 15.123,74 3,60 20.305,06 3,82 20.637,16 5,68 Custo evitado com a energia economizada Poder Público Energia economizada (em MWh)/ano Redução na demanda de ponta (em MW) Custo evitado com a energia economizada 2.971.866,03 3.099.770,46 3.060.903,57 2011 2010 2009 649,91 2.988,95 0 0,22 0,12 0 245.061,87 448.820,73 0 Fonte: Celpe setor de Projeto de Eficiência Energética A partir da presente tabela é possível identificar a evolução da economia de energia na classe residencial de R$ 1.309,92 em 2010 para R$ 4.910,31 em 2011, com custos evitados a partir da economia de energia foram de R$ 12.521,17 em 2009 para R$ 704.236,66 em 2011. Com esforços maiores e com dados que demonstram declínio no quadro dos consumidores residenciais de baixa renda, tais dados são satisfatórios para a companhia que deseja dar continuidade nos investimentos, no sentido de apresentar um quadro evolutivo para a referida classe, que correspondeu à economia de R$ 15.123, 74 em 2011, de R$ 20.305,06 em 2010 e de R$ 20.637,16 em 2009, e com uma receita de custos evitados que somam R$ 2.971.866,03 em 2011; R$ 3.099.770,46 em 2010 e de R$ 3.060.903,57 em 2009. 132 9. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES A responsabilidade social corporativa está direcionada à atitude comportamental da organização, quanto a seus valores éticos e morais. Na atual conjuntura econômica, empresas que não demonstram transparência em suas relações, postura baseada em valores éticos e envolvimento em ações socioambientais, dificilmente conseguirão garantir a longevidade. Para tanto, foi identificada a existência de grupos conhecidos por Stakeholders que observam a conduta interna e os processos utilizados no âmbito externo da empresa e que de alguma forma tentam enxergar procedimentos inadequados dentro da organização e na sua forma de lidar com seus negócios. Quando tais procedimentos não são realizados pelas empresas, os Stakeholders denunciam, boicotam, ou simplesmente substituem o produto ou serviço por outro, causando enormes estragos, ou até mesmo a falência da empresa. Para que os Stakeholders não sejam pesadelo de relações públicas e até mesmo inviabilizem um projeto ou interfiram nos negócios da empresa, faz-se necessário primeiramente identificar os desejos e anseios dos Stakeholders e seus níveis de importância. Abrir um canal de comunicação eficiente e entender que os interesses desse público não são diferentes dos da empresa. De fato compreender o ponto de vista dos Stakeholders é imprescindível, quando a relação é bem trabalhada, podem trazer benefícios e geram oportunidades, podendo funcionar como ferramenta para o planejamento estratégico e a gestão empresarial. No transcorrer do trabalho, identificou-se ao longo dos anos o crescimento em volta do tema da responsabilidade social empresarial, que transcendeu o mundo corporativo para ganhar espaço na academia, em vista do grande número de artigos e estudos dedicados ao tema citado. 133 Percebeu-se por meio da literatura e documentos que as atividades de caridade decorrentes da filantropia aprimoraram se no transcorrer dos anos, no qual se faz presente nos dia de hoje. Contudo, essas práticas continuam sendo realizadas de forma altruísta e eventual, dispensando um plano que acompanhe e avalie seus resultados. A emergência da globalização desencadeou um processo que impulsionou as organizações a intervir em ações mais efetivas no âmbito social junto ao Estado, isso porque o Estado passou a reduzir seus investimentos em áreas públicas sob a alegação da falta de recursos e estrutura insuficiente para solucionar a demanda de problemas sociais nos anos de 1990. A partir desse momento cresce a mobilização da sociedade em pressionar as organizações para as causas sociais não atendidas pelo Estado. No decorrer dos anos, as organizações passaram a incorporar ações no setor social em detrimento às pressões exercidas pela sociedade. Porém, é importante destacar que as organizações não têm responsabilidade pela gestão ou criação de “serviços públicos”, as organizações tornam-se parceiras na construção de uma sociedade mais igualitária. Na literatura apresentada neste estudo, verificou-se os esforços das organizações em se reorganizarem para atingir desempenho aceitável, de maneira a adequarem seus negócios ao mercado moderno. Para isso, o planejamento estratégico é essencial na construção de um posicionamento competitivo frente a seus concorrentes. Para que a sociedade, acionistas e as partes interessadas na organização tomassem conhecimento das ações e práticas sociais desenvolvidas por essas entidades, por volta dos anos 90 inicia-se o procedimento designado de Balanço Social, com o objetivo de avaliar e mensurar os resultados obtidos com as práticas sociais, uma forma de prestação de contas à sociedade e comunidades de atividades nesse setor. Esse procedimento passou a ser certificado no final dos anos 90 pelo Instituto Brasileiro de Análise Social Econômica (IBASE), para a empresa que realizasse seu balanço social nos 134 moldes e critérios estabelecidos pelo Instituto. O certificado foi suspenso desde 2008 para uma reestruturação de seus processos, e até o momento não retomou suas atividades. Os dados apontados no balanço são: políticas de desenvolvimento humano, a evolução da qualidade de vida, constituição e a participação dos empregados no lucro da empresa, posicionamento e processos de preservação ambiental, política de investimento na educação, esporte, cultura e inclusão social, dentre outros. No cenário atual, o relatório de maior credibilidade em nível internacional é o Global Reporting Initiative (GRI) com sede em Amsterdã na Holanda e parceria no Brasil com a Uniethos e a Fundação Getúlio Vargas. Nota-se que o marketing, em meio a seus princípios e técnicas voltadas para vendas, evoluiu e posicionou-se em segmentos diferentes, designado pelos autores citados no referencial teórico de Marketing Social. Com princípios e técnicas voltados para a promoção social, dirigindo seu foco no sentido de gerar aceitação a uma determinada causa ou ideia, influenciam seu públicoalvo (uma fatia da população então segmentada) a mudança comportamental quanto à percepção e atitudes acerca de questões sociais que venham a beneficiar o bem-estar da sociedade, como o seu próprio bem-estar. Logo, ações de responsabilidade social fundamentadas na ética, podem conduzir excelentes estratégias de marketing social, que influenciem na mudança da conduta social em prol do bem comum para todos. A literatura demonstra que a responsabilidade social associada a estratégias de marketing consolidam a imagem da organização, permitindo que consumidores e clientes sintam-se parte de um grupo que desenvolve projetos sociais, têm transparências em suas relações, comportamento ético e são parceiras de entidades que se preocupam com bem estar social e ambiental. A Celpe é uma companhia com princípios fundamentados na responsabilidade social, haja vista adoção de uma série de compromissos e comportamento que convertem para a sustentabilidade em seus negócios. A evolução das práticas de responsabilidade social da companhia permitiu a transferência de ações filantrópicas para ações sustentáveis desde 2000. A partir dessas atividades 135 inicia-se o processo de divulgação de ações sociais por meio dos Balanços Sociais, que passaram avaliar seus procedimentos no campo social e ambiental de forma a possibilitar benefícios em ambos os setores. No ano de 2000, a Celpe passa a seguir os critérios e indicadores sociais contidos em seu Balanço Social com objetivo de avaliar o desempenho da responsabilidade social corporativa. Desde 2006 a companhia realiza o Relatório de Sustentabilidade baseada nos critérios e modelo Global Reporting Initiative (GRI), de forma a garantir credibilidade a seus processos e para avaliar seu desempenho no setor social. Neste mesmo ano (2000), a Celpe obtém certificado ISO 9001, que auxilia na melhoria do seu sistema de gestão da qualidade e que se mantém atualmente por meio de auditoria. Por alcançar seus objetivos perante o compromisso socioambiental a companhia passou a ser certificada pela ISO 14001, fazendo parte de todos os processos e operações da companhia até o presente momento. A comprovação dos esforços e empenhos em questões sociais orami constatadas por premiações conquistadas ao logo dos anos como: Prêmio Socioambiental Chico Mendes do Inpra e Prêmio Top Socioambiental da Associação dos Dirigentes Lojistas e Marketing do Brasil (ADVB-PE), ambos pelo projeto Energia Verde que integra educação ambiental e reflorestamento, como Destaque Regional Nordeste do Guia EXAME de Boa Cidadania Corporativa e desde 2004 mantém o selo Empresa Amiga da Criança da Fundação Abrinque pelos direitos da criança e do adolescente. Por meio de estudo empírico foi possível identificar os projetos, programas e campanhas sociais que a Celpe desenvolve e apoia, bem como a metodologia utilizada para selecionar e investir em projetos sustentáveis de âmbito social e ambiental. Para tanto, a companhia propõe como condição essencial que deve conter em qualquer projeto o tema “educação” voltada para o desperdício de energia e meio ambiente. A partir do estudo citado, também foi possível identificar que a maior parte dos projetos de responsabilidade social da empresa é para suprir as exigências da Aneel, que obriga que 60% da verba 136 dos projetos sociais sejam direcionados para o público da tarifa social (baixa renda). Comparando os dados de investimentos em ações sociais com recursos próprios em R$ 110.381 Mil e o faturamento de R$ 4,3 bilhões em 2011, percebe-se que a mobilização de recursos para investir em políticas sociais pode ser aumentado, quando relacionada ao lucro operacional. E apesar de seus esforços demonstrarem positividade na resolução de causas judiciais, segundo o Relatório Sustentabilidade 2011, os Fóruns Judiciais do Recife e Grande Recife apontam a Celpe como a empresa prestadora de serviços com maior índice de reclamações, seguida de empresas de telefonia e de compras online. A comunicação dos projetos sociais ocorre de forma integrada para os públicos interno e externo. Enquanto os colaboradores são informados através de canais de comunicação interna, a sociedade toma conhecimento por notas em jornais, sites e revistas, um conjunto de mídias que facilitam a comunicação na implantação ou finalização de projetos e campanhas. A divulgação dos resultados é feita anualmente por meio do Relatório de Sustentabilidade. Logo, é possível afirmar a existência de mecanismos internos (mural interno, canal intranet, e-mail marketing e reuniões periódicas com funcionários) e mecanismos externo (por meio da assessoria de imprensa e comunicação sustentável), que possibilitam a relação entre as fases de implementação, andamento e resultado dos projetos de responsabilidade social em meio às estratégias do departamento de comunicação da empresa. Fato que confirma a existência da relação entre os projetos sociais e a comunicação, respondendo à pergunta de pesquisa. Contudo, percebe-se que a companhia não faz uso das técnicas e estratégias do marketing social no sentido de mudar comportamento, de onde decorrem os maiores esforços da companhia em mudar o hábito de consumo da população para o uso eficiente e seguro, com foco no combate ao desperdício de energia elétrica. Aconselha-se, a empresa, no aprofundamento dos princípios e técnicas que regem o marketing social, de forma a construir estratégias que contribuam para a mudança do hábito no consumo de energia elétrica de maneira consciente e 137 eficiente, evitando o desperdício e principalmente o desvio dessa energia de forma clandestina. Os ganhos podem ser bastante significativos, quando comparados aos esforços no sentido de conter gastos na fiscalização e manutenção das redes em locais de maior incidência de desvio e, empenho para restabelecer o consumo desses clientes. Para a sociedade os benefícios tenderão para o uso correto e seguro de energia, conscientizando-a a respeito do desperdício que conduzirá à redução da conta de energia, como também a redução da produção de energia e consequentemente à diminuição da emissão de gás carbônico (CO2) no meio ambiente. A gestão da responsabilidade da companhia é constatada ao longo dos anos, em vista do desempenho apresentado em seus relatórios e balanços sociais, regida por certificações com padrões internacionais e conduzida por um grupo de pessoas capacitadas, que buscam por meio de aprimoramentos a atualização e consolidação de seus conhecimentos. Reafirma-se que não basta ser uma empresa socialmente responsável, que comunica suas ações, quando se objetiva a mudança de comportamento de um determinado público. É imprescindível a fomentação de estratégias que permitam essa mudança em função de ganhos que beneficiarão o consumidor, a empresa e a sociedade como um todo. O estudo possibilita a concepção de novas abordagens, por meio de futuras pesquisas que aprofundem as diferentes visões corporativas e suas ideologias, esclarecendo a percepção do mercado em reação à inserção de novas técnicas que promovam a mudança de comportamento social. 138 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, Ana Luiza de Castro; MUNIZ, Reynaldo Maia. A construção da reputação organizacional como recurso estratégico: o papel dos gestores e a percepção dos stakeholders. Anais do Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração. Brasília: ANPAD, 2005. ANDRADE, Maria Margarida. Como Preparar Trabalhos Para Cursos de Pós-Graduação. São Paulo: Atlas, 2008. ANTUNES, Juliana. A força dos stakeholders. Portal do Marketing, São Paulo, setembro 2009. Disponível em: <http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos_Sustentabilidade/Forca_dos_Sta keholders.htm>. Acesso em 02/ago/2011. AMA – American Marketing Assossiation. Definition of Marketing. 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Entrevista. 144 APÊNDICE 1 145 MODELO DE PESQUISA FACULDADE BOA VIAGEM – FBV CENTRO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO - CPPA MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO EMPRESARIAL ORIENTADOR: Olímpio Galvão ORIENTANDO: Fernando Sousa TEMA:RESPONSABILIDADE SOCIAL E A UTILIZAÇÃO DO MARKETING SOCIAL COMO ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO NA CELPE – COMPANHIA ENERGÉTICA DE PERNAMBUCO/GRUPO NEOENERGIA Nome do entrevistado: ____________________________________________ Categoria / Área de atuação:________________________________________ Local: ______________________________ Data: ______________________ Hora Inicial: __________________ Hora Final: ________________________ 1. Como a Celpe define: Responsabilidade Social _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Marketing Social _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2. A Celpe entende que há diferença entre filantropia e responsabilidade social? Se entende, qual a diferença? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 3. Por favor, marque as normas em que a organização está certificada. NBR 16001 / SA 8000 ISO 14001 OHSAS 18001 ISO 9001 Outras 3.1- Qual a importância das normas vigentes/certificadas para: 146 A Organização _______________________________________________________________ O Meio ambiente _______________________________________________________________ O Funcionário. _______________________________________________________________ 4. Seguindo a política de valores de investimentos da organização, quais os setores que foram alvos de investimentos nos 12 últimos meses e por quê? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 4.1 Como foram realizados os investimentos? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 5. O que motivou a organização na decisão de investir seus recursos em projetos e ações de responsabilidade social? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 6. Quem são os beneficiados pelas ações sociais desenvolvidas ou apoiadas pela organização e quais seus resultados? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 7. Para realização das ações de responsabilidade social a organização obteve algum incentivo fiscal? Quais e como funciona? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 8. Nos últimos 12 meses, a organização comunicou suas atividades sociais e ambientais? De que forma é realizada essa comunicação e qual a importância para organização? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 9. Identifique com que frequência a organização investe em benefícios para seus funcionários e em quais setores são realizados os investimentos. 147 Setor/área A cada 6 meses Uma vez por ano Frequência Uma vez a cada dois anos Uma vez a cada três anos Não se aplica Saúde Alimentação Educação Lazer Esporte Cultura Outros ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ 10. De que forma a companhia consegue mensurar os benefícios para sua imagem e de seus produtos no envolvimento em projetos e ações socioambientais? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 11. A maioria dos projetos, programas, parcerias e convênios na área de responsabilidade socioambiental na qual a companhia faz parte, são para suprir a demanda do Programa de Eficiência Energética da Aneel? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ PANORAMA FINANCEIRO DE INVESTIMENTO DA ORGANIZAÇÃO 1 – Qual a montante em investimentos no ano de 2011 para as áreas abaixo: Segurança Treinamento Saúde Atividades com familiares dos funcionários Programas e projetos ambientais Ações para redução da emissão de carbono Uso inteligente dos processos produtivos Projetos sociais para as comunidades circunvizinhas Programas infanto-juvenis Incentivo a cultura (lei Rouanet) 2 – Os funcionários têm participação nos lucros da organização? Se sim, quanto? _______________________________________________________________ 148 VISÃO DO CONSUMIDOR 1 – Identifique abaixo as ações que a organização apresenta: A Organização Possui um código de conduta? A comunicação e ações do marketing estão presentes no código de conduta? Faz uso de mecanismo para avaliação da satisfação do cliente? Faz uso de mecanismo que processa as insatisfações do cliente? Possui sistema de proteção a privacidade das informações dos clientes? Comunica para os clientes sobre uso eficiente e o desperdício de energia elétrica? Estimular os consumidores a economizar energia elétrica? Utiliza selo social ou ambiental em seus produtos? Realização Balanço Social? Sim Não 2 – Qual o percentual de reclamações no SAC de 2011 e qual o percentual de resolução? Comparando o ano de 2010 para 2011, qual o quadro de evolução para queda ou aumento das reclamações? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ PANORAMA DOS PROCESSOS INTERNOS DA ORGANIZAÇÃO 1. Como a organização dá visibilidade ás ações de responsabilidade social? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2. Quais os públicos são atingidos no processo de divulgação das ações responsabilidade social? Sim Não Sócios/acionistas Estado Clientes Comunidade Fornecedores Funcionários/colaboradores Outros 3. A organização desenvolve mecanismos que possam identificar os impactos positivos e/ou negativos das ações de responsabilidade social no meio ambiente, setor econômico e social das partes envolvidas (comunidade, região, governo, dentre outros)? 149 _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 5. Como é realizado o processo para identificar as ações de maior relevância para a organização no âmbito da responsabilidade social? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 6. O trabalho infantil é uma prática condenada por diversas instituições em vários países. A organização possui políticas que impeçam tais atividades internamente? Essas regras são exigidas aos seus fornecedores? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 7. Quais foram os anos em que a organização comunicou seu balanço social? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 8. Na organização, estão presentes: PCMSO - Plano de Controle Médico e Saúde Ocupacional PPRA - Plano de Prevenção de Riscos Ambientais CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CCTSMA - Comissão de Condições de Trabalho, Saúde e Meio Ambiente Outros – Quais? 150 9. Processos internos Sim Não Para as áreas de segurança, meio ambiente e saúde existem profissionais que respondem respectivamente por cada uma dessas áreas? O Clima Organizacional é monitorado pela organização? A organização apresenta Plano de Carreira? A organização controla as emissões de carbono com inventário? No ano de 2011 à organização recebeu multa ou infração do órgão de proteção ambiental? A organização é rigorosa no que se refere a legalidade de tramitação dos seus fornecedores Os certificados como: ISO14001, ABNT NBR16001, SA8000T dentre outras, podem funcionar como facilitadores ou mesmo como privilégios para compra junto a fornecedores? A organização possui um plano de parceira que apóia o desenvolvimento dos seus fornecedores? A empresa possui representantes em fóruns, conselhos e/ou associações direcionados aos interesses da comunidade? Na política de desenvolvimento da organização os investimentos nas áreas de segurança, saúde, educação, qualidade de vida e treinamento envolve o público interno e terceirizado? A organização se preocupa em prevenir possíveis danos ao meio ambiente ou mesmo corrigi-lo quando assim o faz? O uso inteligente de energia, reciclagem e reutilização de materiais são procedimentos realizados pela companhia? A organização realizou ações ou parcerias para minimizar os impactos ambientais e sociais junto às comunidades vizinhas? 12. Como é realizado o processo de tratamento nas respostas a reclamações e solicitações das comunidades circunvizinhas? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 151 PANORAMA DO CONHECIMENTO E CRESCIMENTO DAS QUESTÕES DE RSC 1. Identifique as ações de Responsabilidade Social Corporativa. Sim Não O público interno e externo tem conhecimento da missão, crenças e valores da organização? As questões de sustentabilidade estão presentes na visão e nas estratégias da organização? Na realização dos treinamentos internos, as questões dos valores e crenças da organização são enfatizadas? Na avaliação de desempenho dos gestores, gerentes e executivos são abordadas as práticas de Responsabilidade Social? Os funcionários podem participar de atividade voluntária no horário de trabalho? A organização realiza investimentos para melhorias da qualidade de vida, em segurança e saúde dos funcionários? Os investimentos para melhorias da qualidade de vida, segurança e saúde realizados pela organização aos seus funcionários se estendem para os familiares dos mesmos? Existe uma política de incentivo e apoio à educação dos funcionários? Essa mesma política de incentivo e apoio à educação dos funcionários se estende aos seus familiares? A organização apresenta um programa de treinamento e capacitação dos funcionários? A organização possui um plano específico para aprendiz? Ações direcionadas para o consumo consciente são fomentadas pela organização? Projetos e ações sociais desenvolvidos pelo governo podem ter apoio da organização? A organização mantém ou apóia alguma fundação ou instituto? A organização se une à comunidade ou seus lideres para desenvolver e implantar de ações e programas sociais? 2. Para que público estão direcionadas as campanhas voltadas para conscientização e educação ambiental, elaboradas pela organização? Consumidores/clientes Distribuidores e fornecedores Governo Sociedade Comunidade Acionistas 152 PROJETO DE RELEVÂNCIA PARA COMPANHIA NO ANO DE 2011 Favor descreva um projeto social desenvolvido ou apoiado, que envolveu e impactou de maneira bastante relevante a organização no ano de 2011. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Quem foram os beneficiados? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Nome e pequeno descritivo do projeto _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ O que pretende (ia) o projeto? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Que região (área) foi ou é beneficiada? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Quantitativo de voluntários (empregados) que participaram ou participam. _______________________________________________________________ Pessoas beneficiadas. _______________________________________________________________ Período de realização do projeto. _______________________________________________________________ Parceria com instituições ou governamental? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Quais resultados apresentados pelo projeto? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________