ENSINANDO O CONCEITO DE BACIA

Propaganda
ENSINANDO O CONCEITO DE BACIA HIDROGRÁFICA ATRAVÉS DE
RECURSOS DIDÁTICOS DIFERENCIADOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autor 1: Maria Consuelo da Silva (bolsista PIBID/ GEOGRAFIA UFPR)
Autor 2: Mariane dos Santos (bolsista PIBID/ GEOGRAFIA UFPR)
Autor 3: Paula Rayssa Dias Alves (bolsista PIBID/ GEOGRAFIA UFPR)
Paulo Roberto Frick (supervisor PIBID/GEOGRAFIA UFPR)
Elaine de Cacia de Lima Frick (coordenadora PIBID/GEOGRAFIA UFPR)
E-mail: [email protected]/ [email protected]/
[email protected]/ [email protected]/ [email protected]
Universidade Federal do Paraná (UFPR) /Departamento de Geografia/Curitiba, PR.
EIXO TEMÁTICO: Tecnologias, linguagens e materiais didáticos no ensino de
Geografia.
Palavras-chave: recurso didático, bacia hidrográfica, maquete, aula de campo.
Resumo:
O uso de recursos didáticos diferenciados para o ensino da geografia é de
vital importância para que o aluno perceba o espaço e entenda a dinâmica da
construção da paisagem, sobretudo compreenda o conceito de bacia hidrográfica.
Com esse intuito foi trabalhado com os alunos do 8º ano do Colégio Estadual Padre
Claudio Morelli, Curitiba/PR, a bacia hidrográfica onde o colégio está inserido, tal
atividade foi realizada pelo subprojeto Geografia do PIBID-UFPR financiado pela
Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). O
processo de desenvolvimento e junção de teoria e prática foi dividido em etapas:
aula expositiva, construção da maquete e aula de campo, para que o aluno
conseguisse abstrair do conteúdo os elementos conceituais e identifica-los no seu
espaço. Dessa forma eles se apropriaram do conhecimento anteriormente abstrato,
com intuito até mesmo de incentivar educação ambiental, já que os alunos passaram
a perceber como as atividades humanas em sua escala de vivência, interferem nos
corpos de águas e são determinantes para a existência, manutenção e qualidade
dos mesmos.
Introdução:
O conceito de bacia hidrográfica tem se apresentado muito abstrato para os
alunos do ensino fundamental. Ao se depararem com o termo, mesmo já tendo visto
em livro didático ou em sala de aula, muitos associam a lugares distantes, que
envolve florestas e grandes rios como a Bacia do Amazonas, sem perceberem que
eles mesmos estão inseridos em uma bacia e que a mesma está relacionada ao
cotidiano deles.
A fim de familiarizar o aluno com o conceito e aproxima-lo o máximo da sua
realidade, trazendo um olhar geográfico para o seu cotidiano, foi realizado no
Colégio Estadual Padre Claudio Morelli pelos bolsistas do PIBID uma atividade
Anais do I EPPG – I ENCONTRO PARANAENSE DO PIBID GEOGRAFIA: “O ESTADO DA ARTE DA
PESQUISA EM ENSINO DE GEOGRAFIA E PRÁTICA PEDAGÓGICA ESCOLAR”
20 a 21 de novembro de 2015, UNICENTRO, ISSN – XXX
diferenciada. Para Demo (1999), deve existir a passagem de um processo de
“ensino aprendizagem” para um processo de “aprender a aprender”, onde o primeiro
tem como característica o repasse de lotes de conhecimento, e o segundo privilegia
a atitude do questionamento construtivo numa relação teórica e prática.
A prática pedagógica utilizando-se de aula expositiva, construção de
maquete e aula de campo teve como objetivo trazer uma visão integrada dos
sistemas da bacia hidrográfica abordando elementos visíveis no cotidiano deles,
priorizando o ensino e compreensão de como funciona uma bacia hidrográfica, a
relação dos elementos com as atividades antrópicas e suas consequências.
Procedimento Metodológicos
A atividade foi dividida em 3 etapas, para que o aluno conseguisse fazer o link
entre a teoria e a pratica, como ela se apresenta na paisagem na qual ele esta
inserido: (Figura 1)
Figura 1 – Etapas do trabalho. Fonte: Maria Consuelo da Silva (2015)
Na aula expositiva foi feita a apresentação com slides dos elementos que
compõe a bacia hidrográfica, principalmente o conceito de corpos hídricos, que para
eles era muito relativo. Já a partir desse contato inicial foi possível para o aluno
compreender no que consiste a bacia hidrográfica e como ele está inserido em
diversas bacias ao mesmo tempo. O uso de dinâmicas para explicar as curvas de
níveis e divisores de águas foi essencial. Nessa atividade os alunos deram as mãos
formando rodas, uma dentro da outra para perceber como estão dispostas as curvas
e como elas influenciam o relevo da bacia. Em outro momento também formaram
rodas, mas uma ao lado da outra enquanto era jogado papel para cima, para que
percebessem como funcionam os divisores de água. Foi usada, posterior a
dinâmica, carta topográfica e maquete de uma cidade com extensão maior, para
compreensão de como os elementos dispostos no plano da carta ficam para
maquete.
Após esse processo de construção do conhecimento teórico, a segunda etapa
consistiu na montagem das maquetes de papelão e sulfite, no tamanho A3 da Bacia
Hidrográfica na qual o colégio está inserido, na qual também boa parte dos alunos
reside. A base da maquete é um REA (Recurso Educacional Aberto) e foi
confeccionada pelo bolsista do Projeto Expedições Geográficas Otacílio Lopes de
Souza da Paz. Os alunos divididos em duplas ou trios, levaram aproximadamente 4
Anais do I EPPG – I ENCONTRO PARANAENSE DO PIBID GEOGRAFIA: “O ESTADO DA ARTE DA
PESQUISA EM ENSINO DE GEOGRAFIA E PRÁTICA PEDAGÓGICA ESCOLAR”
20 a 21 de novembro de 2015, UNICENTRO, ISSN – XXX
aulas de 50 minutos para cortar as 5 curvas, colar no papelão e montar a maquete
(Figura 2).
A próxima etapa é baseada em uma aula de campo no entorno do colégio, a
qual ainda será realizada.
Figura 2 – Construção da maquete. Fonte: Mariane dos Santos (2015)
Resultados e Discussão
Diante da metodologia apresentada, os resultados obtidos até a etapa
realizada (finalização da maquete) foram satisfatórios, pois foi possível perceber
maior compreensão dos alunos sobre a Bacia Hidrográfica, os conceitos atribuídos a
esta temática e a visão vertical x horizontal que a utilização da imagem aérea
propicia ao analisar as imediações do colégio.
Para a construção da maquete, é preciso ter atenção, acompanhando os
alunos durante o processo, uma vez que são utilizados materiais cortantes e há
dificuldades no manuseio do papelão devido à espessura.
Com a finalização da maquete os estudantes conseguiram interpretar os
elementos inseridos na bacia e perceber o relevo em outro plano (Figura 3).
Figura 3 – Maquete em papelão. Fonte: Maria Consuelo da Silva (2015).
Anais do I EPPG – I ENCONTRO PARANAENSE DO PIBID GEOGRAFIA: “O ESTADO DA ARTE DA
PESQUISA EM ENSINO DE GEOGRAFIA E PRÁTICA PEDAGÓGICA ESCOLAR”
20 a 21 de novembro de 2015, UNICENTRO, ISSN – XXX
Ficou muito claro que a proximidade com esse objeto de estudo, que a
maquete proporcionou, facilitou a percepção deles dos elementos e de como a
estruturação da paisagem está condicionada ao formato da bacia. Também como as
atividades desenvolvidas pelo homem interferem na dinâmica da paisagem, e é claro
na qualidade de vida.
Espera-se como resultado final que os educandos consigam estabelecer a
relação teórica – prática do material produzido na sala de aula com a saída de
campo no entorno do colégio, proporcionando maior compreensão da realidade
hidrográfica local e de relacionar o que foi visto em sala e como ele se encontra na
paisagem.
Conclusão
O uso de mecanismos alternativos para o ensino de bacias hidrográficas se
mostrou essencial, já que permitiu aos alunos visualizar de forma integrada os
elementos, interpretar e mensurar a composição deste sistema hídrico. Eles também
puderam perceber os corpos hídricos em suas mais diferentes formações em seu
espaço de vivência.
A aula expositiva e a atividade com maquete contribuíram para a
compreensão que a paisagem pode se transformar a partir de atividades simples e
ao terem uma visão integrada dos sistemas eles perceberam que o conceito de
bacia hidrográfica está muito mais próximo da realidade deles do que imaginavam.
Com a aula de campo o aluno vai se ver como “ator” no processo de ocupação da
bacia hidrográfica onde ele vive. Além de todos os fatores relevantes que envolvem
ensino e aprendizagem deste conteúdo, essa pratica fez com que os estudantes
vislumbrassem a geografia como algo inerente ao seu cotidiano, se apropriando dela
para explicar os elementos de seu espaço social, se utilizando do conteúdo de
bacias hidrográficas.
Referências
BACIA HIDROGRAFICA. Comitê de bacias hidrográficas (ANA). Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=uRzt9tv0EJU> Acesso em: 19 de agosto de
2015.
DEMO, Pedro. Desafios Modernos da Educação. 8. ed. Petrópolis - RJ: Vozes,
1999.
LUZ, R. M. D.; BRISK, S. J. Aplicação didática para o ensino de Geografia Física
através da construção e utilização de maquetes interativas. Anais..10º Encontro
Nacional de Prática de Ensino em Geografia. Porto Alegre, agosto/setembro, 2009.
Disponível em: <http://www.agb.org.br/XENPEG/artigos/GT/GT4/tc4%20(27).pdf>.
Acesso em: junho de 2013.
Anais do I EPPG – I ENCONTRO PARANAENSE DO PIBID GEOGRAFIA: “O ESTADO DA ARTE DA
PESQUISA EM ENSINO DE GEOGRAFIA E PRÁTICA PEDAGÓGICA ESCOLAR”
20 a 21 de novembro de 2015, UNICENTRO, ISSN – XXX
Download