- Casa da Música

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Steve Lehman
Octet
Steve Lehman composição, saxofone, electrónica
Jonathan Finlayson trompete
Mark Shim saxofone
Tim Albright trombone
Chris Dingman vibrafone
Jose Davila tuba
Drew Gress contrabaixo
Cody Brown bateria
O primeiro CD do octeto de Steve Lehman, Travail, Transformation, and Flow (Pi, 2009), representou uma das maiores inova‑
ções das últimas décadas no jazz, com a aplicação de recursos
harmónicos oriundos do espectralismo a este género. A propó‑
sito dessa primeira incursão num novo universo de sonorida‑
des, vale a pena recuperar excertos de um texto de John Tucker
sobre as técnicas usadas por Lehman.
«No final da década de 1970, os compositores franceses Tris‑
tan Murail, professor em Columbia, e Gérard Grisey desenvol‑
veram uma nova abordagem à música que está a influenciar
a geração seguinte de compositores. Música espectral, como
a invenção é conhecida, é um método de composição no qual
notas isoladas são analisadas, frequentemente por um programa
informático, de modo a expor um conjunto de micro­‑sons que se
podem tornar blocos para construir a harmonia, melodia e ritmo.
(…) Até há pouco tempo, as técnicas espectrais tinham sido usa‑
das apenas na música orquestral e de câmara. Agora, pela pri‑
meira vez, um compositor aplica­‑as ao jazz. E Murail aplaude
o esforço, levado a cabo por um dos seus alunos. (…) A música
espectral é baseada nas propriedades físicas do som, também
chamadas de timbre. Para compreender o conceito subjacente,
teremos que pensar numa nota isolada – uma nota de oboé, por
exemplo – como um grande saco de berlindes, e imaginar o que
aconteceria se o saco fosse cortado. Os berlindes vertidos repre‑
sentam micro­‑sons que tornam a nota de oboé distinguível de
outra, como por exemplo uma nota de clarinete. Artistas espec‑
trais jogam com a informação contida em cada nota para criar
um número infinito de combinações harmónicas.»
No regresso à Casa da Música, depois de um concerto memo‑
rável em 2011, o octeto de Steve Lehman apresenta o seu novo
disco Mise en Abîme (Pi, 2014), onde se destaca um vibrafone
com nova afinação personalizada, electrónica em tempo real e
a desconstrução das composições mais vanguardistas de Bud
Powell, além de novas composições encomendadas pela Cham‑
ber Music America.
01 Fev 2015
21:00 Sala Suggia
–
CICLO JAZZ
Steve Lehman composição,
saxofone, electrónica
Descrito como “uma das figuras que está a transformar o jazz do
início do século XXI” (The Guardian), Steve Lehman (Nova Iorque,
1978) é um compositor, intérprete, professor e investigador que
explora o espectro dos idiomas da música experimental. As suas
peças para orquestra e ensembles de câmara têm sido interpre‑
tadas por diversas formações internacionais, tais como Interna‑
tional Contemporary Ensemble (ICE), So Percussion, Kamme‑
rensemble Neue Musik Berlin, JACK Quartet, PRISM Saxophone
Quartet e Talea Ensemble. O CD Mise en Abîme (Pi, 2014) foi con‑
siderado o melhor álbum de jazz do ano pela NPR Music e Los
Angeles Times. O trabalho anterior, Travail, Transformation &
Flow (Pi, 2009), foi considerado o melhor álbum de jazz do ano
pelo New York Times.
Vencedor do prestigiante Doris Duke Artist Award em 2014,
Steve Lehman actuou e gravou com grupos liderados por
Anthony Braxton, Vijay Iyer, Jason Moran, Meshell Ndegeocello e
High Priest of Anti-Pop Consortium, entre outros. A sua recente
música electroacústica tem-se focado no desenvolvimento de
modelos de programação para improvisação, baseados no sis‑
tema Max/MSP.
Entre 2002 e 2003, foi bolseiro Fulbright em França, onde
começou a investigação sobre a receptividade de música expe‑
rimental de compositores afro-americanos na década de 70,
em França. O artigo na revista Critical Studies in Improvisa‑
tion, “I Love You with an Asterisk: African-American Experimen‑
tal Composers and the French Jazz Press, 1970-1980”, é o resul‑
tado desta investigação. Recentemente, tem publicado ensaios e
apresentado palestras onde aborda vários tópicos como a peda‑
gogia no jazz, reconhecimento rítmico e noções europeias de
experimentalismo americano. A bolsa de estudos actual inclui a
colaboração no livro Arcana VI: Musicians on Music (Hips Road/
Tzadik) e a tese de doutoramento onde examina a sobreposição
entre a história da música espectral e a improvisação no jazz.
Lehman concluiu o Mestrado em Composição (2002) na Uni‑
versidade de Wesleyan, onde estudou com Anthony Braxton, Jay
Hoggard e Alvin Lucier. Paralelamente, trabalhou com Jackie
McLean na Hartt School of Music. Doutorou-se com distinção em
Composição na Universidade de Columbia (2002), onde estu‑
dou com Tristan Murail e George Lewis. Tem sido convidado para
leccionar em diversas instituições, tais como Universidade de
Wesleyan e de Columbia, Conservatório de Paris e New School
University. Realizou palestras no Amherst College, UC Berkeley,
Berklee School of Music, Banf Centre, Royal Academy of Music
em Londres e IRCAM (Paris), onde foi investigador (2011).
MECENAS PROGRAMAS DE SALA
MECENAS CASA DA MÚSICA
APOIO INSTITUCIONAL
MECENAS PRINCIPAL
CASA DA MÚSICA
Jonathan Finlayson trompete
Jonathan Finlayson foi reconhecido pelo New York Times como
“um trompetista incisivo e muitas vezes surpreendente”, “fasci‑
nado pela composição”. Desde que saiu de Oakland (Califórnia),
onde nasceu, para estudar com Eddie Henderson, Jimmy Owens
e Cecil Bridgewater na New School for Jazz and Contemporary
Music, é uma voz activa no panorama da música criativa de Nova
Iorque. Discípulo de Steve Coleman, integra os Five Elements
desde 2000, aos 18 anos. Tem também tocado em grupos lide‑
rados por Steve Lehman, Mary Halvorson, Craig Taborn e Henry
Threadgill, e ao lado de figuras como Von Freeman, Jason Moran,
Dafnis Prieto e Vijay Iyer.
Mark Shim saxofone tenor
Natural de Kingston (Jamaica), Mark Shim mudou­‑se com a famí‑
lia para o Canadá aos oito anos e fixou­‑se depois em Richmond
(Virginia). Começou a tocar saxofone com 12 anos e frequen‑
tou a Virginia Commonwealth University e o William Paterson
College. Em 1994 mudou­‑se para Brooklyn, onde tocou e gravou
com Hamiett Bluiett em Harlem. Tocou depois com Mose Allison,
Betty Carter, Greg Osby e Mingus Big Band. Entre 1998 e 2000
gravou três discos para a Blue Note, dois dos quais em nome pró‑
prio: Mind Over Matter e Turbulent Flow, além do colectivo New
Directions. Tem tocado e gravado com músicos como Delfeayo
Marsalis, Carmen Lundy, The Headhunters, Michele Rosewoman,
Liberty Ellman e Steve Lehman.
Tim Albright trombone
Trombonista do grupo Five Elements de Steve Coleman, Atlantic
Brass Quintet, Riverside Symphony e Argento New Music Project,
Tim Albright tem uma carreira diversificada como instrumen‑
tista e professor no panorama musical de Nova Iorque. Ensina na
SUNY Purchase, Juilliard Pre­‑College, e também todos os anos
nos seminários de Verão promovidos pelo Atlantic Brass Quintet
em Sonoma (Califórnia) e Boston (Massachusetts). Tocou com
Steve Lehman, Maria Schneider’s Jazz Orchestra, Ralph Alessi,
Don Byron, International Contemporary Ensemble, Knights
Chamber Orchestra, Zankel Band e ainda com a sensação pop
Shakira, Sufjan Stevens, Rufus Wainwright e The National.
Chris Dingman vibrafone
Chris Dingman é um dos vibrafonistas mais requisitados da sua
geração. Estudou jazz tradicional mas é influenciado por uma
grande variedade de fontes e experiências musicais. Em 2012 foi
nomeado Vibrafonista Revelação do Ano pela revista Downbeat
e Artista Revelação do Ano pelos Jazz Journalist Association
Awards. Recebeu a bolsa “New Jazz Works” da Chamber Music
America, em 2012, para estrear e gravar uma nova obra de con‑
certo para sexteto em 2013. Tem tocado com muitos dos maio‑
res músicos do mundo, incluindo Herbie Hancock, Wayne Shor‑
ter, Benny Golson, Jimmy Heath e muitos outros.
Jose Davila tuba
O tubista e trombonista Jose Davila é um músico nova-iorquino
versátil que trabalha num espectro alargado de géneros. É mem‑
bro do projecto Zooid de Henry Threadgill e de banda lideradas
pelo guitarrista Liberty Ellman e o saxofonista Steve Lehman.
Tocou em discos de salsa da Spanish Harlem Orchestra (Un Gran
Dia en el Barrio, nomeado para o Grammy) e dos Soneros del
Barrio. Trabalhou também nas bandas de Ray Charles, Andrew
Hill, Tito Puente, Celia Cruz, Marc Anthony, Eddie Palmieri, Ray
Anderson, Butch Morris, Ted Nash, com a Lincoln Center Afro
Latin Jazz Orchestra e as Orquestras Sinfónicas America e da
New York City Opera. Natural de Porto Rico e criado na Costa
Leste dos EUA, Jose Davila estudou formalmente música na Uni‑
versidade de Connecticut e Mannes College of Music.
Drew Gress contrabaixo
Drew Gress toca habitualmente com os artistas mais inovado‑
res da música improvisada contemporânea. O seu projecto The
Irrational Numbers (Premonition) é baseado em composições
originais para quinteto. Futuramente dará a conhecer o seu novo
quinteto, um disco de contrabaixo solo e um projecto electrónico.
Tem tocado em grupos de John Abercrombie, Ralph Alessi, Tim
Berne, Don Byron, Uri Caine, Bill Carrothers, Ravi Coltrane, Marc
Copland, Mark Feldman, Fred Hersch, John Hollenbeck, Tony
Malaby e John Surman. Foi Artista Residente no Conservatório
de São Petersburgo e no Conservatório de Paris. Recebeu bol‑
sas do National Endowment for the Arts, Meet the Composer e
Chamber Music America. Vive em Nova Iorque.
Cody Brown bateria
Natural de Maine, Cody Brown tem um Bacharelato em Jazz Per‑
formance pelo Purchase College, onde foi aluno do célebre bate‑
rista John Riley. Estudou também em regime particular com Jeff
Ballard, Kenny Washington e Han Bennink. Em 2007, foi convi‑
dado para o prestigiado Banff International Workshop in Jazz and
Creative Music, dirigido por Dave Douglas. Divide o seu tempo
entre os concertos, o ensino e a composição. Ao longo dos anos,
tocou com Herbie Hancock, Dave Douglas, Miguel Zenón, Ker‑
mit Driscoll, Michael Moore, Ernst Glerum, Tobias Delius, Thomas
Heberer, Frank Carlberg, Sam Newsome, Bobby Avey e muitos
outros. Vive em Brooklyn, Nova Iorque.
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