historia - Plano Nacional de Leitura

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A viagem até ao Japão
História
[a partir do livro ‘A menina do mar’ de Sophia de Mello Breyner Andresen]
Capítulo 1
Numa manhã de primavera, uma menina chamada Bela, mas a quem
chamavam Menina do Mar e que vivia no Oceano Atlântico, nos corais
azuis dos Açores, brincava com alguns golfinhos, quando apareceram os
criados da Grande Raia, que disseram:
-Desculpe menina, queríamos informá-la que a Raia está a sua espera.
- Está bem, já lá vou.
- Ela disse para ir lá agora mesmo!
E a Menina do Mar lá foi ter com a Raia.
Quando chegou ao pé dela, a Grande Raia informou:
- Mandei-te chamar para te dizer que no Oceano Pacifico, no Japão, vive
uma menina que é talvez tua irmã, parecida contigo, chamada Ponyo.
- Para que me dizes isso, se não posso sair daqui? Choramingou a Bela.
-Eu deixo-te ir. Vai lá!
A Bela ficou muito feliz por ir conhecer pessoalmente a Ponyo, por isso
pediu ao golfinho Natasha para a levar, assim como o seu namorado,
Alexandre, até ao Japão.
O golfinho aceitou, mas disse-lhe que o mar tinha muitos perigos. A Bela
não quis saber, queria mesmo ir. Nesse mesmo dia, Bela e Alexandre
fizeram as malas e a Natasha já estava à espera deles e perguntou à Bela:
- Qual é a rota que queres seguir?
- Mmm… já sei! Pode ser pelo oceano Atlântico, passa-se pelo Cabo da
Boa Esperança, atravessa-se o oceano Indico, chegando depois ao oceano
Pacifico, passa-se pelas ilhas da Indonésia e vai-se até ao Japão! –
Respondeu a Bela.
Dito isto, eles puseram-se nas costas da Natasha e ela arrancou logo.
Capítulo 2
No oceano Atlântico, viram muitos peixes de várias cores e muitos corais.
Passou-se algum tempo e a Bela e os seus amigos encontravam-se no
“Mar da Morte Súbita” perto de África. Era um mar escuro e aterrador,
pois à volta dessas águas malignas, existia uma lenda de uma terrível
criatura dos mares, Vitalis, a lula vampira do inferno. Diziam que devorava
tudo o que encontrava, pois só acordava de 100 em 100 anos. A última vez
que a tinham visto fora no ano de 1916. Portanto, o grupo de amigos tinha
de ter muito cuidado porque este era o ano em que Vitalis acordaria para
saciar a sua infinita fome.
De repente, ouvem um riso maléfico por detrás das algas e gritaram:
-Ahh!!!
-Do que é que estás à espera? Foge!!! – Gritou Bela para a Natasha.
Por pouco eram comidos por Vitalis. Não podiam parar. Nadavam,
nadavam, nadavam, a ver se Vitalis se cansava. Mas não. Mal olhavam
para trás, viam aquela “bruxa” quase a apanhá-los. Nadaram cada vez
mais depressa até que despistaram aquela lula horrível e decidiram
esconder-se por entre as algas, pois precisavam de descansar.
Continuaram o caminho, mas sempre desconfiados, a olharem para todos
os lados para ver se havia mais animais assustadores.
Chegaram ao oceano Indico e Bela viu um peixe diferente dos outros. Era
pequenino e parecia delicado. Bela quis tocar-lhe, então aproximou-se
dele. A Natasha avisou-a que aquele animal se chamava o polvo de anéis
azuis e era o animal mais venenoso do mundo. Bela não queria acreditar,
pois um animal tão pequeno e tão frágil não podia envenená-la. O polvo
de anéis azuis estava a sentir-se ameaçado, por isso aproximou-se da Bela
para a envenenar. Mas, de repente, apareceu uma sombra enorme. Era
uma senhora muito grande e bonita, esta salvou-a do veneno do polvo de
anéis azuis. A Bela perguntou-lhe quem era, mas ela não lhe respondeu.
Só lhe disse para não se aproximar daquele animal porque podia morrer.
A mãe da Ponyo foi-se embora num abrir e fechar de olhos. Como
apareceu, assim desapareceu. A Bela não se apercebeu da importância
daquela senhora. Apenas sabia que tinha acabado de a salvar.
- Já viste? Era muito bonita, aquela senhora, tão grande e tão bondosa.
- Era a rainha dos oceanos – respondeu a Natasha.
- Mas como é que ela adivinhou que a Bela ia ser envenenada? –
perguntou o Alexandre.
Ela é a rainha dos oceanos, sabe tudo o que está acontecer! – respondeu a
Natasha com firmeza.
Seguiram o caminho pelas ilhas da Indonésia onde A Menina do Mar ficou
doente por causa da poluição que o Homem produz. É incrível como o ser
humano só pensa em si e não pensa nas consequências que provoca. Mas
nada podia parar a Menina do Mar, que estava cada vez mais doente,
quase às portas da morte, mas foi até ao Japão nas costas de Natasha.
Capítulo 3
Ao chegarem ao Oceano Pacífico e entrando nos mares do Japão, viram
logo a Ponyo que os esperava. Era muito bonita como um raio de Sol e
logo Natasha disse:
-Ajuda-nos Ponyo! A Menina do Mar ficou doente por causa da poluição e
está quase a morrer!
Ponyo foi buscar um suco de alforrecas mágicas e deu-o à Menina do Mar.
A Menina abriu os olhos, sorriu e abraçou Ponyo. Começaram todos a falar
uns com os outros, a conhecerem-se melhor, os seus interesses, sua
comida favorita, etc. Fizeram uma festa à moda do Japão e desataram a
brincar. Depois de muita conversa sobre as suas histórias, já se conheciam
melhor. Mais tarde, a Ponyo apresentou a mãe de Sosuke. Esta fez-lhes
um lanche delicioso, estavam mesmo esfomeados. No final da conversa,
perguntaram às visitas, agora amigos, se queriam ficar a viver com eles.
Bela e Alexandre aceitaram e viveram todos felizes para sempre.
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