MÓDULO 4 - MGFamiliar

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07‐03‐2017
MÓDULO 4:
ABORDAGEM E TRATAMENTO DA DOENÇA CORONÁRIA
(DA Angina Estável Ao Pós-Enfarte do Miocárdio)
PROF. RICARDO FONTES-CARVALHO
(MD, PhD, FESC, FACC)
‐ Cardiologista no Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia
‐ Professor na Faculdade de Medicina do Porto
‐ Cardiologista no Hospital Privado de Alfena
‐ Cardiologista na Medicil‐Porto
Resumo
1. ABORDAGEM DA DOENÇA CORONÁRIA
a. O ELECTROCARDIOGRAMA NA ISQUEMIA AGUDA MIOCÁRDIO
b. PREVENÇÃO SECUNDÁRIA APÓS ENFARTE MIOCÁRDIO
c. TRATAMENTO DA ANGINA ESTÁVEL
d. AVALIAÇÃO DO DOENTE COM DOR TORÁCICA
1
07‐03‐2017
Progressão da doença coronária
Foam
Cells
Fatty
Streak
Intermediate
Lesion
Atheroma
Fibrous
Plaque
ANGINA
ESTÁVEL
ASSINTOMÁTICO
Complicated
Lesion/Rupture
SÍNDROME
CORONÁRIA
AGUDA
Formas de Apresentação da doença coronária
#1
#3
#4
#2
2
07‐03‐2017
CASO CLÍNICO # 1
Apresentação Caso Clínico #1
• 42 anos, trabalhador da construção civil
• FRCV: dislipidemia, fumador
ANTECEDENTES
• Irrelevantes
HISTÓRIA DOENÇA ATUAL
• Recorre ao centro de saúde por apresentar há 2 horas dor retroesternal, com irradiação para o pescoço, tipo “ardência” e hipersudorese
associada.
3
07‐03‐2017
Apresentação Caso Clínico #1
EXAME OBJECTIVO
• Pulso rítmico e simétrico
• PA‐ 160/70 mmHg FC 80 bpm
• AC: normal
• AP: normal
• Sem sinais de hipervolemia
Apresentação Caso Clínico #1
ELECTROCARDIOGRAMA
INTERPRETE O ELECTROCARDIOGRAMA
4
07‐03‐2017
Apresentação Caso Clínico #1
QUIZZ ONLINE:
• QUE MOSTRA ESTE ELECTROCARDIOGRAMA?
1.
Normal
2.
Pericardite aguda
3.
SCA sem supradesnivelamento ST
4.
SCA com suprasdesnivelamento ST na parede anterior
5.
SCA com suprasdesnivelamento ST na parede inferior
6.
Angina
Apresentação Caso Clínico #1
ELECTROCARDIOGRAMA
INTERPRETE O ELECTROCARDIOGRAMA
SINDROME CORONÁRIO AGUDO COM SUPRA ST (PAREDE ANTERIOR)
5
07‐03‐2017
Apresentação Caso Clínico #1
QUIZZ ONLINE:
QUAL A ORIENTAÇÃO RECOMENDADA?
1.
Pedir prova de esforço e ecocardiograma
2.
Pedir doseamento de marcadores de necrose do miocárdio
3.
Enviar o doente ao Serviço de Urgência
4.
Aspirina 250 mg oral e enviar o doente ao Serviço de Urgência
5.
Aspirina 250 mg oral e chamar o 112
Ativação da “via verde coronária”
VIA VERDE CORONÁRIA
HEPARINA EV
(CLOPIDOGREL/TICAGRELOR)
NA AMBULÂNCIA
6
07‐03‐2017
Cateterismo Caso Clínico #1
OCLUSÃO DA ARTÉRIA
DESCENDENTE ANTERIOR
CORONARIOGRAFIA ESQUERDA
Cateterismo Caso Clínico #1
ANGIOPLASTIA COM COLOCAÇÃO DE
STENT REVESTIDO
RESULTADO FINAL APÓS ANGIOPLASTIA
7
07‐03‐2017
CASO CLÍNICO # 2
Apresentação Caso Clínico #2
• 65 anos, sexo feminino, doméstica
• FRCV: diabetes, dislipidemia, HTA
OUTROS ANTECEDENTES:
• Irrelevantes
HISTÓRIA DOENÇA ATUAL
• Vem ao serviço de urgência por dor epigástrica. Vários episódios nas ultimas horas com duração de 10 minutos, náuseas e um episódio de vómitos. • Atualmente com dor há 1 hora.
8
07‐03‐2017
Apresentação Caso Clínico #2
ELECTROCARDIOGRAMA
INTERPRETE O ELECTROCARDIOGRAMA
Apresentação Caso Clínico #2
QUIZZ ONLINE:
• QUE MOSTRA ESTE ELECTROCARDIOGRAMA?
1.
ECG Normal
2.
Pericardite aguda
3.
SCA sem supradesnivelamento ST
4.
SCA com suprasdesnivelamento do segmento ST parede anterior
5.
SCA com suprasdesnivelamento do segmento ST parede inferior
9
07‐03‐2017
Apresentação Caso Clínico #2
ELECTROCARDIOGRAMA
SCA SEM SUPRADESNIVELAMENTO DE ST
Apresentação Caso Clínico #2
QUIZZ ONLINE:
QUAL O TRATAMENTO RECOMENDADO?
1.
Enviar para cateterismo cardíaco emergente
2.
Iniciar terapêutica com antitrombóticos (AAS + ticagrelor + enoxaparina)
3.
Iniciar antitrombóticos e fazer cateterismo cardíaco nas < 24 h
4.
Pedir uma prova de esforço
10
07‐03‐2017
Apresentação Caso Clínico #2
SCA com supradesnivelamento
do segmento ST
SCA sem supradesnivelamento
do segmento ST
Electrocardiogramas no SCA
SINDROME CORONÁRIO AGUDO COM SUPRA ST (PAREDE INFERIOR)
11
07‐03‐2017
Electrocardiogramas no SCA
SINDROME CORONÁRIO AGUDO COM SUPRA ST (PAREDE ANTERIOR E LATERAL)
Electrocardiogramas no SCA
ENFARTE COM ONDAS QS NA PAREDE ANTERIOR
12
07‐03‐2017
Electrocardiogramas no SCA
SCA COM SUPRA ST PAREDE ANTERIOR E LATERAL
QUAL O TRATAMENTO RECOMENDADO
APÓS SÍNDROME CORONÁRIO AGUDO
13
07‐03‐2017
Tratamento Médico Após Sindrome Coronário Agudo
Melhoria do Sintomatologia
Melhoria do Prognóstico
Anti-Agregação Plaquetária
Dupla
Nitrato curta duração
Estatina (Alta Intensidade)
(Comp SL em SOS)
Bloqueador Beta
Anti-isquémicos
IECAs
(se queixas de angina)
Exercício Físico e Alteração
do Estilo Vida
Tratamento da Angina Estável
1) Antiagregação Plaquetária
14
07‐03‐2017
Apresentação Caso Clínico #1
QUIZZ ONLINE:
QUAL A TERAPÊUTICA ANTIPLAQUETÁRIA RECOMENDADA?
1.
ASPIRINA 150 MG + CLOPIDOGREL 75 MG
2.
ASPIRINA 100 MG + CLOPIDOGREL 75 MG
3.
ASPIRINA 100 MG + TICAGRELOR 90 MG 2X/DIA
4.
ASPIRINA 150 MG + TICAGRELOR 90 MG 2X/DIA
5.
ASPIRINA 100 MG + PRASUGREL 10 MG
Aspirina em Prevenção Secundária
EM PREVENÇÃO SECUNDÁRIA A ASPIRINA REDUZ EM 20 % O RISCO DE EVENTOS
CARDIOVASCULARES MAJOR
Antithrombotic Trialists’ Collaboration. Lancet 2009;373:1849–60
TERAPÊUTICA CUSTO-EFICAZ:
- NUMBER NEEDED TO TREAT: 48
EM PREVENÇÃO SECUNDÁRIA A ASPIRINA CONTINUA A SER SUBUTILIZADA (46,9%)
MMWR Morb Mortality Wkly Rep 2012; 61: Suppl:11‐8
Parekh et al. N Engl J Med 2013: 368; 3: 204
15
07‐03‐2017
Será indiferente a Dose de AAS?
O Aumento da dose de Aspirina
Não Aumenta o Efeito Anti-Trombótico
Estudo Current-OASIS 7
AAS 75-100 mg versus AAS 300-325 mg
N Engl J Med 2010;363:930‐42
16
07‐03‐2017
O Aumento da Dose de Aspirina
Aumenta o risco de Hemorragia
Meta-análise
N = 192.036 dts
Serebruany et al; Am J Cardiol 2005; 95: 1218
O Aumento da dose de Aspirina
Aumenta o Risco de Hemorragia
Estudo Current-OASIS 7
AAS 75-100 mg versus AAS 300-325 mg
N Engl J Med 2010;363:930‐42
17
07‐03‐2017
Haverá benefício significativo na utilização da
Aspirina Gastroresistente

As formulações gastroresistentes não reduzem o risco de hemorragia
gastrointestinal
Kelly et al. Lancet 1996; 348:1413
De Abajo et al. BMC Clin Pharmacol. 2001;1:1
A quem devo Prescrever Inibidor da Bomba Protões?
Bhatt et al. Circulation 2008; 118
18
07‐03‐2017
A quem Prescrever Inibidor da Bomba Protões
Bhatt et al. Circulation 2008; 118
A quem Prescrever Inibidor da Bomba Protões
19
07‐03‐2017
Clopidogrel versus Ticagrelor
Início de Acção mais rápido
Ticagrelor
Menos Interacções Medicamentosas
Não é Um
Pró-Fármaco
Menor Variabilidade de Resposta
Inibição
Plaquetária
Reversível
Recuperação mais rápida da
agregação plaquetária
2 x /dia
Estudo PLATO: Clopidogrel versus Ticagrelor
Incidência Cumulativa (%)
Eventos Cardiovasculares
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
11.7
Ticagrelor
Clopidogrel
9.8
5.4
Análise NNT: 52
4.8
0–30 Dias
12%
RRR
P=0.045
P <0.001
HR: 0.88 (95% CI, 0.77−1.00)
HR: 0.84 (95% CI, 0.77–0.92)
0
2
Ticagrelor
9,333
8,628
Clopidogrel
9,291
8,521
Nº em risco
4
16%
RRR
0–12 Meses
6
8
10
12
8,460
8,219
8,362
8,124
6,743
5,161
4,147
6,650
5,096
4,047
Meses Após Randomização
Ambos os grupos incuíram aspirina. *NNT a um ano.
Wallentin L, et al. N Engl J Med. 2009;361:1045–1057.
20
07‐03‐2017
Estudo PLATO: Clopidogrel versus Ticagrelor
Morte Cardiovascular
7
6.9
7
6
5.8
6
5
4
16%
RRR
3
Ticagrelor
Clopidogrel
2
1
P=0.005
HR: 0.84 (95% CI, 0.75–0.95)
2
4
6
5.1
5
4.0
21%
RRR
4
3
2
Ticagrelor
Clopidogrel
1
P=0.001
HR: 0.79 (95% CI, 0.69–0.91)
0
0
0
Incidência Cumulativa (%)
Incidência Cumulativa (%)
Enfarte Miocárdio
8
10
Meses após randomização
12
0
2
4
6
8
10
12
Meses após randomização
Wallentin L, et al. N Engl J Med. 2009;361:1045–1057.
Recomendações das Guidelines
21
07‐03‐2017
Apresentação Caso Clínico #1
QUIZZ ONLINE:
QUAL A DURAÇÃO DA TERAPÊUTICA ANTIPLAQUETÁRIA DUPLA:
1.
1 MÊS
2.
6 MESES
3.
PELO MENOS 12 MESES
4.
PELO MENOS 24 MESES
5.
DEPENDE DO TIPO DE STENT IMPLANTADO
(STENT REVESTIDO OU METÁLICO)
Tipos de Stents Utilizados na Angioplastia Coronária
Stent Metálico
Stent Revestido
por Fármaco
N Engl J Med 2013; 368: 254‐65
22
07‐03‐2017
Tipos de Stents Utilizados na Angioplastia Coronária
N Engl J Med 2013; 368: 254‐65
Duração da Anti-agregação Plaquetária Dupla
Aplicação na Prática Clínica (Resumo)
Doente após Enfarte
(com ou sem colocação de Stent)
Pelo menos
12 Meses
Stent Metálico
Mínimo
1 Mês
Stent Revestido
Mínimo
6 Meses
Doente Electivo
(angina Estável)
Depende do sub‐tipo de stent
23
07‐03‐2017
Apresentação Caso Clínico #1
QUIZZ ONLINE:
QUAL A DURAÇÃO DA TERAPÊUTICA ANTIPLAQUETÁRIA DUPLA:
1.
1 MÊS
2.
6 MESES
3.
PELO MENOS 12 MESES
4.
PELO MENOS 24 MESES
5.
DEPENDE DO TIPO DE STENT IMPLANTADO
(STENT REVESTIDO OU METÁLICO)
Possibilidade de Extensão Anti-Agregação Dupla > 1 Ano
Balanço entre Risco
Isquémico e Hemorrágico
R. Fontes‐Carvalho, 2015
Alexopoulos, D. et al. J Am Coll Cardiol. 2016;68(11):1223–32.
24
07‐03‐2017
Apresentação Caso Clínico #1
QUIZZ ONLINE:
CERCA DE 5 MESES APÓS O ENFARTE É DIAGNOSTICADA LITIASE
BILIAR, COM INDICAÇÃO PARA COLECISTECTOMIA ELECTIVA.
QUAL A RECOMENDAÇÃO PARA ANTI‐AGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA:
1.
PARAR A ASPIRINA E O TICAGRELOR 5 DIAS ANTES DA CIRURGIA
2.
MANTER A ASPIRINA E PARAR O TICAGRELOR 5 DIAS ANTES
3.
MANTER A ASPIRINA E PARAR O TICAGRELOR 2 DIAS ANTES
4.
MANTER A ASPIRINA E O TICAGRELOR E REALIZAR A CIRURGIA
5.
ADIAR A CIRURGIA
Recomendações para interrupção de
anti-agregação dupla
Doente com Stent > 12 meses
Mantém AAS
Pára o 2º Anti-agregante
Doente com Stent < 12 meses
e
Mantém
Extracção Dentária
Anti-agregação Dupla
(ou Cirurgia Dermatológica
/Endoscopia)
25
07‐03‐2017
Recomendações para interrupção de anti-agregação dupla
Hérnia Inguinal
EAM OU Stent
Pára 2º Anti-plaq.
> 12 Meses
Mantém AAS
EAM OU Stent
Colecistectomia electiva
Cirurgia ortopédica
Adiar Cirurgia
< 12 Meses
Cirurgia Intracraneana /
Pára
Canal vertebral
Os dois Anti-plaquetários
No caso de cirurgias urgentes, Decidir individualmente
Caso Clínico: Terapêutica Anti-dislipidémica
Nosso Doente
Caso #1
AAS 100 mg (indefinidamente)
TERAPÊUTICA ANTI-PLAQUETÁRIA
DUPLA DURANTE 1 ANO
(AAS 100 MG + TICAGRELOR 90 MG 2X/DIA)
EVITAR A INTERRUPÇÃO DA ANTI-AGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA
(exemplo: tratamento dentário)
NÃO NECESSITA DE INIBIDOR DA BOMBA DE PROTÕES
(não tem factores que aumentem risco hemorrágico)
26
07‐03‐2017
Tratamento Após Enfarte do miocárdio
2) Terapêutica Anti-dislipidémica
Caso Clínico #1: Tratamento Anti-Dislipidémico
QUIZZ ONLINE:
QUAL DEVE SER O VALOR ALVO DE LDL NESTE DOENTE :
1.
LDL < 70 MG/DL
2.
LDL < 100 MG/DL
3.
LDL < 110 MG/DL
4.
LDL < 130 MG /DL
5.
SE TIVER LDL < 50 MG/DL PODE INTERROMPER A ESTATINA
27
07‐03‐2017
Estatinas em Prevenção Secundária:
Terapêutica de Alta Intensidade vs Baixa Intensidade
Estudo Prove-IT
16%
N Engl J Med 2004;350:1495‐504
Estatinas em Prevenção Secundária:
Terapêutica de Alta Intensidade vs Baixa Intensidade
Estudo IDEAL
Sinvastatin 20mg
16%
Atorvastatin 80mg
N Engl J Med 2004;350:1495‐504
28
07‐03‐2017
Estatinas em Prevenção Secundária:
Terapêutica de Alta Intensidade vs Baixa Intensidade
Estudo TNT

22%
N Engl J Med 2005;352:1425‐35
Relação entre os Valores de LDL e
eventos Cardiovasculares
Lancet. 2010 Nov 13;376(9753):1670‐81
29
07‐03‐2017
Relação entre os Valores de LDL e
eventos Cardiovasculares
A redução de 1 mmol
(32 mg/dL) dos valores
de LDL‐C reduz o risco de eventos coronários em
25% / ano
Lancet. 2010 Nov 13;376(9753):1670‐81
Benefício das estatinas em prevenção Secundária
30
4S - Placebo
Frequência de eventos (%)
25
Secondary Prevention
4S - Rx
20
LIPID - Placebo
15
LIPID - Rx
CARE - Rx
HPS - Rx
TNT – ATV10
PROVE-IT - PRA
TNT – ATV80
10
CARE - Placebo
HPS - Placebo
WOSCOPS – Placebo
AFCAPS - Placebo
PROVE-IT – ATV
5
6
AFCAPS - Rx
WOSCOPS - Rx
ASCOT - Placebo
Primary Prevention
ASCOT - Rx
0
40
(1.0)
60
(1.6)
80
(2.1)
100
(2.6)
120
(3.1)
140
(3.6)
160
(4.1)
180
(4.7)
200
(5.2)
Valores atingidos de LDL-C em mg/dL (mmol/L)
Rosensen RS. Exp Opin Emerg Drugs 2004
30
07‐03‐2017
Tratamento Após Enfarte do miocárdio
Estatinas em Prevenção Secundária
Resumo da Aplicação na prática clínica
1. Estatinas em todos os doentes
(independentemente dos valores de LDL)
2. Utilizar Terapêutica de Alta Intensidade
(> 50% redução LDL)
3. Valor Alvo de LDL < 70 mg/dl
Qual deve ser o Valor Alvo de LDL EM Prevenção Secundária
MUITO ALTO RISCO CV
•
Valor alvo de LDL < 70 mg/dL
ou
•
Redução de LDL >50% (se LDL entre 70‐135 mg/dL)
ALTO RISCO CV
•
Valor alvo de LDL < 100 mg/dL
•
Redução de LDL >50% (se LDL entre 100‐200 mg/dL)
ou
31
07‐03‐2017
Caso Clínico: Terapêutica Anti-dislipidémica
Nosso Doente
Caso #1
Atorvastatina 40 mg à data alta
6 semanas
após alta
Result
Reference Range
190 mg/dL
<190
LDL
94 mg/dL
<70
HDL
60 mg/dL
Triglicerideos
183 mg/dL
Colesterol Total
<150
Caso Clínico: Terapêutica Anti-dislipidémica
QUIZZ ONLINE:
QUAL O TRATAMENTO RECOMENDADO?
1.
MANTER MEDICAÇÃO
2.
DUPLICAR A DOSE DE ESTATINA
3.
ALTERAR PARA ROSUVASTATINA 40 MG
4.
ADICIONAR FIBRATO
5.
ADICIONAR EZETIMIBE
Resultado
Referenci
a
190 mg/dL
<190
LDL
94 mg/dL
<70
HDL
60 mg/dL
Triglicerideos
183 mg/dL
Colesterol
Total
<150
32
07‐03‐2017
Estatinas Como Pilar do Tratamento das Dislipidemias
TRATAMENTO DAS DISLIPIDEMIAS
1) Estatinas são o pilar do tratamento das dislipidemias: prescrever a dose mais alta tolerada para atingir o valor LDL‐alvo
2) Se o valor LDL‐alvo recomendado não é atingido,
deve ser considerada a adição do ezetimibe (IIa, B)
3) Em doentes com intolerância à estatina,
deve ser considerada a adição do ezetimibe ou sequestradores
sais biliares (IIa, B)
Implicações Clínicas do Estudo IMPROVE-IT
Cannon et al. N Engl J Med 2015;372:2387‐2397
33
07‐03‐2017
Implicações Clínicas do Estudo IMPROVE-IT
Cannon et al. N Engl J Med 2015;372:2387‐2397
Implicações Clínicas do Estudo IMPROVE-IT
“The Lower, The Better”
Demonstração da Hipótese do LDL
Jarcho J & Keaney J. N Engl J Med 372;25
34
07‐03‐2017
Alteração média de IRLS a partir da
situação basal com tratamento
prévio, na semana 6, %
Alterar Para estatina mais Potente ou
adicionar novo mecanismo ação
10
Ezetimiba/
Atorvastatina
10/10 mg
Duplicação
Atorvastatina
Mudança
Rosuvastatina
0
–10
–10%
–13%
C-LDL
–20
–22%
P<0,001
–30
P<0,001
Mudança para
ezetimiba/atorvastatina 10/10 mg
(n=120)
Tratamento com estatinas, na situação
basal,
média do C-LDL = 121 mg/dl (~3,1 mmol/l)
Ricardo Fontes‐Carvalho
Duplicação da atorvastatina
para 20 mg
Mudança para
rosuvastatina 10 mg
(n=480)
Tratamento com estatinas, na
situação basal, a média do
C-LDL = 120 mg/dl, (~3,1 mmol/l)
(n=939)
Tratamento com estatinas, na
situação basal, média do
C-LDL = 121 mg/dl (~3,1 mmol/l)
Bays HE, et al. Am J Cardiol. 2013 Dec 15; 112(12): 1885‐95.
Qual o Tratamento Médico Após Enfarte Miocárdio?
3) Inibidores da Enzima de Conversão
da Angiotensina (IECAs)
Fármacos que melhoram o Prognóstico
Ricardo Fontes‐Carvalho
35
07‐03‐2017
Utilização de IECAs na Doença coronária
UTILIZAÇÃO DE IECAS, PRINCIPALMENTE SE:
Insuf. Cardiaca ou
FE < 40%
DM2
Considerar na maioria
dos doentes
Antagonistas da Aldosterona após Enfarte Miocárdio
Estudo EPHESUS
UTILIZAÇÃO DE ESPIRONOLACTONA / EPLERENONA:
Se FE < 40%
36
07‐03‐2017
Tratamento após enfarte do Miocárdio
4) Bloqueadores beta
Fármacos que melhoram o Prognóstico
Ricardo Fontes‐Carvalho
Bloqueadores beta após enfarte do Miocárdio
Ricardo Fontes‐Carvalho
37
07‐03‐2017
Bloqueadores beta após enfarte do Miocárdio
Tratamento Médico do Caso Clínico 1
Cessação
Tabágica
Dieta e
Alteração do
Estilo de Vida
MEDICAÇÃO PARA MELHORAR PROGNÓSTICO
Exercício Físico
MEDICAÇÃO PARA MELHORAR SINTOMAS E QUALIDADE DE VIDA
Aspirina100 mg
Ticagrelor 90 md,
2id
Perindopril 8 mg
Bisoprolol 7.5 mg
Nitrato SOS
(Curta-duração)
Não necessita de Outros
Anti-Isquémicos
Atorvastatina 40 mg
Ezetimibe 10 mg
NO TRATAMENTO DE LONGA DURAÇÃO APLICAM‐SE
OS MESMOS PRINCIPIOS AO SCA SEM SUPRA ST
Ricardo Fontes‐Carvalho
38
07‐03‐2017
CASO CLÍNICO # 3
Caso Clínico:
História Clínica e Exame Físico
 Mulher, 65 anos, reformada
 Factores de risco CV: dislipidemia, HTA, diabetes
 Sem antecedentes pessoais de relevo
 Medicação: sinvastatina 20 mg, clorotalidona 25 mg, metformina 1000 mg (bid), sitagliptina 100 mg, aspirina 150 mg
Recorre à consulta por:
 Dor retroesternal, descrita como um “peso” com 6 meses de duração
 Surge após subir 2 lanços de escada (mas “nem sempre”)
 Duração de 3‐5 minutos; alívio da dor com repouso
39
07‐03‐2017
Caso Clínico
História Clínica e Exame Físico
 IMC: 33,2 Kg/m2
PA- 152 / 80 mmHg
 P cintura: 94 cm
Frequencia cardíaca- 92 bpm
Auscultação pulmonar:
normal
Sem edemas dos
membros inferiores
Auscultação cardíaca : normal
Pulsos periféricos normais
Sem sopro carotídeo
Caso Clínico: Exames a Pedir na Abordagem Inicial
40
07‐03‐2017
O Doente com Suspeita de Doença Coronária Estável
Abordagem Inicial
Electrocardiograma
O Doente com Suspeita de Doença Coronária Estável
Abordagem Inicial
Ecocardiograma
41
07‐03‐2017
Caso Clínico: Exames Complementares de Diagnóstico
Ecocardiograma Transtorácico
•
Dilatação ligeira da AE (Vol AE: 36 ml/m2)
•
Sem hipertrofia ventricular esq. (10/10 mm)
•
Sem doença valvular significativa
• Função sistólica do VE conservada (FE: 64%) sem alteraçoes da contractilidade segmentar •
Disfunção diastólica grau II: •
Relação E/A: 1.4
•
Velocidade E’: 7.1 cm/s; •
Relação E/E’: 15
Má janela ecocardiográfica (obesidade)
O Doente com Suspeita de Doença Coronária Estável
Abordagem Inicial
Exames Laboratoriais
Hemoglobina
Glicose
Result
Reference Range
14.3 g/L
12.0‐15.0
164 mg/dL
80‐110
9.7 %
<5.7
Creatinina
0.7 mg/dL
0.6‐1.2
Colesterol Total
222 mg/dL
<190
LDL
132 mg/dL
<130
(<70 neste doente)
HDL
60 mg/dL
Triglicerideos
153 mg/dL
<150
2.0 U/mL
0.3‐5.0
Hemoglobina A1c
TSH
42
07‐03‐2017
Coronariografia / Cateterismo Cardíaco
Coronária Esquerda
Coronariografia / Cateterismo Cardíaco
Coronária Direita
EM RESUMO, DOENÇA CORONÁRIA PARA TRATAMENTO MÉDICO
43
07‐03‐2017
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DO DOENTE COM ANGINA ESTÁVEL
1) OBJETIVOS DO TRATAMENTO DA ANGINA ESTÁVEL?
2) QUAIS AS CLASSES DE FÁRMACOS A UTILIZAR NESTA DOENTE?
Caso Clínico: Terapêutica Anti-dislipidémica
QUIZZ ONLINE:
NO DOENTE COM ANGINA ESTÁVEL, QUE FÁRMACOS MELHORAM O PROGNÓSTICO
(REDUZEM O RISCO DE EVENTOS CARDIOVASCULARES):
1.
NITRATOS DE LONGA DURAÇÃO
2.
ESTATINAS
3.
BLOQUEADORES BETA
4.
RANOLAZINA
5.
AMLODIPINA
44
07‐03‐2017
OBJECTIVOS DO TRATAMENTO DA DOENÇA CORONÁRIA ESTÁVEL
REDUZIR EVENTOS
CARDIOVASCULARES
MELHORAR SINTOMAS
PARAR A PROGRESSÃO DA ATEROSCLEROSE
REDUZIR A ISQUEMIA
PREVENIR A RUPTURA/EROSÃO DA PLACA
R. Fontes‐Carvalho, 2010
Tratamento Médico (Farmacológico) da Angina Estável
Melhoria do Sintomatologia
Melhoria do Prognóstico
Anti-Agregação Plaquetária
Bloqueador Beta
(AAS 100 mg/dia)
Nitrato curta duração
Estatina
(Comp SL em SOS)
IECAs
Anti-isquémicos
Principalmente se associado a HTA, IC, disfunção VE, DM2
Exercício Físico e Alteração
Cateterismo cardiaco
do Estilo Vida
45
07‐03‐2017
TRATAMENTO MÉDICO OPTIMIZADO VERSUS CATETERISMO CARDÍACO: SEM BENEFÍCIO DE MORTALIDADE COM O CATETERISMO
COURAGE STUDY
Boden et al. N Engl J Med 2007;356:1503‐16
BARI‐2D STUDY
BARI 2D Study Group. N Engl J Med 2009;360:2503‐2515
TRATAMENTO MÉDICO OPTIMIZADO VERSUS CATETERISMO CARDÍACO: SEM BENEFÍCIO DE MORTALIDADE COM O CATETERISMO
Boden et al. N Engl J Med 2007;356:1503‐16
46
07‐03‐2017
TRATAMENTO MÉDICO OPTIMIZADO VERSUS CATETERISMO CARDÍACO: SEM BENEFÍCIO DE MORTALIDADE COM O CATETERISMO
Boden et al. N Engl J Med 2007;356:1503‐16
COURAGE TRIAL: LONG‐TERM FOLLOW‐UP DATA (15 YEARS)
(STILL NO BENEFIT OF REVASCULARIZATION)
15 YEARS FOLLOW‐UP
OF THE COURAGE TRIAL
Sedlis S et al. N Engl J Med 2015;373:1937‐46
47
07‐03‐2017
ALTERAÇÃO DO PARADIGMA:
PLACAS VULNERÁVEIS OU DOENTES VULNERÁVEIS?
IMPLICAÇÃO CLÍNICA:
OLHAR MAIS PARA O DOENTE E MENOS PARA A PLACA
IMPORTÂNCIA DA “TERAPEUTICA MÉDICA OPTIMIZADA” PARA
ALTERAR O PROGNÓSTICO DA DOENÇA
ENTÃO QUAIS SÃO OS DOENTES COM ANGINA ESTÁVEL QUE VALE A PENA
FAZER ANGIOPLASTIA?
48
07‐03‐2017
TRATAMENTO DO DOENTE COM ANGINA ESTÁVEL
1) OBJETIVOS DO TRATAMENTO DA ANGINA ESTÁVEL?
2) QUAIS AS CLASSES DE FÁRMACOS A UTILIZAR NESTA DOENTE?
2.1.) QUE FÁRMACOS ALTERAM O PROGNÓSTICO DA DOENÇA?
Tratamento Médico (Farmacológico) da Angina Estável
Melhoria do Sintomatologia
Melhoria do Prognóstico
Anti-Agregação Plaquetária
Bloqueador Beta
(AAS 100 mg/dia)
Nitrato curta duração
Estatina
(Comp SL em SOS)
IECAs
Anti-isquémicos
Principalmente se associado a HTA, IC, disfunção VE, DM2
Exercício Físico e Alteração
Cateterismo cardiaco
do Estilo Vida
49
07‐03‐2017
TRATAMENTO DO DOENTE COM ANGINA ESTÁVEL
1) OBJETIVOS DO TRATAMENTO DA ANGINA ESTÁVEL?
2) QUAIS AS CLASSES DE FÁRMACOS A UTILIZAR NESTA DOENTE?
2.1.) QUE FÁRMACOS ALTERAM O PROGNÓSTICO DA DOENÇA?
2.1.) QUE FÁRMACOS MELHORAM OS SINTOMAS DE ANGINA?
Qual o Tratamento Médico Recomendado a Esta doente?
Anti-isquémicos
Bloqueador Beta
Nitrato SL
Nitrato
Longa-Duração
Antagonistas canais
Cálcio
(Exemplo: Amlodipina)
Nicorandilo
Ranolazina
Ivabradina
European Heart Journal (2013) 34, 2949–3003
50
07‐03‐2017
Recomendações de Tratamento Anti-Isquémico?
European Heart Journal (2013) 34, 2949–3003
Tratamento Farmacológico da Angina Estável
Anti-isquémicos: Bloqueadores Beta
•
MECANISMO DE ACÇÃO: redução da frequência cardíaca, da contractilidade
e do consumo de oxigénio
•
EFEITOS LATERAIS E PRECAUÇÕES:
•
Bradicardia, hipotensão
•
CONTRA‐INDICAÇÕES: •
Asma, doença vascular periférica grave, alterações da condução auriculo‐
ventricular
51
07‐03‐2017
Utilização de Bloqueadores beta na Angina Estável
J Am Coll Cardiol 2014; 64: 247‐52
JAMA. 2012;308(13):1340‐1349
Recomendações de Tratamento Anti-Isquémico?
European Heart Journal (2013) 34, 2949–3003
52
07‐03‐2017
Qual o Tratamento Médico Recomendado a Esta doente?
Anti-isquémicos
Nitrato
Longa-Duração
Ranolazina
Ivabradina
Nicorandilo
European Heart Journal (2013) 34, 2949–3003
Tratamento Farmacológico da Angina Estável
Anti-isquémicos: Nitratos de Longa Duração
•
MECANISMO DE ACÇÃO: vasodilatação coronária
•
EFEITOS LATERAIS E PRECAUÇÕES:
•
Cefaleias e descida da pressão arterial
•
Tolerância: necessidade de periodo de 8‐10 h sem nitrato
•
Agravamento da disfunção endotelial
•
Contra‐indicada a toma simultanea de inibidores da PDE‐5 (ex: sildenafil)
N Engl J Med 2006; 355:2003‐2011
53
07‐03‐2017
Tratamento Farmacológico da Angina Estável
Anti-isquémicos: Nicorandilo
•
MECANISMO DE ACÇÃO: vasodilatação coronária
(semelhante aos nitratos) + abertura de canais de K+
•
EFEITOS LATERAIS E PRECAUÇÕES:
Nature Reviews Cardiology 11, 78–95 (2014)
•
Cefaleias, flushing e descida da pressão arterial
•
Contra‐indicada a toma simultanea de inibidores da PDE‐5 (disfunção sexual)
Tratamento Farmacológico da Angina Estável
Anti-isquémicos: Ivabradina
•
MECANISMO DE ACÇÃO: redução da frequência cardíaca, actuando no nó sinusal
(inibição da corrente If)
•
Não é útil se o doente tem fibrilação auricular ou FC < 70 ppm
•
EFEITOS LATERAIS E PRECAUÇÕES:
Receptor
Muscarinico
•
•
Receptor‐
Perturbações visuais (minor)
Dose: Ivabradina 5 mg 2x/dia
Canal Ca tipo-T
Canal f
(ou 7.5 mg, 2x/dia)
Canal Ca tipo-L
Canal K
54
07‐03‐2017
Tratamento Farmacológico da Angina Estável
Anti-isquémicos: Nicorandilo
SOBRECARGA DE CÁLCIO NO CARDIOMIÓCITO
Instabilidade
Electrica
Disfunção
mecânica
• Arritmias (VT)
• Alteração da contração
e relaxamento
ventricular
• ↑ tensão diastolica
Efeito Anti-isquémico
↑Necessidades
Oxigénio
• Aumento do consumo
energia
• Diminuição da formação de ATP
Efeito neutro na Pressão
Arterial e Frequência Cardíaca
Ranolazina no Tratamento da Angina estável
Estudo Terisa (n = 823):
Efeitos da Ranolazina sobre a Hb A1c
Change from baseline to week 12 in HbA1c
0
Placebo 12 weeks (n=37)
Change from baseline
‐ 0.02%
Ranolazine 750 mg bid 12 weeks (n=47)
Ranolazine 1,000 mg bid +
background therapy* for 12 weeks (n=47)
‐0.5
‐ 0.50%
‐0.48 vs. placebo
‐ 0.72%
p=0.008
-0.70 vs. placebo
‐1
p=0.0002
1.
2.
Chaitman BR, et al. JAMA 2004;291:309‐16. 2. Data from Table II in Timmis AD, et al. Eur Heart J 2006;27:42‐8. 55
07‐03‐2017
Ranolazina na Prática Clínica no Tratamento
da Angina estável
Efeito Anti-isquémico
375 mg, 2x/dia
Efeito neutro na Pressão
Arterial e Frequência Cardíaca
500 mg, 2x/dia
750 mg, 2x/dia
‐
Aumento de dose a cada 2‐4 sem
‐
Aumentar a dose de acordo com resposta clínica (sintomas angina)
‐
Efeitos laterais: obstipação, tonturas, nauseas
Caso Clínico: Avaliação aos 3 meses
 Mantinha episódios de angina com médios a grandes esforços
(melhoria com Nitrato sublingual) PA- 125 / 70 mmHg
FC - 58 bpm
(medicada com Nebivolol 5 mg
e amlodipina 5 mg)
QUE ANTI‐ISQUÉMICO ESCOLHERIAMOS PARA A NOSSA DOENTE?
56
07‐03‐2017
Caso Clínico ANGINA ESTÁVEL
QUIZZ ONLINE:
QUAL O ANTI‐ISQUÉMICO QUE RECOMENDARÍAMOS A ESTA DOENTE NESTA FASE:
1.
AUMENTAR A DOSE DE NEBIVOLOL PARA 10 MG
2.
AUMENTAR A DOSE DE AMLODIPINA PARA 10 MG
3.
NITRATO DE LONGA DURAÇÃO (EX: NITRATO TRANSDERMICO 5 MG)
4.
RANOLAZINA 500 MG, 2X/DIA
5.
IVABRADINA 5 MG, 2X/DIA
6.
TRIMETAZIDINA 35 MG, 2X/DIA
Escolha do Tratamento Anti-Isquémico
Recomendações das Guidelines
O Nosso Doente
Cefaleias com nitratos
(Efeito de tolerância)
Dose máxima tolerada de beta‐bloqueador
Amlodipina : também ajuda a reduzir a pressão arterial
Ivabradina não é útil porque a FC era de ~60 ppm
Doente com intervalo Qtc normal
Sem interações medicamentosas relevantes
57
07‐03‐2017
Tratamento Médico da Angina Estável
Dieta e
Alteração do
Estilo de Vida
MEDICAÇÃO PARA MELHORAR PROGNÓSTICO
Exercício Físico
MEDICAÇÃO PARA MELHORAR SINTOMAS E QUALIDADE DE VIDA
Nitrato SOS
(Curta-duração)
Aspirina100 mg
Ramipril 10 mg
Nebivolol 5 mg
Atorvastatina 80 mg
Amlodipina 5 mg
Ranolazina 500 mg (2x/d)
Anti-Diabéticos Orais
Valores Alvo na Doença Coronária
LDL < 70 mg/dL
PA < 140/90 mmHg
30 min actividade
moderada, 5x/semana
FC ≈ 60 bpm
HbA1c ≤ 7%
Cessação tabágica
58
07‐03‐2017
Resumo
1. ABORDAGEM DA DOENÇA CORONÁRIA
a. O ELECTROCARDIOGRAMA NA ISQUEMIA AGUDA MIOCÁRDIO
b. PREVENÇÃO SECUNDÁRIA APÓS ENFARTE MIOCÁRDIO
c. TRATAMENTO DA ANGINA ESTÁVEL
d. AVALIAÇÃO DO DOENTE COM DOR TORÁCICA
CASO CLÍNICO # 4
59
07‐03‐2017
Caso Clínico:
História Clínica e Exame Físico
 Mulher, 40 anos, professora, em processo de divórcio
 Factores de risco CV: dislipidemia
 Sem antecedentes pessoais de relevo
 Recorre à consulta por:
 Dor retroesternal, descrita como um “aperto”
 Duração de alguns segundos
 Sem relação com esforços
 Exame Objectivo sem alterações; ECG em repouso sem alterações relevantes
(alterações inespecíficas da repolarização)
Caso Clínico ANGINA ESTÁVEL
QUIZZ ONLINE:
O QUE RECOMENDARIA À DOENTE?
1.
Tranquilizar a doente, não tem doença coronária
2.
Prova de esforço
3.
AngioTAC das artérias coronárias
4.
Ecocardiograma de sobrecarga
5.
Cintigrafia de perfusão do miocárdio
6.
RMN cardíaca com estudo de perfusão
60
07‐03‐2017
Caso Clínico: Prova de Esforço
RELATÓRIO:
‐ Infradesnivelamento do segmento ST máximo de 1 mm, horizontal, de V4 a V6, que surge apenas no pico do esforço. Normalização das alterações de ST no 1º minuto da recuperação. ‐ Sem dor torácica. Interpretação desta prova de esforço
COMO INTERPRETAR ESTA PROVA DE ESFORÇO NO CONTEXTO CLÍNICO?
• Prova de esforço não sugestiva de doença coronária:
Boa capacidade funcional (9,30 minutos Bruce...).
Assintomática.
Resposta cronópica normal.
Resposta tensional normal.
Alterações electrocardiográficas ligeiras e inespecificas
•
Doente com Probabilidade baixa de doença coronária
Sexo Feminino (PE tem menor especificidade)
Provável falso positivo
Especificidade da PE ronda os 70%
Ou seja, em cada 10 indivíduos sem doença coronária 3 terão uma PE positiva...
61
07‐03‐2017
Avaliação do Doente com Dor toracica
AVALIAÇÃO
DA
PROBABILIDADE PRÉ-TESTE
PROBABILIDADE PRÉ-TESTE DE 8%
(BAIXA PROBABILIDADE)
Vantagens da Prova de Esforço na Avaliação Dor Toracica
VANTAGENS
•
Segura
•
Muito disponível ‐ comparticipada
•
Familiar
•
“Fisiológica”
•
Fornece informações para além do segmento ST
– Sintomas
– Resposta tensional
– Capacidade funcional
•
Barato
Fihn et al. Circulation. 2012;126:e354‐e471
62
07‐03‐2017
Limitações da Prova de Esforço
P.E. Não tem valor diagnóstico
Bloqueio ramo esquerdo
Ritmo de pace‐maker
Padrão de Wolf‐Parkinson‐White
Falsos positivos
– Hipertrofia ventricular esquerda
– Distúrbios electrolíticos
– Perturbação da condução intraventricular
– Fibrilação auricular
– Digitálicos
• Sexo feminino – menor sensibilidade / especificidade
• Problemas ortopédicos ou outros problemas médicos
• Teste inconclusivo • quando não atingida 85% da FC máxima prevista (na ausência de sintomas / sinais de isquemia) • Alterações equívocas no ECG
Limitações da Prova de Esforço
DESVANTAGENS
• Baixa acuidade
• Reclassificação de risco
limitada
• Frequentemente mal interpretada
• Poucos doentes atingem
esforço adequado...
• Pode ficar mais caro...
Os Britânicos já excluiram a Prova de esforço do algoritmo de diagnóstico da dor toracica
63
07‐03‐2017
Caso Clínico ANGINA ESTÁVEL
QUIZZ ONLINE:
O QUE RECOMENDARIA À DOENTE?
1.
Tranquilizar a doente, não tem doença coronária
2.
Prova de esforço
3.
AngioTAC das artérias coronárias
4.
Ecocardiograma de sobrecarga
5.
Cintigrafia de perfusão do miocárdio
6.
RMN cardíaca com estudo de perfusão
Caso Clínico ANGINA ESTÁVEL
QUIZZ ONLINE:
No relatório da prova de esforço estava descrito que a prova era “electricamente
positiva para isquemia do miocárdio” o que deixou a doente muito ansiosa.
Que teste pediria agora à doente?
1.
Repetir a prova de esforço
2.
AngioTAC das artérias coronárias
3.
Ecocardiograma de sobrecarga
4.
Cintigrafia de perfusão do miocárdio
5.
RMN cardíaca com estudo de perfusão
64
07‐03‐2017
Angio TAC Artérias Coronárias
TESTE ANATÓMICO: avalia directamente a presença de doença aterosclerótica coronária
Angio TAC Artérias Coronárias
•
Bom teste para exclusão da presença de doença coronária;
•
Indicado em doentes sintomáticos de baixo risco/ risco intermédio;
•
99% Valor Preditivo Negativo
65
07‐03‐2017
Angio TAC Artérias Coronárias
TESTE PARTICULARMENTE ÚTIL QUANDO:
•
clínica não sugestiva, ...mas não totalmente atípica
•
Provas de esforço/cintigrafias duvidosas ou inconclusivas
•
Discordância sintomas/testes prévios
•
•
(prova de esforço)
Discordância entre testes
•
(prova de esforço vs imagem)
Desvantagens Angio TAC Artérias Coronárias
DESVANTAGENS
• Exposição a Radiação ionizante
• Uso de contraste
• Reacções alérgicas/ anafilaxia
• Insuficiência renal
• Acuidade prejudicada pelo cálcio coronário
• ... e frequência cardíaca elevada, arritmias, extrassistolia.
• Não permite avaliação funcional
66
07‐03‐2017
CASO CLÍNICO # 5
Caso Clínico:
História Clínica e Exame Físico
 Homem, 65 anos, reformado
 Factores de risco CV: dislipidemia, diabetes
 Medicação Habitual: sitaglipina+metformina
Antecedentes: neoplasia gástrica
 Recorre à consulta por:
 Dor no hemitórax esquerdo, descrita como um aperto, que surge geralmente
ao caminhar cerca de 150 metros mas por vezes com episódios em repouso
“quando se enerva”, desde há 2 meses
 Electrocardiograma: normal
67
07‐03‐2017
Caso Clínico ANGINA ESTÁVEL
QUIZZ ONLINE:
Que exame pediria ao doente?
1.
Cateterismo cardíaco
2.
Prova de esforço
3.
AngioTAC das artérias coronárias
4.
Ecocardiograma de sobrecarga
5.
Cintigrafia de perfusão do miocárdio
6.
RMN cardíaca com estudo de perfusão
Avaliação do Doente com Dor toracica
AVALIAÇÃO
DA
PROBABILIDADE PRÉ-TESTE
PROBABILIDADE PRÉ-TESTE DE 84%
68
07‐03‐2017
Caso Clínico ANGINA ESTÁVEL
QUIZZ ONLINE:
Enquanto esperava pela realização do teste de isquemia, faria mais alguma coisa ao
doente?
1.
Não está recomendado mais nenhuma medida
2.
Adicionar AAS 100 mg + estatina
3.
Aspirina 100 mg
4.
Aspirina 100 mg + Clopidogrel 75 mg
5.
Nitrato transdérmico de longa duração
Caso Clínico ANGINA ESTÁVEL
69
07‐03‐2017
Caso Clínico ANGINA ESTÁVEL
QUIZZ ONLINE:
Que exame pediria ao doente?
1.
Cateterismo cardíaco
2.
Prova de esforço
3.
AngioTAC das artérias coronárias
4.
Ecocardiograma de sobrecarga
5.
Cintigrafia de perfusão do miocárdio
6.
RMN cardíaca com estudo de perfusão
TESTES “FUNCIONAIS”
Escolha do Teste de Isquemia
A Escolha do Teste de isquemia Deve ser de Acordo com a
Probabilidade Pré-teste
70
07‐03‐2017
Testes de Isquemia na Abordagem da Dor Torácica
Ecocardiograma de Sobrecarga com Dobutamina
REPOUSO
DOBUTAMINA
ECOCARDIOGRAMA EM JANELA APICAL 4 CÂMARAS
Testes de Isquemia na Abordagem da Dor Torácica
Ecocardiograma de Sobrecarga com Dobutamina
REPOUSO
REPOUSO
DDOBUTAMINA
OBUTAMINA
ECOCARDIOGRAMA EM JANELA APICAL 2 CÂMARAS
71
07‐03‐2017
Testes de Isquemia na Abordagem da Dor Torácica
Ecocardiograma de Sobrecarga com Dobutamina
Testes de Isquemia na Abordagem da Dor Torácica
RMN Cardíaca Com estudo de Perfusão
Estudo morfológico e Funcional
72
07‐03‐2017
Testes de Isquemia na Abordagem da Dor Torácica
RMN Cardíaca Com estudo de Perfusão
Avaliação de Realce Tardio (“Cicatriz”)
Realce Tardio Subendocárdico
Realce Tardio Transmural
Testes de Isquemia na Abordagem da Dor Torácica
RMN Cardíaca Com estudo de Perfusão
Estudo de Perfusão do Miocárdio
ISQUEMIA
ISQUEMIA
73
07‐03‐2017
Testes de Isquemia na Abordagem da Dor Torácica
RMN Cardíaca Com estudo de Perfusão
Vantagens
•
Elevada RESOLUÇÃO TEMPORAL e ESPACIAL
•
Diferenciação subendocárdio / subepicárdio
•
Melhor acuidade diagnóstica...
•
Não sofre atenuação pelas estruturas adjacentes
•
SEM RADIAÇÃO
•
Abordagem INTEGRADA
•
Desvantagens
•
Contra‐indicações da RMN (alguns pace‐
makers, CDIs)
•
Menor disponibilidade
•
Insuficiência renal (Cl. Creatinina < 30)
Morfologia+Função+Isquemia+Fibrose
Testes de Isquemia na Abordagem da Dor Torácica
Cintigrafia Perfusão do Miocárdio
74
07‐03‐2017
Testes de Isquemia na Abordagem da Dor Torácica
Cintigrafia Perfusão do Miocárdio
Vantagens
Desvantagens
•
Maior experiência clínica (exame antigo)
•
Familiaridade
•
Grandes registos (retrospectivos)
•
Atenuação hepática e mamária
•
Maior DISPONIBILIDADE
•
Falsos negativos na redução balanceada de fluxos (doença de três vasos)
•
COMPARTICIPAÇÃO PELO SNS
•
DURAÇÂO DO ESTUDO
•
Radiação ionizante
•
MENOR RESOLUÇÃO TEMPORAL E ESPACIAL
•
Incapaz de detecção de alterações
limitadas ao subendocárdio
Testes de Isquemia na Abordagem da Dor Torácica
Os testes de avaliação da Doença Coronária em Resumo
1) Doentes Assintomáticos
• AngioTAC ‐ Score de cálcio
2) Sintomáticos com Baixa Probabilidade de Doença Coronária
• ANGIOTAC CORONÁRIAS
• (PROVA DE ESFORÇO)
3) Sintomáticos com Elevada Probabilidade de Doença Coronária
• ECOCARDIOGRAMA DE SOBRECARGA
• RMN CARDÍACA COM ESTUDO DE PERFUSÃO
• CINTIGRAFIA DE PERFUSÃO DO MIOCÁRDIO
75
07‐03‐2017
Testes de Isquemia na Abordagem da Dor Torácica
Os testes de avaliação da Doença Coronária em Resumo
4) Doentes sintomático com doença coronária prévia
• RMN CARDÍACA COM ESTUDO DE PERFUSÃO
• CINTIGRAFIA DE PERFUSÃO DO MIOCÁRDIO
Questões
76
07‐03‐2017
Resumo
1. ABORDAGEM DA DOENÇA CORONÁRIA
a. O ELECTROCARDIOGRAMA NA ISQUEMIA AGUDA MIOCÁRDIO
b. AVALIAÇÃO DO DOENTE COM DOR TORÁCICA
c. PREVENÇÃO SECUNDÁRIA APÓS ENFARTE MIOCÁRDIO
d. TRATAMENTO DA ANGINA ESTÁVEL
MÓDULO 4:
ABORDAGEM E TRATAMENTO DA DOENÇA CORONÁRIA
(DA Angina Estável Ao Pós-Enfarte do Miocárdio)
PROF. RICARDO FONTES-CARVALHO
(MD, PhD, FESC, FACC)
‐ Cardiologista no Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia
‐ Professor na Faculdade de Medicina do Porto
‐ Cardiologista no Hospital Privado de Alfena
‐ Cardiologista na Medicil‐Porto
77
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