CENTRO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS DA SAÚDE MESTRADO EM ODONTOLOGIA PAULA MARIANO DE OLIVEIRA IRIYA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES COM CARCINOMA ESPINOCELULAR EM TRATAMENTO NO HOSPITAL DO CÂNCER DE LONDRINA-PR Londrina 2015 PAULA MARIANO DE OLIVEIRA IRIYA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES COM CARCINOMA ESPINOCELULAR EM TRATAMENTO NO HOSPITAL DO CÂNCER DE LONDRINA-PR Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Odontologia da Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Odontologia. Área de Concentração: Dentística Orientador: Prof. Dr. Marcelo Lupion Poleti Londrina 2015 AUTORIZO A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE. Dados Internacionais de catalogação-na-publicação Universidade Norte do Paraná Biblioteca Central Setor de Tratamento da Informação I65a Iriya, Paula Mariano de Oliveira Avaliação da qualidade de vida de pacientes com carcino- ma espinocelular em tratamento no Hospital do Câncer de Londrina - Pr. / Paula Mariano de Oliveira Iriya. Londrina: [s.n.], 2015. 50f. Dissertação (Mestrado) Odontologia – Dentística Preven-tiva e Restauradora. Universidade Norte do Paraná. Orientador: Prof. Dr. Marcelo Lupion Poleti 1- Odontologia - dissertação mestrado - UNOPAR 2- Qualidade de vida 3Carcinoma espinocelular 4- Neoplasias I- Poleti, Marcelo Lupion, orient. IIUniversidade Norte do Paraná CDU 616.314-089.27/.28 PAULA MARIANO DE OLIVEIRA IRIYA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES COM CARCINOMA ESPINOCELULAR EM TRATAMENTO NO HOSPITAL DO CÂNCER DE LONDRINA-PR Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Odontologia da Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Odontologia. Área de Concentração: Dentística BANCA EXAMINADORA ____________________________________ Prof. Dr. Marcelo Lupion Poleti Universidade Norte do Paraná ____________________________________ Profa. Dra. Sandra Kiss Moura Universidade Norte do Paraná ____________________________________ Profa. Dra. Elen de Souza Tolentino Universidade Estadual de Maringá Londrina, 25 de fevereiro de 2015. DEDICATÓRIA Dedico primeiramente à Deus, pois somente Ele sabe nossas lutas e nosso esforço. Aos meus avós Ana Idalgo Mariano e José Mariano (em momentos memória), difíceis e que mesmo enfrentaram assim não deixaram de se preocupar comigo. À minha tia Célia e minha mãe Marli que não mediram esforços para me ajudar e me apoiar nessa jornada. E à todos que me deram forças para eu seguir em frente, pois foram impostos muitos obstáculos durante os últimos anos, mas graças à vocês eu me mantive firme. Agradeço de coração à minha família, aos professores ,em especial meu orientador Marcelo Poleti, aos meus amigos e colegas. AGRADECIMENTOS Agradeço à Universidade Norte do Paraná – Londrina pela oportunidade de subir galgar mais esse degrau. Ao professor Marcelo Poleti pela confiança na realização deste trabalho de pesquisa, pela dedicação e por toda ajuda. Ao professor Alcides Gonini, Coordenador da pós graduação pelo profissionalismo com que desempenha seu cargo. Ao Hospital do câncer de Londrina, por permitir minha pesquisa, aos funcionários por me acolher com tanto carinho, por toda ajuda, paciência, compreensão. Ao Doutor Luiz Wanderlei que ficou responsável por minha presença no Hospital, pela confiança, por toda ajuda, orientação, pelo tempo dispendido para me ajudar. IRIYA, Paula Mariano de Oliveira. Avaliação da qualidade de vida de pacientes com carcinoma espinocelular em tratamento no Hospital de câncer de Londrina-PR. 37 folhas. [Dissertação de Mestrado]. Programa de Pós-Graduação em Odontologia – Universidade Norte do Paraná, Londrina, 2015. RESUMO Objetivo: Avaliar a qualidade de vida de pacientes com carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço em tratamento no Hospital do Câncer de Londrina-PR, e sua relação com a localização do tumor, de acordo com os três tipos de questionários (QLQ-C30, QLQ-HN35 e UW-QOL). Material e métodos: A amostra deste estudo foi composta por 27 pacientes com carcinoma espinocelular (CEC) primário de boca (N=15), faringe (N=7) ou laringe (N=5) e em tratamento oncológico no Hospital do Câncer de LondrinaPR (HCL), independente da idade, sexo, estadiamento clínico ou tipo de tratamento antineoplásico. Foram aplicados os questionários QLQ-C30, QLQHN35 e UW-QOL (4ª versão), individualmente para cada paciente, pelo mesmo pesquisador, antes do atendimento ambulatorial. Após aplicação dos questionários, os dados sociodemográficos (idade e sexo) e clínicos (estadiamento clínico e tipo de tratamento antineoplásico) foram coletados a partir dos prontuários dos pacientes. Os resultados foram analisados por meio do cálculo dos escores obtidos pela resposta de cada item, seguindo os manuais dos questionários. A análise estatística foi realizada por meio do teste de correlação Qui-quadrado e análise de variância (ANOVA) a um critério, com nível de significância de 5%. Resultados: Não houve diferença estatisticamente significante entre os domínios avaliados pelos três questionários e a localização do tumor. Conclusão: Pode-se concluir que a qualidade de vida de pacientes com carcinoma espinocelular de boca, faringe e laringe não foi influenciada pela localização do tumor. Palavras-chave: Qualidade de vida; Carcinoma espinocelular; Neoplasias. IRIYA, Paula Mariano de Oliveira. Evaluation of the quality of life of patients with squamous cell carcinoma of the head and neck in treatment at the Londrina Cancer Hospital. 37 folhas. [Dissertação de Mestrado]. Programa de PósGraduação em Odontologia – Universidade Norte do Paraná, Londrina, 2015. ABSTRACT Objective: Evaluate the quality of life of patients with squamous cell carcinoma of the head and neck in oncologic treatment at the Londrina Cancer Hospital, according to site of the tumor. Material and Methods: The sample of this study consisted of 27 patients with primary squamous cell carcinoma (SCC) of oral (N = 15), pharynx (N = 7) or larynx (N=5), independent of age, sex, clinical stage or anticancer treatment. The questionnaire QLQ-C30, QLQ-HN35 and UW_QOL (4thversion), were individually applied for each patient by the same researcher, before ambulatory care. Sociodemographic (age and sex) and clinical data (clinical stage and type of anticancer treatment) were collected from the medical records of patients. The results were analyzed by calculating the scores obtained by the response of each item, following the instructions of questionnaires. Statistical analysis was performed using chi-square correlation test and analysis of variance (ANOVA), with a significance level of 5%. Results: There was no statistically significant difference between the domains assessed by three questionnaires and the tumor location. Conclusion: It can be concluded that the quality of life of patients with squamous cell carcinoma of the oral, pharynx and larynx was not influenced by tumor site. Key words: Quality of Life; Squamous Cell Carcinoma; Neoplasms. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................8 2 REVISÃO DE LITERATURA – CONTEXTUALIZAÇÃO ..............................10 3 PROPOSIÇÃO...............................................................................................17 4 ARTIGO ..................................................................................................................18 5 MATERIAL E MÉTODO ................................................................................21 6 RESULTADOS...............................................................................................23 7 CONCLUSÃO ...............................................................................................32 8 REFERÊNCIAS .............................................................................................33 ANEXO..............................................................................................................38 ANEXO A Questionário EORTC QLQ-C30.......................................................39 ANEXO B Questionário EORTC HN35 ............................................................41 ANEXO C Questionário UW-QOL ....................................................................43 ANEXO D Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa ......................................45 ANEXO E Termo de Consentimento ................................................................47 ANEXO F Fórmula para o cálculo dos escores do questionário QLQ-C30 .....48 8 1 INTRODUÇÃO O conceito “qualidade de vida” (QV) foi definido por um grupo de trabalho da Organização Mundial da Saúde (OMS), como sendo relativo à percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto cultural, e em relação a suas metas, expectativas, parâmetros e relações sociais. É um conceito de larga abrangência, que possibilita inferir o bem-estar físico, mental e social 7. A avaliação da QV na Oncologia pode auxiliar na decisão sobre a efetividade do tratamento, melhorar a tomada de decisão do paciente por meio do esclarecimento dos efeitos colaterais do tratamento, servir como fator de prognóstico para analisar os sintomas e/ou as necessidades de reabilitação, identificar os aspectos de impacto na sobrevida dos pacientes, a estimativa de custo-efetividade (auxilia na decisão de onde e quando investir os recursos existentes), melhorar a organização e a qualidade do cuidado, o desenvolvimento e a regulamentação de medicações, assim como conhecer as prioridades dos pacientes 6,13. A QV é um construto multidimensional e abstrato, de avaliação individual ou coletiva, podendo esta ser avaliada por instrumentos ou questionários de forma genérica ou específica 27. Os instrumentos genéricos não avaliam uma patologia específica, mas um todo. Já os específicos avaliam de forma concreta, grupos específicos de pacientes que apresentam em comum algum tipo de patologia. Esses instrumentos são mais indicados para medir o impacto de intervenções na QV relacionada à saúde, tendo como vantagem a capacidade de detectar particularidades da QV em determinadas situações, obtendo uma avaliação individual e específica dos aspectos de QV, tais como mudanças nas funções físicas, emocionais, sexual, dor, fadiga e outros sintomas 5, 11,26. Os instrumentos disponíveis são em sua maioria em língua inglesa 19, e para serem utilizados no Brasil precisam ser traduzidos e validados. No Brasil os instrumentos mais utilizados para avaliar QV em câncer de cabeça e pescoço são: EORTC (European Organisation for the Research and Treatment of Cancer), QLQ-C30 (Genérico para câncer) e HN35 (Específico para câncer de cabeça e pescoço), e University of Washington UW-QOL 4ª versão, sendo que todos avaliam a QV relacionada à saúde 10. No município, onde está localizado o Hospital do Câncer de 9 Londrina, no qual são atendidos cerca de 1500 pacientes por semana de mais de 200 municípios, ainda não foi realizada nenhuma pesquisa para avaliar a QV dos pacientes com carcinoma espinocelular. O carcinoma de células escamosas/espinocelular é o tipo mais prevalente de câncer de boca e orofaringe, acometendo principalmente pacientes do gênero masculino entre a quinta e oitava décadas de vida, tabagistas e/ou etilistas crônicos e de baixa condição socioeconômica, sendo pouco frequente em pacientes com menos de 45 anos de idade 8,28. Dentre as doenças que afetam a QV, destaca-se o câncer de cabeça e pescoço, que é um dos principais problemas de saúde pública do Brasil 16. função e a aparência dessa região são decisivas para autoimagem e para a QV A 23. Os tipos de tratamentos para câncer de cabeça e pescoço podem gerar prognósticos semelhantes, mas resultados diversos na QV desses pacientes Conforme Rogers et al., 2002, 17 12. há uma associação entre QV relacionada à saúde e função oral, portanto, são fundamentais o conhecimento do impacto dessa associação e o planejamento adequado do tratamento da lesão cancerosa, de modo a minimizar os danos ao paciente. As principais complicações causadas pelo tratamento oncológico na cavidade bucal são: xerostomia, perda de paladar, hemorragia (afetando principalmente a mucosa labial, língua e gengiva), dermatite, mucosite, osteorradionecrose, trismo (espasmos musculares com ou sem fibrose dos músculos mastigatórios e da articulação temporomandibular) e mutilação 15. 10 2 REVISÃO DE LITERATURA – CONTEXTUALIZAÇÃO Costa Neto e Araújo, 2001, 14 realizaram uma pesquisa com objetivo de avaliar instrumentos de medida da QV para pacientes que desenvolveram câncer de cabeça e pescoço. Participaram da investigação 41 pacientes entre 20 e 85 anos de idade, atendidos em uma instituição especializada em Oncologia no CentroOeste. Foram aplicadas a escala Análoga – Visual de qualidade de vida e os questionários EORTC-QOL C30 e HN35 (versão 3.0). Os instrumentos possibilitaram a identificação de perdas na QV da amostra, mostrando-se adequados para avaliar as condições desses pacientes, visando a uma intervenção terapêutica e preventiva em oncologia. Foi possível constatar, também, que muitos pacientes têm uma percepção diferenciada das noções de saúde geral e qualidade de vida. Amar et al., 2002, 1 realizaram um trabalho cujo objetivo foi avaliar um questionário para mensuração da QV e sua relação com o prognóstico em pacientes com câncer de cabeça e pescoço. O estudo foi feito com 31 pacientes com CEC de vias aerodigestivas superiores atendidos no Departamento de cirurgia de cabeça e pescoço e Otorrinolaringologia do Hospital Heliópolis, Hosphel, São Paulo, no período de agosto de 1999 a novembro de 2000. Na avaliação da QV empregou-se o questionário QLQ-C30 e o módulo QLQ HN35, ambos fornecidos pela EORTC, sendo realizados previamente ao tratamento. Foi avaliada a diferença de pontuação entre os pacientes que apresentavam doença controlada e aqueles com recidiva nos primeiros 12 meses após o tratamento. Foi observada uma diferença significativa na pontuação entre os pacientes assintomáticos e aqueles com recidiva da doença nas escalas relacionadas à fadiga, dificuldade de comer em público e QV global. Os autores concluíram que a QV prévia ao tratamento pode constituir um indicador prognóstico para os pacientes com câncer de cabeça e pescoço. Araújo, Padilha e Baldisserotto, 2009, 3 fizeram um estudo com o objetivo de avaliar a QV em pacientes com câncer de cabeça e pescoço, relacionada às condições de saúde bucal. O delineamento do estudo foi quantitativo, observacional do tipo longitudinal, pois foram feitas duas avaliações prospectivas. A aplicação dos questionários e exames clínicos odontológicos foram realizados em dois momentos distintos com intervalo de tempo de, no mínimo, seis meses entre eles. Foram pesquisados: variáveis socioeconômicas, hábitos e aspectos associados 11 ao tumor, além de variáveis relacionadas à saúde bucal – índice de cárie composto por número de dentes cariados, perdidos e restaurados (CPOD), uso e necessidades protéticas, xerostomia e consulta ao dentista nos últimos 6 meses, mucosite e mutilação. Foi utilizado o questionário de QV para câncer QLQ-C30, versão 3.0 e o questionário para pacientes com câncer de cabeça e pescoço EORTC QLQ –HN35. Não houve correlação estatisticamente significativa entre o número de dentes perdidos e cariados com a QV. O grupo de pacientes que necessitava de próteses relatou desempenho funcional e função social menores. O grupo de pacientes com xerostomia demonstrou menor QV, menor nível funcional e maior sintomatologia. A QV dos pacientes no acompanhamento foi semelhante à primeira parte do estudo, porém houve aumento dos sintomas e diminuição do nível funcional. O CPOD aumentou e o uso de próteses decresceu, enquanto a necessidade das mesmas aumentou. Não foi possível verificar a associação entre a QV e a mucosite, pois poucos pacientes foram afetados por essa condição. A mutilação foi correlacionada negativamente com o desempenho funcional, náusea e vômito, e a perda de apetite. Apenas a avaliação clínica das variáveis de saúde bucal foi insuficiente para predizer a correlação entre a condição de saúde bucal e a QV, porém é essencial a atuação de uma equipe multidisciplinar de cuidado oncológico, na qual o cirurgião-dentista deve estar inserido de modo a minimizar os danos à saúde bucal desses pacientes, auxiliando na construção de uma melhor QV. Machado et al., 2009, 9 avaliaram a QV dos pacientes com câncer de cabeça e pescoço assistidos no instituto Maranhense de Oncologia Aldenora Bello (IMOAB), São Luís – MA. Estudo descritivo, transversal de caráter qualitativo, onde foram entrevistados 100 pacientes no período de março de 2006 a março de 2008, submetidos à aplicação de um questionário composto por perguntas que avaliam o perfil, sintomas físicos e aspectos biopsicossociais. Houve um predomínio masculino (59%), idade superior a 61 anos (45%) e ensino superior incompleto (39%). Quanto ao tratamento, 56% realizaram a cirurgia como única modalidade de tratamento. Os principais sintomas relatados foram: dor (41%), perda de peso (54%), disfagia (43%) e xerostomia (53%). Do total, 46% relataram dificuldades em realizar atividades diárias. A grande maioria (97%) declarou confiança em superar seus problemas relacionados com a saúde. Os resultados desta pesquisa demonstraram perdas moderadas nos fatores físicos e psicológicos, os quais apresentaram 12 significativa importância na QV e na evolução do tratamento. Dessa forma, sugerese que a investigação da QV em pacientes com câncer de cabeça e pescoço seja incorporada à pratica clínica, pois seu conhecimento auxilia os profissionais de saúde no processo de decisão de tratamento e orientação psicológica tanto ao paciente quanto aos familiares. Sawada et al., 2009, 18 desenvolveram um estudo com o objetivo de avaliar a QV de pacientes com câncer, submetidos à quimioterapia. Utilizou-se o instrumento EORTC-C30. A amostra constituiu-se de 30 pacientes. O QLQ-C30 mostrou que a pontuação média das funções física, cognitiva e social, e desempenho de papel, variou de 71,26 a 75,12, demonstrando um nível satisfatório. Na função emocional, a média foi baixa, de 55,46. Nas escalas de sintomas, houve um predomínio da insônia com uma média de 34,44, seguida de dor 23,33 e fadiga 22,31. A QV foi satisfatória em todos os domínios, exceto à função emocional, que foi baixa, demonstrando que os efeitos colaterais da quimioterapia influenciam negativamente a QV dos pacientes. Angelo, Medeiros e De Biase, 2010, 2 realizaram um trabalho cujo objetivo foi avaliar a qualidade de vida (QV) de pacientes com carcinoma de células escamosas (CEC) na região de cabeça e pescoço atendidos no Hospital Napoleão Laureano – HNL, na cidade de João Pessoa – PB. A amostra foi composta de 41 pacientes referidos ao Programa Multidisciplinar de Odontologia aplicado à Oncologia (PROMO), durante e após o tratamento oncológico. Os questionários de (QV) da Universidade de Washington – UW – QOL (4ª Versão) foram aplicados na forma de entrevista e os dados demográficos, clínicos e terapêuticos dos pacientes foram coletados dos prontuários médicos. Os domínios de QV do questionário foram correlacionados com as características dos pacientes por meio do teste de correlação de Spearman. A localização e o estágio do tumor primário apresentaram correlação com os domínios aparência, recreação, deglutição e ansiedade. Quanto à fase e ao tipo de tratamento, correlações estatísticas foram encontradas com os domínios dor, saliva e ansiedade. A fase de tratamento e os pacientes submetidos à radioterapia apresentam a correlação moderada com o domínio saliva. Dificuldades com mastigação, saliva e fala foram as queixas mais frequentes na semana que antecedeu a entrevista. Os autores concluíram que o domínio mastigação foi o mais afetado, e, na avaliação global, a maioria dos pacientes relatou uma (QV) entre boa e muito boa. 13 Silveira et al., 2011, 20, apresentaram o modelo de validação da versão eletrônica Portuguesa do EORTC – QLQ C30 e EORTC HN35. Comparou-se esta abordagem com a administração tradicional (preenchimento em papel. Uma plataforma informática foi desenvolvida especificamente para este estudo apresentando uma interface simples e intuitiva que garante a confidencialidade e proporciona a avaliação da QV em todos os doentes com cancro da cabeça e pescoço do Instituto Português de Oncologia do Porto. Para o modelo de validação, a seleção da amostra foi aleatória. Cinquenta e quatro doentes completaram 216 questionários (108 utilizando a plataforma de informática e 108 através da abordagem tradicional), com o intervalo de uma hora entre eles. As preferências dos doentes e experiência na utilização computacional foram registradas. A plataforma informática revelou-se uma ferramenta de fácil utilização. Esta permite a colheita de dados, resposta automática, construção de uma base de dados e sua análise estatística através da cotação automática dos questionários. Ao comparar os métodos (Teste de Wilcoxon, cálculo de percentis e alpha de Cronbach) verificou-se uma uniformização da maioria das respostas. A maioria dos doentes (53,6%) expressou uma preferência pela versão de software. A plataforma informática revelou-se uma ferramenta poderosa e eficaz, permitindo uma análise em tempo real da QV sendo essencial para obter dados clinicamente significativos, que podem apoiar decisões clinicas, identificar potenciais necessidades e apoiar um modelo de atuação centrado no doente. Isso representa um passo fundamental para a implementação da avaliação da QV por rotina a incluir nos protocolos clínicos dos serviços de Otorrinolaringologia e cabeça e pescoço do Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO). Menezes et al., 2011, 10 realizaram um trabalho com o objetivo de identificar os instrumentos utilizados para medir a QV em pacientes com câncer de cabeça e pescoço (CCP) no Brasil. Como método utilizou uma revisão integrativa de estudos brasileiros publicados em português até outubro de 2009 e que avaliaram a QV de pacientes com CCP. Foram identificados 2125 estudos, sendo 11 incluídos. Foram utilizados 6 instrumentos, sendo 1 genérico (WHOQOL-bref). Entre os específicos os mais utilizados foram o UW-QOL, o EORTC HN35 e o EORTC-QLQ C30, sendo este último genérico para pacientes com câncer, e os 2 primeiros específicos para CCP. Os autores concluíram que no Brasil os instrumentos mais 14 utilizados para avaliação da QV em CCP foram EORTC QOL C30, UW-QOL e o EORTC HN35. Silveira et al., 2012, 21 relatam que a importância das doenças oncológicas como causa de morbidade e mortalidade está em crescimento, sendo reconhecido o seu impacto social e peso global pelos custos econômicos e sociais envolvidos na sua prevenção, tratamento e reabilitação. As patologias oncológicas de cabeça e pescoço representam um dos seis tumores malignos mais prevalentes em todo o mundo, com um valor estimado de 900.000 novos casos diagnosticados anualmente em escala mundial. Estes doentes oncológicos apresentam deterioração de funções básicas que, quando percepcionadas, têm impacto negativo na sua QV. Um registro oncológico adequado permite uma análise mais rigorosa dos resultados obtidos na avaliação da QV relacionada com a saúde. Este estudo incluiu 380 doentes oncológicos de cabeça e pescoço e demonstrou que as mulheres apresentam resultados de QV globalmente inferiores. Salientou-se ainda a importância do diagnóstico precoce em oncologia, que se relaciona frequentemente com melhores scores e concluiu-se que a localização do tumor tem impacto sobre a auto percepção de QV. Os valores de QV relacionada com a saúde devem ser interpretados à luz das variáveis sociodemográficas e clínicas, para melhor se avaliar a patologia oncológica de cabeça e pescoço numa perspectiva epidemiológica no sentido de melhor compreender o processo saúde-doença. Souza et al., 2013, 22 analisaram dados de 24 pacientes portadores de CEC, cuja terapia indicada era a radioterapia, podendo ou não ser combinada com quimioterapia e cirurgia. O estudo foi realizado na Unidade de Radioterapia de Megavoltagem, situado na cidade de São José de Rio Preto-SP, no período de agosto de 2007 a janeiro de 2008. Foi utilizado o questionário de QV da Universidade de Washington que possibilitou a identificação de diferentes padrões de QV associados às diferentes fases do tratamento radioterápico, indicando ser viável a perspectiva de reconhecimento de fatores prognósticos da redução nos vários domínios da QV. A partir dos dados coletados e analisados, identificou-se que os domínios com pior pontuação no início da radioterapia foram: aparência, fala e ansiedade; durante o tratamento: paladar, saliva e ansiedade e, no término da radioterapia: paladar, saliva e deglutição. Ao longo do tratamento, observou-se a deterioração do humor dos pacientes. Nesse sentido, enfatizou-se a importância de acompanhamento odontológico e psicológico no âmbito de um atendimento 15 multiprofissional para os pacientes com câncer de cabeça e pescoço, durante as fases de radioterapia. Sydney et al., 2013, 24 relatam que a radioterapia pós-operatória é frequentemente recomendada para melhorar o resultado de sobrevivência. Seu efeito associado com morbidade na QV dos pacientes é, no entanto, não muito conhecido. Realizaram, portanto, um trabalho para avaliar o efeito da radioterapia pós-operatória em médio prazo (6 meses) na qualidade de vida em pacientes com CEC da cavidade oral. Os pacientes completaram os questionários de qualidade de vida EORTC QLQ C30 e HN35 no diagnóstico inicial, 3, 6 e 12 meses seguintes. Escores de QV foram ajustados para análise de covariância (ANOVA). Encontraram que o estado de saúde global e xerostomia foram significativamente piores em 6 meses em pacientes que receberam a radioterapia pós-cirúrgica comparados com aqueles tratados apenas com cirurgia. Os autores concluíram que a vantagem de sobrevivência precisa ser equilibrada contra o aumento de toxicidade do tratamento. Radioterapia pós-cirúrgica está associada à redução global das condições de saúde, aumento de xerostomia e aumento dos níveis de fadiga em 6 meses após o tratamento para o câncer de cavidade oral. Testone et al., 2013, 25 realizaram uma revisão integrativa sobre a QV em pacientes com neoplasia de cabeça e pescoço. Foi realizada busca dos artigos nos bancos de dados da Bireme, Medline, Lilacs, Scielo, Pubmed e Google acadêmico, publicados no período de 1992 a 2012 com os descritores: qualidade de vida, neoplasias de cabeça e pescoço e enfermagem. Foram identificados 25 estudos, com predomínio no ano de 2006 com sete (28%) estudos, a maioria nos periódicos OralMaxillofac Surg com cinco (20%), e Head Neck com quatro (16%), 23 (92%), de natureza descritiva, quantitativa. Apenas dois estudos (8%) têm como o país de origem o Brasil. Os domínios mais afetados foram: físico, psicológico, mental e relações sociais. Destacaram-se no domínio físico o aspecto como dor, dificuldades de mastigação, disfagia, vitalidade, fadiga, além de dificuldades na fala. Foi concluído que estudo sobre QV dos pacientes com neoplasia de cabeça e pescoço, com a aplicação de instrumentos clínicos confiáveis e válidos, podem contribuir para a identificação do elo entre a necessidade de intervenção e a assistência qualificada a esta população. 16 Crombie et al. , 2014, 4 documentaram a QV dos pacientes com CEC da cavidade bucal que foram tratados com quimioradioterapia, e a compararam com a de pacientes tratados com cirurgia convencional com ou sem tratamento adjuvante. Todos os pacientes tratados com quimioradioterapia apenas, no Hospital da mulher Royal Brisbane entre 2000 e 2011 e que estavam vivos sem doença. QV relacionada à saúde foi avaliada pelo questionário da Universidade de Washington (UW-QOL) versão 4, e questionários da Organização Europeia (EORTC - QOL C30 e HN35), para pesquisa e tratamento de câncer. Os questionários foram enviados aos pacientes. Aqueles que responderam a quimioterapia foram pareados com os pacientes que foram tratados por cirurgia convencional com ou sem tratamento adjuvante por idade, gênero, local do tumor e estágio. Dezesseis pacientes completaram o questionário (8 em cada grupo). Não havia nenhuma diferença significativa entre os dois grupos em qualquer um dos domínios de qualquer dos questionários. No geral as pontuações para ambos os tratamentos em todos os grupos foram razoavelmente altas, o que sugere que ambos os tratamentos fornecidos foram aceitáveis para QV relacionado à saúde. O grupo cirúrgico mostrou maior pontuação em todas as escalas do EORTC HN35. Não houve diferença significativa na qualidade de vida relacionada com a saúde entre os 2 grupos. Os autores concluíram que o tratamento cirúrgico com ou sem tratamento adjuvante registrou maior pontuação na maioria dos domínios de QV, incluindo mastigação, deglutição, saliva e fala, as questões mais importantes para os pacientes com carcinoma de células escamosas da cavidade bucal. 17 3 PROPOSIÇÃO Este estudo teve como objetivo: Avaliar a Qualidade de vida de pacientes com carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço em tratamento no Hospital do Câncer de Londrina-PR, e sua relação com a localização do tumor. 18 4 ARTIGO AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES COM CARCINOMA ESPINOCELULAR EM TRATAMENTO NO HOSPITAL DO CÂNCER DE LONDRINA-PR Paula Mariano de Oliveira Iriya Artigo a ser submetido para o periódico Brazilian Oral Research 19 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES COM CARCINOMA ESPINOCELULAR EM TRATAMENTO NO HOSPITAL DO CÂNCER DE LONDRINA-PR RESUMO Objetivo: Avaliar a qualidade de vida de pacientes com carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço em tratamento no Hospital do Câncer de Londrina-PR, segundo a localização do tumor. Material e métodos: A amostra deste estudo foi composta por 27 pacientes com carcinoma espinocelular (CEC) primário de boca (N=15), faringe (N=7) ou laringe (5) e em tratamento oncológico no Hospital do Câncer de LondrinaPR (HCL), independente da idade, sexo, estadiamento clínico ou tratamento antineoplásico. Foram aplicados os questionários QLQ-C30, QLQ-HN35 E UW-QOL (4ª versão), individualmente para cada paciente, pelo mesmo pesquisador, antes do atendimento ambulatorial. Após aplicação dos questionários, os dados sociodemográficos (idade e sexo) e clínicos (estadiamento clínico e tipo de tratamento antineoplásico) foram coletados a partir dos prontuários dos pacientes. Os resultados foram analisados por meio do cálculo dos escores obtidos pela resposta de cada item, seguindo os manuais dos questionários. A análise estatística foi realizada por meio do teste de correlação Qui-quadrado e análise de variância (ANOVA) a um critério, com nível de significância de 5%. Resultados: Não houve diferença estatisticamente significante entre os domínios avaliados pelos três questionários e a localização do tumor. Conclusão: Pode-se concluir que a qualidade de vida de pacientes com carcinoma espinocelular de boca, faringe e laringe não foi influenciada pela localização do tumor. ABSTRACT Objective: Evaluate the quality of life of patients with squamous cell carcinoma of the head and neck in oncologic treatment at the Londrina Cancer Hospital, according to site of the tumor. Material and Methods: The sample of this study consisted of 27 patients with primary squamous cell carcinoma (SCC) of oral (N = 15), pharynx (N = 7) or larynx (N=5), independent of age, sex, clinical stage or anticancer treatment. The questionnaire QLQ-C30, QLQ-HN35 and UW_QOL (4th version), were individually applied for each patient by the same researcher, before ambulatory care. Sociodemographic (age and sex) and clinical data (clinical stage and type of anticancer treatment) were collected from the medical records of patients. The results were analyzed by calculating the scores obtained by the response of each item, following the instructions of questionnaires. Statistical analysis was performed using chi-square correlation test and analysis of variance (ANOVA), with a significance level of 5%. Results: There was no statistically significant difference between the domains assessed by three questionnaires and the tumor location. Conclusion: It can be concluded that the quality of life of patients with squamous cell carcinoma of the oral, pharynx and larynx was not influenced by tumor site. 20 INTRODUÇÃO O conceito qualidade de vida (QV) foi definido por um grupo de trabalho da Organização Mundial da Saúde (OMS), como sendo relativo à percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto cultural, e em relação a suas metas, expectativas, parâmetros e relações sociais. É um conceito de larga abrangência, que possibilita inferir o bem-estar físico, mental e social 7. A avaliação da QV em Oncologia pode auxiliar na decisão sobre a efetividade do tratamento, melhorar a tomada de decisão do paciente por meio do esclarecimento dos efeitos colaterais do tratamento, servir como fator de prognóstico para analisar os sintomas e/ou as necessidades de reabilitação, identificar os aspectos de impacto na sobrevida dos pacientes, a estimativa de custo-efetividade (auxilia na decisão de onde e quando investir os recursos existentes), melhorar a organização e a qualidade do cuidado, o desenvolvimento e a regulamentação de medicações, assim como conhecer as prioridades dos pacientes 6,11. Dentre as doenças que afetam a QV, destaca-se o câncer de cabeça e pescoço, que é um dos principais problemas de saúde pública do Brasil 13, uma vez que a função e a aparência dessa região são decisivas para autoimagem e para a QV 19. Apesar das terapias antineoplásicas para o tratamento do câncer de cabeça e pescoço poder gerar prognósticos semelhantes, resultados na QV desses pacientes são controversos 10. Os instrumentos disponíveis são em sua maioria em língua inglesa 19, e para serem utilizados no Brasil precisam ser traduzidos e validados. No Brasil os instrumentos mais utilizados para avaliar QV em pacientes com câncer de cabeça e pescoço são: EORTC (European Organization for the Research and Treatment of Cancer), QLQ-C30 (genérico para câncer – Anexo A) e HN35 (Específico para câncer de cabeça e pescoço – Anexo B), instrumentos criados pela Organização Européia de Pesquisa e Tratamento do Câncer, e University of Washington UW-QOL (Específico para câncer de cabeça e pescoço)4ª versão (Anexo C), sendo que todos avaliam a QV relacionada à saúde 10. O questionário QLQ-C30 e o QLQ-HN35 são compostos por questões que avaliam a última semana do paciente, por meio de escala que varia de 1 a 4, são compreendidos pelos seguintes domínios: saúde geral/qualidade de vida, 21 escalas funcional (função física, desempenho de papel, função emocional, cognitiva e social) e o segundo é constituído dos seguintes domínios de sintomas (fadiga, náusea e vômito, dor, dispnéia, insônia, perda de apetite, constipação e diarréia), além de um item único relacionado à dificuldade financeira. As escalas são avaliadas por meio de escores que variam de 0 a 100, de forma que nas duas primeiras escalas, quanto maior o valor do escore, melhor a QV, já na escala de sintomas, quanto maior o escore, pior a QV. O cálculo dos escores relacionados aos questionários QLQ-C30 e HN35 foi realizado segundo o manual do EORTC. Já o questionário UW-QOL foi estruturado para ser autoaplicável, como os anteriores, e possui 12 questões específicas sobre as diferentes dimensões da QV: dor, aparência, atividade, recreação, deglutição, mastigação, fala, ombro, paladar, saliva, humor e ansiedade. Essas questões permitem descrever a condição funcional dos pacientes. Os pacientes com câncer de cabeça e pescoço, além de estarem com uma doença que ameaça suas vidas, têm de lidar com o impacto dessa e de seu tratamento sobre aspectos funcionais e estéticos 4. Tendo em vista o reduzido números de estudos na área de QV em pacientes com câncer de cabeça e pescoço, principalmente estudos nacionais, torna-se necessário ampliar nosso conhecimento na avaliação da QV em pacientes em tratamento oncológico. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar a QV de pacientes com carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço em tratamento no Hospital do Câncer de Londrina-PR, segundo a localização do tumor. 5 MATERIAL E MÉTODOS Material A amostra deste estudo foi composta por 27 pacientes com carcinoma espinocelular (CEC) primário de boca (N=15), faringe (N=7) ou laringe (N=5) e em tratamento oncológico no Hospital do Câncer de Londrina-PR (HCL), independente da idade, sexo, estadiamento clínico ou tipo de tratamento antineoplásico. 22 Métodos O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital do câncer de Londrina sob o número Projeto de Pesquisa: 804.141 em 18 de setembro de 2014 (Anexo D). O delineamento deste estudo é quantitativo, observacional do tipo transversal. Para os pacientes que concordaram em participar da pesquisa foram aplicados os questionários subjetivos QLQ-C30, QLQ-HN35 E UW-QOL (4ª versão), individualmente para cada paciente, pelo mesmo pesquisador, antes do atendimento ambulatorial. Foram entrevistados pacientes independente do sexo, idade, estadiamento clínico ou tratamento (critério de inclusão). Os critérios de exclusão adotados foram: pacientes que não concordaram com o termo de consentimento, pacientes com recidiva da doença. Os pacientes foram encaminhados pelo médico à pesquisadora, e a seguir levados para um consultório vago, no próprio ambulatório do HCL, na sala de quimioterapia ou no leito onde seria realizada a quimioterapia, a seguir, foram orientados e convidados a participarem da pesquisa. Foram esclarecidos em relação à pesquisa, seus objetivos, o caráter voluntário de participação, a forma de responder os questionários e o sigilo das informações. Os pacientes que concordaram em participar da pesquisa assinaram o termo de consentimento (Anexo E). Após aplicação dos questionários, os dados sociodemográficos (idade e sexo, estado civil, profissão) e clínicos (diagnóstico, estadiamento clínico, tipo de tratamento antineoplásico e protocolos de quimioterapia/radioterapia) foram coletados a partir dos prontuários dos pacientes. Os resultados foram analisados por meio do cálculo dos escores obtidos pela resposta de cada item, seguindo os manuais dos questionários (Anexo F). A análise estatística foi realizada por meio do teste de correlação Qui-quadrado e análise de variância (ANOVA) a um critério. As análises estatísticas foram realizadas usando o programa Statistica para Windows 7.0 (Statistica for Windows, Copyright StatSoft, Inc. Tulsa, OK, EUA), e o nível de significancia estabelecido foi de 5%. 23 6 RESULTADOS Os dados sociodemográficos e clínicos dos pacientes estão apresentados na Tabela 1. Houve homogenidade da amostra para as variáveis idade, sexo, estadiamento e tratamento. O câncer de faringe apresentou menores índices, indicando que foram os pacientes que tiveram a qualidade de vida mais afetada. Aplicar os três questionários, de uma certa forma foi interessante, pois um complementa o outro, porém ficou muito extenso e os pacientes ficavam cansados em ler e responder as 77 questões. 24 Tabela 1 – Dados sociodemográficos e clínicos da amostra N 27 Localização do câncer Boca (N=15) Faringe (N=7) Laringe (N=5) Idade (média e DP) 59,89 anos (9,61) P: 0,3510 (Qui-quadrado) Sexo Mas (22) P: 0,8956 (Qui-quadrado) Fem (5) Estadiamento T1/T2 (16) P: 0,3128 (Qui-quadrado) T3/T4 (11) Tratamento* Cirurgia (4) P: 0,1076 (Qui-quadrado) Radioterapia (13) Quimioterapia (21) * O tratamento pode consistir em associação de terapias antineoplásicas. As respostas do questionário QLQ-C30 foram comparadas de acordo com a localização do câncer. Não houve diferença estatisticamente significante entre os domínios avaliados pelo instrumento e a localização do tumor (Tabela 2). 25 Tabela 2 - Comparação do questionário QLQ-C30 segundo a localização do câncer Boca Faringe Laringe P Média DP Média DP Média DP Função física 74,22 20,22 65,71 33,87 65,30 30,33 0,760 Desempenho 77,78 20,57 50,00 30,44 63,34 32,04 0,063 Função emocional 68,87 26,05 50,00 38,77 51,66 39,70 0,418 Função cognitiva 27,78 38,87 23,81 31,72 60,00 34,55 0,186 Função social 82,23 22,24 61,90 39,34 80,00 27,39 0,277 Fadiga 42,21 26,64 55,56 20,31 37,76 20,20 0,432 Náusea e vômito 18,87 30,12 42,87 35,82 10,00 14,90 0,164 Dor 33,34 27,44 45,24 32,93 33,34 26,36 0,642 Dispneia 8,80 15,24 28,56 35,63 33,20 40,82 0,207 Insônia 51,11 33,03 42,85 37,10 33,32 40,82 0,601 Perda do apetite 35,55 44,49 61,90 40,51 40,00 43,47 0,394 Constipação 11,11 24,13 23,81 31,72 13,34 29,83 0,571 Diarreia 17,77 30,52 14,29 26,23 13,32 18,24 0,948 Dificuldades 33,33 45,43 52,37 46,58 19,98 18,24 0,407 65,00 25,63 47,61 22,43 51,66 30,84 0,322 funcional financeiras Qualidade de vida DP: Desvio padrão A Tabela 3 apresenta os resultados da comparação dos domínios avaliados por meio do questionário QLQ-HN35 de acordo com a localização do câncer. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos. 26 Tabela 3 - Comparação do questionário QLQ-HN35 segundo a localização do câncer Boca Faringe Laringe P Média DP Média DP Média DP Dor 42,78 29,36 34,52 35,50 23,33 25,95 0,444 Engolir 45,56 35,48 40,47 38,62 38,33 29,81 0,918 Problemas dentários 44,44 49,87 23,81 37,09 53,33 50,55 0,541 Trismo 33,33 41,79 33,33 47,14 0,00 0,00 Xerostomia 40,00 44,01 47,61 42,41 33,33 47,14 0,846 Saliva espessa 53,33 43,28 57,14 46,00 40,00 43,46 0,785 Sentidos 52,22 37,2 50,00 36,00 36,67 38,01 0,698 Tosse 20,00 27,60 38,09 40,50 40,00 36,51 0,462 Problema na fala 36,30 28,93 31,74 34,80 24,44 26,53 0,729 Sentiu mal 22,22 37,09 61,91 35,63 33,33 40,82 0,072 Problemas com contato 27,11 24,23 29,52 36,28 21,33 17,89 0,862 39,44 36,66 34,52 35,50 33,33 33,85 0.942 Perda da sexuladidade 41,11 40,27 50,00 31,91 20,00 29,81 0,359 Medicação 53,33 51,64 85,71 37,80 80,00 44,72 0,312 Suplemento 46,67 51,64 71,42 48,80 20,00 44,72 0,203 Usa sonda 20,00 41,40 42,86 53,45 0,00 0,00 Perdeu peso 66,67 48,80 71,43 48,80 60,00 54,77 0,919 Ganhou peso 20,00 41,10 28,57 48,80 60,00 54,77 0,228 0,254 social Problemas para alimentar-se socialmente DP: Desvio padrão 0,201 27 As respostas do questionário UW-QOL também foram comparadas de acordo com a localização do câncer. Não houve diferença estatisticamente significante entre os domínios avaliados pelo instrumento e a localização do tumor (Tabela 4). Tabela 4 - Comparação do questionário UW-QOL para os três grupos Boca Média DP Faringe Média DP Laringe Média DP P Dor 50,00 32,73 57,14 31,34 75,00 17,68 0,267 Aparência 66,67 32,27 46,43 17,25 85,00 22,36 0,063 Atividade 51,67 25,82 60,71 31,81 50,00 46,77 0,809 Recreação 56,67 27,49 46,43 22,49 50,00 17,68 0,646 Deglutição 57,80 38,83 66,71 38,54 73,40 27,97 0,698 Mastigação 50,00 37,80 64,28 37,80 50,00 35,36 0,685 Fala 71,20 30,55 71,43 40,55 66,80 40,83 0,972 Ombro 84,47 30,53 90,43 25,32 100,00 0,00 Paladar 51,00 39,65 38,00 44,85 60,00 54,77 0,671 Saliva 75,53 29,57 71,43 40,55 73,20 36,70 0,962 Humor 56,67 33,36 60,72 42,96 70,00 32,60 0.754 Ansiedade 51,20 41,59 71,57 35,61 56,80 36,56 0,505 0,503 DP: Desvio padrão Quando perguntando sobre quais problemas tem sido mais importante nos últimos 7 dias para os pacientes com câncer de boca, 60% relatataram alteração de paladar, seguido de dor (40%) e problemas na mastigação (40%) (Tabela 5). Para os pacientes com câncer de faringe os problemas mais relatados foram dor (57,1%) e problema na aparência (57,1%). Dor, mastigação, fala, humor e ansiedade foram os problemas relatados por 40% dos pacientes com câncer de laringe. 28 Tabela 5 – Problemas mais importantes, segundo o paciente, durante os últimos 7 dias Boca Faringe Laringe (N=15) (N=7) (N=5) Dor 6 (40%) 4 (57,1%) 2 (40%) Aparência 3 (20%) 4 (57,1%) 0 (0%) Atividade 1 (6,7%) 1 (14,3%) 0 (0%) Recreação 1 (6,7%) 0 (0%) 0 (0%) Deglutição 2 (13,3%) 0 (0%) 0 (0%) Mastigação 6 (40%) 1 (14,3%) 2 (40%) Fala 0 (0%) 1 (14,3%) 2 (40%) Ombro 1 (6,7%) 0 (0%) 0 (0%) Paladar 9 (60%) 2 (28,6%) 1 (20%) Saliva 5 (33,3%) 1 (14,3%) 1 (20%) Humor 2 (13,3%) 2 (28,6%) 2 (40%) Ansiedade 5 (33,3%) 2 (28,6%) 2 (40%) A Tabela 6 demonstra que a qualidade de vida relacionada à saúde dos pacientes um mês antes de desenvolver câncer era melhor (muito ou um pouco), independente da localização da lesão. Tabela 6 - Qualidade de vida relacionada à saúde um mês antes de desenvolver câncer Boca Faringe Laringe (N=15)* (N=7) (N=5) Muito melhor 8 (53,3%) 1 (14,3%) 1 (20%) Um pouco melhor 2 (13,3%) 5 (71,4%) 3 (60%) Mais ou menos o mesmo 2 (13,3%) 1 (14,3%) 0 (0%) Um pouco pior 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) Muito pior 2 (13,3%) 0 (0%) 1 (20%) * Um paciente não respondeu à pergunta 29 Quando perguntado sobre a qualidade de vida relacionada à saúde nos últimos 7 dias, metade dos pacientes com câncer de boca relataram qualidade boa a excelente. Por outro lado, quando a lesão estava localizada na faringe, apenas 28,6% relataram condição semelhante. Para o câncer de laringe, 80% relataram condição boa a excelente. Tabela 7 - Qualidade de vida relacionada à saúde nos últimos 7 dias Boca Faringe Laringe (N=15)* (N=7) (N=5) Excelente 1 (6,7%) 0 (0%) 0 (0%) Muito boa 1 (6,7%) 0 (0%) 0 (0%) Boa 5 (33,3%) 2 (28,6%) 4 (80%) Média 4 (26,7%) 2 (28,6%) 1 (20%) Ruim 2 (13,3%) 2 (28,6%) 0 (0%) Muito ruim 1 (6,7%) 1 (14,3%) 0 (0%) * Um paciente não respondeu à pergunta A Tabela 8 apresenta os resultados da qualidade de vida nos últimos 7 dias. Mais de 50% dos pacientes com câncer de boca relataram qualidade de boa a excelente. Para o câncer de faringe, 57,2% relataram condição média a muito ruim. Para o câncer de laringe, 80% relataram condição boa a excelente. Tabela 8 - Qualidade de vida durante os últimos 7 dias Boca Faringe Laringe (N=15)* (N=7) (N=5) Excelente 0 (0%) 0 (0%) 1 (20%) Muito boa 4 (26,7%) 0 (0%) 0 (0%) Boa 4 (26,7%) 3 (42,8%) 3 (60%) Média 3 (20%) 2 (28,6%) 0 (0%) Ruim 3 (20%) 2 (28,6%) 1 (20%) Muito ruim 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) * Um paciente não respondeu à pergunta 30 DISCUSSÃO Este estudo avaliou a qualidade de vida de pacientes com carcinoma espinocelular de boca, faringe e laringe em tratamento no Hospital de Câncer de Londrina/PR. Estudos realizados anteriormente relatam que variáveis como idade 14, sexo 2,3,14, estadiamento 21 e tratamento antineoplásico 21 podem interferir na análise de QV. Assim, a amostra do presente estudo foi selecionada apresentando homogenidade quanto as variáveis citadas anteriormente (Tabela 1). A avaliação da qualidade de vida foi realizada por meio dos questionários QLQ-C30; QLQ-HN35 e UW-QOL, como realizado em estudos anteriores 1,3,4,5,9,12,16,17,18,20. Quando comparado as respostas do questionário QLQ-C30 dos pacientes com câncer de boca, faringe e laringe, não houve diferença estatisticamente significativa para todos os domínios avaliados (Tabela 2). Isso pode estar relacionado a fatores limitantes do estudo, como a individualidade do tratamento antineoplásico e co-morbidades 15. A maior média para o câncer de boca foi para função social e a menor para dispneia. Para o câncer de faringe a maior média foi para função física e a menor para diarreia. Resultado semelhante foi encontrado por Araujo et al., 2009, 4. Já quando a lesão estava localizada na laringe a maior média foi para função social e a menor para náusea e vômito. A qualidade de vida geral média encontrada em nosso estudo foi de 65,00, 47,61 e 51,66, para boca, farigne e laringe, respectivamente, semelhante aos resultados de estudos anteriores 4. Os domínios específicos para câncer de cabeça e pescoço, avaliados por meio do questionário QLQ-HN35, demonstraram que não houve diferença estatisticamente siginificante entre a localização do tumor para todos os domínios. Isso pode ser observado na Tabela 3 em que os domínios avaliados de modo geral apresentaram alto desvio padrão, assim como encontrado no QLQ-C30 em nosso trabalho e em um estudo anterior 4. A maior média para o câncer de boca foi para a perda de peso (66,67) e as menores para tosse, uso de sonda e ganho de peso (20,00). Para o câncer de faringe a maior média foi para medicação (85,71) e a menor para problemas dentários (23,81), esse podendo estar relacionado aos 31 efeitos adversos, sobretudo, da radioterapia. Já para a laringe a maior média foi para medicação (80,00), como encontrado no câncer de faringe, e a menor para trismo (0,00), também podendo estar associado à radioterapia. A avaliação por meio do questionário UW-QOL demonstou que não houve diferença estatisticamente siginificante entre a localização do tumor para todos os domínios, assim como ocorreu com os questionários QLQ-C30 e QLQHN35. Os resultados demonstraram ainda que, independente da localização da lesão (boca, faringe ou laringe), a maior média foi para o domínio ombro (84,47; 90,43 e 100, respectivamente) (Tabela 4), corroborando com os resultados de Matias et al., 2007, 8. Certamente isso ocorreu por que apenas quatro pacientes da amostra foram submetidos à cirurgia. A menor média para os pacientes com câncer de boca foi para mastigação (50,00), possivelmente pela localização da lesão e/ou pelos efeitos adversos das terapias antineoplásicas 3,8. Para o câncer de faringe a menor média foi para paladar (38,00), possivelmente associado aos efeitos das terapias antineoplásicas 3. Já para o câncer de laringe, as menores médias foram para atividade, recreação e mastigação (50,00). Esse questionário relevou ainda que os problemas mais importantes, segundo o paciente, durante os últimos 7 dias foram alteração no paladar para o câncer de boca (60%), dor e aparência para o câncer de faringe (57,1%) e dor, mastigação, fala, humor e ansiedade (40%) para o câncer de laringe (Tabela 5). Em um estudo anterior onde foram avaliados pacientes com câncer de boca e de orofaringe os problemas mais frequentes foram dor, seguido dos domínios engolir, mastigação e saliva 8. A qualidade de vida relacionada à saúde dos pacientes um mês antes de desenvolver câncer foi considerada melhor (≥66,6%), independente da localização da lesão (Tabela 6). Quando questionados sobre a qualidade de vida relacionada à saúde nos últimos 7 dias, 80% dos pacientes com câncer de laringe relataram condição boa a excelente. Para o câncer de boca metade dos pacientes relataram condição semelhante e para o câncer de faringe apenas 28,6% (Tabela 7). O questionário UW-QOL permitiu avaliar ainda a qualidade de vida geral dos pacientes nos últimos 7 dias. Os resultados demonstram que os pacientes que relataram melhor qualidade de vida (boa a excelente) foram os 32 pacientes com câncer de laringe (80%), seguido dos pacientes com câncer de boca (53,4%) e faringe (42,8%). 7 CONCLUSÃO Com base nos resultados encontrados neste estudo, pode-se concluir que a qualidade de vida de pacientes com carcinoma espinocelular de boca, faringe e laringe não foi influenciada pela localização do tumor. 33 REFERÊNCIAS 1. Amar A, Rapoport A, Franzi SA, Bisordi C, Lehn CN. Qualidade de vida e prognóstico nos carcinomas epidermóides de cabeça e pescoço. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia. 2002;68(3):400-3. 2. Andrade F, Antunes J, Durazzo M. Evaluation of the quality of life of patients with oral cancer in Brazil. Braz Oral Res. 2006;20:290-6. 3. Angelo AR, Medeiros AC, Biase RCCGD. Qualidade de vida em pacientes com câncer na região de cabeça e pescoço. Revista de Odontologia da UNESP. 2010;39(1):1-7. 4. Araujo SSC, Padilha DMP, Baldisserotto J. Avaliação da condição de saúde bucal e da Qualidade de vida de pacientes com câncer de cabeça e pescoço atendidos em um Hospital Público de Porto Alegre. Revista Brasileira de Cancerologia. 2009;55(2):129-38. 5. Crombie AK, Farah CS, Batstone MD. Health-related quality of life of patients treated with primary chemoradiotherapy for oral cavity squamous cell carcinoma: a comparison with surgery. Journal of oral and maxillofacial surgery. 2014;52:111-7. 6. Haes JD. Quality of life evaluation in oncological clinical trials: the EORTC model. Eur J Cancer. 2000;36:821-5. 7. Hammerlid E, Bjordal K, Ahlner-Elmqvist M, Jannert M, Sullivan S. Prospective longitudinal quality of life study of patients with head and neck cancer a feasibility study including the EORTC QLQ-C30. Otolaryngol Head Neck Surg. 1997;116(6):666-73. 8. Matias K, Lehn C, Antunes J. Qualidade de vida de pacientes com câncer bucal e da orofaringe por meio do questionário UW-QOL. RPG Rev Pós Grad. 2007;14(2):139-46. 9. Menezes RM, Ferreira KASL, Souza LM, Barros HLA, Pessanha MJP. Instrumentos utilizados no Brasil para avaliar qualidade de vida em pacientes com câncer de cabeça e pescoço: revisão integrativa. Revista saúde. 2011;5(1):54-66. 10. Morton RP, Izzard ME. Quality of life outcomes. World J Surg. 2003;27:884-9. 11. Movsas B. Quality of life in oncology trials: a clinical guide. Semin Radiat Oncol. 2003;13(3):235-47. 12. Neto SBC, Araújo TCCF. Avaliação da qualidade de vida em pacientes com câncer de cabeça e pescoço. Temas em psclogia da SBP. 2001;9(2):125-35. 13. Pithan SA, Cherubini K, Figueiredo MAS, Yurgel LS. Perfil epidemiologico do carcinoma espino celular de boca em pacientes do serviço de estomatologia dp hospital São Lucas da PUCRS. Rev Odonto Ciênc. 2004;19:126-30. 14. Rogers S, O’Donnell J, Williams-Hewitt S, Christensen J, Lowe D. Healthrelated quality of life measured by the UW-QOL- reference values from a general dental practice. Oral Oncol. 2006;42:281-7. 15. Ryzek D, Mantsopoulos K, Künzel J, Grundtner P, Zenk J, Iro H, et al. Early Stage Oropharyngeal Carcinomas: Comparing Quality of Life for Different Treatment Modalities. BioMed Research International. 2014;2014:1-7. 16. Sawada NO, Nicolussi AC, Okino L, Cardozo FMC, Zago MMF. Avaliação da qualidade de vida de pacientes com câncer submetidos à quimioterapia. Rev Esc Enferm USP. 2009;43(3):581-7. 17. Silveira A, Gonçalves J, Sequeira T, Ribeiro C, Lopes C, Monteiro E, et al. Avaliação da qualidade de vida em doentes com patologia oncológica da cabeça e 34 pescoço - Modelo de validação da versão eletrônica Portuguesa do EORTC - QLQ C30 e EORTC - H&N35. Acta Med Port. 2011;24(2):347-54. 18. Souza FRN, Barbosa GS, Prado GM, Schweitzer CM, Junior EG-J. Qualidade de vida de pacientes submetidos à radioterapia para tratamento de lesões malignas de cabeça e pescoço. Arch Health Invest. 2013;2(5):26-33. 19. Specht L. Oral complications in the head and neck radiation patient: introduction and scope of the problem. Support Care Cancer. 2002;10:36-9. 20. Sydney C, Oates J, Gao K, Foo K, Davies S, Brunner M, et al. Prospective quality of life assessment between treatment groups for oral cavity squamous cell carcinoma2013: Available from: wileyonlinelibrary.com. 21. Vartanian JG, Carvalho AL, Yueh B, Priante AV, de Melo RL, Correia LM, et al. Long-term quality-of-life evaluation after head and neck cancer treatment in a developing country. Arch Otolaryngol Head Neck Surg. 2004 Oct;130(10):1209-13. 35 CONCLUSÃO Com base nos resultados encontrados neste estudo, pode-se concluir que a qualidade de vida de pacientes com carcinoma espinocelular de boca, faringe e laringe não foi influenciada pela localização do tumor. 36 REFERÊNCIAS . 1. Amar A, Rapoport A, Franzi SA, Bisordi C, Lehn CN. Qualidade de vida e prognóstico nos carcinomas epidermóides de cabeça e pescoço. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia. 2002;68(3):400-3. 2. Angelo AR, Medeiros AC, Biase RCCGD. Qualidade de vida em pacientes com câncer na região de cabeça e pescoço. Revista de Odontologia da UNESP. 2010;39(1):1-7. 3. Araujo SSC, Padilha DMP, Baldisserotto J. Avaliação da condição de saúde bucal e da Qualidade de vida de pacientes com câncer de cabeça e pescoço atendidos em um Hospital Público de Porto Alegre. Revista Brasileira de Cancerologia. 2009;55(2):129-38. 4. Crombie AK, Farah CS, Batstone MD. Health-related quality of life of patients treated with primary chemoradiotherapy for oral cavity squamous cell carcinoma: a comparison with surgery. Journal of oral and maxillofacial surgery. 2014;52:111-7. 5. Ferreira K. Dor e qualidade de vida relacionada a saúde de pacientes com câncer: influencia das citocinas pró-inflamatorias. Enfermagem na saude do adulto. 2008. 6. Haes JD. Quality of life evaluation in oncological clinical trials: the EORTC model. Eur J Cancer. 2000;36:821-5. 7. Hammerlid E, Bjordal K, Ahlner-Elmqvist M, Jannert M, Sullivan S. Prospective longitudinal quality of life study of patients with head and neck cancer a feasibility study including the EORTC QLQ-C30. Otolaryngol Head Neck Surg. 1997;116(6):666-73. 8. Kowalski LP, Franco EL, Torloni H, Fava AS, Sobrinho JA, Ramos G. Latenes of diagnosis of oral and oropharyngeal carcinoma: factors related to the tumour, the patient and health professionals. Eur J Cancer B Oral Oncol. 1994;30B:167-73. 9. Machado BCP, Gonçalves LM, Júnior JRSB, Cruz MCFN. Avaliação da qualidade de vida dos pacientes portadores de câncer de cabeça e pescoço no Estado do Maranhão. Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde. 2009;11(4):62-8. 10. Menezes RM, Ferreira KASL, Souza LM, Barros HLA, Pessanha MJP. Instrumentos utilizados no Brasil para avaliar qualidade de vida em pacientes com câncer de cabeça e pescoço: revisão integrativa. Revista saúde. 2011;5(1):54-66. 11. Minayo M, Hartz Z, Buss P. Qualidade de vida e saúde: um debate necessário. 5. 2000;1(7-18). 12. Morton RP, Izzard ME. Quality of life outcomes. World J Surg. 2003;27:884-9. 13. Movsas B. Quality of life in oncology trials: a clinical guide. Semin Radiat Oncol. 2003;13(3):235-47. 14. Neto SBC, Araújo TCCF. Avaliação da qualidade de vida em pacientes com câncer de cabeça e pescoço. Temas em psclogia da SBP. 2001;9(2):125-35. 15. Neville BW, editor. Complicações orais não-infecciosas do tratamento antineoplásico. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2004. 16. Pithan SA, Cherubini K, Figueiredo MAS, Yurgel LS. Perfil epidemiologico do carcinoma espino celular de boca em pacientes do serviço de estomatologia dp hospital São Lucas da PUCRS. Rev Odonto Ciênc. 2004;19:126-30. 17. Rogers SN. Importance-rating using The University of Washington quality of life questionnaire in patients treated by primary surgery for oral and oro-pharyngeal cancer. J Craniomaxillofac Surg. 2002;30:125-32. 37 18. Sawada NO, Nicolussi AC, Okino L, Cardozo FMC, Zago MMF. Avaliação da qualidade de vida de pacientes com câncer submetidos à quimioterapia. Rev Esc Enferm USP. 2009;43(3):581-7. 19. Sayed S, Elmiyeh B, Rhys-Evans P, Harrington K. Quality of life and outcomes research in head and neck cancer: a review of the state of the discipline and likely future directions. Cancer Treat Rev. 2009;35(5):397-402. 20. Silveira A, Gonçalves J, Sequeira T, Ribeiro C, Lopes C, Monteiro E, et al. Avaliação da qualidade de vida em doentes com patologia oncológica da cabeça e pescoço - Modelo de validação da versão eletrônica Portuguesa do EORTC - QLQ C30 e EORTC - H&N35. Acta Med Port. 2011;24(2):347-54. 21. Silveira A, Gonçalves J, Siqueira T, Ribeiro C, Lopes C, Monteiro E, et al. Oncologia de cabeça e pescoço: enquadramento epidemiologico e clínico na avaliação da qualidade de vida relacionada com a saúde. Revista Brasileira Epidemologia. 2012;15(1):38-48. 22. Souza FRN, Barbosa GS, Prado GM, Schweitzer CM, Junior EG-J. Qualidade de vida de pacientes submetidos à radioterapia para tratamento de lesões malignas de cabeça e pescoço. Arch Health Invest. 2013;2(5):26-33. 23. Specht L. Oral complications in the head and neck radiation patient: introduction and scope of the problem. Support Care Cancer. 2002;10:36-9. 24. Sydney C, Oates J, Gao K, Foo K, Davies S, Brunner M, et al. Prospective quality of life assessment between treatment groups for oral cavity squamous cell carcinoma2013: Available from: wileyonlinelibrary.com. 25. Testoni RI, Soares VMN, Gonçalves CGO, Kalinke LP. Qualidade de vida de pacientes com neoplasia de cabeça e pescoço: uma revisão integrativa. Tuiuti: Ciencia e cultura. 2013;47:107-21. 26. Vianna C, Caetano R. Avaliaçoes economicas como um instrumento no processo de incorporação tecnológica em saúde. Cad saúde coletiva. 2005;13(3):747-66. 27. Vido M, Fernandes R. Qualidade dee vida: consideraçoes sobre conceitos e instrumentos de medida. Online Brazilian Journal of nursing. 2007;6(2). 28. Vissink A. Prevention and treatment of the consequences oh head and neck radiotherapy. Crit Rev Oral Biol Med. 2003;14:213-25. 38 ANEXOS 39 ANEXO A 40 41 ANEXO B 42 43 ANEXO C Questionário de qualidade de vida da Universidade de Washington Este questionário pergunta sobre sua saúde e qualidade de vida durante os últimos sete dias. Por favor responda a todas as questões marcando uma alternativa para cada questão. 1. Dor (marque uma alternativa [X]) 100 [ ] Eu não tenho dor 75 [ ] Há dor leve não necessitando de medicação 50 [ ] Eu tenho dor moderada, requerendo uso de medicação regularmente 25 [ ] Eu tenho dor severa controlada somente com medicamentos controlados 0 [ ] Eu tenho dor severa, não controlada por medicação 2. Aparência (marque uma alternativa [X]) 100 [ ] Não há mudança na minha aparência 75 [ ] A mudança na minha aparência é minima 50 [ ] Minha aparência me incomoda, mas eu permaneço ativo 25 [ ] Eu me sinto desfigurado significativamente e limito minhas atividades devido a minha aparência 0 [ ] Eu não posso estar com outras pessoas devido a minha aparênncia 3. Atividade (marque uma alternativa [X]) 100 [ ] Eu estou tão ativo quanto sempre estive 75 [ ] Existem vezes em que não posso manter meu ritmo antigo, mas não frequentemente 50 [ ] Eu estou frequentemente cansado e tenho diminuido minhas atividades embora eu ainda saia de casa 25 [ ] Eu não saio de casa porque eu não tenho força 0 [ ] Eu geralmente fico na cama ou na cadeira e não saio de casa 4. Recreação (marque uma alternativa [X]) 100 [ ] Não há limitações para recreação em casa ou fora de casa 75 [ ] Há poucas coisas que eu não posso fazer, mas eu ainda saio de casa para me divertir 50 [ ] Há muitas vezes que eu gostaria de sair mais de casa, mas eu não estou bem para isso 25 [ ] Há limitação severa para o que eu posso fazer, geralmente eu fico em casa e assisto TV 0 [ ] Eu não posso fazer nada agradável 5. Deglutição (marque uma alternativa [X]) 100 [ ] Eu posso engolir tão bem como sempre 67 [ ] Eu não posso engolir algumas comidas sólidas 33 [ ] Eu posso engolir somente comidas liquidas 0 [ ] Eu não posso engolir porque desce errado e me sufoca 6. Mastigação (marque uma alternativa [X]) 100 [ ] Eu posso mastigar tão bem como sempre 50 [ ] Eu posso comer alimentos sólidos leves mas não consigo mastigar algumas comidas 0 [ ] Eu não posso mastigar nem mesmo alimentos leves 7. Fala (marque uma alternativa [X]) 100 [ ] Minha fala é a mesma de sempre 67 [ ] Eu tenho dificuldade para dizer algumas palavras mas eu posso ser entendido mesmo ao telefone 33 [ ] Somente minha familia e amigos podem me entender 0 [ ] Eu não sou entendido pelos outros 8. Ombro (marque uma alternativa [X]) 100 [ ] Eu não tenho problemas com meu ombro 67 [ ] Meu ombro é endurecido mas isto não afeta minha atividade ou força 33 [ ] Dor ou fraqueza em meu ombro me fizeram mudar meu trabalho 0 [ ] Eu não posso trabalhar devido problemas com meu ombro 9. Paladar (marque uma alternativa [X]) 100 [ ] Eu sinto sabor da comida normalmente 67 [ ] Eu sinto o sabor da maioria das comidas normalmente 33 [ ] Eu posso sentir o sabor de algumas comidas 0 [ ] Eu não sinto o sabor de nenhuma comida 10. Saliva (marque uma alternativa [X]) 100 [ ] Minha saliva é de consistência normal 67 [ ] Eu tenho menos saliva que o normal, mas ainda é o suficiente 33 [ ] Eu tenho muito pouca saliva 0 [ ] Eu não tenho saliva 44 11. Humor (marque uma alternativa [X]) 100 [ ] Meu humor é excelente e não foi afetado por causa do meu câncer 75 [ ] Meu humor é geralmente bom e é somente afetado por causa do meu câncer ocasionalmente 50 [ ] Eu não estou nem com bom humor nem deprimido por causa do meu câncer 25 [ ] Eu estou um pouco deprimido por causda do meu câncer 0 [ ] Eu estou extremamente deprimido por causa do meu câncer 12. Ansiedade (marque uma alternativa [X]) 100 [ ] Eu não estou ansioso por causa do meu câncer 67 [ ] Eu estou um pouco ansioso por causa do meu câncer 33 [ ] Eu estou ansioso por causa do meu câncer 0 [ ] Eu estou muito ansioso por causa do meu câncer Quais problemas tem sido os mais importantes para você durante os últimos 7 dias? Marque [X] em até 3 alternativas [ ] Dor [ ] Deglutição [ ] Paladar [ ] Aparência [ ] Mastigação [ ] Saliva [ ] Atividade [ ] Fala [ ] Humor [ ] Recreação [ ] Ombro [ ] Ansiedade Questões gerais Comparado com o mês antes de você desenvolver o câncer, como você classificaria sua qualidade de vida relacionada à saúde (marque uma alternativa: [X]) [ ] Muito melhor [ ] Um pouco melhor [ ] Mais ou menos o mesmo [ ] Um pouco pior [ ] Muito pior Em geral, você poderia dizer que sua qualidade de vida relacionada à saúde nos últimos 7 dias tem sido: (marque uma alternativa [X]) [ ] Excelente [ ] Muito boa [ ] Boa [ ] Média [ ] Ruim [ ] Muito ruim De um modo geral a qualidade de vida inclui não somente saúde fisica e mental, mas também muitos outros fatores, tais como familia, amigos, espiritualidade, atividades de lazer pessoal que são importantes para sua satisfação com a vida. Considerandot udo em sua vida que contribui para seu bem-estar pessoal, classifique a sua qualidade de vida em geral durante os últimos 7 dias. (marque uma alternativa: [X]) [ ] Excelente [ ] Muito boa [ ] Boa [ ] Média [ ] Ruim [ ] Muito ruim Por favor descreva quaisquer outros problemas (médicos ou não médicos) que são importantes para sua qualidade de vida e que não tenham sido adequadamente mencionados pelas nossas perguntas (você pode anexar folhas adicionais se necessário). _____________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ 45 ANEXO D Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa 46 47 ANEXO E Rua Marselha, 183 - Jardim Piza Londrina/PR 86041-140 tel. 33719832 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Termo de consentimento livre e esclarecido para participação na pesquisa intitulada “AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES COM CARCINOMA ESPINOCELULAR EM TRATAMENTO NO HOSPITAL DE CÂNCER DE LONDRINA” (de acordo com a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde). Eu,_______________________________________________________________________________________ _______, RG nº __________________________ livremente, consinto em participar da pesquisa “AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES COM CARCINOMA ESPINOCELULAR EM TRATAMENTO NO HOSPITAL DE CÂNCER DE LONDRINA” sob responsabilidade do Professor Dr Marcelo Lupion Poleti, docente da Universidade Norte do Paraná, localizada à Av. Paris, 675, Jardim Piza, Londrina/PR. Objetivo da pesquisa: O objetivo deste estudo será avaliar a qualidade de vida de pacientes com carcinoma espinocelular em tratamento no Hospital de câncer de Londrina. Procedimentos que serão necessários: A amostra deste estudo será composta por 50 pacientes com carcinoma espinocelular primário de boca e em tratamento oncológico no Hospital do câncer de Londrina (HCL), independente do sexo, idade, localização, estadiamento clínico ou tratamento. Os pacientes serão localizados por meio de relatórios, indicados pelo médico, em atendimento ambulatorial. Para os pacientes que concordarem em participar da pesquisa serão aplicados três questionários para avaliar a qualidade de vida dos pacientes com carcinoma espinocelular (EORTC QLQ-30, EORTC HN35 e UW-QOL), individualmente para cada paciente, pelo mesmo pesquisador, antes do atendimento ambulatorial. Após aplicação dos questionários os dados sociodemográficos (idade, sexo, renda e escolaridade), condições clínicas (localização da lesão e estadiamento clínico) e tipo de tratamento (cirurgia, protocolo radioterápico e/ou protocolo quimioterápico) serão coletados a partir dos prontuários dos pacientes. Privacidade: Os dados individualizados serão confidenciais. Os resultados coletivos serão divulgados apenas em eventos e revistas meios científicos e não é possível a sua identificação. Benefícios: As informações obtidas nesta pesquisa poderão ser úteis para contribuir na melhoria da qualidade de vida de pacientes com carcinoma espinocelular. Riscos: Não haverá nenhum risco para a minha integridade física, mental ou moral por participar desta pesquisa. Desistência: Poderei desistir a qualquer momento deste estudo, sem qualquer consequência para mim. O(a) senhor(a) tem o direito de pedir outros esclarecimentos sobre a pesquisa que considerar necessário e de se recusar a participar ou interromper a sua participação a qualquer momento, sem que isso lhe traga qualquer prejuízo. Custo/reembolso para o participante: Você não terá nenhum custo para participar deste estudo do mesmo modo que você não terá nenhum pagamento para sua participação. Confidencialidade da pesquisa: Os dados como nome não serão divulgados, garantido assim, o sigilo e a sua privacidade. Contato com os pesquisadores: Caso haja necessidade de esclarecimento de dúvidas ou reclamações ligue para UNOPAR, (43) 3371-9832, nos seguintes horários: 8h:00min. às 12h:00min. e das 14h:00min às 17h:00min, ou (43) 3371-7834 (Comitê de Ética em Pesquisa), ou ainda para o contato: Prof. Marcelo Lupion Poleti (43) 99559145 Declaro estar ciente das informações deste termo de consentimento livre e esclarecido e concordo em participar desta pesquisa. __________________________________ Assinatura do paciente/responsável _______________________________ Assinatura do pesquisador Londrina, _____ de _________________ de 20____. 48 ANEXO F Fórmula para o cálculo dos escores do questionário QLQ-C30