UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA CAMPUS SANTANA DO LIVRAMENTO GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO CAMILA MACEDO VIEGA COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR INFANTIL: A INFLUÊNCIA DAS CRIANÇAS NA DECISÃO DE COMPRA DOS PAIS ACADÊMICOS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA – UNIPAMPA, CAMPUS SANT’ANA DO LIVRAMENTO/RS. TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Sant’Ana do Livramento 2016 CAMILA MACEDO VIEGA COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR INFANTIL: A INFLUÊNCIA DAS CRIANÇAS NA DECISÃO DE COMPRA DOS PAIS ACADÊMICOS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA – UNIPAMPA, CAMPUS SANT’ANA DO LIVRAMENTO/RS. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito para obtenção do título de Bacharel em administração pela Universidade Federal do Pampa UNIPAMPA. Orientador: Prof(a). Andressa Hennig Silva Sant’Ana do Livramento 2016 Ficha catalográfica elaborada automaticamente com os dados fornecidos pelo(a) autor(a) através do Módulo de Biblioteca do Sistema GURI (Gestão Unificada de Recursos Institucionais). V173312c VIEGA, CAMILA MACEDO Comportamento do Consumidor Infantil: a influência das crianças na decisão de compra dos pais acadêmicos da Universidade Federal do Pampa - UNIPAMPA, campus Santana do Livramento/RS. / CAMILA MACEDO VIEGA. 62 p. Trabalho de Conclusão de Curso(Graduação)-Federal do Pampa, ADMINISTRAÇÃO, 2016. "Orientação: Andressa Hennig Silva". Universidade 1. Comportamento do Consumidor. 2. Consumidor na Infância. 3. Estratégias do Marketing. I. Título. CAMILA MACEDO VIEGA COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR INFANTIL: A INFLUÊNCIA DAS CRIANÇAS NA DECISÃO DE COMPRA DOS PAIS ACADÊMICOS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA – UNIPAMPA, CAMPUS SANT’ANA DO LIVRAMENTO/RS. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito para obtenção do título de Bacharel em administração pela Universidade Federal do Pampa UNIPAMPA. Área de Concentração: Marketing Trabalho de Conclusão de Curso defendido e aprovado em: 05 de julho de 2016. Banca examinadora ________________________________________________________________ Prof. Msc. Andressa Hennig Silva ADMINISTRAÇÃO - UNIPAMPA ________________________________________________________________ Prof.Msc. Jaqueline Silinske ADMINISTRAÇÃO - UNIPAMPA Dedico este trabalho com muito carinho a minha amada mãe Mirta L. Macedo Viega, que sempre me incentivou para realização dos meus ideais, encorajando-me nos momentos mais difíceis na vida, e acima de tudo pelo apoio, compreensão e contribuição para a minha formação acadêmica. AGRADECIMENTOS Nenhuma batalha é vencida sozinha. No decorrer desta luta algumas pessoas estiveram ao meu lado e percorreram este caminho comigo como verdadeiros soldados, estimulando que eu buscasse a minha vitória e conquistasse o meu sonho. Agradeço em primeiro lugar a Deus que iluminou o meu caminho durante todo o percurso desta caminhada, que me ouviu nos momentos difíceis, me confortou e me deu forças para chegar onde eu estou. Agradeço aos meus pais Edilson Moraes Viega (in memorian) e Mirta Liziane Macedo Viega, aos meus amados irmãos Leonardo Viega e Ricardo Viega, que não só neste momento, mas em toda a minha vida estiveram comigo, ao meu lado, fornecendo apoio, compreensão e estímulo em todos os momentos. Agradeço muito, em especial, a minha mãe Mirta L. Macedo Viega que nunca mediu esforços para que este sonho se tornasse realidade, que me ensinou a ser uma mulher de força e um ser humano íntegro, com caráter, coragem e dignidade para enfrentar a vida. Uma mãe que me deixou livre para seguir minhas escolhas, porém sempre indicando o caminho correto. Muito obrigada também a minha orientadora Andressa Hennig Silva, que foi muito paciente desde o inicio desta empreitada, por ter me ajudado e guiado no decorrer deste trabalho. Agradeço também, em especial, uma pessoa muito especial, que sempre se manteve ao meu lado, mesmo a distância, desde o inicio, nas horas mais difíceis e partilhando das alegres também. Agradeço também a minha primeira amiga na cidade de Santana do Livramento, Valquiria Malinowski que esteve ao meu lado durante todo o trajeto deste percurso, me aguentando nos dias mais difíceis e compartilhando também das vitórias dos dias alegres. Aos meus amigos e colegas do “covil”, Elisiane, Carla, Cassia, Paula, Kathia, Bruna, Jorge e Samu, que com certeza teria sido muito mais difícil esta caminhada se não tivessemos nos encontrado no caminho, e que partilharam de boas risadas quando a vontade muitas vezes era de desistir. Agradeço em especial uma pessoa que não mediu esforços para me ver feliz e que desde o dia que eu o conheci se manteve fiel ao meu lado, Thiago Tavares Linhares. Aos meus amados amigos de Dom Pedrito, Carol, Glauber, Reane, Nena, que sempre mandavam palavras de apoio, e permaneceram sempre junto comigo, mesmo de longe sempre estiveram perto. As minhas amigas de Livramento que fizeram dos meus dias e dos meus finais de semanas, dias que se eternizaram, Luiza, Luiza S., Dani, Adriana, e aos meus amigos Lucas e Rodolfo Obrigada a todos que contribuíram até aqui, prometo-lhes que este é só o começo. Só se pode alcançar um grande êxito quando nos mantemos fiéis a nós mesmos. Friedrich Nietzsche RESUMO Este estudo tem como objetivo analisar a influência que as crianças têm nas decisões de compras dos pais. Buscou-se verificar os tipos de produtos que os filhos mais influenciam, e a aceitação dos pais diante essas influencias, também identificar a opinião dos pais com as propagandas direcionadas ao público infantil. Dessa forma, a pesquisa apresenta abordagem quantitativa, caráter descritivo e o método survey. Foram aplicados questionários, aos estudantes da Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA, campus Santana do Livramento, os quais são pais de crianças com idades entre 02 e 12 anos. Obteve-se um total de 69 respondentes para amostra deste estudo. Os dados foram analisados com o auxílio em determinadas questões da média, mediana e desvio padrão, para outras utilizou-se de frequências e porcentagens, e para melhor visualização foram ilustradas através de tabelas e gráficos. Os principais resultados evidenciam que a maior parte das crianças não opina quando a compra de produtos é destinada ao uso familiar, assim esses produtos não são influenciados por elas. Já quando as compras são para uso das próprias crianças, produtos como brinquedos, jogos e/ou eletrônicos, são mais afetados pela opinião dos filhos. Ademais, percebeu-se também que frequentemente as propagandas influenciam nos desejos das crianças, o qual faz com que os pais se preocupem com o consumismo dos filhos, apesar disso a maioria dos respondentes assegurou ser, apenas em partes, contra a publicidade direcionada ao público infantil. Palavras-chave: Consumo infantil. Marketing. Influências na hora da compra. ABSTRACT This work aims to analyze the influence that children have on parents' purchasing decisions. It sought to analyze the types of products that the children most influence, and parental acceptance before these influences also identify the opinions of parents with advertisements directed at children. Thus, the research presents quantitative approach, descriptive and survey method. Questionnaires were applied to students of the Federal University of Pampa UNIPAMPA campus Santana do Livramento, which are parents of children aged 2:12 years. Obtained a total of 69 respondents for our sample. Data were analyzed with the aid in certain average issues, median and standard deviation, for others it was used frequencies and percentages, and for better viewing were illustrated by tables and graphs. The main results show that most children no opinion when buying products is intended for family use, as these products are not influenced by them. But when purchases are for use of the children themselves, products such as toys, games and / or electronic, are most affected by the opinions of small. Moreover, it is also noticed that often the advertisements influence in children's desires, which makes parents worry about the consumption of their children, yet most respondents assured being, only in part, against the targeted advertising to the public child. Keywords: children's consumption. Marketing. Influences the time of purchase. LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Processo de desenvolvimento das aptidões cognitivas. ............................. 26 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Os 4Ps do mix de marketing. ....................................................................... 31 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Perfil dos entrevistados................................................................................ 40 Tabela 2 - Comportamento dos pais e dos filhos diante as propagandas direcionadas ao público infantil.......................................................................................................................... 54 Tabela 3 - Efeitos da publicidade infantil. .................................................................... 56 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Influencia e decisão dos filhos nas compras da família. ............................ 43 Gráfico 2 - Tipo de opinião dos filhos nas compras da família. ................................... 44 Gráfico 3 - Compra de produtos por insistência ou para agradar os filhos .................. 45 Gráfico 4 - Solicitação e acompanhamento na hora da compra. .................................. 46 Gráfico 5 - Demora e gastos acompanhados dos filhos. ............................................... 47 Gráfico 6 - Decisão dos filhos sobre as próprias compras............................................ 48 Gráfico 7 – Produtos e/ou serviços mais influenciados na hora da compra. ................ 49 Gráfico 8 - Táticas de convencimento na hora da compra. .......................................... 51 Gráfico 9 - Sacrificam o orçamento familiar comprando produtos que agradem seus filhos. ........................................................................................................................................ 51 Gráfico 10 - Aceitação das opiniões dos filhos nas decisões de compras. ................... 52 LISTA DE ABREVIATURAS CONAR – Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária ABA – Associação Brasileira de Anunciantes CONANDA – Conselho Nacional da Criança e do Adolescente SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 17 1.1 PROBLEMÁTICA ............................................................................................................. 18 1.2 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 19 1.2.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................ 19 1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................................... 19 1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 19 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ....................................................................................... 20 2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 22 2.1 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR ..................................................................... 22 2.2 O CONSUMIDOR NA INFÂNCIA .................................................................................. 25 2.2.1 Desenvolvimento Cognitivo e as Aptidões do Consumidor Infantil ............................... 25 2.2.2 A Criança e a Compra ..................................................................................................... 27 2.2.3 As Consequências do Consumismo Infantil .................................................................... 29 2.3 ESTRATÉGIAS DO MARKETING ................................................................................. 30 2.3.1 O Marketing e o Público Infantil ..................................................................................... 32 3 MÉTODO ............................................................................................................................. 36 3.1 TIPO DE PESQUISA ......................................................................................................... 36 3.2 MÉTODO ESCOLHIDO ................................................................................................... 36 3.3 TÉCNICA DE COLETA DE DADOS............................................................................... 37 3.4 POPULAÇÃO E AMOSTRA ............................................................................................ 37 3.5 TÉCNICA DE ANÁLISE DE DADOS ............................................................................. 38 4. ANÁLISE DOS DADOS .................................................................................................... 40 4.1 PERFIL DA AMOSTRA ................................................................................................... 40 4.2 COMPORTAMENTO DOS PAIS E DOS FILHOS NO PROCESSO DE COMPRA ..... 43 4.4 O MARKETING VOLTADO AO PÚBLICO INFANTIL................................................ 53 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 58 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 61 ANEXO - QUESTIONÁRIO DE PESQUISA ..................................................................... 66 1 INTRODUÇÃO Ao final da década de 1960, diversos profissionais concentraram seus esforços para moldar aquela que seria uma das muitas áreas empresariais, e uma das disciplinas acadêmicas mais investigadas de todo o mundo, o "comportamento do consumidor" (KARSAKLIAN, 2000). Segundo Dexheimer e Bacha (2011), ninguém nasce consumista, o consumismo está exclusivamente ligado a formações de ideias agregadas a uma manipulação mental de hábitos, no que faz com que a diferença de idade se torne nula, pois todos são impactados pelas mídias, gerando cada vez mais um estímulo de consumo maior. Corroborando, Caldas (2011) ressalta que o público infantil está se tornando cada vez mais o público alvo desta manipulação, por ser um público vulnerável diante as estratégias de marketing das empresas. O público infantil também enfrenta dificuldades de percepção diante a intenção persuasiva motivada pelas propagandas. Ademais, de acordo com o Instituto Alana (2012) no Brasil as crianças permanecem em média cinco horas por dia em frente à televisão, ficando cada vez mais expostas as influencias emitidas pelos meios de comunicação. Montigneaux (2003) ressalta que as crianças estão, cada vez mais, ganhando o direito de serem escutadas pelos adultos. E por sua vez, até mesmo em relação ao consumo, sendo reconhecidas como indivíduos de desejos e necessidades. Giglio (2002), explica que certos desequilíbrios sucedidos no ambiente familiar ocorreram principalmente pela inclusão das mulheres no mercado de trabalho, pois as mulheres, mães de famílias começaram a ficar mais tempo fora de casa. Em resultado desta oscilação familiar, os pais por sua vez, introduziram as crianças nas conversas familiares para suprirem as suas ausências, e assim fazendo com que as crianças participassem mais das decisões familiares. O autor também afirma que os profissionais de marketing compreendem as mudanças no comportamento das crianças e dos jovens desde cedo, e fazem então uma associação deles com o consumo prematuramente, através das propagandas. A propaganda é um meio de influência que também está vinculado ao processo de decisão de compra. Acerca da publicidade voltada ao consumidor infante, Karsaklian (2012) comenta que um grande número de propagandas são destinado a este consumidor, que é visto tanto como público alvo, mas também possível influenciador na decisão final de seus responsáveis. 1.1 Problemática A sociedade em geral vem passando por um grande processo de transição. A globalização tem papel considerável neste processo e como não poderia deixar de ser, a família, entendida como núcleo da sociedade, tem sido modificada radicalmente, gerando consequências de toda ordem, as quais ainda não são bem assimiladas pelos indivíduos. Underhill (2009) afirma que este processo vem afetando as famílias com constantes transformações, é resultado das últimas décadas que consideravelmente fortaleceu-se o ingresso das mulheres no mercado de trabalho, e assim vieram a contribuir também nos orçamentos familiares. Em consequência dessas transformações, o autor explica que a ausência dos pais dentro do ambiente familiar, uma vez que ambos estão trabalhando, está tornando crianças mais independentes, e em função desse afastamento, em certos casos, os pais estão compensando os filhos com agrados de bens materiais e serviços de lazer. Ademais, com os filhos crescendo nessa maneira de compensação e sob influência da mídia persuasiva, De Sá et al. (2012) afirmam que os pais precisam ter cautela na liberdade concedida as crianças quanto as decisões de consumo delas. Essa problemática tem levantado a discussão sobre a regulamentação das publicidades direcionadas ao público infantil, e em relação a isso Amaral (2009) afirma que é motivo de saúde pública regulamentar, pois muitas delas focam em guloseimas, fazendo com que o excesso do consumo de determinados produtos, como: balas, chicletes, biscoitos, entre outros, resulta no aumento do distúrbio da obesidade na infância e adolescência. Além de problemas como o consumo exagerado, a preocupação se encontra também na precocidade da inserção do público infantil no mundo dos adultos, a alienação por parte dos maiores compromete o desenvolvimento mental, cultural e social dos pequenos, resultando em futuros cidadãos que só alcançam satisfação no consumo, não conseguindo assim pensarem por si próprios (JUNQUEIRA et al., 2014). Assim, na visão de Karsaklian (2012) nossa sociedade capitalista está diretamente relacionada ao consumismo, influenciando notavelmente o público infantil, tornando-os cientes de sua participação no mercado consumidor, criando assim um consumidor precoce e influenciável. Com base nesse contexto, este estudo propõe o seguinte problema de pesquisa “Qual a influência das crianças nas decisões de compra dos pais?”. 1.2 Objetivos Nesta seção serão abordados os objetivos geral e específicos. 1.2.1 Objetivo Geral Analisar a influência que o consumidor infantil exerce no processo de compra dos pais, acadêmicos da Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA, campus Sant’ana do Livramento/RS. 1.2.2 Objetivos Específicos - Identificar o perfil sociodemográfico dos respondentes; - Mapear as compras (produtos/serviços) que as crianças mais influenciam no processo de compra dos pais; - Analisar o comportamento dos pais diante as influências exercidas pelos filhos; - Mensurar a opinião dos pais sobre a propaganda voltada para o público infantil. 1.3 Justificativa O consumo infantil tem aumentado significativamente nos últimos anos, o que por si sinaliza a importância de um estudo direcionado ao comportamento desse consumidor. Na visão de Karsaklian (2012), esse aumento pode ser consequência da vulnerabilidade do consumidor infantil e da grande quantidade de informações recebidas, resultado das ações de marketing, o que gera como consequência o desejo de querer tudo o que a criança considera “bonito e legal” que as propagandas transmitem. Ainda na visão da autora, as crianças de hoje em dia se tornaram crianças acumuladoras, visto que após o nascimento elas têm um simples chocalho, e ao atingirem seus 20 anos de idade já possuem um número significativo de bens. Nesse contexto, faz-se necessário a observação da influência que as crianças exercem sobre os pais na hora da compra, pois, de acordo com Beulke (2005), para o mercado a criança pode ser de grande importância, visto o seu poder de influência nas decisões de compras dos pais. Autores como Junqueira et al. (2014), enfatizam que existe uma preocupação com o estímulo ao consumo exagerado das crianças por parte dos pais, uma vez que tentam compensar com bens materiais suas ausências no dia a dia dos filhos. Os autores ainda relata a hipótese de uma relação entre o marketing infantil televisivo, o consumo dos pais, e também a forte influência que as crianças exercem perante a esse consumo. Com isso, a escolha do tema do presente trabalho provem do estudo de um assunto que segundo Veloso (2008) é um segmento de mercado pouco pesquisado no Brasil, mas de extrema importância perante futuras pesquisas e conhecimentos. A escolha do tema tem como justificativa o cenário atual, em que a rotina de trabalho dos pais resultou nas mudanças familiares e socioeconômicas ocorridas na sociedade, o que também possivelmente gerou como consequência a forte valorização da opinião da criança no ambiente familiar. Assim, buscar compreender a influência das crianças e a aceitação dos pais é importante, pois trata-se do futuro promissor de consumidores. 1.4 Estrutura do trabalho O presente trabalho encontra-se estruturado da seguinte forma: na primeira parte é apresentado o capítulo da introdução, o qual contempla o tema deste estudo, assim como a problemática, os objetivos geral e específicos e a justificativa da pesquisa. Na segunda parte deste estudo, será abordado o referencial teórico que está composto pelos seguintes tópicos: Comportamento do consumidor; O consumidor na infância, destacando seus sub-tópicos em: Desenvolvimento Cognitivo e as Aptidões do Consumidor Infantil; A Criança e a Compra; As Consequências do Consumismo Infantil. E para finalizar o referencial teórico, foi explanado as Estratégias do Marketing, abrangendo o Marketing e o Público Infantil. Na terceira parte deste trabalho, encontra-se o método utilizado para a realização desse estudo, incluindo o tipo de pesquisa, o método escolhido, assim como a técnica de análise de coleta de dados, a aplicação do instrumento para a coleta dos dados e a técnica que será utilizada para analisa-los. Na quarta parte desta pesquisa é apresentada a análise dos dados coletados, demonstrados em tabelas e gráficos, o qual se encontra estruturado da seguinte forma: descrição do perfil da amostra; o comportamento dos pais e dos filhos no processo de compra; o comportamento dos pais diante as influências exercidas pelas crianças; e a análise do marketing voltado ao público infantil. A quinta e última parte deste estudo é constituída pelas considerações finais, seguida das referências e anexo. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Comportamento do Consumidor O comportamento do consumidor de acordo com Karsaklian (2000) é o resultado da personalidade de cada indivíduo, pois o que é interessante para um, pode deixar a desejar para outro. Dessa forma, Karsaklian (2012, p.13) explica que: O consumidor é apenas uma parte do ser humano. O consumidor é uma parte de todos nós. E como todos nós, como todos os humanos, o consumidor tem lá suas motivações para a busca de determinadas ambições, para a conquista de determinados espaços, para a realização pessoal. Para isso, Schiffman e Kanun (2012) explicam a importância de estudar e entender o comportamento do consumidor, pois, o foco está em saber como os indivíduos tomam decisões para utilizar seus recursos disponíveis como o tempo, o dinheiro e o esforço disponível dos indivíduos em itens relativos ao consumo. Kanuk (2012, p. 01), ressalta que: [...] isso inclui o que eles compram, por que compram, quando compram, onde compram, com que frequência compram, quantas vezes usam o que compram, como avaliam o que compram após a compra, o impacto dessas avaliações em futuras compras e como se desfazem do que compram. Diante das afirmações, o estudo de como o consumidor se comporta perante a uma decisão de compra, está bem além de só conhecer o cliente como público alvo, mas conhecer a maneira como se comporta em relação a itens que envolvem todo cenário de compra, como os recursos que ele tem disponível, assim como todo procedimento de pré e pós compra. Para Solomon (2002, p.86) “o campo do comportamento do consumidor abrange uma ampla área: é o estudo dos processos envolvidos quando indivíduos ou grupos selecionam, compram, usam ou dispõem de produtos, serviços, ideias ou experiências para satisfazer necessidades e desejos”. Blackwell, Miniard e Engel (2005), seguem a mesma linha de raciocínio de Kanuk (2012), pois ressaltam que existem várias atividades incluídas na definição de comportamento do consumidor, as quais são: obtenção, consumo e a eliminação. Tendo em vista o ponto de vista dos autores anteriormente citados, é importante ressaltar que o processo de compra não termina no momento que a compra é feita, pois os impactos que essa compra irá fazer na vida do consumidor, assim como a utilização do mesmo, refletirá decisivamente no comportamento do consumidor diante o produto, de modo a facilitar principalmente o conhecimento dos estímulos e necessidades de cada comprador. Contudo, vê-se em Schiffman e Kanuk (2012) que essa necessidade de compreender os propósitos e as maneiras de agir do consumidor não é de hoje, pois Schiffman e Kanuk (2012, p. 02) afirmam que: Há muito tempo atrás, Henry Ford ignorou a necessidade do consumidor e se viu obrigado a fazer modificações drásticas em sua linha de montagem, gerando assim novos produtos para conquistar a satisfação do cliente. Assim, percebe-se que o consumidor sempre precisou ser entendido, para que se obtenha o sucesso nas empresas. Saber o máximo de detalhes sobre as tendências do consumidor é fundamental não apenas para desenvolver argumentos que convençam e cativem os que ainda não são clientes, como também para fidelizar aqueles que já fazem parte da clientela. Blackwell, Miniard e Engel (2005) enfatizam que existem várias razões para estudar o comportamento do consumidor, dentre elas um estudante universitário que precisa porque o curso exige, ou um executivo tentando ganhar conhecimento para entender as inclinações do consumidor. Com esses estudos, Blackwell, Miniard e Engel (2005, p.10), afirmam que hoje em dia as empresas reconhecem que o consumidor é rei. “Em essência, a analise de comportamento do consumidor ajuda as empresas a descobrir como agradar o rei e com isso impactar diretamente a receita.” Nesse sentido, eles afirmam que o consumidor é quem precisa ser entendido, sobretudo, para então procurar deixá-lo satisfeito. No entanto, para Abraham Maslow (1954 apud KARSAKLIAN, 2012), o ser humano apresenta necessidades a serem seguidas, em função das prioridades e hierarquias. Para ele estes casos passariam por escalonagem, na qual iriam trocando de nível a outro mais alto conforme a medida anterior fosse satisfeita. Já Hawrins, Mothersbaugh e Best (2007), explicam que os indivíduos desenvolvem uma visão de si mesmo (autoimagem) e subsequentes estilos de vida (viver de um modo específico de acordo com os recursos disponíveis) com base em uma variedade de influências internas (principalmente psicológicas e físicas) e externas (principalmente sociológicas e demográficas). Para os autores as influências externas se subdividem em (cultura, subcultura, fatores demográficos, status social, grupos de referencia, família e atividades de marketing). Já as influências internas estão divididas em (percepção, aprendizado, memória, razões, personalidade, emoções e atitudes). Assim, Schiffman e Kanuk (2012), corroboram destas influências, internas e externas, e explicam que através deste processo de interferências que o indivíduo sofre é que ele seleciona, organiza e interpreta os estímulos recebidos baseados em suas visões de mundo. Ainda que cada indivíduo passe por um processo de influência, Blackwell, Miniard e Engel (2005) afirmam que na hora do processo da tomada de decisão de uma compra, cada pessoa pode desempenhar um papel diferente, o autor ainda explica que o primeiro papel no processo de uma compra, é do iniciador, se referindo ao indivíduo que tem a ideia da compra. O segundo papel é do influenciador, indivíduo que influencia direta ou indiretamente sob o processo da compra. O terceiro papel executado no processo de decisão de um compra, é o decisor que realmente efetiva a decisão da compra. O quarto papel desempenhado, é o comprador, indivíduo que vai à loja para efetuar a compra. E o quinto e último papel no processo de decisão de compra de um produto é o do usuário, aquele que utiliza e usufrui da mercadoria. Diante dos diferentes desempenhos dos indivíduos na hora das decisões de compras, as crianças segundo Junqueira et al. (2014) são capazes de encarregarem-se a exercer uma resistente influência sobre os pais, e ainda desempenharem a estimulação do consumo a terceiros, principalmente de seus pais e responsáveis. Com base nas afirmações de que na hora das compras as crianças são capazes de exercer forte influência sobre as decisões dos pais, uma pesquisa de campo exploratória e quantitativa, aplicada em crianças entre 08 e 11 anos, estudantes do 3° e 4° ano de uma escola particular localizada em São Paulo, foi constatado que em consequência das ações das empresas, existe uma forte atuação do marketing em divulgação de produtos direcionados ao público infantil, no qual o contato das crianças com essas ações resultam na capacidade de influência que elas desenvolvem sobre os pais na hora da tomada das decisões de compras. Os autores afirmam que as crianças conseguem convencer os seus pais a comprarem o que elas desejam com pedidos e até mesmo olhar dócil transmitidos por elas, e ainda relatado pelas próprias crianças, elas garantem que imploram para o pai e/ou mãe e mesmo assim se um deles não deixa elas pedem para o outro e garantem conseguirem o que desejam (DEXHEIMER; BACHA, 2011). 2.2 O Consumidor na Infância Na Idade Média não existia consciência de que as crianças eram diferentes dos adultos, pois eram tratadas e vistas como homens e mulheres em tamanhos reduzidos. No entanto, entre os séculos XV e XVI, as crianças e os pais começam a viver mais próximos afetivamente, o que resulta em reconhecimento de que a criança é um ser diferente do adulto. Assim, no século XIX a criança sai do anonimato e centraliza a atenção dos adultos. Desde então, os típicos padrões comportamentais da época perante as crianças foram substituídos pelo princípio de que a criança precisa brincar (KARSAKLIAN, 2012). De Sá et al. (2012) afirmam que as crianças além de passarem a ser reconhecidas como diferentes dos adultos, começaram a ser reconhecidas como indivíduos com vontades e necessidades próprias, inclusive quando relacionado ao consumo. Assim, para entender uma criança e ter a capacidade de perceber a forma como ela vê o mundo, é necessário compreender alguns aspectos de seus desenvolvimentos, tanto os psicológicos como os cognitivos (ALVES, 2011). Conforme mostra o próximo tópico. 2.2.1 Desenvolvimento Cognitivo e as Aptidões do Consumidor Infantil O desenvolvimento cognitivo da criança na visão de De Lima (2010) compreende em organizar as ideias que as informações passam e o conhecimento adquirido perante a relação que a criança mantém com o mundo externo. O autor também explica que as brincadeiras das crianças são primordiais em cada etapa de suas vidas para os seus desenvolvimentos cognitivos, pois proporcionam a elas situações que favorecem o aprendizado em novos conhecimentos, e assim dispõe de novas estruturas mentais através das conexões cerebrais, resultando na percepção do mundo ao seu redor destarte inserindose nele. Corroborando, Le Bigot (1980 apud KARSAKLIAN, 2012) as crianças trocam de fases conforme a idade vai aumentando, dessa maneira as aptidões cognitivas vão se desenvolvendo e conduzindo a um efeito de entendimento no campo da aquisição de produtos, resultando em uma grande ampliação no ambiente do consumo. O autor enfatiza que este processo, de troca de fases, e consequentemente o desenvolvimento das suas aptidões cognitivas, da seguinte maneira: Quadro 1 – Processo de desenvolvimento das aptidões cognitivas. De 0 a 6 anos: Produtos individuais que lhe dizem respeito diretamente: 0 a 2 anos – Mais rejeição do que solicitação sobre brinquedos e comidas que lhe são mostrados. 2 a 4 anos – Primeiras solicitações em relação a roupas, livros e discos. 4 a 6 anos – As preferências são mais acentuadas. De 7 a 11 anos: Ampliação dos centros de interesse em direção a produtos familiares: 7 a 8 anos – Os pedidos são mais precisos e cada vez mais orientados para os produtos familiares utilizados. 9 a 11 anos – Compras familiares, como automóvel, férias ou equipamentos, e surgimento de desejos por produtos para adultos. De 12 a 14 anos: A criança entra na idade do especialista e se focaliza sobre um número reduzido de centros de interesse e torna-se imbatível em certas áreas (motos, informática...). Seu universo se reorganiza em torno dessas especialidades. Fonte: Adaptado de Karsaklian (2012, p. 241). Uma análise feita por Mc Neal (1992 apud BALLVE, 2000) corrobora do mesmo processo das fases pelas quais as crianças passam quando estão em seus estágios de desenvolvimentos de suas capacidades adquiridas como consumidoras. No entanto, o autor afirma que o começo dessas aptidões inicia-se desde a mais tenra idade da criança, pois os pais já as levam junto para fazer determinadas compras, para o autor é desde este momento que as crianças observam os protótipos de consumos que estão sendo transmitidos. No entanto, Karsaklian (2012) coloca que não basta apenas a criança dizer que deseja um determinado produto que ela irá tornar-se uma consumidora, pois é preciso que ela tenha noção do real valor do dinheiro e que tenha entendimento para compreender a necessidade de determinar possíveis despesas. Karsaklian (2012, p. 255) afirma que “na cabeça dos pequenos, existem somente duas coisas para fazer com o dinheiro: ou gasta-se tudo de uma vez ou guarda-se o dinheiro que se tem”. Entende-se assim que as crianças não controlam ainda seus gastos, economizando um pouco do dinheiro e gastando quando se é necessário. Para isso, Marshall e Magruder (1960 apud KARSAKLIAN, 2012), testaram hipóteses com a aquisição de experiências das crianças em relação às compras o que possibilitou um melhor comportamento em relação ao dinheiro. Assim, concluíram que dentre alguns fatores fornecer dinheiro as crianças para elas gastarem livremente é necessário, pois toda compra é ganho de experiência, no entanto esse valor tem que ser dado em forma de mesada, assim os pequenos poderão estabelecer objetivos desenvolvendo dessa maneira o seu comportamento em função as compras, e por fim a autora destaca para a melhoria deste comportamento a importância que os pais tem na hora de ajudar a criança a entender que parte deste dinheiro precisa ser economizada, para que assim os desejos possam ser alcançados concomitantemente. 2.2.2 A Criança e a Compra Em conjunto aos procedimentos referentes aos meios de desenvolvimentos cognitivos e suas aprendizagens, Alves (2011) explica que a criança ainda tem que organizar uma demanda de experiências obtidas ligadas ao consumo. Pois tanto seus desenvolvimentos cognitivos como as suas aprendizagens possibilitam a evolução da criança como consumidora. Junior e Camargo (2011) utilizam o fator consumo e consumismo em diferentes conceitos, explicando assim que no consumo as pessoas compram apenas aquilo que lhes é necessárias para a sobrevivência, fator que o diferencia do consumismo, pois neste o individuo tende a gastar em produtos supérfluos, em que são movidos pelos desejos ou pelos prazeres da compra. Solomon (2008) relata que em relação ao mercado formado pelo público infantil existem três fases das decisões de compras que esse público representa: o mercado primário, o qual se refere a compras realizadas diretamente pelas crianças; o mercado de influência, no qual constata-se as argumentações das crianças e a maneira como se comportam intervindo nas decisões de compras dos pais, assim como, a escolha de determinadas marcas do produto em questão; e a terceira fase está com o mercado futuro, que resulta nas intensas ações do marketing, o qual visa estabelecer uma relação da marca com a criança, na tentativa de tornarem adultos fiéis a determinadas empresas. As crianças também absorvem um comportamento de consumo através de exemplos familiares, conforme Engel, Blackweel e Miniard (2005) explicam, a medida que os pais demonstram fidelidade por uma marca específica, as crianças percebem e associam a marca como consequência de produto bom, assim muito desses comportamentos são aprendidos na infância. Um dado importante apontado por Solomon (2008) chama a atenção ao fato da criança como consumidora, pois afirma que 90% das crianças quando fazem os pedidos de compras para os pais, fazem estipulando a marca do produto, ou seja, além de realizar o pedido, o produto tem que ser “esse ou aquele” determinado. Porém, para os pais aceitarem as solicitações dos filhos, Roberts, Wortzel e Berkeley (1981 apud KARSAKLIAN, 2012), explicam que existem três maneiras que se tornam prioritárias para a aceitação desses pedidos: - A dimensão econômica: elas consideram, antes de tudo, o status econômico da família e têm um conhecimento preciso sobre os preços, considerando-o fator prioritário; - A dimensão de saúde: no caso de produtos alimentícios, esta dimensão assume uma grande importância, pois se os produtos que pedem os filhos são para ela considerados pouco benéficos para a saúde, ela será muito mais relutante à compra; - A dimensão personalidade: mãe mais liberal ou mãe mais conservadora terão relações diferentes com seus filhos e essas relações serão traduzidas em sua boa vontade em atender às solicitações de seus filhos ou não. (KARSAKLIAN, 2014, p. 260). No entanto, Dexheimer e Bacha (2011) vão além dos simples pedidos das crianças em relação às compras para uso próprio e afirmam que os pequenos estão além de influenciando nas compras dos pais, participando também do planejamento familiar, de modo que já fornecem opiniões como: a escolha de roteiros de viagens da família, a ajuda na escolha da cor do carro dos pais, assim como o que eles irão comprar no supermercado, dentre outros fatores que antes os pequenos não tinham conhecimento. Em consequência dessas afirmações, uma pesquisa realizada por De Sá et al. (2014), com pais de crianças de 02 a 12 anos de idade, sobre as influencias dos filhos no processo de decisão de compras dos pais, obteve como resultado, que muitos filhos solicitam para acompanhar os pais na hora da compra, e os mesmos cedem aos pedidos e os levam junto, assim fora destacado como resultado, que a maior parte dos filhos opinam na hora da compra, e os pais, novamente, consideram as opiniões dos filhos. 2.2.3 As Consequências do Consumismo Infantil Os efeitos que o consumismo pode trazer para as crianças tende a provocar graves consequências, pois se tratam de indivíduos vulneráveis que se encontram em pleno desenvolvimento. Os resultados de um excesso de consumismo para as crianças promove as seguintes consequências: o desenvolvimento precoce, a obesidade, o aumento da geração de consumos, a adultização precoce, entre outros efeitos (CHECHELAKY; CORREA, 2014). Segundo Barros (2011) o marketing, entre outros meios de comunicação, são os principais responsáveis por uma das grandes consequências do consumismo infantil: os hábitos alimentares das crianças. O autor enfatiza que indivíduos que frequentam supermercados percebem a grande proposta de produtos que são destinados ao público infantil, tais como as atraentes embalagens com diversos personagens e desenhos ilustrativos destinados aos pequenos, com o intuito de despertar a atenção das crianças e assim o seu desejo de consumir. Assim, Brei, Garcia e Strehlau (2011, p. 102) corroboram desta ideia e explicam que “muitas vezes, a inspiração das crianças para o consumo vem da admiração que as mesmas têm por seus ídolos, que costumam ser personagens de desenho animado, cantores, artistas ou esportistas normalmente expostos na mídia de massa.” Outra grande consequência do consumismo infantil abordada por Brei, Garcia e Strehlau (2011), encontra-se no desenvolvimento do processo de erotização precoce infantil, no qual diversos itens de consumos apropriados para adultos, como o uso de roupas intimas e sapatos com saltos estão sendo destinados as crianças. Em relação à precocidade da erotização infantil, a psicanalista Ana Olmos1, em entrevista ao Instituto Alana, esclarece que: A erotização é precoce quando acontece antes da fase em que a criança estaria dentro da faixa etária correta para aquele estímulo. Ela é precoce também se os conteúdos que aparecem para ela são precoces aquela faixa de idade. Assim, aquilo que é sugerido ou até mesmo estimulado está fora dessa faixa etária, pode trazer problemas. Esse tipo de problema é ruim e deixa a criança perdida. São informações de difícil compreensão que podem ter impactos negativos para ela. (ANA OLMOS, 2009, p. 08 apud GUTJAHR; JOHN, 2012). Desta maneira toda vez que roupas, sapatos, acessórios, entre outros itens designados para o uso adulto e que são normalmente utilizados por crianças, e que ainda declaram tais costumes como naturais, acabam influnciando com o psicológico e o imaginário dos pequenos, trazendo como consequência a ideia de que podem se portar com um adulto, porém sem conhecimentos necessários para lidar com este tipo de transformação (GUTJAHR; JOHN, 2012). Assim, a preocupação com o consumismo infantil, e os possíveis impactos que este comportamento pode ocasionar, motivou a criação de uma entidade sem fins lucrativos criada em 1994, com a missão de desenvolver atividades em prol da defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes, conhecida como Instituto Alana, a entidade se tornou uma das principais referências organizacionais em combate a estas exposição das crianças ao consumo, e segundo Arreguy e Loyola (2011) a organização se dedica a interpelar pela quantidade e qualidade de estímulos causados pelos comerciais que serão sucessivamente recebidos pelas crianças. 2.3 Estratégias do Marketing O marketing é definido por Kotler e Keller (2012) de uma maneira breve, porém com uma excelente definição, ao afirmar que o marketing nada mais é que contemplar as necessidades humanas obtendo lucros. Desta maneira, “a propaganda tem o poder de influenciar as pessoas a fazerem coisas que não fariam se não estivessem expostas a esse recurso. Levado ao extremo, isso 1 anos. Conselheira do Projeto Criança e Consumo do Instituto Alana, e trabalha com crianças a mais de 30 sugere que a propaganda é capaz de modificar a vontade das pessoas” (JUNQUEIRA et al., 2014, p. 04 apud SHIMP, 2009, p. 85). No entanto, Churchill e Peter (2000) argumentam que o marketing pode ser usado em duas funções no desenvolvimento de ideias, tanto visionando o lucro ou não, e explica que na grande maioria das vezes o marketing é aplicado para ambos os fins. Nesse sentido, Kotler (2012) corrobora e reconhece que do ponto de vista gerencial o marketing muitas vezes é visto como um fator de vendas de produtos, no entanto, explica que ao se depararem com os efeitos do marketing, o quadro gerencial se surpreende pois entende que a parte mais importante do marketing não é vender, tornando-se assim as vendas apenas a ponta do iceberg do marketing. Assim, profissionais classificam as atividades de marketing em ferramentas, nos quais foram denominados: produto, preço, praça e promoção, os quatro Ps do marketing, que na concepção de Kotler (2003, p. 51) o mix de marketing “descreve o conjunto de ferramentas à disposição da gerência para influenciar as vendas”. Kotler e Keller (2012) ilustram na Figura 2 as quatro ferramentas do composto de marketing que se segue: Figura 1 - Os 4Ps do mix de marketing. Fonte: Adaptado de Kotler e Keller (2012, p. 24) Desta maneira, Yamada (2007) explica essas variáveis e clarifica que produto é quando se trata de algum bem, serviço ou ideia que apresente valor em troca. Já o preço se específica no valor do produto para o cliente, abrangendo até as suas condições de pagamento. A praça se relaciona com a localização, distribuição e logística, abrangendo todas as variáveis que estão interligadas com o compromisso de fazer chegar o produto ao alcance do cliente. E por fim a promoção, é toda parte que envolve à comunicação dos benefícios de determinados produtos direcionados ao seu público-alvo, promovendo para isso propagandas e relacionamento com o cliente pós-vendas. Assim, o próximo tópico apresenta a relação do marketing com o público infantil. 2.3.1 O Marketing e o Público Infantil As pessoas não nascem consumidoras, porém aprendem a ser afirma Karsaklian (2004), desta forma a autora comprova que a vontade em adquirir produtos não é própria, e sim aprendida e desenvolvida de acordo com o ambiente social e cultural em que o individuo está inserido. A autora esclarece que nos casos das crianças quando surge o desejo de obter algum tipo de produto e o mesmo é comprado, elas concluem que a compra é a resposta adequada para suprir as suas vontades, o que torna-se assim uma necessidade de compra. Esse discernimento será a consequência da observação do comportamento dos pais e da influência que a propaganda e o marketing transmitem às crianças. Yamada (2007) relata que a televisão é o meio de comunicação mais acessível às crianças, independente da faixa etária e da classe social. Em consequência disto às empresas procuram cada vez mais conquistar os seus novos consumidores mirins e ainda empenham-se em mantê-los fiéis a marca por meio da publicidade televisiva adaptada a cada faixa etária. Desta maneira Karsaklian (2012) fundamenta que as propagandas direcionadas as crianças sofrem grandes críticas, principalmente quando veiculada à televisão. A autora explica que essas críticas contra a publicidade infantil ocorrem pelo fato das crianças não distinguirem o real propósito dos comerciais destes meios de comunicação, assim manifestar-se-iam incapacitados de um entendimento crítico, faltando condições de desenvolver uma contra argumentação, e deixando-se influenciar pela propaganda. Chechelaky e Corrêa (2014) corroboram desta afirmação e explicam que o mundo que os pequenos vivem é cheio de fantasias, com isso eles não conseguem distinguir a propaganda do desenho animado, fazendo com que ambos exerçam os mesmos efeitos, tornando assim o segmento infantil um bom atrativo para as empresas publicitárias. “A publicidade nas suas mais variadas formas, os meios de informação e a tecnologia também são responsáveis pela formação da personalidade de consumo desse público quando adulto”. (CHECHELAKY e CORRÊA, 2014, p. 57) Junqueira et al. (2014) ressalta que os responsáveis pelos anúncios publicitários passaram a dedicar mais atenção ao público infantil, pois conforme Nordi (2011) eles enxergam as crianças como um alvo fácil, por estarem sempre muito ligadas ao que acontece aos seus redores, principalmente quando se refere aos meios de comunicação. Assim, (NORDI, 2011, p. 07 apud SANTOS e GROSSI, 2007) destaca que: O marketing infantil vê nas crianças potenciais consumidores de todos os tipos de produtos, apresentando três formas de mercado: gastando o próprio dinheiro com desejos e necessidades, influenciando os gastos dos pais e sendo futuras consumidoras que se cultivadas desde então, proporcionarão novos consumidores. Porém, Sereda et al. (2009) afirmam que a publicidade quando direcionada ao público infantil viola o Código de Defesa do Consumidor disposto nos artigos 36 e 37 da Constituição tornando-se assim abusiva e ilegal. Como também desobedecem as regras dos direitos das crianças postas na Constituição Federal e no Estatuto da Criança e do Adolescente. Para isso, foi publicada no Diário Oficial da União em 13 de Março de 2014, pelo Conanda, a resolução n° 163/2014, que “dispõe sobre a abusividade do direcionamento de publicidade e de comunicação mercadológica à criança e ao adolescente”. Assim, organizações não governamentais como o Idec, Instituto Alana, entre outros, foram criadas para promover a conscientização e a defesa dos direitos humanos, e agora são as responsáveis em fiscalizar a aplicação da resolução. Um exemplo destas publicidades direcionada as crianças e das intervenções das organizações visando a defesa do público infantil, foi envolvida recentemente a empresa do Mc Donalds, conforme Valois (2013) menciona que o Instituto Alana por sua vez concedeu uma interpelação na qual contestava a publicidade comercializada no McLanche Feliz brindando as crianças com brinquedos do filme ‘Rio’ veiculadas também pela mídia, tratando-se assim de uma publicidade diretamente direcionada ao público infantil. No qual desobedece a resolução do Conanda (2014). Vale ressaltar que em muitos países as propagandas são extremamente proibidas de dar qualquer tipo de brinquedo, ou objeto colecionável, se efetuada a compra, pois assim esse oferecimento de brinde motiva a criança tanto a comprar para o ganho de determinado brinquedo, ou para suprir a necessidade de comprar e completar ou aumentar alguma coleção. Um exemplo de país que radicalmente proíbe este tipo de comercio é a Suécia, que censura qualquer propaganda destinada ao público infantil, com a finalidade de não incentivar a compra, um exemplo da proibição são as embalagens de alimentos totalmente neutras sem desenhos ou figuras infantis (AMARAL, 2009). Dexheimer e Bacha (2011) também corroboram desta afirmação e exemplificam a Espanha e a Inglaterra como proibidores de qualquer tipo de propaganda infantil, ressaltando ainda que na Inglaterra qualquer propaganda é analisada por órgãos competentes antes de ir ao ar, só disponibilizando o comercial se constar baixo incentivo aos pequenos. Desta maneira Karsaklian (2012, p. 249) interroga: “Enquanto muitos criticam a propaganda porque ela tenta persuadir a crianças, outros dizem não entender o porquê de tanta polêmica, pois afinal de contas influenciar não é a função da propaganda?” Este é o sentido no qual implica os prós e contras da publicidade direcionada ao público infantil, pois conforme Barreto (2008) enquanto os defensores da proibição da propaganda direcionada ao público infantil julgam que é necessário esse regulamento, pois afirmam que estas tendem a fazer mal as crianças por se tratarem de seres ainda em estágio vulnerável a informação. As empresas, por suas vezes, entendem e justificam que as crianças precisam ter opção de escolhas e acreditam que a proibição as tira o poder de liberdade de expressão. Assim, foi feita uma pesquisa para saber a opinião dos pais também com relação a publicidade direcionada as crianças. apresentar o método utilizado neste estudo. Destarte, o próximo tópico irá 3 MÉTODO Marconi e Lakatos (2009) conceituam método como um composto de atividades sistematizadas e coerentes, que com segurança e controle, possibilita atingir o resultado de maneira válida e verdadeira, localizando os erros e auxiliando nas resoluções de cientistas. Neste tópico será apresentado o método escolhido que será utilizado na aplicação da pesquisa, estruturado da seguinte maneira: tipo de pesquisa, método escolhido, técnica de coleta de dados, aplicação do instrumento de coleta de dados e técnica de análise dos dados. 3.1 Tipo de Pesquisa Este estudo configura-se como sendo de caráter descritivo, que de acordo com Gil (2010) as pesquisas caracterizam-se de maneira descritiva quando se tem como objetivo descrever as características de um determinado grupo, podendo também proporcionar o aumento do conhecimento do problema pesquisado tornando-o explicito. No que tange a abordagem, este estudo enquadrou-se como quantitativo, que conforme Marconi e Lakatos (2009) os métodos quantitativos descritivos são as funções primordiais nos procedimentos de amostragem na descrição de determinada população, assim como as exatas descrições de determinadas características quantitativas da população como um todo. Os autores também explicam que o método quantitativo utiliza de informações numéricas tanto para a realização de coleta de dados quanto para a sua interpretação. Michel (2005) corrobora dessas afirmações e expõe que uma pesquisa quantitativa utiliza quantificações nas suas variedades de reunir informações, assim como no seu tratamento, por meio de técnicas estatísticas como, por exemplo: percentual, média, desviopadrão, entre outros. 3.2 Método Escolhido De acordo com as características deste trabalho, o qual focaliza em uma pesquisa descritiva dispondo de métodos quantitativos, foi adequado escolher como técnica de coleta de dados a aplicação do método survey. Gil (2010) explica que uma pesquisa de método survey tem como característica primordial a interrogação direta das pessoas, cujo objetivo é conhecer o comportamento de cada uma. Desta maneira, é solicitadas informações do problema estudado para um grupo significativo de pessoas, que posteriormente mediante análise quantitativa obter-se-á conclusões correspondentes aos dados coletados. 3.3 Técnica de coleta de dados Neste trabalho foi aplicado um questionário, caracterizando a pesquisa transversal, que de acordo com Hair Jr. et al. (2005) os dados transversais de uma pesquisa consistem em coletar informações em um único tempo preciso, e sintetizados estatisticamente. Gil (2010) explica que na elaboração de questionários as questões devem ser preferencialmente fechadas, assim como o número de perguntas deve ser limitado. O questionário foi construído pela autora, no qual foram elaboradas 29 questões fechadas e de múltipla escolha, contemplando questões relacionadas a influência das crianças na tomada de decisão dos pais, tendo como base os seguintes autores do referencial teórico: Karsaklian (2012), De Sá et al (2012), Alves et al. (2012), Dexheimer e Bacha (2011). Para a elaboração desta pesquisa, a categoria adequada e escolhida foi a por intermédio de survey auto administrado que conforme Hair Jr el al. (2005) corresponde a questionários respondidos regularmente pelos respondentes sem a presença do pesquisador. 3.4 População e Amostra De acordo com Marconi e Lakatos (2011) considera-se população um grupo de indivíduos que possui em comum ao menos uma característica. Desta forma a população determinada neste estudo foi constituída por estudantes da Universidade Federal do Pampa, pais de crianças com idades entre 02 a 12 anos. O alicerce para a escolha da idade das crianças foi correlacionado a idade do processo do desenvolvimento propagados por elas descrito por Karsaklian (2012) no qual evidencia as primeiras solicitações de compras a partir dos dois anos de idade, e atinge o seu limite de solicitações com a chegada dos seus 12 anos, quando se tornam imbatíveis nas suas decisões. Nesta pesquisa foi utilizada uma amostragem não probabilística por conveniência que conforme Schiffman e Kanuk (2000) é um tipo de amostragem em que integrantes de uma população mais acessível são selecionados pelo pesquisador para tornarem-se respondentes. A fim de acessar os respondentes a autora recorreu às salas de aula do campus Santana do Livramento, solicitando que os alunos que possuíssem filhos na idade prevista para pesquisa se disponibilizassem a responder os questionários. Assim, resultou um total de 69 alunos com a situação necessária para se tornar um respondente. Destarte, com o intuito de evitar eventuais dificuldades dos respondentes na compreensão do questionário, foi aplicado um pré teste com um total de 06 respondentes com as características necessárias da população alvo, não inclusos na amostra, os quais apontaram algumas melhorias necessárias para uma melhor compreensão da pesquisa. 3.5 Técnica de análise de dados A técnica de análise de dados escolhida foi a estatística descritiva que segundo Gil (2010) é uma técnica que utiliza de mecanismos, como o questionário, para descrever as características de uma determinada realidade. Os dados da pesquisa foram tabulados e analisados utilizando a técnica estatística descritiva (média, mediana, desvio padrão, frequências e percentuais). Hair Jr et al. (2005, p. 270) explicam que a “média é uma média aritmética e uma das medidas mais utilizadas de tendência central.” Os autores afirmam que a média pode ser utilizada quando os dados podem ser medidos com uma proporção intervalar, essas informações frequentemente mostram uma propensão com a maioria das respostas distribuídas perto do valor médio. O desvio-padrão relata a disseminação da variabilidade dos valores quanto a distribuição da amostra a partir da média, propenso assim a ser o índice mais apropriado da dispersão. (HAIR Jr. et al., 2005) Desta maneira, os dados coletados foram tabulados através de uma planilha elaborada no Microsoft Office Excel 2010 e logo após rodados no software SPSS 18.0 gerando o processamento dos resultados, os quais serão apresentados a seguir através de tabelas e gráficos. 4. ANÁLISE DOS DADOS De acordo com os objetivos apresentados nesta pesquisa, os resultados são apresentados e debatidos nesta seção, ao qual estão subdivididos em conformidade com os objetivos, e apresentados através de tabelas e gráficos. 4.1 Perfil da amostra A composição do perfil da amostra dos alunos da Unipampa, pais de filhos com idades entre 02 a 12 anos, assim como seus aspectos e características relacionadas aos seus ambientes familiares estão expostos na Tabela 1. Tabela 1 - Perfil dos entrevistados. Variáveis Gênero Estado civil Idade Renda Situação Empregatícia Horas de trabalho diário Curso Número de Filhos Alternativas Masculino Feminino Solteiro (a) União Estável Casado (a) Separado(a)/Divorciado(a) Até 28 anos Entre 29 e 31 anos Entre 32 e 37 anos Mais de 38 anos Até R$ 1.500,00 Entre R$ 1.501,00 e R$ 2.500,00 Entre R$ 2.501,00 e R$ 4.000,00 Mais de R$ 4.001,00 Funcionário Público Profissional Liberal Iniciativa Privada Desempregado Aposentado Outro 8 horas 6 horas Outro Administração Relações Internacionais Gestão Pública Direito Ciências Econômicas Um filho Dois filhos Três ou mais filhos Frequência 31 38 11 21 32 5 22 13 18 16 21 15 20 3 21 6 27 6 1 7 37 15 11 28 6 21 7 7 55 12 2 Percentual (%) 44,9 55,1 15,9 30,4 46,4 7,2 31,7 18,7 26,6 23,0 24,1 21,3 28,4 18,6 30,0 8,6 38,6 8,6 1,4 10,0 53,6 21,7 15,9 40,6 8,7 30,4 10,1 10,1 79,7 17,4 2,9 Variáveis Gênero dos filhos Idade dos filhos Tempo que a criança assiste televisão (dia) Tempo que a criança acessa internet (dia) Alternativas Meninas Meninos Até 3 anos Entre 4 e 5 anos Entre 6 e 10 anos Mais de 11 anos Não assiste De 1 à 2 horas De 2 à 4 horas De 4 à 6 horas Mais de 6 horas Não acessa De 1 à 2 horas De 2 à 4 horas De 4 à 6 horas Mais de 6 horas Frequência 43 41 19 9 15 12 1 21 32 11 4 24 25 15 4 1 (continua) Percentual (%) 51,19 48,81 34,5 16,4 27,3 21,8 1,4 30,4 46,4 15,9 5,8 34,8 36,2 21,7 5,8 1,4 Fonte: Dados da pesquisa. Conforme os resultados da pesquisa 55,1% dos respondentes são do sexo feminino, e 44,9% foram respondidos por estudantes do gênero masculino. Com relação ao estado civil desses respondentes a maior parte deles 46,4% é casada ou está em uma união estável 30,4%, ficando em uma menor parcela os pais solteiros 15,9% seguido dos separados ou divorciados 7,2%. Já em relação à idade dos respondentes foi possível verificar que a maior parte deles 31,7% não ultrapassa os 28 anos; Sobre suas rendas 24,1% asseguraram que essa se constitui até R$ 1.500,00; outros 21,3% declararam que esta varia entre R$ 1.501,00 a R$ 2.500,00; já 28,4% afirmam que a renda familiar transita em torno de R$ 2.501,00 a R$ 4.000,00; e, uma parcela menor de respondentes 18,6% afirma dispor de renda média familiar acima de R$ 4.001,00. Sobre a situação empregatícia dos alunos que possuem filhos, a maior parte deles está inserida no mercado de trabalho da iniciativa privada 38,6%, sucessivos os funcionários públicos 30,0%, e deixando em uma parcela menor os profissionais liberais e os desempregados 8,6%. Também por tratar-se de alunos, constatou-se que 15,9% deles responderam “outros” explicando que se encontram em estágios não obrigatórios remunerados. Desta maneira, 53,6% dos trabalhadores informaram que exercem a profissão em horário integral ficando 8 horas do dia longe de casa, outros 21,7% cumprem uma carga horaria de 6 horas diárias, seguido dos 15,9% que responderam outros para horários distintos dos sugeridos. Desse modo, é possível observar a afirmação de Karsaklian (2012) quando ressalta que a mulher está cada vez mais inserida no mercado de trabalho, ficando o casal mais tempo longe do lar e da convivência dos filhos, o que pode vir a gerar concessão em determinados momentos familiares em relação às decisões de compras para a família. Acerca do curso em que os respondentes estão matriculados, foram encontrados em maiores proporções alunos em Administração de Empresas 40,6%, visto que é o maior curso da instituição, abrangendo os turnos diurno e noturno, seguidas de Gestão Pública 30,4%; Direito e Ciências Econômicas foram encontrados a mesma proporção de alunos 10,1% e um número menor de pais foi encontrado cursando Relações Internacionais 8,7%. De acordo com a afirmação de Da Rosa (2007) com o surgimento da pílula anticoncepcional as mulheres obtiveram o direito de escolher o momento certo para se tornarem mães, planejando cada vez mais a possibilidade de ter um filho e diminuindo bruscamente o ambiente familiar, com isso, encontrar casais com apenas um filho tornou-se frequente nos dias atuais, assim mais da metade dos respondentes dessa pesquisa 79,7% afirmaram ter somente um filho, 17,4% possuem dois filhos e uma pequena parcela 2,9% são pais de três ou mais filhos. Os pais também foram interrogados sobre o gênero das crianças, o qual foi encontrado pouca diferença entre meninas 51,19% e meninos 48,81%. Segundo a pesquisa, percebeu-se que a maioria dos filhos dos alunos da Unipampa possui até 03 anos de idade 34,5%; outros 16,4% encontram-se com 4 e 5 anos; 27,3% estão na idade entre 6 e 10 anos; e 21,8% estão com 11 e 12 anos, idade limite para a procedência do questionário. Yamada (2007) afirma que a televisão é o meio de comunicação mais acessível às crianças, dessa maneira foi perguntado aos pais o tempo que seus filhos costumam assistir televisão diariamente, e 46,4% assegurou que os filhos assistem em média de 2 a 4 horas por dia, indo ao encontro da afirmação de Chechelaky e Corrêa (2014), que a criança brasileira assiste televisão por 4 horas 50 minutos e 11 segundos diariamente, reforçando essa afirmação, o Instituto Alana (2012) também declara que a criança brasileira fica em média aproximadamente 5 horas por dia diante da televisão. De acordo com Alves et al (2012), a geração nascida a partir de 1995 é conhecida como a Geração Z, portanto é a geração que nasceu sob o advento da internet, e são vistas por disporem de muita informação. Assim, foi questionado aos pais sobre o tempo que as crianças costumam acessar a internet diariamente, e 34,8% dos respondentes garantem que os filhos não acessam a rede; porém a maior parte dos pais asseguram que os filhos permanecem conectados diariamente de 1 a 2 horas 36,2%; outros 21,7% dos filhos utilizam o mundo virtual de 2 a 4 horas diárias, Moreira et al. (2013) afirma que a internet é um forte fator nas influencias do consumo infantil. 4.2 Comportamento dos pais e dos filhos no processo de compra De acordo com Da Rosa (2007) as crianças atualmente são vistas como mais um integrante de opiniões dentro da família, dessa maneira foi perguntado aos pais sobre as influências que seus filhos têm diante os produtos destinados ao consumo da família e se os mesmos têm o poder de decisão de compras desses produtos ou serviços. Assim, o gráfico 1 apresenta um comparativo desses resultados. Gráfico 1 - Influencia e decisão dos filhos nas compras da família. 50,00% 44,92% 40,00% 30,00% 30,43% 30,43% 28,98% 24,63% 20,00% 10,00% Decidem as compras dos produtos para a família 14,49% 10,14% 8,69% 2,89% Influenciam nos produtos destinados à familia 4,34% 0,00% Fonte: Dados da pesquisa É possível visualizar no Gráfico 1 que na maior parte das situações 30,43%, as crianças raramente, ou ás vezes, influenciam nos produtos que são destinados a família, desse modo a grande maioria 44,92% afirma que os filhos nunca decidem as compras dos produtos que serão destinados ao consumo familiar. Desse modo, o resultado entra em contradição com as afirmações de Da Rosa (2007) e Moreira et al. (2013), pois ambos afirmam que os pais sempre deixam que os filhos participem nas decisões de compras de produtos destinados à família, e ainda concluem que foi a maneira a qual encontraram de se tornarem mais presentes em seus ambientes familiares. Tais pesquisa foram realizadas em grandes centros, com a maioria dos pais com idades superiores a 35 anos, o que pode ser o motivo do qual as crianças já tenham o poder de decisão de compras da família, pois os pais com mais idade tendem a estar mais estruturados financeiramente, e por morarem em grandes centros, a vida corrida pode fazer com que permaneçam muito tempo fora de casa, o que pode ser um dos motivos que utilizam para amenizarem o sentimento de culpa, suprindo a ausência com uma certa transferência de carinho em não saber dizer não. Também, pode ser resultado da grande expansão de informação as quais as crianças são submetidas diariamente, que no entanto tende a ser maior que a da criança que mora no interior, assim tanto os pais como os filhos moldam-se ao ambiente agitado. O que difere dos respondentes deste estudo, pois são residentes do interior, estudantes universitários e uma parcela significativa com idade até 30 anos. Outrossim, foi questionado aos pais o tipo de opinião que seus filhos fornecem quando a compra do produto é destinado ao uso familiar. O Gráfico 2 demonstra o resultado. Gráfico 2 - Tipo de opinião dos filhos nas compras da família. 39,14% 40,00% 35,00% 30,00% 26,08% Tipos de opinião dos filhos nas compras destinadas ao consumo da família 25,00% 20,00% 14,49% 15,00% 10,00% 5,00% 0,00% Fonte: Dados da pesquisa. 10,14% 4,35% 5,79% Em conformidade com o resultado do Gráfico 1, no qual grande parte dos pais afirmou que os filhos não opinam nas compras de produtos destinadas ao uso da família, o Gráfico 2 demonstra a reafirmação da questão, pois, a maior parte dos pais 39,14% assegura que os filhos não dão nenhum tipo de opinião nas compras da família; seguido dos que asseguram que os filhos 26,08% opinam quando o produto a ser comprado para o uso da família seja o produto da moda, indo ao encontro com pesquisas de autores como De Sá et al. (2012) que verificaram também o produto da moda ou o tipo a ser comprado como um dos mais opinados pelos pequenos. Os respondentes também foram questionados se realizam compras de produtos por insistência dos filhos, ou se efetivamente compram para agradá-los. O Gráfico 3 apresenta a equiparação dos resultados. Gráfico 3 - Compra de produtos por insistência ou para agradar os filhos 45,00% 40,00% 35,00% 30,00% 25,00% 20,00% 15,00% 10,00% 5,00% 0,00% 43,47% 34,78% 31,88% 28,99% Compras de produtos por insistência dos filhos 17,39% 14,49% 7,25% 4,34% 14,49% 2,89% Compras de produtos para agradar os filhos Fonte: Dados da pesquisa. Com relação à frequência em que os pais compram produtos por insistência dos filhos ou para agradá-los, Rodrigues (2010) afirma que a insistência é a melhor amiga da criança, porém Linn (2006) assegura que os pais que mais cedem aos pedidos dos filhos são os sozinhos ou divorciados, que são movidos pela culpa, dessa forma o resultado vai ao encontro da afirmação do autor, pois 34,78% dos respondentes somente determinadas vezes ou raramente 28,99% compram produtos pela insistência dos pequenos, verificando-se assim que a maioria deles encontram-se casados ou em união estável, não sendo movidos pelo sentimento da culpa. Da Rosa (2007, apud Mc Neal, 1992) explica que provavelmente a criança só fará uma solicitação de compra quando se sentir estimulada em relação ao produto desejado. Sabe-se que a solicitação de uma compra pode ser feita a qualquer momento por uma criança, no entanto Da Rosa (2007) relata que um dos momentos em que a frequência da solicitação costuma ser mais alta é quando as crianças saem para efetuar as compras junto aos seus pais. Dessa maneira, os pais foram questionados sobre a frequência com que os filhos pedem para acompanhá-los nos estabelecimentos comerciais, e a assiduidade com que eles realmente frequentam esses locais juntos. O Gráfico 4 mostra a comparação desses resultados. Gráfico 4 - Solicitação e acompanhamento na hora da compra. 36,23% 40,00% 35,00% 33,33% Frequencia que pedem para acompanhar em estabelecimentos comerciais 30,43% 30,00% 25,00% 20,00% 15,00% 20,28% 14,49% 21,73% 13,04% 14,49% 10,00% 5,00% 0,00% 2,89% Frequencia que efetivamente acompanham nos estabelecimentos de compras Fonte: Dados da pesquisa. Observa-se no Gráfico 4, que a maioria dos filhos pede sempre 20,28%, ou 30,43% frequentemente para acompanhar seus pais nos estabelecimentos de compras, e a maior parte desses pais 36,23% efetivamente atende ao pedido com frequência e vão às compras acompanhados dos filhos, indo ao encontro com a afirmação dos autores Corrêa e Toledo (2007), que relatam a constante frequência de encontrar pais acompanhados dos filhos em supermercados ou quaisquer estabelecimentos comerciais. Foi possível também verificar que os filhos que raramente pedem para acompanhálos 13,04%, também raramente 13,04% vão junto às compras. No entanto, 14,49% alegam que os filhos nunca pedem para acompanhá-los em estabelecimentos comerciais, mas apenas 2,89% dos respondentes afirmam que os filhos nunca os acompanham. Dessa maneira, é possível verificar que mesmo sem os filhos solicitarem acompanhá-los, os pais ainda assim os levam junto. Alves et al. (2012) ainda ressaltam que a ida das crianças em estabelecimentos comerciais com seus pais é o inicio de um hábito relacionado ao comportamento de consumo. Segundo afirmação de Corrêa e Toledo (2007), 90% das crianças acompanham os pais, pelo menos uma vez ao mês, às compras. A partir dessa afirmação foi perguntado aos respondentes se eles demoram mais fazendo compras quando estão na companhia dos filhos, e se efetivamente gastam mais quando as crianças estão juntas no momento das aquisições dos produtos. O Gráfico 5 apresenta a amostra dos resultados. Gráfico 5 - Demora e gastos acompanhados dos filhos. 30,00% 27,53% 25,00% 26,08% 23,18% 24,63% 20,00% 18,84% 15,00% 28,98% 18,84% 13,04% 10,00% 5,00% 13,04% 5,79% Demoram mais tempo comprando quando levam os filhos aos estabelecimentos comerciais Gastam mais quando levam os filhos às compras 0,00% Fonte: Dados da pesquisa. Os resultados do Gráfico 5 apontam que a maior parte das vezes 26,08% os pais demoram mais tempo comprando quando os filhos estão junto, seguido dos que afirmam sempre 18,84% e 23,28% frequentemente demorarem mais nas compras junto dos filhos, o tempo e os gastos dos pais junto dos filhos em estabelecimentos comerciais é explicado de acordo com a afirmação de Da Rosa (2007) pois as crianças sempre que saem para fazer compras com os pais pedem que alguma coisa seja comprada, demorando para escolher e gastando um pouco a mais do que estaria previsto. Assim, 27,53% dos questionados garantem sempre gastar mais quando os pequenos estão juntos na hora das compras; já 28,98% afirmam que é raramente quando isso acontece; e somente 5,79% nunca gastam mais só pelo fato dos filhos os acompanharem. De acordo com Montigneaux (2003), a criança está reivindicando seus próprios objetos de consumo, e por sua vez os adultos estão cada vez mais dispostos a desembolsar esse custo. A partir dessa afirmação, foi questionado aos respondentes se seus filhos decidem as compras de produtos para si próprios, o Gráfico 6 apresenta o resultado dessa frequência. Gráfico 6 - Decisão dos filhos sobre as próprias compras. 5,79% 15,94% 20,28% Sempre Frequentemente Ás vezes 24,63% Raramente Nunca 33,33% Fonte: Dados da pesquisa. É possível visualizar no Gráfico 6, que a maior dos respondentes 33,33% diz que apenas às vezes deixa com que os filhos decidam as compras quando os produtos forem para si próprios, e outros 24,63% afirmam que raramente ou 15,94% nunca isso acontece. Dessa maneira, o resultado vai de encontro com o que afirmam Brei, Strehlau e Garcia (2011), pois relatam que a partir dos 04 anos de idade as crianças já decidem sobre seus próprios produtos, Giglio (2002) também reforça essa ideia, e afirma que a criança na faixa dos três aos dez anos de idade já decide as compras para si mesma; apenas 5,79% dos pais reiteram dessas afirmações e certificam que são as próprias crianças que decidem as compras dos seus produtos. Ademais, também foram questionados os tipos de produtos que os filhos mais influenciam na hora da compra, pois conforme Bacha e Dexheimer (2011), a força com que o público infantil ocasiona sobre os pais, tem se tornando significativo com o passar dos anos, pois ocorre um aumento anual de 10% no percentual de influencias das crianças no consumo. Assim, o Gráfico 7 mostra os produtos que os filhos mais influenciam na hora de adquiri-los. Gráfico 7 – Produtos e/ou serviços mais influenciados na hora da compra. 35,00% 30,11% 30,00% 25,00% 20,00% 21,02% 17,61% 19,31% Tipos de produtos/serviços que os filhos mais influenciam na hora da compra. 15,00% 10,00% 5,00% 2,84% 2,84% 4,54% 1,70% 0,00% Fonte: Dados da pesquisa. Os resultados do Gráfico 7, mostra que 30,11% dos respondentes assegura que os pequenos mais influenciam quando o produto a ser comprado são brinquedos, ou seja, quando é para o uso da própria criança a influencia por parte dela é maior; seguido 21,02% dos alimentos e 19,31% dos jogos e/ou eletrônicos; indo ao encontro desse resultado uma pesquisa feita por De Sá et al. (2012) atestaram que os produtos mais influenciados pelas crianças são os brinquedos e os alimentos. Também 17,61% dos pequenos intervém quando o produto é roupas para eles próprios. Na sequência é exposto os resultados quanto a maneira que os pais costumam se comportar diante as influencias exercidas pelas crianças para que sejam comprados os produtos desejados. 4.3 Comportamento dos pais diante as influências exercidas pelas crianças. As primeiras solicitações de compras feitas pelas crianças, de acordo com Karsaklian (2012) são entre 02 e 04 anos de idade. Dessa forma, foi questionado aos pais a idade que seus filhos fizeram seus primeiros pedidos de compras, e em conformidade com a afirmação do autor a maioria 56,% dos respondentes assegurou que os primeiros pedidos de compra dos pequenos foi entre seus 02 e 04 anos de vida. Da Rosa (2007) ressalta que as crianças utilizam de táticas, verbais ou de gestos, para convencer seus pais a comprarem o que desejam, e na maior parte das vezes fazem isso de propósito, pois sabem que poderá lhes render gratificações imediatas ou futuras. Assim, foi questionado aos respondentes se os filhos utilizam alguma tática de convencimento sobre eles para conseguir o produto desejado e se eles sacrificam o orçamento familiar para comprar os produtos que agradem seus filhos. Os Gráficos 8 e 9 apontam o resultado. Gráfico 8 - Táticas de convencimento na hora da compra. Implora 7,86% 40,00% Não faz nada 12,36% 35,00% Faz cara de triste 11,24% 30,00% Faz chantagem 3,37% 25,00% Faz o que eu pedir 6,74% 20,00% Faz promessas 5,62% 15,00% 10,00% 5,00% Faz escândalo 4,49% Diz que vai arrumar o quarto 5,62% Solicita a compra pedindo por favor 35,95% Outro 6,74% 0,00% Fonte: Dados da pesquisa. De acordo com Da Rosa (2007, apud Mcneal, 1992), a solicitação das crianças tende a ser direta começando com ‘me dá’, ‘eu quero’, ou ‘compre’; outras vezes um simples gesto como apontar e simplesmente pedir já basta, reforçando a afirmação foi possível verificar no Gráfico 8 que a maior parte dos filhos dos respondentes 35,95% apenas solicita a compra pedem, por favor, ou simplesmente não fazem nada 12,36%. Gráfico 9 - Sacrificam o orçamento familiar comprando produtos que agradem seus filhos. 28,98% 30,00% 27,51% 26,08% Sempre Frequentemente 25,00% Ás vezes 20,00% Raramente 14,49% 15,00% Nunca 10,00% 5,00% 2,89% 0,00% Fonte: Dados da pesquisa. A partir das respostas coletadas foi possível verificar no Gráfico 9 que a maior parte 28,98% dos pais, apenas determinadas vezes, sacrificam o orçamento familiar para agradar os filhos, seguido dos que raramente 27,51% ou nunca 26,08% compram produtos além do seu poder aquisitivo para agrada-los, indo assim de encontro com Da Rosa (2007) quando afirma que os pais honram as solicitações dos filhos, muitas vezes dando um jeitinho para conseguir agradá-los. Assim, em conformidade com o resultado da pesquisa, as crianças começam a fazer solicitações de compras com dois anos de idade e para conseguirem o que desejam utilizam de táticas para convencer os pais a efetuarem as compras. Dessa maneira, Dexheimer e Bacha (2011), afirmam que as crianças além de pedirem produtos que desejam, ainda palpitam a todo o momento sobre diversos tipos de questões, e segundo as autoras, a participação no planejamento familiar é um dos cenários mais afetados com as opiniões dos pequenos, pois posicionam-se na hora de escolher roteiros de viagens, cor do carro, o que comprar no supermercado e outros diversos fatores. Destarte, foi questionado aos pais sobre a aceitação da opinião dos filhos na hora das decisões de compras. O Gráfico 10 apresenta a frequência que os pais aceitam as opiniões dos filhos na hora de decidir uma compra. Gráfico 10 - Aceitação das opiniões dos filhos nas decisões de compras. 8,69% 8,69% Sempre 14,49% 18,84% Frequentemente Ás vezes Raramente 49,27% Nunca Fonte: Dados da pesquisa O Gráfico 10 demonstra que a maior parte dos respondentes 49,27% somente ás vezes aceita a opinião dos filhos na hora de realizar uma compra, indo ao encontro com resultados de pesquisas que afirmam que a maioria dos pais, às vezes somente, aceitam as opiniões dos filhos (DA ROSA, 2007). Uma pequena minoria aceita sempre 8,69%, ou nunca 8,69% o palpite das crianças. A próxima seção apresenta as influências que o marketing gera na vida das crianças, assim como a preocupação dos pais diante seus consumismos. 4.4 O marketing voltado ao público infantil De acordo com Da Rosa (2007), existem críticas relacionadas às campanhas de marketing voltadas ao público infantil, reforçando a afirmação, Pereira (2008) ainda relata que a mídia atrai a atenção e a confiança das crianças, por ser divertida, ter diversidade de cores, ser interessante e convidativa, fazendo com que elas se sintam incluídas em uma sociedade, tornando-as parte de um grupo, em que muitas vezes as levam a formação de amizades. Dessa forma, foi perguntado aos respondentes questões abrangendo as possíveis consequências das propagandas direcionadas ao público infantil, nos ambientes familiares, assim como as preocupações com seus consumismos. A Tabela 2 expõe os resultados. Tabela 2 - Comportamento dos pais e dos filhos diante as propagandas direcionadas ao público infantil. Questão Média Mediana Desvio Padrão Eu me preocupo com o consumismo infantil. 1,77 1,00 1,031 As empresas abusam da publicidade voltada para o público infantil Meu(s) filho(s) solicita(m) mais os produtos que apresentam personagens ou mascotes nas embalagens. As propagandas televisivas influenciam os desejos do(s) meu(s) filho(s) por produtos específicos. 1,51 1,00 0,609 1,99 2,00 1,118 2,14 2,00 1,004 Meu filho (a) é fiel a uma marca específica 3,68 4,00 1,136 Meu(s) filho(s) utiliza(m) roupas, sapatos, acessórios, cosméticos, entre outros produtos, que são designados para o uso adulto. Meu filho (a) gosta de comprar as coisas que seus amigos possuem. 3,88 4,00 1,078 3,22 3,00 1,223 Fonte: Dados da pesquisa. Com o objetivo de identificar a opinião dos pais diante o marketing direcionado ao público infantil e também reconhecer as possíveis consequências que esse mercado de propagandas causa na vida das crianças, utilizou-se um critério em uma escala de 5 pontos, considerando: de 1 a 2 concorda sempre ou frequentemente, 3 ás vezes, e de 4 a 5 raramente ou nunca. Assim, verificou-se que as medidas padrão (média e mediana) apresentam um certo nível de proximidade, o que significa uma baixa variação do resultado e com proximidades de respostas, percebeu-se também no desvio-padrão que não existem grandes variações entre um desvio e outro, mostrando-se uma pesquisa próxima a exatidão. Dessa maneira, foi possível identificar que os pais indicam (1,77) frequentemente se preocuparem com o consumismo infantil, e acreditam com frequência (1,51) que as empresas exageram nas publicidades direcionadas às crianças, Alves et al. (2012) explica que uma das consequências geradas pela publicidade direcionada as crianças é em relação ao aumento da opinião e dos desejos das crianças em adquirir o que a propaganda transmite. Já a maior parte dos pais também afirma que os produtos que contém personagens ou mascotes nas suas embalagens, são frequentemente (1,99) alvos de solicitação de compras dos filhos, indo ao encontro com a afirmação de Dexheimer e Bacha (2011) no qual asseguram que as crianças são conquistadas pelos brindes que ocasionalmente ganham quando adquirem determinados produtos. De acordo com Alves et al. (2012), crianças estão cada vez mais a frente da televisão, gerando como consequência a submissão constante a diversos tipos de publicidade, em resultado disso os respondentes da pesquisa indicaram que (2,14) frequentemente as propagandas influenciam nos desejos dos seus filhos em determinados produtos, fazendo com que os mesmos solicitem o que enxergam na televisão. É possível perceber também que as crianças (3,68) raramente são fieis a alguma marca especifica, o que reforça a afirmação de Dexheimer e Bacha (2011) quando relatam que a maioria das crianças não tem apegos a marca, e sim a quantidade de vezes que o produto aparece na televisão. Outra questão verificou que raramente (3,88) os filhos dos respondentes utilizam produtos destinados ao uso adulto. No entanto, Pereira (2008) explica que na maior parte das vezes não existe diferença nas roupas ou acessórios de adultos ou crianças, pois os mesmos são confeccionados exatamente iguais, porém em tamanhos menores, e os pais por sua vez não os distinguem como produtos destinados aos adultos. Já com relação aos produtos que os amigos possuem, os filhos dos respondentes (3,22) somente ás vezes solicitam a compra do mesmo, e conforme Dexheimer e Bacha (2011) o argumento mais utilizado pelas crianças para comprar o mesmo produto dos amiguinhos é que já tiveram contato com o mesmo e que gostaram muito, contando-lhes detalhes do produto, e fazendo com que determinadas vezes os pais se rendam as premissas e efetivem a compra. De acordo com Alves et al. (2012), existem diversos argumentos, contrários e favoráveis, a publicidade infantil. Segundo os autores, uma das preocupações é que a publicidade fala com as crianças o tempo inteiro, enquanto os pais somente de vez em quando. Consoante, a Tabela 3 expõe a opinião dos respondentes sobre a publicidade direcionada ao público infantil e seus efeitos diante as crianças. Tabela 3 - Efeitos da publicidade infantil. Variáveis Contra a publicidade direcionada ao público infantil. Filho sofre ou já sofreu com consequências do consumismo Fator que mais influencia o filho(s) a querer comprar determinado produto Alternativas Sim Não Em parte Obesidade Aumento do consumismo Desenvolvimento precoce Adultização precoce Nenhum Propagandas de televisão. Produtos que os coleguinhas e/ou amiguinhas têm. Produto colorido, diferente ou que ainda ninguém tem. Novas tecnologias. Outros Frequência 15 11 43 2 12 3 3 46 20 15 Percentual 21,7% 15,9% 62,3% 3,0% 18,2% 4,5% 4,5% 69,7% 32,3% 24,2% 13 21,0% 10 4 16,1% 6,5% Fonte: Dados da pesquisa. A regulamentação da publicidade infantil de acordo com Amaral (2009) ainda é uma questão de saúde pública, pois as propagandas focam nos exageros influenciando as crianças ao consumo, no entanto, em países mais desenvolvidos as propagandas direcionadas as crianças já são proibidas conforme afirmam Dexheimer e Bacha (2011) países como a Suécia além da proibição da publicidade infantil, as embalagens de alimentos são extremamente neutras para não incentivar a compra; países como Espanha e Inglaterra, além da extinção de imagens de celebridades ou desenhos animados nas embalagens dos produtos, as propagandas são analisadas antes de irem ao ar para não fornecer incentivo de compras de produtos caros. Dessa forma, foi questionado aos pais a opinião da publicidade direcionada ao público infantil e de acordo com os resultados observados na Tabela 3 a maioria 62,3% dos pais, somente em partes, são contra a publicidade infantil; 21,7% dos pais concordam são contra as publicidades direcionadas as crianças, indo ao encontro com o trabalho do Instituto Alana, que vai contra as mensagens dirigidas às crianças, combatendo a publicidade infantil; e uma parcela menor 15,9% dos questionados não é contra a publicidade direcionada ao público infantil, indo ao encontro com a Associação Brasileira de Anunciantes, que é a favor da propaganda e defende os interesses dos anunciantes. Verificou-se também que a maioria 69,7% dos filhos dos respondentes nunca sofreu nenhum tipo de consequência causada pelo consumismo; uma pequena parcela 18,2% notou um aumento dissipado nas compras das crianças; e somente 4,5% assegurou que seus filhos declinaram para a adultização e o desenvolvimento precoce; Amaral (2009) explica que a publicidade infantil foca muito em guloseimas e consumos exagerados de biscoitos, balas, e afins, o que tem gerado obesidade na infância, porém apenas 3,0% dos pais diz ter notado a consequência nos filhos. Em suma, parte dos pais 32,3% afirmou que, o que mais influencia seus filhos a desejarem determinados produtos são as propagandas de televisão, indo ao encontro com a afirmação de Alves et al. (2012) uma vez atraída a criança, consequente do desejo de compra por meio da publicidade, quando entra em contato com o objeto desejado manifestará ânsia pelo consumo do mesmo. A seguir, são apresentadas as considerações finais desse estudo, em que sintetizam os principais resultados, assim como possíveis recomendações para estudos futuros. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho teve como objetivo principal analisar a influência dos filhos nas tomadas de decisões de compras dos pais. O estudo propôs descrever o comportamento dos pais e dos filhos na hora da compra. Para isso, foram escolhidos como respondentes desta pesquisa, acadêmicos da Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA, campus Santana do Livramento, pais com filhos de idades entre 02 e 12 anos. Dessa forma, de acordo com o proposto no objetivo 1, o primeiro tópico da análise dos dados apresenta o perfil sóciodemográfico dos respondentes. O segundo tópico da análise está relacionado com o proposto no objetivo 2, o qual apresenta os resultados dos tipos de compras e/ou serviços mais influenciados pelas crianças no processo de compra dos pais. Com êxito no objetivo pode-se notar que produtos destinados ao uso familiar, somente às vezes, são opinados pelos filhos, e, quando isso ocorre, o argumento principal é que seja comprado o produto que está na moda, indo ao encontro da afirmação de Limeira (2008), qual seja, as crianças opinam quanto aos atributos dos produtos destinados à família. Já quando a compra é para o uso da própria criança, verificou-se uma influência maior por parte dos pequenos, porém, raramente decidem qual produto será comprado. Pode-se verificar que os brinquedos, alimentos e jogos/eletrônicos são os produtos mais afetados com a opinião das crianças. De acordo com o que foi disposto no terceiro objetivo, com relação à aceitação da influência exercida pelas crianças, foi possível verifica que nem sempre os pais aceitam as opiniões dos filhos na hora de decidir uma compra. E que os filhos solicitam com certa frequência para acompanhar os pais na hora da compra, e os pais, por sua vez, frequentemente atendem a esses apelos e ainda afirmam que quando isso ocorre, na maior parte das vezes, demoram mais tempo comprando, e como se não bastasse, ainda terminam gastando mais na companhia das crianças, conforme coloca Da Rosa (2007), sempre que as crianças saem com os pais para fazer compras pedem para que algo seja comprado. Ainda é necessário destacar que raramente os pais compram produtos por insistência dos filhos, no entanto compram com certa frequência itens para agradá-los, porém sem sacrificar o orçamento familiar. Já com relação ao quarto e último objetivo proposto, o qual se refere à opinião dos pais sobre o marketing direcionado ao público infantil, foi possível verificar que a maioria dos pais, são contra a publicidade infantil, apenas em partes, no entanto verificou-se que todos eles se preocupam com os resultados das ações publicitárias diante o consumismo dos seus filhos, essa preocupação pode-se justificar pelas inúmeras mudanças que ocorrem diariamente na estrutura familiar, pois com os pais na maior parte do tempo fora de casa e sentindo-se ausentes no cotidiano dos filhos, tentam um tipo de ‘compensação’ através da realização dos desejos das crianças, o que resulta na preocupação do alto grau de consumo dos pequenos. Também, foi constatado uma forte influência da televisão nos desejos de consumo das crianças, o que justifica a afirmação de Moreira et al (2013) que é através do contato da criança com a propaganda televisiva que inicia o poder de influencia sobre os pais no ato da compra. Outra constatação com relação ao marketing infantil foi quanto à frequência que as crianças têm de quererem produtos que venham com personagens ou qualquer tipo de mascote na embalagem, mostrando assim que a publicidade não está apenas televisionada, mas também nas prateleiras dos estabelecimentos comerciais. Assim, conclui-se que a criança está vulnerável a todo tipo de informação, adquirindo conhecimento diariamente de produtos novos e transmitindo essa experiência em forma de influencia nos pais que, por sua vez, ainda estão no controle da situação, em que apenas determinadas vezes se deixam influenciar, porém raramente deixam com que as crianças tenham a decisão final. Também de acordo com o presente trabalho, sugere-se como recomendações para estudos futuros, a aplicação da pesquisa, tanto em forma de questionário ou de entrevistas, feita diretamente com as crianças, pois partiriam delas mesmas as respostas quanto as suas atitudes que utilizam para convencer os pais na hora da compra, assim como também, se obteria uma melhor visão sobre as causas e consequências do marketing direcionadas a elas, pois as mesmas indicariam o que mais lhes chamam a atenção na hora que surge o desejo de compra. Essa recomendação se dá por conta de uma consequência, na qual uma cena foi presenciada pela autora, em que um dos respondentes da pesquisa teria trocado a maioria das respostas porque o filho estava junto, pois o mesmo lembrava a mãe que não era de tal forma como ela via, tanto nas horas que a criança olhava televisão, quanto nos desejos dos produtos que ela almejava. Assim, fazer uma pesquisa direto com quem influencia permitirá ao pesquisador verificar a real ação e atuação que as crianças mantém sobre os pais na hora da compra, pois notou-se que quem é influenciado algumas vezes não percebe esta intervenção. A segunda recomendação a ser feita, é quanto o campo de pesquisa do comportamento do consumidor infantil ainda ser de poucos estudos no Brasil, assim recomenda-se que pesquisadores brasileiros explorem mais deste novo desempenho das crianças e aprofundem a literatura nacional sobre o assunto. Com relação às limitações do estudo, por se tratar de respondentes estudantes, um dos obstáculos encontrados foi de não encontrar todos em salas de aula nos dias de aplicação dos questionários, no entanto foi preciso passar mais vezes pelas mesmas para verificar a falta de algum possível respondente. Assim, por impossibilidades adversas o número da amostra não pode ser maior. Ademais, conclui-se a relevância deste estudo, tendo em vista a proporção com que as crianças estão sendo atingidas mercadologicamente, já que são considerados seres vulneráveis, bem como a necessidade de uma maior preocupação diante seus comportamentos como consumidores. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, Lucas et al. O atual comportamento infantil e sua influência no consumo. In, INTERCON, XIV CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO NORDESTE, 2012, Recife. Anais... Congresso de ciências da comunicação na região nordeste, 2012. AMARAL, Sylvia. Perigos do consumismo infantil. Disponível em: <http://www.revistafatorbrasil.com.br/ver_noticia.php?not=2049> Acesso em: 05 de Junho de 2015. ARREGUY, Sergio; LOYOLA, Viviane. Criança e Consumo: reflexos sobre o filme criança a alma do negócio. Paideia Revista do curso de Pedagogia da Universidade Femec, Belo Horizonte, ano 8, n.10, pag.159-177, jan/jun, 2011. BALLVÉ, Flavia. A criança e a experiência do consumo: um estudo etnográfico em uma escola do Rio de Janeiro. 2000. 103f. Dissertação de Mestrado submetida ao Corpo Docente do Instituto de Pós-Graduação em Administração, da UFRJ. Rio de Janeiro, 2000. BARROS, Débora. A mídia e o marketing: implicações sociais do marketing nos consumidores especificando o público infantil e focando no seguimento alimentício. 2011. 47f. Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção de grau de especialista em Gestão Empresarial, Niterói, 2011. BEULKE, Carla Simone. A influência do consumidor infantil sobre os pais na tomada de decisão de compra de produtos alimentícios. In, XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, Anais... XXVIII congresso brasileiro de ciências da comunicação, trabalho apresentado ao Intercom Junior, Rio de Janeiro, 2005. BLACKWELL, Roger; MINIARD, Paul; e ENGEL, James. Comportamento do Consumidor, 9ª ed. Norte-americana: Thomson, 2005. BREI, Vinicius; GARCIA, Luciana e STREHLAU, Suzane. A influência do marketing na erotização precoce infantil feminina. Teoria e Prática em Administração, João Pessoa/PB, v.1, n.1, 97-116, 2011. BUCHT, Catharina. Perspectivas sobre a criança e a mídia. Brasília: UNESCO,2002. CALDAS, Savana. Pais e mães enfrentam o consumismo infantil no dia das crianças. Out/2011. Disponível em: < http://www.ecodesenvolvimento.org/posts/2011/outubro/paise-maes-enfrentam-o-consumismo-infantil-no-dia> Acesso em: 05 de Junho de 2015. CAMARGO, Sônia de Fatima; JÚNIOR, Hélio Vieira. Reflexo do Consumismo Infantil no Ambiente Escolar. Revista Eventos Pedagógicos, Mato Grosso, v.2, n.2, p. 239-247, Ago/Dez, 2011. CHECHELAKY, Wanderléia; CORRÊA, Michael. O Consumismo Infantil e suas Consequências. Caderno Intersaberes, v.3, n.4, jan/dez, 2014. CHURCHILL, G; PETTER, P. Marketing: criando valor para os clientes. São Paulo: Saraiva, 2000. CONAR. Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária, online. Disponível em: <http://www.conar.org.br/. > Acesso em: 15 de Junho de 2015. CONANDA. Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescênte. online. Disponível em: <http://www.sdh.gov.br/sobre/participacao-social/conselho-nacional-dosdireitos-da-crianca-e-do-adolescente-conanda> Acesso em: 05 de Junho de 2015. CORRÊA, Gislaine; TOLEDO, Geraldo. O comportamento de compra do consumidor infantil frente às influências do marketing. Anais... X Seminário em Administração FEAUSP. São Paulo: USP, 2007. DE LIMA, Samira Conceição. Brincando com o corpo. 2010. 57f. Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção da graduação em Pedagogia do Departamento de Educação da Universidade do Estado da Bahia, Salvador, 2010. DE SÁ, Leidiane et al. O consumidor infantil e sua influência no processo de decisão de compra da família. Revista do Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Natal/RN, v.9, n.2, jul/dez 2012. DEXHEIMER, Carolini; BACHA, Maria de Lourdes. In, VII JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 2011, São Paulo. Anais... VII Jornada de Iniciação Cientifica. São Paulo, 2011. GIGLIO, Ernesto. O Comportamento do Consumidor, 2ª ed,. São Paulo: Thomson, 2002. JUNQUEIRA, Fernanda et al. A Relação Entre o Marketing Televisivo Voltado para o Público Infantil e a Decisão de Compra dos Pais. In, XI SIMPÓSIO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO E TECNOLOGIA, 2014, Rio de Janeiro. Anais... XI simpósio de excelência em gestão e tecnologia. Rio de Janeiro, Gestão do Conhecimento para a Sociedade. GUTJAHR, Mayara; JOHN, Valquíria. Erotização precoce: uma análise das representações da infância nas páginas do suplemento infantil folhinha. Revista Ação Midiática – Estudos em Comunicação, Sociedade e Cultura, Paraná, v.2, n.2, 2012. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2010. INSTITUTO ALANA. Online. Disponível em: < http://alana.org.br/>. Acesso em: 05 de Junho de 2015. HAWKINS, Del; MOTHERSBAUGH, David; BEST, Roger. Comportamento do Consumidor: construindo a estratégia de marketing. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. HAIR, Joseph Jr; BABIN, Barry; MONEY, Arthur; SAMOUEL, Phillip. Fundamentos de Métodos de Pesquisa em Administração. Porto Alegre: Bookman, 2005. KARSAKLIAN, Eliane. Comportamento do Consumidor. São Paulo: Atlas, 2000. KARSAKLIAN, Eliane. Comportamento do Consumidor, 2ª ed. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2012. KOTLER, Philip. Marketing de A a Z: 80 conceitos que todo profissional precisa saber. Rio de Janeiro: Campus, 2003. KOTLER, Philip. KELLER, Kevin. Administração de Marketing, 14ª ed. São Paulo: Pearson Education no Brasil, 2012. LINN, Susan. Crianças do Consumo: A infância roubada. São Paulo: Instituto Alana, 2006. MICHEL, Maria Helena. Metodologia e pesquisa científica em ciências sociais: um guia prático para acompanhamento da disciplina e elaboração de trabalhos monográficos. São Paulo: Atlas, 2005. MONTIGNEAUX, Nicolas. Público-Alvo: Crianças: a força dos personagens e do marketing para falar com o consumidor infantil. São Paulo: Negócio, 2003. MOREIRA, Anieli et al. Marketing e sua relação com o público infantil. Revista Cientifica On-line Tecnologia, Gestão e Humanismo, Guaratinguetá, v.2, n.1, nov/2013. NORDI, Vanessa. Vem ser feliz: a necessidade de consumo imposta pela mídia e pela sociedade às crianças. 2011. 47f. Trabalho de Conclusão de Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia da Universidade Federal de São Carlos. São Carlos, 2011. SCHIFFMAN, Leon; KANUK, Leslie. Comportamento do Consumidor, 9ª ed., Rio de Janeiro: LTC, 2012. SEREDA, Alessandra et al. Sociedade e consumo: análise de propagandas que influenciam o consumismo infantil. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 14, n. 2359, 16 de dezembro, 2009. SOLOMON, Michael. Comportamento do Consumidor: Comprando, possuindo e sendo. 5ª ed. São Paulo: Bookman, 2002. SOLOMON, Michael. Comportamento do Consumidor: Comprando, possuindo e sendo. 7ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2008. VALOIS, Bertha. Publicidade Dirigida a Criança: A necessidade de uma regulamentação específica. 2013. 173f. Dissertação de Mestrado apresentada ao curso de Pós-Graduação em Direito da Universidade Católica de Pernambuco, Recife, 2013. VELOSO, Andres et al. A criança no varejo de baixa renda. Rae Eletrônica. São Paulo, v.7, n.2, 2008. UNDERHILL, Paco. Vamos às compras!: a ciência do consumo nos mercados globais. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. YAMADA, Rosana. Influência do marketing e do consumidor infantil sobre o comportamento de consumo familiar. 2007. 34f. Monografia apresentada ao Curso de Administração, da UniCeub, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Administração, Brasília/DF, 2007. ANEXO - QUESTIONÁRIO DE PESQUISA Prezado (a) respondente, esta pesquisa tem como objetivo levantar dados para o estudo intitulado “Comportamento do consumidor infantil: a influência das crianças na decisão de compra dos pais”. O presente estudo tem a orientação da Profª Ms. Andressa Hennig Silva. Sendo esta pesquisa requisito para obtenção do título de Bacharel em Administração pela Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA. É importante ressaltar que as questões devem ser respondidas de acordo com a sua realidade, não existindo respostas certas ou erradas. É política da pesquisa a estrita confidencialidade dos dados, sendo assim, as informações aqui coletadas serão usadas somente para fins acadêmicos da pesquisa. Caso queira receber os resultados deste estudo, deixe seu e-mail: _______________________ Agradeço pela sua colaboração! Pesquisador: Camila Macedo Viega [email protected] / (53) 9959.6727 PARTE I – Perfil do Respondente 1. Gênero: ( ) Masculino ( ) Feminino 2. Idade:___________ anos. 3. Estado civil: ( ) Solteiro(a) ( ) União estável ( ) Casado(a) ( ) Divorciado(a) ( ) Outro:_____________ ( ) Viúvo(a) 4. Situação Empregatícia: ( ) Funcionário Público ( ) Profissional Liberal ( ) Trabalhador na iniciativa privada ( ) Desempregado ( ) Outro:______________ ( ) Aposentado (a) 5. Renda familiar:____________. 6. Horário diário de trabalho: ( ) 8 horas p/ dia ( ) 6 horas p/ dia ( ) outro:______ 7. Curso: ( ) Administração ( ) Relações Internacionais ( ) Gestão Pública ( ) Direito ( ) Economia ( ) Mestrado em Administração ( ) Especialização em Gestão Pública ( ) Especialização em Gestão Estratégica de Pequenas Empresas 8. Número de filhos: ( ) menina(s) ( ) menino(s) 9. Idade dos filhos: _________________________ 10. Quanto tempo por dia seu(s) filho(s) assiste(m) Televisão: ( ) não assiste ( ) de 1 a 2 horas ( ) 2 a 4 horas ( ) 4 a 6 horas ( ) mais de 6 horas ( ) outro:_________ 11. Quanto tempo por dia seu(s) filho(s) acessa(m) a internet: ( ) não acessa ( ) de 1 a 2 horas ( ) 2 a 4 horas ( ) 4 a 6 horas ( ) mais de 6 horas ( ) outro:_________ PARTE II Assinale com um “X” o grau de relevância em relação às compras e seus filhos Questão 1. Meu filho (a) exerce influencia nos produtos/ serviços consumidos pela família. 2. Compro alguns produtos por insistência do(s) meu(s) filho(s). 3. Demoro mais tempo comprando, quando levo meu(s) filho(s) aos estabelecimentos comerciais (supermercados, lojas...). 4. Gasto mais quando levo meu(s) filho(s) às compras. 5. Meu filho (a) vai até os estabelecimentos de compra comigo (supermercados, Sempre Frequente mente Ás vezes Raramente Nunca lojas...) 6. Sacrifico meu orçamento familiar, para comprar produtos que agrada(m) meu(s) filho(s). 7. Eu aceito a opinião do meu filho (a) na hora de decidir uma compra. 8. Compro produtos/serviços para agradar meu filho (a) 9. Meu (s) filho(s) pedem para me acompanhar nos estabelecimentos comerciais (supermercados, lojas...). 10. Meu(s) filho(s) decidem as compras de produtos para si próprios. 11. Meu(s) filho(s) decidem as compras de produtos para a família. 12. Eu me preocupo com o consumismo infantil. 13. As empresas abusam da publicidade voltada para o público infantil 14. Meu(s) filho(s) solicita(m) mais os produtos que apresentam personagens ou mascotes nas embalagens. 15. As propagandas televisivas influenciam os desejos do(s) meu(s) filho(s) por produtos específicos. 16. Meu filho (a) é fiel a uma marca específica 17. Meu(s) filho(s) utiliza(m) roupas, sapatos, acessórios, cosméticos, entre outros produtos, que são designados para o uso adulto. 18. Meu filho (a) tende a solicitar a compra de produtos que ele vê na mídia (TV, internet...) 19. Meu filho (a) gosta de comprar as coisas que seus amigos possuem. 20. Você é contra a publicidade direcionada ao público infantil? ( ) Sim ( )Não ( ) Em parte ( ) Outro:__________________ 21. Com que idade seu filho fez as primeiras solicitações de compra: ( ) 02 - 04 anos ( ) 05 – 08 anos ( ) 08 – 12 anos 22. Tipo de opinião dos filhos nas compras da família? ( ) Não opina ( ) Cor do produto ( ) Marca específica ( ) Loja específica ( ) Produto da moda ( ) Outros:___________ 23. Qual(is) tática(s) utilizada(s) para convencer você a comprar? ( ( ( ( ) Implora. ) Não faz nada. ) Faz cara de triste. ) Faz chantagem ( ) Faz o que eu pedir. ( ) Faz promessas. ( ) Faz escândalo. ( ) Diz que vai arrumar o quarto. ( ) Solicita a compra, pedindo por favor. ( ) Outro:_____________ 24. Seu filho sofre ou já sofreu com alguma das seguintes consequências do consumismo infantil?Qual(is)? ( ) Obesidade. ( ) Aumento do consumismo. ( ) Desenvolvimento precoce. ( ) Adultização precoce. ( ) Nenhum. ( ) Outros:__________________ 25. O que mais influencia seu(s) filho(s) a querer comprar determinado produto? ( ( ( ( ( ) Propagandas de televisão. ) Produtos que os coleguinhas e/ou amiguinhas têm. ) Produto colorido, diferente ou que ainda ninguém tem. ) Novas tecnologias. ) Outros:__________________ 26. Indique em ordem crescente (1-9) os tipos de produtos/serviços que seu(s) filho(s) influenciam: ( ) Brinquedos. ( ) Vestuário para os pais. ( ) Vestuário para os próprios (filhos). ( ) Alimentos. ( ) Artigos de higiene e limpeza. ( ) Jogos e/ou Eletrônicos. ( ) Viagens da família. ( ) Automóveis. ( ) Outros:_____________