UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA RESPOSTA IMUNE DE CORDEIROS INFECTADOS EXPERIMENTALMENTE COM Haemonchus contortus E TRATADOS COM ASSOCIAÇÃO DE ZINCO E COBRE INJETÁVEIS DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Andressa Salvadori Schafer Santa Maria, RS, Brasil 2014 RESPOSTA IMUNE DE CORDEIROS INFECTADOS EXPERIMENTALMENTE COM Haemonchus contortus e TRATADOS COM ASSOCIAÇÃO DE ZINCO e COBRE INJETÁVEIS Andressa Salvadori Schafer Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária, Área de Concentração em Clínica Médica da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS) como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Medicina Veterinária. Orientador: Profa. Sonia Terezinha dos Anjos Lopes. Santa Maria, RS, Brasil 2014 Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências Rurais Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária A Comissão Examinadora, abaixo assinada, Aprova a Dissertação de Mestrado Resposta imune de cordeiros infectados experimentalmente com Haemonchus contortus e tratados com associação de zinco e cobre injetáveis elaborado por Andressa Salvadori Schafer como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Medicina Veterinária COMISSÃO EXAMINADORA: ----------------------------------------------------Sonia Terezinha dos Anjos Lopes, Dra. (UFSM) (Presidente/orientadora) ----------------------------------------------------Alfredo Quites Antoniazzi, Dr. (UFSM) ----------------------------------------------------Marcelo Beltrão Molento, PhD. (UFPR) A minha mãe Lucia por estar sempre ao meu lado em todos os momentos da minha vida, TE AMO. AGRADECIMENTOS À Deus pelo dom da vida e aos meus companheiros Santo Expedito e São Pio. À minha família maravilhosa Mãe Lucia, Luciano, Vadson, João Pedro, Virginia, Verônica, Dna Neuza pelo apoio durante toda essa jornada, amo vocês incondicionalmente. À minha madrinha e amiga Adriana, sem o seu incentivo eu não teria chegado aqui. À Universidade Federal de Santa Maria, pela oportunidade de realizar a pós-graduação. À minha orientadora, professora Sonia Lopes por me estender a mão, pela oportunidade e confiança. À professora Marta pelo convívio. Devo muito do meu crescimento e amadurecimento a ti. Ao professor Marcelo Molento pelas valiosas sugestões e por ser o responsável pela minha paixão à parasitologia e a pesquisa. À Dna Rosa, técnica do laboratório de parasitologia da UFPR, nunca vou esquecer a paciência e carinho que teve comigo. À Maria que a gente tanto incomoda, mas esta sempre disposta a nos ajudar. À minha colega e amiga Adelina por ser incansável em me explicar metodologias utilizadas no experimento e pela inestimável colaboração em todo o mestrado, e também aos demais pós graduandos Zé, Pivoto, Fillipo e Cunha. Às irmãs que o mestrado me presenteou Tica, Raqueli, Marília e Grazi sempre juntas nas horas boas e difíceis. A todo o grupo Santa Lucia: Paraná, Bruna, Gugu, Dario, Fer e Tica pelas horas de lazer até as horas de treinar a apresentação. Aos professores Alfredo Antoniazzi e Marcelo Cecim pelo apoio no decorrer desses dois anos. Aos queridos estagiários da Clínica de Ruminantes Gabi, Viví, Mateus, Cristiano, Rô, Marcus, Carpes, Douglas, Carol, Rafa, Josi, Guida, Bernardo e Alessandra minha eterna gratidão por não medirem esforços para que esse projeto fosse desenvolvido. À Fernandinha que nos deixou tão cedo a nossa eterna saudade e carinho. Às minha amigas da vida inteira, Marrí, Marianinha, Nádia e Bárbara pelos desabafos e incentivo. Às minha amigas de Curitiba Fer e Dani pelo, apoio desde o meu estágio curricular até os dias de hoje. Mestrando: Andressa Salvadori Schafer Título: Resposta imune de cordeiros infectados experimentalmente com Haemonchus contortus e tratados com associação de zinco e cobre injetáveis RESUMO. Na ovinocultura, um dos maiores problemas enfrentados é a verminose. Dentre os helmintos gastrintestinais que afetam ovinos no Brasil, a espécie Haemonchus contortus é a mais prevalente e patogênica. Estudos vêm sendo realizados visando o desenvolvimento de meios alternativos para reduzir o uso de anti-helmínticos e dentre eles, destaca-se o uso de minerais. O presente estudo teve como objetivo avaliar a resposta imune de cordeiros experimentalmente infectados com Haemonchus contortus (H. contortus) e tratados com um composto de zinco (Zn) e cobre (Cu) injetável. Foram utilizados vinte e um animais cruza das raças corriedale e texel, machos, de oito meses de idade, com peso médio de 17 kg. Os animais foram divididos em três grupos, GC: (grupo controle), composto por animais saudáveis; GI: (grupo infectado com H. contortus); GIT: (grupo infectado com H. contortus e tratado, por via subcutânea, com 1.5mg/kg de zinco e 0,45 mg /kg de cobre nos dias 10 (D10) e 45 (D45) pós infecção (PI). Animais do GI e GIT foram infectados com 15.000 larvas de H. contortus. As amostras de sangue foram coletadas nos dias D0, D14, D28, D42, D56 e D70 PI, para determinar as concentrações séricas de interleucinas (IL) - IL1, IL4 e IL6, do interferom gama (INFγ), do fator de necrose tumoral alfa (TNFα) e das imunoglobulinas (Ig) IgA, IgE, IgG e IgM. A infecção parasitária foi monitorada por contagem de ovos por grama de fezes (OPG) nos mesmos intervalos da coleta de sangue. Ao término do experimento 5 animais de cada grupo foram submetidos a eutanásia para quantificação da carga parasitária e para determinar as concentrações de Zn e Cu hepática. Foi observado um aumento significativo na OPG somente no dia 14 para GI e GIT. Entre os D14 a D42 houve aumento significativo das citocinas e imunoglobulinas nos GI e GIT quando comparados aos animais do GC. Após o D52, GI mostrou níveis de interleucinas e imunoglobulinas menores que GIT. Em relação às concentrações de Zn e Cu hepático verificou-se que a infecção causou uma depleção destes minerais no fígado, no entanto, a suplementação não preveniu este efeito. Baseado nestes achados pode-se concluir que a administração de dose de Zn e Cu incrementou a resposta imune em ovinos infectados com H. contortus e apresenta um potencial efeito benéfico como terapia complementar no combate a este parasito. Orientador Principal: Sonia Terezinha dos Anjos Lopes Palavras chave: H. contortus, minerais, ovinos, haemonchose, imunologia. Número de páginas da dissertação: 52 Membros da banca Alfredo Quites Antoniazzi Marcelo Beltrão Molento Data da defesa da dissertação: 28 de fevereiro de 2014 Student: Andressa Salvadori Schafer Title: Immune response of lambs experimentally infected with Haemonchus contortus and treated with a combination of zinc and copper injectables ABSTRACT. In the sheep industry, one of the biggest problems faced is the worms; among gastrointestinal helminths affecting sheep in Brazil, Haemonchus contortus species is most prevalent and pathogenic. Studies have been conducted to develop alternative to reduce the use of anthelmintics media and among them we highlight the use of minerals. The present study aimed to evaluate the immune response of lambs experimentally infected with Haemonchus contortus (H. contortus) and treated with an injectable compound of zinc (Zn) and copper (Cu). Twenty four Corriedale and Texel lambs, male, eight months old, weighing 17 kg, were used as our experimental model. The animals were divided into three groups, as follows: GC: (control group), composed by healthy animals; GI: (group infected withH.contortus); GIT: (group infected with H. contortus and treated). Animals of GIT were treated subcutaneously with 1.5mg/kg of Zn and 0.45 mg/kg of Cu on days 10 (D10) and 45 (D45) post-infection (PI). Animals of GI and GIT were orally infected with 15,000 larvae of H. contortus. Blood was drawn, from all the animals, on days 10, 24, 38, 52, 66 and 80 p.i. in order to evaluate the serum concentrations of interleukins (IL1, IL4 and IL6), interferongamma (INFγ), tumor necrosis factor (TNFα) and immunoglobulins (IgA, IgE, IgG and IgM). The parasitic infection was monitored through counting of eggs per gram of feces (EPG), at the same intervals of blood drawing. At the end of the experiment 5 animals from each group were euthanized for quantification of parasite load and to determine the concentrations of Zn and Cu liver. A significant increase in OPG only on day 14 for GI and GIT was observed. Between D14 to D42 significant increase of cytokines and immunoglobulins in GI and GIT compared to animals of the GC. After D52, GI showed levels of interleukins and immunoglobulins smaller than GIT. Regarding the concentrations of Zn and Cu liver was found that the infection caused a depletion in the liver of these minerals, however, supplementation did not prevent this effect. Based on these findings we can conclude that the administration of a dose of Zn and Cu increased the immune response in infected sheep with H. contortus response, and presents a potential beneficial effect as adjunct therapy to combat this parasite. Adviser: Sonia Terezinha dos Anjos Lopes Keywords: H. contortus, minerals, sheep, haemonchose, immunology. Number of pages of the Dissertation: 52 Examining board Alfredo Quites Antoniazzi Marcelo Beltrão Molento Date of Defense: february 28th LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1Figura 2Figura 3- Figura 4- Sinais clínicos de hemonchose. A) Edema submandibular; B) Mucosa ocular pálida.............................................................................................12 Ciclo de vida do parasito Haemonchus contortus.....................................13 Técnica McMaster, desenvolvida por GORDON e WHITLOCK (1939). A) Câmera de McMaster; B) Visualização em microscópio para contagem de ovos por gramas de fezes; C) ovos strongylida...................14 Os mecanismos envolvidos na reação de auto cura contra helmintos intestinais. Em essência, o animal monta uma resposta alérgica aos antígenos da saliva dos nematódeos aderidos. Essa resposta inflamatória aguda faz com que o verme se solte da parede e seja eliminado nas fezes............................................................................................18 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO............................................................................................................. 11 2. REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................... 16 2.1. Resposta Imune frente ao parasita............................................................................... 16 2.2. Zinco e Cobre.............................................................................................................. 19 3. ARTIGO 1 - Resposta imune de cordeiros infectados experimentalmente com Haemonchus contortus e tratados com associação de zinco e cobre injetáveis ........................................................................................................................... 22 Abstract............................................................................................................................... 23 Introdution........................................................................................................................... 24 Material and Methods.......................................................................................................... 25 Results................................................................................................................................. 28 Discussion........................................................................................................................... 30 References.......................................................................................................................... 37 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................... 47 REFERÊNCIAS............................................................................................................ 48 11 1. INTRODUÇÃO A ovinocultura brasileira passou nos últimos anos por uma série de mudanças de paradigmas culturais, focando cada vez mais em manejos eficientes, aumentando a lucratividade da criação. Prova disso, é a evolução do rebanho ovino brasileiro, o qual no ano de 2010 contava com 16,8 milhões de cabeças aumentando para 17,3 milhões de animais no ano de 2011. O Rio Grande do Sul representa 32,57 % do rebanho nacional, tornando-se o estado com maior número de animais (IBGE, 2011). A redução do índice de produtividade do rebanho ovino no país, em sua maioria, pode ser associada às infecções parasitárias, principalmente decorrente do nematódeo gastrintestinal da espécie Haemonchus contortus, devido à sua alta patogenicidade e prevalência no país (AMARANTE et al., 2009). Dentre os helmintos gastrintestinais que afetam ovinos e caprinos no Brasil, a espécie Haemonchus contortus (Figura 1) é a mais prevalente e patogênica (AMARANTE, 2001). Este nematóide pertence ao Filo Nemathelminthes, Classe Nematoda, Ordem Strongylida, Superfamília Trichostrongyloidea, Família Trichostrongylidae, Gênero Haemonchus com várias espécies, mas a principal é a espécie Haemonchus contortus (VIEIRA, 1989). Este parasito do abomaso é essencialmente hematófago, ou seja, durante a sua vida parasitária, alimenta-se de sangue do hospedeiro e, como consequência, os animais portadores de carga parasitária elevada podem apresentar edema submandibular (Figura 1.A) pela hipoproteinemia, anemia acentuada (Figura 1.B) e elevada taxa de mortalidade (AMARANTE, 2001). O ciclo de vida do Haemonchus contortus tem duas fases. A primeira é de vida livre, ocorre nas pastagens, sendo caracterizada pelo desenvolvimento de um ovo embrionado até a fase de larva infectante (L3). A segunda se dá no hospedeiro após a ingestão da L3 dando prosseguimento ao desenvolvimento larval até a fase adulta (LE JAMBRE, 1983). Na fase de vida parasitária, os aspectos relativos à genética, nutrição, estados fisiológicos, manejo do rebanho, taxa de lotação, regime de criação e aspectos relativos ao bem-estar animal repercute no desenvolvimento dos nematódeos (VIEIRA et al, 2002). 12 A B FIGURA 1. Sinais clínicos de hemonchose. A) Edema submandibular B) Mucosa ocular pálida. Fonte: Marcelo Beltrão Molento A fase de vida livre consiste na eclosão dos ovos, eliminados junto às fezes e no desenvolvimento da larva até o estágio infectante (terceiro estágio, L3); este desenvolvimento compreende uma série de etapas e processos, que sofre influência constante das condições climáticas e do microclima da pastagem (O’CONNOR et al., 2006). Em adição, a ocorrência de chuvas estimulam o desenvolvimento e a migração das L3 presentes nas fezes para a planta forrageira, e consequentemente, a contaminação dos animais durante o hábito de pastejo (ROCHA et al., 2008; SILVA et al., 2008). Após a ingestão, junto à pastagem, as L3 sofrem duas mudas no trato gastrintestinal do hospedeiro, para larva de quarto estágio (L4) e larva de quinto estágio (L5), forma adulta, e se diferenciam em machos e fêmeas. Os parasitas adultos (L5) são encontrados preferencialmente parasitando o abomaso e, após a cópula, uma fêmea do parasita Haemonchus spp. libera junto às fezes aproximadamente 5000 ovos/dia (LE JAMBRE, 1983) (Figura 2). A elevada patogenicidade do gênero Haemonchus leva a um decréscimo no desempenho produtivo e/ou reprodutivo dos animais, anemia e, em casos extremos, pode levar o hospedeiro a óbito. As principais categorias acometidas pelo parasita são os animais jovens e as fêmeas no período do periparto, devido a menor eficiência de sua reposta imunológica (ROCHA et al.,2004). As espécies de Haemonchus spp. diferem morfologicamente entre si, as L3 de H. contortus e Haemonchus placei são identificadas a partir da distância entre a extremidade posterior da larva e o final da cauda da bainha (Fig. 1): os valores médios são de 73,6 (± 0.53) μm em H. contortus e 99,2 (± 0.7) μm em H. placei (SANTIAGO, 1968). 13 A prevalência de H. contortus em ovinos, assim como a ocorrência de infecções mistas por H. contortus e H. placei foram relatadas em diversos estudos, quando os ovinos compartilham pastagens com outros ruminantes. Na África ocidental, em pastagens comumente compartilhadas por dromedários, ovinos, caprinos e zebuínos, 56% do total de exemplares de H. placei foram encontrados em ovinos e somente 10% em bovinos zebuínos. Porém, os principais hospedeiros de H. contortus foram os pequenos ruminantes (JACQUIET et al., 1998). FIGURA 2. Ciclo de vida do parasito Haemonchus contortus. Fonte: pubs.ext.vt.edu. A infecção de animais pelos helmintos que vivem no trato gastrintestinal é usualmente diagnosticada in vivo, através de técnicas laboratoriais com o uso da microscopia óptica (Figura 3). A técnica McMaster (Figura 3.A), desenvolvida por GORDON e WHITLOCK (1939) (Figura 3.B) foi originalmente testada e descrita para contagem de ovos de helmintos gastrintestinais de ovinos (Figura 3.C), sendo mais utilizada para avaliações quantitativas do número de ovos por grama de fezes. 14 A B C FIGURA 3. A) Técnica McMaster, desenvolvida por GORDON e WHITLOCK (1939) Câmera de McMaster; B) Visualização em microscópio para contagem de ovos por gramas de fezes; C) ovos strongylida. O controle de verminose em ovinos é realizado quase que exclusivamente com o uso de anti-helmínticos. No entanto, devido à falta de conhecimentos no que se refere à biologia e à epidemiologia dos parasitos, a maioria dos produtores não fornecem vermífugos adequadamente aos seus rebanhos. Na maioria das vezes, a administração de anti-helmínticos é realizada sem base técnica, visando apenas atender a um programa fixo de controle e/ou quando o rebanho é manejado, para adoção de outras práticas de manejo. Consequentemente, tem sido observada uma crescente redução na eficácia dos vermífugos (MOLENTO et al., 2004), O crescimento da resistência ocorre, portanto, em escala mundial, tanto no número de espécies de parasitos afetados como na variedade de princípios ativos envolvidos (ZACHARIAS, 2004). O nível de resistência em uma raça/rebanho é analisado através dos resultados de OPG, devido sua comprovada correlação positiva com o valor da carga parasitária. A tolerância, por outro lado, apóia-se nos valores de VG (análise funcional apenas para parasitas hematófagos) e na comparação de resultados produtivos (ganho de peso ou produção de lã) entre animais infectados e não infectados (BAKER et al., 2003). Ainda, na Nova Zelândia, utiliza-se o registro do número de vezes que o animal foi submetido há tratamentos anti-helmínticos na seleção para tolerância. Resultados demonstram que a tolerância é expressa mais cedo, aos 2 meses de idade, enquanto a resistência apenas aos 4-5 meses (BAKER et al., 2003). As características genéticas que conferem resistência são traduzidas em diferentes modificações bioquímicas e moleculares que determinam a diminuição do efeito da droga contra o parasito, isso ocorre em menos de 5% de uma população normal susceptível, assim o anti-helmíntico, quando utilizado pela primeira vez, apresenta eficácia elevada, no entanto, o uso frequente do mesmo princípio ativo aumenta a população de indivíduos resistentes e, consequentemente, reduz a eficácia do produto (MOTTIER; LANUSSE, 2001). 15 Estudos vêm sendo realizados visando ao desenvolvimento de meios alternativos para reduzir o uso de anti-helmínticos no controle da gastroenterite verminótica, dentre eles, rotação de pastagens, uso de plantas que diminuem a sobrevivência das larvas, tratamento seletivo, fungos nematófagos, vacinas, sistemas de criação de piso ripado, seleção de raças resistentes e o emprego de minerais. Nesse sentido os minerais tem sido foco de pesquisas por exercer estímulo ao sistema imune de ovinos. Resultados demonstraram que esses elementos, quando em deficiência, afetam negativamente as habilidades dos animais em desenvolver competência imune frente à Haemoncose (LEAL et al., 2010; SOLI et al., 2010). Nesse sentido, Busca-se o uso de minerais como “drogas de performance”, que aplicados de maneira estratégica, permitam plena expressão do potencial imune, eritropoiético e produtivo do animal frente ao desafio da hemoncose com o intuito de aumentar as defesas imunitárias dos ovinos frente aos parasitas. 16 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1. Resposta imune frente ao parasita A resposta imune tem papel fundamental na defesa contra agentes infecciosos e se constitui no principal impedimento para a ocorrência de infecções disseminadas habitualmente associadas com alto índice de mortalidade. O sistema imunológico é um dos sistemas mais importantes do organismo animal, pois compreendem todos os mecanismos pelos quais o organismo se defende de invasores externos. Para que o organismo animal esteja realmente protegido contra estes microrganismos, é necessário que tenhamos um sistema imunológico atuando de maneira eficiente e efetiva (JANEWAY, 2001). A defesa inata esta presente desde o nascimento, não é específica e pode responder aos diferentes agentes da mesma forma sem produzir células de memória. Compreende barreiras estruturais (pele e membrana de mucosas) e fisiológicas (pH e níveis de oxigênio). Em adição, células fagocitárias e outros leucócitos, como as células natural killer (NK), estão envolvidos diretamente na fagocitose, pinocitose, morte celular e resposta inflamatória. Tais processos não são influenciados pelo contato prévio com o agente infeccioso e formam a primeira linha de defesa do organismo, retardando o processo da infecção, as células mais importantes na resposta imune inata são neutrófilos e macrófagos a qual produzem citocinas, proteínas sinalizadoras que recrutam outras células inflamatórias durante o desencadeamento da resposta inflamatória (DELCENSERIE et al., 2008). A defesa imune adquirida atua por um maior período que a inata a apresenta especificidade e memória. Essa defesa fornece uma proteção mais efetiva contra patógenos por sua habilidade de memorizar e reconhecer expressivo número de antígenos. É composta por células de memória B e T. As células B contribuem para a resposta imune por meio de secreção de anticorpos ou imunoglobulinas que são subdivididas em quatro classes: IgA, IgE, IgM e IgG (imunidade humoral) e as células T, na imunidade mediada por células (KLAUS et al., 2003). O sistema complemento é o principal mediador humoral do processo inflamatório junto aos anticorpos. Está constituído por um conjunto de proteínas, tanto solúveis no plasma como expressas na membrana celular, e é ativado por diversos mecanismos por duas vias, a 17 clássica e a alternativa, cada uma delas é desencadeada por fatores diferentes, sendo o início da ativação diferente para cada uma, mas que convergem em uma via comum (ITURRY, 2001). As infecções helmínticas e a resposta imunológica, correspondente do hospedeiro, são produtos de uma prolongada relação co-evolucionária entre o hospedeiro e o parasito (ANTHONY et al., 2007). Ao parasito é vantajoso ludibriar o hospedeiro induzindo-o a desenvolver uma resposta imune ineficiente, buscando um nicho adequado para maturação e propagação, sem matar ou prejudicar o hospedeiro. Reciprocamente, o hospedeiro tem por ideal gerar uma resposta imune eficaz para expulsar o parasito, minimizar seus efeitos nocivos, enquanto não sacrifica sua capacidade de elaborar resposta contra outros patógenos (ANTHONY et al., 2007) Após o parasito se alojar na mucosa do hospedeiro, um mecanismo efetivo inicial importante no controle da carga parasitária, e nos fenômenos de autocura, é a inflamação da mucosa (WAKELIN, 1978). A inflamação é desencadeada quando o organismo percebe que está sendo atacado, desta maneira, utiliza-se de células sentinelas, como por exemplo, mastócitos, macrófagos e as células dendríticas que são ativadas quando padrões moleculares associados a patógenos (PAMPs) ou alarminas se ligam a seus receptores. Em resposta eles sintetizam e secretam citocinas e outras moléculas, a qual desencadeia a inflamação, enquanto inicia a ativação da imunidade adquirida (TIZARD, 2013). Após as infecções por helmintos, o número de eosinófilos pode aumentar no sangue e tecidos, sua liberação da medula óssea é estimulada por citocinas. As citocinas e quimiocinas são produzidas pelos linfócitos T helper 2 (Th2) e mastócitos. Os eosinófilos são atraídos aos locais de desgranulação dos mastócitos, e ativados, aumentando a sua habilidade para destruir os parasitos (BALIC et al., 2000). Estudos in vitro demonstraram a importância dos eosinófilos no combate aos parasitos e, em muitos casos, os eosinófilos agem mais efetivamente contra os estágios larvais, necessitando da cooperação dos anticorpos, e/ou sistema complemento, para a maior eficácia (MEEUSEN; BALIC, 2000). In vivo os eosinófilos foram capazes de danificar e, provavelmente, matar as L3 de H. contortus em ovinos infectados experimentalmente. Contudo, a presença dos eosinófilos no tecido, por si só, não é suficiente e depende da interação com outros fatores microambientais, como a ação de mastócitos intra epiteliais e da IL4 (BALIC et al., 2006). As citocinas são glicoproteínas que podem atuar como mediadoras intercelulares de muitos processos biológicos, como inflamação, fibrose, reparação, angiogênese, regulação da hematopoiese, controle de proliferação e diferenciação celular e ativação da resposta imune 18 celular e humoral (FELLDMANN, 2008). Possuem papel essencial na formação dos sinais locais ou sistêmicos da inflamação, sendo produzidas e liberadas por vários tipos de células em resposta a estímulos desencadeados por agentes infecciosos ou em resposta a outras citocinas (COTRAN et al., 2000; ROITT et al., 2003). As citocinas que ativam as células inflamatórias estimulam a produção de interferomgama (IFNα), uma citocina ativadora de macrófagos. Essas células uma vez ativadas passam a produzir citocinas pró-inflamatórias (ABBAS et al., 2012). A resposta imunológica contra agentes infecciosos é representada pela resposta celular e humoral, com grande produção de anticorpos. Os anticorpos ou imunoglobulinas são glicoproteínas produzidas por linfócitos B em resposta à estimulação antigênica (BUSH, 2004). Os anticorpos secretados realizam várias funções efetoras, como neutralização de antígenos, ativação de complemento, fagocitose e destruição de microorganismos (ABBAS et al., 2012) (Figura 4.). Figura 4: Os mecanismos envolvidos na reação de auto cura contra helmintos intestinais. Em essência, o animal monta uma resposta alérgica aos antígenos da saliva dos nematódeos aderidos. Essa resposta inflamatória aguda faz com que o verme se solte da parede e seja eliminado nas fezes. Fonte: Tizard, 2008. O principal isotipo de imunoglobulina no sangue e nos fluidos extracelulares é a IgG, que exerce papel principal nos mecanismos de defesa mediado por anticorpos (TIZARD, 2013). A IgG também atua na neutralização de toxinas, imobilização de bactérias, sensibilização para as células natural killer (NK), ativação do complemento e opsonização. A 19 IgM é a principal classe da Ig produzida durante uma resposta imune primária, é capaz de ativar o complemento de maneira mais eficaz, o que contribui para o controle mais eficiente de uma infecção (MOLINARO et al., 2009). A IgA é a principal Ig presente em secreções externas, tendo como função principal impedir a aderência de antígenos a superfícies corpóreas. Por fim, a classe de IgE liga-se a receptores nos mastócitos e basófilos, promovendo a reação inflamatória, através da liberação de mediadores químicos como histamina e fatores quimioatraentes. Além disso, podem estar envolvida em processos alérgicos e na eliminação de helmintos, quando sensibilizam eosinófilos (TIZARD, 2013). Durante o hábito hematófago os parasitas abomasais podem lesionar a mucosa e, ao reparar a lesão, o organismo utiliza as proteínas da dieta, que usualmente seriam destinadas para a manutenção, desenvolvimento e reprodução do animal. Além desses fatores, a proteína da dieta pode ser desviada para contribuir com a resposta imune, pois muitos componentes do sistema imunológico, as imunoglobulinas, citocinas e proteases liberadas pelos mastócitos celulares são proteínas in natura (HOUDIJK et al., 2005). A resposta imune eficiente, contra infecções helmínticas, gera um custo ao metabolismo do animal. Estima-se que a manutenção da imunidade contra nematódeos gastrintestinais em ovinos implica em perdas de 15% na produtividade (GREER, 2008). 2.2. Zinco e Cobre O zinco atua como integrante da estrutura de metalo-enzimas, e o cobre funciona como ativador de processos enzimáticos (TOKARNIA, 2000). O zinco faz parte de um grande número de enzimas e ainda atua como cofator de outras. Sua deficiência em ruminantes causa redução no crescimento, na ingestão de alimentos e na conversão alimentar, além de causar ou exacerbar problemas ósseos e reduzir a imunidade. Em condições de alto estresse, há prioridade do zinco para o sistema imunológico, a fim de fortalecer o mecanismo de defesa. Desse modo, a síntese de queratina, proteína integrante da pele e dos pêlos, tem menor prioridade, e podem ocorrer alopecia e paraqueratose (PEIXOTO et al., 1994). No sistema imunológico o zinco desempenha papel fundamental, pelo fato de as células do sistema imune apresentarem altas taxas de proliferação, e este mineral estar envolvido na tradução, transporte e replicação do DNA. O zinco pode, ainda, afetar o 20 processo de fagocitose dos macrófagos e neutrófilos, interferir na lise celular mediada por células natural killer e ação citolítica das células T. A influência direta do zinco no sistema imune acontece devido a este elemento estimular a atividade de enzimas envolvidas no processo de mitose, como a DNA e a RNA polimerase, timidina quinase, desoxiribonucleotidol terminal transferase e ornitina descarboxilase (SENA., 2005). A enzima metalotioneína representa a maior reserva de zinco no organismo animal e está presente em consideráveis concentrações no fígado, rins, pâncreas e intestino, apesar do Zn estar distribuído em diversos tecidos, há considerável dificuldade em mobilizar rapidamente essas reservas em casos de deficiência, além disso, o zinco não tem órgão especifico para ser estocado em ruminantes (McDOWELL, 2003). Quando a deficiência de zinco se estabelece, ocorre atrofia do timo, principal órgão do sistema imune, com perda da função normal das células T (resposta celular) e diminuição das células B (resposta humoral), que pode ser demonstrada pela depressão na produção de imunoglobulinas G e M (HAMBIDGE et al., 1996). O cobre é um microelemento ou elemento traço e é fundamental na regulação de muitos processos vitais, tais como crescimento e diferenciação celular, respiração celular, melanina, colágeno, elastina e síntese de hemoglobina (SHARMA, 2005). Em ruminantes, o cobre juntamente com outros minerais, podem se combinar no rúmen para formar complexos triplos não absorvíveis denominados cupro-tiomolibdatos (CuTMs). O efeito fisiológico importante dos Cu-TMs está na restrição da disponibilidade de Cu para a síntese de ceruloplasmina, a qual é responsável por carreiar esse mineral para tecidos específicos do organismo (VÁSQUEZ, 2001). Sua deficiência esta ligada a redução na produção de hemoglobina, da formação dos ossos, da pigmentação do pêlo e da lã e também no funcionamento do coração e sistema nervoso central (SILVA; BARUSELLI, 2001). Quando se tem uma deficiência de cobre, os linfócitos T e B, neutrófilos e macrófagos reduzem a sua função, ocorrendo uma redução das células protetoras como os anticorpos e, consequentemente, em uma redução na resposta imunológica específica e inespecífica. Com isso estão, tem-se um animal com sistema imunológico debilitado e susceptível ao ataque de microorganismos (BABIOR et al., 1973). O cobre é proveniente dos alimentos e apresenta pequena disponibilidade, ao redor de 4%, e está intimamente ligado à forma química a qual se encontra e sua solubilidade (ORTOLANI, 2002). Pesquisadores da Nova Zelândia relataram que a administração oral de 4,1 gramas de partículas de óxido de cobre de liberação lenta (COWP) para ovinos, acarreta uma redução significativa no número de parasitas recuperados na necropsia, com uma redução de 96% para 21 Haemonchus contortus e 56% para Ostertagia circumcincta (SOLI, 2010). A necessidade de uma adequada suplementação de micro elementos segue um importante papel fundamental no organismo animal, mediante regulação de funções e auxílio no adequado funcionamento do sistema imune (UNDERWOOD; SUTTLE, 1999). Animais deficientes em Cu e Zn mostram reduzida capacidade fagocitária. Fato associado à diminuição da disponibilidade da enzima Cu/Zn SOD requerida pelos macrófagos e neutrófilos (BATISTA, 2009). A resposta imune produzida pelo hospedeiro após o contato com o parasita é complexa, vários fatores estão relacionados para uma resposta imunológica eficiente frente ao Haemonchus contortus, como por exemplo, genética, categoria do animal, nutrição e fatores intrínsecos do hospedeiro (SANTOS, 2013). Medidas corretas de manejo e suplementação mineral podem contribuir para a resposta mais eficiente do hospedeiro frente ao parasita. 22 3. ARTIGO1 Immune response of lambs experimentally infected with Haemonchus contortus and parenterally treated with a combination of zinc and copper Andressa S. Schafera*, Marta L. R. Lealb, Marcelo B. Molentoc, Adelina R. Airesb, Marta M.M.F. Duarted, Fabiano B. Carvalhof, Alexandre A. Tonina, Lucas Schmidte, Erico Florese, Raqueli T. Françaa, Thirssa H. Grandog, Gabriela A. Szinwelskib, Alfredo Q. Antoniazzib, Sonia T.A. Lopesa a Laboratório de Análises Clínicas Veterinárias, Departamento de Clínica de Pequenos Animais, Hospital Veterinário Universitário, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Rio Grande do Sul, Brazil. b Laboratório de Endocrinologia e Metabologia Animal, Departamento de Clínica de Grandes Animais, Hospital Veterinário Universitário, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Rio Grande do Sul, Brazil. c Laboratório de Doenças Parasitárias da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Paraná, Brazil. d e Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brazil. Laboratório de Química Industrial e Alimentar Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Rio Grande do Sul, Brazil f Setor de Bioquímica e Estresse Oxidativo do Laboratório de Terapia Celular, HospitalVeterinário, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Rio Grande do Sul, Brazil. g Laboratório de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brazil. *Corresponding author at: Laboratório de Análises Clínicas Veterinárias, Departamento de Clínica dePequenos Animais, Hospital Veterinário Universitário, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Avenida Roraima 1000, CEP 97105-900, Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brazil. Tel.: (+55) 55 9994 9003 Fax: (+55) 3220 -8814 E-mail: [email protected] (A.S. Schafer). 1 Artigo de acordo com as normas do periódico Veterinary Parasitology 23 ABSTRACT The present study evaluated the immune response of lambs experimentally infected with Haemonchus contortus (H. contortus) and treated with zinc (Zn) and copper (Cu) associated. Twenty-one (21) lambs were divided into three groups: CG (control group), IG (infected group – infection performed with 15,000 larvae of H. contortus/group) and GIT (group infected and treated subcutaneously with 1.5mg/kg of Zn and 0.45mg/kg of Cu on the days 10 and 45 post-infection [PI]). Blood samples were drawn on days 0, 14, 28, 42, 56 and 70 PI in order to determine the serum concentrations of IL1, IL4 and IL6, INFγ, TNF-α and IgA, IgE, IgG and IgM. The parasitic infection was monitored by the counting of eggs per gram of feces (EPG) on the same intervals of blood sampling. At the end of the experiment the animals were euthanatized and the parasite load was quantified, as well as the concentrations Zn and Cu liver were assessed. It was observed a significant increase in EPG only on day 14 PI for IG and IGT. Between D14 to D42 there was a significant increase of cytokine and immunoglobulin levels in IG and GIT, when compared with the animals of CG. After D52, the IG showed serum level of interleukins and immunoglobulins smaller than GIT. Regarding the liver concentrations of Zn and Cu, it was observed that the infection led to a depletion of these minerals; therefore, the supplementation did not prevent this effect. Based on these findings, it is possible to conclude that the administration of Zn and Cu was able to increase the immune response in lambs experimentally infected with H. contortus, presenting a potential benefic effect as an adjunct therapy to combat this parasite. Palavras chaves: H. contortus; sheep; lambs; minerals; immunology. 24 1. Introduction The gastrointestinal parasite Haemonchus contortus is the major cause of production losses in small ruminants in tropical and temperate climates (Bambou et al., 2009). This gastrointestinal nematode is highly prevalent in several regions of Brazil (Fernandes et al., 2004). It has parasitic activity on the abomasum mucosa, usually causing spoliation due its hematophagous behavior. This spoliation can lead to severe anemia, weight loss and high mortality (Amarante, 2001). In highly parasitized animals the anemia is usually severe, may leading to the animal death, characterizing a hyperacute infection. In case of the disease coursing with the chronic phase, these signals previously mentioned are intensified, often accompanied by a severe submandibular and ventral swelling, mainly due to the hypoalbuminemia (Cavalcanti et al., 2009; Fonseca et al., 2011). H. contortus induces the innate and adaptive immune responses, which are essential for the clearance of this nematode of the host (Meeusen et al., 2005). Cytokines are part of the innate immune response, presenting an essential role in the formation of local or systemic inflammation signs. They are produced and released by many cell types, usually in response to a stimuli often caused by infectious agents, or in response to other cytokines (Cotranet al., 2000; Roitt et al., 2003). The antibodies, or immunoglobulins, are produced by B lymphocytes in response to antigenic stimulation, and they act in the adaptive immune response (Bush, 2004). Thus, the determination of cytokine and immunoglobulin concentrations is essential for assessing the host immune response, especially in infections caused by gastrointestinal nematodes (Colditz, 2008). Due to the high mortality rates, drastic productivity reduction, high treatment costs, as well as the great parasite resistance against most of the drugs currently in use (Molento et al., 2009), many studies have been conducted seeking for other alternatives in order to reduce the frequent and indiscriminate use of anthelmintic drugs, especially with utilization of elements 25 that can boost the host immune response to cope the infection. One of these alternatives includes administration of minerals (Soli et al., 2010). In this sence, Zinc (Zn) is a mineral that plays an important role in the animal organism, since it is an essential component of more than 300 enzymes (Spears and Weiss, 2008). A Zn deficiency is associated with the reduction in phagocytosis, lymphocyte population, as well as causing spleen and thymus atrophy (Borges and Paschoal, 2012). Likewise, the role of copper (Cu) in animal organism is also associated with the activity of some important enzymes (Herdt and Hoff, 2011). This mineral takes part of antioxidant mechanisms, as well as in the modulation of the inflammatory response, as part of the acute phase proteins in infections, or even in stress conditions (Gaetke and Chow, 2003). Cu is critical in the regulation of many vital processes, such as cell growth and differentiation, cellular respiration, formation of melanin, collagen and elastin, as well as it participates in the hemoglobin synthesis (Sharma, 2005). Some researchers have shown that the use of copper and other minerals, as nutritional supplements, can help controlling the parasites (Nicolodi et al., 2010; Fausto, 2011); however, there is still lacks of studies using combination of minerals in attempt to provide better conditions to face the severe parasitism caused by H. contortus. Thus, this study aimed to evaluate the effects of parenteral administration of Zn associated with Cu, in the innate and adaptive immune responses of lambs experimentally infected with H. contortus, by the determination of serum cytokines (IL1, IL4 and IL6, INFγ and TNF-α) and immunoglobulins (IgA, IgE, IgG and IgM). 2. Material and Methods 2.1. Experimental design 26 Twenty-one crossbred (Texel and Corriedale) male lambs, eight months old, and weighing in average 17 kg, were housed in collective pens. During the adaptation to the diet and experimental environment (20 days), all the animals were treated with monepantel-base anthelmintic (ZOLVIX®). After this adaptation period, the lambs were separated into three distinct pens, randomly divided into three groups of seven animals each. Control Group (CG) was composed by uninfected animals, while in the Infected Group (IG) the animals were infected with H. contortus larvae, as well as the Group Infected and treated (GIT) that was also infected with H. contortus; however GIT received additionally a parenteral treatment with zinc and copper. The experimental protocol was approved by the Comitê de Ética no Uso de Animais (CEUA) of Universidade Federal de Santa Maria, registration number 012/2011. 2.2. Experimental infection All lambs were certified as negative the parasite before the experimental period. The infection was carried out with three doses of 5000 infective larvae (L3) of H. contortus, administered orally within an interval of three days between doses, totaling 15,000 larvae per animal. The first day of the experimental infections was considered as the day 0 (D0). The H. contortus larvae were obtained from coproculture, through the method described by O'Sullivan and Roberts (1950). The coproculture material was obtained from a donor lamb, experimentally infected with a monospecific culture. 2.3. Diet The animals were fed with a diet containing 11% protein, composed of ryegrass hay (Lolium multiflorum) and commercial ration (Supra®). On day 30 PI, the diet was changed in order to increase the total protein to 13%. This change was performed because the intensity of the clinical symptoms exhibited by the animals infected with H. contortus. The hematocrit of 27 some animals was recorder as 12% (normal: 27-45%). Each animal was fed with 1 kg of dry matter/day and water ad libitum. 2.4. Treatment The treatment was performed with Suplenut® (Biogenesis-Bagó, Buenos Aires, Argentina), according to the specifications and characteristics of the product, or 1.5mg of Zn EDTA/kg/BW, associated with 0.45mg of Cu EDTA/kg/BW. Volumetrically, 0.033 mL/kg/BW of the compound was subcutaneously injected in the animals, on days 10 (D10) and 45 (D45) PI. 2.5. Sampling Blood samples were drawn by jugular puncture, using vacuum tubes without anticoagulant, on days 0 (D0), 14 (D14), 28 (D28), 42 (D42) 56 (D56) and 70 (D70) PI. In order to obtain serum samples, the material was centrifuged, divided into three polypropylene tubes (for 1.5 ml), and stored at -80 ° C. At the same experimental periods, fecal samples were collected (directly from the rectum) to perform the counting of eggs per gram of feces (EPG), by the method of McMaster (Coles et al., 2006). Immediately after the last sampling collection, five animals from each group were euthanized (protocol: 10 mg acepromazine 2%, intravenous [IV]; 2g of thiopental sodium [IV] and 100 mL of potassium chloride intravenous [IV]), in order to determine the parasite load (Ueno and Gill, 1998). Fragments of liver tissue were also collected to assessment of zinc and copper concentrations. 2.6. Evaluated parameters 2.6.1. Serum Cytokines 28 Serum cytokines (IL-1, IL4, IL6, TNFα and INFγ were quantified by ELISA, using commercial kits (Bioscience, San Diego, EUA). 2.7. Serum immunoglobulins Serum immunoglobulin (IgG, IgM, IgA and IgE) were determined by standard nephelometry, using commercial kits (Dade Behring Diagnostic, Marburg, Germany), and following the manufacturer's instructions. The commercial kits used in cytokines and immunoglobulins were previously standardized for sheep. 2.8. Determination of hepatic concentrations of Zn and Cu Concentrations of Cu and Zn were determined by optical emission spectrometry with inductively coupled plasma (ICP-OES), in a PerkinElmer spectrometer (Optima 4300 DV). 2.9. Statistical analysis Concentrations of cytokines, immunoglobulins, zinc and copper were subjected to one-way analysis of variance (ANOVA), followed by post hoc Student Newman Keuls test. Data of parasitic load and EPG were submitted to Kruskal Wallis test, a variation of the nonparametric one-way ANOVA, followed by the post hoc Tukey test. The significance level was considered as 5% (P <0.05). Interleukins, immunoglobulins, zinc and copper were shown as means and standard deviation. EPG and parasite load are expressed as median +/- interquartile range. Statistical analyzes were performed with the statistical software Graphpad Prism 5.0. 3. Results 3.1. Cytokines 29 Figure 1 shows the serum levels of IL-1 (A), IL-4 (B), IL-6 (C), TNF-α (D) and INF-y (E) throughout the 70 days of the experiment. It represents the animals infected with H. contortus (IG), and infected and treated with zinc and copper (GIT), on days 10 (1st dose) and 45 (2nd dose). It was possible to observe a significant increase in the levels of IL-1 (P<0.001), IL-4(P<0.001), IL-6 (P<0.001), TNF-α (P<0.001) and IFN-y (P<0.001) in IG, when compared with CG from the 14th to the 70th day PI. Furthermore, GIT group showed a significant increase in serum levels of IL-1 (P<0.001), IL-6 (P<0.001), TNF-α (P<0.001) and IFN-y (P<0.001), on days 28 and 42, when compared with IG. IL-4 of GIT showed a significant increase on days 14, 28 and 42, regarding to IG (P<0.001). In addition to these findings, it was also possible to observe that, on days 56 and 70 PI, the levels of IL-1 (P<0.001), IL-4 (P<0.001), IL-6 (P<0.001), TNF-α (P<0.05) and IFN-y (P<0.001) were significantly lower in GIT, when compared with IG. 3.2. Immunoglobulins Figure 2 shows the serum levels of IgM (A), IgG (B), IgA (C) and IgE (D) during 70 days of the experiment. It represents the animals infected with H. contortus (IG), and infected and treated with zinc and copper (GIT), on days 10 (1st dose) and 45 (2nd dose). It was observed a significant increase in serum levels of IgM (P<0.001), IgG (P<0.001) and IgA (P<0.001) from the 14th to the 70th day in IG. IgE levels were significantly different for GI from the 42nd day on (P<0.001). Regarding the IgM levels, GIT showed a significant increase, when compared with IG on days14 (P<0.001) and 28 (P<0.001) PI. However, no significant reduction in IgM levels was observed on days 56 and 70 PI. Comparing to IG, GIT showed a significant increase in IgG levels only on day 28 (P<0.001) PI, and a significant reduction on days 56 and 70 PI (P<0.001). IgA levels were higher in the GIT, when compared to GI (days 14 and 28 PI) (P<0.001). However, GIT showed a significant IgA reduction on days 56 and 30 70 PI (P<0.001). It was possible to observe, also, that in the IG occurred a significant IgE increase from day 42 on, when compared with CG (P<0.001). GIT significantly increased its IgE levels on days 14, 28 and 42 PI, in relation to CG and IG (P<0.001). However, the same GIT showed a significant reduction in this IgE levels on days 56 (P<0.05) and 70 (P<0.001) PI, when compared with IG. 3.3. Parasitic load and hepatic zinc and cooper Figure 3 shows the number of parasites (A), zinc (B) and copper (C) levels in IG and GIT on day 70 PI. It was noticed that the IG showed a significant increase in the number of parasites, in relation to the CG (P<0.05); however the GIT did not show significant difference, when compared with IG. It was also observed that IG showed a significant Cu (P<0.05) and Zn (P<0.05) reduction, when compared with the control group. No significant differences for hepatic Zn and Cu, between IG and GIT, were observed. Table 1 shows the EPG in animals infected with H. contortus (and treated) at the end of the treatment (70th day). IG showed a significant EPG increase only on 14 day when compared with the control group (P<0.05). No significant differences, between IG and GIT, were observed. 3.4. Macroscopic analysis of the abomasum It was observed the presence of H. contortus in the abomasal mucosa of IG and GIT lambs. Macroscopic examination showed erythematous areas. Animals of GIT visually showed a lower parasite load, but statistically it had no differences (Figure 4). 4. Discussion The present study was designed in order to assess the effect of treatment with a zinc 31 and copper compound on inflammatory markers and parasitic load, using as experimental model lambs, which were experimentally infected with Haemonchus contortus. It was observed that the experimental infection triggered an increase in the production and secretion of pro-inflammatory cytokines, as well as in anti-inflammatory immunoglobulins. This pattern remained during the 70 experimental days. Furthermore, a different behavior in the levels of interleukins and immunoglobulins were observed, for each administration of Zn and Cu. The experimental infection was able to reduce the hepatic levels of Cu and Zn; however, no significant decrease was observed for the parasitic load in response to this treatment. When a deficiency of Zn and Cu occurs, lymphocytes T and B, macrophages, and neutrophils reduce their function, and consequently a reduction of protective cells is generated. Together, low levels of antibodies lead to a reduced immune response, leaving the organism susceptible to attack by microorganisms (Babior et al., 1973). In our study, initially, it was observed that the first administration of Zn/Cu promoted a greater production of interleukins and immunoglobulins, while the second administration allowed to the animals a more positive response against the parasite, by reducing the content of these inflammatory markers. According to Oliveira et al. (2011), cytokines are necessary mediators to drive the local inflammatory response to the infection and injury locations, allowing a proper healing. However, the exacerbated and persistent production of pro-inflammatory cytokines, may contribute to aggravate the organ damage, might leading to multiple organ failure and death. The increase in serum cytokines was observed from the 14th day, lasting until the end of experiment, with a gradual increase in their serum levels. Cytokine production usually occurs due to the immune stimulation, here triggered by the presence of H. contortus in the abomasum. The first administration of Zn/Cu was unable to oppose the cytokine increase production, induced by the infection. The cytokines remained in high levels, and in some periods, their production was even higher in GIT than in IG. Peixoto et al. (1994) reported 32 that under conditions of high stress, there was priority of Zn for the immune system, in order to strengthen the defense mechanisms. Cu and Zn have an excellent protective effect on the synergism of the immune response (Zi et al., 2009). It was also observed an increase in pro-inflammatory cytokines (IL-1, IL-6, TNF-α and INF-y) and anti-inflammatory (IL-4) from day 14 PI on. During severe infections, a portion of the IL-1 circulates in the bloodstream, and when in combination with TNF-α, it is in charge of the clinical manifestation, may causing fever, lethargy, loss of appetite and so on (Abbas, 2012), clinical signs observed in some animals of this experiment. The second Zn/Cu dose reduced TNF-α, which possibly drove the animals to a faster recovery, as well as to a reduction of the clinical manifestations. IL-4 induces the differentiation of B-lymphocytes to produce IgE and IgG, such important immunoglobulins in allergic and anti-helminth responses, acting on activated macrophages, reducing the effects of IL-1, TNF-α and IL-6, by inhibiting the production of free radicals (Oliveira, 2011). According to Balic (2000), the protective immune response against gastrointestinal nematodes, depends on the ability of the immune system in recognize the parasite as an antigen, and then, develops a protective Th2 response. Most of the extracellular parasites induce this type of response (Miller and Horohov, 2006), which is related to the production of immunoglobulins. IgM reached its peak on day 42 PI. It is the most important immunoglobulin produced during the primary immune response, being able of activating the complement effectively, which contributes to efficient infection control (Molinaro et al., 2009). From day 42 PI, its levels decrease gradually, demonstrating that the acute phase of infection with Haemonchus contortus is reached in about 40 days after the "contact" with the parasite. Administration of Zn/Cu did not significantly reduce the levels of IgM in infected animals. However, the most pronounced effects of this treatment were observed regarding to IgG behavior, since from day 56 PI, it was observed a severe reduction in IgG levels GIT, 33 when compared with IG. IgG peak was reached on day 70 PI. It is well known that this immunoglobulin acts on different nematode infection, in inducing the production (in abomasum and intestine) of extra antibodies, especially against some carbohydrates present in the larval surface of various strongyles (Bugiro Jr et al., 2008). The same effect was observed for serum IgA and IgE, since they were reduced in response to the treatment, on days 56 and 70 PI. These findings may be related to the second dose administration, that might resulted in the opposite effect of Zn/Cu compound on the production of cytokines and immunoglobulins in GIT. These ones were in smaller levels in relation to the IG. The second administration showed a positive inflammatory response effect, helping on the controlling of inflammation. Regarding to IgA, it was increased from the 14th day until the end of the experiment. IgA main function is to prevent the adhesion of antigens to body surfaces, being present on mucous membranes (Tizard, 2013). It is also related to reduced fertility in some gastrointestinal nematodes (Balic et al., 2000; Martínez-Valladares et al., 2005; Tizard, 2013). In a study conducted by Gómez-Muñoz et al. (1999), the authors observed that animals challenged with H. contortus and treated with selenium and vitamin E, did not show difference in IgA levels in serum, differing of our data. IgA variations are possibly related to the infecting dose, as described by Cuquerella et al. (1994). Treatment with Zn/Cu compound increased the production of IgE from day 14 PI; however, the infection by itself stimulated an increased production of IgE on day 42 PI. The presence Zn/Cu facilitated a immune response modulated by the production of IgE. It is possible that this early increase may help to face the parasitic infection via eosinophils. It has been reported that Zn/Cu nanoparticles, in vitro and in vivo, are able of recruiting an IgE/eosinophil response on lung (Cho et al., 2012). These findings may explain the treatment effect, increasing IgE levels in GIT, even before the IG. IgE binds to receptors on mast cells 34 and basophils, promoting an inflammatory reaction through the release of chemical mediators, such as histamine and chemo attractant factors, besides its effects on modulation of hypersensitivity reactions (type 1), playing an important immunity role against helminths (Shaw et al., 1998). According to Scott. (2000), a Zn deficiency reduces the concentration of IgE and IgG in rats infected with gastrointestinal nematodes; thus, the increase in the levels of these immunoglobulins in supplemented animals, might was a result of a better mineral supply (Zn), initially. Haemonchus contortus infection induced an increased EPG, confirming our experimental infection. IG and GIT showed EPG variation during the experimental period, while the CG remained EPG negative until the end of the experiment. This data reflects all the control measures performed throughout the 70-day experiment, in which numerous measures were taken in order to prevent re-infections. Regarding to the high variability in EPG in infected animals, it is highly possible that such results occurred due to the high parasite load of some animals. It has been reported that EPG count can be of low analytical sensitivity when assessing the infection rate of animals, since in cases of high parasitic load, a reduced excretion might occur, and consequently, reducing the number eggs in stool. (Levecke et al., 2011). It was observed a significant increase on this parameter only from day 14, and possibly, after this period, there was a high parasite load, leading to a decreased eggs excretion. It is noteworthy that after infection the animals showed characteristics clinical signs, such as apparent mucosal pallor, as well as a marked hematocrit reduction (data not shown). The experimental infection significantly increased the number of abomasum parasites in IG and GIT, when compared with CG. Even without significant difference, GIT animals demonstrated reduction indexes of 54.75% in adult parasites, when compared with the IG. It occurred, possibly, due to the protective effect of Zn/Cu compound. However, some studies 35 have shown that Zn and Cu are able to reduce the parasitic load, as described by Soli et al. (2010), using oral administration of 4.1 grams of Cu particles of slow release (COWP) in sheep. This procedure provided a significant reduction in the number of parasites recovered at autopsy, with a reduction of 96% and 56% to Haemonchus contortus and Ostertagia circumcincta, respectively. According to Ranjan et al. (2005), Cu is deposited in the liver and mobilized to the circulation only when there is an infectious process. In our study, it was observed that the infection caused Zn/Cu depletion in the liver; a situation not prevented by the Zn/Cu supplementation offered in our study. Cu is a trace element critical in the regulation of many vital processes, such as cell growth and differentiation, cellular respiration, synthesis of melanin, collagen, elastin and hemoglobin (Sharma, 2005). Zn is part of a large number of enzymes, also acting as a cofactor other enzymes. Its deficiency in ruminants causes reduction in growth, reduction in feed intake and feed conversion, immunity problems, besides its action causing or exacerbating bone problems (Peixoto et al., 1994). Fausto et al. (2011) observed an antioxidant effect in lambs infected with gastrointestinal nematodes and supplemented with Se and Cu parenterally, resulting in a greater weight gain, and significant reduction in parasite burden; however in this study the parasite burden was lower than in our experiment. Cu nanoparticles have been used in rats with acute lung infection causing deleterious effects, such as a decreased immune response followed by an increased risk of developing pulmonary emboli, even at lower doses (Ham et al., 2011). Another study, performed with ruminants, in order to evaluate the effects of oral and injectable Zn, showed that supplementation with this mineral can lead to an increase in fertility, production of heavier animals, as well as a reduced incidence of intra-mammary inflammation (Smith and Akinbamijo, 2000). 36 According to Gadacha et al. (2009), Cu, as well as most metals can act as an antioxidant, but in certain circunstances, it can also act as pro-oxidant. This condition may be related to the dose, frequency of administration, environmental factors and interaction with other compounds. In patients, on peritoneal dialysis, it was observed an increase in the Cu/Zn levels. This condition led to a malnutrition condition, oxidative stress and inflammation, with consequent reduction in the immune response (Guo et al., 2011). In this study, it was observed a reduction of cytokines and immunoglobulins, especially from the second application of Zn/Cu, demonstrating an immunomodulation on the immune system. Considering the fact that an increased and persistent production of inflammatory cytokines can lead to a pathological process, instead of only assist to face this parasitic disease, this immunomodulation might helped avoiding the worsening of the clinical signs in infected animals, especially in GIT. Analyzing our results, it is possible to assume that on day 45 PI, when the second dose of Zn/Cu was administered; there was still a significant concentration of available Cu in liver. In sheep supplemented with different sources of Zn, it was detected plasma concentrations of this mineral until the 56th day PI. (Vilela et al., 2011). According to Guo et al. (2011) almost all the Zn is sequestered at the inflammation site, and, therefore, just a small concentration is left as "liver deposit" in this situation. Plasma levels of Cu in rats were detected during 40 days after its oral administration (Pocino et al., 1991). By the other hand, Cu stays in the blood bound to ceruloplasmin, being available participate in redox reactions (Ranjan et al., 2005). Thus, the second administration of Zn/Cu was probably able of enhancing the immune response against infection by the parasite, while the first parenteral application did not provide protective effect. Therefore, the supplementary dose of Zn plus Cu, in lambs 37 experimentally infected with H. contortus, could be recommended as a complementary therapy, in order to provide better conditions to the animal cope this parasitic disease. Acknowledgement This research was supported by the Fundação de Amparo a Pesquisa do Rio Grande do Sul (Fapergs). We greatly appreciate the great contribution of Professor Marcelo Cecim References Abbas, A.K., Lichtman, A.H., Pillai, S., 2012. Cellular and Molecular Immunology. Elsevier, Philadelphia, 564 pp. Amarante, A.F.T., 2001. Controle de endoparasitoses dos ovinos. In: Mattos, W.R.S. (Ed.), A podução animal na visão dos brasileiros. Fealq/SBZ, Piracicaba, pp. 461-473. Babior, B. M.; Kipnes, R. S.; Curnutte, J. T. 1973. Biological defense mechanisms. The production by leukocytes of superoxide, a potencial bacterial agent. The Journal of Clinical Investigation, v. 52, p. 741-744. Balic, A., Cinningham, C.P., Meeusen, E.N., 2000. Eosinophil interactions with Haemonchus contortus larvae in the ovine gastrointestinal tract. Parasit.Immunol. 28, 107-115. Bambou, J.C., Gonzalez-Garcia, E., Chevrotiere, C., Arquet, R., Vachiéry, N., Mandonnet, N., 2009. Peripheral immune response in resistant and susceptible Creole Kids experimentally infected with Haemonchus contortus. Small Rumin. 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Day 0 GC GI GT Statistical Analysis Day 14 Day 28 Day 42 Day 56 Day 70 0.00 0.00 a 0.00 0.00 0.00 0.00 (0-0) (0-0) (0-0) (0-0) (0-0) (0-0) 0.00 1288 b 6863 6163 6563 2350 (0-0) (75-2100) (4325-6125) (2225-5700) (1075-3950) (25-5400) 0.00 4825b 5875 6163 10060 315 (0-0) (2800-4650) (1450-3725) (2225-5700) (1000-4175) (1125-4700) P>0.05 P<0.05 P>0.05 P>0.05 P>0.05 P>0.05 * Zn and Cu doses were 1.5mg/kg and0.45 mg/kg, respectively. Treatment was performed on days 10 and 45 PI. Different letters represent statistical differences between CG (control group), IG (group infected with Haemonchus contortus) and GIT (infected with H. contortus and treated). Nonparametric Kruskal-Wallis test followed by post hoc Dunn `s (P<0.05). Data were expressed as median (minimum-maximum). Letters represent significant difference comparing CG, IG and GIT. n=5. 43 Figure 1: Serum levels of IL-1 (A), IL-4 (B), IL-6 (C) TNF-α (D) and IFN-γ (E) of lambs experimentally infected with Haemonchus contortus and treated with a commercial compound (Zinc [1.5mg/kg] and Copper [0.45 mg/kg]) on days 10 and 45 PI. Arrows indicate the time of compound administration. Different letters represent statistical difference among the CG (control group), IG (group infected with Haemonchus contortus) and GIT (infected with Haemonchus contortus and treated). One-way ANOVA followed by SNK test (P<0.05), with results expressed or mean +/- SEM (n = 7). 44 Figure 2: Serum levels of IgM (A), IgG (B), IgA (C) IgE (D) of lambs experimentally infected with Haemonchus contortus and treated with a commercial compound (Zinc [1.5mg/kg] and Copper [0.45 mg/kg]) on days 10 and 45 PI. Arrows indicate the time of compound administration. Different letters represent statistical difference among the CG (control group), IG (group infected with Haemonchus contortus) and GIT (infected with Haemonchus contortus and treated). One-way ANOVA followed by SNK test (P<0.05), with results expressed or mean +/- SEM (n = 7). 45 Figure 3: Number of parasites in abomasum (A), hepatic zinc content (B), and hepatic copper content (C) of lambs experimentally infected with Haemonchus contortus and treated with a commercial compound (Zinc [1.5mg/kg] and Copper [0.45 mg/kg]) on days 10 and 45 PI. Arrows indicate the time of compound administration. Different letters represent statistical difference among the CG (control group), IG (group infected with Haemonchus contortus) and GIT (infected with Haemonchus contortus and treated). One-way ANOVA followed by SNK test (P<0.05), with results expressed or mean +/- SEM (n = 5). 46 Figure 4: Macroscopic view of lamb's abomasum at the end of the experiment. (A): Abomasum of one animal of the CG (control group - uninfected). Note the absence of Haemonchus contortus; (B): Abomasum of one animal of the IG (groupd infected with Haemonchus contortus). Note the high parasite load; and (C): Abomasum of one animal of GIT (group infected with Haemonchus contortus and treated with a commercial compound (Zinc [1.5mg/kg] and Copper [0.45 mg / kg] on days 10 and 45 post infection. Note the lower parasitic load, when compared with IG. 47 CONSIDERAÇÕES FINAIS O principal desafio de produtores de ovinos atualmente está em controlar o parasito Haemonchus contortus visando assim diminuir os prejuízos econômicos da propriedade. O emprego de minerais vem sendo estudado na ovinocultura como drogas de performance incrementando assim a resposta imune do hospedeiro frente ao parasita. O presente estudo demonstrou que em cordeiros experimentalmente infectados com Haemonchus contortus e tratados com um composto de zinco e cobre injetável possivelmente teve um efeito protetor, assim estimulando uma melhor resposta imune contra a infecção pelo parasito, demonstrando ser uma alternativa de suplementação mineral. 48 REFERÊNCIAS ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; PILLAI, S. Cellular and Molecular Immunology. 7. ed. Philadelphia: Elsevier, 2012. AMARANTE, A. F. T. Controle de endoparasitoses dos ovinos. In: Mattos, W. R. S. (Ed.): A podução animal na visão dos brasileiros. Piracicaba: Fealq/SBZ,. p. 461-473, 2001. AMARANTE, A. F. T. et al. Resistance of Santa Ines and crossbred ewes to naturally acquired gastrointestinal nematode infections. Veterinary Parasitology, Amsterdam, v. 165, p. 273-280, 2009. ANTHONY, R. M. et al. Protective immune mechanisms in helminth infection. Nature Review Immunology, Londres, v. 7, p. 975–987, 2007. BABIOR, B. M.; KIPNES, R. S.; CURNUTTE, J. 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