Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas INSTRUÇÃO TÉCNICA OPERACIONAL Nº 22 2012 Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas INSTRUÇÃO TÉCNICA OPERACIONAL Nº 22, de 09/04/2012 (Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas) SUMÁRIO 1. VISAO GERAL 01 2. OBJETIVOS 02 3. UMA RÁPIDA REVISÃO DE IMPORTANTES CONCEITOS 03 4. SINAIS E SINTOMAS 05 5. IDENTIFICAÇÃO DA QUEIXA PRINCIPAL 05 6. FLUXO DO CHAMADO 06 7. PRINCIPAIS TIPOS DE QUEIXA 06 7.1 Queixa Clínica 06 7.2 Vítimas de Trauma 07 8. PRESUNÇAO DE GRAVIDADE EM VÍTIMAS DE TRAUMAS 08 9. CONSIDERAÇÕES PEDIÁTRICAS 09 10. TEMPO DE RESPOSTA 10 11. DEFINIÇÃO DOS PRINCIPAIS TIPOS DE QUEIXAS 11 12. RELAÇÃO ENTRE O PROTOCOLO DE APH DO TELEDIGIFONISTA E AS DRETRIZES AUXILIARES DAS OPERAÇÕES – DIAO 11 13. EQUIPE DE TRABALHO 11 14. BIBLIOGRAFIA 12 15. ANEXOS 13 Anexo I – Protocolos de Traumas 14 T1 – Mordida de Animal 15 T2 – Violência doméstica / Violência sexual 16 T3 – Queimaduras 17 T4 – Ferimentos nos olhos 19 T5 – Vítima de queda 21 T6 – Vítima de exposição ao calor / frio 23 T7 – Hemorragia 25 T8 – Acidente de trabalho 27 Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas T9 – Vítima de agressão por arma branca e / ou de fogo 28 T10 – Acidentes de trânsito 29 T11 – Outras lesões traumáticas 30 Anexo II – Protocolos de Queixas Clínicas 31 C1 – Dor abdominal 32 C2 – Alergia / Picadas 34 C3 – Dor nas costas 36 C4 – Problemas respiratórios 38 C5 – Dor no peito 39 C6 – Convulsão / epilepsia 40 C7 – Diabetes 42 C8 – Dor de cabeça 44 C9 – Problemas cardíacos 45 C10 – Intoxicação Exógena (ingestão / envenenamento / overdose) 46 C11 – Problemas psiquiátricos /Alterações do comportamento 48 C12 – Mal súbito 49 C13 – Acidente Vascular Cerebral (AVC – derrame cerebral) 51 C14 – Situação Desconhecida / Paciente ao solo 53 Anexo III – Protocolos de Riscos Iminentes à Vida 54 R1 – Inalação de Monóxido de Carbono/ Materiais Perigosos 55 R2 – Parada Cardiorrespiratória 57 R3 – Obstrução Respiratória 59 R4 – Afogamento 61 R5 – Eletrocussão 63 R6 – Parto de emergência 64 R7 – Inconsciência / Desmaio 66 Anexo IV - Instruções de Pré-Atendimento 68 Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) em Adulto 69 Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) em Criança 73 Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) em Bebê 77 Desobstrução de Vias Aéreas (DVA) em Adulto 80 Desobstrução de Vias Aéreas (DVA) em Criança 84 Desobstrução de Vias Aéreas (DVA) em Bebê 87 Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 1 1. VISAO GERAL O presente protocolo é destinado às unidades de Bombeiros que recebem as chamadas de emergência pelo telefone 193 e que não dispõem de médico regulador para proceder à triagem das solicitações, o empenho das guarnições, a orientação ao solicitante e o encaminhamento do paciente a recurso hospitalar. Havendo médico regulador, tais atribuições pertencem ao mesmo, nos termos da Portaria Nr 2048/02, do Ministério da Saúde, que no seu capítulo IV – Do Atendimento Pré-Hospitalar Móvel, preconiza que: “...o médico regulador, após julgar cada caso, define a resposta mais adequada, seja um conselho médico, o envio de uma equipe de atendimento ao local da ocorrência ou ainda o acionamento de múltiplos meios.” Ao se referir aos serviços de APH dos Corpos de Bombeiros Militares, a Portaria, no entanto, assume que “podem ser estabelecidos protocolos de despacho imediato de seus recursos de atenção às urgências em situações excepcionais...”. A American Heart Association – AHA (Associação Americana do Coração), por sua vez, incorporando as diretrizes de 2005 do International Liaison Committee on Resuscitation – ILCOR (Aliança Internacional dos Comitês de Reanimação), a respeito da importância do telefonista de emergência fornecer instruções aos solicitantes previamente à chegada das equipes especializadas de atendimento préhospitalar - APH, recomenda que: “O atendente do SME (Serviço Médico de Emergências) que fornece instruções por telefone sobre RCP para os circunstantes que estão prestando socorro a lactentes e crianças, e também vítimas adultas, com alta probabilidade de uma causa de parada cardíaca por hipóxia (asfixia) (por exemplo, vítimas de afogamento) deve instruir a pessoa que telefona em como fazer ventilações de resgate e compressões torácicas.” A estas “instruções” preconizadas pela AHA denominamos de Instruções de Pré-atendimento, as quais se referem ao suporte básico de vida nas emergências cardiovasculares e respiratórias, incluindo obstrução de vias aéreas por corpos estranhos (OVACE), conforme as diretrizes de 2005 do ILCOR / AHA. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 2 Em 2010 o ILCOR publicou as novas diretrizes para o atendimento de Emergências Cardiovasculares e Circulatórias, e novamente reforçou as recomendações para que os telefonistas fornecessem orientações aos solicitados quanto ao suporte básico de vida a ser ministrado nas vítimas até a chegada do atendimento especializado. Assim preconiza o ILCOR (2010): “Os operadores dos centros de orientação devem ser treinados para colher informação, com protocolos específicos, a quem pede ajuda” E ainda: “Encoraja-se a orientação telefônica dos socorristas sem treino para fazerem reanimação só com compressões torácicas.” Assim, este documento tem o escopo de orientar os teledigifonistas do COBOM/CIAD e os telefonistas das Salas de Operações dos Batalhões de Bombeiros Militares e de suas frações no desempenho de suas atividades de atendentes de solicitações de atendimento pré-hospitalar. Para fins de simplificação, será empregado doravante o termo “telefonista” para designar ambos os profissionais acima citados, cujas funções são similares e requerem familiaridade com um largo número de queixas médicas. A experiência indica, no entanto, que normalmente existem trinta e dois tipos de queixas principais que ocorrem mais freqüentemente. Este protocolo fornece ao telefonista uma idéia geral sobre estes trinta e dois tipos de solicitações mais comuns, que devem ser atendidas pelo Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais – CBMMG, com o empenho de viaturas conforme as normas em vigor. O telefonista deverá atuar em cada uma de acordo com os procedimentos nele estabelecidos e de acordo com as demais normas do CBMMG. 2. OBJETIVOS a. Identificar os trinta e dois principais tipos de agravos à saúde mais freqüentes, a serem atendidos pelo Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais ; Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 3 b. definir e discutir a diferença entre uma queixa individual clínica e uma queixa traumática; c. definir a diferença entre sinais e sintomas; d. definir como identificar as principais queixas; e. estabelecer os propósitos e focalizar as questões relevantes em cada categoria de cada queixa principal; f. demonstrar, usando o protocolo apropriado, como responder ao chamado de acordo com a queixa principal do paciente, relatada pelo solicitante; g. identificar os elementos críticos em caso de parada cardiorrespiratória ; h. definir o papel do telefonista em caso de instruir via telefone o solicitante a realizar uma ressuscitação cardiopulmonar – RCP. 3. UMA RÁPIDA REVISÃO DE IMPORTANTES CONCEITOS Como já sabemos, todo solicitante será submetido a algumas perguntas iniciais para identificar se o paciente está ou não respirando ou se está ou não consciente. Este procedimento proporciona uma avaliação inicial do quadro do paciente. Normalmente o processo se inicia com uma avaliação inicial ampla das circunstâncias do agravo. De acordo com as respostas que o telefonista recebe, ele deverá elaborar mentalmente uma visão do paciente determinante da queixa principal, por meio de perguntas–chave. Obtendo as respostas, o telefonista poderá determinar se gera de imediato a “chamada” ou não. Nos casos óbvios de não urgência, em que o solicitante pleiteia o transporte de supostos pacientes em situações tais como encaminhamento para realização de exames, retorno médico sem queixa clínica relevante e transporte sanitário sem relato de agravo algum à saúde, e não havendo médico regulador na unidade de Bombeiros, o telefonista orientará o solicitante quanto à missão do CBMMG e o aconselhará a procurar serviços públicos específicos, como transporte sanitário, postos de saúde, vigilância sanitária , etc. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 4 Havendo dúvidas quanto à necessidade da geração ou não da “chamada”, ou quanto às orientações a serem repassadas, o telefonista solicitará a intervenção dos seguintes superiores hierárquicos: a. No COBOM / CIAD – o supervisor dos telefonistas ou o despachante; b. Nas SOU de BBM e SOF de Frações – o Chefe da SOU/SOF ou o Auxiliar do CBU; Persistindo dúvidas, a viatura de APH deverá ser empenhada para o socorro e o telefonista / supervisor / despachante orientará ao solicitante quanto aos procedimentos a adotar até a chegada das guarnições. Durante o diálogo com o solicitante, o telefonista deverá colher todos os dados pertinentes, conforme determinado em normas do COBOM/CIAD e das UEOp, e os lançar no CAD, ou outro meio de controle. O lançamento destes dados não deve atrasar o repasse aos solicitantes de informações e orientações relevantes à segurança do paciente, do próp rio solicitante e de terceiros, tais como controlar o trânsito, manter pessoas afastadas de ambientes contaminados com produtos perigosos, manter -se longe de cabos elétricos energizados, dentre outros. Outras orientações, no entanto, poderão ser necessárias. Exemplo disso é o caso em que o paciente esteja inconsciente e não respirando, ou esteja inconsciente e o solicitante não sabe dizer se ele está ou não respirando adequadamente. O telefonista, nestes casos poderá ter que assumir que o paciente está em parada cardiorrespiratória e será necessário orientar o solicitante, via telefone, a executar uma possível RCP, seguindo normas estabelecidas. Caso o solicitante visualize sinais de choque, deverá o telefonista orientar o mesmo quanto aos procedimentos que deverão ser empregados até a chegada do socorro. As situações mais comuns, exceto em caso de vítimas de trauma, incluem dor precordial, problemas respiratórios, nível alterado de consciência e em alguns casos hemorragias. Quase sempre haverá a necessidade de dar suporte e instruções ao solicitante no intuito de evitar o agravamento da situação, assim como proporcionar maior conforto ao paciente. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 5 Temos recebido inúmeras solicitações de crianças ou adolescente. Estas tem sido um fator preocupante para o telefonista, quanto a gerar ou não uma chamada, devido à grande quantidade de “trotes” principalmente nos horários que antecede a entrada e posterior à saída das escolas. O telefonista deverá estar bastante preparado e treinado o suficiente para realizar perguntas concernentes e discernir entre um possível trote e uma chamada real e não poderá descartar de imediato a chamada de uma criança. Ao contrário, deverá elaborar perguntas chaves para ter certeza se trata de trote ou não. Há que se levar em conta que os adolescentes atualmente são extremamente bem instruídos e capazes de receber informações técnicas suficientes para salvar uma vida ou manter sinais básico de vida até a chegada de socorro. 4. SINAIS E SINTOMAS Há uma diferença entre sinais e sintomas. Sinais são definidos como aquilo que se pode visualizar, mensurar, perceber pelos sentidos durante a avaliação do paciente, como por exemplo: sangramento, cianose, sudorese, deformidades, etc. Sintomas são definidos como sensações sofridas e expressas pelo paciente, como: calor, frio, dificuldade respiratória, etc. 5. IDENTIFICAÇÃO DA QUEIXA PRINCIPAL Esta é uma importantíssima parte do que denominamos avaliação inicial. Vale lembrar que a queixa principal é o que mais aflige o paciente. Paciente com várias queixas irá identificar a principal primeiro, seguindo das demais, o que normalmente são sintomas da queixa principal. Perguntas diretas como: “O que há de errado?” devem ser evitadas, uma vez que poderão confundir o solicitante, pois o mesmo pode entender que o despachante está querendo saber sobre o diagnóstico do paciente. Tal tipo de pergunta poderá ser Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 6 substituída por perguntas como: “o que está acontecendo?”, “em que o Corpo de Bombeiros pode te ajudar?” Quando o solicitante apresentar muitas queixas o telefonista deverá guiá-lo a responder qual é a principal queixa e quais são os sinais e sintomas que o paciente apresenta. 6. FLUXO DO CHAMADO O processo da chamada deverá fluir de modo simples e lógico. Normalmente o processo se inicia com perguntas básicas seguidas por perguntas–chave. Obtendo as informações necessárias, o telefonista poderá determinar se procede ao empenho imediato, se orienta o solicitante quanto às atribuições do CBMMG e o aconselha a buscar outro recurso - nos casos óbvios de não urgência - ou se repassa a ligação para decisão de superior hierárquico. 7. PRINCIPAIS TIPOS DE QUEIXA Normalmente existem dois tipos principais de queixa, uma advém de agravos clínicos e a outra é advinda de trauma. A maioria dos chamados cai sobre estas duas categorias. 7.1 Queixa Clínica É o mais comum tipo de queixa, entretanto o telefonista deverá distinguir entre este tipo de queixa e a queixa advinda de trauma. Queixa clínica normalmente tem relação com problemas de saúde que podem ser agudos ou crônicos. A resposta a este tipo de situação está intimamente ligada informações do à capacidade solicitante, como do telefonista idade, em sintomas colher as principais, corretas uso de medicamentos etc. Sabemos que fatores como idade, doenças crônica s e histórico médico são determinantes de um bom atendimento. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 7 7.2 Vítimas de Trauma Trauma é definido como uma lesão causada por acidente ou violência. A pronta resposta e as instruções passadas ao solicitante são, a princípio, baseadas na habilidade do telefonista em colher informações sobre o tipo e a natureza do acidente (mecanismo da lesão). Trauma denota uma situação na qual o paciente possui alguns ferimentos provocados por acidente ou violência. A queixa principal do paciente normalmente é passada ao telefonista da seguinte forma: - Ele recebeu um tiro / facada. - Ele foi atropelado / bateu o carro / caiu do telhado, etc. Estas informações fazem com que o telefonista crie uma rotina de perguntas com respostas-chave, no intuito de colher o máximo de informações do solicitante para orientá-lo no que deve ser feito até a chegada do socorro. As solicitações para atendimento de pacientes de trauma deverão ser avaliadas pelo telefonista de maneira diferente daquelas decorrentes de pacientes de agravos clínicos, pois os fatores que levaram àquela situação são diferentes. Estudos mostraram que alguns fatores primários determinam a resposta quando estamos lidando com vítimas de trauma. São os seguintes: a. Mecanismo da lesão. b. Localização da lesão. c. Significância do sintoma principal (nível de consciência, ferimento na cabeça, hemorragia, etc. ) A fase que antecede à chegada das guarnições do CBMMG ao local da ocorrência é chamada de fase de pré-atendimento, durante a qual deverão ser passadas ao solicitante informações, de maneira que o mesmo possa auxiliar ao telefonista no que concerne à manutenção da vida do paciente. São essenciais o repasse de instruções, tais como manutenção das vias aéreas, controle de hemorragias, sinalização do local, entre outros fatores. Seguindo instruções passadas pelo telefonista, o solicitante irá colaborar para manter a integridade do paciente. Dentre estas instruções pode-se incluir aquelas Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 8 quanto a não permissão de pessoas que não tem o mínimo de treinamento de primeiros socorros manipularem o paciente de forma temerária. 8. PRESUNÇAO DE GRAVIDADE EM VÍTIMAS DE TRAUMAS Segundo o manual do PHTLS, presume-se a elevação da gravidade do quadro clínico da vítima diante das seguintes circunstâncias, às quais apontam para a maior necessidade de se considerar o empenho imediato de Gu BM: a. escala de coma de Glasgow < 14; b. pressão arterial sistólica < 90; c. freqüência respiratória < 10 ou > 29; d. escala de trauma revisado < 11; e. lesões penetrantes no crânio, tronco e extremidades proximais ao joelho e cotovelo; f. tórax flácido; g. trauma combinado com queimadura; h. dois ou mais ossos longos fraturados; i. fraturas pélvicas; j. fratura de crânio aberta ou com afundamento; k. paralisias de membros; l. amputação de membros; m. grandes queimaduras ( mais de 10% de área corporal); n. ejeção de vítima de automóvel; o. óbito de outro passageiro no mesmo compartimento; p. queda superior a 1,5 vezes a altura da vítima; q. colisão em alta velocidade; r. pedestre arremessado pelo carro ou sob ele; Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 9 s. colisão de moto; t. idade < 5 ou > 55 anos; u. doença cardíaca ou respiratória; v. diabéticos dependente de insulina, cirrose, obesidade mórbida; x. trauma associado à gravidez; y. paciente com imunodeficiência que esteja debilitado ou traumatizado; z. parto iminente; a.a.crise convulsiva por mais de 5 minutos; a.b. sinais de estado de choque; a.c. Hemorragias contínuas; a.d. Hipotermia; a.e. Histórico de problemas clínicos graves (doenças coronarianas, pulmonares obstrutivas crônicas, com distúrbio da coagulação ou em uso de anticoagulante ou antiagregante plaquetário). 9. CONSIDERAÇÕES PEDIÁTRICAS Acidentes matam mais crianças do que a meningite, o câncer, ou a má formação congênita. Milhares de crianças morrem todo ano no Brasil, vítimas de queda, queimadura, afogamento, choque elétrico, asfixia e acidentes automobilísticos. Para fins de emprego da adequada técnica de APH, e correta orientação ao solicitante, define-se como bebê o paciente de 0 a 1 ano de idade, criança de 1 a 8 anos de idade e adulto, acima de 8 anos de idade, conforme estabelecido pela Cruz Vermelha Americana e pela Associação Americana de Coração para socorrista leigo. Em caso de ser vítima de trauma, a criança não deve ser removida, a menos que esteja em situação de local inseguro ou em risco iminente de morte, Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 10 sem que haja viatura disponível para atendimento a tempo, pois poderá haver lesões secundárias advindas de uma movimentação inadequada. Todo paciente é considerado possível portador de lesão de coluna vertebral quando: a. for vítima de queda, atropelamento ou outro mecanismo de transferência de energia mecânica; b. houver grande ferimento no rosto ou cabeça; c. perda de consciência advinda do acidente; d. paralisia ou inabilidade para mover membros; e. dor nas costas ao movimentar-se após ter sofrido agravo traumático; f. priapismo; g. quando não se conhece o mecanismo da lesão; Crianças às vezes não apresentam na hora os sinais e/ou sintomas de graves lesões, até que os mesmos atinjam um estado crítico. Queda de pressão, pulso ou respiração não manifestam rápido como em adultos e são difíceis de detectar quando elas estão apavoradas ou feridas, devendo ser encaminhadas urgentemente ao hospital. 10. TEMPO DE RESPOSTA Tempo de resposta é o tempo decorrido do momento em que o solicitante entra em contato com o CBMMG, usualmente via fone 193, até o momento em que a viatura de APH chega ao local da ocorrência. O tempo de resposta ideal é 04 minutos. Cuidados deverão ser tomados para certificar-se que instruções apropriadas serão passadas na fase do pré-atendimento, considerando que a situação do local é passada ao telefonista pelo solicitante, cabendo ao mesmo definir pelo empenho imediato ou não de recursos. Conceitua-se fase do pré-atendimento aquele período entre a geração da “chamada” e a chegada da viatura à cena. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 11 Em um chamado poderá haver trauma e mal-súbito incluídos no mesmo cenário. É o caso, por exemplo, de vítima de afogamento com problemas respiratórios, ou vômito e dor no pescoço devido ao mergulho em águas rasas. O telefonista deverá acreditar em sua habilidade de colher informações sobre a queixa principal e sobre a segurança do socorrista e de toda a guarnição empenhada, assim como decidir pelo empenho imediato ou repasse da ligação ao superior hierárquico. Ao mesmo tempo, deverá dar ao solicitante todo suporte e orientação quanto ao que deve ser feito até a chegada das Gu BM. 11. DEFINIÇÃO DOS PRINCIPAIS TIPOS DE QUEIXAS Os protocolos definidos são concernentes aos principais tipos de queixas relatados pelos pacientes, dentre as quais se incluem situações clínicas e traumáticas. Em seguida foi dado destaque àqueles casos em que se presume um risco iminente à vida, de forma que a atuação do telefonista, do solicitante, de terceiros presentes na cena e das guarnições do CBMMG empenhadas deve m ser executadas de forma precoce, criando-se uma verdadeira corrente da sobrevivência. 12. RELAÇÃO ENTRE O PROTOCOLO DE APH DO TELEDIGIFONISTA DIRETRIZ INTEGRADA DE AÇÕES E OPERAÇÕES DO SISTEMA DE DEFESA SOCIAL – DIAO O presente protocolo tem o cunho de auxiliar o telefonista no seu mister de realizar a triagem à distância das solicitações de APH. Não pretende a presente norma substituir a DIAO, nem alterar sua codificação de ocorrências. Os 32 casos típicos aqui descritos podem conter ou estar contidos nas diversas naturezas de ocorrências previstas pela DIAO, a qual deve ser obedecida na íntegra. 13. EQUIPE DE TRABALHO Este manual foi elaborado a partir do Emergency Medical Dispath: National Standard Curriculum, produzido pela National Highway Traffic Safety Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 12 Administration – NHTSA, serviço estadunidense de segurança das auto-estradas, com as atualizações e adaptações oriundas das fontes bibliográficas citadas n o item 14, pela equipe de trabalho composta pelo: - Major BM Sebastião Carlos Fernandes Reis; - Major PM QOS Denise Marques de Assis, Neurologista do Hospital da Polícia Militar de Minas Gerais e Neurocirurgiã do Hospital de Pronto Socorro João XXIII, de Belo Horizonte/MG, que voluntariamente se dedicou a tal mister; - Capitã BM Médica Luciane Rugani Teles Corrêa. A presente revisão e atualização foi realizada mediante a colaboração do 3º Sgt BM Amilton Reis, doutorando e mestre em Enfermagem e especialista em Gestão de Emergências e Desastres, Gestão de Segurança do Trabalho e Geriatria e Gerontologia. Esta instrução entra em vigor na data de sua publicação e revoga as disposições em contrário, em especial a ITO nº 22, de 07 de janeiro de 2010, publicada na Separata do BGBM nº 01/2010. 14. BIBLIOGRAFIA 14.1 Destaques das Diretrizes da American Heart Association 2010 para RCP e ACE 18 Out 2010; ILCOR, 2010. 14.2 European Resuscitation Council Guidelines for Resuscitation 2010. J.P. Nolan et al. London, Resuscitation V. 81 (2010) 1219–1276, disponível em http://www.resuscitationjournal.com/article/S0300-9572%2810%2900447-8/abstract; 14.3 ASSOCIAÇÃO AMERICANA DO CORAÇÃO. Suporte Básico de Vida Profissionais de Saúde. Ed. Prous Science. São Paulo.SP. 2006 14.4 BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.048, de 05 nov.2002. Institui a política nacional de redução da morbimortalidade por acidentes e violências 14.5 NAEMT, NATIONAL ASSOCIATION OF EMERGENCY MEDICAL TECHINICIAN (USA). PHTLS - basic and advanced prehospital trauma life support. Trad. 6ª ed. Ed. Elsevier. Rio de Janeiro.RJ: 2007. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 14.6 USA. Department of Transportation. National Highway Traffic 13 Safety Administration – NHTSA. Emergency Medical Dispath: National Standard Curriculum. 2005. 14.7 WERNER, David et alli. Where there is no doctor: a village health care handbook. Disponível em http://www.hesperian.org/ Acesso em 06Abr09. 15. ANEXOS Anexo I – Protocolos de Traumas, denominados T1 a T11; Anexo II – Protocolos de Queixas Clínicas, denominados C1 a C14; Anexo III – Protocolos de Riscos Iminentes à Vida, denominadas R1 a R7; Anexo IV – Instruções de Pré-Atendimento. IVAN GAMALIEL PINTO, CORONEL BM CHEFE DO ESTADO-MAIOR / SUBCOMANDANTE GERAL Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 14 Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 15 T1 - PROTOCOLO DE TRAUMA Nº 1: Mordida de Animal 1. Situação a. Exceto em raras circunstâncias, mordida de animal não requer atenção especial. Estas situações poderão ser identificadas pelo telefonista. b. Identificação do grau de emergência depende da identificação de severa hemorragia, o local da mordida, e o nível de consciência do paciente. c. Uma vez que o animal seja capturado, o responsável pela sua guarda – zoonoses, IBAMA, proprietário – deverá ser notificado da agressão, para que o animal permaneça em observação por 10 dias. d. É importante que se determine a espécie e raça do animal agressor, o horário do acidente, se ele está no local e se oferece risco. 2. Sintomas comumente descritos pelo solicitante a. Ferimento, dor no local da mordida e hemorragia 3. Instruções comumente repassadas pelo telefonista a. Monitore e mantenha as vias aéreas desobstruídas, especialmente se houver náusea e vômito. b. Se houver vômitos gire a cabeça lateralmente para evitar sufocamento . c. Tratamento para choque: 1) Mantenha as vias aéreas desobstruídas. 2) NÃO DÊ NADA PARA O PACIENTE COMER OU BEBER. 3) Deixe o paciente assumir uma posição de conforto. 4) Acalme e tranqüilize o paciente. 5) Mantenha o paciente aquecido (mantenha a temperatura corporal). d. Controle a hemorragia com pressão direta usando toalha ou pano limpo. e. Caso apresente sinais de estado choque, deitar o paciente em seu lado esquerdo, caso não haja sinais de lesão de coluna. f. Caso seja acidente com animais peçonhentos, não elevar o membro afetado, não passar gelo ou outra substância e não tentar remover o veneno. g. Mantenha alguém próximo ao local a um ponto de referência préestabelecido para orientar a chegada da vtr. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 16 T2 - PROTOCOLO DE TRAUMA Nº 2 Violência doméstica / violência sexual 1. Situação a. Tais tipos de ocorrência freqüentemente apresentam um perigo também para as equipes de socorro, dada a presença no local do agente agressor. b. Estes pacientes sempre apresentam algum normalmente acompanhado de trauma físico. trauma psicológico c. Esta situação requer uma resposta imediata haja vista o fato da possibilidade de se prender o agente agressor, na hipótese deste estar nas proximidades. 2. Sintomas comumente descritos pelo solicitante a. Normalmente o solicitante apresenta alteração do estado emocional. b. Nestes casos o telefonista deve demonstrar calma, controle da situação, empatia e paciência com o solicitante. c. São comuns também a presença de lesões faciais acompanhadas de abundante sangramento. 3. Instruções comumente repassadas pelo telefonista a. Tratamento para choque: 1) Mantenha as vias aéreas desobstruídas. 2) Se houver vômito, vire a cabeça do paciente para o lado. 2) NÃO DÊ NADA PARA O PACIENTE COMER OU BEBER. 3) Deixe o paciente assumir uma posição de conforto, exceto se houver suspeitas de lesão na coluna. b. Controle a hemorragia por pressão direta usando toalha ou pano limpo. c. Não deixe a paciente trocar de roupa, tomar banho ou lavar parte do corpo. d. Chame novamente se a condição do paciente mudar antes do socorro chegar. e. Prenda os animais domésticos porque eles podem interferir com as instruções dadas ou atacar os socorristas. f. Mantenha alguém próximo ao local para orientar a chegada da vtr. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 17 T3 - PROTOCOLO DE TRAUMA Nº 3 Queimaduras 1. Situação a. Existem vários tipos de queimaduras, incluindo térmicas, químicas e elétricas, b. A extensão e o grau determinam o nível de emergência. c. A extensão da queimadura é baseado na área da superfície corporal afetada. Usualmente queimaduras de segundo e terceiro graus em mais de vinte por cento são consideras graves. d. Queimaduras são classificadas em primeiro, segundo e terceiro grau, dependendo da profundidade dos tecidos lesados. e. Queimaduras elétricas devem ser sempre consideradas mais graves que a aparência, devido a lesões internas, pois há um ponto de entrada um percurso e um ponto de saída. f. Pacientes com queimadura facial requerem especial atenção devido ao risco de lesões no aparelho respiratório. g. É importante saber se há algum objeto queimando no local, caso positivo avisar ao solicitante que o local deve ser evacuado. h. Caso o acidente ocorra em local fechado avisar ao solicitante da possível presença de gases tóxicos, como o monóxido de carbono. 2. Sintomas comumente descritos pelo solicitante a. Forte dor no local em queimadura superficial e indolor em profunda. b. Aparecimento de bolhas. c. Caso seja elétrica, há maior possibilidade de haver a necessidade de ressuscitação cardiopulmonar devido às arritmias 3. Instruções comumente repassadas pelo telefonista a. Monitorar e manter desobstruídas as vias aéreas, especialmente se o paciente estiver inconsciente. b. Resfriar a área queimada com água corrente (temperatura ambiente) e limpa, quando a área afetada representar menos de dez por cento da área corpórea. c. Caso o paciente esteja em chamas, extingui-la com água ou enrolá-lo em um cobertor de cima para baixo. NÃO REMOVER ROUPAS QUEIMADAS E ADERIDAS À PELE. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 18 d. Não aplicar qualquer substância sobre a área afetada. e. Em caso de queimadura química (1) Se o produto químico for pó, escove-o, não o lave. Se permanecer resíduo na pele, lave-o com água em abundância. (2) Remova as roupas contaminadas, se possível. (3) Não toque o produto com as mãos. f. Em caso de queimadura elétrica: (1) Cuidado com os riscos de choque elétrico. Lembre-se que a água conduz eletricidade. (2) Tente desligar com segurança a fonte elétrica, no disjuntor ou chave geral. g. Tratamento do estado de choque (1) Mantenha as vias aéreas desobstruídas (2) Não dê nada para o paciente comer ou beber (3) Deixe o paciente assumir uma posição de conforto. (4) Acalme e tranqüilize o paciente. (5) Mantenha o paciente aquecido, cuidando para que eventual cobertor a ser usado não grude na área queimada. h. Tente identificar o produto e um possível telefone do fornecedor. i. Não mova o paciente se o mesmo tiver sido vítima de queda, devido à suspeita de lesão na coluna. j. Chame novamente se a condição do paciente mudar antes do socorro chegar. k. Prenda todos os animais de estimação porque eles podem interferir nas instruções dadas ou atacar as guarnições. l. Mantenha alguém próximo ao local para orientar a chegada da vtr. 4. Observação ao telefonista Entre em contato com os órgãos públicos envolvidos na segurança tão cedo quanto possível em caso de fios elétricos caídos da rede pública. Este contato deverá envolver a PM e a empresa de trânsito municipal para controle do trânsito local. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 19 T4 - PROTOCOLO DE TRAUMA Nº 4 Ferimentos nos olhos 1. Situação a. Os olhos são feitos de uma estrutura capaz de mover rápido, sendo feito de um tecido muito fibroso, tornando difícil de ser dilacerado ou penetrado. Se a perfuração ocorre por um objeto penetrante, deve -se levar em conta a possibilidade deste objeto atingir o crânio, o que se pode considerar uma lesão profunda na cabeça. Caso o nível de consciência apresente alterado ou diminuído esta possibilidade pode ser considerada como efetiva. b. O líquido óptico é muito frágil, caso o globo ocular apresente um corte ou perda de líquido, este não poderá receber nenhuma bandagem ou mesmo ser tocado. O solicitante deverá ser avisado para não colocar pressão direta sobre o olho. Estando o paciente deitado, o mesmo deverá ficar sentado, e o solicitante deverá tentar acalmá-lo. c. Agentes químicos e corpos estranhos são comuns agressores de olhos. Neste caso, os olhos deverão ser irrigados do nariz para o olho atingido, com água limpa em temperatura ambiente até a chegada de socorro. d. O solicitante não deverá tentar remover objetos empalados, pois agravará a lesão. 2. Sintomas comumente descritos pelo solicitante a. Forte dor e desconforto, especialmente quando há corpo estranho. b. Normalmente não há presença de grande sangramento associado à lesão do globo propriamente dita, a menos que haja outras lesões faciais envolvidas. 3. Instruções comumente repassadas pelo telefonista a. Monitorar e manter desobstruídas as vias aéreas, especialmente se o paciente estiver inconsciente. b. Permitir que o paciente permaneça sentado confortavelmente. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 20 c. Caso o paciente tenha um pequeno corpo estranho ou produto químico nos olhos, estes poderão ser irrigados com água corrente e limpa, em temperatura ambiente, fazendo com que a água escorra do nariz para o olho. Caso os esteja irrigando com água de torneira o despachante deverá orientar ao solicitante a manter a torneira aberta até que a água quente da mangueira tenha saído. d. Se o globo ocular estiver protuso ou furado, com extravasamento de conteúdo, nenhuma pressão ou bandagem deverá ser feita pelo solicitante até o socorro chegar. e. Em caso de objetos penetrantes o solicitante deve ser alertado de o manter no local e não o tocar. f. Trate o choque 1) mantenha as vias aéreas desobstruídas. 2) Não dê nada para o paciente comer ou beber. 3) Deixe o paciente assumir uma posição de conforto. 4) Acalme e tranqüilize o paciente. 5) Mantenha o paciente aquecido (mantenha a temperatura corporal). g. Sempre que possível, mantenha ambos os olhos fechados. h. Chame novamente se a condição do paciente mudar antes do socorro chegar. i. Caso o paciente seja criança, orientar alguém da família a acompanha la no intuito de proporcionar conforto. j. Mantenha alguém próximo ao local para orientar a chegada da vtr. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 21 T5 - PROTOCOLO DE TRAUMA Nº 5 Vítima de queda 1. Situação a. Este protocolo é útil para quedas em que podem ocorrer lesões na coluna vertebral ou em outras partes do corpo. b. Quedas são consideradas graves quando ocorrem de altura superior a altura do paciente. c. Qualquer queda acima de dois metros é considerada como potencial risco para a coluna vertebral. d. Em quedas acima de dois metros deve-se orientar ao solicitante a obter ajuda de uma terceira pessoa, a ser instruída pelo telefonista no que concerne aos procedimentos de remoção, caso a mesma seja necessária. e. Esta queda poderá ser precedida por um mal súbito, o que deve ser pesquisado pelo telefonista e digitado/anotado no ato da geração da “chamada”. f. A altura da queda é determinante do grau de lesão. O telefonista deverá ser conhecedor das causas de trauma assim como das possíveis lesões internas. g. Qualquer vítima de queda que tenha ficado inconsciente e apresente ferimento facial ou de crânio deverá ser tratada como possível portadora de trauma de coluna, não devendo ser removida antes do socorro chegar. h. Pacientes idosos são mais propensos a apresentar fraturas de punho, fêmur e bacia. i. Quedas de própria altura normalmente apresentam lesões superficiais , normalmente escoriações, cortes e hematomas. 2. Sintomas comumente descritos pelo solicitante a. Sinais de trauma. b. Dormência ou perda de mobilidade, deformidades. c. Ansiedade devido ao mecanismo da lesão. 3. Instruções comumente repassadas pelo telefonista a. Monitore e mantenha as vias aéreas desobstruídas, especialmente se houver náusea e vômito. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 22 b. Tratamento para choque: 1) Mantenha as vias aéreas desobstruídas. 2) NÃO DÊ NADA PARA O PACIENTE COMER OU BEBER. 3) Deixe o paciente assumir uma posição de conforto, exceto se houver suspeitas de lesão na coluna. 4) Não dê nada para o paciente beber. c. Controle a hemorragia por pressão direta usando toalha ou pano limpo. Se a toalha ficar ensopada, deixe-a no local e coloque outra limpa por cima, fazendo mais pressão ainda. d. Não remova o paciente a menos que o mesmo esteja exposto a um risco maior. e. Não ofereça líquido ou comida para o paciente. f. Procure manter o paciente calmo e confortável. g. Fique atento ao nível de consciência. h. Chame novamente se a condição do paciente mudar antes do socorro chegar. i. Mantenha alguém próximo ao local para orientar a chegada da vtr. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 23 T6 - PROTOCOLO DE TRAUMA Nº 6 Vítima de exposição ao calor / frio 1. Situação a. Problemas relacionados à temperatura quase sempre são insolação ou intermação. b. A exposição à alta temperatura é representada por um prejuízo da regulação térmica corporal, caracterizada por temperatura do corpo acima de 40,6 graus, alteração do estado mental, taquicardia e hiperventilação.Normalmente a exaustão tem como causa primária o esforço demasiado do paciente em ambiente quente e úmido. c. Outros problemas relacionados à temperatura são o congelamento ou a hipotermia. d. Os casos de congelamento atingem usualmente as extremidades – dedos – e num estado de clima tropical como Minas Gerais são hipóteses a serem verificadas em caso de acidente industrial com líquidos ou gases congelados. e. A hipotermia resulta da perda da capacidade do corpo de manter a auto regulação, e se verifica quando a temperatura corporal é menor que 35ºC. O paciente diminui a capacidade de julgamento, o nível de consciência decai e os tremores ficam incontroláveis. f. Longa exposição à hipotermia pode levar à parada cardiorrespiratória. No entanto, “nenhum paciente deve ser considerado morto até que ele esteja aquecido e morto”. Esta frase, freqüentemente empregada pelos autores, significa que o paciente em hipotermia, ainda que tenha ficado submerso por longos períodos (mais de 01 hora), deve ser tratado como se tivesse chances de se recuperar. Neste caso, o Bombeiro Militar deve adotar os cuidados de emergência, incluindo obrigatoriamente o aquecimento do paciente e o suporte respiratório. Somente se houver sinais óbvios de morte – rigidez cadavérica é a mais precoce – é que o socorro deve cessar. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 24 2. Sintomas comumente descritos pelo solicitante Conforme acima descrito 3. Instruções comumente repassadas pelo telefonista a. Monitore e mantenha as vias aéreas desobstruídas, especialmente se houver náusea e vômito. b. Tratamento para choque: 1) Mantenha as vias aéreas desobstruídas. 2) Não dê nada para o paciente beber, exceto se ele tiver exaustão por calor e não tiver náusea ou vômito. Nunca dê algo para o paciente beber se ele tiver decréscimo no nível de consciência. 3) Deixe o paciente assumir uma posição de conforto, exceto se houver suspeitas de lesão na coluna. 4) Mantenha o paciente aquecido (caso de hipotermia) ou resfriado (temperatura excessivamente alta – insolação / intermação). c. Controle a hemorragia por pressão direta usando toalha ou pano limpo. d. Chame novamente se a condição do paciente mudar antes do socorro chegar. e. Prenda os animais domésticos porque eles podem interferir com as instruções dadas ou atacar os socorristas. f. Informar à Guarnição de Resgate possível uso de medicamentos. g. Telefone novamente se a condição do paciente alterar. h. Mantenha alguém próximo ao local para orientar a chegada da vtr. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 25 T7 - PROTOCOLO DE TRAUMA Nº 7 Vítima de hemorragia 1. Situação a. Existem dois tipos de hemorragia: interna e externa. b. Vômito contendo sangue, perda de sangue pelo reto ou vagina pode ser indicativo de um quadro mais grave; c. Em hemorragia interna, quando há vômito, este pode apresentar sangue vivo ou aspecto de borra de café; d. O solicitante poderá estar desesperado devido ao volume de sangue perdido, devendo o telefonista tentar acalmá-lo. e. O telefonista não deverá determinar ao solicitante comprimir pontos de pulso ou fazer torniquete. Se um torniquete já tiver sido aplicado, aconselhe-o a deixar no lugar e informe isso ao despachante, que o repassará às Guarnições de Bombeiros. f. Tente controlar a hemorragia por pressão direta, mesmo antes de tentar estipular a perda de volume. g. Pacientes com distúrbios de coagulação devem ser considerados como prioridade de alto nível. 2. Sintomas comumente descritos pelo solicitante a. Sangue esguichando ou escorrendo em intensa e grande quantidade, em caso de hemorragia externa. b. Ferimento. c. Em hemorragia interna, quando há vômito, este apresenta com um aspecto de borra de café. Quando há presença de sangue escuro nas fezes, indica que há hemorragia interna alta (estômago, esôfago, etc.), A presença de sangue-vivo nas fezes é um indicativo de hemorragia interna baixa. d. Alteração do nível de consciência, tremores, sudorese excessiva alteração de temperatura, etc., poderão ser passados pelo solicitante; Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 26 1. 3. Instruções comumente repassadas pelo telefonista. a. Monitore e mantenha as vias aéreas desobstruídas, especialmente se houver náusea e vômito. b. Tratamento para choque: 1) Mantenha as vias aéreas desobstruídas. 2) NÃO DÊ NADA PARA O PACIENTE COMER OU BEBER. 3) Deixe o paciente assumir uma posição de conforto, exceto se houver suspeitas de lesão na coluna. 4) Não dê nada para o paciente beber. c. Controle a hemorragia por pressão direta, utilizando uma toalha ou outro tecido limpo. Se a toalha ficar ensopada, deixe-a no local e coloque outra limpa por cima dela, com mais pressão ainda. d. Não colocar nenhum produto – café, cinza, etc – no local ferido. e. Não tentar limpar a ferida, pois isto poderá aumentar o sangramento. f. Em hemorragias nasais, oriente o paciente a comprimir a região lateral do nariz em direção ao septo nasal, manter-se sentado com o corpo pendido para frente. Mande-o cuspir o sangue e não o engolir, pois isto poderá causar-lhe vômitos. g. Chame novamente se a condição do paciente mudar antes do socorro chegar. h. Mantenha alguém próximo ao local para orientar a chegada da vtr. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 27 T8 - PROTOCOLO DE TRAUMA Nº 8 Acidente de trabalho 1. Situação. a. É importantíssimo que se identifique em qual situação o acidente ocorreu, se o paciente se acidentou em uma máquina, por exemplo, identificar qual o tipo. b. Havendo agravos específicos, os mesmos deverão ser tratados pelo protocolo próprio. c. Locais fechados requerem cuidados especiais, pois pode haver presença de gases tóxicos ou outros agentes que podem colocar em risco os socorristas. 2. Sintomas comumente descritos pelo solicitante a. Cada acidente de trabalho possui características próprias. Deve o telefonista coletar o máximo de informações concernentes ao fato, tentando acalmar o solicitante. 3. Instruções comumente repassadas pelo telefonista. a. Oriente ao solicitante a retirar a vítima para um local arejado, caso haja possibilidade de fazê-lo, se há no local fumaça ou gases desconhecidos ou sabidamente perigosos. Contudo, não se exponha. b. Caso específico de instruções de pré-atendimento deverá ser empregado no que tange ao auxílio à vitima até a chegada de auxílio. c. No caso de acidente com máquinas deve-se desligá-la na tomada ou desligar o disjuntor ou a chave geral para evitar que a mesma seja ligada acidentalmente. d. Em situação de risco, não remova o paciente nem tente aplicar talas. e. Caso a vítima esteja presa, tente identificar os dados do técnico ou da empresa responsável pelo desmonte do maquinário. f. Orientar quanto ao controle de hemorragia. g. Trate o estado de choque. 1) Mantenha as vias aéreas desobstruídas. 2) NÃO DÊ NADA PARA O PACIENTE COMER OU BEBER. 3) Deixe o paciente assumir uma posição de conforto, exceto se houver suspeitas de lesão na coluna. h. Mantenha alguém próximo ao local para orientar a chegada da viatura e informar sobre onde e como está a vítima está. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 28 T9 - PROTOCOLO DE TRAUMA Nº 9 Vítima de agressão por arma branca e / ou de fogo 1. Situação a. Este protocolo visa socorrer vítima de perfurações de qualquer tipo. b. Perfuração em extremidades não são tão sérias quanto às perfurações no tronco ou cabeça. Perfurações abaixo do joelho e cotovelo não são tão sérias quanto as acima destes locais. c. Na maioria das vezes estas vítimas estão envolvidas em fatos criminosos. d. O telefonista deverá se informar se a arma encontra-se no local e se o agente agressor está por perto. e. O telefonista deverá saber a que horas o fato ocorreu. 2. Sintomas comumente descritos pelo solicitante a. É comum o solicitante apresentar estado emocional alterado. b. Normalmente há visível hemorragia externa, mas às vezes não é vista. c. Na maioria das vezes a vítima está inconsciente ou evolui para este quadro rapidamente. d. Possibilidade de múltiplas vítimas. 3. Instruções comumente repassadas pelo telefonista a. Orientar ao solicitante a manter-se em local seguro. Caso o agente agressor esteja nas proximidades não se aproxime da cena. b. Monitorar e manter vias aéreas desobstruídas, especialmente se o paciente está com náuseas e vômitos e o nível de consciência está alterado. c. Controlar hemorragia por pressão direta usando toalha ou pano limpo. d. Observar alteração no nível de consciência. e. Caso a arma esteja no local, não retirá-la nem tocá-la. f. Não remover objetos empalados. g. Tratamento para choque: 1) Mantenha as vias aéreas desobstruídas. 2) NÃO DÊ NADA PARA O PACIENTE COMER OU BEBER. 3) Deixe o paciente assumir uma posição de conforto, exceto se houver suspeitas de lesão na coluna. h. Chame novamente se a condição do paciente muda. i. Prenda os animais domésticos porque eles podem interferir com as instruções dadas ou atacar os socorristas. j. Mantenha alguém próximo ao local para orientar a chegada da vtr. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 29 T10 - PROTOCOLO DE TRAUMA Nº 10 Acidentes de trânsito 1. Situação a. Considera-se como vítima de acidente automobilístico todo acidente que tenha veículos como: bicicletas, motocicletas, carros, etc. b. Deve-se focalizar em manter o paciente estabilizado de forma a evitar que o mesmo sofra lesões pós-traumáticas. c. Sabe-se que fraturas, luxações, entorses, arranhões e lesões com hemorragias são sinais mais comuns neste tipo de acidente, podendo vir acompanhados de sintomas como perda de consciência, estado de choque, perda de mobilidade etc. Mesmo não havendo lesões visíveis as mesmas podem estar presente devido à alta transferência de energia verificada neste tipo de acidente. d. Deve-se perquirir pela presença de agentes químicos e risco de incêndio na cena. 2. Situações comumente descritas pelo solicitante a. Várias ligações sobre o mesmo acidente, mesmo com versões diferentes. b. Várias vítimas em diferentes estados e posição. c. Acidentes envolvendo veículos e pedestres devem ser considerados como de alto nível de prioridade. 3. Instruções comumente repassadas pelo telefonista a. Providenciar sinalização efetiva e a segurança do local. b. Tente retirar a chave do veículo, acionar o freio de mão ou calçá -lo. c. Trate o estado de choque: 1) Mantenha as vias aéreas desobstruídas. 2) NÃO DÊ NADA PARA O PACIENTE COMER OU BEBER. 3) Deixe o paciente assumir uma posição de conforto, exceto se houver suspeitas de lesão na coluna. d. Não mova o paciente, a menos que ele esteja numa situação insegura. e. Controle hemorragia, conforme Protocolo T7 - Vítima de Hemorragia. f. Não tente alinhar membros com suspeita de fraturas ou imobilizá-lo. g. Assegure-se que o paciente tem suas vias aéreas desobstruídas e monitore o nível de consciência. h. Chame novamente se a condição do paciente mudar. i. Trate acidentes com vítimas como potenciais locais de crime, preserve evidências, observe envolvidos, tome cuidado com agressões interpessoais. j. Mantenha alguém próximo ao local para orientar a chegada da vtr. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 30 T11 - PROTOCOLO DE TRAUMA Nº 11 Outras lesões traumáticas 1. Situação a. Este protocolo visa a tratar traumas inespecíficos e indefinidos. b. O objetivo é manter o paciente estabilizado e buscar informações acerca do fato para se evitar possíveis seqüelas advindas de um atendimento inadequado. 2. Sintomas comumente descritos pelo solicitante a. Forte dor, perda de mobilidade em caso de fraturas, sudorese intensa. b. Dor nas costas, dormência, incapacidade de movimento, priapismo em caso de lesão de coluna vertebral c. Hemorragia externa. 3. Instruções comumente repassadas pelo telefonista a. Providenciar sinalização efetiva e a segurança do local. b. Trate o estado de choque 1) Mantenha as vias aéreas desobstruídas. 2) NÃO DÊ NADA PARA O PACIENTE COMER OU BEBER. 3) Deixe o paciente assumir uma posição de conforto, exceto se houver suspeitas de lesão na coluna. 4) Mantenha o paciente aquecido c. Não mova o paciente, a menos que ele esteja num local ou situação insegura. d. Controle hemorragia, conforme Protocolo T7 - Vítima de Hemorragia. e. Não tente alinhar membros com suspeita de fraturas ou imobilizá-lo. f. Assegure-se que o paciente tenha suas vias aéreas desobstruídas e monitore o nível de consciência. g. Chame novamente se a condição do paciente mudar. h. Mantenha alguém próximo ao local para orientar a chegada da vtr. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 31 Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 32 C1 - PROTOCOLO DE QUEIXA CLÍNICA Nº 1 Dor abdominal 1. Situação: a. Dor abdominal é uma das queixas mais freqüentes em urgências e emergências. Existem algumas situações críticas que podem ser identificadas através da utilização apropriada do protocolo pelo telefonista. b. Algumas vezes, pacientes podem estar apresentando um evento cardíaco como um infarto do miocárdico e descrever sua dor como na parte superior do abdome. c. Mulheres em idade fértil podem ter dor abdominal por gravidez ectópica. Isso pode estar acompanhado por sinais e sintomas de choque por sangramento interno se houve ruptura das tubas uterinas. d. Dor abdominal pode ser aguda ou crônica. Em qualquer caso, a chave para uma resposta adequada é determinar a história, idade e os sintomas atuais, particularmente identificando a existência de dor no peito ou desmaio (em mulheres em idade fértil). e. A severidade e a duração da dor são elementos importantes no diagnóstico diferencial. f. Pacientes acima de 50 anos, queixando dor lombar e sem história prévia de trauma ou problema lombar crônico, ou se está exibindo sinais de choque, deve ser considerado como possível aneurisma de aorta abdominal e tratado como uma emergência 2. Sintomas Comumente Descritos pelo Solicitante: a. Dor localizada ou em todo o abdome. b. Distensão abdominal. c. Náusea, vômito, ou diarréia. d. Palidez, sudorese ou desmaio. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 33 3. Instruções comumente repassadas pelo telefonista: a. Monitore e mantenha os sinais vitais, especialmente se o paciente estiver nauseado e vomitando. b. Deixe o paciente assumir uma posição de conforto. c. Não coloque um travesseiro debaixo da cabeça do paciente. d. Tratamento para choque: 1) Mantenha as vias aéreas desobstruídas. 2) NÃO DÊ NADA PARA O PACIENTE COMER OU BEBER. 3) Acalme e tranqüilize o paciente. 4) Mantenha o paciente aquecido (mantenha a temperatura corporal). e. Reúna ou liste a medicação e junte os exames do paciente para serem apresentados ao médico no hospital. f. Chame novamente se a condição do paciente se alterar antes da chegada do socorro. g. Prenda os animais domésticos porque eles podem interferir com as instruções dadas ou atacar os socorristas. h. Mantenha alguém próximo ao local para orientar a chegada da vtr. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 34 C2 - PROTOCOLO DE QUEIXA CLÍNICA Nº 2 Alergia / Picadas 1. Situação: a. Uma reação alérgica representa a resposta do organismo a uma substância estranha (antígeno). A maioria das reações alérgicas são de menor importância. b. Alguns indivíduos têm alergia severa a uma ou mais substâncias podendo ter uma reação anafilática (choque anafilático). c. O sintoma mais importante a ser identificado em todos os casos de reação alérgica é a existência de dificuldade respiratória ou para deglutir. d. Choque anafilático é a reação alérgica mais crítica. e. Choque anafilático é de início súbito. Nos casos de coceira, vermelhidão, que estiver presente por mais de uma hora e sem dificuldade respiratória ou para deglutir associados, dificilmente evoluirá para anafilaxia. 2. Sinais e Sintomas Comumente Descritos pelo Solicitante: a. Nos casos mais severos o solicitante pode relatar colapso súbito, dificuldade de respirar ou de deglutir, salivação excessiva, inconsciência e parada respiratória. b. Choque anafilático pode ter alguns ou todos os sinais e sintomas mencionados acima. Esses sinais e sintomas na maioria dos casos ocorrem dentro de uma hora da exposição. c. Sintomas menores incluem vermelhidão, inchaço, coceira, dor abdominal e náusea. Se esses sintomas estiverem presentes por mais de uma hora é pouco provável que evolua para choque anafilático. d. Se o solicitante informa que o paciente tem um passado de alergia e já teve essas reações anteriormente, acredite nele! Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 35 3. Instruções Comumente Repassadas pelo Telefonista: a. Monitore e mantenha as vias aéreas desobstruídas, especialmente se o paciente está relatando vermelhidão e/ou edema ao redor dos olhos, nariz e boca ou tendo dificuldade respiratória ou para deglutir, ou tenha diminuição do nível de consciência. b. Se as condições do paciente estão piorando, mantenha o solicitante junto ao telefone e prepare-se para o ensinar a iniciar a RCP e a manter até o socorro chegar. c. Deixe o paciente assumir uma posição de conforto. d. Não coloque um travesseiro debaixo da cabeça do paciente. e. Tratamento para choque: 1) Mantenha as vias aéreas desobstruídas. 2) NÃO DÊ NADA PARA O PACIENTE COMER OU BEBER. 3) Acalme e tranqüilize o paciente. 4) Mantenha o paciente aquecido (mantenha a temperatura corporal). f. Reúna ou liste a medicação do paciente para ser apresentada ao médico no hospital. g. Chame novamente se a condição do paciente se alterar antes da chegada do socorro. h. Prenda os animais domésticos porque eles podem interferir com as instruções dadas ou atacar os socorristas. i. Mantenha alguém próximo ao local para orientar a chegada da vtr. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 36 C3 - PROTOCOLO DE QUEIXA CLÍNICA Nº 3 Dor nas Costas 1. Situação: a. A incidência de dor nas costas não traumática é grande e na maioria dos casos representa um problema menor. Existem algumas situações críticas que podem ser identificadas com o questionamento adequado do telefonista através do protocolo. b. Um paciente apresentando um evento cardíaco com infarto do miocárdio poderá descrever sua dor como irradiando para as costas. c. Pacientes acima de 50 anos, queixando dor lombar e sem história prévia de trauma ou problema lombar crônico, ou se está exibindo sinais de choque, deve ser considerado como possível aneurisma de aorta abdominal e tratado como uma emergência. d. Dor nas costas pode ser descrita como aguda ou crônica. Em qualquer caso, a chave para uma resposta adequada é determinar a história, idade e os sintomas atuais, particularmente identificando a existência de dor no peito (em pacientes acima de 35 anos) ou desmaio (em pacientes acima de 50 anos). e. A severidade e a duração da dor podem não correlacionar com a gravidade do problema. 2. Sinais e Sintomas Comumente Descritos pelo Solicitante: a. Dor localizada ou em todo o abdome. b. Distensão ou inchaço abdominal. c. Náusea, vômito, ou diarréia. d. Palidez, sudorese ou desmaio. e. Perda de sensibilidade ou formigamento nas extremidades. 3. Instruções Comumente Repassadas pelo Telefonista: a. Monitore e mantenha os sinais vitais, especialmente se o paciente estiver nauseado e vomitando. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 37 b. Deixe o paciente assumir uma posição de conforto. c. Não coloque um travesseiro debaixo da cabeça do paciente. d. Tratamento para choque: 1) Mantenha as vias aéreas desobstruídas. 2) NÃO DÊ NADA PARA O PACIENTE COMER OU BEBER. 3) Acalme e tranqüilize o paciente. 4) Mantenha o paciente aquecido (mantenha a temperatura corporal). e. Reúna ou liste a medicação do paciente para ser apresentada ao médico no hospital. f. Chame novamente se a condição do paciente se alterar antes da chegada do socorro. g. Prenda os animais domésticos porque eles podem interferir com as instruções dadas ou atacar os socorristas. h. Mantenha alguém próximo ao local para orientar a chegada da vtr. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 38 C4 - PROTOCOLO DE QUEIXA CLÍNICA Nº 4 Problemas Respiratórios 1. Situação a. Problemas respiratórios são usualmente mais severos nas crianças (abaixo de 04 anos) e nos idosos. b. É freqüente que um paciente com evento cardíaco como um infarto tenha queixa de dificuldade respiratória. c. Problemas respiratórios devem emergência médica de alto grau. sempre ser considerados uma 2. Sinais e Sintomas comumente descritos pelo solicitante a. Dificuldade de respirar, respiração ofegante, encurtamento respiração, respiração ruidosa, falta de ar, respiração profunda, etc. da b. Ansiedade, alteração na cor da pele, sensação de “mal iminente” c. Tosse excessiva. 3. Instruções comumente repassadas pelo telefonista a. Monitore e mantenha as vias aéreas desobstruídas especialmente se o paciente está com náusea ou com vômito. b. Acalme o paciente. Diga a ele para relaxar e respirar mais lentamente, soprando o ar para fora. Encoraje-o a respirar com você. c. NÃO COLOQUE PACIENTE. UM TRAVESSEIRO ABAIXO DA CABEÇA DO d. Tratamento para choque: 1) mantenha as vias aéreas desobstruídas. 2) NÃO DÊ NADA PARA O PACIENTE COMER OU BEBER. 3) Deixe o paciente assumir uma posição de conforto. 4) Acalme e tranqüilize o paciente. 5) Mantenha o paciente aquecido. e. Reúna ou liste a medicação do paciente para ser apresentada ao médico no hospital. f. Chame novamente se a condição do paciente se alterar antes da chegada do socorro. g. Prenda os animais domésticos porque eles podem interferir com as instruções dadas ou atacar os socorristas. h. Mantenha alguém próximo ao local para orientar a chegada da vtr. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 39 C5 - PROTOCOLO DE QUEIXA CLÍNICA Nº 5 Dor no Peito 1. Situação: a. Dor no peito devido ao infarto agudo do miocárdio é causada por obstrução em uma ou mais artérias coronárias. Isso bloqueia o ap orte de oxigênio a uma porção do músculo cardíaco causando a dor no peito. b. Muitas vezes o paciente com infarto cardíaco pode descrever a dor como na parte superior do abdome. c. A média de idade para o início das doenças cardíacas é 35 para homens e 40 para mulheres. Qualquer paciente masculino de 35 ou mais, e feminino de 40 ou mais, reclamando dor abdominal deve ser considerado como um possível evento cardíaco. d. Qualquer paciente acima de 35 anos reclamando dor no peito deve ser considerado como um evento cardíaco. e. Pacientes com história anterior de representar um problema crítico maior. problema cardíaco devem 2. Sintomas comumente descritos pelo solicitante O paciente pode apresentar palidez ou cianose, sudorese, náusea, vômito, dificuldade respiratória, ansiedade e sensação de “morte iminente”. 3. Instruções comumente repassadas pelo telefonista a. Monitore e mantenha as vias aéreas desobstruídas, especialmente se o paciente está nauseoso ou com vômito. b. Permita ao paciente assumir uma posição confortável, usualmente assentado. c. NÃO COLOQUE PACIENTE UM TRAVESSEIRO ABAIXO DA CABEÇA DO d. Tratamento para choque: 1) mantenha as vias aéreas desobstruídas. 2) NÃO DÊ NADA PARA O PACIENTE COMER OU BEBER. 3) Deixe o paciente assumir uma posição de conforto. 4) Acalme e tranqüilize o paciente. 5) Mantenha o paciente aquecido (mantenha a temperatura corporal). e. Reúna ou liste a medicação do paciente para ser apresentada ao médico no hospital. f. Chame novamente se a condição do paciente se alterar antes da chegada do socorro. g. Prenda os animais domésticos porque eles podem interferir com as instruções dadas ou atacar os socorristas. h. Mantenha alguém próximo ao local para orientar a chegada da vtr. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 40 C6 - PROTOCOLO DE QUEIXA CLÍNICA Nº 6 Convulsão / Epilepsia 1. Situação: a. Uma convulsão pode ser resultado de um trauma, lesão neurológica aguda, manifestação de epilepsia, intoxicação exógena, abstinência de drogas depressoras do sistema nervoso central ou diversas outras doenças. b. Pacientes evoluindo para parada cardiorrespiratória ocasionalmente ter uma curta convulsão anóxica. podem c. Existem vários tipos de epilepsia incluindo grande mal, pequeno mal, focal motora e jacksoniana. Elas se apresentam de diferentes modos. A mais comum é a grande mal. d. A epilepsia afeta 1% da população mundial. e. Convulsões associadas com febre (convulsão febril) em crianças abaixo de 6 anos são comuns. f. Após a convulsão ter cessado, o mais importante é manter as vias aéreas desobstruídas. g. A maioria das convulsões duram aproximadamente 45-60 segundos. Convulsões anóxicas resultante de parada cardiorrespiratória geralmente são mais curtas. Após a convulsão cessar, o paciente fica normalmente sonolento (estado pós-ictal / pós-comicial). Essa condição dura cerca de 15 minutos, mas pode durar mais em alguns paciente s. O paciente pode salivar excessivamente com muita secreção na cavidade oral. Neste momento, manter as vias aérea desobstruídas é crucial. h. Pacientes com convulsões contínuas ou múltiplas representam uma grande emergência médica. i. Alguns pacientes podem pressentir o início da crise e chamar por ajuda antes. Isso é chamado “aura”. j. Convulsões são consideradas emergências se duram mais de 5 minutos ou se o paciente apresenta crises convulsivas sucessivas. 2. Sintomas comumente descritos pelo solicitante a. Movimentos repentinos, com o corpo endurecendo e sacudindo (contrações musculares). O solicitante pode descrever que o paciente está arqueando para trás e pode emitir um grito imediatamente antes da crise. b. Alteração da cor da pele (arroxeada ou pálida). Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 41 c. Após o término da convulsão, ronco ou barulho na cavidade oral indica possível comprometimento em vias aéreas (obstrução por secreção). 3. Instruções comumente repassadas pelo telefonista a. Monitore e mantenha as vias aéreas desobstruídas após a convulsão. Gentilmente role o paciente para o seu lado e remova secreções da boca para limpar as vias aéreas. b. Não tente agarrar o paciente durante a convulsão. Proteja a sua cabeça. c. Não realize RCP enquanto o paciente está se debatendo. d. Não tente colocar nada na boca enquanto o paciente está em convulsão para evitar que ele morda a língua. e. Não deixe que o paciente levante e ande após a convulsão, pois ele pode não estar com a consciência completa. f. Afaste objetos perigosos do paciente durante a convulsão para prevenir traumas. g. NÃO COLOQUE PACIENTE UM TRAVESSEIRO ABAIXO DA CABEÇA DO h. Tratamento para choque: 1) mantenha as vias aéreas desobstruídas. 2) NÃO DÊ NADA PARA O PACIENTE COMER OU BEBER. 3) Deixe o paciente assumir uma posição de conforto. 4) Acalme e tranqüilize o paciente. 5) Mantenha o paciente aquecido (mantenha a temperatura corporal). i. Reúna ou liste a medicação do paciente para ser apresentada ao médico no hospital. j. Chame novamente se a condição do paciente se alterar antes da chegada do socorro. k. Prenda os animais domésticos porque eles podem interferir com as instruções dadas ou atacar os socorristas. l. Mantenha alguém próximo ao local para orientar a chegada da vtr. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 42 C7 - PROTOCOLO DE QUEIXA CLÍNICA Nº 7 Diabetes 1. Situação. a. O Diabetes Mellitus é uma doença na qual há deficiência de insulina e é caracterizada por hiperglicemia (aumento da taxa de glicose no sangue). O corpo não transforma açúcar em energia. Há uma falha na habilidade de produzir a correta quantidade de insulina, o hormônio que ajuda no metabolismo do açúcar. Isso leva o paciente diabético a necessitar de insulina. b. Quando um diabético interrompe o uso da insulina, ele terá um aumento gradual nos níveis de glicose no sangue. Pode resultar em cetoacidose diabética, uma complicação grave do descontrole do diabetes, em que o paciente tem uma respiração profunda, com hálito de cheiro adocicado (hálito cetônico). O paciente fica com aparência bastante doentia, e se não tratado pode progredir para o coma, um estado de inconsciência provocado pelos níveis extremamente elevados de açúcar no sangue. Pacientes geralmente procuram o médico antes disto ocorrer. c. Quando um diabético usuário de insulina utiliza muita insulina (além da necessidade) ou utiliza a quantidade habitual, porém pratica muita atividade física ou ingere pouco alimento, há uma queda acentuada do açúcar no sangue, com o paciente apresentando uma rápida diminuição da consciência. Esta condição é conhecida como coma hipoglicêmico. Essa é uma grave emergência diabética. d. A principal atuação para o telefonista é orientar em manter a via aérea do paciente se o nível de consciência está diminuindo. e. Diabetes com alteração no nível de consciência é indicativo de emergência. 2. Instruções comumente repassadas pelo telefonista a. Monitore e mantenha as vias aéreas desobstruídas, especialmente se o nível de consciência está diminuído ou se está inconsciente. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 43 b. Oriente para permanecer em uma posição confortável. c. NÃO COLOQUE UM TRAVESSEIRO ABAIXO DA CABEÇA DO PACIENTE. d. Tratamento para choque: 1) Mantenha as vias aéreas desobstruídas. 2) NÃO DÊ NADA PARA O PACIENTE COMER OU BEBER. 3) Deixe o paciente assumir uma posição de conforto. 4) Acalme e tranqüilize o paciente. 5) Mantenha o paciente aquecido (mantenha a temperatura corporal). e. Reúna ou liste a medicação do paciente para ser apresentada ao médico no hospital. f. Chame novamente se a condição do paciente se alterar antes da chegada do socorro. g. Prenda os animais domésticos porque eles podem interferir com as instruções dadas ou atacar os socorristas. h. Mantenha alguém próximo ao local para orientar a chegada da vtr. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 44 C8 - PROTOCOLO DE QUEIXA CLÍNICA Nº 8 Dor de Cabeça 1. Situação a. Em casos de cefaléia (dor de cabeça), o foco primário na atuação do telefonista deve ser para alterações no estado de alerta do paciente (nível de consciência), problemas na movimentação e na fala. Ambos indicam casos mais sérios. b. Dor de cabeça severa com início súbito pode sugerir uma doença mais séria, como hemorragia cerebral – acidente vascular cerebral. c. Outras dores de cabeça, como enxaqueca, tensão nervosa, sinusite, são de natureza menos sérias. Geralmente não se solicita atendimento de emergência. d. Dor de cabeça com alteração do nível de consciência, alteração na resposta da pupila e crise convulsiva são indicativos de e mergência real. 3. Instruções comumente repassadas pelo telefonista a. Monitore e mantenha as vias aéreas desobstruídas, especialmente se o paciente está nauseado ou com vômito. b. Oriente para permanecer em uma posição confortável. c. Não dê bebida ou comida ao paciente. d. Reúna ou liste a medicação prescrita pelo médico assistente. e. Ligue novamente no caso das condições do paciente mudarem antes do socorro chegar. f. Deixe os animais domésticos longe do paciente porque eles podem interferir nas instruções ou atacar a pessoa. g. Mantenha alguém próximo ao local para orientar a chegada da vtr. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 45 C9 - PROTOCOLO DE QUEIXA CLÍNICA Nº 9 Problemas Cardíacos 1. Situação a. Esta reclamação representa mais um diagnóstico que uma queixa principal. O telefonista tem que concentrar em procurar sintomas do solicitante no lugar de um diagnóstico presumido. b. O telefonista deve estar atento se a dor no peito está presente e seguir o protocolo apropriado. c. O telefonista deve estar atento para obter informações com respeito ao histórico médico ou cardíaco pregresso. d. Insuficiência cardíaca pode se apresentar como uma dificuldade respiratória, fraqueza, sudorese, e o solicitante pode informar o uso de medicações cardíacas típicas (como diurético). e. Se não se trata de uma emergência cardíaca óbvia, e o telefonista está em dúvida quanto a ser ou não uma urgência, ele deverá repassar a ligação para o superior hierárquico, e não proceder ao despacho imediato de atendimento. 2. Sintomas comumente descritos pelo solicitante a. Dor no peito, dificuldade para respirar e outros sintomas cardíacos relacionados. b. Freqüência cardíaca rápida ou irregular. Descrito como “palpitações”. 3. Instruções comumente repassadas pelo telefonista a. Monitore e mantenha as vias aéreas desobstruídas, especialmente se o paciente está nauseado ou vomitando. b. NÃO COLOQUE PACIENTE UM TRAVESSEIRO ABAIXO DA CABEÇA DO c. Tratamento para choque: 1) Mantenha as vias aéreas desobstruídas. 2) NÃO DÊ NADA PARA O PACIENTE COMER OU BEBER. 3) Deixe o paciente assumir uma posição de conforto. 4) Acalme e tranqüilize o paciente. 5) Mantenha o paciente aquecido (mantenha a temperatura corporal). d. Reúna ou liste a medicação do paciente para ser apresentada ao médico no hospital. e. Chame novamente se a condição do paciente se alterar antes da chegada do socorro f. Prenda os animais domésticos porque eles podem interferir com as instruções dadas ou atacar os socorristas. g. Mantenha alguém próximo ao local para orientar a chegada da vtr. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 46 C10 - PROTOCOLO DE QUEIXA CLÍNICA Nº 10 Intoxicação Exógena (ingestão / envenenamento/ overdose de drogas) 1. Situação a. Uma overdose é uma ingestão proposital e intencional envolvendo algum paciente. É comum o paciente alegar ter um motivo para seu ato. b. Uma intoxicação é definida como ingestão acidental de uma substância tóxica. c. Todos pacientes com overdose devem ser considerados como em risco potencial para eles próprios e para as outras pessoas. A segurança da cena deve ser assegurada durante o atendimento. 2. Sintomas comumente descritos pelo solicitante a. Ansiedade b. Salivação abundante c. Distúrbio do comportamento d. Dor abdominal e. Dor torácica f. Respiração rápida g. Náusea e vômitos h. Nível de consciência alterado i. Sudorese j. Convulsão / tremores incontrolados k. Ataque cardíaco l. Alterações oculares (midríase, movimentos involuntários etc) 3. Instruções comumente repassadas pelo telefonista a. Monitore e mantenha as vias aéreas desobstruídas, especialmente se o paciente está nauseado ou vomitando ou se o nível de consciência está diminuído. b. NÃO COLOQUE PACIENTE. UM TRAVESSEIRO ABAIXO DA CABEÇA c. Tratamento para choque: 1) Mantenha as vias aéreas desobstruídas. 2) NÃO DÊ NADA PARA O PACIENTE COMER OU BEBER. 3) Deixe o paciente assumir uma posição de conforto. DO Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 47 4) Acalme e tranqüilize o paciente. 5) Mantenha o paciente aquecido (mantenha a temperatura corporal). d. Em casos de envenenamento, não provoque o vômito. e. Não dê nada para o paciente beber ou comer. f. Chame novamente se a condição do paciente se alterar antes da chegada do socorro ou se o paciente saiu do local antes do socorro chegar. g. Prenda os animais domésticos porque eles podem interferir com as instruções dadas ou atacar os socorristas. h. Mantenha alguém próximo ao local para orientar a chegada da vtr. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 48 C11 - PROTOCOLO DE QUEIXA CLÍNICA Nº 11 Problemas psiquiátricos / Alterações do comportamento 1. Situação a. Problemas psiquiátricos ou alterações do comportamento relacionados a esquizofrenia, fobias, depressão, etc. estão b. Pessoas com doenças de base podem ter alterações do comportamento. Nos diabéticos ou epilépticos, um nível de consciência diminuído durante ou após manifestação pode confundir com um problema psiquiátrico. Esforce-se para determinar a história médica. c. Todos os pacientes com alterações do comportamento ou problema psiquiátrico devem ser considerado como em perigo potencial para eles próprios e os outros. d. Deve ser verificado se o paciente possui arma de fogo. e. Se o paciente tentou suicídio, acesse o protocolo específico. 2. Sintomas comumente descritos pelo solicitante a. Paciente com comportamento anormal ou não usual. b. Paciente ameaçando violência. c. Paciente ameaçando suicídio. d. Depressão. 3. Instruções comumente repassadas pelo telefonista a. Monitore e mantenha as vias aéreas desobstruídas, especialmente se o paciente está nauseado ou vomitando ou se o nível de consciência está diminuído. b. Atenção para proteger-se e proteger o paciente dele principalmente se ele estiver usando arma branca ou de fogo. próprio, c. Atenção para deixar o paciente deitado e acalme-o. d. Não dê nada para comer ou beber. e. Reúna ou liste a medicação do paciente para ser apresentada ao médico no hospital. f. Chame novamente se a condição do paciente se alterar antes da chegada do socorro ou se o paciente saiu do local antes do socorro chegar. g. Prenda os animais domésticos porque eles podem interferir com as instruções dadas ou atacar os socorristas. h. Mantenha alguém próximo ao local para orientar a chegada da vtr. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 49 C12 - PROTOCOLO DE QUEIXA CLÍNICA Nº 12 Mal súbito 1. Situação a. Uma pessoa doente com mal súbito é aquela que tem uma queixa mal definida, sintomas não categorizados, ou quando um solicitante fornece informações específicas sobre um diagnóstico prévio. b. Esse protocolo é acessado quando terceiros informam um diagnóstico ou algum outro termo para descrever o que eles acreditam poder ser o problema. c. A função deste protocolo é principalmente auxiliar o telefonista em identificar a queixa principal ou algum outro sintoma significante ou o histórico médico, mais que identificar o diagnóstico presumido informado pelo solicitante. 2. Sintomas comumente descritos pelo solicitante a. O solicitante com frequência irá relatar um diagnóstico prévio: náusea, vômito, fraqueza, desidratação. b. Esses pacientes tem o potencial de estarem bastante doentes, como nos casos de pacientes terminais. Acalme o solicitante que pode est ar aflito devido a essa situação. c. Se uma queixa específica foi identificada, o telefonista deve utilizar o protocolo que se adapta à queixa do paciente. d. Se não há queixa principal de urgência óbvia e o telefonista está em dúvida, encaminhe a ligação para superior hierárquico. 3. Instruções comumente repassadas pelo telefonista a. Monitore e mantenha as vias aéreas desobstruídas, especialmente se o paciente está nauseado ou vomitando ou se o nível de consciência está diminuído. b. NÃO COLOQUE UM TRAVESSEIRO ABAIXO DA CABEÇA DO PACIENTE Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 50 c. Tratamento para choque: 1) Mantenha as vias aéreas desobstruídas. 2) NÃO DÊ NADA PARA O PACIENTE COMER OU BEBER. 3) Deixe o paciente assumir uma posição de conforto. 4) Acalme e tranqüilize o paciente. 5) Mantenha o paciente aquecido (mantenha a temperatura corporal). d. Reúna ou liste a medicação do paciente para ser apresentada ao médico no hospital. e. Chame novamente se a condição do paciente se alterar antes da chegada do socorro. f. Prenda os animais domésticos porque eles podem interferir com as instruções dadas ou atacar os socorristas. g. Mantenha alguém próximo ao local para orientar a chegada da vtr. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 51 C13 - PROTOCOLO DE QUEIXA CLÍNICA Nº 13 Acidente Vascular Cerebral (AVC – derrame cerebral) 1. Situação a. AVC ou derrame denota uma situação onde o fluxo de sangue foi interrompido numa porção do cérebro devido a um coágulo, hemorragia intra-cerebral relacionada a hipertensão ou ruptura de um aneurisma. b. O paciente com AVC deve ser considerado como de grande emergência. Existem medicamentos administrados no hospital que podem reverter os efeitos do AVC se fornecidos ao paciente em uma hora do evento. Transporte rápido pode salvar a vida desses pacientes. 2. Sintomas comumente descritos pelo solicitante a. Problemas na fala e movimentação (geralmente de um lado do corpo) b. Perda da sensibilidade ou formigamento podem estar presentes. c. Relato de AVC anterior. Dor de cabeça pode ou não estar presente. d. Nível de consciência alterado (níveis mais baixos da consciência indicam maior gravidade).. 3. Instruções comumente repassadas pelo telefonista a. Monitore e mantenha as vias aéreas desobstruídas, especialmente se o paciente está nauseado ou vomitando ou se o nível de consciência está diminuído. b. Oriente para permanecer em uma posição confortável c. NÃO COLOQUE UM TRAVESSEIRO ABAIXO DA CABEÇA DO PACIENTE d. Tratamento para choque: 1) Mantenha as vias aéreas desobstruídas. 2) NÃO DÊ NADA PARA O PACIENTE COMER OU BEBER. 3) Deixe o paciente assumir uma posição de conforto. 4) Acalme e tranqüilize o paciente. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 52 5) Mantenha o paciente aquecido (mantenha a temperatura corporal). e. Reúna ou liste a medicação do paciente para ser apresentada ao médico no hospital. f. Chame novamente se a condição do paciente se alterar antes da chegada do socorro. g. O paciente pode ter dificuldade de andar. Não o deixe andar sozinho (eles podem se machucar ainda mais). h. Prenda os animais domésticos porque eles podem interferir com as instruções dadas ou atacar os socorristas i. Em se tratando de emergência óbvia definida por outro protocolo, o mesmo deverá ser empregado. Em caso de dúvida, repassar para a regulação médica primária, se disponível, ou despachante, adjunto, etc. j. Mantenha alguém próximo ao local para orientar a chegada da vtr. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 53 C14 - PROTOCOLO DE QUEIXA CLÍNICA Nº 14 Situação Desconhecida / Paciente ao solo 1. Situação a. Estes chamados são normalmente aqueles em que terceiros relatam uma situação desconhecida ou uma pessoa prostrada, aparentando necessitar assistência. b. A natureza destes casos os faz difíceis para se obter informações dos solicitantes que sejam validas e compreensíveis a respeito da condição do paciente. c. As perguntas feitas pelo telefonistas poderão ou não o ajudar a determinar se o paciente esta vivo ou não. Um terceiro presente no local poderá relatar se o paciente está sentado, em pé, deitado e se o paciente foi visto conversando ou movendo-se no entorno para ajudar a clarear esta questão. d. Em se tratando de emergência óbvia definida por outro protocolo, o mesmo deverá ser empregado. Em caso de dúvida, repassar para a regulação médica primária. 3. Instruções comumente repassadas pelo telefonista a. Retornar ao paciente e verificar consciência, vias aéreas e respiração. Monitorar e manter vias aéreas do paciente, especialmente se o paciente está nauseado ou vomitando ou se o nível de consciência está caindo. b. Pergunte ao solicitante se há um telefone ou uma pessoa íntima do paciente que poderia fornecer melhores informações a você, telefonista. c. NÃO COLOQUE UM TRAVESSEIRO DEBAIXO DA CABEÇA DO PACIENTE d. Trate o estado de choque 1) Mantenha as vias aéreas desobstruídas. 2) NÃO DÊ NADA PARA O PACIENTE COMER OU BEBER. 3) Deixe o paciente assumir uma posição de conforto. 4) Acalme e tranqüilize o paciente. 5) Mantenha o paciente aquecido (mantenha a temperatura corporal). e. Espere pela viatura e a guie até o paciente. f. Chame novamente se a condição do paciente se alterar antes da chegada do socorro g. Prenda os animais domésticos porque eles podem interferir com as instruções dadas ou atacar os socorristas. h. Mantenha alguém próximo ao local para orientar a chegada da vtr. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 54 Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 55 R1 - PROTOCOLO DE RISCO IMINENTE À VIDA Nº 1 Inalação de Monóxido de Carbono – Materiais Perigosos 1. Situação a. O objetivo deste protocolo é identificar em que situação e como o paciente está, onde o paciente está, se o paciente está preso em uma máquina, e direcionar o solicitante para conseguir alguém que encontre e guie os socorristas ao pacientes. b. Estes casos poderão ser tratados como casos específicos, e, se a queixa principal puder ser identificada, o telefonista poderá empregar o protocolo mais apropriado para fornecer instruções de pré -atendimento. c. Estes chamados são muitas vezes solicitações de terceiros presentes no local. d. Espaços enclausurados apresentam grave perigo quando produtos químicos ou gases estão presentes. Eles são mais comuns em indústrias e áreas rurais. O agente ofensor pode não ser óbvio. O Socorro somente poderá ser tentado mediante técnicas de salvamento propriamente dito. e. Monóxido de carbono (CO) é um gás sem cor e sem odor, resultado da combustão incompleta. f. O envenenamento por CO é muito comum no dia-a-dia operacional. g. O monóxido de carbono liga-se à molécula de hemoglobina da corrente sanguínea com afinidade 210 vezes maior que oxigênio, desloca o oxigênio e causa hipóxia tecidual. Isto faz com que este chamado seja uma emergência em que o paciente está possivelmente asfixiado em seu nível celular. Os casos mais graves de envenenamento por CO normalmente exigem tratamento hiperbárico em uma câmara de descompressão para fornecer suficientemente energia para quebrar esta ligação química. h. Pacientes podem ser encontrados em algum estágio da intoxicação. Um dos sintomas mais relatados é o nível de consciência alterado. Se o paciente esta inconsciente ou tem decréscimo no nível consciência, ele poderá ser considerado como tendo uma grave exposição e imediato transporte deverá ser recomendado. i. Outras situações de inalação e de produtos perigosos presentes também deverão ser considerados como alto nível de emergências. O telefonista deverá determinar a fonte e o tipo de exposição, e avisar o solicitante para permanecer em local seguro e distante do ambiente perigoso. Se a informação referente ao tipo e à fonte da exposição foi obtida, ela deve ser relatada às guarnições empenhadas. 2. Sintomas comumente descritos pelo solicitante a. Dor de cabeça, dispnéia (sensação de dificuldade respiratória), náusea e nível de consciência alterado são comuns queixas em intoxicações por monóxido de carbono. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 56 b. No caso de outras inalações e situações de produtos perigosos, solicitantes podem relatar dificuldade respiratória, queimadura nos olhos, queimaduras químicas superficiais, náusea, vomito e diminuição do nível de consciência. c. Múltiplas vítimas são comumente presentes se o acidente ocorreu em uma indústria ou local público. 3. Instruções comumente repassadas pelo telefonista a. Remova o paciente do ambiente perigoso se isto puder ser feito de forma segura. b. Monitore e mantenha as vias aéreas do paciente, especificamente se o mesmo estiver com diminuição do nível de consciência ou inconsciente. c. Lave com água abundante produtos químicos expostos na pele se houver queimadura decorrente deles. d. Espaços enclausurados apresentam grave perigo quando produtos químicos estão presentes. Eles são mais comuns em indústrias e áreas rurais. O agente ofensor pode não ser óbvio. O Socorro somente poderá ser tentado mediante técnicas de salvamento propriamente dito. e. Esteja ciente de que o paciente pode ter dificuldade para falar. Desencoraje-o de permanecer deambulando. (Não permita que ele caminhe pelo local) f. Não coloque um travesseiro debaixo da cabeça do paciente. g. Trate o estado de choque 1) Mantenha as vias aéreas desobstruídas. 2) NÃO DÊ NADA PARA O PACIENTE COMER OU BEBER. 3) Deixe o paciente assumir uma posição de conforto. 4) Acalme e tranqüilize o paciente. 5) Mantenha o paciente aquecido (mantenha a temperatura corporal). h. Obtenha alguém para guiar as guarnições até o paciente se ele estiver dentro de uma indústria. i. Chame novamente se a condição do paciente mudar antes da chegada da guarnição. j. Prenda todos os animais de estimação porque eles podem interferir nas instruções dadas ou atacar as guarnições. k. Mantenha alguém próximo ao local para orientar a chegada da vtr. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 57 R2 - PROTOLOCO DE RISCO IMINENTE À VIDA Nº2 Parada cardiorrespiratória 1. Situação a. Um ataque cardíaco ocorre quando o coração cessa de produzir um ritmo efetivo, de forma que nenhum sangue é circulado. Apnéia (cessação da respiração) normalmente acompanha a parada cardíaca. b. Paciente em parada cardiorrespiratória que tem a ressucitação cárdiopulmonar (RCP) iniciada precocemente e continuada ao longo do atendimento pré-hospitalar tem uma melhor chance de sobrevivência. c. Todos os pacientes relatados como inconscientes e não respirando ou aqueles em que a respiração não pode ser verificada por um segundo solicitante deverão ser assumidos como estando em uma parada cardíaca, especialmente se estiver sem movimento respiratório e cianótico. d. Um conjunto de consistentes e uniformes questionamentos deverá ser usado em todos os chamados para determinar se o paciente está consciente ou respirando, e determinar a parada cardiorrespiratória tão cedo quanto possível. e. Esteja convicto quanto à ausência de respiração durante as instruções de RCP para evitar compressões torácicas em pacientes que estão respirando normalmente. f. Segundo a Associação Americana do Coração, o melhor indicativo para um leigo de que o paciente está em parada cardiorrespiratória é a cessação dos movimentos respiratórios acompanhado de cianose e inconsciência. g. Sempre determine se o paciente está com obstrução respiratória por alguma coisa antes de iniciar a RCP. Ele pode necessitar de instruções de desobstrução para liberar as vias aéreas superiores, principalmente se estiver consciente. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 58 2. Sintomas comumente descritos pelo solicitante a. Paciente inconsciente (irresponsivo) e não respirando. b. A cor do paciente está mudada, ele está cianótico (azulado). c. O paciente está descrito como produzindo sons estranhos (termo usado pelos solicitantes para descrever respirações agônicas do paciente). Respirações agônicas são respirações que ocorrem durante o ataque cardíaco e são ineficazes em fornecer oxigênio para o corpo. Elas são freqüentemente descritas como “cansadas”, “pesadas”, “dificultosas”, “com roncos” ou “gemidos”. A frequência com que estas respirações ocorrem são normalmente referenciadas como “cansadas ou pesadas”, ou “de vez em quando”. 3. Instruções comumente fornecidas (ver Instruções de Pré-Atendimento) a. Siga a instruções de Pré-Atendimento para Parada Cardiorespiratória ou Obstrução Respiratória encontradas nos protocolos anexos para fornecer orientações via telefone ao solicitante. b. Prenda todos os animais de estimação porque eles podem interferir nas instruções dadas ou atacar as guarnições. c. Mantenha alguém próximo ao local para orientar a chegada da vtr. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 59 R3 - PROTOCOLO DE RISCO IMINENTE À VIDA Nº 3 Obstrução Respiratória 1. Situação a. Obstrução de vias aéreas superiores constitui um risco iminente à vida e exige imediata intervenção do telefonista. b. Muitas vezes a chance de sobrevivência do paciente está no telefonista fornecer via telefone as instruções de desobstrução. c. Pacientes com uma total obstrução de vias aéreas não são capazes de respirar, falar e tossir. d. No caso de obstrução total das vias aéreas, o paciente ficará inconsciente dentro de 1 a 2 minutos e irreversíveis danos cerebrais devido à morte de neurônios poderão ocorrer em 4 a 6 minutos. e. Instruções de desobstruções dadas via telefone pelo telefonista treinado são uma das mais comuns intervenções possíveis para salvar a vida, empreendida pelo telefonista. f. Um paciente que tem uma obstrução parcial das vias aéreas não receberá instruções de desobstrução. Se o paciente é capaz de fazer algum som pelas vias aéreas e não estiver agitado, ele, não necessitará de manobras de desobstrução. g. Se o paciente tem uma tosse que parece ser a origem do problema, não intervenha. Se o paciente aparenta estar deteriorando o nível de consciência, alguma coisa deve ser feita. Sinais de parcial obstrução são respiração muito dificultosa ou estridor. 2. Sintomas comuns descritos pelo solicitante a. O paciente poderá ter as mãos agarradas ao próprio pescoço para sinalizar a obstrução b. A cor do paciente está azulada ou sua cor normal está alterada c. O paciente poderá estar inconsciente. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 60 d. O paciente pode ter expressado ao solicitante ou a terceiros gestos que indicam ter comido algo. 3. Instruções comumente fornecidas (ver Instruções de Pré-Atendimento) a. Siga a instrução de desobstrução encontrada no protocolo de APH para fornecer via telefone instruções para o solicitante. b. Evite orientar a execução de compressões torácicas se o paciente estiver consciente. c. Em pacientes conscientes as manobras de compressão torácica serão feitas apenas em obesos e grávidas. d. NÃO COLOQUE UM TRAVESSEIRO DEBAIXO DA CABEÇA DO PACIENTE e. Trate o estado de choque 1) Mantenha as vias aéreas – no caso, a orofaringe – desobstruídas. 2) Não dê nada para o paciente comer ou beber. 3) Deixe o paciente assumir uma posição de conforto. 4) Acalme e tranqüilize o paciente. 5) Mantenha o paciente aquecido (mantenha a temperatura corporal). f. Não tente intervenção para desobstrução em paciente que não tem uma completa obstrução de vias aéreas. g. Reúna ou liste as medicações do paciente para o médico. h. Mantenha o solicitante no telefone até que os Bombeiros cheguem ou até que as vias aéreas sejam desobstruídas. i. Caso o paciente seja desobstruído, chame novamente se a condição dele mudar antes do Socorro chegar. j. Prenda todos os animais de estimação porque eles podem interferir nas instruções dadas ou atacar as guarnições. k. Mantenha alguém próximo ao local para orientar a chegada da vtr. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 61 R4 - PROTOCOLO DE RISCO IMINENTE À VIDA Nº 4 Afogamento 1. Situação a. Este protocolo é destinado a ser usado naqueles casos de vítima de submersão, em qualquer grau, esteja ou não com parada cardiorrespiratória. b. Se o paciente está em uma parada cardiorrespiratória o protocolo deverá identificar a inconsciência e ausência de respiração, em seguida, proceder às instruções para RCP. c. Nos casos de mergulho em água rasa, a presença de lesão na coluna cervical deverá sempre ser considerada como uma possibilidade. Cuidados deverão ser tomados para não mover o paciente, a menos que seja absolutamente necessário. d. Nos casos de quase-afogamento o paciente é frequentemente encontrado em parada respiratória somente ou em ataque cardíaco. Isto significa que freqüentemente, se o paciente for descoberto rapidamente, ele necessita somente suporte ventilatório. O telefonista deverá cuidadosamente checar por ausência de pulso antes de iniciar a RCP. e. Esforços para a ressuscitação deverão ser empreendidos em todas as vitimas de quase-afogamento. Ninguém sabe como um paciente pode ser submerso por um longo tempo e ser ressuscitado com sucesso. Tem sido documentados salvamentos de vítimas que foram submersas por mais de uma hora. f. A doutrina médica explica que esse fenômeno é relatado como o reflexo de mergulho dos mamíferos. Muitos mamíferos aquáticos são capazes de viver por um longo período submerso com reduzidos níveis de oxigênio. Acredita-se que os paciente mais jovens podem sobreviver tempo mais longo devido aos vestígios da predisposição que o mesmo tinha de viver em baixos níveis de oxigênio quando de sua vida intra uterina. Esta predisposição combinada com a baixa temperatura da água em muitos casos acentua a possibilidade de salvar a vítima de submersão. 2. Sintomas comumente descritos pelo solicitante a. Tosse, dificuldade respiratória, diminuição do nível de consciência, vômitos e mudança da cor da pele. b. Sendo também possível a lesão na medula espinhal, o paciente poderá também estar experimentando falta de sensibilidade, formigamento e ausência de motricidade nas extremidades. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 62 3. Instruções comumente repassadas pelo telefonista a. Monitorar e manter vias aéreas do paciente, especialmente se ele está nauseado ou vomitando. b. Permita ao paciente assumir uma posição confortável. Não mova o paciente se há suspeita de lesão na coluna cervical devido ao mecanismo da lesão em casos de acidentes em mergulho em águas rasas. c. Se há suspeita de lesão espinhal e o paciente está dentro d’água e respirando, apóie-o até os Bombeiros chegarem para o remover de forma adequada. d. Tratamento do estado choque: 1) Mantenha as vias aéreas desobstruídas. 2) Não dê nada para o paciente comer ou beber. 3) Deixe o paciente assumir uma posição de conforto. 4) Acalme e tranqüilize o paciente. 5) Mantenha o paciente aquecido (mantenha a temperatura corporal). e. Chame novamente se a condição do paciente mudar antes do Socorro chegar. f. Se o paciente for encontrado inconsciente e não respirando, proceda imediatamente à RCP (conforme instruções de pré-atendiemento) g. Prenda todos os animais de estimação porque eles podem interferir nas instruções dadas ou atacar as guarnições. h. Mantenha alguém próximo ao local para orientar a chegada da vtr. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 63 R5 - PROTOCOLO DE RISCO IMINENTE À VIDA Nº 5 Eletrocussão 1. Situação a. Toda eletrocussão poderá ser considerada como um ataque cardíaco até prova em contrário. b. Freqüentemente quedas são associadas com eletrocussões. Sempre considere a possibilidade de uma queda de altura. c. A preocupação primária deverá ser reunir informações e garantir a segurança da cena, protegendo os terceiros presentes, alertando -os para tomar cuidado com os riscos elétricos. Os socorristas poderão ser protegidos por meio de informações prévias a respeito da segurança na cena. d. Eletrocussões internas. são freqüentemente associadas com queimaduras e. Todas as eletrocussões deverão ser consideradas como emergências. 2. Instruções comumente repassadas pelo telefonista a. Alerte o solicitante para não entrar em contato com a fonte elétrica e para tomar cuidado com as superfícies molhadas e eletrificadas. O solicitante poderá tentar desconectar a fonte elétrica se a segurança no local estiver garantida. b. Monitore e mantenha as vias aéreas, especialmente se o paciente está com o nível de consciência diminuído. c. NÃO COLOQUE UM TRAVESSEIRO DEBAIXO DA CABEÇA DO PACIENTE d. Trate o estado de choque 1) 2) 3) 4) 5) Mantenha as vias aéreas desobstruídas. Não dê nada para o paciente comer ou beber. Deixe o paciente assumir uma posição de conforto. Acalme e tranqüilize o paciente. Mantenha o paciente aquecido (mantenha a temperatura corporal). e. Não mova o paciente se o mesmo tiver sido vítima de queda f. Chame novamente se a condição do paciente mudar antes do Socorro chegar. g. Prenda todos os animais porque eles podem interferir nas instruções dadas ou atacar as guarnições. h. Entre em contato com os órgãos públicos envolvidos na segurança tão cedo quanto possível em caso de fios elétricos caídos da rede pública. Este contato deverá envolver a PM, CEMIG e empresa de trânsito municipal para controle do trânsito local. i. Mantenha alguém próximo ao local para orientar a chegada da vtr. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 64 R6 - PROTOCOLO DE RISCO IMINENTE À VIDA Nº 6 Parto de emergência 1. Situação a. A gestação compreende três trimestres. b. À medida que a gravidez progride, a gravidade das complicações aumenta para ambos: mãe e bebê. c. Hemorragia e outras complicações que ocorrem até 20 a 22 semanas de gestação representam uma situação de aborto. d. Freqüentemente a queixa principal poderá não ser relatada em relação à gravidez. Se for constatado que não há relacionamento entre a queixa e a gravidez, o protocolo de queixa apropriado deverá ser acessado, mesmo que o solicitante informe você da gravidez. e. Gravidez é uma condição, não uma doença. f. Complicações na gravidez no primeiro e segundo trimestre, juntamente com hemorragia vaginal, comprometem a evolução da gestação e, outras vezes, podem colocar em risco a própria gestante, o que demanda pronto atendimento. g. Um parto iminente é definido como, numa primípara (primeira gravidez) em seu terceiro trimestre com trabalho de parto em que as contrações ocorrem em intervalos de menos de 02 minutos. Numa multípara (mais de uma gravidez) o parto iminente é considerado quando o intervalo entre as contrações for menor que 05 minutos. h. Uma situação de parto iminente também existe se uma parte do bebê se apresenta ou a mãe queixa-se de que a dor é constante e/ou ela tem desejo de empurrar o bebê. i. Caracterizam a complicação e o risco no parto: apresentação de outra parte do corpo que não a parte mais alta da cabeça do bebê, cordão umbilical enrolado no pescoço ou saindo antes do bebê e a saída de outras partes do corpo do bebê. j. Saída pela vagina de líquido escuro ou mal cheiroso é sinal de sofrimento fetal – deficiência na oxigenação do feto. 2. Sintomas comumente descritos pelo solicitante a. Sangramento vaginal inesperado associado com sintomas de choque. b. Início do trabalho de parto, rompimento da bolsa d’água, etc. c. Parto iminente, conforme acima definido. 3. Instruções comumente repassadas pelo telefonista PARA O NASCIMENTO a. Não tente retardar o parto comprimindo uma perna contra a outra ou cruzando-as. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 65 b. Remova as roupas da mãe abaixo da cintura. c. Deite a mãe sobre uma cama ou solo e apóie suas costas com travesseiros. d. Faça a mãe respirar profundo durante as dores e não a estimule empurrar o bebê. PARA PROBLEMAS NA GRAVIDEZ a. A mais comum queixa relatada para problemas na gravidez é inesperada hemorragia vaginal e dor abdominal associada. Sintomas de choque podem ser descritos pelo solicitante como palidez, vertigem ou diminuição do nível de consciência, calafrio ou sudorese. b. Trate o estado de choque 1) Mantenha as vias aéreas desobstruídas. 2) Não dê nada para o paciente comer ou beber. 3) Deixe o paciente assumir uma posição de conforto. 4) Acalme e tranqüilize o paciente. 5) Mantenha o paciente aquecido (mantenha a temperatura corporal). APLICÁVEIS A AMBOS a. Monitore e mantenha vias aéreas do paciente, especialmente se o paciente esta com náuseas ou vômitos, ou se o nível de consciência está caindo. b. NÃO COLOQUE UM TRAVESSEIRO DEBAIXO DA CABEÇA DO PACIENTE c. Trate o estado de choque 1) Mantenha as vias aéreas desobstruídas. 2) Não dê nada para o paciente comer ou beber. 3) Deixe o paciente assumir uma posição de conforto. 4) Acalme e tranqüilize o paciente. 5) Mantenha o paciente aquecido (mantenha a temperatura corporal). d. Reúna ou liste a medicação do paciente para ser apresentada ao médico no hospital e. Chame novamente se a condição do paciente se alterar antes da chegada do socorro f. Prenda os animais domésticos porque eles podem interferir com as instruções dadas ou atacar os socorristas. g. Mantenha alguém próximo ao local para orientar a chegada da vtr. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 66 R7 - PROTOCOLO DE RISCO IMINENTE À VIDA Nº 7 Inconsciência / Desmaio / Síncope 1. Situação a. Inconsciência denota um estado tal que a consciência da vítima não pode ser recuperada de imediato, nem mesmo com estimulação dolorosa; b. Síncope é a perda ou diminuição súbita e transitória da consciência acompanhada de perda do tônus postural, com recuperação espontânea; constitui a modalidade mais freqüente de perda de consciência. c. Um episódio de desmaio denota uma situação da qual o paciente desmaia inicialmente, mas agora já está acordado. d. Episódios de simples desmaios (tais como síncope, em que o paciente desmaia e retorna ao nível de consciência normal) não são considerados geralmente como um alto nível de emergência, no entanto, você deverá tratar vítimas de desmaios com respeito até que você tenha certeza que não há perigo imediato. e. Episódios de múltiplos desmaios são considerados mais sérios. f. A função primária deste protocolo é assegurar que o paciente está com suas vias aéreas permeáveis e que elas se mantém até o socorro chegar (controle das vias aéreas). g. Este protocolo deverá ser usado quando tiver ocorrido um desmaio ou se o paciente está inconsciente e o solicitante não conhece o porquê. Se o paciente é um diabético e estiver inconsciente, ou em crises epiléticas, o telefonista deverá empregar aqueles p rotocolos específicos. h. A síncope pode ser causada por problemas cardiovasculares, perda de sangue, hipoglicemia, histeria, ansiedade e causas desconhecidas. 2. Sinais/Sintomas comumente descritos pelo solicitante a. Episódios de desmaio ou episódios de inconsciência por razões desconhecidas 3. Instruções comumente fornecidas: a. Monitore e mantenha as vias aéreas do paciente desobstruídas, especificamente se ele estiver com náusea, vômito, ou se o nível de consciência estiver caindo. b. Deite o paciente de costas e monitore suas respirações. Vire o paciente, deitando-o sobre seu lado esquerdo se ele quiser vomitar. c. NÃO COLOQUE UM TRAVESSEIRO DEBAIXO DA CABEÇA DO PACIENTE d. Trate o estado de choque 1) Mantenha as vias aéreas desobstruídas. 2) Não dê nada para o paciente comer ou beber. 3) Deixe o paciente assumir uma posição de conforto. 4) Acalme e tranqüilize o paciente. 5) Mantenha o paciente aquecido (mantenha a temperatura corporal). Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas 67 e. Reúna ou liste as medicações do paciente para mostrá-las ao médico no hospital. f. Chame novamente se a condição do paciente se alterar antes da chegada do socorro g. Prenda os animais domésticos porque eles podem interferir com as instruções dadas ou atacar os socorristas. h. Mantenha alguém próximo ao local para orientar a chegada da vtr. 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