ArtesCênicas - Festa Internacional de Teatro de Angra

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Product: OGloboSegundoCaderno
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PubDate: 14-05-2014 Zone: Nacional Edition: 1 Page: PAGINA_D User: Asimon Time: 05-13-2014
l O GLOBO
14:49 Color: C
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l Segundo Caderno l
Quarta-feira 14 .5 .2014
SEGUNDA ARTES VISUAIS TERÇA MÚSICA QUARTA ARTES CÊNICAS QUINTA CINEMA SEXTA TRANSCULTURA
l
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Artes Cênicas
LUIZ FELIPE REIS
DIVULGAÇÃO/JOÃO GABRIEL MONTEIRO
Cena aberta |
Prêmio dos críticos de NY
|
Uma semana após conquistar três prêmios no
Lucille Lortel Awards, “Fun home” foi eleito o
melhor musical pelo New York Drama Critics’
Circle, uma das principais associações
americanas de críticos. A entidade elegeu ainda
“The night alive”, de Conor McPherson, a melhor
peça, e “All the way”, de Robert Schenkkan, a
melhor peça americana.
Festa do teatro em Angra
Estão abertas as inscrições para as produções
interessadas em participar da 11ª edição da Festa
Internacional de Teatro de Angra (Fita), que
apresentará cerca de 60 espetáculos ente os dias
10 e 26 de outubro. As inscrições podem ser feitas
até o dia 28 de junho pelo fita.art.br.
Juliette Binoche em ‘Antígona’
Dois anos após sua última aparição nos palcos,
com a produção francesa “Mademoiselle Julie” — a
partir de “Senhorita Julia”, de Strindberg — a atriz
Juliette Binoche já se prepara para protagonizar
“Antígona”, de Sófocles. Com previsão de estreia
para março de 2015, no Barbican Centre de
Londres (com vendas já a partir desta sexta pelo
site da casa), Juliette será dirigida por Ivo van Hove.
“É um texto tão explosivo quanto uma bomba
nuclear”, disse o diretor ao britânico “Guardian”.
Após a estreia londrina, a peça se apresentará no
deSingel, na Bélgica, na Brooklyn Academy of
Music, em Nova York, e no festival de Edimburgo.
Complexidade social
Coesão estilística. Em cena, os atores Patrícia Selonk, Marcos Martins, Lisa Eiras e Jopa Moraes: peça em cartaz na Fundição Progresso até o dia 29 de junho
Blanchett e Huppert em cena
A edição deste ano do Lincoln Center Festival,
que acontece entre os dias 7 de julho e 16 de
agosto em Nova York, recebe “As criadas”
(foto), de Jean Genet, numa superprodução
estrelada pelas atrizes Cate Blanchett, Isabelle
Huppert e Elizabeth Debicki. A encenação da
Sidney Theatre Company, dirigida por
Benedict Andrews, ocorre entre 6 e 16 de
agosto. O festival apresenta ainda quatro obras
clássicas do repertório da coreógrafa Anne
Teresa de Keersmaeker (“Fase”, “Rosas danst
Rosas”, “Elena’s aria”, “Bartók/Mikrokosmos”),
além da companhia japonesa Heisei
Nakamura-za, da Houston Grand Opera e de
três criações do balé Bolshoi (“Swan lake”,
“Don Quixote” e “Spartacus”).
Em ‘O dia em que Sam morreu’, dirigido por Paulo de Moraes, texto estruturado
em bases realistas espelha o mundo para provocar identificação de sentidos
Teatro
Crítica
“O dia em que Sam morreu”
Fundição Progresso
Cotação: Bom
MACKSEN LUIZ
[email protected]
O
s autores Paulo de Moraes e Maurício Arruda
Mendonça situam em
torno de três personagens de
apelido Sam questões éticas deflagradas por situações que ressoam complexidades do espectro social. Uma juíza, que se recusa a ser privilegiada na fila de
transplante de coração, e um velho palhaço, que sempre fugiu a
desempenhar na vida e no picadeiro o papel que sua arte exige,
têm no jovem de discurso anárquico contra injustiças o ângulo
mais agudo no triângulo de negação a um sistema corruptor
por essência. Um médico, que
associa distorcida prática da
profissão a alpinismo social, e
seu colega, que o segue em relações dúbias, completam o qua-
A direção
incorpora o tom de
exposição e de
alerta a certas
práticas, e a
música sublinha
tensão periférica
NA WEB
VÍDEO
oglobo.com.br/rioshow
Veja trailer da peça “O
dia em que Sam morreu”
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Em boa
companhia
periférica. Os manequins, que
coreografam as mortes, pacientes e cadáveres do enterro de um
sistema violento, compõem o
ambiente em que uma banda de
sombrios palhaços toca no ritmo das desilusões. São cenas
que ilustram e ultrapassam a
instabilidade da dramaturgia,
acrescentando-lhe impacto visual que a cenografia de Paulo
de Moraes e Carla Berri apoia
com a sua funcionalidade, e a
iluminação de Maneco Quinderé colore e ensombra.
A linha de interpretação do
elenco, seguindo contornos realistas, determina coesão estilística, em que cada ator tem seu
destaque, sem romper a unidade nas atuações. Otto Jr. reveste
de canalhice e deboche o médico. Ricardo Martins transmite a
dualidade de marido e amante.
Marcos Martins é o triste palhaço que despreza o humor. Patrícia Selonk mede as dúvidas da
juíza pela métrica do drama. Lisa Eiras como a filha e amante
não individualiza os dois papéis.
Jopa Moraes tem a melhor interpretação ao figurar com espontaneidade arrebatada o idealismo difuso do jovem Samuel. l
5 minutos com |
Débora Falabella
Como chegaram ao texto?
Estamos sempre pesquisando textos, até que um amigo
que havia assistido a uma peça dele nos sugeriu (o autor).
Lemos algumas peças, mas
“Contrações” nos interessou
mais, também pela estrutura,
com duas atrizes em cena.
l
Criado em 2005 no Rio, com a
montagem de “A serpente”, o
Grupo 3 de Teatro é formado
pelas atrizes Débora Falabella e
Yara Novaes e pelo produtor
Gabriel Paiva. O trio retorna à
cidade com a peça “Contrações”, de Mike Bartlett, que estreia hoje (veja agenda abaixo),
com direção de Grace Passô.
dro dramático, no qual os flagrantes são mais relevantes do
que o adensamento daquilo que
a narrativa pretenderia propor.
A distância é tanto maior
quanto os autores adotam um
caráter expositivo das relações
individuais quando confrontadas com as rupturas das convenções coletivas. Cenas como
as que caracterizam o comportamento dos personagens, para justificá-los sob perspectiva
psicológica, ganham mais projeção do que aquelas que poderiam tratar dos conflitos sob
uma ótica, efetivamente, ética.
O texto está estruturado em
bases realistas e, em função de
espelhar o real para provocar
identificação de sentidos, estabelece somente um registro
naturalista da ação, elemento
valorizado no fluxo narrativo
de mão única em direção a
convergências emocionais.
Na direção, Paulo de Moraes
incorpora o tom de exposição e
de alerta a certas práticas, que
no texto está embutido como
“recado”, para multiplicar em cenas contrastadas, imagens que
buscam força visual. E a música
de Ricco Viana sublinha tensão
A peça se passa numa única situação, em que uma gerente questiona inúmeras
vezes a vida íntima de uma
funcionária. O que está por
trás desse jogo repetitivo?
l
DIVULGAÇÃO/LISA TOMASETTI
“As criadas”. Peça fará parte do Lincoln Center Festival
|
“Pesadelo”, de Iuri Kruschewsky, no Sérgio Porto
aAgenda/Dança
aAgenda/Teatro
Hoje
Débora Falabella e Yara Novaes
protagonizam “Contrações”, que
estreia no CCBB (3808-2020), às
19h30m. Escrita pelo inglês Mike
Bartlett, a peça tem direção de
Grace Passô e se passa no
ambiente de uma grande empresa.
l Escrita por Marcélli Oliveira e
dirigida por Alexandre Contini, “Às
terças” estreia no Teatro dos
Quatro (2274-9895), às 21h.
l “Fim de partida”, de Samuel
Beckett, faz cinco únicas sessões
l
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“Quando era
criança, tinha um
amigo imaginário.
Brincava pra cima e pra baixo
com ele. Passávamos tardes
e mais tardes conversando.
Era meu melhor amigo. Um
dia eu cheguei pra minha
mãe e disse: ‘Mãe, eu sou
maluca?’, e ela respondeu:
‘Não filha, você é sozinha’. Eu
era realmente sozinha, não
gostava de me relacionar
com os outros”
DIVULGAÇÃO/GUTO MUNIZ
A repetição desse encontro
está na estrutura da peça. Vemos o quanto essa repetição
vai transformando e destruindo a vida íntima ou a privacidade da minha personagem, a Emma. A peça fala de
situações até triviais, mas no
fim das contas faz pensar sobre como uma mulher entrega a sua vida a uma empresa,
sobre o controle do sistema
de recursos humanos, que se
põe a saber da vida dos funcionários sempre para atender
aos interesses da empresa. l
Passando o texto
até domingo no Glauce Rocha
(2220-0259), às 19h. A direção é
de Danielle Martins de Farias.
Amanhã
Começa a 2ª edição do Festival
Home Theatre, que levará dez
cenas a 50 casas de diversos
bairros do Rio: festivalhometheatre
.com.br. Dentro da mostra
Mémorias de uma Casa, a peça
“Parei de ser fôlego” estreia na
sexta, às 18h, numa casa da Rua
Codajás nº 661, no Leblon.
l
Homenagem aos 70 anos de
Chico Buarque, “Palavra de
mulher” estreia na Maison de
France (2544-2533), às 19h30m.
Lucinha Lins, Tania Alves e
Virgínia Rosa dão vida a uma série
personagens femininas.
l Gilberto Gawronski e Guida
Vianna fazem até domingo as
últimas sessões de “2 x Matei”, no
Poeirinha (2537-8053), às 21h. O
projeto reúne duas peças do
romeno Matéi Visniec, “O último
Godot” e “O rei, o rato e o bufão do
l
rei”. Quinta a sábado, às 21h, e no
domingo, às 19h.
Sexta, dia 16
Claudia Raia e Jarbas Homem
de Mello são os protagonistas de
“Crazy for you”, que estreia no
Teatro Bradesco (3252-2750), às
21h30m. José Possi Neto assina a
direção da obra de Ken Ludwig,
que tem letras e músicas de Ira e
George Gershwin com versões
assinadas por Miguel Falabella.
l Dois textos do cineasta Thomas
l
Vinterberg chegam ao Espaço
Sesc (2547-0156), com direção de
Bruce Gomlevsky. “Festa de
família” será apresentado às
sextas e sábados, às 20h, e no
domingo, às 19h. Já “O funeral”
tem sessões sextas e sábados, às
22h, e domingo às 21h.
Sábado, dia 17
Paulo Gustavo estreia “Paulo
Gustavo em 220 Volts” no Teatro
Oscar Niemeyer (2613-2734), às
21h, e no domingo, às 20h.
l
Sexta, dia 16
O Balé Jovem Nacional da
Alemanha, do coreógrafo John
Neumeier, e o Young Euro Classic
Ensemble Brasil-Alemanha
apresentam um programa em
sessão única na Cidade das Artes
(3325-0102), às 21h.
l Denise Stutz mostra “Finita” até
domingo no Cacilda Becker
(2265-9933), às 20h. Inspirado
por uma carta escrita por sua
mãe, o solo trata de perda,
envelhecimento e ausência.
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