Detecção de vírus

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III Curso de Atualização
Microbiologia e Parasitologia no Contexto Atual
VIROLOGIA GERAL
Profa. Rita de Cássia Nasser Cubel Garcia
Departamento de Microbiologia e Parasitologia
Instituto Biomédico
Universidade Federal Fluminense
[email protected]
Introdução ao estudo dos Vírus
• 1884  Chamberland (filtração)
• 1892  Iwanowski
• 1898  Beijenrinck
“Vírus do mosaico do tabaco”
Filtrabilidade dos vírus: material filtrado
continha um veneno dissolvido de poder
extraordinário ou um agente descohecido tão
pequeno que era capaz de atravessar os poros
de um filtro que retinha bactérias
Vírus = Latim: Veneno
Características dos vírus:
• Pequenos (20 a 250 nm de diâmetro)
1 micron
Bactéria (Staphyllococcus aureus)
m
↓
cm
↓
mm
↓
µm
↓
nm
↓
Ǻ
10-2m
10-3m
10-6m
10-9m
10-10m
Microscopia eletrônica (ME)
Coloração negativa:
AMOSTRA + corante de alta densidade eletrônica (ácido
fosfotungstico)  grade de carbono  microscópio  o feixe de elétrons não
penetra no corante, mas sim no material orgânico, que aparece claro sobre um
fundo escuro.
Microscópio eletrônico
uic.igc.gulbenkian.pt
www.sciencedaily.com
Herpevírus
Características dos vírus:
•
Parasitas Intracelulares Obrigatórios
Métodos
de
1933: isolamento de
vírus Influenza suíno
em ovo embrionado
estudo
dos
vírus
alittleaboutvirology.blogspot.com
www.molvis.org
Cultura de células:
1949: Enders et al. 
propagação de poliovírus
em cultura primária de
célula humana
Características dos vírus:
• Constituição básica: proteína + ácido nucleico
podem ter
enzimas
lipídeos
carboidratos
Características dos vírus:
• Possuem uma única espécie de ácido nucleico: DNA ou RNA
Vírus DNA:
DNA dupla fita linear
Adenovírus
DNA dupla fita circular
Papilomavírus
Herpesvíus
Poxvírus
DNA simples fita linear
DNA simples fita circular
Parvovírus
Circovírus
Características dos vírus:
• Possuem uma única espécie de ácido nucleico: DNA ou RNA
Vírus RNA:
RNA simples fita linear
polaridade (+)
polaridade (-)
polaridade (+)
Picornavírus
Paramixovírus
Retrovírus
Coronavírus
Rabdovírus
TR
Flavivírus
RNA simples fita segmentado
RNA dupla fita segmentado
polaridade (-)
Ortomixovírus
= transcriptase (RNA polimerase )
Rotavírus
Capsídeo: Simetria icosaédria (cúbica)
Icosaedro: 20 faces (cada face  1 triângulo equilátero)
12 vértices (cantos)
pentons
hexons
www.web-books.com
cada face 3 unidades idênticas  60 sub-unidades
Base do
Penton
fibra
Adenovírus
www.web-books.com
capsômeros
Capsídeo: Simetria helicoidal
www.erain.com
Capsídeo: Simetria complexa
Poxvírus
www.elu.sgul.ac.uk
www.poxvirus.org
Bacteriófagos
http://microbialuniverse.blogspot.com.br/2012/01/virology.html
www.mansfield.ohio-state.edu
Estrutura de um virion (partícula viral completa):
Genoma
DNA ou RNA


NUCLEOCAPSÍDEO
(todos)

Capsídeo
Proteínas


ENVELOPE
(alguns)
Informação genética
Infectividade
Proteção do genoma
União a receptores celulares
Determinantes antigênicos
Lipídeos
Glicoproteínas
virais


União a receptores celulares
Determinantes antigênicos
Simetria do Capsídeo:
Icosaédrico (cúbico)
Helicoidal (espiral)
Estrutura da partícula viral:
Vírus não envelopado: genoma + capsídeo
Vírus envelopado: genoma + capsídeo + envelope com glicoproteínas
nucleocapsídeo
Estabilidade da partícula viral:
• Temperatura
• pH
• Solventes de lipídeos e detergentes  vírus envelopados
• Hipoclorito de sódio 
proteínas
• Formaldeído  proteínas
• Luz UV  genoma
1966  Comitê Internacional de Taxonomia Viral:
Classificação dos vírus em famílias:
Família:
- viridae
Sub – família:
- virinae
Gênero:
- vírus
Ác.
Nucleico
Simetria do
capsídeo
Envelope
Tamanho
Tipo Ac.
Nucleico
Família
Virus
DNA
Icosaédrica
Ausente
50nm
fita dupla
circular
Papilomaviridae
Papiloma
Presente
100nm
fita dupla
linear
Herpesviridae
Herpes
Ausente
20nm
fita simples
linear (+)
Picornaviridae
Poliomielite
80nm
fita dupla
segmentado
Reoviridae
Rotavirus
Presente
40nm
fita simples
linear (+)
Flaviviridae
Dengue
Febre amarela
Presente
100nm
Retroviridae
HIV
Presente
100nm
fita simples
(+) linear
diplóide
fita simples
linear (+)
Coronaviridae
Coronavírus
Rhabdoviridae
Raiva
Paramyxoviridae
Sarampo
Orthomyxoviridae
Influenza
RNA
Icosaédrica
Helicoidal
150nm
200nm
100nm
fita simples
linear (-)
fia simples (-)
segmentado
Replicação Viral
Fases da replicação viral:
1. Adsorção
6. Liberação
5. Maturação
2. Penetração
3. Desnudamento
4. Replicação
http://encarta.msn.com/
1. Adsorção
 União do vírus ao receptor celular
 Receptores: proteínas, carboidratos ou lipídeos na
membrana celular
 Suscetibilidade celular  presença de receptor
Vírus não envelopado
Vírus envelopado
2. Penetração
 Entrada do vírus na célula
• Translocação: passagem direta da partícula viral através
da membrana celular
• Endocitose mediada por receptor: vírus envelopados
vírus não envelopados
• Fusão: somente para vírus envelopados
2. Penetração
Endocitose mediada por receptor: vírus envelopados
Após adsorção
Membrana da célula
forma uma vesícula
ao redor do vírus
Vesícula funde com
endosoma

vírus no endosoma
Fusão do envelope do
vírus com membrana
do endosoma
Nucleocapsídeo viral
no citoplasma
www.rsc.org
2. Penetração
Endocitose mediada por receptor: vírus não envelopados
Após adsorção
Membrana da célula
forma uma vesícula
ao redor do vírus
Vesícula funde com
endosoma

vírus no endosoma
Desestruturação
do capsídeo viral
Genoma viral no
citoplasma
microbiologybytes.wordpress.com
2. Penetração
 Fusão do envelope do vírus com a membrana celular: somente
para vírus envelopados
Após adsorção
Fusão direta do
envelope do vírus com
a membrana celular
Nucleocapsídeo viral
no citoplasma
pathmicro.med.sc.edu
3. Desnudamento ou Decapsidação
 Refere-se a separação física das proteínas do capsídeo e genoma
viral. Após o desnudamento o genoma viral fica livre no citoplasma
ou núcleo da célula para o processo de replicação viral.
http://www-micro.msb.le.ac.uk/109/structure.html
4.
Replicação
• Formação de novas cópias do genoma viral
• Síntese das proteínas virais: enzimas associadas ao genoma
proteínas de capsídeo
glicoproteínas de envelope
Vírus RNA
Adsorção
Decapsidação

Replicação

Síntese de prot

Montagem
Penetração
núcleo
Liberação
citoplasma
Vírus DNA
Adsorção
Penetração
Síntese
de prot
Decapsidação

Replicação
Montagem
Liberação
núcleo
citoplasma
4.
Replicação
Genoma viral

Transcrição dos genes precoces  RNAm early

Proteínas fase precoce (early): proteínas não estruturais
- param a síntese de ácido nucleico e proteínas celulares
- regulam a expressão do genoma viral
- enzimas requeridas para a replicação do genoma viral

Replicação do genoma

Transcrição dos genes tardios  RNAm late

Proteínas fase tardia (late)  proteínas estruturais
4.
Replicação:
de
acordo com o tipo de ácido nucléico
os vírus utilizam
diferentes estratégias para assegurar a replicação do genoma e a síntese de
proteínas virais, confome o esquema abaixo:
transcrição
intermediário
replicativo
A partir da fita
RNA (-) com
transcriptase
associada
atua como
T = transcripase (RNA polimerase RNA dependente)
TR = transcriptase reversa (sintetiza DNA a partir de genoma RNA – retrovírus)
fita RNA (-) com
transcriptase
associada
formação
do provirus
varuncnmicro.blogspot.com -
5. Maturação ou Montagem
 Proteínas estruturais se associam espontaneamente 
capsômeros  capsídeo viral onde o ácido nucleico é inserido
6. Liberação
 Vírus não envelopados: Lise da célula
 Vírus envelopados: Brotamento  envelope da membrana celular
Exocitose  envelope de membranas internas
6. Liberação de vírus não envelopados: Lise Celular
Flores, E.F. Virologia Veterinária, 2007
6. Liberação de vírus envelopados: Brotamento
Vírus adquire o
envelope da
membrana
celular com as
glicoproteínas
virais inseridas
glicoproteínas
na membrana
Proteínas se
associam ao
genoma viral
Transporte das
glicoproteínas para a
membrana  Golgi
Síntese das proteínas
não glicosiladas 
ribosomas livres no
citoplasma
Síntese das glicoproteínas 
ribosomas associados ao RER
1. Adsorção
2. Penetração
glicoproteínas
Proteínas
estruturais
proteínas
(2)
Brotamento
proteínas
(1)
RNAm
5. Maturação
ou Montagem
Proteínas não
estruturais
(enzimas)
Nucleocapsídeo
Genoma viral
3.Decapsidação
Duplicação
do genoma
4. Replicação
6. Liberação
Lise
celular
Ação dos antivirais
Vírus Influenza
HIV
Patogenia das Viroses
Resposta do Hospedeiro às
Infecções Virais
Patogenia das viroses
Patogenia: mecanismos pelos quais os vírus induzem doença no hospedeiro
Penetração  Disseminação  Replicação  Lesão  Doença
 Características do vírus: Virulência
Dose
 Características do hospedeiro: Genética
Idade
Estado nutricional
Estado hormonal
Estado imunológico
Portas de entrada: Pele
picada de artrópode  dengue
inoculação por seringas retrovírus
mordedura de animal  raiva
www.prints-online.com
Portas de entrada: Mucosas
Trato respiratório
Trato gastrointestinal
www.nursingunlimited.com
Adaptado de Monreno-Espinosa et al. Semin Pediatr Infect Dis
2004: 15(4): 37-245.
Portas de entrada: Mucosas
Trato genital
Transmissão vertical:
in utero
Vírus pode causar:
Infecção localizada
Infecção disseminada
Viremia
cc
cc
• Limitada à proximidade do sítio de
penetração e replicação primária
• Não faz viremia
Transporte no sangue:
vírus livre ou associado à célula
Neuronal
Contágio
Aquisição
Local de
replicação
primário
Local de
replicação
secundário
Respiratórios
Entéricos
Herpes
Papiloma
Replicação no local
primário
contágio
Tecido-alvo
aquisição
Disseminação
neuronal
Sistema nervoso
central
Cérebro
VIREMIA
primária
Replicação no SRE
baço, fígado,
medula óssea
Pulmões
Vetor artrópode  Arbovírus
Órgãos
VIREMIA
HIV
secundária
HBV
Pele
Glândulas
Etc.
Reposta do
hospedeiro
Interferon
Defesas locais
não imunes
Período de incubação
Anticorpos
resposta imune
mediada por células
Sintomas específicos
Período prodrômico
(sintomas inespecíficos)
Mecanismos de resistência do hospedeiro:
 Inespecíficos: barreiras físico-químicas
Interferons

Específicos: Resposta Imune
Flores, E.F. Virologia Veterinária,
2007
Resposta imune Inata (natural ou inespecífica)
Componentes:

Interferon tipo 1 (IFN-I)

Sistema complemento

Células:
- Células dendríticas (DCs)
- Macrófagos
- Células NK (natural killer)
Mecanismo de ação dos Interferons  e 
Estado de resistência antiviral: inibição da síntese proteica
degradação de mRNA
Células Natural Killer (NK):
Sistema Complemento
C5b associado ao vírus pode iniciar uma
nova sequência de reações que resulta na
participação de outros componentes do
complemento e na formação do complexo
de ataque à membrana (MAC) 
MAC
cria poros no envelope lipídico  lise do
vírus ou de células infectadas
- Reconhecem a baixa expressão de MHC I em
células infectadas
- atividade citotóxica: liberam grânulos que
contém perforinas e granzimas, que induzem a
apoptose da célula alvoc
Mecanismos efetores da imunidade inata:
IFN-1
1)
Célula infectada por vírus
2)
produção de IFN-1
3)
IFN-1 atua sobre as células
vizinhas  estado antiviral
4)
IFN-1 estimula células NK
5)
IFN-1 estimula células
dendríticas
6)
IFN-1 estimula Linf Tc
7)
IFN-1 estimula atividade
fagocítica dos macrófagos
8)
Ativação do complemento
9)
Complemento  ativam
Macrófagos
10) e 11) Complemento 
opsoniza vírus facilitando a
fagocitose
12) Complemento  Lise de
Vírus envelopado
Células dendríticas (DC):
Dcs sao células mononucleares que
estão nos tecidos periféricos (pele,
TGI
e
Trato
capturam,
dirigem-se
secundários
respiratorio)
fagocitam
a
onde
linfócitos B e T.
onde
antigenos
órgãos
e
linfoides
apresentam
para
Resposta imune Adaptativa
Componentes:


Células T:
Linfócitos T auxiliares
Linfócitos T citotóxicos
(CD4+) Th1 / Th2
(CD8+)
Linfócitos B
Resposta imune Adaptativa
Linfócito B
Th = linfócito T auxiliar
Th
Th ativado
Linfócito T
citotóxico
plasmócito
lise de célula
infectada
anticorpos
IgG
Resposta Imune humoral no controle das infecções virais
Anticorpos neutralizantes
Resposta Imune humoral no controle das infecções virais
(c) Lise do vírus pela
ativação do complemento
(d)
(b)
www.nature.com
(c) Fagocitose:
pela ativação do
complemento
Anticorpos importantes no controle da infecção viral:
• IgM: marcador de infecção aguda
diagnóstico de infecção congênita
• IgG: imunidade à reinfecção
resposta vacinal
• IgA: imunidade de mucosa
(trato respiratório, trato gastrointestinal)
www.panbio.com.au
 Tipos de Infecção
Tipo de
infecção
Replicação
do vírus
Transmissão
Resposta
Imune
Sintomas
Manifestação
da infecção
Exemplo
Aguda
sim
sim
sim
sim
doença
Influenza
(gripe)
Sub-clínica
sim
sim
sim
não
assintomática
Febre
aftosa
(clinicamente
aparente)
(inaparente)
Tipos de infecção persistente:
Tipo de
infecção
Replicação
do vírus
Transmissão
Resposta
Imune
Sintomas
sim
sim
sim
sim
Persistente
Exemplo
ou
não
resposta imune
não elimina o
vírus do
organismo
Latente
não
não
sim
não
resposta imune
não impede
Recorrência
sim
sim
sim
sim
a latência
Retrovírus
Herpesvírus
Replicação viral  transmissão
1ª infecção
Recorrência
Recorrência
Infecção Latente
Latência
Latência
Latência
Infecção congênita: mãe soronegativa na época da infecção
Depende
da época
da
gestação
em que
ocorre a
infecção
www.respig.com
Diagnóstico laboratorial das viroses
Por que e quando solicitar o exame laboratorial de uma virose?
 Confirmação do diagnóstico clínico  infecções com sinais clínicos
confundíveis: gastrenterites;
 Necessidade de confirmação de uma infecção devido às sérias
implicações que a mesma pode ter para o paciente: AIDS, hepatites,
rubéola gestacional;
 Na seleção de doadores de sangue: hepatites B e C, AIDS.
 Quando o tratamento é possível: infecções herpéticas,
AIDS e
hepatite C;
 Durante surtos epidêmicos  adoção de medidas profiláticas
adequadas (vacinação, combate a vetores, etc.). Ex: febre amarela,
(
dengue, sarampo, raiva, entre outras;

Na
avaliação
da
imunidade
artificialmente
induzida
após
vacinação: pesquisa de anticorpos da classe IgG;
 Na busca de um agente etiológico de uma dada doença, seja ela
nova ou não. Ex: Coronavírus da SARS, Influenza (gripe).
Diagnóstico Laboratorial das Viroses
Métodos diretos:
 Detecção do vírus na amostra clínica

Métodos clássicos (isolamento viral)

Métodos rápidos
Métodos indiretos:
 Detecção de anticorpos no soro do paciente
Detecção do vírus na amostra clínica
 O que coletar ?
 Amostras clínicas do paciente: depende do tropismo do vírus
suspeito e da fase da doença
- Doença localizada no trato respiratório
- Doença localizada no trato genital
- Doença localizada no trato gastrointestinal
- Doença localizada na pele
 Amostras ambientais
 Alimentos
Amostra clínica para detecção do vírus
Infecção respiratória:
aspirado de nasofaringe
http://ptxiv.blogspot.com/2009/10/shouldcolor-of-nasal-discharge-dictate.html
Infecção entérica: Fezes
Amostra clínica para detecção do vírus
Infecção na pele:
- Suabe (Líquido das vesículas)
- Papilomas (verrugas)
http://www.dermatologia.net/novo/base/
doencas/herpeslabial.shtml
Verruga vulgar
Herpes labial
Infecção no trato genital
- Suabes genitais
- Tecidos, placenta, fetos abortados
www.colegiosaofrancisco.com.br
Herpes genital
www.dermatologia.net
www.stanford.edu
Amostra clínica para detecção do vírus
Infecção no SNC:
cérebro
Raiva: morcego
Doença sistêmica: tecidos afetados
(depende dos sinais clínicos, fase da doença)
Morte do paciente: qualquer tecido
Coleta e envio do material para o laboratório
Todo material deve ser acompanhado de uma FICHA contendo:
•
Identificação do paciente:
nome
idade
dados clínicos: dias de doença, sinais clínicos
histórico de vacinas (nome da vacina, data de vacinação)
• Data da coleta da amostra clínica
Virologia Ambiental
Matrizes ambientais:

Água de consumo humano (Mineral),

Água de reuso (águas residuárias),

Água de recreação (lagoas, rios, piscinas, praias)

Água de lastro;

Águas subterrâneas;

Lodo e sedimentos;

Superfícies
Vírus em alimentos
Diagnóstico Laboratorial das Viroses
Métodos diretos:
Detecção do vírus:

Métodos clássicos: Isolamento do vírus

Métodos rápidos
INOCULAÇÃO EM OVOS EMBRIONADOS
 Embrião em desenvolvimento: ideal para multiplicação de vírus
 Requisitos
- Livres de contaminação
- Viabilidade
- Idade ideal
 Utilizados para: Isolamento de vírus  Diagnóstico
Produção de vacinas
 Vantagem:
Obtenção do agente viável (vírus infeccioso)
Vias de inoculação em ovos embrionados
Membrana corioalantoide:
Herpesvírus, Poxvírus
Cavidade amniótica
Cavidade alantoide:
Influenza
Vírus da Doença de Newcastle
Saco da gema
classes.midlandstech.edu
OVOS EMBRIONADOS
Inoculação na cavidade alantoide
 Isolamento vírus aviários:
Influenza
Vírus da Doença de Newcastle
 Propagação de vírus Influenza humano
 Preparação de vacinas
OVOS EMBRIONADOS
Inoculação na cavidade alantoide
Vírus
Influenza
HA
Reação de hemaglutinação (HA):
http://www.springerlink.com/content/4786735395530u38/fulltext.pdf
Reação de inibição da hemaglutinação (HI):
Identificação do vírus isolado
OVOS EMBRIONADOS
Inoculação na membrana corioalantoide
 Isolamento e
que
propagação de vírus
produzem lesões – pocks -
nesta
membrana (poxvírus e herpesvírus)
Focos esbranquiçados  pocks
www.anicon.eu
OVOS EMBRIONADOS
Produção de vacinas
www.vaccinews.net
http://www.rnceus.com/flu/vaccine.html
Cultura de células (CC)
Cultura de células  é o termo utilizado para se referir às células
quando estas estão sendo cultivadas in vitro .
As cultura de células podem ser utilizadas para :
 isolamento e identificação do agente  confirmação do
diagnóstico clínico
 preparo de massa viral  vacinas
Vantagem: Obtenção do agente viável (vírus infeccioso)
CULTIVO CELULAR
 Cultura de células primárias
- estabelecidas diretamente a partir do tecido fresco
- baixa resistência a repiques  morrem após 2 ou 3 passagens
MEM
+
Soro
Estufa 37°C
Passagem das células
Linhagem de células
 Diploide
 Contínua
Linhagem diploide
Linhagem contínua
Origem
Células de cultura
primária que resistiram
ao repique
Tumores ou tecido normal
(diplóide) transformado in vitro.
Cariótipo
Diploide
Aneuploide (n, 3n, 4n, etc)
Vantagens
Isolamento e propagação
de vírus
Propagam indefinidamente in vitro
 perderam a inibição de contato
Preparo de vacinas
Muito utilizadas no isolamento de
vírus para diagnóstico, pois podem
ser mantidas no laboratório
através de repiques sucessivos
Desvantagens
Resistem  50 passagens
Contaminação com vírus
adventícios
Contaminação com vírus
adventícios
Microscópio invertido
fibroblastos
Células epitelióides
Processamento do material para inoculação em Cultura de células (CC)
Amostra clínica

tratamento com antibiótico
+ antimicótico

Maceração,
homogeneização,
centrifugação

inoculação em CC
 Replicação viral em cultura de células
Monitoramento
Observação da CC ao microscópio  observar efeito citopático(CPE)
Efeito citopático:
alterações
morfológicas que
ocorrem na célula
devido a replicação
viral
picnose nuclear: células pequenas,
arredondadas e soltas do tapete
Ex. picornavírus
formação de sincícios:
células gigantes,
multinucleadas
Ex. Vírus respiratório
sincicial, herpesvírus
Formação de Corpúsculos
de Inclusão: Corpúsculo
de Negri (raiva)
Vírus Influenza em CC
Efeito citopático ???
Detecção e identificação de vírus em CC: técnicas imunológicas
 Reação de Imunofluorescência (IF)
Métodos diretos de diagnóstico: Detecção do vírus
Amostra clínica
Métodos rápidos
Métodos clássicos
Inoculação
Ovos embrionados
Cultura de células
Detecção de vírus
Métodos rápidos


Microscopia eletrônica (ME)
Reações Imunológicas:
 Imunofluorescência (IF)
 Ensaio Imunoenzimático (EIE)
 Imunoperoxidase (IP)

Detecção do genoma viral:
 Reação de hibridização
 Reação em cadeia pela polimerase (PCR)
Métodos rápidos: Observação da partícula viral
Microscopia eletrônica (ME)
 Observa a morfologia do vírus
 Alta concentração de vírus : 106 – 108 partículas virais/ml
 Amostras para diagnóstico:
- cutâneas:
líquido vesicular (herpesvírus)
verrugas (papilomavírus)
- material fecal
(rotavírus )
www.Virology.net/Big-Virology/BVRNAreo.html

Imunomicroscopia:
amostra clínica + soro imune  coloração negativa
Reação de Imunofluorescência (IF): detecção de vírus
 Detecção de Ag virais no interior das células:
- aspirado de nasofaringe
- Corpúsculos de Negri  Raiva

Marcador da reação Ag – Ac é um corante fluorescente
(isotiocianato de fluoresceína , rodamina).
Célula infectada por
vírus respiratório
Anticorpo
marcado
Teste positivo para
vírus da raiva
Ensaio Imunoenzimático (EIE)
 Vantagens: alta sensibilidade, reagentes estáveis, manual ou
automatizada

Detecção de Ag virais: rotavírus, astrovírus
 Princípio básico: imobilização de um dos reagentes em uma fase
sólida (p.ex. poliestireno), enquanto que o outro reagente é ligado
a uma enzima
 Marcador da reação Ag-Ac é uma enzima (peroxidase, fosfatase
alcalina).
 Leitura se baseia no desenvolvimento de cor:
A degradação do
substrato cromogênico pela enzima dá origem a produtos solúveis
coloridos (leitura da D.O. em espectrofotômetro)
 Pode testar um grande número de amostras
Ensaio Imunoenzimático (EIE): detecção de vírus
Ac de
captura
Ac de
captura
Amostra clínica
Amostra clínica
Ag viral
Ac de
captura
Ac de
captura
Anticorpo marcado com enzima  conjugado
Substrato
Desenvolvimento
de cor  positivo
Anticorpo marcado com enzima  conjugado
Substrato
Ausência de cor
 negativo
Ensaio Imunoenzimático (EIE): detecção de vírus
Leitor de microplaca: ELISA quantitativo
cut – off = Média das D.O. dos controles negativos X 2.1
Amostras com DO > cut-off  positivas
Amostras com DO < cut-off  negativas
Imunoperoxidase (IP): detecção de vírus
 Detecção de Ag virais em tecidos ou células
 Ac específico marcado com uma enzima (peroxidase) 
desenvolvimento de cor
 Preparações permanentes  observa ao microscópio ótico.
Detecção de vírus
Métodos rápidos

Detecção do genoma viral:
 Reação em cadeia pela polimerase (PCR)
Reação da Polimerase em Cadeia: detecção de vírus
Polymerase Chain Reaction (PCR)

Método para produzir cópias de um segmento de DNA específico
PCR amplifica uma
seqüência alvo
 Polimerização é feita por uma DNA polimerase termoestável
(Taq polimerase)
 São utilizados dois “primers” (iniciadores), que delimitam o
segmento amplificado
 Triagem X Tipagem
 Sensibilidade : 10 cópias de genoma
Reação da Polimerase em Cadeia (PCR): detecção de vírus
Reagentes da PCR
DNA polimerase
DNA molde
Primer Sense
Primer Antisense
Extração prévia
do DNA
Reação no Termociclador:
PCR: ciclos
1º ciclo
2º ciclo
Reação da Polimerase em Cadeia (PCR): detecção de vírus
3 passos na reação que são repetidos de 30 a 40 vezes  CICLOS
1o passo
desnaturação: 94oC por 30 seg
Reação da Polimerase em Cadeia (PCR): detecção de vírus
2o passo anelamento dos primers 55oC
Primer sense: se liga a fita antisense
Primer Antisense: se liga a fita sense
Reação da Polimerase em Cadeia (PCR): detecção de vírus
3o passo extensão a 72oC: temperatura ótima para Taq polimerase
Incorporação de 35 a 100 nucleotídeos por segundo
Como ambas as fitas são copiadas durante a PCR, há um aumento exponencial do
número de cópias do gene.
Por exemplo:
se há 1 cópia do gene antes da reação
iniciar, após o 1o cliclo serão 2 cópias, após 2 ciclos serão 4 cópias, 3 ciclos serão 8
cópias e assim por diante.
Reação da Polimerase em Cadeia (PCR): detecção de vírus
http://palmer-dna-technology-wikis.wikispaces.com/Leah+Vander+Vorst
Reação da Polimerase em Cadeia (PCR): detecção de vírus
?
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Reação da Polimerase em Cadeia (PCR): detecção de vírus
Eletroforese em gel de agarose: visualização do produto da PCR
Reação da Polimerase em Cadeia (PCR): detecção de vírus
Visualização das bandas no gel  Coloração com brometo de etídio
O brometo de etídio é um intercalante de DNA
Marcador
de PM
Produtos da reação
Reação da Polimerase em Cadeia (PCR): detecção de vírus
 Para vírus de genoma RNA:
PCR precedida pela transcrição reversa (RT-PCR)
 Realização da reação de
transcrição reversa:
Transcriptase Reversa
http://wiki.biomine.skelleftea.se/biomine/molecular/index_07.htm
Reação da Polimerase em Cadeia (PCR): detecção de vírus
PCR em tempo real (PCR quantitativo - qPCR)
 Detecção viral  Diagnóstico
 Quantificação viral

Monitoramento da resposta anti-viral  Prognóstico
Comparação
PCR convencional
Permite o sequenciamento genético
da amostra amplificada
Necessita de técnicas de revelação:
eletroforese
Detecção e quantificação (no. de
cópias) da amostra
PCR em tempo real
sim
não
sim
não
não
sim
PCR em tempo real (qPCR) –
TaqMan
Sonda complementar ao segmento
do produto da PCR, localizada entre
os iniciadores da reação
 Avalia o momento de aparecimento
do sinal, e não quanto sinal é gerado
após um dado número de ciclos.
 A fluorescência é proporcional à
quantidade do produto da PCR
www.iba-lifesciences.com
PCR em tempo real (qPCR) – TaqMan
SEQÜENCIAMENTO DE DNA
Molécula
de DNA
Informação
Seqüência
nucleotídica
Definição: processo que determina a ordem dos nucleotídeos
(A, C, T e G) na seqüência do DNA utilizado como molde.
blog.cca.ufscar.br
Análise filogenética
As sequencias são comparadas entre si e com protótipos de
acordo com as modificações entre os nucleotídeos
(substituições, deleções e inserções)
GenBank www.ncbi.nlm.nih.gov
BLAST (Basic Local Alignment Search Tool) www.blast.ncbi.nlm.nih.gov
Análise dos dados e Construção da árvore  Programa MEGA 5.1
Métodos diretos de diagnóstico: Detecção do vírus
Partícula viral:
Amostra clínica
Microscopia eletrônica (ME)
Antígeno viral:
Métodos rápidos
Detecção do (a)
- Ensaio Imunoenzimático (EIE)
-Imunofluorescência (IFA)
- Imunoperoxidase (IPX)
Genoma viral:
Métodos clássicos
- PCR convencional
- PCR em tempo real (qPCR)
Inoculação
Ovos embrionados
Cultura de células
Métodos indiretos
 Detecção de Anticorpos no soro do paciente
Sorologia:

Utilização freqüente porque muitas vezes o isolamento viral é
difícil

Confirmar laboratorialmente uma enfermidade causada por vírus

Estudar epidemiologicamente o comportamento de uma virose na
comunidade

Determinação de imunidade (p.ex. resposta vacinal)

Identificar o vírus isolado em cultura
Métodos indiretos: Detecção de Ac no soro
Diagnóstico de infecção recente:

Detecção de IgM específica

Conversão sorológica: soro de fase aguda
soro de fase convalescente
Observar um aumento, de pelo menos 4 vezes, no título de
anticorpos do soro de fase convalescente em relação ao soro de
fase aguda
Detecção de anticorpos no soro do paciente
Coleta de sangue  soro
http://www.topnews.in/blood-samples-yield-clues-helpfight-cancers-2239442
http://www.sciencephoto.com/media/274242/view
Métodos indiretos: Detecção de Ac no soro
Reações Imunológicas:

Imunofluorescência (IF)

Ensaio Imunoenzimático (EIE)


Imunodifusão em gel de agarose (AGID)
Western Blot
Reações de precipitação (meio gelatinoso)
Imunodifusão (ID)
 Diagnóstico de Anemia Infecciosa Equina
Agar Gel Immunodiffusion (AGID) ou Teste de Coggins
(detecção de Ac no soro do animal)
Soro
em
teste
Ag
Linha de precipitação  tamanho dos
agregados é maior que diâmetro dos poros
Reação de Imunofluorescência (IF): detecção de Ac
Conjugado
Soro do
paciente
Antígeno
Soro (+)
Soro (-)
Ensaio Imunoenzimático (EIE): detecção de Ac
Sensibilização
da placa: Ag
Amostra
clínica:
soro
conjugado:
anti-Ig
marcada
com enzima
Western Blot :
pesquisa de Ac
Lisado de proteínas
Eletroforese em gel de
poliacrilamida
Transferência
para membrana
Antígenos imobilizados
em membranas
detectados por
anticorpos específicos
Santos et al. Introdução a virologia humana, 2008
Diagnóstico laboratorial das viroses
Amostra clínica
Amostra clínica
depende dos sinais clínicos
soro
Métodos diretos: Detecção do vírus
Rápidos
Clássicos
Métodos indiretos
Reações imunológicas
Partícula viral:
Microscopia eletrônica (ME)
Isolamento viral
Imunofluorescência (IF)
Antígeno viral:
Ensaio Imunoenzimático
- Ensaio Imunoenzimático (EIE)
(EIE)
-Imunofluorescência (IFA)
- Imunoperoxidase (IPX)
Genoma viral:
- PCR
 Cultura de células
 Ovos embrionados
 Imunodifusão em gel de
agarose (AGID)
Western Blot
Controle e Prevenção das Viroses
Controle e Prevenção das Viroses
 Medidas higiênicas e sanitárias: Hepatite A
 Controle de Vetores: Febre Amarela, Dengue
 Mudança de estilo de vida: HIV, HBV, HCV
 Quarentena
 Vacinas

1798: Edward Jenner
virus vivo atenuado derivado do cowpox  virus vaccinia
VACINA  latim VACCA

1885: Pasteur
virus rábico “vírus fixo” inoculado em medula espinhal de
coelho  medula dessecadas  menino ferido por um cão
raivoso

1950s: Culturas de células  desenvolvimento de
vacinas atenuadas e inativadas

Atualmente: tecnologia de DNA recombinante
Tipos de vacinas virais
 Vacinas não replicativas: não contêm o agente viável
- vírus inteiro (inativadas)
- sub-unidades
- proteínas recombinantes
 Vacinas replicativas: contêm o vírus viável
- vírus heterólogos
- Atenuadas
Vacinas não replicativas:
 Vírus inteiro inativado: Agentes químicos ou físicos para
destruir a infectividade, mas não a imunogenicidade.
Inativantes mais comuns : formaldeído 37%
-propiolactona  raiva
etileno-iminas  febre aftosa

Sub – unidades (Ex. Influenza)
Vacina

Vacina recombinante
HBsAg
+
Vetor de
expressão
DNA recombinante
Transfecção e
cultivo celular
Purificação
protéica
Inoculação
Vacinas replicativas:
 Vacinas de vírus heterólogo:
- vacina de Jenner
 Vacinas de vírus atenuados:
- atenuação do vírus por adaptação a um hospedeiro diferente
do habitual 
Cultura de células e/ou Ovos embrionados
- atenuação do vírus por seleção de mutantes sensíveis à
temperatura (ts)  vírus respiratórios
- manipulação genética
Replicação do vírus vacinal no organismo
Flores, E. Virologia Veterinária, 2ª. Ed, 2012
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