FORMAÇÕES VEGETAIS CONTEÚDOS Biomas e formações vegetais Biomas do Brasil Biomas do mundo AMPLIANDO SEUS CONHECIMENTOS Os biomas correspondem ao conjunto de espécies animais e vegetais que interagem em ambientes relativamente extensos e homogêneos, especialmente do ponto de vista da interação climática, das formas de relevo e da constituição do solo. Apesar das formações vegetais à primeira vista caracterizarem os biomas, a fauna e outros organismos também definem sua constituição. Além disso, os biomas apresentam um passado histórico compartilhado de mudanças, o que garante a diversidade biológica em cada um deles. Biomas e formações vegetais Os biomas são grandes regiões geográficas com condições ambientais próprias e específicas. Em Geografia, costuma-se associar a distribuição dos biomas às condições de clima, relevo, solo e hidrografia do meio onde estão localizados. No entanto, quando falamos de bioma é muito comum fazermos referências às formações vegetais, por suas características visíveis nas paisagens, e relacioná-las com os tipos climáticos. Pense na seguinte hipótese: seria possível o crescimento de florestas densas em regiões desérticas, ou em regiões polares? Provavelmente, você respondeu que não. Neste caso, tanto os desertos como os polos possuem características atmosféricas, hidrográficas e de solo que não possibilitam o desenvolvimento de florestas densas, como é o caso da Floresta Amazônica. Assim, é possível afirmar que tanto o clima árido do deserto, como o clima polar não oferecem condições para que haja desenvolvimento de ambientes de grande biodiversidade. O inverso também se aplica, isto é, espécies de regiões áridas e semiáridas, como é o caso do cacto, dificilmente sobreviveriam às condições naturais da Floresta Amazônica. Observe os mapas a seguir, e compare o mapa das formações vegetais com o mapa de tipos climáticos. Ambos possuem distribuições semelhantes e, por isso, é possível concluir que uma das principais influências do meio físico sobre a organização da vegetação no território é o clima. Figura 1 – Climas do mundo Fonte: Fundação Bradesco Figura 2 – Formações vegetais do mundo Fonte: Fundação Bradesco Em cada um dos biomas do Brasil e do mundo, existe uma forte interação entre a formação vegetal e o clima, como também acontece com a distribuição das espécies animais, com as condições de luz e temperatura, com o tipo de solo e com a oferta de água, por exemplo. Por esse motivo, diz-se que as condições naturais do meio ambiente interferem na distribuição das espécies animais e vegetais. Observe o esquema: solo luz Biomas temperatura água Figura 3 – Conjunto de fatores físicos e químicos que caracterizam um bioma Fonte: Fundação Bradesco Geralmente os biomas são caracterizados pela formação vegetal dominante. É possível dividir essas formações em: formação arbórea (na qual predominam as árvores de grande porte, caracterizando-se por ser uma mata fechada), formação arbustiva (na qual predominam os arbustos) e formação herbácea (na qual predominam as espécies gramíneas, ou seja, uma vegetação aberta). Figura 4 – Vista aérea da Floresta do Congo. Floreta equatorial de formação arbórea Fonte: Wikimedia Commons Figura 5 – Parque Nacional de Tarangire, na Tanzânia. Savana de formação arbustiva Fonte: Wikimedia Commons Figura 6 – Estepe na Mongólia, de formação herbácea Fonte: Wikimedia Commons Veja a seguir um esquema que ilustra as diferentes formações vegetais: Figura 7 – Formações vegetais Fonte: Fundação Bradesco Em algumas formações arbóreas, a mata é fechada e a copa das árvores impede a entrada de luz solar no solo. Neste caso, o dossel (estrato1 superior da floresta) é fechado e contínuo. 1 Camada superior da floresta, a parte superior da copa das árvores. Biomas do Brasil Quando se fala em paisagens naturais, geralmente referimo-nos aos elementos visíveis dessa constante interação que ocorre entre os diversos elementos da natureza. A grande extensão territorial e a variedade climática do Brasil possibilitaram a formação de ambientes bastante diversificados. Por isso, o país possui uma ampla variedade de paisagens e de formações vegetais. Essas formações são também as primeiras que o ser humano modifica. Contudo, apesar de intensamente modificada, a vegetação ainda é um elemento marcante nas paisagens brasileiras. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Brasil possui seis biomas: Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pantanal e Pampa. Observe o mapa e a tabela: Figura 8 – Biomas do Brasil Fonte: Fundação Bradesco Biomas Área aproximada (km2) Área total/ Brasil (%) Amazônia 4.196.943 49,29 Cerrado 2.036.448 23,92 Mata Atlântica 1.110.182 13,04 Caatinga 844.453 9,92 Pampa 176.496 2,07 Pantanal 150.355 1,76 Fonte: IBGE, 2004 Figura 9 – Área ocupada pelos biomas do Brasil Fonte: Fundação Bradesco Os biomas brasileiros são intensamente devastados desde o início da colonização portuguesa, ainda no século 16, contudo, esse cenário não se modificou com a independência do país. Ao contrário, as transformações nas paisagens naturais só se intensificaram no decorrer de nossa história e de nosso desenvolvimento econômico e tendem a se agravar nos dias atuais. Veja a seguir as principais características dos biomas brasileiros: 1) Amazônia: A Amazônia ou Floresta Amazônica é a maior e mais importante floresta equatorial do mundo. Originalmente, ocupa quase 50% do território brasileiro, e também partes dos territórios da Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. A Amazônia, que possui uma das maiores biodiversidades do mundo, é um bioma de formação arbórea. Trata-se, portanto, de uma floresta densa, perene2, latifoliada3 e adaptada ao clima equatorial – quente e úmido – com chuvas intensas e constantes durante todo o ano. A ocorrência de chuvas, aliada às altas temperaturas, tornam o ambiente favorável à presença de muitos animais e ao desenvolvimento de muitas espécies vegetais, daí a imensa biodiversidade da floresta. A umidade ocorre graças à presença da maior bacia hidrográfica do mundo, a bacia do Rio Amazonas. Juntas, floresta e bacia, guardam intensas relações entre si e garantem a manutenção do equilíbrio ecológico entre as espécies dos ambientes terrestre e aquático. 2 3 Perene: vegetação sempre verde e que não perde suas folhas durante o outono e o inverno. Latifoliada: vegetação que possui folhas largas, adaptadas à intensa evapotranspiração. Figura 10 – Floresta Amazônica Fonte: Wikimedia Commons Sem dúvida alguma, o maior problema ambiental da Amazônia é o desmatamento. Figura 11 – Desmatamento na Amazônia Legal até 2012 Fonte: Imazon Apesar de ainda ser a maior e mais importante floresta do mundo, a Amazônia está exposta a um desmatamento intenso, especialmente em sua porção mais oriental, conhecida como “arco do desmatamento”. Esse arco é um grande cinturão que contorna a floresta, sobretudo, nos limites com o Cerrado. Observe o mapa: Figura 12 – Limites da Amazônia brasileira com destaque para o arco do desmatamento Fonte: Gabriel Lui; Silvia Molina As atividades que mais colaboram para a intensificação desse processo é a extração de recurso minerais, a extração legal e ilegal de madeira e, mais recentemente, a criação de gado e a expansão das lavouras de soja e milho. Além desses fatores, o crescimento urbano acelerado e desordenado também contribui para a o desflorestamento. As queimadas também são consideradas outro grave problema ambiental para a região da floresta. Geralmente, elas são executadas para a abertura de pastos e cultivo de soja. 2) Mata Atlântica: Assim como a Amazônia, a Mata Atlântica também é um bioma adaptado a um clima quente e úmido, o clima tropical úmido. Esse tipo climático ocorre em boa parte da extensa faixa litorânea brasileira e, por esse motivo, também é conhecido como clima tropical litorâneo. Assim como o clima equatorial, ele também possibilita a formação de um ambiente extremamente favorável à biodiversidade, uma vez que essas condições estáveis permitem que as espécies vegetais e animais consigam interagir todo o ano. Isto é, nesses ambientes não existem estações desfavoráveis à manutenção da vida, como frio ou escassez de água. Além dos atributos climáticos, a Mata Atlântica possui características muito semelhantes à Floresta Amazônica quanto à constituição da vegetação. Isto é, possui formação arbórea (porém, também apresenta muitos arbustos, bromélias, samambaias, orquídeas em seus estratos inferiores), constituída por uma floresta densa, perene e com espécies vegetais latifoliadas adaptadas à imensa umidade proveniente das massas de ar vindas do oceano Atlântico. Figura 13 – Vista da Mata Atlântica na Serra do Mar (SP) Fonte: Wikimedia Commons A grande extensão latitudinal da Mata Atlântica (que originalmente cobria 17 estados brasileiros, do Piauí ao Rio Grande do Sul), as variações das condições atmosféricas (umidade e temperatura) e de relevo garantem a elevada biodiversidade do bioma. Por esse motivo, esse bioma forma um verdadeiro mosaico de diversas formações florestais e ecossistemas associados, como o manguezal e a restinga. Figura 14 – Manguezal no litoral de Pernambuco Fonte: Wikimedia Commons Figura 15 – Restinga no litoral do Rio de Janeiro Fonte: Wikimedia Commons Curiosidade: A Mata Atlântica recebeu esse nome dos portugueses que colonizaram o Brasil por estar localizada entre o interior do território e a costa litorânea do oceano Atlântico. A mata, que originalmente cobria boa parte das encostas brasileiras e interior da região Sudeste, sofreu profundas transformações desde o descobrimento do país, no ano de 1500. Apesar de guardar uma das maiores biodiversidades do mundo, atualmente, restam cerca de 7% da cobertura original em estágio alto de conservação. Ainda assim, o bioma é um dos grandes responsáveis pela diversidade biológica brasileira, abrigando mais de 30% de todas as espécies vegetais do país. Assim, as formações florestais e os ecossistemas associados que formam o bioma Mata Atlântica são os mais ameaçados do país. Pela proximidade com a faixa litorânea, foi a primeira a ser ocupada pelos colonos. Os portugueses que aqui chegaram, eliminaram de forma predatória vastas áreas naturais em prol da realização de atividades agrícolas e extrativistas, tal como ocorreu com o aproveitamento da madeira do pau-brasil. A retirada irracional da floresta avançou por mais de cinco séculos. Da extração do pau-brasil à industrialização e urbanização aceleradas, a partir da metade do século 20, passando pelos ciclos econômicos (especialmente da cana-de-açúcar, ouro, cacau e café) e pela extração de minérios, assiste-se a redução das florestas e campos que orginalmente cobriam o Brasil. Vale lembrar também que, atualmente, quase 70% da população brasileira vive em áreas que originalmente eram cobertas por esse bioma. Curiosidade: Apesar de ser o bioma mais bem amparado por leis de proteção à biodiversidade e contra o desmatamento, a Mata Atlântica continua sendo devastada a ritmos preocupantes. Estudos apontam que entre os anos de 2012 e 2013, quase 24.000 hectares de mata foram retirados dos remanescentes florestais. Nas últimas três décadas, a Mata Atlântica perdeu 1.850.896 hectares de cobertura, o que equivale a uma área semelhante a 12 municípios de São Paulo. 3) Cerrado: O Brasil é o país com maior biodiversidade do mundo, e essa imensa variedade de espécies vegetais e animais, muitas delas endêmicas (nativas e exclusivas, isto é, só ocorrem em nosso território), não está presente apenas nas florestas pluviais, como a Amazônia e a Mata Atlântica. O Cerrado é o segundo maior bioma do país, atrás apenas da Floresta Amazônica, cobrindo originalmente mais de dois milhões de quilômetros quadrados de extensão, nos Estados do interior do país. O bioma também é conhecido como a savana mais rica do mundo com mais de 10 mil espécies plantas. Diferentemente da savana africana, onde predomina vegetação gramínea e poucos arbustos; em território brasileiro, encontramos uma variação grande de formações. O Cerrado tem por característica o predomínio das formações arbustivas, apesar de existir uma grande variação no interior do bioma (com áreas de predomínio das formações arbóreas e, outras áreas onde predominam as formações herbáceas). Localiza-se em uma área de clima tropical típico, com duas estações bem definidas: verão úmido e inverno com um período de seca bem marcada. Por esse motivo, esse bioma apresenta dois aspectos paisagísticos distintos (“verde” no verão e “vermelho-alaranjado” no inverno). Figura 16 – Pau-santo, vegetação típica do Cerrado Fonte: Wikimedia Commons A maior parte das espécies vegetais possuem raízes profundas, para captar água do lençol freático e são caducifólias, isto é, perdem parte das folhas nas estações mais secas – outono e inverno. Além disso, possuem galhos retorcidos e cascas grossas. Esse aspecto é uma adaptação das espécies à escassez de nutrientes nos solos. Saiba mais: O Cerrado brasileiro, e toda sua diversidade de ambientes, formam um mosaico de áreas com florestas densas a campos abertos. Essa grande variação nas fisionomias e na densidade da vegetação, levou alguns estudiosos a dividir o bioma em algumas “faixas”, que se diferenciam entre elas de acordo com a formação vegetal; predominando ora o estrato arbóreo, ora o arbustivo ou o herbáceo. Observe o esquema: Figura 17 – Variações na fisionomia do Cerrado Fonte: Jurandyr Ross (et al.) As formações que caracterizam o Cerrado brasileiro são: campo limpo, campo sujo, campo cerrado, cerrado senso estrito, ou cerrado propriamente dito, e cerradão. Em cada uma delas predomina uma formação vegetal. Essa variação ocorre de acordo com a fertilidade do solo e presença de água no ambiente. Cortado por três das maiores bacias hidrográficas da América do Sul: TocantinsAraguaia, São Francisco, Platina, o bioma abriga parte de um dos maiores aquíferos de água subterrânea do mundo e abastece as nascentes de importantes bacias hidrográficas do país, como a do rio Amazonas – não é à toa que a região do Cerrado é conhecida como a “caixa d’água” do Brasil. O Cerrado é o segundo bioma que mais sofreu intervenções humanas no Brasil. Ao todo, mais de 50% de sua área já foi modificada por atividades produtivas, especialmente após a introdução do agronegócio (produção de carne, soja, milho e arroz) na região Centro-Oeste do país. A monocultura, o uso de agrotóxicos e fertilizantes, além do emprego de técnicas de aproveitamento intensivo dos solos provocam o esgotamento desse e da água, além de provocarem um intenso desmatamento. Além das atividades agrícolas, o Cerrado também sofre com as atividades mineradoras, como o garimpo, que provocam o assoreamento e a contaminação dos mananciais pelo uso intenso de mercúrio. A mineração ainda provoca erosão intensa do solo. Apesar de sua importância para a manutenção da biodiversidade brasileira, menos de 10% da área total do Cerrado é protegida por leis e Unidades de Conservação (UCs) federais, estaduais ou municipais. A ausência de leis de proteção ao Cerrado fez surgir uma estimativa preocupante: se esse cenário permanecer, o bioma corre o risco de desaparecer em 2030. 4) Pantanal: O Pantanal é uma formação bastante heterogênea, composta por fragmentos de formações arbustivas típicas do Cerrado, florestas densas e úmidas, campos, charcos inundáveis, rios e lagos e, por essa razão, também é conhecido como Complexo do Pantanal. O bioma está localizado nas fronteiras entre Brasil, Paraguai e Bolívia, sendo que aproximadamente 90% de suas terras pertencem ao Brasil, e se localizam entre os Estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul. O clima do Pantanal é tropical e apresenta dois períodos bem definidos: uma estação seca, no inverno, e outra chuvosa, no verão. A alternância entre elas influencia diretamente na transformação e na diversidade da paisagem pantaneira ao longo do ano. Figura 18 – Pantanal Mato-grossense Fonte: Wikimedia Commons O Pantanal, tal como o Cerrado, também interliga diversas bacias hidrográficas da América do Sul e agrupa uma densa rede de rios que se desenvolve em terrenos de baixa declividade, formando extensas planícies inundáveis – especialmente nos períodos de chuva, quando o volume de água dos rios extrapola os leitos e inundam o entorno. As cheias periódicas, de certa forma, impediram a ocupação humana e o uso intenso do solo. Por essa razão, o Pantanal ainda não encontra-se ameaçado, a exemplo da Mata Atlântica e do Cerrado. No entanto, esse fator não impede a exploração da agricultura comercial. Além disso, a expansão da fronteira agrícola e o avanço do agronegócio na região Centro-Oeste do Brasil começam a trazer problemas para esse bioma. A agricultura comercial e o cultivo de soja e algodão, causam grandes impactos ambientais, tais como desmatamento, contaminação dos solos e dos rios pelo intenso uso de agrotóxicos. Além da expansão do agronegócio, o garimpo de ouro e pedras preciosas, o crescimento desordenado das cidades do entorno e a caça e pesca predatórias de animais, futuramente poderão prejudicar a conservação e a imensa biodiversidade desse bioma que é considerado Patrimônio Natural Mundial e Reserva da Biosfera, pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). 5) Caatinga: A Caatinga é o bioma brasileiro menos conhecido, um dos mais ameaçados pela ação antrópica e um dos menos preservados. De maneira geral, o senso comum e a literatura descrevem a Caatinga como um bioma pobre em biodiversidade e de pouca importância biológica, econômica e social. O bioma possui clima semiárido, com temperaturas elevadas durante boa parte do ano. No entanto, o elemento que melhor caracteriza esse clima, e também o bioma da Caatinga, não é a temperatura, mas sim o regime de chuvas sertanejas, que são moderadas e irregulares. Essa irregularidade, somada à elevada evapotranspiração, provoca longos períodos de estiagem que caracterizam a estação seca da região. Esse fator também contribui para a intermitência da maior parte dos rios que percorre o bioma. A Caatinga é característica da região do semiárido nordestino, marcada por formações xerófilas4, resistentes à escassez de água, com a presença de cactáceas e formações predominantemente arbustivas. Figura 19 – Xique-xique, cactácea endêmica da Caatinga Fonte: Wikimedia Commons Por trás desse ambiente, aparentemente inóspito, se esconde um bioma extremamente importante para a manutenção da biodiversidade do país, pois ele é o único 4 Espécies adaptadas ao clima semiárido, com casca grossa e mecanismos adaptativos para armazenar água no caule nos períodos de estiagem. totalmente brasileiro. Ou seja, não ocorre em outro lugar do mundo, assim como boa parte de suas espécies animais e vegetais. O bioma ocupa aproximadamente 10% do território nacional e já teve mais de 50% de sua área alterada, por isso, é um dos mais ameaçados do país. Contraditoriamente, a Caatinga é o bioma menos preservado do Brasil, com menos de 10% de sua área remanescente protegida por leis, parques e unidades de conservação. Boa parte da cobertura original da Caatinga foi substituída por pastagens e cultivos ou tiveram parte da vegetação transformadas em lenha e carvão. Ainda hoje, o desmatamento e as queimadas são muito comuns no preparo da terra para as atividades da agropecuária, uma vez que são práticas de baixo custo. 6) Pampa: O bioma Pampa (também chamado de Pampas) é uma formação típica de regiões da Argentina, Uruguai e Rio Grande do Sul, no Brasil, sendo o único bioma brasileiro restrito a um único estado, ocupando aproximadamente 2% de nosso território. O Pampa é uma formação predominantemente herbácea – com árvores e arbustos isolados – localizado em colinas de baixa declividade, denominadas coxilhas, e é caracterizado pelas pastagens naturais, devido à presença de vegetação rasteira. Figura 20 – Pampa, com destaque para o relevo de coxilha no horizonte Fonte: Wikimedia Commons O Pampa é típico de regiões de clima subtropical, com as quatro estações bem definidas e com grande variação térmica entre os meses de verão e inverno. Nessas regiões, as geadas são constantes no inverno e as chuvas são bem distribuídas ao longo do ano todo. Apesar de possuir uma composição paisagística mais simples e claramente menos exuberantes que os demais biomas brasileiros, sobretudo quando o comparamos com as florestas pluviais, o Pampa possui grande relevância do ponto de vista da biodiversidade, uma vez que abriga muitas espécies que estão na base de nossa cadeia alimentar. Assim como os demais biomas brasileiros, o Pampa também sofre inúmeros riscos ambientais, sendo que mais de 50% de sua área já foi alterada por atividades antrópicas. A pecuária extensiva, a rizicultura (cultivo de arroz) irrigada, o cultivo de soja, além da substituição das formações naturais pelas plantações de pinus e eucaliptos para a obtenção da celulose, são os principais agentes do desmatamento. Além do desmatamento, os biomas Caatinga e Pampa também são ameaçados pelos processos de desertificação e arenização, respectivamente, que provocam danos diretos nos solos desses ambientes. (Para saber mais sobre o assunto, consulte o Tema de Estudo de Geografia do EM: Formação e Tipos de Solos). Biomas do mundo A formação vegetal também é um fator determinante para a classificação dos biomas do mundo. Há diversas formações vegetais no mundo, em interação direta com os diferentes tipos climáticos, de solos e relevos. Todas essas formações têm grande importância para a biodiversidade mundial e para a preservação das espécies animais e vegetais. 1) Floresta equatorial e tropical: A zona equatorial (ou intertropical) abriga florestas densas que reúnem a maior biodiversidade do planeta. Essas florestas possuem formações arbórea adaptadas a tipos climáticos quentes e úmidos, com alta pluviosidade durante todo o ano. Essas florestas possuem formações de grande e médio porte, latifoliadas e bastante heterogêneas, com o mogno, a castanheira, e o jacarandá, além das palmáceas. A Floresta Amazônica, a Mata Atlântica e a Floresta do Congo fazem parte desse conjunto de florestas também chamadas de florestas úmidas ou pluviais. 2) Floresta temperada: As florestas temperadas são formações típicas das regiões de clima temperado oceânico e, por esse motivo, sofrem grande influência da maritimidade. As florestas dessa região são caducifólias, isto é perdem as folhagens no outono e no inverno, que costumam ser rigorosos. Diferentemente das florestas equatoriais e tropicais, as florestas temperadas possuem menos espécies animais e vegetais e são mais homogêneas. Figura 21 – Floresta temperada, nos Estados Unidos Fonte: Wikimedia Commons Essas florestas estão localizadas especialmente nos Estados Unidos, Canadá, Europa Ocidental e leste da Ásia. Essas formações foram amplamente devastadas pelas atividades agropecuárias e, especialmente, pela intensa urbanização e industrialização. Na Europa restam apenas alguns fragmentos de floresta temperada, como a Floresta Negra na Alemanha. 3) Floresta de coníferas: Assim como as florestas temperadas, as florestas de coníferas (ou taiga ou floresta boreal) são formações típicas de regiões de clima temperado. No entanto, são formações de regiões mais frias, influenciadas pela continentalidade, com invernos longos e rigorosos e verões muito curtos. A vegetação da floresta é bastante homogênea, composta basicamente pelo pinheiro que dá nome à floresta: a conífera, que recebe esse nome pelo formato de cone. Figura 22 – Floresta de taiga, no Alasca (EUA) Fonte: Wikimedia Commons Essas formações são típicas da Rússia, do norte do Canadá e dos países escandinavos (Suécia, Noruega e Finlândia) e foram amplamente exploradas pelas indústrias madeireira e de papel e celulose. 4) Savana: A savana é uma formação típica de regiões tropicais, com predomínio de formações arbustivas e herbáceas. As espécies vegetais das savanas são adaptadas a duas estações bem definidas, verão chuvoso e inverno seco, por esse motivo, são espécies com casca grossa, raízes profundas, galhos retorcidos e adaptadas à escassez de água e nutrientes no solo (espécies xerófilas). São encontradas na América do Sul, na África e na Austrália. No Brasil, o Cerrado é conhecido como a savana brasileira. 5) Vegetação mediterrânea: Como o nome sugere, a vegetação mediterrânea é a formação típica das regiões de clima mediterrâneo, com verões quentes e secos e invernos amenos e úmidos. Essas formações ocorrem próximas ao mar Mediterrâneo (sul da Europa e norte da África), na costa oeste dos Estados Unidos (Califórnia), no sul da África e em pequenas porções da Austrália e do Chile. Figura 23 – Vegetação mediterrânea, no Chile Fonte: Wikimedia Commons Na Europa, a vegetação mediterrânea foi amplamente devastada e substituída pelos cultivos de azeitona e uva, para a fabricação de azeites e vinhos. 6) Estepe: As estepes são formações herbáceas e com algumas espécies arbustivas que se desenvolvem em regiões de transição entre climas tropicais e desérticos e, por isso, se caracterizam pela baixa pluviosidade. Figura 24 – Sahel africano Fonte: Wikimedia Commons A região do Sahel corresponde a uma região com presença de estepes. Alguns estudiosos também classificam a Caatinga brasileira nessa formação. Curiosidade: o Sahel africano é uma longa faixa de transição entre as savanas e a porção sul do deserto do Saara na África. Figura 25 – Sahel africano Fonte: Wikimedia Commons Essa região sofre com graves problemas sociais e ambientais, sobretudo a desertificação e a escassez de água. 7) Pradaria: As pradarias são compostas basicamente por formações herbáceas, típicas de regiões de clima temperado continental de baixa pluviosidade. Figura 26 – Pradaria, nos Estados Unidos Fonte: Wikimedia Commons As pradarias são consideradas pastagens naturais e, por esse motivo, são devastadas pela atividade pecuária. São formações comuns das planícies dos Estados Unidos, do leste europeu, da Rússia. No Brasil, Argentina e Uruguai correspondem aos pampas. 8) Deserto: Os desertos são marcados pela presença de poucas espécies vegetais adaptadas à aridez. São formações típicas do clima desértico, com índices pluviométricos menores que 250 mm/ano. Figura 27 – Deserto australiano Fonte: Wikimedia Commons As cactáceas e outras espécies xerófilas formam o conjunto vegetal desse bioma. São formações comuns da África, nos desertos do Saara e Kalahari, América, Ásia e Austrália. 9) Tundra: A tundra é uma formação típica das regiões polares adaptadas aos climas mais frios do planeta. Trata-se de uma formação herbácea que possui um ciclo de vida muito curto, uma vez que se desenvolve apenas durante os períodos de verão, que são curtos. Na maior parte do ano, a solo da tundra permanece congelado e as espécies não se desenvolvem. Figura 28 – Tundra, na Rússia Fonte: Wikimedia Commons Os musgos e os líquens são as espécies mais comuns dessas áreas, com a ocorrência de poucos arbustos. Apesar da grande variedade de espécies animais, vegetais e paisagísticas que compõem os biomas do mundo, todos possuem um elemento comum: a intensa intervenção humana, que provoca desequilíbrios nas interações que neles ocorrem, agressões às espécies e impactos ambientais muitas vezes irreversíveis. ATIVIDADES 1. Quais características naturais da Amazônia que a tornam um importante reservatório hídrico? 2. A região do Cerrado, localizado principalmente no Centro-Oeste do país, responde por um quarto da produção de grãos e também por quatro em cada dez cabeças do rebanho bovino brasileiro. Observe a charge: Mar de soja no Cerrado Fonte: Evandro Alves A charge denuncia um grave problema que ocorre na região onde está localizado o Cerrado brasileiro. Qual é esse problema? 3. Associe as formações vegetais a suas respectivas características: (1) Florestas equatoriais (__) Predominam em regiões quentes com um longo (2) Florestas temperadas período de estiagem em boa parte do inverno. (3) Savanas Prevalecem (4) Desertos atividades agropecuárias são responsáveis por (5) Pradarias boa parte da devastação desse bioma. as formações arbustivas. As (6) Vegetação mediterrânea (__) Caracterizam-se pelos grandes campos naturais e são favoráveis à atividade pecuária. (__) Ocorrem em regiões que possuem as quatro estações bem definidas. Possuem árvores de médio e grande porte e folhagem que caem durante o outono e o inverno. (__) Localiza-se em regiões com verão quente e seco e inverno ameno e chuvoso. Foram amplamente substituídas pela atividade agrícola. O vinho é um produto típico desse bioma. (__) Estão localizadas em regiões com altas temperaturas e elevados índices pluviométricos. Possuem grande biodiversidade. Suas formações vegetais são heterogêneas, geralmente com folhas largas. (__) Localizados em regiões áridas, de climas quentes e frios. As chuvas são escassas e a pouca vegetação dessas regiões estão adaptadas às condições inóspitas do ambiente. 4. (ENEM – 2013) Então, a travessia das veredas sertanejas é mais exaustiva que a de uma estepe nua. Nesta, ao menos, o viajante tem o desafogo de um horizonte largo e a perspectiva das planuras francas. Ao passo que a outra o afoga; abrevia-lhe o olhar; agrideo e estonteia-o; enlaça-o na trama espinescente e não o atrai; repulsa-o com as folhas urticantes, com o espinho, com os gravetos estalados em lanças, e desdobra-se-lhe na frente léguas e léguas, imutável no aspecto desolado; árvore sem folhas, de galhos estorcidos e secos, revoltos, entrecruzados, apontando rijamente no espaço ou estirandose flexuosos pelo solo, lembrando um bracejar imenso, de tortura, da flora agonizante... CUNHA, E. Os sertões. Disponível em: http://pt.scribd.com. Acesso em: 2 jun. 2012. Os elementos da paisagem descritos no texto correspondem a aspectos biogeográficos presentes na a) adaptação à elevada salinidade. b) formação de florestas latifoliadas. c) transição para mata de grande porte. d) composição de vegetação xerófila. e) homogeneização da cobertura perenifólia. LEITURA COMPLEMENTAR Cerrado: a caixa d’água do Brasil O Cerrado – bioma e também domínio morfoclimático – é conhecido por muitos como a “caixa d'água do Brasil”. E esse apelido não é ocasional, pois a sua área abriga nascentes ou leitos de rios de oito bacias hidrográficas dentre as doze que existem no país, o que revela a importância socioambiental de suas composições. Dois grandes fatores geográficos contribuem para que o Cerrado apresente essa importância ambiental: posição e relevo. O bioma encontra-se em uma região central do território brasileiro, o que contribuiu para que boa parte das bacias hidrográficas do país estivesse concentrada nele. Além disso, as altitudes presentes e o grande número de nascentes fazem com que haja um bom escoamento das águas para outras regiões, auxiliando na distribuição dos recursos hídricos. O Rio São Francisco, por exemplo, possui mais de 90% de suas nascentes situadas no Cerrado, embora quase 55% das águas desse rio encontrem-se fora desse bioma. A bacia dos rios Paraná e Paraguai também possui suas origens situadas majoritariamente nas áreas desse importante domínio natural, que envia águas até mesmo para a Bacia Amazônica. Confira, a seguir, a lista dos mais importantes rios que possuem nascentes no Cerrado: - Rio Xingu (Bacia Amazônica) - Rio Tocantins (Bacia do Tocantins-Araguaia) - Rio Araguaia (Bacia do Tocantins-Araguaia) - Rio São Francisco (Bacia do São Francisco) - Rio Parnaíba (Bacia do Parnaíba) - Rio Gurupi (Bacia Atlântico leste ocidental) - Rio Jequitinhonha (Bacia do Atlântico leste) - Rio Paraná (Bacia do Paraná) - Rio Paraguai (Bacia do Paraguai) – lembrando que a bacia do Paraguai une-se à do Paraná e forma a Bacia do Rio da Prata ou Bacia Platina, abrangendo também o Paraguai, o Uruguai e a Argentina. As águas do Cerrado são importantes também para o abastecimento de aquíferos, principalmente o Aquífero Guarani, que possui uma vasta área na América do Sul e com boa parte situada na área do domínio morfoclimático em questão. Por isso, a manutenção dessa importante reserva hídrica subterrânea depende da sustentabilidade desse bioma. Além disso, é válido mencionar que as águas do Pantanal também são altamente dependentes do Cerrado. Segundo a WWF Brasil, nove em cada dez brasileiros consomem eletricidade gerada por águas do Cerrado, ressaltando que até a hidrelétrica de Itaipu não existiria sem as nascentes existentes na região do Planalto Central. Assim, mais do que um importante conjunto de recursos hídricos, esse domínio também garante boa parte do potencial hidrelétrico do país. Portanto, é impossível elaborar qualquer tipo de plano de conservação dos recursos hídricos do Brasil sem estabelecer um plano de preservação do bioma Cerrado, um dos mais degradados do país. Ao todo, milhares e milhares de hectares foram devastados, principalmente ao longo do século XX, o que vem comprometendo a continuidade da vazão dos principais rios do Brasil. PENA, Rodolfo F. Alves. Cerrado: a caixa d’água do Brasil. Mundo Educação. Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/brasil/cerrado-caixa-dagua-brasil.htm>. Acesso em: 25 fev. 2016. 9h45min. REFERÊNCIAS ALVES, Evandro. Devastação do Cerrado. Disponível em: <https://www.ufmg.br/boletim/bol1657/8.shtml>. Acesso em: 25 fev. 2016. 14h30min. IBGE. Mapa de Biomas e Vegetação. Disponível <http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/21052004biomashtml.shtm>. em: Acesso em: 24 fev. 2016. 15h20min. IMAZON. Desmatamento na Amazônia Legal até 2012. Disponível em: <http://www.imazon.org.br/mapas/desmatamento-acumulado-2007-2010/desmatamentoamazonia-legal-acumulado-ate-2012/image_view_fullscreen>. Acesso em: 25 fev. 2016. 8h20min. INEP. Prova azul do ENEM de 2013. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/provas/2013/caderno_enem2013_sa b_azul.pdf>. Acesso em: 25 fev. 2016. 14h50min. LUI, Gabriel; MOLINA, Silvia. Ocupação humana e transformação das paisagens na Amazônia brasileira. Amazônica – Revista de Antropologia da UFPA. V 1. Nº 1. 2009. 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A Amazônia brasileira apresenta grande biodiversidade e caracteriza-se como uma região de clima quente e úmido (equatorial) com elevados índices pluviométricos durante todo o ano. Parte da umidade tem origem na evapotranspiração da própria floresta, o que aumenta ainda mais a concentração de vapor d’água no ambiente. Além disso, a região também possui a maior bacia hidrográfica do mundo, com rios extensos e caudalosos (grande volume d’água) ao logo de toda a bacia. 2. O Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil, ocupando extensas áreas do Sudeste e do Centro-Oeste. Essa mesma região, é considerada a principal área agrícola do país. Por esse motivo, mais da metade de área original do Cerrado, isto é, dois milhões de km2, já foi desmatada. Depois da Mata Atlântica, é o bioma brasileiro que mais sofreu transformações devido à ação antrópica. Nas últimas décadas, a expansão agropecuária foi o fator fundamental para a ocupação do Cerrado em larga escala e, atualmente, representa o maior fator de risco para o bioma, uma vez que o desmatamento e as queimadas, para a abertura de pastos e áreas de cultivo de soja (e milho), provocam grandes prejuízos à biodiversidade local. A charge aborda esse assunto de forma bastante irônica, ao trocar a letra inicial e nomear o bioma de SERRADO, ou seja, sofreu os efeitos da serra e do desmatamento predatório. A monocultura, o uso de agrotóxicos e fertilizantes, além do emprego de técnicas de aproveitamento intensivo dos solos provocam o esgotamento desse e da água, além de provocarem um intenso desmatamento. Além das atividades agrícolas, o Cerrado também sofre com as atividades mineradoras, como o garimpo, que provocam o assoreamento e a contaminação dos mananciais pelo uso intenso de mercúrio. A mineração ainda provoca erosão intensa do solo. 3. (1) Florestas equatoriais (3) Predominam em regiões quentes com um longo (2) Florestas temperadas período de estiagem em boa parte do inverno. (3) Savanas Prevalecem as formações arbustivas. As atividades (4) Desertos agropecuárias são responsáveis por boa parte da (5) Pradarias devastação desse bioma. (6) Vegetação mediterrânea (5) Caracterizam-se pelos grandes campos naturais e são favoráveis à atividade pecuária. (2) Ocorrem em regiões que possuem as quatro estações bem definidas. Possuem árvores de médio e grande porte e folhagem que caem durante o outono e o inverno. (6) Localiza-se em regiões com verão quente e seco e inverno ameno e chuvoso. Foram amplamente substituídas pela atividade agrícola. O vinho é um produto típico desse bioma. (1) Estão localizadas em regiões com altas temperaturas e elevados índices pluviométricos. Possuem grande biodiversidade. Suas formações vegetais heterogêneas, geralmente com folhas largas. são (4) Localizados em regiões áridas, de climas quentes e frios. As chuvas são escassas e a pouca vegetação dessas regiões estão adaptadas às condições inóspitas do ambiente. 4. Alternativa D. Comentário: A paisagem descrita no trecho de Os Sertões, de Euclides da Cunha, corresponde aos elementos naturais da Caatinga, formada basicamente por vegetação xerófila adaptada à escassez de água e ao clima semiárido. Esse dado pode ser comprovado no trecho “folhas urticantes, com o espinho, com os gravetos estalados em lanças, e desdobra-se-lhe na frente léguas e léguas, imutável no aspecto desolado; árvore sem folhas, de galhos estorcidos e secos”.