CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ

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I APOSTILA - 1º SEMESTRE/2008
CINEANTROPOMETRIA
HISTÓRICO: Sem sombra de dúvida, o fenômeno que mais tem captado a atenção do ser
humano através da sua história, tem sido o próprio homem, e tão complexo é analisar sua totalidade
que se faz necessário dividi-lo, e uma destas divisões, é a cineantropometria.
* 400 a.C. Hipócrates faz as primeiras referências ao conceito de estrutura humana, foi um dos
primeiros a classificar os indivíduos segundo sua morfologia.
- tísicos ou delgados com predomínio do eixo longitudinal.
- apopléticos ou musculosos com predomínio do eixo transversal.
* século XVII Elsholtz emprega pela 1ª vez o termo “antropometria” em uma série de estudos
morfológicos realizados na Universidade de Pádua.
* 1930 desenvolve-se um “compasso”, similar a uma pinça que permitia medir a gordura em
determinadas partes do corpo.
* 1972 pela primeira vez usa-se o termo “cineantropometria” num artigo de Willian Ross na
revista científica belga Kinanthrpologie.
* 1976 no Congresso Científico Olímpico, celebrado em Quebec por motivo dos Jogos Olímpicos
de Montreal e denominado “International Congress of Physical Activity Sciences”. A cineantropometria
foi apresentada pela primeira vez como uma especialidade emergente e de grande aplicabilidade na
área da atividade física, nutrição e alto rendimento. Na conferência principal deste simpósio, William
Ross desenvolveu o conceito de cineantropometria como sendo “o uso da medida no estudo do
tamanho, forma, proporcionalidade, composição e maturação do corpo humano, com o objetivo de
ampliar a compreensão do comportamento humano em relação ao crescimento, à atividade física e ao
estado nutricional” [DER 84].
* Em 1978 ocorreu o reconhecimento da Cineantropometria como ciência pela “International
Council of Sport and Physical Education”. Foi realizado o 1o Congresso Internacional de
Cineantropometria.
Apesar de o Brasil ser considerado como o principal pólo de desenvolvimento da
cineantropometria na América Latina, o tema é ainda hoje pouco discutido e estudado no país. Nossa
produção bibliográfica e nossas pesquisas na área são ainda bastante escassas, quase a totalidade da
bibliografia encontrada é estrangeira.
O QUE É CINEANTROPOMETRIA?
PROF. CÉLIO SOUZA
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Palavra de origem grega que significa: “Medir o homem em movimento” KINEIN: o sufixo
significa “movimento” e reflete o estudo do movimento, das trocas que ocorrem no homem. É o símbolo
da vida, da evolução e do desenvolvimento do ser humano.
ANTHROPOS: o tema central cujo significado é “homem” o qual vamos medir, o objeto principal
do nosso estudo.
METREIN: o sufixo que tem um significado de fácil compreensão, “medida”.
Somente através de uma análise de cada um dos componentes que constituem o corpo humano
- gordura, ossos, músculos e outros tecidos - de forma isolada e em relação ao próprio peso corporal
total, é que se torna possível observar as alterações produzidas pelos programas de atividades motoras
e pelas dietas alimentares no organismo de uma pessoa, oferecendo valiosas informações quanto a
sua eficiência ou, possivelmente, indicando reformulações em seus princípios.
Um dos primeiros estudos a demonstrar a inadequação da utilização do peso corporal total na
avaliação dos efeitos dos programas de atividades motoras no organismo foi realizado por WELHAM &
BEHNKE (1942) que utilizando-se de 25 jogadores profissionais de futebol americano, dos quais 17
foram recusados para o serviço militar por terem sido considerados obesos, observaram um peso
corporal médio em torno de 24,6% acima dos padrões esperados para os homens de mesma idade e
estatura, o que os enquadrariam numa faixa de obesidade.
Uma estimativa precisa da composição corporal proporciona uma base importante para se
formular um programa adequado de aptidão física. O padrão que é utilizado de forma bastante
significativa, ainda nos dias de hoje - as tabelas de peso e altura - são de valor muito limitado na
avaliação corporal. Estas tabelas que são utilizadas para avaliar o grau de “excesso de peso” e se
baseiam essencialmente nas estatísticas das variações médias do peso corporal para pessoas entre 25
e 59 anos de idade, quando a taxa de mortalidade é mais baixa, sem levar em consideração as causas
específicas da morte ou a qualidade de saúde antes da morte.
DIFERENÇA ENTRE TERMOS
TESTE
KISS (1987) “instrumento, procedimento ou técnica usado para obter uma informação.”
FERREIRA (1988) 1. Exame, verificação ou prova para determinar a qualidade, a natureza ou o
comportamento de alguma coisa: 2. Método, processo, procedimento ou meio utilizado para tal exame:
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3. Medida ou calculo de determinada características afetivas, intelectuais, sensoriais ou motoras de um
indivíduo.
MEDIDA
Dados na forma numérica através da comparação destes (dados) com uma grandeza conhecida.
FERREIRA (1988) medir denota “1. Determinar ou verificar, tendo pôr base uma escala fixa, a
extensão, a medida ou grandeza de: 2. Pesar: 3. Ter a extensão, comprimento ou altura de.” MARINS &
GIANNICHI (1996), processo utilizado para coletar as informações obtidas pelo teste, atribuindo um
valor numérico aos resultados. KISS (1987), a determinação da grandeza; classicamente, medir é
comparar com grandezas conhecidas e preestabelecidas.
AVALIAÇÃO
KISS (1987) processo de delimitação, obtenção e aplicação de informações descritivas e de
julgamento concernente ao mérito de objetos, à medida que revelados pelas metas, planos
implementação e resultados e para fins de tomada de decisões e de responsabilidade; Constatação de
valor, que pode auxiliar nas definições, as quais apresentam, freqüentemente, aspectos conflitantes.
FERREIRA (1988) Avaliar 1. Determinar a valia ou valor de: 2. Apreciar, estimar o merecimento
de: 3. Calcular, estimar, computar: 4. Reconhecera grandeza de, a intensidade, a força. MARTYNIAK
(1997) analise, através de valores determinados que resultem em valores (dados) que serviram para
uma interpretação e/ou estimativa, especificamente das características psicofísicas de atletas e alunos
para alcançar os objetivos estabelecidos.
CARNAVAL (1997) processo pelo qual, utilizando as medidas, se pode subjetivar e
objetivamente, exprimir e comparar critérios. Avaliar e julgar o quanto foi eficiente o sistema de trabalho
usado com o indivíduo ou com um grupo de indivíduos.
Avaliar, medir e testar - características distintas. Unidades de: Centímetro (cm), Metro (m),
Kilograma (kg), Milímetros (mm), Litro (l), Kilogramas de mililitros de peso por minuto (kg/ml/kg min –1),
entre outras.
TESTAR, MEDIR E AVALIAR.
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O teste que é um instrumento, procedimento ou técnicas usadas para se obter uma informação,
podendo ser de três formas: escrito, observação e performance (Giannichi, 1984) ou ainda um
instrumento de medida; por exemplo: teste de salto em extensão (Kiss, 1987), deve ser o mais
específico possível e adequado às condições de cada avaliado. Pinto (1978) já explicava o teste como
uma pergunta ou um trabalho específico, que serve, para medir um conhecimento ou habilidade.
A medida é o resultado obtido através da coleta realizada por um instrumento, atribuindo-se a ela
um valor, ou um processo para se coletar as informações obtidas pelo teste. As medidas devem ser
precisas e objetivas, como também, formais (o testado sabe que vai ser testado) ou não-formais (o
testado não sabe que vai ser testado). Pinto (1978) É uma técnica que fornece, através de processos
precisos e objetivos, dados quantitativos que exprimem, em bases numéricas, as qualidades que se
deseja medir.
A avaliação determina a importância ou valor da informação coletada; como decisão classifica os
alunos, reflete o progresso, indica se os objetivos estão ou não sendo atingidos, se o sistema de ensino
está ou não sendo satisfatório e outros: deve refletir a filosofia, metas e objetivos do professor
(Giannichi, 1984).
É também um processo pelo qual, utilizando as medidas, se pode subjetiva e objetivamente,
exprimir e comparar critérios. A avaliação julga o quanto foi eficiente o sistema de trabalho usado com
um indivíduo ou com um grupo de indivíduos. A técnica da análise é uma forma de situar o indivíduo
num grupo, criando condições de entendimento dos resultados. Pinto (1978) afirma que a avaliação é
um processo. E, podemos exprimir e comparar, através desse, os dados de maneira objetiva e
subjetiva.
Os testes e as medidas, após suas aplicações, quase sempre antecedem um processo de
avaliação que ocorre numa forma de situar o indivíduo perante ele mesmo e/ou um grupo.
Bradfield & Moredock apud Turra, Enricone, Santánna et al. (1986) comentam que a “avaliação
significa atribuir um valor a uma dimensão mensurável do comportamento em relação a um padrão de
natureza social ou científica”. A avaliação pode ser dividida em três modalidades: diagnóstica, formativa
e somativa.
Kiss (1987) e Pitanga (2000) afirmam que a avaliação diagnóstica é o tipo de avaliação que
envolve a descrição, classificação e a determinação do valor de algum aspecto do comportamento do
aluno. Esta fase é importante, a fim de que possamos traçar um plano para o alcance dos objetivos. É
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peculiar na Educação Física a aplicação dos testes para uma posterior averiguação do trabalho ou
treinamento desenvolvido.
A avaliação diagnóstica para a prescrição de programa de exercícios físicos pode ser mais
individualizada possível, mesmo tendo dois indivíduos com desempenhos muito próximos.
A avaliação formativa é a informação constante sobre o desempenho do aluno que é fator
primordial para o direcionamento do alcance dos objetivos. Em se tratando de tipo de treinamento onde
a performance é sempre observada, deve haver uma avaliação contínua em que a retro alimentação é
imediata. Com isso, podemos corrigir o aluno e, em termos de diagnóstico, através de testes, podemos
traçar o programa, de acordo com os resultados apresentados nas diferentes capacidades motoras.
A avaliação somativa é normalmente utilizada após um período determinado. Neste tipo de
avaliação são atribuídos valores de acordo com o acompanhamento da avaliação formativa, ou seja,
com os meios empregados para o alcance dos objetivos. No caso do uso de testes na avaliação
diagnóstica, estes podem ser comparados e analisados individualmente neste tipo de avaliação que é
também chamada de tradicional ou classificatória.
O que é necessário para esta seqüência de testar, medir e avaliar é, inicialmente, ter
conhecimento dos critérios ou fundamentos para seleção e construção dos testes.
• Critérios de seleção dos testes (fundamentos); tipos de validação.
CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DOS TESTES - FUNDAMENTOS
a) seleção e construção de testes, após a determinação do que testar e por que é importante
selecionar e construir os melhores testes, pois se um teste é pobre, conseqüentemente a avaliação
também será; b) verificação de três fatores de total relevância: validade, fidedignidade, objetividade,
padronização.
VALIDADE - Determinação do grau em que o teste mede aquilo que se propõe a medir
considerado a posteriori, ou seja, se o teste, após a aplicação, demonstra ser uma medida eficiente
daquilo que se pretendia medir, pois ela inclui consistência do teste (confiabilidade) e do aplicador do
teste (Kiss, 1987, Vianna, 1976, Kiss, 1987, Howley & Franks, 2000).
As formas de determinação são: comparação com teste de validade conhecida; definição a partir
de opiniões de pessoas conhecidas de reconhecido gabarito; conhecimentos teóricos, fundamentos em
literatura; análise com referência a critério, como, Teste de Cooper na Pista e Quadra.
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Aplicar um outro teste para correlaciona-lo (Pearson - Resultados estatisticamente aprovados),
Ricardo (1999) acredita ser este um dos critérios mais importantes de autenticidade científica, que nos
leva a assumir um papel central na escolha e construção de testes.
As afirmações de que um teste é válido quando mede aquilo que se pretende medir são por
demais genéricas e requerem maiores investigações e explicações (Vianna, 1976).
De acordo com Thomas & Nelson apud Ricardo (1999), Vianna (1976) e Howley & Franks
(2000), existem quatro tipos de validade: lógica, também conhecida como validade por aparência, que é
muito utilizada pelos profissionais de Educação Física; por conteúdo que pode ser encontrada em
nossa literatura como validade curricular, que não pode, como a lógica, ser fornecida por valores
numéricos; por critério que pode ser de duas formas: predição–aquela em que a validade é
estatisticamente comprovada através de um teste de correlação que irá estabelecer a relação entre o
teste preditor (teste proposto) e o teste padrão (medida critério), e concomitante, ou validação
simultânea a relação dos escores de um teste proposto com um outro teste, chamado padrão e é muito
utilizado quando se deseja substituir um teste longo ou complexo, por outro curto e de fácil aplicação;
por construção que pode ser entendida como o grau no qual o teste mede uma característica, ou item,
ou o constructo que não pode ser diretamente medido (a ansiedade, o stress, a motivação)
Formas de determinação
- Comparar com teste de validade conhecida;
- Definição a partir de opiniões de pessoas conhecidas de reconhecido gabarito;
- Conhecimentos teóricos, fundamentos em literatura;
- Através de análise com referência a critério.
Ex: Teste de Cooper na Pista e Quadra
Aplicar um outro teste para correlacionar (Pearson - Resultados estatisticamente aprovados) As
formas de determinação são: aplicação do teste e reteste nas mesmas condições, o reteste deve ser
aplicado num período de tempo determinado, de três a sete dias, não devendo ultrapassar 15 dias, a
não ser em casos especiais e de acordo com o objetivo do trabalho. Ex: dobras cutâneas (diminuição
do percentual de gordura - mínimo 03 a 04 meses). O coeficiente deve estar acima de 0,70, para que
possamos considerar o teste reprodutível ou fidedigno.
FIDEDIGNIDADE
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A FIDEDIGNIDADE, também conhecida como confiança (Ricardo, 1999) é o grau em que
esperamos que os resultados sejam consistentes, ou reprodutivos, quando examinados pelo mesmo
observador, em diferentes dias, a não ser em casos especiais e de acordo com o objetivo do trabalho.
Determinação da fidedignidade
- Aplicação do teste e reteste nas mesmas condições. O reteste deve ser num periodo de tempo
determinado, de 3 a 7 dias, não devendo ultrapassar 15 dias, a não ser em casos especiais e de acordo
com o objetivo do trabalho. Ex: Dobras cutâneas( _ % de G – mínimo 03 a 04 meses). O coeficiente “r”
de Pearson deve estar acima de 0,70 para que possamos considerar o teste como reprodutível ou
fidedigno.
OBJETIVIDADE
É o grau em que esperamos consistência nos resultados, quando o teste é aplicado e anotado
simultâneamente por diferentes indivíduos nos mesmos alunos ou atletas.
Determinação da objetividade
- Cálculo de coeficiente de correlação de Pearson “r”. A fidedignidade e a objetividade aumentam
quando os aplicadores são bem treinados.
Podemos determiná-la através do cálculo do coeficiente de correlação de Pearson “r”.
Kiss (1987) diz que a fidedignidade e a objetividade aumentam quando os aplicadores são bem
treinados. Ricardo (1999) explica que a objetividade pode ser o grau de uniformidade com o qual várias
pessoas marcam os mesmos escores no teste.
PADRONIZAÇÃO
É a explicação descritiva e padronizada do teste. Deve ser bem feita para que a comparação dos
resultados em diferentes locais aconteça com mais eficiência possível. A padronização engloba: Descrição do teste, fonte de referência original, validade, fidedignidade para o grupo de objetividade,
detalhes do objetivo, descrição das condições de realização do teste, local, vestimenta, formas de
motivação para obtenção dos resultados reais, cuidados a serem tomados e os erros mais freqüentes a
serem evitados.
Na interpretação e quantificação dos dados Marconi & Lakatos (1982) comentam que a coleta de
dados é a etapa da pesquisa em que se inicia a aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas
selecionadas. São vários os instrumentos e seus objetivos e variam de acordo com as circunstâncias ou
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tipo de investigação, como a coleta de dados, a observação, entrevista, questionário, formulário, testes,
entre outros.
Após a coleta dos dados, os mesmos são elaborados e classificados, de forma sistemática,
seguindo passos como: seleção - exame minucioso dos dados, servindo também para se evitar
posteriores problemas de codificação; codificação – técnica operacional utilizada para se categorizar os
dados que se relacionam e são transformados em símbolos, podendo ser tabulados e contados;
tabulação - disposição dos dados em tabelas, possibilitando maior facilidade na verificação das interrelações entre eles, constituindo parte do processo técnico da análise estatística que permite sintetizar
os dados.
As recomendações para o indivíduo que realiza o teste: o tipo de calçado; o vestuário;
alimentação leve 2 horas antes; evitar esforço inabitual; não fumar (pelo menos 4 horas antes) e entre
outros. O acompanhamento do teste para verificar sinais e sintomas de fadiga deve observar:
desempenho do equipamento; anotações de freqüência cardíaca (FC); acompanhamento da pressão
arterial (PA) sistólica e diastólica; observação do cardoscópio e após a parada do teste a rotina pósteste de parada gradual do esforço; registro de FC e PA; ausculta cardiorespiratória; a liberação do
avaliado e outros.
• Cineantropometria Morfológica - Pontos e Medidas antropométricas (diâmetros, perímetros)
• Medidas de composição corporal – Soma de dobras cutâneas, soma de circunferências,
relação peso altura (Clark, 1998), impedância elétrica;
• Avaliação somatotipológica (Protocolo Sheldon, Heart & Carter e Carter);
MÉTODOS DE VALORAÇÃO
DIRETOS - Baseados na dissecação de cadáveres e com lógicos problemas inerentes a estes
protocolos, o único absolutamente válido, porém com evidentes limitações.
O estudo mais
importante e significativo de dissecação
anatômica no
âmbito da
cineantropometria foi realizado na Universidade de Vrije- Bélgica- entre outubro de 1979 e junho de
1980.
- 25 cadáveres entre 55 e 94 anos.
INDIRETOS: - Também denominados “in vivo”, considera-se assim porque para calcular
qualquer parâmetro, o fazem à partir da medida de outro, como por exemplo a densidade corporal total,
pressupondo uma teórica e constante relação quantitativa entre ambas variáveis.
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ex:
- Excreção de creatinina
- Radiologia convencional
- Densitometria (pesagem hidrostática)
Excreção de creatinina: A creatinina é um metabólito da Creatina que está em uma proporção de
98% no músculo. Tomando este valor como constante e medindo sua concentração na urina ou no
plasma sangüíneo, se poderá estimar a massa muscular, já que cada mg. de creatinina no plasma
eqüivale a 0,88 kg. de músculo.
Pode ser prejudicada por dietas hiperproteícas, má nutrição, exercício (especialmente os de
contração excêntrica).
Radiologia convencional: A utilização de raios-x permite, com a adequada duração e nível de
intensidade de exposição, delimitar bastante claramente o tecido subcutâneo, muscular e ósseo. Ainda
que utilizada até princípios dos anos 70 por significativos autores como Tanner e Behnke, sua falta de
contraste para com os tecidos macios e especialmente seu perigo de radiação, propiciaram seu
declínio.
Densitometria: A densitometria constitui sem dúvida alguma, o método de laboratório mais
amplamente utilizado para a estimativa da massa de gordura e da massa livre de gordura.
Considerado o método padrão por excelência em que todos os demais devem buscar validação
científica, a densitometria está baseada no modelo de “2 componentes”: massa de gordura e massa
magra.
Embora os termos massa magra e massa livre de gordura serem utilizados em grande parte da
bibliografia de forma sinônima, isto não é correto.
• Massa Livre de Gordura (FFB fat-free body mass)- É a massa corporal livre de toda gordura
extraível, inclusive a gordura essencial, não contém lipídios.
• Massa Magra (LBM lean body mass)- Contém uma quantidade de lipídios de 2 à 4 %, gordura
essencial, sem a qual o organismo não consegue manter um funcionamento fisiológico adequado.
DUPLAMENTE INDIRETOS: Se tem de classificar desta maneira, porque resultam de equações
ou normogramas derivados por sua vez, de algum dos métodos indiretos. A antropometria constitui um
bom exemplo, pois a partir das medidas de alguns parâmetros e da densidade corporal de uma
população determinada, se calcula uma equação de regressão. Esta em teoria permitirá valorar a
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porcentagem de massa de gordura de outros grupos de população, a partir somente de medida de suas
pregas cutâneas.
exs:
Impedância bio-elétrica.
Antropometria (principal objeto do nosso estudo)
IMPEDÂNCIA BIO-ELÉTRICA: Existe uma correlação entre o conteúdo total de água corporal
(TBW “total body water”) e a impedância elétrica do organismo, ou o que é igual, a resistência que os
diversos componentes corporais oferecem a passagem de uma corrente alternada de baixa intensidade
e freqüência elevada.
Coloca-se quatro eletrodos superficiais nas mãos e nos pés do estudado, através dos quais
circula uma corrente elétrica.
Resulta evidente que, se levarmos em conta que a resistência a passagem de uma corrente
elétrica de baixa intensidade e alta freqüência está diretamente relacionada com o volume do condutor
(em nosso caso massa magra e gordura), o fator que limitará realmente a capacidade condutiva de
nosso organismo será o número de eletrólitos de água, ou seja os índices de hidratação e desidratação
influenciam grandemente no resultado do teste.
Todos os testes citados acima com seus custos elevados e a dificuldade ou impossibilidade de
transporte dos materiais para que possam ser executadas avaliações de campo, fazem com que
pesquisas utilizando-os se limitem a pesquisas de laboratório.
ANTROPOMETRIA
A técnica antropométrica, através das medidas de circunferências, diâmetros e espessuras de
dobras cutâneas tem sido um recurso freqüentemente utilizado no estudo da composição corporal,
devido à:
• Simplicidade de suas medidas (fitas, antropômetros, paquímetros e adipômetros).
• Inocuidade do método.
• Pouco ou nenhum sacrifício por parte do sujeito avaliado.
• Relativa facilidade de seus procedimentos.
• Condições de estudos de campo e levantamento de um grande número de sujeitos.
• Menores restrições culturais.
• Certa facilidade no treinamento de pessoal.
• Baixo custo operacional.
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Tudo isso colaborou para que a antropometria fosse eleita como a técnica de maior
aplicabilidade em nosso meio.
O ser humano pode ser descrito com grande precisão através de medidas de sua morfologia
externa, tais como alturas, diâmetros, perímetros e dobras cutâneas. O uso da dobra cutânea é um dos
mais práticos e hábeis métodos na avaliação corporal em populações adultas entre 20 e 50 anos de
idade, isto porque 50% à 70% da gordura corporal total está localizada subcutâneamente. No entanto
alguns cuidados devem ser tomados, a dobra cutânea deve ser usada somente em adultos que
apresentem um percentual de gordura entre 10% à 40% do peso corporal total, acima de 40% pode
ocorrer uma subestimativa no percentual de gordura.
CUIDADOS GERAIS
_ O local destinado ao estudo deve ser amplo e com regulação de temperatura para torná-lo
confortável ao estudado.
_ A pessoa estudada deverá estar descalça e com a menor roupa possível.
_ Os aparelhos deverão estar calibrados.
_ Todas as medidas deverão ser tomadas no lado direito, mesmo que este não seja seu lado
dominante.
_ Antes de iniciar a tomada das medidas, marca-se os pontos anatômicos com lápis
dermográfico.
RECOMENDAÇÕES:
- É conveniente explicar de forma geral os procedimentos do estudo, assinalando a importância
de permanecer na posição determinada em cada uma das medidas.
- A marcação dos pontos e a realização das medidas deverá ser feita de cima para baixo.
- Os instrumentos devem ser manipulados com a mão direita e devem ser aplicados de forma
suave sobre a pele.
- As trocas de posição do estudado devem ser feitas de forma não brusca e se necessário com o
auxílio do antropometrista.
- Em estudos com medição ao longo do tempo, devem ser respeitados os horários que estes
foram feitos pela primeira vez.
- É conveniente poder contar com a colaboração de um ajudante.
- Manter uma distância respeitosa do estudado.
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MATERIAIS E MÉTODOS:
- Estadiômetro - Fita métrica
- Antropômetro - Paquímetro
- Balança (precisão 100g) - Compasso de dobras
O indivíduo estudado deverá estar inicialmente em posição anatômica, marca-se primeiramente
todos os pontos anatômicos, somente depois iniciam-se as medidas pela parte superior do corpo.
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