_____________________________________________________________________ CAPÍTULO 2 LEVANTAMENTO DE RECONHECIMENTO DE SOLOS Por Ari Délcio Cavedon e Edgar Shinzato 2.1 Metodologia No levantamento de solos das áreas dos municípios de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália, em nível de reconhecimento, na escala 1:100.000, adotou-se a metodologia em uso pelo CNPS/Embrapa, constando de trabalhos em escritório, campo e laboratório. 2.1.1 Trabalhos de Escritório Ao início do levantamento, procedeu-se a uma pesquisa e revisão bibliográfica intensa, pois a região conta com alguns levantamentos importantes. A Veracruz Florestal Ltda., hoje Veracel Celulose S.A., realizou um levantamento semidetalhado nas áreas de plantios de eucaliptos, cujos projetos Alecrim, Sucupira, Peroba, Sapucaia, Inhaíba, Jequitibá, Liberdade e Jambeiro situam-se nos municípios de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália, na área levantada pela CPRM. Esses dados constam de relatório final editado em 1997. Para recuperação dos pontos de análise, foi necessária uma pesquisa in loco, nos escritórios da Veracel em Eunápolis, partindo dos boletins cadastrais de propriedades e ortofotocartas na escala 1:10.000, onde estavam plotados, transferidos, por comparação, para imagens Landsat TM, nas bandas 7, 4, 2 e 7, 4, 3, na escala 1:100.000, obtidas pela CPRM. Foi possível recuperar e utilizar dados de 12 perfis completos e de 47 perfis complementares, todos devidamente analisados no laboratório do CNPSEmbrapa, alguns com descrição micromorfológica em lâminas delgadas. A Ceplac, em 1976, realizou levantamento detalhado na Estação Experimental Gregório Bondar e, de 1983 a 1988, na Estação Ecológica Pau-Brasil, em Porto Seguro, e nas áreas da usina e viveiro da Embaúba S.A., nas regiões de Barrolândia e Ponto Central, município de Santa Cruz Cabrália. Desses levantamentos, foram utilizados 17 perfis completos de grande valor científico, coletados em condições naturais e sem intervenção antrópica. Todos esses dados foram compilados, tabulados, atualizados e utilizados para elaboração das legendas do mapa de Reconhecimento de Solos. Foram executadas as etapas de fotointerpretação preliminar e final, sobre overlays transparentes, em fotografias aéreas pancromáticas na escala 1:108.000 obtidas pelo SACS entre janeiro de 1974 e fevereiro de 1975. Em virtude de sua desatualização, as fotografias necessitaram de trabalhos complementares de campo, para um posicionamento mais exato. Para orientar os trabalhos de campo, foi construído um mosaico não-controlado, cobrindo toda a área de estudo, com as delimitações preliminares, caminhos e estradas com os pontos a observar traçados sobre overlay transparente. Foram ainda tabulados os resultados de análises, elaboradas as legendas preliminar e final do mapa de Reconhecimento de Solos, retificados os traçados dos polígonos e desenhado um mapa preliminar de Reconhecimento de Solos baseado nas análises existentes e observações da primeira etapa de campo. Constituídas as unidades de mapeamento a partir das unidades taxonômicas de solos e, após o tratamento de todas as análises coletadas pela equipe e daquelas incorporadas de outros trabalhos, foi desenhado o mapa de Reconhecimento de Solos, com sua legenda definitiva, e uma cópia colorida, para orientação de trabalhos de digitalização. Ao final, foi elaborado o relatório correspondente. 2.1.2 Trabalhos de Campo Os trabalhos de campo foram efetuados em duas etapas: agosto de 1998 e junho de 1999. Foram percorridas todas as estradas e caminhos devidamente selecionados, durante a fotointerpretação preliminar, e, sempre que necessário, todas as vias de acesso aos locais selecionados para observação de solos. As observações foram feitas em cortes de estrada ou através de tradagens, descrevendo-se cor, textura, espessura de horizontes, consistência e estrutura, sempre que possível. Em locais considerados representativos, foram coletados e amostrados 28 perfis completos e 18 perfis complementares, conforme normas do Manual de Descrição e Coleta de Solo no Campo 9 (Lemos & Santos, 1996), cujas descrições constam de item específico neste relatório. Com a ajuda de fotointerpretação e observações locais, foram constituídas pré-unidades de mapeamento, definidos solos dominantes e subdominantes das associações, a topografia, a declividade medida com clinômetro e demais parâmetros necessários para uma melhor caracterização dos solos. adotado pela Sociedade Brasileira de Ciência do Solo). A TFSA foi tratada com NaOH 1N e agitação mecânica em alta rotação por 15 minutos. As frações areia grossa e areia fina foram separadas por tamisação em peneiras de malhas de 0,2mm e 0,053mm de diâmetro, respectivamente. A fração argila total foi determinada com o densímetro e o silte foi obtido por diferença. 2.1.3 Trabalhos de Laboratório Argila dispersa em água A metodologia das análises físicas e químicas seguiu recomendações e procedimentos do Manual de Métodos de Análise de Solo (CNPS/Embrapa, 1997). Determinada pelo método do densímetro, utilizando-se apenas água destilada para dispersão, sem qualquer dispersante químico. Grau de floculação 2.1.3.1 Análises físicas As análises físicas efetuadas constaram de determinações de cascalho e calhaus, terra fina seca ao ar (TFSA), composição granulométrica, grau de floculação, argila dispersa, densidade das partículas, densidade do solo, porosidade, relação silte/argila e areia grossa/areia fina. Cascalho e calhaus Tamisação em peneiras de malhas de 20mm e 2mm, respectivamente. O material foi lavado em água corrente e tratado com hidróxido de amônio para facilitar a separação e eliminar as partículas mais finas. Posteriormente, foi secado ao ar e pesado. A porcentagem de cada fração foi obtida pela expressão: % de cascalho = 100 . Peso dos cascalhos Peso total da amostra Terra fina Calculado em função das porcentagens de argila total e de argila dispersa somente com água, de acordo com a seguinte expressão: GF (%) = % AT − % ADA .100 % AT GF – Grau de Floculação AT – Argila Total ADA – Argila Dispersa em Água Densidade das partículas Determinada pelo método do picnômetro segundo Blake (1965) e expressa em g/kg. Densidade do solo Determinada em amostras coletadas com anel de Kopeck, pelo método do anel volumétrico e expressa em g/kg. Separada por tamisação, com o mesmo fracionamento anterior, coletando-se o material que passou na peneira de malha de 2mm. A umidade residual foi determinada pela secagem em estufa a 105oC. O fator “f” foi obtido pela divisão do peso inicial da amostra pelo seu peso após a secagem a 105oC. Com o auxílio desse fator, são ajustados os resultados das determinações analíticas para terra fina secada em estufa (TFSE). Porosidade total Composição granulométrica Relação silte/argila Calculada pela expressão: Determinada pelo método do densímetro e classificada segundo o triângulo de classes texturais de solo (US Department for Agriculture, Calculada pela seguinte expressão: PT (%) = DP − DS . 100 DS PT – Porosidade total DP – Densidade da Partícula DS – Densidade do Solo silte / arg ila = % de silte % de arg ila 10 Relação areia grossa/areia fina Calculada pela expressão: % de areia grossa AG / AF = % de areia fina AG –Areia Grossa AF – Areia Fina 2.1.3.2 Análises Químicas pH em água e KCl 1N Determinados potenciometricamente na suspensão solo-líquido de 1:2.5, com tempo de contato de uma hora e agitação da suspensão antes da leitura. Alumínio extraível Extraído pela solução de KCl 1N, na proporção de 1:20 e determinado por titulação com NaOH 0,025 N. Acidez extraível (H+ + Al+++) Extraída com solução de acetato de cálcio 1N e pH 7.0, na proporção 1:15 e determinada por titulação com NaOH 0.0606 N. O hidrogênio extraível foi obtido pela diferença entre H+ + Al+++ e alumínio extraível. Valor T (Capacidade de troca de cátions) ∆pH Obtido pela soma de: Valor S + acidez extraível. Obtido pela diferença entre: pH em KCl 1N e pH em água. Valor V (porcentagem de saturação de bases) Carbono orgânico Calculado pela fórmula: Determinado através da oxidação da matéria orgânica pelo bicromato de potássio 0,4N e titulação com sulfato ferroso amoniacal 0,1N. V% = Fósforo assimilável Extraído da solução de HCl, 0,05N e H2 SO4 0,025N (Norte Carolina) e dosado por colorimetria após a redução do complexo fosfomolíbdico com ácido ascórbico, em presença de sal de bismuto. Cálcio e magnésio trocáveis Valor S .100 Valor T Porcentagem de saturação com Al+++ e Na+ Calculada pelas fórmulas: Al % = Al . 100 S + Al Na % = Na . 100 T Ataque sulfúrico (H2SO4 d= 1,47, 1:1) Extraídos com solução de KCl 1N na proporção 1:20. O Ca++ + Mg++ foram determinados em presença de “coquetel-tampão” pH 10, sendo ambos titulados com EDTA 0,0125 M. O Ca++ foi determinado em trietanolamina a 50% e KOH a 10% e titulado com EDTA 0,0125M. O Mg++ foi obtido por diferença. Potássio e sódio trocáveis Extraídos com solução de HCl 0.05N, na proporção de 1:10 e determinados por fotometria de chama. Valor S (soma de bases) Calculado pela soma dos valores obtidos para Ca , Mg++, K+ e Na+. ++ Aplicado como pré-tratamento à TFSA para extração dos componentes minerais. Consiste de tratamento com H2SO4 1:1 sob refluxo, com fervura durante meia hora, resfriamento posterior, diluição e filtração. A sílica é determinada no resíduo. Ferro, alumínio, titânio e manganês são determinados no extrato, conforme os métodos descritos a seguir. SiO2: Solubilizada no resíduo do ataque sulfúrico com solução de NaOH a 30%, sob fervura branda e refluxo. A sílica foi determinada colorimetricamente em espectrofotômetro na faixa de leitura de 695mµ, após tratamento com solução ácida de molibdato de amônio, ácido tartárico e ácido ascórbico. Fe2O3: Determinado em uma alíquota do extrato sulfúrico (ajustada para pH 1,5) por meio de 11 titulação com EDTA 0,01M, em presença do ácido sulfossalicílico como indicador. Al2O3: Determinado na mesma alíquota usada para a dosagem de Fe2O3, após correção do pH com acetato de amônio. A dosagem do Al2O3 é feita titulando-se o excesso de EDTA 0,031 M com sulfato de zinco 0,0156 M, e inclui TiO2 presente na amostra, cujo valor deve ser descontado. TiO2: Determinado em alíquota do filtrado, após tratamento com H2SO4 1:1 e permanganato de potássio. A dosagem é feita por colorimetria em espectrofotômetro na faixa de leitura de 430mµ, antecedida da adição de ácido oxálico, ácido fosfórico 1:1 e perhidrol. MnO: Determinado em uma alíquota diluída do extrato sulfúrico por meio de espectrofotometria de absorção atômica, usando o Shimadzu Atomic Absorption/Flame-Spectrophotometer AA 630-12. Relações moleculares Ki e Kr na TFSA O Ki foi calculado utilizando-se as porcentagens de SiO2 e Al2O3 obtidas no ataque sulfúrico, divididas pelos seus respectivos pesos moleculares, de acordo com a seguinte expressão simplificada: Ki = % SiO2 .1,70 % Al2O3 O Kr foi calculado utilizando-se as porcentagens de SiO2 e a soma de Al2O3 + Fe2O3, divididas pelos seus pesos moleculares, de acordo com a seguinte expressão simplificada: Kr = % SiO2 . 1,70 % Al 2O3 + (% Fe2O3 . 0,64 ) 2.2 Critérios e Fases Adotados para Estabelecimento de Classes de Solos No levantamento de reconhecimento de solos dos municípios de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália ainda foram utilizados os conceitos da classificação de solos vigente em 1998 (Embrapa, 1988), conforme Soil Conservation Service (1975; 1998), FAO (1974) e IBGE (1995). Os critérios, designações e seus significados são sintetizados a seguir. Álico – Denominação que caracteriza solos com mais de 50% de saturação com alumínio trocável no complexo sortivo, segundo a fórmula (l00Al+++/Al++++S). Epiálicos são solos que contêm essa saturação em superfície e, endoálicos, em subsuperfície. Distrófico – Caracteriza solos com saturação de bases (V%) e de alumínio trocável menores que 50%. Epidistróficos, quando a característica é em horizontes superficiais e, endodistróficos, quando em profundidade. Eutrófico – Denominação que caracteriza solos com elevada fertilidade natural e saturação de bases maior que 50%. Epieutróficos, quando a saturação é alta em superfície e, endoeutróficos, quando em maior profundidade. Atividade de argila (valor T) – Ta identifica solos com argila de atividade alta com valor superior a 27 cmol (+)/kg de argila e, Tb, solos com argila de atividade baixa, nos quais o valor é menor, sempre sem correção para carbono. Abrúptico – Designa solos com um considerável aumento no conteúdo de argila numa pequena distância vertical na zona de transição entre os horizontes A ou E e B. Cor do solo – Obtida em torrões umedecidos, por comparação com a tabela Munsell. Consiste de matiz ou a gama de cor no espectro solar, valor ou tonalidade da cor mais clara ou mais escura e croma ou intensidade da cor. A designação usada no Brasil corresponde a uma tradução da SBCS. Consistência do solo – Representa a resistência dos agregados do solo à ruptura ou deformação ou o grau de adesão. É avaliada a seco (dureza do material) nos graus: solto, macio, ligeiramente duro, duro, muito duro, extremamente duro; a úmido (friabilidade do material) nos graus solto, muito friável, firme, muito firme, extremamente firme; e molhado (plasticidade e pegajosidade) nos graus não plástico, plástico e muito plástico e não pegajoso, pegajoso e muito pegajoso. Cascalhento (a) – Designa solo ou textura que contém entre 15 e 50% de cascalhos em sua composição granulométrica. Câmbico – Caracteriza solos intermediários para Cambissolos. Drenagem interna – Refere-se à avaliação da velocidade com que a água pode percolar através do perfil de solos, mediante observações diretamente no local, em que influem textura, estrutura, mosqueados, presença de camadas impeditivas, de horizontes gleizados, entre outros, e compreende as classes: excessivamente drenado, fortemente drenado, acentuadamente drenado, bem drenado, moderadamente drenado, imperfeitamente drenado, mal drenado e muito mal drenado. Duripã – Horizonte mineral subsuperficial cimentado por sílica e óxidos de ferro. São quebradiços, mas, a úmido, sua consistência é sempre firme a muito firme e dificilmente pode ser quebrado com as mãos. É um impedimento sério à penetração de raízes. Espódico – Designa solos intermediários para Podzóis, ou seja, com presença de um horizonte Bs, Bh ou Bsh. 12 Estrutura do solo – Corresponde à organização das unidades ou agregados de material de solo compostos geralmente por argilominerais, silte, areia e matéria orgânica. A estrutura descrita em todos os horizontes é caracterizada pelo seu grau de desenvolvimento: fraca, moderada ou forte; pela forma dos agregados – granular, blocos angulares ou subangulares, prismática ou colunar, laminar, maciça e ultrapequena; pelo tamanho dos agregados – muito pequena, pequena, média, grande. Fragipã – Horizonte mineral subsuperficial, com textura média ou arenosa, localizado no perfil de solos, abaixo de um horizonte B espódico, B textural ou E álbico. O conteúdo de matéria orgânica é baixo e sua consistência é dura a extremamente dura a seco, porém, a úmido, rompese facilmente. Horizontes superficiais (A) A fraco – Horizonte mineral superficial fracamente desenvolvido de cor clara, baixo teor de carbono e estrutura sem agregração. A moderado – Corresponde ao epipedon ócrico da classificação norte-americana. Presente na maioria dos solos mapeados, não apresenta os requisitos necessários para classificá-lo como qualquer um dos horizontes acima descritos. A proeminente – Horizonte relativamente espesso, de cor escura, estrutura bem desenvolvida, com baixa saturação de bases e baixa fertilidade natural. Horizonte E álbico – Típico dos Podzóis, na área de estudo situa-se sobre o horizonte Bh ou Bsh, é de cor clara devido à lixiviação de compostos orgânicos e material coloidal. Horizontes subsuperficiais (B e C) Horizonte B espódico (Bs) – Horizonte mineral que apresenta acumulação iluvial de sesquióxidos de alumínio e/ou matéria orgânica, podendo conter ferro iluvial ou não. Tem grau fraco de desenvolvimento de estrutura, limite superior abrúptico e pode consolidar-se por cimentação, o que o torna impermeável, transformando-se numa camada impeditiva à percolação d’água, à penetração de raízes e ao uso agrícola. Horizonte glei (Cg) – Horizonte mineral, com textura variável e espessura mínima de 15cm. É formado em condições de hidromorfismo, tem cores acinzentadas devido ao regime redutor e permanece por longos períodos ou durante todo o ano saturado pela água. Horizonte B incipiente (Bi) – Horizonte mineral evidenciam avançado estágio de intemperização, com intensa lixiviação de bases e concentração de sesquióxidos de ferro e alumínio, argilas do tipo 1:1 e minerais primários resistentes ao intemperismo. A estrutura é forte, ultrapequena granular ou moderada em blocos subangulares com grande estabilidade de agregados. É horizonte característico dos Latossolos. Horizonte B textural (Bt) – Horizonte mineral subsuperficial, que sofreu incremento de argila orientada ou não, cujo teor mínimo deve ser maior que 15%. A concentração de argila pode ser por processos de iluviação, formando películas em torno dos elementos de estrutura, denominadas cerosidade, ou por formação local e herança do material de origem. São característicos de Podzólico Vermelho-Amarelo e Vermelho-Escuro. Profundidade Raso – Solo cuja profundidade é menor que 50cm (exceção de Solos Litólicos). Pouco profundo – aplica-se aos perfis que, normalmente, são profundos e, no caso, têm espessura entre 50 e 100cm. Caráter Latossólico – Denominação que caracteriza solos intermediários para Latossolos. Tiomórfico – Caracteriza solos que apresentam pH muito baixo, menor que 3,5, mostrando evidências da presença de materiais sulfídricos e concentrações de jarosita. Relevo Plano – Superfície praticamente horizontal, com desníveis muito fracos e declives menores que 3%. É o relevo característico dos tabuleiros. Suave ondulado – Designa conjunto de colinas e/ou outeiros com declives entre 3 e 8%. Ondulado – Conjunto de colinas e/ou outeiros, de topografia movimentada, com declives entre 8 e 20%. Forte ondulado – Conjunto de morros e/ou outeiros com topografia movimentada de declives fortes, entre 20 e 45%. Montanhoso – Relevos de topografia vigorosa, com predomínio de formas acidentadas – morros, montanhas, maciços montanhosos e alinhamentos apresentando declives maiores que 45% (45 a 75%). Textura Arenosa – Quando o teor de argila é inferior a 15%. Média – Quando os teores de argila do horizonte situam-se entre 15 e 35%. Argilosa – Quando os solos contêm entre 35 e 60% de argila. Muito argilosa – Quando os teores de argila são superiores a 60%. Siltosa – Solos com mais de 50% de silte, menos de 15% de areia e menos que 35% de argila. Indiscriminada – Designação utilizada principalmente para Solos Aluviais, quando não é possível determinar uma classe de textura devido à complexidade de materiais de origem do solo. 13 2.3 Descrição das Classes de Solos 2.3.1 Latossolo Amarelo Classe de solos minerais, ácidos, não hidromórficos, com horizonte B latossólico, Bw, que corresponde em parte ao horizonte óxico da classificação norte-americana. São caracterizados por intensa intemperização, presença de argilominerais do grupo da caolinita e de minerais primários resistentes ao intemperismo e baixa a muito baixa relação silte/argila. Quanto à fertilidade natural, na área de estudo, são distróficos, com baixa a muito baixa capacidade de troca de cátions e baixa saturação de bases. A textura é argilosa, com incremento à medida que se aprofunda o perfil, o que os caracteriza como intermediários para Podzólico Amarelo. Não foi constatado adensamento importante em subsuperfície, como é comum para os Latossolos coesos de tabuleiro. O Latossolo Amarelo constitui a unidade de mapeamento LAd1, presente nos tabuleiros de São José do Panorama e ao norte dessa localidade, e em platôs de topo plano, ao norte do Parque Nacional do Monte Pascoal. O principal uso é com pastagem, não tendo sido evidenciada erosão importante, a não ser do tipo laminar em grau ligeiro. Segundo Ribeiro (1998), acredita-se que os solos de tabuleiro são formados sobre um material de origem complexa que, durante muito tempo, esteve submetido a variáveis e repetidos processos de morfopedogênese, em parte devido a processos tectônicos aliados a variações climáticas que lhe legaram as características pedoestratigráficas que exibe. A um momento de equilíbrio na pedosfera, originaram-se os Latossolos Amarelos, relacionados a um clima e a uma forma de relevo possivelmente tabular como ainda se observa, com algumas modificações devido a desequilíbrios de intensidades menores e diferenciadas regionalmente. Ainda segundo o mesmo autor, esses Latossolos sofreram e sofrem processos de transformação característicos de sua evolução nas variações do tempo, diferenciados no espaço, associados a novos processos pedogenéticos ligados às novas modificações do relevo, devido a entalhamentos e modificações hídricas. Dessa forma, são gerados novos tipos de solo, tais como os Podzólicos Amarelos, os Podzóis, os Solos Hidromórficos e outros de pequena expressão. O perfil 01 é representativo da classe Latossolo Amarelo. 2.3.2 Podzólico Amarelo É a classe mais importante, do ponto de vista da extensão, em toda a área do mapeamento ocupando, praticamente, a maioria dos interflúvios tabulares de toda a região. Formados a partir de sedimentos do grupo Barreiras, os Podzólicos Amarelos são solos minerais, não hidromórficos, com horizonte B textural de coloração amarelada, com matiz 10YR , valores entre 5 e 6 e cromas 4 a 8. Com menos freqüência, foram identificados horizontes subsuperficiais com matiz 7,5YR e valores e cromas altos, 5/8 ou 6/8. A seqüência mais comum de horizontes é A, A/B ou B/A, Bt1, Bt2 e Bt3 sem horizonte eluvial E. As texturas são bastante variadas tanto superficialmente quanto em profundidade, tendo sido identificados solos com textura arenosa/média, arenosa/argilosa, média/argilosa e solos com incremento gradativo de argila no perfil, caracterizados pela textura arenosa/média/argilosa, arenosa/média/muito argilosa e média/argilosamuito argilosa. Em alguns indivíduos verificou-se a presença de canga laterítica próxima de 1m de profundidade (Foto 2.17). Essas últimas formas de representação foram introduzidas pela equipe de mapeamento da Veracel Celulose S.A., que executou um levantamento semidetalhado das áreas para plantio de eucaliptos. A terminologia foi adotada no presente levantamento em virtude das diferenças em termos de fertilidade e condições hídricas internas dos solos. Tais diferenças ocorrem quando as composições granulométricas são variáveis, com incremento gradativo à medida que os horizontes são mais profundos. Os Podzólicos Amarelos podem ser abrúpticos, quando é marcante o gradiente textural entre os horizontes A e Bt, numa distância vertical pequena. Sua presença é importante nas unidades de mapeamento PAa1, PAa3, PAa6, PAad6, PAad7, PAad10, PAd2 e PAd3. Os solos abrúpticos necessitam de tratamento diferenciado nos trabalhos de preparo da terra, plantio, adubação, irrigação e conservação, seja para fins agrícolas, pastoris ou silviculturais. Quanto à fertilidade natural, foram identificados e mapeados solos álicos, predominantes nas unidades de mapeamento PAa1 a PAa6, distróficos nas unidades PAd1 a PAd4 e, sem separação devido à escala do trabalho, álicos e distróficos, como principais componentes das unidades PAad1 a PAad11. Os Podzólicos Amarelos situam-se, também, em outras formas de relevo, além de plano e suave ondulado dos tabuleiros (Foto 2.13). São encontrados nos terços superiores e médios de vales com relevo ondulado e forte ondulado (Foto 2.10), unidades de mapeamento PAad1, PAad3 e PAad4, delimitadas nas porções mais a montante de córregos, riachos e rios de toda a área, PAad5 no extremo nordeste do município de Santa Cruz 14 Cabrália, e até montanhoso, como na unidade de mapeamento PAad11, das vertentes dos rios Caraíva, córregos do Cemitério e Guaxumã e riacho do Benício, a sudoeste do município de Porto Seguro. São denominados Latossólicos quando exibem características de Latossolos, pela estrutura e pela pequena diferenciação entre horizontes, entre os quais as transições são graduais ou difusas. Uma variação desses solos foi introduzida pela equipe de mapeamento para a Veracel Celulose S.A. e corresponde ao Podzólico Amarelo espódico, com fragipã. Trata-se de um solo com características intermediárias para os Podzóis, com a presença de Bth, com concentração de matéria orgânica, Bts cimentado e Btx, um fragipã, mapeado neste levantamento como integrante da associação PAad10, com um perfil representativo, número 11. Os perfis 02 a 10 (Fotos 2.4, 2.5, 2.11, 2.14 e 2.15) e complementares 29 a 37 são Podzólicos Amarelos (Foto 2.3). Pela sua extensão e posição fisiográfica, são os solos mais utilizados dos municípios com plantios de eucaliptos e recuperação da vegetação nativa quando presentes nos vales dos grandes projetos, fruticultura, agricultura de subsistência e pastagens. 2.3.3 Podzólico Vermelho-Amarelo Compreende solos minerais, não hidromórficos, com seqüência de horizontes A, BA ou A/B ou B/A sobre B textural não plíntico, com suborizontes Bt1, Bt2 e Bt3, seguidos de um B/C e C, sem horizonte eluvial E. Têm cores avermelhadas nos horizontes subsuperficiais, de matizes 7,5YR, 5YR e 2,5YR e uma distinta individualização em todo o perfil. São álicos ou distróficos, com textura média/argilosa, às vezes cascalhenta e argilosa/muito argilosa, sempre com atividade de argila baixa (Tb). A estrutura dos horizontes A é, normalmente, fraca a moderada granular e, a dos horizontes B, é moderadamente desenvolvida, em blocos angulares e subangulares. Situam-se nos terços médio e inferior dos vales encaixados em “V” e nas encostas mais íngremes dos vales de fundo chato dos principais rios da região, quando derivados de sedimentos do grupo Barreiras que, expostos pela erosão, têm cores mais avermelhadas do que nos terços superiores. As cores vermelhas e/ou alaranjadas dos solos têm sua origem também ligada à herança do material originário. Ocupam topos e encostas de morros e colinas em relevos ondulados a montanhosos, situados entre os cursos superiores dos rios Buranhém e dos Frades, ao sul de Eunápolis, e entre a BR-101 e o Parque Nacional do Monte Pascoal, derivados de rochas do Neoproterozóico, biotita-granitóides e xistos, e Proterozóico indiviso, gnaisses kinzigíticos e hornblenda-biotita-ortognaisses. No vale do rio Caraíva, em relevo suave ondulado, ocorrem solos dessa classe, rasos e intermediários para Cambissolo. Integram a associação de solos PAad11 (Foto 2.7). Os Podzólicos Vermelho-Amarelos, quase sempre, são ocupados com pastagens. Muito susceptíves à erosão, o pisoteio dos animais termina por ocasionar sulcos que carreiam águas de enxurradas e se tornam cada vez mais profundos, degradando os solos, encostas e a própria pastagem. A retirada da vegetação florestal natural já se constituiu em degradação importante, pelos efeitos diretos causados sobre os solos. As recomendações constam do capítulo Capacidade de Uso das Terras. São representativos dessa classe de solos os perfis completos 12 a 16 (Fotos 2.1, 2.2, 2.8, 2.9 e 2.18) e complementares 38 e 39. 2.3.4 Podzólico Vermelho-Escuro Classe de solos minerais não hidromórficos, com horizonte B textural de cores avermelhadas, nos matizes 5YR, 2,5YR e 10R, seqüência de horizontes A ou Ap, AB ou BA ou B/A, Bt1, Bt2 e BC, sem horizonte eluvial E. São eutróficos, presentes em relevo suave ondulado, dominantes na unidade de mapeamento PEe1, que delimita solos abrúpticos e não abrúpticos, com ou sem textura cascalhenta nos vales dos rios Buranhém e dos Frades. Solos distróficos ocorrem juntamente com solos eutróficos nas unidades PEed1 e PEed2, em relevo forte ondulado e montanhoso (Foto 2.16), no alto curso do rio Buranhém e ao sul da rodovia BR101, na região do monte Pascoal. Ocorrem, também, como subdominantes nas associações PVa1, PVd2 e PVd3. As texturas predominantes são média cascalhenta/muito argilosa, média argilosa, argilosa/muito argilosa. A estrutura dos horizontes A é granular, em grau moderado e, a dos horizontes B, moderada a forte em blocos angulares e subangulares. São utilizados com agricultura de subsistência em relevo suave ondulado e mesmo ondulado e forte ondulado ao sul da BR-101, onde se situa uma colônia agrícola no local denominado Pedra Mole. Necessitam de cuidados especiais de manejo, pois são suscetíveis à erosão. Os Podzólicos Vermelho-Escuros derivam de rochas do Neoproterozóico e Proterozóico indiviso, mais ricas em biotita, e das rochas calcissilicáticas subordinadas. 15 Os perfis completos 17 e 18 (Fotos 2.6 e 2.12) e complementares 41 a 44 são representativos dessa classe de solos. 2.3.5 Podzol e Podzol Hidromórfico Compreende solos de textura arenosa, não hidromórficos e hidromórficos, com presença de horizonte B espódico, precedido por horizonte E álbico. Na área do mapeamento, é comum encontrar-se Bhxs sob o horizonte E, isto é, horizonte cimentado e endurecido, rico em matéria orgânica e em sesquióxidos, principalmente de alumínio e ferro . Os horizontes são facilmente distinguíveis no campo, devido à variação de cor. O A é húmico ou proeminente, de cor cinza muito escura ou preta, o E é de cor clara e, o Bh, escura (Foto 2.22). A camada cimentada no horizonte B é extremamente dura, compacta e praticamente impermeável à água, denominada “ortstein”. Nesse nível, costuma ocorrer lençol freático, nos Podzóis de baixada, quando são denominados hidromórficos. Quando o “ortstein” ocorre em topos, como é comum na região, a água de cor escura movimenta-se lateralmente entre os horizontes arenosos e a camada endurecida, para fluir no terço superior das pendentes. O Podzol, nesse caso, atua acumulando e liberando água, como se fosse um aqüífero superficial. Sua presença, comum nos topos de tabuleiro, tem levado alguns pesquisadores a acreditar que essas areias sejam vestígios de paleovales preenchidos por material arenoso que sofreu pedogênese. Observando-se a presença desses solos na nova rodovia Arraial D’Ajuda-Caraíva, nota-se, em barrancos, que ocorrem Podzóis na forma de vales, entre solos argilosos ou muito argilosos. Os Podzóis ocorrem praticamente em toda a área mapeada. São distróficos e álicos e ocorrem como dominantes nas unidades HP1 em posição de topo, nos interflúvios dos rios João de Tiba e Santo Antônio, em área contínua com cerca de 23km de extensão, e nos interflúvios dos rios Santo Antônio e Braço do Norte. Também foram individualizados ao norte da Estação Embratel e em manchas esparsas nos interflúvios do rio dos Frades e córrego Grapiúna e na antiga estrada TrancosoCaraíva. Associados a Podzólicos, na unidade de mapeamento HP2, ocorrem em manchas esparsas nos tabuleiros a oeste de Guaiú, Santa Cruz Cabrália, noroeste de Porto Seguro, sul de Arraial D’Ajuda (Fotos 2.19, 2.20 e 2.21), Outeiro das Brisas e Parque Nacional do Monte Pascoal. A vegetação da área de Podzol é típica, campestre e arbustiva (Foto 2.23), raramente florestal e, quando ocorrem, as árvores são mais finas e secas do que as da Floresta Ombrófila. São, na maioria, restingas e campos rupestres, muito semelhantes à vegetação dos Podzóis da Chapada Diamantina e aos de altitude na fronteira norte do Brasil com a Venezuela. Devido à escala, os Podzóis foram associados como componentes das unidades PAa6, PAad8, PAad9, PAd2 e PAd4, ocorrendo de forma esparsa, em relevos plano e suave ondulado. Os hidromórficos foram delimitados nas associações HP3 e HP4 e figuram como componentes, juntamente com Areias Quartzosas Marinhas na unidade AM2, com Solos de Mangues na unidade SM2 e com Aluviais na unidade ALa2. São solos problemáticos do ponto de vista do uso agrícola e silvicultural, principalmente devido à textura muito arenosa, muito baixa fertilidade natural, pouca capacidade de fixação de nutrientes e de água e com presença de uma camada de impedimento à penetração de raízes e implementos agrícolas. Os Podzóis são pouco utilizados para agricultura; no entanto, estão sendo degradados pela retirada da areia branca, lavada, na verdade o horizonte E álbico, que, regionalmente, recebe a denominação de “mussununga” (Foto 2.24). O perfil completo 19 e complementar 45 são representativos dessa classe de solos. 2.3.6 Solos Litólicos São muito pouco expressivos na área. Caracterizados pela presença de um horizonte A assente diretamente sobre rocha ou saprolito, seqüência de horizontes A sobre um horizonte C ou R. Ocorrem, principalmente, na área do monte Pascoal, mapeados na associação Rda1, em relevo montanhoso. Sob cobertura florestal, o horizonte A pode ser proeminente e, em outros locais, moderado. A textura predominante é argilosa e não são solos utilizados, mesmo porque se situam num Parque Nacional. Os demais Afloramentos de Rocha, muito raros, não têm suficiente cobertura de solo para serem caracterizados como Litólico na escala do mapeamento (Foto 2.25). 2.3.7 Solos Aluviais Essa classe caracteriza-se pelos solos minerais pouco evoluídos, formados a partir de depósitos aluviais recentes, sobre os quais se formou um 16 horizonte A, sobreposto a camadas de natureza e textura variáveis e sem relação pedogenética entre si. Devido aos materiais de origem distintos, depositados pelos rios, os Solos Aluviais presentes na área mapeada variam muito em constituição. São eutróficos e de textura média no alto curso do rio João de Tiba, onde foram descritos pela Ceplac, e são associados a solos álicos, com textura arenosa, mapeados na associação ALel. São expressivos e cultivados com agricultura de subsistência e cacau na várzea do rio Buranhém, onde também são eutróficos, associados a Solos Aluviais gleicos, identificados no mapa de Reconhecimento de Solos pela unidade de mapeamento ALae4. A planície aluvial do rio dos Frades, na sua porção próxima ao litoral, é formada por solos tiomórficos, isto é, com pH extremamente baixo, da ordem de 3 e 3,7, com presença de jarosita, um sulfato de ferro que segrega, formando mosqueados amarelados e alaranjados caracterizando um horizonte sulfúrico. O perfil 26 (Fotos 2.26 e 2.27) é um exemplo desses solos, contendo mosqueados entre 15 e 45cm de profundidade, que aparecem após a drenagem da área. Estão mapeados na associação ALda5, juntamente com outros Solos Aluviais indiscriminados, álicos e distróficos, alguns com um horizonte muito endurecido em subsuperfície e solos orgânicos também álicos (Foto 2.28). A várzea do rio Caraíva, alagada durante a maior parte do ano, é ocupada por Solos Aluviais distróficos e álicos, associados a Glei, e Solos Orgânicos, associação ALda6. Os perfis completos 20 a 26 e o complementar 46 são representativos dessa classe de solos. 2.3.8 Solos Orgânicos São formados pela acumulação, em ambiente alagado, de resíduos vegetais, que se decompõem em materiais orgânicos, turfosos e húmicos. O teor de carbono orgânico é muito alto, da ordem de 45% na área de estudo e o pH muito baixo, em torno de 3,0 e 3,7. O teor e a saturação com alumínio trocável são altos, caracterizando solos álicos. O lençol freático situa-se a 40cm de profundidade ou mais à superfície. A diferenciação de horizontes é dificultada pelas condições de encharcamento, mas podem ser identificadas camadas, como no perfil 28, de 0 a 20cm e de 20 a 60cm. Os Solos Orgânicos ocorrem associados com Solos Aluviais, na unidade de mapeamento ALda5, e com Aluviais e Glei Húmico na unidade ALda6. 2.3.9 Glei Húmico Classe de solos minerais, hidromórficos, com horizonte A sobrejacente a Cg, camada gleizada a menos de 40cm da superfície. A textura da camada gleizada é argilosa ou muito argilosa e as cores são acinzentadas devido às condições de redução. O pH é baixo, entre 3,4 e 4,6 à superfície. Quase sempre alagados, podem ser ocupados com pastagem muito precária devido ao excesso d’água e à ausência de um substrato firme e resistente ao peso dos animais. São solos distróficos, com alto teor de carbono no horizonte A. Estão associados a Solos Aluviais e Solos Orgânicos nas associações ALda5 e ALda6. O perfil 27 é representativo de um Glei Húmico da várzea do rio João de Tiba. 2.3.10 Areias Quartzosas Marinhas Formadas a partir de sedimentos holocênicos arenoquartzozos de origem ou com influência marinha, situam-se ao longo do litoral ou em lençóis de dunas antigas, como em Caraíva. Não são propriamente solos, pois não se caracteriza um horizonte A típico, pelo menos nos locais onde foram mapeadas como principais componentes de associação AM1 e AM2 (Foto 2.30). Quando ocorrem associadas a Podzóis, como nas associações HP3 e HP4, já se evidenciam um horizonte A e camadas C superpostas. Nesses casos, associam-se com os chamados Podzóis gigantes, cujo Bs ou Bsh se encontra a mais de 2m de profundidade. Não têm, na área, uso com agricultura ou fruticultura, a não ser de forma esparsa, onde ainda existem coqueirais sendo explorados. 2.3.11 Solos de Mangues Os Solos de Mangues estão distribuídos nas partes baixas do litoral, na desembocadura dos rios Santo Antônio, João de Tiba, Buranhém, dos Frades, Caraíva e Corumbau, além de uma faixa paralela à praia, no extremo norte da área. São áreas que sofrem influência direta das marés, com vegetação típica de mangues e não são propriamente considerados solos, mas tipos de terrenos. Pouco desenvolvidos, muito maldrenados, gleizados e com alto teor de sais provenientes da água do mar, com alto teor de enxofre e sem uma nítida diferenciação de camadas, os solos indiscriminados de mangues 17 englobam Solonchaks, Solonchaks Solonétzicos e Solos Gleizados tiomórficos. Por suas características peculiares de flora e fauna e pelas leis ambientais, devem ser áreas de preservação permanente. Foram denominadas, no mapa de Reconhecimento de Solos, SM1 e SM2, essa última unidade de mapeamento constituindo associação com Podzol e Solos Aluviais. Apesar de serem consideradas áreas de preservação permanente, próximas a Porto Seguro, pode-se encontrar aterros e palafitas sobre essa classe (Foto 2.30). A legenda final das unidades de mapeamento de solos é apresentada no Quadro 2.1 e a distribuição por município dessas unidades, em quilômetro quadrado e porcentagem, estão no Quadro 2.2 2.4 Perfis de Solos Para melhor caracterização do trabalho, evitando superposição de ações, foi feita uma pesquisa junto à Veracel Celulose S.A. (antiga Veracruz Florestal) e Ceplac/Cepec, no intuito de recuperar dados de perfis completos e complementares coletados e analisados na área. Esses dados foram utilizados na delimitação das classes de solos e também para comparação entre a situação atual e a anterior. Com o intuito de não sobrecarregar o mapa de Reconhecimento de Solos, fez-se uma seleção dos perfis mais representativos da região. São apresentados, a seguir, os perfis completos da Veracruz Florestal (Quadro 2.3), da Ceplac/Cepec na área da usina de álcool (Quadro 2.4) e do viveiro (Quadro 2.5) da Embaúba S.A., da Estação Experimental Gregório Bondar (Quadro 2.6) e da Estação Ecológica Pau-Brasil (Quadro 2.7). Finalmente, a relação de amostras complementares coletadas pela equipe do levantamento das áreas de eucaliptos da Veracel (Quadro 2.8). É importante frisar que essa amostragem corresponde a levantamentos detalhados e semidetalhados. As classes de solos identificadas na escala 1:10.000 e/ou maiores podem não ser representativas na escala 1:100.000; por conseguinte, não foram incluídas no mapa de Reconhecimento de Solos da CPRM. 18 2.4 Lad1 PAa1 PAa2 PAa3 PAa4 PAa5 PAa6 PAad1 PAad2 PAad3 PAad4 PAad5 PAad6 PAad7 Latossolo Amarelo Podzólico distrófico A moderado textura argilosa relevo plano e suave ondulado Podzólico Amarelo abrúptico e não abrúptico (álico), Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano + Podzólico Amarelo Latossólico álico Tb A moderado textura média/argilosa relevo ondulado Podzólico-Amarelo álico Tb A moderado textura média/argilosa relevo plano e suave ondulado + Podzólico-Amarelo distrófico Tb A moderado textura argilosa/muito argilosa relevo plano e suave ondulado Podzólico Amarelo álico abrúptico e não abrúptico Tb A moderado textura média/argilosa/muito argilosa e arenosa/média/muito argilosa + Podzólico Amarelo álico Tb A moderado textura média/argilosa + Podzólico Amarelo abrúptico distrófico A moderado textura arenosa/argilosa e média/argilosa/muito argilosa relevo plano Podzólico Amarelo álico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano + Podzólico Amarelo abrúptico e não abrúptico distrófico e álico Tb A moderado textura média/argilosa, arenosa/média e arenosa/argilosa relevo plano + Podzólico Amarelo distrófico e álico Tb A moderado textura média/argilosa relevo ondulado + Podzol Tb A proeminente e húmico relevo plano Podzólico Amarelo álico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa e média/argilosa + Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura arenosa/média relevo plano + Podzólico Amarelo distrófico endoálico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa e média /argilosa relevo plano Podzólico Amarelo abrúptico álico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa e arenosa/média + Podzólico Amarelo álico e distrófico Tb A moderado textura arenosa/média e média/argilosa + Podzol álico Tb A proeminente relevo plano + Podzólico Amarelo Tb A moderado textura média/argilosa relevo ondulado Podzólico Amarelo Latossólico álico e distrófico Tb A moderado textura média/argilosa relevo ondulado + Podzólico Vermelho-Amarelo álico e distrófico Tb A moderado textura média/argilosa relevo ondulado Podzólico-Amarelo álico e distrófico Tb A moderado, relevo ondulado e forte ondulado + Podzólico-Amarelo distrófico e álico Tb A moderado textura média/argilosa relevo plano e suave ondulado Podzólico Amarelo Latossólico álico e distrófico Tb A moderado textura média/argilosa relevo ondulado e forte ondulado + Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico Tb A moderado textura média/argilosa relevo forte ondulado Podzólico Amarelo álico e distrófico Tb A moderado textura média/argilosa relevo + Podzólico Vermelho-Amarelo álico Tb A moderado textura média/argilosa relevo forte ondulado Podzólico Amarelo álico e distrófico Tb A moderado texura média/argilosa relevo forte ondulado e ondulado + Podzólico Amarelo álico e distrófico Tb A moderado textura média/argilosa relevo suave ondulado Podzólico Amarelo abrúptico e não abrúptico, álico e distrófico, Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa + Podzólico Amarelo álico e distrófico Tb A moderado, textura arenosa/média e média/média + Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo abrúptico e não abrúptico, álico e distrófico, Tb e Ta A moderado textura arenosa/média/argilosa e muito argilosa e arenosa/argilosa/muito argilosa + Podzólico Amarelo álico Tb A moderado textura média/argilosa relevo plano + Podzólico Amarelo álico e distrófico Tb A moderado textura média/argilosa relevo ondulado Quadro 2.1 –- Legenda do mapa de reconhecimento de solos. 19 Continuação PAad8 PAad9 PAad10 PAad11 PAd1 PAd2 PAd3 PAd4 PVa1 PVad1 PVad2 PVad3 PVad4 PVad5 Podzólico Amarelo álico e distrófico Tb A moderado textura média/argilosa e média/média relevo suave ondulado + Podzólico Amarelo álico e distrófico A moderado textura, média/argilosa relevo forte ondulado + Podzol distrófico A húmico e proeminente relevo plano Podzólico Amarelo Tb A moderado distrófico e álico textura arenosa/média/argilosa relevo plano e suave ondulado + Podzólico Amarelo Latossólico Tb A moderado textura média/argilosa relevo ondulado e forte ondulado + Podzol álico A húmico e proeminente + Podzólico Amarelo distrófico e álico Tb A moderado textura média/média relevo plano Podzólico Amarelo abrúptico distrófico e álico Tb A moderado textura arenosa/argilosa, arenosa/média e argilosa relevo plano + Podzólico Amarelo distrófico e álico textura arenosa/média e média/argilosa relevo plano e suave ondulado + Podzólico Amarelo abrúptico e não abrúptico, espódico, álico e distrófico Tb com fragipã, textura arenosa/média e arenosa/média/argilosa relevo plano + Podzol distrófico A húmico relevo plano Podzólico Amarelo Latossólico álico e distrófico Tb A moderado textura média/argilosa relevo forte ondulado e montanhoso + Podzólico Vermelho-Amarelo álico e distrófico Tb A moderado textura média/argilosa relevo montanhoso e forte ondulado + Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico, Tb raso câmbico, A moderado textura média/argilosa/muito argilosa relevo suave ondulado Podzólico Amarelo distrófico A moderado textura arenosa/argilosa relevo suave ondulado Podzólico Amarelo abrúptico e não abrúptico distrófico Tb A moderado textura arenosa/argilosa, arenosa/média e arenosa/média/argilosa relevo plano + Podzol distrófico A húmico relevo plano + Podzólico Amarelo Latossólico e Não Latossólico, álico, Tb A moderado textura média/argilosa relevo ondulado Podzólico Amarelo abrúptico e não abrúptico, distrófico, Tb A moderado, textura arenosa/média/argilosa relevo plano + Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura média/argilosa + Podzólico Amarelo, distrófico Tb com e sem fragipã A moderado textura arenosa/média relevo plano Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura arenosa/argilosa e arenosa/média + Podzólico Amarelo álico e distrófico Tb A moderado textura média/média e média/argilosa relevo plano e suave ondulado + Podzólico Amarelo álico e distrófico Tb A moderado textura média/argilosa relevo ondulado + Podzol distrófico A moderado e proeminente relevo plano Podzólico Vermelho Amarelo álico Tb A moderado textura média/argilosa + Podzólico Vermelho-Escuro eutrófico Tb A moderado textura média/argilosa relevo montanhoso + Podzólico Amarelo Latossólico álico e distrófico Tb A moderado textura média/argilosa e muito argilosa relevo forte ondulado Podzólico Vermelho-Amarelo álico e distrófico Tb A moderado textura média/argilosa com cascalho + Podzólico Vermelho-Escuro distrófico Tb A moderado textura média/argilosa relevo ondulado Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico e álico Tb A moderado textura média/argilosa relevo montanhoso + Podzólico Amarelo Latossólico álico A moderado relevo forte ondulado e montanhoso Podzólico Vermelho-Amarelo cascalhento e não cascalhento, álico e distrófico Tb A moderado, textura média/argilosa e argilosa/muito argilosa + Podzólico Amarelo álico e distrófico, Tb A moderado textura média/argilosa relevo forte ondulado Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico e álico Tb A moderado textura média/argilosa relevo forte ondulado e montanhoso + Podzólico Amarelo Latossólico distrófico e álico Tb A moderado textura média/argilosa relevo forte ondulado Podzólico Vermelho-Amarelo álico e distrófico Tb A moderado e proeminente textura média/argilosa + Solos Litólicos álicos e distróficos Tb A moderado e proeminente il l h Afl d h 20 Continuação PVd1 PVd2 PVd3 PEel PEed l PEed 2 HP1 HP2 HP3 HP4 AMl AM2 SM1 SM2 ALe1 ALa 2 ALae 3 ALae 4 ALda 5 Alda 6 Rda l AR Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico pouco profundo, cascalhento, textura média/argilosa relevo ondulado e suave ondulado + Podzólico Vermelho-Amarelo álico, cascalhento, textura arenosa/média relevo ondulado Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico Tb A moderado e proeminente textura arenosa/média/muito argilosa e média/argilosa relevo forte ondulado + Podzólico Vermelho-Escuro distrófico Tb A moderado relevo forte ondulado e ondulado Podzólico Vermelho-Amarelo cascalhento e não cascalhento, distrófico, Tb A moderado textura média/argilosa + Podzólico Vermelho-Escuro distrófico não cascalhento e cascalhento Tb A moderado textura média/argilosa + Podzólico Amarelo Latossólico álico A moderado, textura média/argilosa relevo forte ondulado Podzólico Vermelho-Escuro eutrófico abrúptico e não abrúptico Tb A moderado textura média cascalhenta/muito argilosa relevo suave ondulado + Podzólico Vermelhoamarelo distrófico A moderado textura média/argilosa relevo suave ondulado e ondulado Podzólico Vermelho-Escuro eutrófico e distrófico Tb A moderado textura média/argilosa e argilosa/muito argilosa + Podzólico Vermelho-Amarelo álico e distrófico Tb A moderado textura média/argilosa + Podzólico Amarelo álico Tb A moderado todos relevo forte ondulado e montanhoso Podzólico Vermelho-Escuro eutrófico e distrófico Tb A moderado textura média/muito argilosa relevo montanhoso e forte ondulado + Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico Tb A moderado textura média/argilosa/muito argilosa relevo forte ondulado Podzol distrófico A proeminente relevo plano + Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura arenosa/média + Podzólico Amarelo distrófico e álico, A moderado textura média/argilosa relevo plano e suave ondulado Podzol distrófico e álico A proeminente relevo plano e suave ondulado + Podzólico Amarelo álico Tb A moderado textura média/argilosa e arenosa/média/argilosa relevo ondulado e suave ondulado Podzol Hidromórfico distrófico e álico A proeminente + Areias Marinhas + Solos Aluviais álicos textura média relevo plano Podzol Hidromórfico distrófico e álico A proeminente + Solos orgânicos álicos, ambos muito mal drenados relevo plano + Areias Quartzosas Marinhas Areias Quartzosas Marinhas Areias Quartzosas Marinhas + Podzol Hidromórfico A proeminente e húmico relevo plano Solos de Mangues Solos de Mangues + Podzol distrófico A húmico + Solos Aluviais álicos textura média e arenosa relevo plano Solos Aluviais eutróficos Tb A moderado textura média + Solos Aluviais álicos Tb A moderado textura arenosa relevo plano Solos Aluviais álicos Tb textura média + Podzol com e sem duripan ,álico, Tb, A moderado + Solos Aluviais gleicos indiscriminados, muito mal drenados, relevo plano Solos Aluviais álicos e eutróficos textura média e arenosa + Glei Húmico distrófico Tb textura argilosa relevo plano Solos Aluviais eutróficos Ta e Tb textura indiscriminada + Solos Aluviais gleicos álicos textura argilosa relevo plano Solos Aluviais tiomórficos distróficos e álicos A proeminente textura indiscriminada + Solos Aluviais álicos com e sem duripan Ta A moderado relevo plano + Solos Aluviais indiscriminados muito mal drenados + Solos Orgânicos álicos Solos Aluviais distróficos e álicos A proeminente textura indiscriminada + Glei Húmico distrófico Tb textura argilosa relevo plano + Solos Orgânicos álicos Solos Litólicos álicos e distróficos Tb A moderado e proeminente textura argilosa relevo montanhoso + Afloramentos de Rocha Afloramentos de Rocha 21 km2 (%) Santa. Cruz Cabrália km2 (%) PVad3 3,08 0,13 12,24 0,78 0,23 PVad4 264,99 11,09 68,75 4,45 79,74 3,34 PVad5 2,45 0,10 PAa3 130,11 5,45 16,85 1,09 PVd1 1,99 0,08 3,72 0,24 PAa4 55,17 2,31 163,42 10,57 PVd2 7,42 0,31 120,75 7,81 PVd3 14,21 0,93 Unid. Map. Porto Seguro km2 (%) Lad1 36,83 1,54 PAa1 5,58 PAa2 PAa5 Santa. Cruz Cabrália km2 (%) PAa6 200,14 8,38 PAad1 31,59 1,32 PAad2 5,62 0,24 PAad3 89,55 3,75 61,55 PAad4 44,07 1,85 PAad5 3,82 0,16 PAad6 PAad7 270,00 Unid. Map. Porto Seguro PEel 19,57 0,82 PEed l 29,38 1,23 PEed 2 6,21 0,26 3,98 HP1 22,85 0,96 95,79 6,17 83,09 5,37 HP2 68,04 2,85 34,07 2,20 18,82 1,22 HP3 15,47 0,65 14,03 0,91 122,26 7,90 HP4 3,85 0,16 AMl 8,38 0,35 4,57 0,30 32,97 2,13 11,30 PAad8 47,58 3,08 AM2 13,57 0,57 1,49 0,10 PAad9 89,28 5,77 SM1 9,12 0,38 5,65 0,37 109,65 7,09 SM2 1,91 0,12 PAad10 0,90 0,04 PAad11 52,23 2,19 ALe1 34,11 2,21 PAd1 4,15 0,17 ALa 2 6,88 0,45 PAd2 157,43 6,59 ALae 3 39,77 1,67 27,47 1,78 ALae 4 58,20 2,44 PAd3 36,89 2,39 PAd4 196,65 8,23 ALda 5 47,21 1,98 PVa1 208,78 8,74 Alda 6 12,88 0,54 PVad1 4,87 0,20 Rda l 3,72 0,16 PVad2 171,73 7,19 AR 1,24 0,05 318,42 20,59 Quadro 2.2 – Distribuição em quilômetro quadrado e porcentagem das unidades de mapeamento do mapa de reconhecimento de solos dos municípios de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália. 22 Pg. Perfil 15 01 139 02 142 03 105 04 114 05 89 06 99 07 89 08 142 09 117 10 123 11 129 12 159 13 195 19 111 20 92 22 108 23 95 24 156 25 136 26 102 29 83 30 126 16 Classe de Solo Latossolo Amarelo podzólico distrófico, endoálico, textura média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo abrúptico distrófico Tb A moderado textura média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo espódico c/fragipã Tb álico A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo abrúptico distrófico endoálico Tb A moderado textura arenosa/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo suave ondulado Podzólico Amarelo álico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo espódico c/fragipã distrófico endoálico Tb A moderado textura arenosa média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo abrúptico distrófico endoálico Tb A moderado textura arenosa/média relevo plano Podzólico Amarelo abrúptico distrófico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo suave ondulado Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo suave ondulado Podzólico Amarelo espódico c/ fragipã distrófico endoálico Tb A moderado textura arenosa/média relevo plano Podzólico Acinzentado abrúptico distrófico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano PodzólicoAmarelo distrófico endoálico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano PodzólicoAmarelo álico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo distrófico endoálico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo espódico c/ fragipã distrófico endoálico Tb A moderado textura arenosa/média relevo plano Podzólico Amarelo endoálico Tb A moderado textura média/muito argilosa relevo plano Podzólico Amarelo abrúptico endoálico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo álico Tb A moderado textura arenosa/média relevo plano Podzólico Amarelo distrófico A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Projeto Alecrim III Alecrim II Sucupira III Sucupira III Sucupira III Sucupira III Sucupira II Sucupira III Sucupira II Peroba Sapucaia Sapucaia Sapucaia Sapucaia Un. PA 15 Inhaíba III Jequitibá Liberdade Liberdade Jatobá II Jambeiro Jambeiro Putumuju Quadro 2.3 – Perfis coletados pela Veracruz Florestal S.A. 23 Pg. 28 44 21 47 Perfil 01 02 04 05 33 06 52 08 54 09 35 10 37 11 24 30 14 15 59 25 40 12 Classe de Solo Aluvial distrófico Tb A moderado textura média PodzólicoAmarelo álico Tb A moderado textura média/argilosa relevo plano Aluvial álico textura arenosa e média Podzólico Amarelo álico Tb A moderado textura média/argilosa relevo plano Podzólico amarelo álico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Podzol Húmico endoálico relevo plano Podzólico Vermelho-Amarelo endoálico endocascalhento Tb A moderado textura arenosa/média relevo ondulado Podzólico Vermelho-Amarelo endoálico Tb A moderado textura média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo álico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Aluvial distrófico e álico textura arenosa Aluvial epiálico textura arenosa/média relevo plano Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico Tb A moderado textura arenosa/argilosa relevo ondulado Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura média/argilosa relevo plano Quadro 2.4 – Perfis coletados pela Ceplac/Cepec (usina de álcool da Embaúba S.A.). Pg. Perfil 20 02 23 03 Classe de Solo Podzólico Amarelo distrófico endoálico Tb A moderado textura média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo endoálico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Quadro 2.5 – Perfis coletados pela Ceplac/Cepec (viveiro da Embaúba S.A.). Pg. Perfil 14 01 16 02 18 03 20 04 22 05 Classe de Solo Podzólico Amarelo álico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano (unidade Colônia) Podzólico Amarelo álico Tb A moderado textura média/argilosa relevo plano (unidade Colônia) Podzólico Amarelo álico Tb A moderado textura média/argilosa relevo plano (unidade Colônia) Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo álico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Quadro 2.6 – Estação Experimental Gregório Bondar. Pg. Perfil 111 P2 111 P3 111 P4 Classe de Solo Podzólico Amarelo abrúptico distrófico Tb moderado textura média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura arenosa/média relevo plano Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura média/argilosa relevo plano Quadro 2.7 – Estação Ecológica Pau-Brasil. 24 Pg. Perfil Foto 45 03 344 49 04 344 75 05 344 76 06 344 22 07 344 48 08 344 41 09 344 23 10 160 51 11 160 40 12 344 19 13 344 30 14 344 28 15 344 29 16 344 188 17 344 50 18 344 40 21 344 44 22 344 28 24 160 70 28 346 198 29 346 41 32 160 50 33 160 25 34 160 Classe de Solo Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo espódico distrófico A moderado textura arenosa/média argilosa relevo plano Podzólico Amarelo espódico distrófico A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura arenosa/média relevo plano Podzólico Amarelo distrófico abrúptico Tb A moderado textura arenosa/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo distrófico abrúptico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo distrófico abrúptico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo distrófico abrúptico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Podzol A moderado textura arenosa/média relevo plano Podzólico Amarelo distrófico abrúptico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo álico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura média/argilosa relevo plano Areia Quartzoza podzólica Podzólico Amarelo álico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo distrófico abrúptico Tb A moderado textura arenosa/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura arenosa/média relevo plano Quadro 2.8 – Veracel Celulose S.A. 25 Continuação 62 35 344 53 36 344 189 49 346 63 37 346 188 50 346 78 51 346 36 52 346 24 53 346 35 54 346 30 55 346 37 60 346 48 81 346 74 86 346 23 87 346 33 88 346 78 90 346 35 95 346 79 96 168 25 97 2602 27 100 2602 32 101 2602 47 133 346 43 135 344 42 136 346 47 128 346 37 61 346 81 130 344 56 131 344 Podzólico Amarelo distrófico abrúptico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo distrófico abrúptico Tb A moderado textura arenosa/média relevo plano Podzol A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Podzol A moderado textura arenosa/média relevo plano Podzólico Amarelo abrúptico espódico distrófico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo distrófico abrúptico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura arenosa/média /argilosa relevo plano Podzólico Amarelo distrófico abrúptico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo distrófico abrúptico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo distrófico abrúptico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura média/argilosa/muito argilosa relevo plano Podzólico Amarelo abrúptico espódico distrófico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo abrúptico distrófico Tb A moderado textura arenosa/média relevo plano Podzólico Amarelo abrúptico distrófico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo abrúptico distrófico Tb A moderado textura arenosa/média relevo plano Podzólico Amarelo abrúptico distrófico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo espódico álico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo abrúptico distrófico Tb A moderado textura arenosa/média relevo plano Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura arenosa/média relevo plano Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo álico Tb A moderado textura média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo álico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo álico A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo distrófico Tb A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo espódico distrófico A moderado textura arenosa/média/argilosa relevo plano Podzólico Amarelo álico Tb A moderado textura arenosa/média relevo plano 26 2.5 Conclusões A seguir, são destacados aspectos relacionados às principais características dos solos dominantes das unidade de mapeamento. • Os Solos Latossolos Amarelos podzólicos distróficos textura argilosa, que se desenvolvem nos topos dos tabuleiros, em relevo plano e suave ondulado, são muito profundos, bem drenados, bastante porosos e possuem características físicas favoráveis para o desenvolvimento radicular das plantas. A principal limitação desses solos relaciona-se à baixa fertilidade natural que apresentam, condicionada pelos baixos valores de matéria orgânica, pH, soma e saturação de bases. Ocorrem somente no município de Porto Seguro, abrangendo apenas 1,54% de sua área. • O Solo Podzólico Amarelo é a classe mais importante e de maior expressão geográfica na região. São formados a partir de sedimentos do grupo Barreiras e possuem coloração amarelada e baixa fertilidade natural. São solos com grande variação nas suas propriedades morfológicas, físicas e químicas. A profundidade varia de pouco profundo a muito profundo. No horizonte A, a textura é arenosa, média e argilosa e, no B, é média, argilosa e muito argilosa. Foram observados outros caracteres distintivos como o fragipã e caráter abrúptico. Ocorrem em relevo plano a montanhoso. Representam mais de 50%, tanto das terras de Porto Seguro, quanto das de Santa Cruz Cabrália. • O Solo Podzólico Vermelho-Amarelo ocupa os terços inferiores e médios dos vales encaixados em “V” e as encostas mais íngremes dos vales de fundo chato. Quando derivado dos sedimentos do grupo Barreiras, apresenta cores mais avermelhadas do que os solos situados no terço superior da encosta. São de baixa fertilidade natural, profundos e bem drenados e, quase sempre, encontram-se cobertos com pastagem. Representam aproximadamente 20% das terras de Porto Seguro e 26% do território de Santa Cruz Cabrália. • • • • O Solo Podzólico Vermelho-Escuro eutrófico, que é profundo e pouco profundo, bem drenado, desenvolve-se em relevo variando de suave ondulado a montanhoso. É originário da decomposição de rochas do Pré-Cambriano e ocorre, muitas vezes, associado a Podzólico Vermelho-Amarelo. As texturas predominantes são média/argilosa e média cascalhenta/muito argilosa e argilosa/muito argilosa. Distribuem-se somente ao sudoeste do município de Porto Seguro, ocupando aproximadamente 3% de suas terras. Os solos de baixada comprendem os solos pouco desenvolvidos formados a partir de deposições de sedimentos fluviais recentes com granulometria muito variada. Apresentam grande potencialidade agrícola, motivada pelo relevo plano que favorece a mecanização e não permite o desenvolvimento de processos erosivos. Compreeendem os Solos Aluviais distróficos ou álicos geralmente associados a Glei e Solos Orgânicos. Na várzea do rio dos Frades, parte dos Solos Aluviais possui um fator bastante limitante à pratica de agricultura intensiva, que é o caráter tiomórfico. Nestes, o pH do solo é extremamente baixo (3 e 3.7). Sobre as coberturas arenosas desenvolvem-se os Podzóis, que são solos profundos e pouco profundos, com baixa fertilidade natural e pequena capacidade de retenção de umidade e de nutrientes pela sua elevada quantidade de areia em relação às partículas de argila. Na faixa litorânea, ocorrem associados às Areias Quartzosas Marinhas, que são muito profundas, excessivamente drenadas e com predominância quase total de quartzo na sua composição mineralógica. Possuem aptidão restrita para agricultura, exceto para a cultura do coco, que se adapta bem a esses solos. Essas coberturas perfazem um total de 5,54% das terras de Porto Seguro e 9,7% da área de Santa Cruz Cabrália. Os Solos Litólicos e Afloramentos de Rocha são as classes menos representativas em termos de extensão. São pouco desenvolvidos, rasos a muito rasos e desenvolvem-se em relevo montanhoso, sendo bastante suscetíveis à erosão. Somente ocorrem no município de Porto Seguro, ocupando 0,21% de suas terras. 27 2.6 Bibliografia AOUAD, M. Projeto Porto Seguro-Santa Cruz Cabrália: clima. Salvador : CPRM, 1998. v. 1, 48p. il. mapas. Convênio CPRM/Prefeituras Municipais de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália. Programa Informações para Gestão Territorial – GATE. CARVALHO FILHO, R. & LEÃO, A.C. Solos do Vale Verde, baixo Buranhém, sul da Bahia. Ilhéus : Centro de Pesquisas do Cacau, 1977. (Boletim Técnico 60). CURI, Nilton. (coord.). Vocabulário de ciência do solo. Campinas : SBCS, 1993. 90p. EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Manual de métodos de análise de solos. 2. ed. (versão atualizada). Rio de Janeiro : CNPS, 1997. 212p. ______. Serviço Nacional de Levantamento e Conservação do Solo. Critérios para distinção de classes de solos e de fases de unidade de mapeamento. SNLCS : 1988. 67p. (Série Documentos nº 11). FAO, Roma, Itália. Soil map of the world 1:5,000,000 Legend. Paris : UNESCO, 1974. v. 1. IBGE – Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Manual técnico de pedologia. Celso Gutemberg Souza (coord.). Rio de Janeiro : IBGE/Departamento de Recursos Naturais, 1995. 104p. (Manuais Técnicos em Geociências nº 4). JACOMINE, P.K.T. Fragipans em solos de “tabuleiros”: características, gênese e implicações no uso agrícola. Recife UFRPE. Escola Superior de Agricultura, 1974. 83p. il. (Tese). LEÃO, A.C. Solos da área do viveiro de cana-deaçúcar da Embaúba S.A. Ilhéus : CEPLAC, 1970. (Boletim Técnico I). _____ & MELO A.A.O. de. Características morfológicas, físico-químicas e mineralógicas dos solos da estação ecológica Pau-Brasil, Porto Seguro, Bahia. Ilhéus : Centro de Pesquisas do Cacau. Agrotrópica 2(2):105-112, 1990. _____; MELO A.A.O. de; CARVALHO FILHO, R. Solos da usina de álcool Embaúba S/A, município de Santa Cruz Cabrália, Bahia. Ilhéus : CEPLAC, 1970. (Boletim Técnico I). _____ & FERREIRA DA SILVA, L. Levantamento detalhado dos solos da estação experimental Gregório Bondar. Ilhéus : Centro de Pesquisas do Cacau, maio de 1976. (Boletim Técnico 40). LEMOS, R.C. de & SANTOS, R.D. dos. Manual de descrição e coleta de solo no campo. 2.. ed. Campinas: EMBRAPA, 1984. 46p. LUMBRERAS, J.F. & SHINZATO, E. Solos e capacidade de uso, escala 1:200.000. In: ROCHA, A.J.D. & COSTA, I.V.G. (orgs.). Mapas Municipais. Município de Morro do Chapéu (BA). Informações Básicas para o Planejamento e Administração do Meio Físico. Salvador: CPRM, 1995. MUNSELL: Soil color charts. Baltimore : Munsell Color Company, 1992.22p. OLIVEIRA, J.B. de; JACOMINE, P.K.T.; CAMARGO, M.N. Classes gerais de solos do Brasil: guia auxiliar para seu reconhecimento. Jaboticabal : FUNEP, 1992. 201p. RIBEIRO, L.P. Os Latossolos Amarelos do Recôncavo Baiano; gênese, evolução e degradação. Salvador : SEPLANTEC, CADCT, 1998. SANTOS, R.D. & AZEVEDO GOMES, I. Relatório descritivo do levantamento semidetalhado das áreas de plantios de eucaliptos da Veracruz Florestal Ltda., no extremo sul da Bahia. Eunápolis : Veracruz Florestal Ltda., 1997. 198p. SOIL CONSERVATION SERVICE.Soil survey manual. Washington, D.C. : USDA, 1962. 265p. (Agriculture Handbook, 60). _____. Soil taxonomy; a basic system of soil classification for making and interpreting soil surveys. Washington, D.C., USDA : 1975, 754p. (Agriculture Handbook, 436). _____. Keis to soil taxonomy. Washington, D.C. : USDA/Natural Resources Conservation Service, 1998. 326p. 28 2.7 Glossário Este item contém termos usualmente utilizados em Ciência do Solo. O objetivo é facilitar ao usuário o acesso à terminologia técnica mais comum. A bibliografia técnica especializada poderá suprir necessidades de maior aprofundamento. Adensamento – redução natural dos espaços porosos do solo, com aumento da densidade de horizontes ou camadas de solo por dessecação, iluviação ou precipitação química. Álico – denominação que caracteriza solos com mais de 50% de saturação com alumínio trocável no complexo sortivo, segundo a fórmula (l00Al+++/Al++++S); epiálicos são solos que contêm essa saturação em superfície e, endoálicos, em subsuperfície. Ataque sulfúrico – método de laboratório usado no Brasil, para se determinar os teores de óxidos de alumínio, ferro, titânio, fósforo e manganês do solo; a sílica é determinada no resíduo, após solubilização com carbonato de sódio. Associação de solos – unidade de mapeamento constituída por duas ou mais classes taxonômicas de solos dificilmente separáveis no mapa Reconhecimento de Solos, por limitação de escala. Cascalho – fragmentos de rochas ou partículas minerais com diâmetro entre 0,2 e 2cm. Compactação – diminuição do volume do solo causada por ação antrópica, principalmente por compressão, o que causa diminuição da porosidade; comumente é devida ao excesso de mecanização agrícola, criando camadas subsuperficiais que dificultam o movimento d’água e a penetração de raízes. Conservação do solo (métodos conservacionistas) – proteção do solo contra erosão, através de métodos de manejo e uso da terra que evitam seu esgotamento, deterioração e perdas devidas a tratos culturais contra-indicados. Cerosidade – revestimentos de argila fina ou ferro e ferroalumínio que envolvem elementos de estrutura, evidenciados pelo brilho “ceroso”; característica de horizontes B texturais, nos quais houve incremento de argila fina. CTC ou valor T – capacidade de troca de cátions = S + (H+ + Al+++). Densidade de partículas – é a massa por unidade de volume de partículas do solo a seco, ou seja, o espaço ocupado pela matéria sólida do solo; expressa em g/cm3. Densidade do solo – é a massa do solo seco por unidade de volume, ao natural, incluindo os espaços porosos; expressa em g/cm3. Distrófico – caracteriza solos com saturação de bases (V%) e de alumínio trocável menores que 50%; epidistróficos, quando a característica é em horizontes superficiais; endodistróficos, quando em profundidade. Duripã – Horizonte mineral subsuperficial do solo que se encontra cimentado com sílica, a ponto tal que fragmentos secos não se desfazem em água ou HCl; pode também ter cimentos acessórios, tais como óxido de ferro e carbonato de cálcio. Espódico – designa solos intermediários para Podzóis, ou seja, com presença de horizonte Bs, Bh ou Bsh. Estrutura do solo – Corresponde à organização das unidades ou agregados de material de solo compostos geralmente por argilominerais, silte, areia e matéria orgânica. A estrutura descrita em todos os horizontes é caracterizada pelo seu grau de desenvolvimento: fraca, moderada ou forte; pela forma dos agregados – granular, blocos angulares ou subangulares; prismática ou colunar, laminar, maciça e ultrapequena e pelo tamanho dos agregados – muito pequena, pequena, média, grande. Eutrófico – denominação que caracteriza solos com elevada fertilidade natural e saturação de bases maior que 50%; epieutróficos, quando a saturação é alta em superfície; endoeutróficos, quando em maior profundidade. Fragipã – Horizonte subsuperficial natural com alta densidade do solo e/ou força mecânica relativamente ao solum acima, aparentemente cimentado quando seco, mas quando úmido tem quebrajosidade moderada ou fraca. Hidromorfismo – processo de formação de solos em presença d’água; os Solos Hidromórficos se encontram em depressões e se formam sob baixo potencial de oxirredução; em conseqüência, o ferro é reduzido (Fe2), a massa de solo é cinzenta e pode-se formar um horizonte glei. Horizonte do solo – secção horizontal ou paralela à superfície do solo, de constituição mineral ou orgânica, com propriedades internas geradas por processos pedogenéticos. Horizontes diagnósticos – horizontes cujas propriedades morfológicas, físicas, químicas e mineralógicas servem para identificar classes de solos; podem ser superficiais ou subsuperficiais. Horizonte iluvial – horizonte de deposição de materiais eluviados e/ou lixiviados: minerais de argila, sesquióxidos de ferro e alumínio e matéria orgânica. ki – relação molecular SiO2/Al2O3, que informa sobre o nível de intemperização dos materiais, principalmente da argila. kr – relação molecular SiO2/(Al2O3 + Fe2O3). 29 Lixiviação – compreende a dissolução e a remoção dos constituintes das rochas e dos solos. Material de origem (material parental) – material inconsolidado, intemperizado, mineral ou orgânico que, por pedogênese, transforma-se em solo. Mosqueado – pontos ou manchas de cor diferente do matiz do horizonte; podem ser herdados do material de origem ou resultado de flutuações do lençol freático e, em conseqüência, oxidação e redução de ferro, resultando em cores avermelhadas, amareladas ou alaranjadas sobre fundo cinza; também podem significar acumulações, por exemplo, de jarosita em solos tiomórficos. Pedogênese – formação dos solos pela ação combinada dos fatores clima, material de origem, relevo, vegetação e seres vivos num determinado tempo; adições, perdas, transformações e transportes seletivos são os principais processos pedogenéticos que, condicionados pelos fatores de formação, originam os solos. Perfil de solo – é um corte ou secção vertical de um solo, expondo a seqüência de horizontes ou camadas que o constituem. TFSA (Terra Fina Seca ao Ar) – parte da amostra de solos que passa pela peneira de 2mm após secagem ao ar, utilizada para análises de solo para fins pedológicos. Transição entre horizontes – é a faixa transicional entre dois horizontes, identificada pela sua espessura e pela topografia; a transição é abruptica quando a faixa tem menos que 2,5cm; clara quando se situa entre 2,5 e 7,5cm; gradual quando varia entre 7,5 e 12,5cm; difusa quando maior que 12,5cm; quanto à linha que divide horizontes, pode ser plana ou horizontal, ondulada, irregular ou descontínua. Unidade taxonômica – unidade de solos que possuem características comuns, suficientes para serem enquadrados em uma classe de um sistema de classificação de solos. Unidade de mapeamento – unidades ou conjunto de unidades taxonômicas presentes em uma paisagem, possíveis de serem representadas cartograficamente, limitadas no terreno por outras paisagens distintas; nos mapas, são diferenciadas por letras-símbolo, que as identificam e reportam a uma legenda específica. Valor S – soma de cátions trocáveis ( Ca++ + Mg++ + Na+ + K+). V(%) – saturação de bases, calculada pela fórmula 100S/T. Variações ou modalidades subordinadas – símbolos utilizados para caracterizar alguma propriedade relevante, colocados após a identificação do horizonte: c – presença de concreções; f – plintita; g – glei; i – desenvolvimento incipiente; n – acumulação de sódio trocável; p – aração ou perturbações antrópicas; r – rocha branda ou saprolito; s – acumulação de sesquióxidos com matéria orgânica; t – acumulação de argila; v – característica vértica; w – alteração intensa; x – cimentação reversível. Várzea – planície de inundação; terras planas junto às margens dos rios. 30 Foto 2.1 – Perfil 14: Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico Tb a moderado textura média/muito argilosa relevo forte ondulado. 31 Foto 2.2 – Colinas referentes ao Perfil 14, relevo forte ondulado. 32 Foto 2.3 – Perfil Complementar PC29: Podzólico Amarelo latossólico Álico A moderado relevo ondulado. 33 Foto 2.4 – Perfil 8: Podzólico Amarelo álico abruptico A moderado textura arenosa/média relevo plano. 34 Foto 2.5 – Paisagem representativa do Perfil 8, com vegetação de influência marinha. 35 Foto 2.6 –- Perfil 18: Podzólico Vermelho-Escuro distrófico Tb A moderado textura média/argilosa relevo forte ondulado. 36 Foto 2.7 – Perfil 16: Podzólico Vermelho-Amarelo pouco proFundo câmbico distrófico Tb A moderado textura média/muito argilosa relevo suave ondulado. 37 Foto 2.8 – Perfil 12: Podzólico Vermelho-Amarelo álico Tb A moderado textura média/argilosa relevo montanhoso. 38 Foto 2.9 – Paisagem referente ao Perfil 12: Relevo montanhoso com pastagem e floresta secundária em estágios inicial e intermediário de regeneração. Foto 2.10 – Podzólico amarelo no topo e Podzólico Vermelho-Escuro no fundo de vale. 39 Foto 2.11 – Paisagem referente ao Perfil 3, relevo suave ondulado. Foto 2.12 – Relevo ondulado com Podzólico Vermelho-Escuro textura média/argilosa com pastagem. 40 Foto 2.13 – Relevo aplainado com Podzólico Amarelo textura média argilosa. 41 Foto 2.14 –- Perfil 7: Podzólico Amarelo álico A moderado textura média/argilosa relevo plano (Unidade de Mapeamento PAa2). 42 Foto 2.15 –- Paisagem referente ao Perfil 7, relevo plano. 43 Foto 2.16 – Perfil 17: Podzólico Vermelho-Escuro eutrófico Tb A moderado textura média/argilosa relevo forte ondulado. 44 Foto 2.17 –- Canga laterítica em Podzólico Amarelo álico textura média/argilosa relevo forte ondulado. 45 Foto 2.18 – Perfil 15: Podzólico Vermelho-Amarelo álico A moderado relevo montanhoso. 46 Foto 2.19 – Perfil de Podzol na transição com Podzólico Amarelo. 47 Foto 2.20 – Contato entre Podzol e Podzólico Amarelo textura média/argilosa relevo plano. Foto 2.21 – Podzol sobre tabuleiro sugerindo um paleocanal. 48 Foto 2.22 – Perfil Complementar PC 45: Podzol Hidromófico A moderado relevo plano. 49 Foto 2.23 – Paisagem referente ao Perfil Complementar PC45 com vegetação de influência marinha. Foto 2.24 – Podzol Hidromórfico relevo plano, com campos naturais. 50 Foto 2.25 – Afloramentos de Rocha. Foto 2.26 – Perfil 26: Solo Aluvial tiomórfico Ta A proeminente relevo plano. 51 Foto 2.27 – Detalhe das estruturas colunares em Solo Aluvial tiomórfico. Foto 2.28 – Solo Aluvial textura média relevo plano, com pastagem, próximo ao litoral. 52 Foto 2.29 – Areia Quartzosa Marinha e falésias ao fundo. Foto 2.30 – Solo de Mangue Indiscriminado. 53