O Pecado e a Lei - O Estandarte de Cristo

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O Pecado e a Lei
William R. Downing
.
Traduzido do original em Inglês
A Catechism on Bible Doctrine (Version 1.7)
An Introductory study of Bible Doctrine in the Form of a Catechism with Commentary
By W. R. Downing • Copyright © 2008
O presente volume consiste somente em um excerto da obra supracitada
Publicado por P.I.R.S. PUBLICATIONS
Um Ministério da Sovereign Grace Baptist Church (www.sgbcsv.org)
Publicações Impressas nos Estados Unidos da América
ISBN 978-1-60725-963-3
Todos os direitos reservados somente ao autor. Nenhuma parte deste livro deve ser reproduzida
em qualquer forma que seja sem a permissão prévia do autor.
Tradução por Hiriate Luiz Fontouro
Revisão por Paul Cahoon, Benjamin Gardner, Albano Dalla Pria e Erci Nascimento
Edição Inicial por Calvin G. Gardner
Revisão Final por William Teixeira e Camila Rebeca Almeida
Edição Final e Capa por William Teixeira
Imagem da Capa: São Paulo perante o Areópago, por Rafael (Domínio Público)
1ª Edição: Fevereiro de 2016
As citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida Corrigida Fiel | ACF
Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.
Publicado em Português como fruto de uma parceria entre os websites oEstandarteDeCristo.com e
PalavraPrudente.com.br, com a graciosa permissão do amado autor W. R. Downing (Copyright ©
2008) e do amado, saudoso e agora glorificado, Calvin G. Gardner.
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O Pecado e a Lei
Por William R. Downing
[Excerto de Um Catecismo de Doutrina Bíblica, por William R. Downing • Parte V]
A doutrina do pecado é denominada “Hamartiologia”, do Gr. hamartia, o termo Grego geral
para “pecado”. O estudo doutrinário da Lei de Deus é denominado “Deontologia”, de dei e
deontos, o termo Grego para “dever” ou “necessário”, referindo-se à obrigação que o homem tem para com a justiça absoluta da lei moral de Deus. O pecado deve ser definido
pela lei. Aparte da Lei de Deus, o pecado torna-se relativo e a doutrina da salvação pode
ser correspondentemente alterada. O legalismo; a justiça própria; o antinomianismo, isto é,
a oposição entre o princípio da lei e o da fé; o perfeccionismo; a negação da depravação
humana inata e o alegado poder de escolha contrária (capacidade humana, livre-arbítrio)
todos derivam de uma falta de influência adequada do padrão Divino da lei moral e uma
consciência de seu poder de convencimento.
Pergunta 36: De acordo com as Escrituras, o que é pecado?
Resposta: O pecado é qualquer transgressão ou falta de conformidade com a lei moral de
Deus em disposição, pensamento, ato ou estado de ser.
1 João 3:4: “Qualquer que comete pecado, também comete iniquidade; porque o pecado é
iniquidade”.
Veja também: Gênesis 39:9; Êxodo 20:1-17; Levítico 4:13; 1 Reis 15:30; Salmos 19:7-14;
39:1; 51:4; 109:7; Provérbios 14:9; 21:4; Isaías 53:10-12; Romanos 3:19-20, 23; 6:1-14, 1718, 23; 7:7-9; 1 Coríntios 6:18; 2 Coríntios 5:21; Efésios 4:26; Tiago 1:15; 2:9; 1 João 1:810; 2:1; 3:3-10.
Comentário
O pecado não se originou com a Queda (apostasia) do homem. O pecado se originou dentro
do mundo espiritual ou angelical. Lúcifer (Satanás, o Diabo) apostatou de Deus por orgulho
e vontade própria, e levou consigo uma série de seres angelicais (Isaías 14:12-15; Lucas
10:18). Ele estava na forma da serpente que tentou Adão e Eva e através desta provocou
a Queda e apostasia da humanidade (Gênesis 3:1-19).
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A entrada do pecado na raça humana veio através da desobediência voluntária de Adão ao
mandamento explícito de Deus (Gênesis 2:16-17; 3:1-7; Romanos 5:12). A raça humana
apostatou de Deus em Adão como sua cabeça federal ou representante (a imputação da
transgressão de Adão ou pecado original). Toda a humanidade caída ficou, assim, sob o
poder reinante do pecado (Romanos 6:1-23) e sob a sentença de morte (Romanos 5:12).
O pecado é uma violação ou qualquer coisa contrária à lei moral de Deus. A lei moral é a
expressão eterna da autoconsistência moral de Deus, a transcrição de Seu justo caráter.
Como este universo criado no contexto do caráter moral de Deus, tudo o que existe em violação ou contrariedade a isto é pecado. O pecado assim pressupõe Deus em Sua absoluta
perfeição moral. O epítome, ou seja, o resumo da lei moral de Deus em sua forma positiva
está contido em Deuteronômio 6:4-5 e sua versão do Novo Testamento, em Mateus 22:3640. O epítome desta lei, em sua forma amplamente negativa, é encontrado nos Dez Mandamentos (Êxodo 20:1-17).
O pecado pode existir como uma imputação, uma concepção, uma inclinação, uma
disposição, um pensamento, um ato ou um estado do ser. Como o pecado pressupõe Deus
e Sua autoconsistência moral, então todo e qualquer pecado é contra Deus (Salmos 51:4):
O pecado é rebelião contra a lei de Deus (1 João 3:4); é um desafio à autoridade de Deus;
é a recusa obstinada de submeter-se à Sua vontade revelada (Gênesis 3:9-13; 4:3-14;
Romanos 9:14-21); é uma ignorância deliberada da imanência de Deus (Jeremias 23:2324); é um desafio à vontade revelada de Deus (Mateus 6:10); é uma negação da justiça de
Deus que considera levemente o precioso sangue de Cristo, que nos redimiu, e despreza
os sofrimentos infinitos de nosso amoroso Salvador (Hebreus 10:26-31; 1 Pedro 18-20); é
uma recusa da justiça de Deus (Romanos 3:21-26; Tito 3:5); é um abuso da bondade de
Deus (Romanos 2:4). O pecado é um repúdio da graça de Deus (Efésios 2:5, 8-10); é uma
rejeição da misericórdia de Deus (Salmos 103:8-18; Salmos 136; Efésios 2:4); é uma traição
do amor de Deus (João 3:16; Tiago 4:4; 1 Pedro 1:18-20; 1 João 4:9-10); é presunção sobre
a providência de Deus (Salmos 19:13); é uma difamação da santidade de Deus (Levítico
10:1-3; Romanos 6:15-22; 1 Pedro 1:15-16); é um poluente da pureza moral de Deus
(Êxodo 20:14; Habacuque 1:13; Hebreus 7:25; 1 João 2:1); é um desprezo da sabedoria de
Deus (Romanos 11:33-36); é engano e hipocrisia diante de Deus (Gênesis 4:5-10; Atos 5:34; Romanos 6:16-18); é uma perversão da ordem de Deus quanto ao tempo (Êxodo 20:811; 2 Coríntios 6:2; Efésios 5:14-15); é um desrespeito à autoridade ordenada por Deus
(Êxodo 20:12; Efésios 6:1-4); é uma presunção sobre a justiça e o caráter de Deus (Salmos
19:13; Romanos 6:1-6; Efésios 5:3-4; Apocalipse 20:11-15); é um insulto à inteligência de
Deus (Hebreus 12:3-15); é uma provocação da ira de Deus (Hebreus 10:31; 12:3-15).
O pecado possui cinco realidades: culpa, penalidade, contaminação, poder e presença. A
doutrina bíblica da salvação lida com cada aspecto: a justificação trata da culpa e da
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penalidade do pecado, a santificação da contaminação e poder do pecado, e a glorificação
da própria presença do pecado. Qualquer doutrina da salvação que não corrigir completamente estas realidades não é bíblica.
O pecado não é natural para a ordem das coisas, ele é antinatural. É uma intrusão em um
universo de outro modo criado e estabelecido por Deus para ser “muito bom” (Gênesis
1:31). O pecado corrompeu o universo e permeou o mundo. Ele trouxe desunião e desarmonia espiritual, religiosa, mental, moral, ética, social e física. Em um mundo amaldiçoado pelo
pecado nada é como deveria ser. Em um mundo afetado tão grandemente pelo pecado, é
normal que as coisas deem errado e que, às vezes, tudo dê errado.
A consequência final do pecado é a morte — morte espiritual, física e eterna (ou seja, a
separação eterna de Deus sob julgamento). Veja a Pergunta 165. Quando Adão pecou por
sua desobediência e apostasia de Deus, ele morreu espiritualmente — a imagem de Deus
dentro dele foi desfigurada. Ele mais tarde morreu fisicamente. Veja a Pergunta 167. Haverá
uma ressurreição para o julgamento de todos os que fisicamente morrem apartados da fé
salvífica em Jesus Cristo, ou seja, os que estão espiritualmente “mortos”. Este julgamento
será eterno. Veja a Pergunta 171.
A salvação é do pecado, não só do juízo eterno. Existe uma libertação presente e necessária do poder reinante do pecado bem como uma libertação futura da pena final do pecado
(Romanos 6:11-14, 17-18; 8:29; 2 Coríntios 3:17-18). Sustentar o contrário é negar o caráter
essencial de Deus (1 Pedro 1:15-16) e as realidades bíblicas necessárias de regeneração,
conversão, justificação, adoção e santificação. As consequências imediatas do pecado, no
entanto, devem ser frequentemente suportadas. Não devemos interpretar mal isto. Deus
pode não, e geralmente não liberta das consequências imediatas de pecado. A conversão
pode não restaurar um casamento fracassado. A saúde do bêbado pode não ser restaurada. Os frutos da imoralidade podem ter que ser suportados nesta vida. Os crimes cometidos
antes da conversão não são anulados ou perdoados automaticamente pelo sistema judicial.
Tais questões devem ser suportadas e santificadas na experiência do crente; a libertação
final do pecado é a nossa esperança gloriosa, mesmo que não haja libertação de suas
consequências imediatas.
O pecado tem a tal ponto corrompido e permeado, que a sua completa erradicação deve
ser a destruição do velho e a recriação do novo, ou seja, “novos céus e uma nova terra
onde habita a justiça” (Isaías 65:17; 66:22; 2 Pedro 3:7-13).
O poder reinante do pecado foi quebrado em sua vida?
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Pergunta 37: Qual foi o pecado de Adão?
Resposta: O pecado de Adão foi uma rebelião intencional contra o conhecido mandamento
de Deus.
Gênesis 2:16-17: “E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do
jardim comerás livremente, 17 mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não
comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás”.
Gênesis 3:1-7: “Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o
SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis
de toda a árvore do jardim? 2 E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim
comeremos, 3 mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis
dele, nem nele tocareis para que não morrais. 4 Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. 5 Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os
vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal. 6 E viu a mulher que aquela
árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela.
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Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram
folhas de figueira, e fizeram para si aventais”.
Veja também: Romanos 5:12-14; 1 Timóteo 2:12-14.
Comentário
A tentação concentrou-se sobre a veracidade da Palavra de Deus — no próprio ponto de
fé na verdade de Deus. Satanás retratou Deus como sendo muito restritivo e irracional, e
como negando algo bom para Adão e Eva, ou seja, acusou-O de ser mentiroso. Eva tornouse a primeira “porta-voz” de si mesma e de seu marido. Ele falhou em agir sobre e sustentar
sua liderança. Ambos, como criaturas de fé, falharam no ponto da fé deles que devia
coincidir com e descansar na Palavra de Deus.
A oferta de Satanás em seu engano e sedução era uma suposta autonomia ou independência de Deus. O homem podia ser o seu próprio “deus” e determinar por si mesmo o que era
certo ou errado. Ele já não teria de “pensar os pensamentos de Deus e segui-los”, ou definir
ele próprio ou qualquer outra coisa nos termos da Palavra de Deus. Ele seria como o próprio
Deus — os mesmos pecados que causaram a queda de Lúcifer: orgulho e egocentrismo.
Nesta tentação, tudo que o Diabo fez foi agir sobre as tendências naturais — e ainda nãopecaminosas — que ele percebeu na natureza humana de Adão e Eva. Eles eram justos,
mas evidentemente muito vulneráveis. A tentativa empírica de Adão e Eva em ganhar e
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possuir conhecimentos à parte de Deus resultou em um conhecimento e experiência pecaminosos. Isso é tudo que o homem pode esperar quando pensa ou age à parte da ou
contrário à Palavra revelada de Deus.
Eva foi seduzida pela astúcia da serpente, mas Adão, falhando em agir de forma responsável como o cabeça da relação, agiu deliberadamente e como chefe responsável abaixo
de Deus, e foi considerado primariamente como responsável por Deus (Gênesis 3:1-19; 1
Timóteo 2:12-14). A raça humana caiu em Adão, seu cabeça constituído ou federal, não
Eva. Veja a Pergunta 34.
Qual é a nossa atitude diante do pecado? Nós entendemos que a tentação vem a nós da
mesma forma que veio aos nossos primeiros pais — no mesmo ponto que nossa fé deve
ser fundamentada na Palavra de Deus?
Pergunta 38: Quais foram os resultados do pecado de Adão?
Resposta: Adão morreu espiritualmente. Seu ato de pecado foi imputado a toda a sua
posteridade. Todo o ser humano também herdou sua natureza pecaminosa, a qual se
expressa constantemente sob o poder reinante do pecado.
Romanos 3:23: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”.
Veja também: Gênesis 5:3; Romanos 5:12, 18-19; 1 Coríntios 15:21-22.
Comentário
Adão teve morte espiritual imediatamente após seu ato de desobediência, ou seja, sua
relação com Deus, sua personalidade e sua natureza sofreram uma mudança substancial
de relacionamento. Sua personalidade estava originalmente sob o controle de uma inteligência justa, mas ficou sob a influência da natureza física e de seus apetites. Esta mudança
pecaminosa na personalidade só pode começar a ser posta de lado pela graça salvífica
(João 3:3, 5; Romanos 6:6; Efésios 4:22-24; Colossenses 3:1-3; 9-10). Veja a Pergunta
164.
Adão ficou como o Homem Representante, e, portanto, quando ele pecou em apostatar de
Deus, toda a raça humana caiu nele como seu cabeça federal. Isso é chamado de “pecado
original”, ou imputação imediata. Mesmo se uma pessoa pudesse começar de qualquer
ponto de sua vida e viver perfeitamente sem pecado — mesmo que isso fosse possível —
ele ou ela ainda estariam totalmente condenados por causa do pecado original (a imputação
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da transgressão de Adão). A condenação e culpa do pecado são, portanto, inevitáveis. Veja
a Pergunta 66.
Quando Adão e Eva, como pecadores, tiveram filhos, eles também foram pecadores (Gênesis 5:3). A desfiguração da imagem Divina no homem foi passada à toda a posteridade de
Adão tanto pela imputação quanto pela herança. Assim, todos os seres humanos não têm
apenas o pecado original, mas também uma natureza pecaminosa e, por isso, são
propensos ao pecado pessoal. A herança da natureza pecaminosa de Adão e à propensão
à transgressão é chamada de “imputação mediata” (Romanos 3:9-18). Tanto a imputação
imediata quanto à mediata do pecado são realidades terríveis.
Todo ser humano subsequente, de modo consequente, evidencia o seu estado pecaminoso
através dos pecados pessoais na disposição, inclinação, motivação, pensamento, palavra
e ação, estando sob seu poder reinante porque todos os seres humanos são pecadores,
todos necessitam de salvação tanto do poder reinante do pecado quanto de suas consequências imediatas e finais.
Não é digno apenas de nota, mas absolutamente vital compreender que, mesmo com a
maldição, veio a promessa de um redentor (Gênesis 3:15) — o proto-evangelium, ou primeira promessa do Evangelho). Esta revelação Divina para a serpente como um desafio e para
o homem como uma promessa demonstra constantemente que Deus é um Deus de propósito, que Se deleita na misericórdia e Se gloria na graça (Isaías 45:22; João 3:16-18)!
Pergunta 39: Qualquer ser humano por seu próprio esforço ou mérito pode ganhar
aceitação diante de Deus?
Resposta: Não. Por qualquer tentativa de justificação pelas boas obras ou esforço próprio
o homem apenas se coloca contra a graça de Deus, apegando-se à sua justiça própria que
é inevitavelmente pecaminosa.
Isaías 64:6: “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo
da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades como um
vento nos arrebatam”.
Tito 3:5: “Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo”.
Veja também: Lucas 18:9-14; Romanos 1:16-17; 3:9-18; 5:1; 10:1-4; Efésios 1:6-7; 2:8-10;
Tito 3:5.
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Comentário
A grande questão a respeito de nossa relação com Deus como seres humanos pecadores
é: “Como se justificaria o homem para com Deus?” (Jó 9:2). Ser “justificado” significa ser
“justo”, isto é, declarado justo diante de Deus. Deus enviou Seu Filho eterno, o Senhor
Jesus Cristo, para viver e morrer pelos pecadores para responder às Suas reivindicações
de justiça (as justas exigências de Sua santa lei) contra eles. Pela obediência ativa de Cristo
(Sua vida perfeita vivida sob a Lei), Ele cumpriu Suas exigências. Por Sua obediência
passiva (sofrimento e morte), Ele pagou a pena exigida por aquela lei quebrada. Assim, por
Sua vida e morte Ele satisfez todas as exigências da lei Divina. Tanto a vida impecável do
Senhor Jesus quanto Seu sofrimento sacrificial e morte eram necessários, e ambos são
imputados aos crentes. A mensagem do Evangelho é uma mensagem de justificação,
perdão dos pecados e reconciliação através da imputação da justiça de Cristo (Romanos
1:16-17; 1 Coríntios 15:1-4). Apenas pela fé, o Cristão está diante de Deus justificado por
meio da justiça imputada de Jesus Cristo.
O que é justiça própria? É tudo o que podemos fazer em nossa própria força e por nossos
próprios esforços para fazer de nós mesmos supostamente aceitáveis a Deus (nossas
ações mais fervorosas, santas e religiosas). É uma justiça que tenta deixar de lado ou ignorar a pessoa e obra do Senhor Jesus Cristo como Mediador, Redentor e Fiador. Porque nós
somos pecadores por imputação (pecado original), por disposição (a natureza pecaminosa),
por dominação (poder reinante do pecado) e por comissão (pecado pessoal), não podemos
fazer absolutamente nada para adquirirmos merecer (ganhar) a aceitação de Deus ou
atingir o padrão de Suas justas absolutas exigências. Qualquer afastamento da graça em
princípio ou desempenho é justiça própria (Romanos 11:5-6). A justiça própria (justiça pelas
obras, o esforço próprio, autodeterminação ou habilidade humana) pode ser muito sutil. Por
exemplo, se a fé e o arrependimento são considerados de alguma forma como aquilo que
nos dá merecimento de aceitação diante de Deus, eles, também, são apenas a manifestação de uma mentalidade de obras, um estado enganoso de justiça própria e sem graça.
A graça salvífica é a obra redentora de Deus na salvação dos pecadores através da Pessoa
e obra do Senhor Jesus Cristo. Dizer que “a salvação é pela graça”, é dizer que a graça
salvífica de Deus é livre e soberana, isto é, não há nada que os homens possam fazer para
merecê-la (ganhá-la); é livre graça — ou não seria mais graça, mas sim, obras, capacidade
humana, mera autodeterminação. É da mesma maneira que a graça é soberana, ou seja,
Deus soberanamente concede esta graça a quem Ele quiser. Se houvesse alguma dose de
habilidade humana — obras, mera autodeterminação — seja qual for, então a salvação não
seria pela graça somente (Romanos 11:5-6; Efésios 1:3-14; 2:1-10).
Você conhece a graça como uma realidade em sua vida?
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Pergunta 40: De acordo com as Escrituras, o que Deus deu para evitar que o homem tente
salvar a si mesmo por seu próprio esforço ou obras?
Resposta: Deus deu sua lei moral para revelar Seu caráter justo, revelar o Seu padrão
para o homem, expor o pecado e levar os pecadores a Cristo para a salvação.
Deuteronômio 6:4-5: “Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. 5 Amarás, pois,
o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças”.
Gálatas 3:24: “De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que
pela fé fôssemos justificados”.
Veja também: Êxodo 20:1-17; Mateus 22:36-40; Romanos 7:7-14; 1 Timóteo 1:5-11.
Comentário
O termo “lei” é usado nas Escrituras de várias maneiras diferentes. Devem-se tomar cuidados para fazer as distinções adequadas dentro do contexto. Observe os seguintes usos nas
Escrituras: A integridade da Palavra de Deus (1 João 2:3-4; 3:4). Todo o Antigo Testamento
(Mateus 5:17-18; Romanos 2:17-20; Hebreus 10:1). Os Cinco Livros de Moisés ou
Pentateuco (Lucas 24:44; Romanos 3:21). Toda a legislação Mosaica. A lei humana ou
personalizada (Romanos 7:1-3). Vários princípios ou poderes de atuação que existem na
ordem espiritual ou moral criada de coisas (Romanos 3:27; 7:21-23; 8:1-3). Os Dez
Mandamentos (Êxodo 20:1-17).
A lei moral é sintetizada no Decálogo ou Dez Mandamentos, e responde à lei ontológicamente embutida na natureza do homem na criação como o portador da imagem de Deus
(Romanos 2:11-16). A lei moral não foi formulada nem instituída no Sinai, ao contrário, foi
codificada e sintetizada no Sinai no Decálogo. A lei moral expressa a autoconsistência
moral ou o caráter justo e absoluto do Deus Triuno. A lei moral foi codificada como parte do
propósito redentor progressivamente revelado (Romanos 5:20-21). (Toda revelação Divina
pós-Queda é essencialmente redentora em natureza). A lei moral foi revelada a Moisés e
dada a Israel em uma forma codificada e sintetizada ou sumarizada. Israel, como o povo
da aliança de Deus, formava o repositório da lei moral Divinamente revelada e codificada
até que o Evangelho levasse todas as nações da terra a conhecer de fato a Deus e a Sua
autoconsistência moral.
Qual é o propósito da lei para o incrédulo?
Primeiro, é reveladora. A lei dá o reconhecimento adequado de Deus. É primariamente
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uma revelação da natureza e do caráter Divino. É particularmente uma transcrição da
perfeita justiça ou autoconsistência moral de Deus e o que Deus requer do homem
(Êxodo 20:1-17; Eclesiastes 12:13-14; Mateus 22:35-40);
Segundo, a lei foi feita para trazer uma restrição sobre o pecado (Romanos 2:14-16;
7:7);
Terceiro, a lei também agrava a mente ou o coração não-regenerado e faz com que
ele tanto se rebele contra os mandamentos de Deus quanto cobice o que é proibido
(Romanos 7:7-13);
Quarto, é um meio de convicção do pecado ordenado por Deus (Romanos 3:19-20;
5:20; 7:7-13; 1 Coríntios 15:56; Gálatas 3:24; 1 Timóteo 1:8-11).
Finalmente, ela é concebida para levar o pecador a Cristo (Gálatas 3:23-24). Note que
o tempo perfeito do Grego em Gálatas 3:24 deveria ser traduzido “A lei nos serviu e
continua a servir de aio, para nos conduzir a Cristo...”.
Qual é o propósito da lei para o crente?
Primeiro, é a sua regra de vida, e não de forma legalista, mas como o padrão objetivo
que é cumprido no contexto da graça (Mateus 22:34-40; Romanos 6:14). Deve ser
notado, em Romanos 6:14 que o artigo definido “a” não ocorre antes da palavra “lei”
no Grego. Assim, refere-se a um princípio de lei, ou seja, um princípio de mero comando exterior, como contrastado com o princípio interior de graça.
Segundo, é a essência da ética Cristã no contexto do amor (Romanos 13:8-10). Como
o amor cumpre a lei, por isso, ele é definido por ela; Veja a Pergunta 163.
Terceiro, a lei é para a humildade do crente (Romanos 7:14-8:4).
Finalmente, a lei faz o crente olhar constantemente para e glorificar a Pessoa e a obra
de Cristo no contexto da graça soberana, como Aquele que o libertou de sua
condenação (Gálatas 3:13; 4:4-5; 6:14, 16; Filipenses 3:7-9).
Um conceito bíblico consistente da lei moral deve incluir ambas as suas formas negativas
e positivas, como claramente ilustrado no ministério e ensino de nosso Senhor Jesus Cristo.
O Seu ensino e o dos Apóstolos inspirados não anularam a lei moral, antes a reforçaram
(Mateus 5:17-18; 22:36-40; Romanos 3:19-20, 27-31; 7:7-13; 13:8-10; 1 Timóteo 1:5-11). É
absolutamente incompreensível que alguém deva colocar a doutrina de nosso Senhor e
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dos Apóstolos inspirados contra a verdade e a realidade da lei moral como dada no Antigo
Testamento. Além disso, a lei moral em sua expressão mais completa deve incluir os comandos morais de próprio nosso Senhor e de Seus Apóstolos inspirados. É, portanto, inclusivo de todos os mandamentos morais da Palavra de Deus. O Decálogo e os “Dois Grandes
Mandamento” são apenas o epítome, isto é, resumo da lei moral, e o melhor comentário
sobre a lei moral é o restante das Escrituras.
A terminologia “Palavra-Lei” de Deus é usada ao longo desta seção. Por isto se entende a
Palavra de Deus que está na natureza do comando ou lei para o homem. Por este uso, nós
procuramos manter a natureza e autoridade da Palavra de Deus. No contexto da Palavra
de Deus, estamos em obediência ou desobediência.
Pergunta 41: Será que a lei foi destruída pela obra redentora do Senhor Jesus Cristo?
Resposta: A lei de Deus não foi destruída pela obra redentora do Senhor Jesus Cristo. Em
vez disso, o seu conteúdo foi modificado e sua administração foi alterada.
Êxodo 20:1-3: “Então falou Deus todas estas palavras, dizendo: 2 Eu sou o Senhor teu
Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. 3 Não terás outros deuses diante
de mim”.
Romanos 7:12: “E assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom”.
Mateus 5:17-19: “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas
cumprir. 18 Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota
ou um til jamais passará da lei, sem que tudo seja cumprido. 19 Qualquer, pois, que violar
um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado
o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande
no reino dos céus”.
Romanos 8:4: “Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo
a carne, mas segundo o Espírito”.
Romanos 10:4: “Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê”.
Veja também: Êxodo 20:1-17; Deuteronômio 5:1-22; Mateus 22:36-40; Romanos 7:7-14;
8:1-9; 1 Timóteo 1:5-11.
Comentário
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Os Antinomianos (Gr. anti, “contra”, e nomos, “lei”) afirmam que a lei moral foi destruída por
meio da obra redentora do Senhor Jesus Cristo. Assim, ela supostamente não tem lugar na
vida do crente.
Alguns antinomianos sustentam que “a lei” foi substituída pela “graça”, e que desde a morte
sacrificial de nosso Senhor, a lei é irrelevante. Assim, ela não tem qualquer relação com
incrédulos ou crentes. Veja a Pergunta 134. Qual dos Dez Mandamentos, como o epítome,
isto é, resumo da lei moral, com a possível exceção do Quarto, foi destruído? Nenhum.
Cada Mandamento ainda está em vigor e sua violação é considerada pecado. A questão
do Sabath, corretamente entendida, também precisa encontrar a sua expressão moderna
tanto na devida observância quanto na antecipação da glória eterna. Veja as Perguntas 5051. A questão não é a destruição dos Dez Mandamentos, mas uma abordagem bíblica à
sua perpétua relevância, como todos eles são claramente reiterados no Novo Testamento,
com exceção da observância do Sabath, que presume um contexto da Nova Aliança.
A lei como uma aliança não foi destruída. Ao invés disso, o seu conteúdo e administração
foram modificados: Primeiro, seu conteúdo foi alterado. A lei Cerimonial — o sistema de
sacerdotal, sacrificial e os rituais — foi cumprida na Pessoa e na obra redentora de nosso
Senhor. A lei Civil com suas restrições sociais e suas leis dietéticas eram em grande parte
nacionais e históricas. As distinções do Antigo Testamento sobre o povo da aliança de Deus
(Israel nacional) eram essencialmente físicas, dietéticas e cerimoniais; os distintivos do
povo (crentes) da aliança de Deus do Novo Testamento são espirituais.
Neste contexto, a ideia de “lei” na Epístola aos Gálatas, deve ser considerada. O Apóstolo
Paulo está se referindo à “lei” em um sentido inclusivo, não à lei moral, como ele define “lei”
e “graça” em justaposição. Ele inclui festivais e circuncisão judaicos nesta ideia de “lei”, e
assim está se opondo à instituição Mosaica geral como representativo de uma obra-religião
em oposição ao Evangelho da graça. A questão é a justificação, não a santificação; obras
em oposição ao Evangelho da graça. A lei moral permanece como a revelação e o epítome
do caráter santo e justo de Deus.
Segundo, sua administração foi alterada (Ezequiel 36:25-27; Jeremias 31:31-34; Hebreus
8:1-13; Romanos 2:11-16; 6:14; 8:1-9; 2 Coríntios 3:1-3, 6). A lei de Deus não está mais
apenas escrita em tábuas de pedra, mas no coração (ser interior) do crente individual na
regeneração. A lei foi interiorizada pelo Espírito de Deus no contexto de Sua graça capacitadora. Assim, o crente, pela dinâmica da graça Divina por meio do Espírito, é necessária
e efetivamente posto em conformidade com a lei moral de Deus, que existe desde o
princípio.
A fraqueza da Antiga Aliança era que o coração se mantinha inalterado e a religião era
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meramente externa, exceto por um remanescente eleito de verdadeiros crentes. Sob a Nova Aliança ou Aliança do Evangelho, o coração ou o ser interior é transformado através da
graça regeneradora para agir conforme, em princípio, com a lei moral. Veja a Pergunta 83.
Qualquer negação desta realidade é uma negação da graça Divina na regeneração, conversão e santificação — e isto atinge no próprio coração do antinomianismo prático (a negação
da lei). A união do crente com Cristo é necessariamente uma transformação da vida espiritual, moral, intelectual e ética. Veja a Pergunta 77.
Se a lei não foi destruída, então qual é a sua relevância? A relevância e a perpetuidade da
lei moral podem ser entendidas pelas seguintes considerações:
Primeiro, o prólogo do Decálogo estabelece o contexto histórico, redentor e pactual
com a lei: “Então falou Deus todas estas palavras, dizendo: Eu sou o Senhor teu Deus,
que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão” (Êxodo 20:1-2). Deus revela-Se
como Deus e Redentor da aliança de Israel. Assim, a lei foi dada a um redimido povo
da aliança para que eles pudessem refletir o caráter moral do Senhor seu Deus, e não
como um meio de salvação, ou simplesmente como um documento legalista para
Israel. A redenção requer revelação, e a revelação contém a legislação, tanto na
Antiga quanto na Nova Aliança (Romanos 3:19-20; 1 Timóteo 1:8-10; 1 João 2:3-5).
Esta doação histórica da lei nesta maneira codificada deve ser entendida em um
contexto mais amplo da aliança Abraâmica (Gênesis 12:1-3; Êxodo 2:24; Deuteronômio 29:12-13). Os crentes na economia do Evangelho devem também refletir o
caráter moral de Deus como seu redimido povo da aliança em Jesus Cristo (Hebreus
12:14; 1 Pedro 1:14-16; 2:9), que é a verdadeira “Semente de Abraão” e o cumprimento dessa promessa de aliança (Gálatas 3:6-26). A lei magnifica o Senhor Jesus
que com Sua obra redentora cumpriu as exigências da lei quanto a nossa justificação.
Nós devemos refletir a justiça da lei como a nossa santificação em obediência a Ele,
pela graça e pelo Espírito de Deus (Romanos 8:1-4; 1 João 2:3-5).
Segundo, a natureza, o caráter e a autorrevelação de Deus devem determinar a
relevância da lei — não os nossos próprios pensamentos ou sentimentos. Deus é
imutável. A lei moral é a transcrição de Sua autoconsistência moral ou caráter
justíssimo. É por esta razão que a lei moral e seus princípios permanentes reaparecem
no Novo Testamento e têm necessariamente uma afinidade mais próxima com o
Evangelho (Mateus 22:37-39; Romanos 7:12, 14; 8:1-4; Gálatas 3:24; 1 Timóteo 1:511; 6:14-16; Tiago 2:8; 1 Pedro 1:15-16).
Terceiro, deve haver uma lei moral para os seres morais na ordem e no governo moral
criados por Deus. A lei moral é para seres racionais, moralmente responsáveis, que
um dia estarão diante de Deus para serem julgados (Romanos 3:19-20). Seria impen-
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sável para um Deus santo e justo ter um povo ímpio e injusto como o resultado glorioso
de Sua concessão da graça, ou que o padrão Divino para o povo de Deus deve ser
deixado à experiência subjetiva ou à especulação (Romanos 2:14-16; Tito 2:11-14;
Hebreus 12:14; 1 Timóteo 1:5-11; 1 Pedro 1:13-16; 2:9).
Quarto, a santificação é a conformidade em princípio, com o caráter moral de Deus —
a santidade, que reflete a lei de Deus. A santificação do Evangelho não é legalismo,
mas uma conformidade graciosa e intencional à Palavra de Deus pela graça capacitadora do Espírito Santo (Romanos 8:1-4; 2 Coríntios 3:6, 17-18; 1 João 2:3-5; 3:22).
Quinto, não há “graça antinomiana”. A graça leva o crente a um princípio de conformidade com a lei de Deus (Romanos 8:1-4; 1 João 2:3-5). Embora a própria lei não
possua o poder de santificar (o fracasso dos homens em cumprir a Antiga Aliança:
Romanos 6:14; 8:3-4), ela é o nosso padrão para a santificação à medida que ela
expressa a autoconsistência moral ou perfeita justiça de Deus (Jeremias 31:31-34;
Ezequiel 36:25-27; Romanos 8:3-4; Efésios 2:5, 8-10; Hebreus 8:1-13).
Sexto, o pecado, a justiça e o amor devem ser definidos e compreendidos nos termos
da lei (Romanos 8:3-4; 13:8-10; 1 João 3:4). O “Amor” não é o cumprimento da lei no
sentido temporal, mas em um sentido interpretativo. Apartado da lei, o amor permanece biblicamente indefinido e despojado de seu caráter moral necessário. A ausência
ou a destruição da lei não é liberdade, mas ilegalidade (Romanos 13:8-10; Gálatas
5:22-23; 1 Timóteo 1:5).
Finalmente, a lei moral de Deus não é apenas reiterada, mas fortalecida no Novo
Testamento, que revela sua verdadeira natureza espiritual (Mateus 5:17-19, 27-29;
43-44, 48; Romanos 7:12; 1 Timóteo 1:5-11; 1 João 3:15).
A fé não anula a lei de Deus, antes a estabelece (Romanos 3:21-31). Como crentes, nós
“morremos para a lei” como um instrumento de condenação. Em virtude de nossa união
com Cristo e fé nEle, a lei é estabelecida, não destruída (Romanos 3:21-31; 7:4; Gálatas
2:16-21). Este “estabelecimento da lei” pela fé é mostrado de duas maneiras:
Primeiro, em Sua obediência ativa (Sua vida santa, sem culpa) e passiva (Seu sofrimento e morte), nosso Senhor vicariamente tanto guardou a lei por nós quanto, então,
pagou sua penalidade. Assim, as reivindicações da lei contra nós foram totalmente
respondidas em virtude de nossa união com Cristo.
Segundo, com base na obra redentora de nosso Senhor, o Espírito Santo nos capacita
a estar em conformidade com os princípios da lei. Isto não é justificar o comporta-
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mento, mas a obra santificadora do Espírito da graça que nos refaz completamente,
dando-nos um novo coração, uma nova mente (Ezequiel 36:25-27; Romanos 6:14;
8:1-4; 2 Coríntios 3:1-6; Gálatas 5:22-23; Hebreus 8:1-13).
A lei é boa, se alguém dela usa legitimamente, ou seja, a maneira como Deus destinou que
ela fosse usada (Romanos 7:10, 12, 14; 1 Timóteo 1:8), e não como um assunto de debate,
contenda e tradição religiosa legalista. A lei é espiritual na medida em que deriva de Deus
e trata não só com a vida exterior, mas o coração ou ser interior do homem (Romanos 7:12,
14). Ela não só proíbe o ato externo, mas qualquer coisa que leva a tal (Mateus 5:17-18;
Gálatas 3:19-24; Romanos 3:19-20; 5:20; 7:12-14a; 1 Timóteo 1:8-11; 1 João 3:15). Nenhuma mera conformidade externa com estes preceitos é a verdadeira obediência que Deus
exige, mas uma conformidade de coração através da graça capacitadora.
A lei Divina é absoluta e original; a lei humana é relativa e derivada. A lei humana deve
refletir a lei de Deus. Apartada da lei Divina, a lei humana é necessariamente baseada em
costumes sociais ou consenso humano, e assim torna-se estatística, positiva ou inclusiva
de uma forma totalitária (a lei negativa é necessariamente limitada e específica, a lei positiva
é ilimitada e inclusiva), moralmente relativista, e de modo arbitrário, e, muitas vezes,
contraditória e injusta.
A administração da Lei de Deus está nas mãos de Seu ressurreto, glorificado e assunto
Filho, o Senhor Jesus Cristo, que agora Se assenta com todo o poder e autoridade como
“Rei dos reis” e “Senhor dos senhores” sobre o universo criado e como o juiz final de todos
os homens (Salmos 2:1-12; Mateus 5:18; 28:18; João 5:22; Atos 2:36; 1 Coríntios 15:2526; Filipenses 2:9-11; Colossenses 1:13-17; Hebreus 1:1-3; Apocalipse 11:15; 19:11-16).
Assim, o Senhorio de Jesus Cristo se estende a todas as esferas da vida: individual, civil,
familiar, espiritual, eclesiástica, moral, ética, social, política e educacional; científico, econômico e ambiental. A neutralidade é um mito. Não pode haver qualquer autonomia para o
homem, nenhuma área de realidade onde Jesus Cristo não é o Senhor. A autonomia humana leva à anarquia política e moral ou ao totalitarismo e à escravidão. Submissão ao
Senhorio de Cristo significa a verdadeira liberdade sob a Palavra de Deus.
Nós amamos a Lei de Deus?
Pergunta 42: Qual é a relação entre a lei e o Evangelho?
Resposta: A lei e o Evangelho não são contraditórios, mas complementares. A lei deve ser
pregada de forma evangélica e o Evangelho não deve ser pregado de forma legalista.
Romanos 3:20: “Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei,
porque pela lei vem o conhecimento do pecado”.
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Gálatas 3:23-24: “Mas, antes que a fé viesse, estávamos guardados debaixo da lei, e
encerrados para aquela fé que se havia de manifestar. 24 De maneira que a lei nos serviu
de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados”.
1 Timóteo 1:8: “Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela usa legitimamente”.
Comentário
O legalismo e o antinomianismo representam os dois extremos a respeito da lei. O legalismo
em sua forma mais extrema é simplesmente a salvação pelas obras. Em sua forma mais
comum, é uma abordagem legalista para questões espirituais. O legalismo não é a verdadeira espiritualidade. É antes, um sistema “faça” e “não faça” feito pelo homem que substitui
os comandos bíblicos. O Antinomianismo é um tipo de ilegalidade, visto que a ausência da
lei não é liberdade, mas anarquia. O Antinomianismo, no entanto, geralmente leva ao
legalismo, porque o homem, supostamente libertando-se da lei de Deus, inevitavelmente a
substitui por uma “lei” (sistema legalista) própria — inevitavelmente um sistema sem graça.
A pregação da lei não é necessariamente uma “pregação legalista”. Como existe uma forma
legalista de pregar o Evangelho, assim existe uma forma evangélica de pregar a lei. O
Evangelho é pregado de forma legalista quando é pervertido em um sistema de obras ou
habilidade natural para a salvação. Se alguém olhar para o seu próprio arrependimento ou
fé para a salvação, em vez de Cristo, ele é um legalista inconsciente. O Evangelho também
é pregado de uma forma legalista quando é expresso em termos de regras e regulamentos
que não sejam bíblicos, mas, sim, humanistas.
A lei é pregada de uma forma evangélica quando está em sua devida conexão com o
Evangelho. A lei é pregada evangelicamente quando não contradiz o Evangelho, nem se
opõe a ele, nem fica como um substituto para o Evangelho. Nem ainda, a lei deve ser
pregada à parte do Evangelho, ou deve se tornar mera pregação legalista. Bíblica, lógica,
e evangelisticamente, a lei prepara o pecador para o Evangelho expondo o pecado por
aquilo que ele é no contexto de Deus e Sua justiça (Gálatas 3:24; Romanos 3:19-20; 5:20;
7:7-13).
A menos que alguém observe tanto o uso explícito quanto o implícito da lei, ele poderia
bem não compreender o lugar dela no ministério evangelístico de nosso Senhor e dos
Apóstolos inspirados:
Primeiro, o uso explícito da lei é bastante evidente na pregação do nosso Senhor,
como foi notado nos casos do “jovem rico” (Mateus 19:16-26; Marcos 10:17-27; Lucas
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18:18-27), e o “doutor da lei” (Lucas 10:25-37). Este uso explícito da lei também
parece ser evidente no ministério de Estêvão e a consequente conversão do Apóstolo
Paulo (Atos 6:8-15; 7:58-60; Atos 9:1-8; Romanos 7:7-13; Filipenses 3:1-9).
Segundo, existem muito mais exemplos do uso implícito da lei tanto na pregação de
nosso Senhor e dos Apóstolos. Em nossos exemplos do ministério do Senhor pode
ser tirado de Sua entrevista com a mulher samaritana no poço (João 4:1-29), e a
mulher achada em adultério (João 8:1-11). Ambos estão preocupados com o Sétimo
Mandamento. Uma nota deve-se tomar da pregação inspirada de Pedro (Atos 2:2324; 3:13-15; 4:10; 5:26-33), Estêvão (Atos 7:51-54) e Paulo (Atos 13:26-30), acusando
os judeus de assassinato do Filho de Deus — uma violação clara do Sexto
Mandamento. A pregação implícita da lei também é evidente na defesa do Apóstolo
Paulo diante do Areópago de Atenas (Atos 17:22-31, e a declaração contra a idolatria
e do justo juízo futuro) e em seu discurso perante Felix e Drusila, quando “ele tratou
da justiça, da temperança e do juízo vindouro” (Atos 24:24-25).
Pergunta 43: Qual é a soma dos Dez Mandamentos?
Resposta: A soma dos Dez Mandamentos é amar a Deus com a totalidade do nosso ser e
amar o nosso próximo como a nós mesmos.
Deuteronômio 6:4-5. “Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR. 5 Amarás,
pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas
forças”.
Mateus 22:37-39: “E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e
de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. 38 Este é o primeiro e grande mandamento.
39
E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Desses dois
mandamentos dependem toda a lei os profetas”.
Tiago 2:10: “Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se
culpado de todos”.
Veja também: Êxodo 20:1-17; Deuteronômio 6:4-5; 1 Timóteo 1:5-11; Tiago 2:10-11.
Comentário
Uma introdução geral à lei moral, Decálogo ou Dez Mandamentos é necessária antes de
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uma exposição de cada Mandamento separadamente, a fim de obter uma compreensão
adequada da natureza e do caráter da lei de Deus.
O Decálogo pode parecer extremamente simples, já que cada mandamento é dado em
termos muito específicos, ou seja, como um exemplo de jurisprudência. A jurisprudência é
representante de princípios muito amplos e inclusivos — como demonstrado por outros
exemplos de jurisprudência em todo o restante das Escrituras. Estes princípios derivam da
autoconsistência moral de Deus, e assim cada Mandamento necessariamente condena
qualquer e todos os pensamentos e inclinações que levam a qualquer ato evidente de transgressão, e do mesmo modo recomenda a consciência a todos os pensamentos e inclinações que conduzem à obediência. Por exemplo, aquele que olha para uma mulher com
desejo já cometeu adultério em seu coração diante de Deus (Mateus 5:27-28). Aquele que
odeia a seu irmão é assassino (1 João 3:15). Isto significa que a lei moral de Deus codificada no Decálogo é capaz de expansão infinita e inclusiva.
Em cada Mandamento, o negativo implica o positivo, e o positivo implica o negativo. A lei
em sua declaração positiva exige obediência total e inabalável, fidelidade e devoção (amor)
a Deus; e o devido respeito, relações equitativas e um amor por todos os homens (Deuteronômio 6:4-5; Mateus 22:36-40). A lei negativa é necessariamente específica e restrita; a lei
positiva é necessariamente totalitária e assim a lei positiva é o domínio de Deus apenas.
A lei de Deus é uma unidade. Quebrar um dos mandamentos de Deus é quebrar todos eles
(Romanos 3:19-20; Gálatas 3:10; Tiago 2:10). Veja a Pergunta 63. Todo pecado é contra
Deus. Todo pecador é um fraudulento, infrator, transgressor da lei, um “fora da lei”, um adúltero diante de Deus, independentemente se um ou todos os mandamentos são quebrados,
e a punição para a quebra de um ou de todos os mandamentos é a morte, morte eterna,
porque todo e cada pecado é contra o próprio Deus — um Deus infinito, eterno, santo e
justo. Deus legislou a moralidade no Decálogo. Estes Mandamentos não podem ser melhorados, e, em princípio, subjazem a base social, religiosa, moral, filosófica e legal de todas
as tentativas históricas na lei humana equitativa e consistente. Nós simplesmente não
devemos casualmente pôr de lado ou ignorar a lei moral de Deus!
O melhor comentário sobre a lei moral são as próprias Escrituras. O princípio vastamente
conhecido como a “analogia da fé”, tanto a clareza das “Escrituras” ou “Escrituras interpretam as Escrituras” demonstram o verdadeiro significado e implicações da lei moral. O
Novo Testamento é o grande inspirado comentário evangélico sobre a natureza relevante
e inclusiva da lei moral.
No Decálogo, oito Mandamentos estão enquadrados na negativa, cada um definitiva e
fortemente aplica uma proibição perpétua no Hebraico. Dois estão enquadrados na positiva,
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e também são muito rigorosos na força deles, usando a mais forte construção gramatical
possível.
Pergunta 44: Qual é o Primeiro Mandamento?
Resposta: O Primeiro Mandamento é: “Eu sou o SENHOR teu Deus, que te tirei da terra
do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim” (Êxodo 20:1-3).
Pergunta 45: Qual é o significado do Primeiro Mandamento?
Resposta: O Primeiro Mandamento exige que o homem conheça e adore a Deus, e o
reconheça como o único Deus verdadeiro em todas as esferas da vida.
Veja também: Gênesis 1:1-3; 39:8-9; Deuteronômio 4:28; 5:6-7; 6:4-5; 26:17-18; 32:15-21;
Josué 24:14-15; 2 Samuel 22:32; 1 Reis 18:21; 2 Reis 19:15; 1 Crônicas 28:9; Salmos 14:1;
66:18; 81:8-16; 96:4-10; 139; Isaías 40:15-31; Mateus 4:10; 6:24; Romanos 1:18-22; 11:3336; 1 Coríntios 8:4-6; Filipenses 2:9-11; Hebreus 1:2-12; Apocalipse 1:10-18; 4:8-11.
Comentário
O Primeiro Mandamento faz uma introdução ao restante do Decálogo através da autorrevelação de Deus, e está dividido em três partes: uma revelação do Senhor Deus, uma
declaração de libertação com poder e uma proibição perpétua contra todo e quaisquer
falsos “deuses”.
Deus é absoluto e, assim os Seus direitos sobre o homem em Sua Palavra são absolutos.
Porque Deus é absoluto, e cada fato é criado e definido por Ele, todo o reino da realidade
e da humanidade criada é sagrado, ou seja, não pode ser dividido em “secular” e “sagrado”.
Todas as coisas sem exceção existem por e para Deus, e existem para glorificá-lO. Ele
deve ser absolutamente soberano sobre todas as esferas da vida e atividade. Assim, o
reconhecimento, a submissão e obediência a Deus em todas as esferas da vida é a própria
essência da adoração.
Este Mandamento proíbe qualquer desvio ou perversão da autorrevelação do Senhor Deus
das Escrituras, incluindo: o ateísmo (sem Deus), politeísmo (muitos deuses), dualismo (princípios bons e maus iguais disputando o controle do universo), panteísmo (Deus sinônimo
inseparável da criação), panenteísmo (uma mistura de teísmo e panteísmo sustentando
que Deus é o universo e ainda mais do que o universo, um ser complexo que está por si
mesmo em processo de mudança), idolatria, e também a ignorância religiosa, neutralidade
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e hipocrisia. Tudo o que está em primeiro na vida de alguém é o seu “deus”, exigindo seu
tempo, seus pensamentos, seus recursos e as suas energias. Nem todos os ídolos são
feitos de madeira ou pedras, ou de ouro ou prata. Alguns são mentais ou constituídos em
um coração-idólatra. Qualquer pessoa ou coisa que se torna um fim em si mesma torna-se
um ídolo (1 Coríntios 10:31; Colossenses 3:5). Deus legitimamente exige que Ele seja a
nossa única grande prioridade.
Embora este Mandamento esteja enquadrado no negativo, ele ordena certos deveres
positivos:
Primeiro, Deus deve ter prioridade absoluta nos pensamentos, ações e adoração de
todos os homens em todas as esferas da vida e da atividade. Esse é o Seu direito
soberano como Criador e Regente do universo (Romanos 11:36; 1 Coríntios 10:31).
Segundo, o homem deve conhecer a Deus. Posto que Ele é infinito e o homem é finito,
este só pode conhecer a Deus ao passo que Ele tenha o prazer de revelar-Se tanto
na natureza quanto nas Escrituras (Romanos 1:18-25; 2 Timóteo 3:16-17).
Terceiro, o homem deve temer a Deus e conhecê-lO corretamente por meio de Sua
autorrevelação. Este medo é um temor reverencial que é consistente com um amor
reverente e admiração. Temê-lO, leva o homem a adorá-lO (Êxodo 20:20; Deuteronômio 6:2; 4-5; 13:4; Salmos 86:11; Eclesiastes 12:13-14; Mateus 22:36-40). Os
israelitas foram ensinados a temer a Deus por Ele ter julgado os “deuses” do Egito por
meio das pragas e os haver livrado com mão forte (Êxodo 3:19-20; 6:6; 9:13-14; 11:9;
12:12; Romanos 9:17). Os crentes são ensinados a temer a Deus lendo Sua Palavra,
reconhecendo Seu poder, Seu ódio ao pecado, Sua absoluta santidade e justiça e
experimentando Sua mão de correção (Hebreus 12:3-12).
Quarto, o único e verdadeiro Deus deve ser o único e verdadeiro objeto de adoração
do homem. Isto exige necessariamente adoração de coração e não mera religião exterior, visto que a verdadeira adoração começa no coração e na mente (Deuteronômio
4:29; 10:16; 6:4-5; Salmos 19:8, 14; 37:13; Mateus 22:37; Romanos 2:28-29).
Quinto, para adorar a Deus biblicamente o homem caído e pecador deve aproximarse dEle por meio do Senhor Jesus Cristo como Mediador, Redentor, Salvador, Penhor
e Grande Sumo Sacerdote. A verdade do Evangelho é uma parte essencial da
Palavra-Lei de Deus (João 14:6; Atos 4:12; 1 Timóteo 2:5).
Sexto, adoração implica serviço. Nosso Senhor sabia disso na tentação no deserto
(Mateus 4:8-10). A verdadeira adoração não pode permanecer teórica, abstrata ou
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separada do restante da vida, mas deve ser expressa na totalidade da vida (Êxodo
20:5; Deuteronômio 11:13; Romanos 12:1-2).
Será que Deus tem a prioridade em nossas vidas? Nossa adoração é teórica ou expressa
em serviço?
Pergunta 46: Qual é o Segundo Mandamento?
Resposta: O Segundo Mandamento é: “Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma
semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo
da terra. 5 Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou
Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração
daqueles que me odeiam. 6 E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que
guardam os meus mandamentos” (Êxodo 20:4-6).
Pergunta 47: Qual é o significado do Segundo Mandamento?
Resposta: O Segundo Mandamento exige que o homem receba, observe e mantenha
puros e em sua totalidade todos os cultos e ordenanças religiosas tal como Deus nos
prescreveu em Sua Palavra.
Veja também: Gênesis 4:1-8 (1 João 3:11-12); Êxodo 20:25-26; 32:1-8; 34:12-17, 23;
Levítico 10:1-3; 19:4; 26:1; Deuteronômio 4:15-20; 11:16-17; 12:28-32; 16:21-22; 27:15;
Juízes 17:1-13; 1 Reis 11:1-11; 12:28; Salmos 106:34-39; Isaías 40:18-20; 42:8; 44:8-20;
Jeremias 10:14-15; Ezequiel 8:1-18; 36:25-27; Habacuque 2:18-20; João 1:1, 14, 18; 4:24;
Atos 17:16, 22-31; Romanos 1:21-25; 1 Coríntios 10:7; Efésios 5:5; Colossenses 2:18, 3:5;
2 Timóteo 3:5; Apocalipse 2:14; 21:8.
Comentário
O Segundo Mandamento pode ser resumido em quatro partes: a proibição perpétua de
fazer qualquer objeto ou representação com a intenção de usá-lo em adoração idólatra,
uma revelação do caráter de Yahwéh Deus, a retribuição contra os pecadores e os descendentes deles até a quarta geração e uma expectativa de misericórdia estendida para
aqueles que são obedientes.
Ambos, o Catolicismo e o Luteranismo mesclam este Segundo Mandamento com o Primeiro, então dividem o Último Mandamento em dois para preservar o número total. Isto foi
feito em ambos os casos para evitar o problema do uso de imagens e figuras na adoração,
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ou seja, com o mesmo recurso chegamos à conclusão de que não se dever adorar imagens
em hipótese alguma, justamente ao contrário do que eles acreditam.
O homem como o portador da imagem de Deus possui um instinto religioso, e assim não
precisa de ordem para adoração; ele ao contrário precisa ser orientado sobre como deve
ser sua adoração por causa de sua natureza pecaminosa decaída. O Primeiro Mandamento
revela o Objeto de nossa adoração que se revela como único e verdadeiro Deus, o
Segundo: O modo de nossa adoração. Deus revela Sua natureza e como Ele deve ser
adorado, e aponta-nos para a única religião verdadeira. O Primeiro se opõe a todos os
falsos deuses; o Segundo se opõe a toda a adoração obstinada e idólatra.
Deus é espiritual e deve ser adorado em espírito e em verdade (João 4:24; 1 Timóteo 6:1516). Qualquer tipo de idolatria, representação material ou física perverte e limita o conceito
de alguém acerca de Deus. Nem toda idolatria, no entanto, é física ou material. Há uma
idolatria mental não-bíblica que limita a concepção de alguém acerca de Deus. A idolatria
mental distorce a verdade de Deus no pensamento de alguém em tais realidades como a
Sua natureza, caráter (Êxodo 5:2; Salmos 50:21-22; Isaías 29:15; 36:2-20), autoconsistência moral (Salmo 73:9-11; Sofonias 1:12) ou poder (Gênesis 20:9-11; 1 Reis 20:23, 2829; 2 Reis 5:1ss). Assim, alguém — mesmo sem um ídolo material — ainda pode adorar o
“deus” de sua própria imaginação.
Deus determina como, quando e com o que Ele deve ser adorado. Não há lugar para a
vontade própria humana na adoração Divina (Colossenses 2:23). Este foi o pecado de
Caim. Ele estava determinado que Deus deveria aceitá-lo e sua “oferta” em seus próprios
termos humanos, e não da maneira que Deus havia revelado (Gênesis 4:1-12; 1 João 3:1112). Deus é gracioso em Suas exigências, e não aceitará os enfeites ou adições da inovação humana (Êxodo 20:25-26), uma abordagem pragmática (1Samuel 15:17-24) ou adoração que Ele não ordenou (Levítico 10:1-3).
A verdadeira adoração a Deus é simplesmente a adoração que Ele mesmo ordena — sem
quaisquer adições (Levítico 10:1-3) ou exclusões (Mateus 28:20). Isto é conhecido como “o
princípio regulador”. Adoração deve ser bíblica, e aquilo que não é bíblico (contrário ao
ensino explícito ou implícito das Escrituras, inovador, pragmático ou meramente tradicional
ou “contemporâneo”) deve ser evitado.
O desejo inerente do homem em ver ou visualizar o Deus invisível encontra sua resposta
no Senhor Jesus Cristo, que é Deus manifestado em carne (Isaías 9:6; João 1-3, 14, 18;
João 17:1-5; Colossenses 1:12-19; 2:9; 1 Timóteo 3:16; Hebreus 1:3). Adorar o Senhor
Jesus não é idolatria, antes é adoração verdadeira e bíblica.
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Nós já renunciamos e derrubamos todos os nossos ídolos? Existe alguma coisa em nossas
vidas que seja um fim em si mesma e não um meio pelo qual devamos glorificar a Deus (1
Coríntios 10:31; Colossenses 3:5)?
Pergunta 48: Qual é o Terceiro Mandamento?
Resposta: O Terceiro Mandamento é: “Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus em
vão; porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êxodo
20:7).
Pergunta 49: Qual é o significado do Terceiro Mandamento?
Resposta: O Terceiro Mandamento requer o santo e reverente uso dos nomes de Deus,
bem como Seus títulos, atributos, ordenanças, Palavra e obras, e proíbe a profanação deles
de qualquer forma.
Veja também: Levítico 19:12; 24:10-14; Deuteronômio 6:13; 23:21; 28:58; Salmos 8:1; 20:1;
29:2; 68:4; 109:17-18; 138:2; Provérbios 30:8-9; Eclesiastes 5:1-6; Isaías 48:1-2; 65:16;
Jeremias 23:10-11; Ezequiel 36:23; Mateus 5:37; 6:9; 7:21-23; 12:36-37; Lucas 6:46; João
17:6; Atos 1:8; 4:12; 9:15-16; Romanos 2:24; 3:13-14; 2 Coríntios 5:20; Filipenses 2:9-11;
Colossenses 3:17; 2 Timóteo 2:19; Tito 2:5; Apocalipse 13:5-6; 15:4.
Comentário
Este Mandamento é duplo em sua análise: primeiro, uma proibição perpétua declarada. O
nome de Deus não deve ser tomado de alguma forma inferior do que aquela que apropriada
e reverentemente reflita Sua verdadeira natureza, valor, honra, glória e majestade. Segundo, um aviso emitido: o julgamento ou castigo Divino é uma certeza para o profanador.
O Primeiro Mandamento revela o Objeto de nossa adoração: o único verdadeiro Deus, o
Segundo, o modo de nossa adoração: espiritualidade verdadeira; o Terceiro, nossa atitude
interior diante de Deus em adoração: reverência verdadeira, ou um modo de espírito
apropriado.
Existem muitas maneiras pelas quais o nome de Deus pode ser tomado em vão: em pensamento, palavra ou ação. Blasfêmia, profanação, juramentos e maldições são os quatro principais meios explícitos de violação deste Mandamento. Futilidade ou frivolidade a respeito
do nome de Deus também é proibido, como é a hipocrisia na profissão religiosa.
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Rebaixar a Palavra de Deus também está necessariamente incluído nesta proibição, como
está invocar o Seu nome em oração quando a oração é a partir da vontade própria ou de
forma incompatível com a Sua natureza e caráter (Mateus 6:9). Veja a Pergunta 101.
Existem várias maneiras comuns nas quais o nome de Deus é tomado em vão:
Primeiro, quando há blasfêmia, maledicência, injúria intencional ou discurso injurioso
contra a majestade de Deus (Mateus 12:24-32; Romanos 2:21-24).
Segundo, em caso de profanação, que pressupõe o nome de Deus. Profanação se
refere especificamente ao uso irreverente do nome de Deus ou objetos religiosos. O
termo deriva de pro, “antes”, e fanum, “templo, relicário, santuário”, e assim diante do
(ou fora) templo (morada de “deus”) e, portanto, “comum, secular, fora do reino de
Deus”. Deus, porém, é o Deus de toda a realidade criada, onipresente, imenso e imanente. Não existe nada além dEle, nada secular, comum ou profano. Assim, profanar
qualquer coisa associada com Deus é tomar o Seu nome em vão (Mateus 5:33-37).
Terceiro, quando se profere um juramento. Juramento pode se referir à linguagem
vulgar em geral, mas refere-se especificamente a um juramento que invoca ou se
refere ao nome de Deus ou algum objeto religioso como um meio de impor a veracidade ou determinação de alguém. Proferir um juramento pode ser justo e legítimo ou
pecaminoso, ou seja, tomar o nome de Deus em vão (1Samuel 14:44; 1 Reis 17:1;
Mateus 5:33-37). Um Cristão deve ser tomado por sua palavra, e, portanto, não deve
jurar por algo ou alguém (Mateus 5:33-37).
Quarto, quando se amaldiçoa, isto pode se referir à linguagem vulgar em geral, mas
tecnicamente se refere a chamar a ira ou o julgamento de Deus sobre um inimigo ou
malfeitor. Amaldiçoar pode ser legítimo ou pecaminoso (Levítico 24:11; Números 23:8;
Deuteronômio 27:15-25; Josué 6:26; 1 Samuel 17:43; 2 Reis 2:23-24; 2 Timóteo 4:14).
Amaldiçoar é o mais inútil e sem sentido dos pecados. Ao contrário da idolatria, é transparentemente irreligioso e imediatamente revela o hipócrita. Ao contrário do assassinato, não
existe nem mesmo a possível satisfação momentânea de vingança. Ao contrário da mentira
ou do roubo, não traz nem mesmo vantagem temporária. Ao contrário de imoralidade, não
traz qualquer prazer momentâneo que seja, nem satisfaz qualquer desejo. Ao contrário da
cobiça, que é necessariamente previdente, é irracional e impensado. Por que, então, a
maldição é tão predominante? A humanidade, criada à imagem de Deus, tem o dom da
palavra para louvar a Deus e comunicar-se entre si. A blasfêmia, maldição ou juramento
são terríveis expressões de pecadores depravados que são espiritualmente impotentes
para criar, e só podem articular a frustração de seu pervertido “complexo de deus” por
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vocalizar seu ódio e desprezo tanto por Deus quanto pelo homem em termos perversos e
destrutivos. As palavras se tornam armas, os juramentos se tornam encantamentos frustrados e a maldição se torna uma teologia pervertida de autodestruição. O próprio dom da
palavra, dado com o propósito de declarar a verdade de Deus e tornar a sociedade coerente, ao invés disto, profana o nome de Deus, perverte a verdade e fragmenta a sociedade
(Romanos 3:13-14).
Um juramento civil ou religioso é um reconhecimento de que Deus é o todo-envolvente,
realidade viva, que Ele é moralmente autoconsistente, imanente e infalivelmente trará os
homens ao juízo. Tal juramento reconhece ainda Seu senhorio e domínio sobre todo o
governo humano e religioso, e a validade e prioridade de Sua lei. Assim, juramentos devem
ser levados a sério e perjúrio é uma ofensa grave para ambos, Deus e homem. Um
juramento civil sem a lei-ordem de Deus é, no entanto, sem sentido, como testemunhado
diariamente nos tribunais civis modernos.
É lícito fazer um juramento civil ou religioso? Alguns sustentam que todos os juramentos —
um juramento de ofício político, para testemunho sob juramento em assuntos jurídicos,
juramentos religiosos ou votos — são proibidos por nosso Senhor (Mateus 5:33-37). Os
juramentos proibidos pelo Senhor eram juramentos pessoais desnecessários ou distorcidos. Algo religioso era chamado para dar-lhes força. O crente, nosso Senhor ensinou, deve
ser tomado por sua palavra (“Sim” ou “Não”) sem tais juramentos. Além disso, deve-se notar
que a Escritura registra juramentos apropriados em uma forma positiva. Um voto ou
juramento é um assunto sério e não deve ser tomado de ânimo leve (Eclesiastes 5:1-6).
Deus abençoa a pessoa que faz um juramento e se mantém fiel à sua palavra, apesar da
perda pessoal (Salmos 15:4). Muitas personalidades bíblicas fizeram seus juramentos em
circunstâncias adequadas: por exemplo: Abraão e Eliezer (Gênesis 24:2-9), Jacó (Gênesis
28:18-22; 31:44-55) e Rute (Rute 1:17). Paulo clamou a Deus para ser sua testemunha
(Romanos 1:9; 9:1; 2 Coríntios 1:23; Gálatas 1:20; Filipenses 1:8), um anjo faz um juramento (Apocalipse 10:5-6), nosso Senhor mesmo testemunhou sob juramento (Mateus 26:5964) e o próprio Deus fez o Seu juramento para fortalecer Sua promessa (Isaías 45:22-23;
Hebreus 6:13-18).
Você toma o nome de Deus em vão em seus lábios ou em sua vida?
Pergunta 50: Qual é o Quarto Mandamento?
Resposta: O Quarto Mandamento é: “Lembra-te do dia do sábado, para santificá-lo. Seis
dias trabalharás, e farás toda a tua obra, mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus;
não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua
serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque
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em seis dias fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia
descansou; portanto abençoou o SENHOR o dia do sábado, e o santificou” (Êxodo 20:811).
Pergunta 51: Qual é o significado do Quarto Mandamento?
Resposta: O Quarto Mandamento revela que Deus é soberano ao longo do tempo, e requer
que o homem se mantenha santo para Deus nesses momentos que Ele destinou em Sua
Palavra.
Veja também: Gênesis 2:2-3; Êxodo 16:25-30; 23:10-12; 31:13-17; Levítico 19:30; 23:3;
26:2; Números 15:32-36; Deuteronômio 5:12-15; 2 Reis 4:22-23; Neemias 13:15-22; Isaías
58:13-14; Ezequiel 23:38; Amós 8:4-5; Mateus 12:1-13; 28:1; Marcos 2:23-28; Lucas 4:16;
23:56; 24:1; João 7:22-23; 20:1, 19; Atos 13:14-41; 17:3; 20:7; Romanos 14:5-6; 1 Coríntios
16:2; Gálatas 4:10-11; Colossenses 2:16-17; 2 Tessalonicenses 3:10-12; Hebreus 4:1-11;
10:25; Apocalipse 1:10; 10:5-6.
Comentário
O Quarto Mandamento revela a soberania absoluta de Deus sobre o homem no que diz
respeito ao uso de seu tempo de trabalho, descanso, adoração e recreação. O Sabath,
refletindo o descanso de Deus ao terminar a obra da criação, vem ao homem como uma
bênção Divina e dom, não uma restrição ou carga (Isaías 58:13-14). A divisão deste Mandamento é em quatro partes: primeiro, a admoestação mais forte tanto para lembrar o Sabath
quanto para o santificar (separar). Segundo, o reconhecimento do trabalho, Terceiro, descanso do trabalho. Quarto, a razão para o Sabath. Ele reflete o descanso Divino após a
obra da criação, um descanso de prazer e satisfação.
O Primeiro Mandamento revela a soberania absoluta de Deus sobre nossa adoração; o
Segundo, a espiritualidade de nossa adoração; e Terceiro, a nossa atitude interior na
adoração. O Quarto Mandamento revela a soberania absoluta de Deus sobre o nosso
tempo de trabalho e de descanso, adoração e vocação, ocupação e recreação.
Alguém deve trabalhar antes de poder descansar. Seis dias são os dados por Deus para o
trabalho. Note que seis dias de trabalho não estão necessariamente ordenados, mas sim
que todo o trabalho do homem deve ser feito em seis dias para que ele pudesse descansar
no sétimo: As palavras de abertura “Seis dias, trabalharás...” não devem ser arbitrariamente
separadas do restante da declaração: “...e farás toda a tua obra”, implicando um prazo de
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seis dias para o trabalho para que o Sabath pudesse permanecer separado como um dia
de descanso.
O Sabath semanal não foi o único “Sabath” que Deus ordenou a Israel para observar. Havia
semanais (Êxodo 20:8-11; Deuteronômio 5:12-15), mensais (Números 28:11-15; Romanos
14:5-6) e Sabaths anuais (Êxodo 12:1-20, 43-50; Levítico 23:15-44; Números 28:16-25;
29:1-40), um observado a cada sete anos (Êxodo 23:10-11; Levítico 25:1-7, 18-22; 2
Crônicas 36:20-21) e um observado a cada cinquenta anos (Levítico 25:8-18). Alguns eram
puramente dias de descanso, alguns eram dias de festa e alguns eram dias de adoração
coletiva. Para entender corretamente o significado completo do sábado semanal, alguém
deve entender todo o princípio do sábado ordenado por Deus. O que se segue é um breve
estudo sobre os vários “Sabaths”:
O princípio do Sabath de Israel era o de repouso para o homem, os animais e a terra, instituído por Deus. Este princípio olhou para trás, para a criação e libertação de Israel do Egito,
olhou para Deus em um relacionamento de aliança e olhou para frente profeticamente para
a redenção de toda a criação. Este princípio também foi um princípio de celebração. Ambos
tipicamente anteciparam a redenção-repouso no Senhor Jesus Cristo e na glória futura
(Deuteronômio 5:12-15; Romanos 8:18-23; Hebreus 4:1-11; 2 Pedro 3:7-18).
Para ser bíblico e consistente, alguém deve fazer uma distinção entre o provisório (cerimonial, civil) e o perpétuo: O princípio do Sabath (descanso e adoração) é perpétuo, como
está refletido em ambos, na criação e repouso de Deus (Gênesis 2:2-3; Êxodo 20:11) e na
necessidade do homem descansar, ou seja, “o sábado foi feito para o homem, não o homem
para o sábado” (Marcos 2:27). O princípio do Sabath aponta para frente para o descanso
redentor no Senhor Jesus Cristo (Deuteronômio 5:12-15; Hebreus 4:1-11. Observe que em
Hebreus 4:9 se lê literalmente “um repouso sabático” no grego), e por isso tem um
significado típico que encontrará cumprimento completo na redenção final do homem e da
terra, quando o descanso sabático de Deus e do homem encontrará sua realização final
(Romanos 8:18-23; 2 Pedro 3:13).
Qual, então, em essência, é o significado perpétuo e final do Sabath? O Sabath é descrito
como “o sábado do Senhor Deus”, isto é, Seu Sabath e é rastreado até Seu descanso primitivo de celebração, realização, satisfação (“tudo era muito bom”) e antecipação (Gênesis
2:1-3). O significado nacional ou aliança de Israel era tanto temporário quanto tipológico
(Êxodo 16:25-30; 23:10-12; 31:13-17; Deuteronômio 5:12-15), aguardando a sua verdadeira e plena significação entre os crentes dentro da Nova ou Aliança do Evangelho (Hebreus
4:1-11).
Os crentes agora são trazidos em união com Cristo e assim se alegram em Sua obra reden-
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tora consumada e espiritualmente “descansam” pela fé nEle. Celebramos nossa gloriosa
salvação. Observe a antecipação desse “repouso (sabático) que resta para o povo de Deus”
(Hebreus 4:9). Aguardamos a nossa futura glorificação (Romanos 8:14-23) e a restauração
de toda a criação que, mais uma vez, tornará todas as coisas puras e muito boas” na criação
de “novos céus e uma nova terra em que habita a justiça” (2 Pedro 3:7-13). Com a criação
final e infalivelmente restaurada, e os eleitos de Deus final e completamente redimidos, o
descanso completo e final de Deus será cumprido. O Sabath, então, deveria ser uma celebração da nossa redenção, um deleite, um descanso, tanto físico como espiritual e uma
antecipação daquela glória que está por vir. Tais pensamentos devem santificar e tornar o
Dia do Senhor um deleite.
Embora seja verdade que nem no Antigo ou no Novo Testamento Deus explicitamente
mudou o Sabath semanal do sétimo para o primeiro dia, contudo, desde a ressurreição de
nosso Senhor, os Cristãos se reuniram no primeiro dia da semana (Mateus 28:1; Atos 2:1ss;
20:7; 1 Coríntios 16:2; Apocalipse 1:10). Foi no dia da ressurreição de nosso Senhor, o dia
de Pentecostes, que marcou a igreja do Novo Testamento como instituição ordenada por
Deus para esta economia do Evangelho, pelo poder do Espírito; e antecipa a restauração
total e definitiva de todas as coisas, das quais a Sua ressurreição foi apenas a primeira
declaração. O primeiro dia (tradicionalmente “Domingo”) distingue, assim, o culto Cristão
do culto Judaico. Esta foi a prática apostólica inspirada em todo o Novo Testamento. Assim,
observar o primeiro dia da semana como o Dia do Senhor não é meramente tradicional, é
implícita e explicitamente bíblico (Atos 20:7; 1 Coríntios 16.2).
Você já encontrou essa promessa de repouso no Senhor Jesus? Você encontra prazer no
Dia do Senhor? Você tira algum tempo para antecipar e se alegrar com a vinda do Sabath
da criação?
Pergunta 52: Qual é o Quinto Mandamento?
Resposta: O Quinto Mandamento é: “Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem
os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá” (Êxodo 20:12).
Pergunta 53: Qual é o significado do Quinto Mandamento?
Resposta: O Quinto Mandamento requer que o homem preserve a honra, e execute os
deveres que pertencem a todos em suas posições e relações como legítimos superiores,
inferiores ou iguais.
Veja também: Levítico 19:32; Deuteronômio 5:16; 6:6-15; 21:18-21; 1 Reis 2:19; Provérbios
6:20-24; 22:6, 15; 13:24; 23:13, 22; 30:17; Jeremias 35:18-19; Mateus 10:37-38; 15:3-6;
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Marcos 7:9-13; Lucas 2:51; 9:59-60; 10:16; 14:26; João 19:26-27; Romanos 12:10; 13:1-7;
Gálatas 6:6; 1 Coríntios 4:15; Efésios 5:21-24; 6:1-9; Filipenses 2:3; Colossenses 3:18-4:1;
1 Timóteo 5:4, 16-17; 2 Timóteo 3:15; Tito 2:2-3, 9-10; Hebreus 12:11; 13:7, 17; 1 Pedro
2:13-18.
Comentário
O Quinto Mandamento, pois representa a extensão e a representação da autoridade Divina
nos relacionamentos humanos, forma uma ligação entre os quatro primeiros (a “Primeira
Tábua da Lei”, ou a responsabilidade do homem para com Deus) e os últimos seis Mandamentos (a “Segunda Tábua da Lei”, ou a responsabilidade do homem para com o homem).
A divisão é dupla: primeiro, o Divino Mandamento intensivo para honrar pai e mãe, segundo,
a promessa Divina de longevidade na terra. O Apóstolo Paulo estende esta expressão para
envolver todas as famílias com os pais crentes e longevidade na terra (Efésios 6:1-3).
Os filhos devem honrar seus pais. O termo “honra” tem o sentido de “honra, reverência, respeito, dando muito peso aos” seus pais e mães. Os pais estão no lugar de Deus para os
seus filhos, como uma parte inerente da ordem ordenada por Deus (1 Coríntios 11:3;
Efésios 3:14-15; 5:22-25; 6:1-4; Colossenses 3:18-22; 1 Pedro 3:1, 5-7), e nunca deve ser
tomada de ânimo leve em seus comandos. É a posição ordenada por Deus quanto aos pais
em relação ao filho que deve ser honrada, independentemente do determinado caráter
moral da pessoa que ocupa essa posição. As crianças e os adultos não devem desonrar
seus pais por causa de imperfeições ou falhas percebidas. Os pais da mesma forma carregam uma grande responsabilidade para com os seus filhos sob Deus, como seus representantes. Na ordem moral ordenada por Deus, não há lugar para desonra, arbitrariedade ou
irresponsabilidade.
O termo “pai” é de aplicação muito ampla, referindo-se a toda a autoridade legítima, como
a família é a principal instituição social ordenada por Deus. Para a mentalidade hebraica,
“pai” se refere a qualquer um a quem era devido respeito e honra como estando em um
lugar de superioridade, autoridade, influência ou liderança. É biblicamente usado para se
referir aos pais literais, físicos (Gênesis 15:15; 27:19; Hebreus 12:9), aos patriarcas ou
antepassados célebres (Êxodo 3:6; João 8:39; Tiago 2:21), a alguém ou coisa como
progenitor ou fonte (Jó 38:28), a Deus como um Pai espiritual (Salmos 89:26; Isaías 63:16;
Malaquias 1:6; 2:10; Mateus 6:9; João 8:41; Romanos 8:13-16; Efésios 3:15, 19; Filipenses
1:2), a um ídolo (Jeremias 2:27), aos reis ou governantes (1Samuel 24:11; Isaías 22:21;
38:5; 49:23), aos superiores (Atos 22:1), aos conselheiros, assessores ou profetas (Gênesis
45:8; 2 Reis 2:12; 6:21; 13:14), aos líderes espirituais (2 Reis 13.14; 1 Coríntios 4:15-17; 1
Timóteo 1:2, 18; 2 Timóteo 1:2; 2:1; 1 Pedro 5:13), àqueles que instruem a outros (2 Reis
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2:12; Provérbios 1:8, 10, 15), àqueles em um relacionamento próximo (2 Samuel 7:14; 2
Reis 2:12; Jó 31:18; Hebreus 1:5), àqueles que provêm ou protegem outros (Jó 29:16; Salmos 68:5; Jeremias 31:9), àqueles cujo caráter é rivalizado (Ezequiel 16:3, 45; João 8:2849; Romanos 4:12, 16-17) e, geralmente, como um título do maior respeito.
O universo criado existe no contexto da lei Divina — que é espiritual, moral, social e física.
Porque a lei Divina governa em todas as esferas, a ordem Divina foi estabelecida e deve
ser mantida e quando ela é mantida em qualquer esfera, há bênção, quando ela é desobedecida e desconsiderada, há contradição, confusão, irracionalidade, anarquia, dissolução
e fracasso. Socialmente, a ordem Divina se estende para baixo para e por meio da raça
humana de Deus, o Pai, para o Senhor Jesus Cristo (como o Deus-Homem, Mediador e
Salvador), para o homem, para a mulher e depois, para os filhos (Gênesis 1:26-28; 2:1824; 3:16; Efésios 3:14-15; 5:22-24; 1 Coríntios 11:3, 7-9, 12; Colossenses 3:18-20; 1 Pedro
3:1-7). A família é, portanto, o microcosmo da raça humana ordenado por Deus.
A família é ordenada por Deus como a principal unidade social, ou entidade, não o indivíduo.
Quando o indivíduo se torna a unidade social primária, há fragmentação, contradição,
confusão e anarquia — porque a ordem Divina é desobedecida, e cada um faz o que é reto
aos seus próprios olhos (Juízes 17:6; 21:25). Não resta nenhum veículo ou contexto social
para a preservação e transmissão da verdade Divina, moralidade, autoridade ou responsabilidade (Gênesis 1:26-28; Provérbios 30:11-14, 17; Romanos 1:18-32; 2 Timóteo 3:1-7).
Tal desordem social fragmentada se espalha como veneno através de uma sociedade em
desintegração. Embora, o governo humano deva começar com autonomia individual por
intermédio da graça regeneradora, a família é a entidade social primária. É a primeira
“igreja”, “sociedade”, “escola” e “emprego” para as crianças, pela qual elas aprendem a agir
e a viver responsavelmente, no contexto de obedecer, compartilhar e cuidar por meio do
trabalho e da cooperação. Quando a instituição da família ordenada por Deus é ameaçada,
a sociedade está em perigo; quando a família é fortalecida, a sociedade está salvaguardada.
Deus ordenou a família, a igreja e o Estado. O estado ou o governo civil foi concebido para
ter uma esfera limitada dentro do reino da humanidade. Quando o estado revoga a si mesmo jurisdição total — se torna totalitário — na formação e transmissão da cultura, necessariamente usurpa o lugar tanto de Deus quanto dos Pais. Em outras palavras, ele domina a
família e a religião institucionalizada ou procura torná-los irrelevantes. Ao abandonar a
realidade da lei e do propósito Divino (predestinação Divina), ele simplesmente substitui
com o seu próprio (por exemplo: o Darwinismo Social). Numa sociedade secularizada, que
existe sem referência à Palavra-Lei de Deus, o Estado tende a perceber-se tanto como
“deus” exercendo domínio imanente, estabelecendo moralidade (ou amoralidade) e “equidade” “econômica e justiça social” por consenso humano quanto exercendo o papel dos
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“pais” (substituindo a família e os pais). O sistema educacional estatal torna-se o veículo
para a transmissão de uma cultura secular sem Deus. Os Cristãos sempre tiveram de lidar
com um conceito deificado do Estado ou de seus líderes. É vital manter uma família piedosa, visto que sua dissolução significa, necessariamente, a desintegração da sociedade.
Nós honramos nosso Pai Celestial nesta área vital?
Pergunta 54: Qual é o Sexto Mandamento?
Resposta: O Sexto Mandamento é: “Não matarás” (Êxodo 20:13).
Pergunta 55: Qual é o significado do Sexto Mandamento?
Resposta: O Sexto Mandamento declara a soberania de Deus sobre a vida e a morte, e
proíbe o tirar ilegalmente a vida humana, ou tudo quanto tende a isso.
Veja também: Gênesis 1:26; 4:2-15; 9:3-6; 37:18-20; 49:6; Êxodo 21:29; 22:2-3; Números
35:29-34; Deuteronômio 5:17; 19:21; 21:1-9; 22:8; 2 Samuel 12:9; Salmos 8:3-8; 82:3-4;
Provérbios 12:10; 22: 3; 23:1-3; Habacuque 2:9-12; Mateus 5:21-22, 38-48; 15:18-20;
Marcos 7:21-23; João 8:44; Romanos 13:4; 12:19-21; 1 Coríntios 6:19-20; Gálatas 5:19-21;
Efésios 5:28-29; 1 Timóteo 4:1-6; Tiago 3:9; 2 Pedro 1:5-6; 1 João 3:10-19.
Comentário
O Sexto Mandamento declara a soberania de Deus sobre a vida e a morte. Há neste Mandamento: primeiro, uma proibição perpétua contra tirar ilegalmente a vida humana; segundo,
uma implicação positiva. A antítese é que Deus nos ordena amá-lO suprema e completamente, e neste contexto, devemos amar o nosso próximo como a nós mesmos (Deuteronômio 6:4-5; Mateus 22:36-40). O termo “próximo” é inclusivo de qualquer um e todos os
seres humanos, sem exceção, incluindo não apenas os amigos, colegas, conterrâneos, ou
aqueles da mesma fé, mas “estranhos” (estrangeiros) e até mesmo os inimigos (Êxodo
22:21; 23:9; Deuteronômio 10:12-19; Mateus 5:43-48; Lucas 10:25-37, Romanos 12:19-21).
O Quinto Mandamento forma uma conexão entre os quatro primeiros (amor a Deus) e os
cinco últimos (amor ao próximo), uma vez que protege e perpetua toda autoridade apropriada que Deus ordena. O Sexto protege a vida humana, o Sétimo protege a instituição do
casamento ordenada por Deus, e assim, a família; o Oitavo protege a propriedade privada,
o Nono protege a reputação, e o Décimo protege tudo o que pertence ao próximo pela
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obrigatoriedade da atitude interior adequada para com os outros e para com aquilo que
pertence a eles.
Deus é a fonte de toda a vida — vegetal, animal, humana e angelical. Como o Criador,
Sustentador e Governador moral da criação, Deus é absolutamente Soberano sobre a vida
e a morte (Deuteronômio 32:39; João 18:10-11; Romanos 11:33-36; Apocalipse 1:18). Ele
tanto dá quanto tira a vida como Sua prerrogativa soberana e delega a responsabilidade
para o homem, seu portador da imagem e vice-regente, tanto para preservar quanto para
tirar a vida nos termos de Sua Palavra-Lei (Gênesis 9:6; Números 35:31-33; Deuteronômio
19:11-13). Assim, o governo civil tem a responsabilidade de manter a pena capital.
O Sexto Mandamento proíbe tirar ilicitamente a vida humana. Este mandamento é muito
amplo, e se aplica ao homicídio premeditado (Gênesis 4:6-8; 35:16-18 Números 20-21, 2934; Deuteronômio 19:11-13; Marcos 7:21-23; Gálatas 5:19-21; 1 Timóteo 1:9), homicídio
involuntário (crime passional) (Números 35:22-28), homicídio culposo por negligência, falta
de cuidado, ou “acidente” (Êxodo 21:28-29; Números 35:10-15; Deuteronômio 19:1-10;
22:8) e ser cúmplice de assassinato (2 Samuel 11:1-27; 12:9).
O Sexto Mandamento não só proíbe o ato evidente de tirar ilegalmente a vida humana,
como da mesma forma proíbe todos os pensamentos, motivação, inclinação e ação que
tende para esse ato. Assim, este Mandamento, como jurisprudência, condena toda raiva,
vingança, inveja, ciúme, cobiça, ódio, injustiças, etc. Todo pecado, incluindo tirar ilegalmente a vida humana, começa no coração. Isto é absolutamente claro pelo ensino de nosso
Senhor (Mateus 5:21-22, 27-28; Marcos 7:21-23). A tradição judaica ensina que somente o
ato evidente era pecado; nosso Senhor revelou que tudo o que levou até aquele ato era,
em si, também pecado! A isto todas as Escrituras concordam (Gênesis 4.6-8; Mateus 27:18;
Marcos 15:10; Romanos 1:28-32; Gálatas 5:19-21; Efésios 4:17-19; 1 João 3:11-15).
As Escrituras revelam que Deus cuida de todas as coisas vivas — plantas, animais e homem (Gênesis 1:1-31; 2:15-24; Levítico 36:33-35, 43; 2 Crônicas 36:20-21; Salmos 104:131; Mateus 6:28-30; 10:29-31; Atos 17:25; Romanos 8:19-23; Colossenses 1:17). Na ordem
criada, há diferentes níveis de vida. A vida vegetal sustenta o homem e o animal. Os animais
fornecem alimentos e roupas para o homem (Gênesis 3:21; 9:3). Deus deu ao homem
domínio sobre a criação menor e permite tirar a vida animal (Gênesis 1:29; 9:1-5; Salmos
8:3-8; Mateus 6:28-30; Romanos 14:2, 6, 14-23; 1 Timóteo 4:1-6). Assim, nem toda a vida
é igual. A vida humana é distinta e única porque o homem foi criado à imagem de Deus
(Gênesis 1:26, 9:6; Lucas 3:38; Atos 17:28-29; Efésios 4:24; Colossenses 3:10; Tiago 3:9).
A vida humana possui, portanto, um valor derivado estabelecido por Deus, e não um valor
inerente (Gênesis 9:5-6).
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De acordo com a Palavra-Lei de Deus, o aborto necessariamente é assassinato, é tirar
ilegalmente uma vida humana (Êxodo 21:22-23; Jó 10:8-12; Salmos 139:13-17; Lucas 1:4144). Tudo o que é vida humana tem sido sempre exclusivamente vida humana, mesmo no
início e em sua forma mais elementar (Salmo 139:13-16). A linguagem inspirada deste
Salmo é exatamente descritiva de um feto — um ser humano ainda por nascer. Não há
evolução no útero, nenhum ponto onde a vida das células, tecidos ou animal evolui para a
vida humana. É anti-bíblico, anticientífico e irracional até mesmo sugerir que um zigoto (um
óvulo fertilizado ou embrião humano) ou feto (bebê por nascer) é simplesmente uma parte
do próprio corpo de uma mulher. É evidente que é uma entidade própria, a combinação do
esperma de um homem e o óvulo de uma mulher, o resultado é a concepção e o início de
uma vida diferente e única. O Humanismo Moderno Secular, sendo ateu, anti-Cristão, imoral, materialista e evolucionista, nega a existência da alma humana, do pecado e da responsabilidade moral. Mas a perversão da verdade não altera nem a verdade, nem suas consequências necessárias. O assassinato continua sendo assassinato não importa por qual
nome você o chame.
A eutanásia é o equivalente ao aborto. É a morte de idosos, enfermos, loucos e senis, pois
estes se tornam um fardo psicológico, emocional, físico ou econômico para a sociedade. É
muitas vezes chamado de “golpe de misericórdia” porque termina com o sofrimento, tirando
estes do mero sofrimento físico para aquele da alma, em tormentos? Em nossa era moderna e tecnológica, a “morte por causas naturais” deve ser redefinida e grandes questões
morais estão implicadas.
Nós devemos diferenciar entre tais realidades como o suicídio assistido de paciente, a
eutanásia sem o consentimento (“golpe de misericordiosa”), a eutanásia passiva e a suspensão do tratamento.
Devemos reconhecer que só Deus tem a prerrogativa de dar e tirar a vida. Mesmo sob
circunstâncias aparentemente simples, as questões morais sempre permanecerão, porque
a tecnologia em muitos casos tem criado “mortes por causas naturais”, quase anormais.
Lembre-se, a morte é o resultado do pecado; ela não é “natural”, ela é antinatural (Gênesis
2:16-17). A declaração em João 12:24, frequentemente serve para descrever a morte
humana como se fosse natural, refere-se a nosso Senhor, e não a qualquer outra pessoa.
A morte física não é natural e é o “último inimigo”, que será destruído (Gênesis 2:16-17; 1
Coríntios 15:21-26).
A defesa pessoal não é apenas ensinada nas Escrituras, mas está implícito no Sexto Mandamento. Ao defender-se a si mesmo ou outros aos quais alguém deve proteger, a pessoa
está buscando impedir uma violação deste Mandamento (Efésios 5:25-29). Um ladrão
poderia ser morto quando estivesse arrombando durante a noite, por causa das circuns-
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tâncias envolvidas na escuridão, a possibilidade de armas ou cúmplices ocultos, e os meios
e motivação para ferir gravemente ou matar os habitantes da casa, etc., (Êxodo 22:2-3).
Esta era necessariamente uma forma de defesa pessoal.
O ensino de nosso Senhor é muito importante, uma vez que tenha sido mal-usado para
ensinar um pacifismo não bíblico (Cf. Mateus 5:38-48; Lucas 6:28-36). A reação quando se
é ferido na face direita para virar a outra (esquerda) não tem a ver com a legítima defesa,
mas com o sofrimento como um Cristão. Como a maioria dos homens é destro, este — e o
contexto parece apoiar esta interpretação — necessariamente refere-se a um tapa dado de
desprezo. Nós temos o direito à uma legítima defesa pessoal à luz do Sexto Mandamento,
mas podemos ser chamados a sofrer perseguição pessoalmente como Cristãos, e tal pode
ser suportada pela graça de Deus (Mateus 5:9-12; João 15:18-25; Romanos 12:19-21; 1
Pedro 2:12-25; 4:1, 12-19).
Corporativa e nacionalmente, os Cristãos podem tomar a espada como cidadãos responsáveis em defender sua nação ou para reconstituir um governo justo. Em defesa própria,
alguém não pode usar um grau maior de força sem assumir o papel de um agressor. Pode
haver uma linha muito fina entre a legítima defesa e o ataque pecaminoso; só Deus conhece
o coração e é o Juiz final.
Será que somos culpados, talvez mesmo de um coração assassino (1 João 3:15)?
Pergunta 56: Qual é o Sétimo Mandamento?
Resposta: O Sétimo Mandamento é: “Não adulterarás” (Êxodo 20:14).
Pergunta 57: Qual é o significado do Sétimo Mandamento?
Resposta: O Sétimo Mandamento proíbe todos os pensamentos, intenções, palavras e
ações impuros.
Veja também: Gênesis 2:18-25; 39:9; Levítico 18:1-30; 19:29; 20:10-23; 21:9; Deuteronômio 5:18; 22:13-24; 2 Samuel 11:1-12:14; Jó 31:1, 9-11; Salmos 51:1-4; Provérbios 2:1619; 5:3-23; 6:24-35; 7:1-27; 9:13-18; 23:27-28; Eclesiastes 9:9; Cantares de Salomão;
Jeremias 5:7-9; 29:23; Ezequiel 16:15-17; Livro de Oséias; Malaquias 3:5; Mateus 5:27-32;
19:3-9; Marcos 7:18-23; 10:2-12; João 4:16-18; 8:1-11; Romanos 1:24-27; 12:1-2; 1
Coríntios 5:1-13; 6:9-20; 7:1-40; 10:7-8; Gálatas 5:19-21; Efésios 5:3-6, 21-33; Colossenses
3:5-6; 1 Tessalonicenses 4:3-7; Hebreus 13:4; Tiago 4:4; 2 Pedro 2:14; Apocalipse 22:1415.
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Comentário
Tal como acontece com o Sexto e Oitavo Mandamentos, há necessariamente uma declaração negativa: uma proibição perpétua contra toda a imoralidade, e uma dupla implicação
positiva: primeiro, nós devemos santificar constantemente nossos pensamentos, intenções,
palavras e ações, esforçando-nos pela graça de Deus para mantê-los puros. Segundo, visto
que o casamento é o estado natural ordenado ao homem por Deus, nós devemos nos manter fiéis à nossa própria esposa ou marido, cumprindo e sendo cumpridores nesse relacionamento íntimo de amor que Deus ordenou (Gênesis 2:18, 24-25; Provérbios 5:15-19; 1
Coríntios 7:2-6, 9; Efésios 5:25; Colossenses 3:19; Tito 2:4; Hebreus 13:4; 1 Pedro 3:7).
Assim como o Quinto Mandamento protege a autoridade necessária para a manutenção e
perpetuação da família e subsequentemente todo o governo humano, o Sexto Mandamento
dá a importância que se deve à vida humana (o homem como o portador da imagem de
Deus), o qual é necessário para a família e o seu mandamento ordenado por Deus e subsequentemente para a própria sociedade. O Sétimo Mandamento protege a instituição ordenada por Deus do casamento, o qual é essencial para a família e para toda a moralidade
subsequente. Todos estes separam os homens da massa da criação e são fundamentais
para a preservação da sociedade humana.
O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, e, portanto, possui uma qualidade
moral e caráter responsáveis e inescapáveis (Gênesis 1:26). O homem também foi criado
como um ser sexual (Deus os criou homem e mulher, Gênesis 1:27). Assim, a sexualidade
humana em si, não é inerente ou moralmente errada (tudo o que Deus criou era “muito
bom”, Gênesis 1.31), mas dada por Deus para o propósito do homem (o cumprimento da
criação e Mandato Cultural), a procriação (para propagar a raça humana e prazer, para ser
a expressão mais íntima do amor humano). Veja Cantares de Salomão. Deus ordenou o
casamento como o contexto apropriado, exclusivo, puro, responsável e gratificante para a
relação sexual. No casamento, o homem e a mulher se tornam um diante de Deus e dos
homens. Qualquer atividade sexual fora da relação do casamento é imoral e uma perversão
da ordem determinada por Deus.
O conceito contemporâneo de obsessão por sexo é pervertido. O sexo tem sido divorciado
da Lei de Deus, e, portanto, divorciado do verdadeiro amor, que encontra o seu cumprimento legítimo no casamento, responsabilidade, compromisso e moralidade. O sexo é desta
forma comercializado, a concupiscência legitimada e a perversão normalizada. Esta geração vê as drogas e o sexo meramente como amoral, recreativo, escapista ou a última
experiência quase religiosa.
Tal como o restante do Decálogo, este Mandamento inclui todo e qualquer pecado da
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mente, coração e ato preliminar que leva ao ato evidente do pecado sexual. Considere Mateus 5:27-28. Por que nosso Senhor enquadrou a questão de uma forma tradicional?
“Ouvistes que foi dito aos antigos” (v. 27), ou seja, quando as palavras vieram diretamente
de Deus no Sétimo Mandamento? Ele não estava revogando a Escritura, mas corrigindo a
tradição judaica, que ensinava que somente o ato manifesto era pecado. Ele afirmou que
aqueles que concebem o pecado no coração, no olhar lascivo e no pensamento já cometeram adultério de coração diante de Deus (v. 28). Nessa sociedade, a mulher, casada ou
solteira, estaria vestida condizente com seu estado civil. O próprio homem seria casado ou
solteiro. Portanto, o primeiro olhar seria moralmente determinante. Aqui, como em outros
casos, a lei aplica-se aos pensamentos, inclinações e motivações, bem como à atividade
pecaminosa evidente. A lei literalmente atinge o verdadeiro coração da questão. Além disso, a admoestação extrema que segue imediatamente nos versos 29 e 30 para “cortar a
mão direita” e “arrancar o olho direito” deve ser tomada no sentido figurado e não literal. O
significado solene é que alguém deve tomar as medidas mais imediatas, radicais e drásticas
contra até mesmo todas as formas iniciais de pecado para o bem da sua alma à luz do juízo
eterno!
A ideia de evolução, com sua subsequente aprovação legislativa em redefinir a sexualidade,
teve um efeito devastador sobre a sexualidade humana, da ideia de amor e da instituição
do casamento. Ela divorciou a sexualidade humana de toda a moralidade, responsabilidade, verdadeira masculinidade e verdadeira feminilidade. Ela tem redefinido a sexualidade
nos termos de “amor livre” (sexo desprovido de barreiras morais ou compromisso), “amor
próprio” (autoerotismo), unissexualidade, bissexualidade, voyeurismo, travestismo, prostituição, feminismo, homossexualidade, lesbianismo, incesto, pornografia, pedofilia e até
mesmo a bestialidade. Ela tem necessariamente reduzido a sexualidade humana a um nível
mais baixo do que o bruto. Qualquer redefinição de qualquer parte das leis de Deus é inerentemente pecaminosa e causa estragos espirituais, morais, sociais e físicos (Romanos
1:18-32). As ideias têm consequências, e “teorias” aceitas ou costumes sociais não absolvem os pecadores de seus pecados. A imoralidade traz sobre qualquer povo o juízo de
Deus (Romanos 1:24-32).
Nossas mentes, corações e corpos estão puros para o Senhor?
Uma palavra deve ser dada a respeito do adultério espiritual e seu paralelo ao adultério
físico. Biblicamente, há um paralelo distinto entre o adultério físico e o espiritual.
Nos tempos antigos, a prostituição masculina e a feminina estavam intimamente ligadas à
adoração pagã. Os cananeus deveriam ter sido exterminados por causa de suas religiões,
formas brutais de perversão sexual. Mil prostitutas serviam o santuário do Akro-Korinthus
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acima da antiga cidade de Corinto, nos dias de Paulo. A questão é mais do que o mero ato
físico de relação sexual. Há uma quebra de um juramento e um vínculo da aliança, e a
maior traição de confiança e compromisso. Deus frequentemente ilustra sua relação com
seu próprio povo tanto no Antigo como no Novo Testamento pelo relacionamento do casamento — a mais profunda e íntima relação humana possível — para retratar o pecado
horrível de desviar-se dele para os ídolos (por exemplo: Êxodo 34:15-16; Levítico 17:7;
20:5-6; Números 14:33; 1 Crônicas 5:25; Ezequiel 16:17, 23; Oséias 1:2ss) ou para os
próprios desejos egoístas, mundanos, pecaminosos (1 Coríntios 6:15-17; Tiago 4:1-4).
Nós temos sido infiéis à nossa aliança com o nosso Deus pelo adultério espiritual, ou seja,
estabelecendo ídolos em nossos corações?
Qualquer coisa ou qualquer pessoa que se torna um fim em si mesmo para nós, constituemse em idolatria (1 Coríntios 10:31; Colossenses 3:5)!
Pergunta 58: Qual é o Oitavo Mandamento?
Resposta: O Oitavo Mandamento é: “Não furtarás” (Êxodo 20:15).
Pergunta 59: Qual é o significado do Oitavo Mandamento?
Resposta: O Oitavo Mandamento proíbe qualquer coisa que dificulte ou possa dificultar ou
prejudicar nossa própria riqueza, ou de outra pessoa, propriedade interior e exterior.
Veja também: Êxodo 12:35-36; 21:33-34; 22:21-30; 23:4-11; Levítico 19:11, 13, 15, 35-36;
25:13-17; Deuteronômio 5:19; 8:6-18; 22:1-4; 23:24-25; 27:17; Josué 7:20-21; 2 Samuel
12:1-6; Salmos 37:21; 50:18; Provérbios 3:27; 6:6-11, 30-35; 10:15; 11:15-16, 26; 18:9;
20:10, 14, 23; 21:4-7; 22:7, 9, 13, 20-21, 23; 27:23-27; 28:15-17, 19-22; 30:8-9; Isaías 1:2126; Jeremias 17:11; 22:13; Ezequiel 45:9-12; 46:18; Oséias 12:7; Amós 8:4-8; Malaquias
3:8-10; Mateus 7:12; 10:9-10; 17:24-27; 22:15-22; 25:19-30; Marcos 7:21-23; 10:19; Lucas
11:39-42; João 12:4-8; Atos 2:44-45; 5:1-4; Romanos 13:8-10; 12:17; 1 Coríntios. 5:10-13;
6:1-11; 7:23; 2 Coríntios 8:21; Efésios 4:28; 6:5-8; Colossenses 4:1; 1 Tessalonicenses 4:6;
2 Tessalonicenses 3:10-12; 1 Timóteo 5:8, 16-18; 6:9-10, 17-19; Tito 2:9-10; Filemom 1819; Hebreus 13:5; Tiago 4:1-4, 13-17; 5:1-6.
Comentário
Tal como o Sexto e o Sétimo Mandamentos, há tanto uma declaração negativa perpétua
proibindo o roubo quanto uma implicação positiva que todo homem deve ser diligente
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quanto à sua própria propriedade, e também estar praticamente preocupado com a pessoa
e a propriedade dos outros.
Há três pensamentos necessariamente relativos a este Mandamento no contexto da lei
moral. Primeiro, cada Mandamento tem uma relação direta com o prólogo em Êxodo 20:12: “Então falou Deus todas estas palavras, dizendo: Eu sou o SENHOR teu Deus, que te
tirei da terra do Egito, da casa da servidão”. Deus possuiu a nação de Israel como seu
Redentor e Libertador. Assim, ele tinha autoridade absoluta sobre eles por meio de Sua lei.
Segundo, como Yahwéh livrou-os da casa da servidão, eles deveriam compreender tanto
da escravidão quanto da liberdade (O Oitavo Mandamento proíbe o sequestro, inclusive o
sequestro para fins de escravatura, especialmente no contexto dos Mandamentos SextoOitavo). Terceiro, há uma relação imediata entre o Sexto, o Oitavo e o Nono Mandamentos,
visto que aquele que rouba uma pessoa ou sua propriedade está presumivelmente também
pronto tanto para matar quanto para mentir.
É natural e comumente pensado que quando qualquer indivíduo ganha, recebe, encontra
ou herda uma propriedade que é sua por direito. Ele pode fazer aquilo que ele considera
oportuno como único proprietário e possuidor. A posse da propriedade privada é um direito?
Qual é a fonte de tal direito? A propriedade privada é uma necessidade? Qual era o
propósito original para a propriedade privada? Como o homem deve usar o que ele ganhou,
que lhe foi dado ou herdado? O que exatamente é a propriedade privada?
Finalmente, o homem não possuiu e não possui nada. Ele é uma criatura de Deus que dEle
depende para todas as coisas (Atos 17:24-25), incluindo cada respiração (Gênesis 2:7;
Salmos 104:29; Isaías 2.22; Daniel 5:23; Atos 17:25) e o sustento diário (Mateus 6:11, 1933). A totalidade da realidade criada pertence — é de propriedade do — Todo-Poderoso
Deus: “...O Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra...” (Gênesis 14:19, 22). “Do
SENHOR é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam” (Salmos 24:1;
50:10). “...Toda a terra é minha” (Êxodo 19:5). O domínio iminente pertence somente a
Deus, e não ao Estado. O homem é desta forma simplesmente um mordomo das habilidades, do tempo, da reputação, das realizações, das vantagens, da saúde, da riqueza ou de
outros bens que lhe foram dados por Deus. Ele não possui nada que ele possa finalmente
chamar ou tratar como seu. Tudo o que Ele é e possui deve ser considerado como delegado
a ele por Deus para o uso responsável e sábio de acordo com a sua Palavra-Lei.
O Mandato Cultural é: “e domine sobre... toda a terra... e multiplicai-vos, e enchei a terra, e
sujeitai-a” (Gênesis 1:26-28). Este é a “Carta Magna” da humanidade, sua Carta Primitiva,
Comissão Original ou Constituição Divinamente obtida. O homem foi criado para trabalhar
e para exercitar piedosamente, o domínio responsável perante Deus, e encontrar significa-
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do, satisfação, prazer e bênção nos frutos do seu trabalho (Gênesis 2:7-8, 15; 39:5; Levítico
25:18-23; Deuteronômio 28:1-13; Provérbios 10:22; Malaquias 3:10-12).
O homem é o fiel depositário da terra sob Deus. O Mandato Cultural é assim a base bíblica
e moral para a propriedade privada, à medida que a acumulação de riqueza (propriedade
privada) é necessária para o seu cumprimento. Assim, a propriedade privada é um direito
inalienável, dado por Deus. O homem neste contexto tem o direito à posse (mordomia) da
propriedade, se ele a ganhou legitimamente, se lhe foi dada ou se a herdou. É uma confiança sagrada dada por Deus. Portanto, toda propriedade, sem exceção deve ser responsavelmente mantida e utilizada de acordo com a vontade revelada e a Palavra de Deus. Sobre
esta ordenança de Deus é fundado o Mandamento penetrante: “Não furtarás”.
O homem foi criado e chamado para exercer o domínio piedoso sobre a terra, sob Deus
(Gênesis 1:26-28). Posto que ele foi criado para este propósito, domínio inteligente e
responsável era mais do que a sua vocação, era também uma parte inevitável de sua
natureza. Era e é a natureza inerente do homem exercer domínio. É no contexto do homem
como o portador da imagem de Deus e do Mandato Cultural que nós devemos ver a ética
bíblica do trabalho. O homem foi destinado para trabalhar como servo de Deus, ou seja,
exercer uma mordomia piedosa, responsável e consistente. Cada tarefa deve ser abordada,
realizada e completada “como para o Senhor” (Eclesiastes 9:10; Efésios 6:5-8; Colossenses
3:22-24; 1 Pedro 4:11). Isto é, para ser mantido com fidelidade, em especial para o crente,
apesar da maldição e seu efeito subsequente sobre o trabalho como exaustivo e, às vezes,
a frustrante labuta (Gênesis 3:17-19; Eclesiastes 2:10-11, 17-24). A ética bíblica do trabalho
encontra a sua mais plena e mais alta expressão no contexto de um estilo de vida convertido. O domínio começa com o governo próprio e o governo próprio começa com a regeneração (João 3:3, 5; Efésios 4:22-24; Tiago 1:18; 1 Pedro 1:23).
A apostasia humana de Deus na pessoa e no pecado de Adão foi centrada em sua busca
por ser o seu próprio “deus” e determinar por si mesmo o que era certo e errado (Gênesis
3:1-6), ou seja, por buscar autonomia em relação à sua natureza, posição e vocação. Veja
as Perguntas 37-38. Não é a existência da propriedade que é pecaminosa ou errada, nem
o desejo por ela; e sim a grande transição espiritual e moral do Mandato Cultural sob Deus
para a tentativa de autonomia do homem caído e pecador em seu “complexo de deus”. Sua
natureza tornou-se pervertida, mas o desejo de dominar permaneceu divorciado do efeito
equitativo, santificante e dirigente da Palavra-Lei de Deus. Deste desejo egoísta e profano
de dominar autonomamente a terra e todas as pessoas e coisas nela, deriva toda inveja,
ciúme e orgulho; cada ato de contenda pessoal, conjugal e social; estupro, furto, roubo,
pilhagem e assassinato; opressão pessoal, corporativa e nacional; toda forma de governo
que nega a seus súditos a propriedade privada — Monarquia absoluta, Comunismo e Socialismo (Darwinismo Social); e toda a tentativa de dominação eclesiástica, perseguição
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política religiosa. O homem caído e pecaminoso, tanto individual quanto coletivamente é
um ladrão, intruso e vândalo na terra de Deus. Assim, destaca-se a necessidade da
Palavra-Lei de Deus, “Não furtarás”.
Nós roubamos?
Pergunta 60: Qual é o Nono Mandamento?
Resposta: O Nono Mandamento é: “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo”
(Êxodo 20:16).
Pergunta 61: Qual é o significado do Nono Mandamento?
Resposta: O Nono Mandamento exige tanto a manutenção quanto a promoção da verdade
entre os seres humanos, e de nós mesmos e do bom nome de nosso próximo, especialmente em testemunho.
Veja também: Gênesis 12:11-13, 19; 20:1-14; 30:31-33; Êxodo 1:15-21; 22:10-12; 23:1;
Levítico 5:1, 19:11, 15-16; Números 35:30; Deuteronômio 1:15-17; 13:1-18; 17:6-12; 8:2022; 19:15-21; 22:13-21; Josué 2:2-21; 1 Samuel 16:1-5; 19:1-5; 2 Samuel 17:15-22; 1 Reis
21:1-13; 22:6-28; 2 Reis 5:5-27; 6:8-20; Jó 5:21; 27:3-6; Salmos 5:6; 12:1-5; 15:1-4; 27:12;
31:6; 35:11, 16, 20-21; 50:16-20; 55:21; 58:3; 116:11; 139:4, 23-24; Provérbios 6:16-19;
9:7-8; 10:18-21; 11:12-13; 12:6, 13, 18, 22; 14:5, 7, 9; 14:15, 25; 18:8, 21; 19:5; 25:9-10,
18; 26:18-28; Eclesiastes 5:1-8; Isaías 5:23; 59:13-15; 63:8; Jeremias 18:18; 20:10; Oséias
4:2; Zacarias 8:17; Mateus 5:33-37, 48; 7:1-6; 10:17-20; 11:16-19; 12:34-37; 26:59-62; João
8:44; 14:6; Atos 5:1-10; 24:5-6; Romanos 1:25; 3:8, 13-14; 1 Coríntios 4:3-5; 2 Coríntios
2:17; Efésios 4:25, 29-31; Colossenses 3:8-9; 4:6; Tito 1:2; Hebreus 6:13-18; 10:28-29;
Tiago 1:26; 3:5-13; 1 Pedro 3:16; 1 João 2:21-23; Apocalipse 21:8, 27; 22:15.
Comentário
Tal como acontece com os três Mandamentos precedentes, a análise é dupla: primeiro,
uma declaração negativa perpétua proibindo a falsidade, e segundo, uma implicação
positiva: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”, ou seja, manter e promover a veracidade
e equidade em relação a todos aqueles com quem entramos em contato ou temos qualquer
relação — dentro dos limites das Escrituras.
O Terceiro Mandamento proíbe o perjúrio contra Deus, o Nono proíbe perjúrio contra os
nossos semelhantes. O Quinto protege os direitos de autoridade, o Sexto protege os direitos
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da pessoa e da vida, o Sétimo protege os direitos do casamento e da família, e, portanto,
da sociedade; o Oitavo protege os direitos de propriedade, O Nono protege os direitos tanto
de nome quanto de reputação, e assim, necessariamente, protege o sistema de justiça que
é absolutamente essencial para a própria sociedade (Salmos 11:1-4; Isaías 1:17, 23, 26).
O propósito deste Mandamento é garantir a verdade entre os homens, a qual é absolutamente essencial para preservar a vida individual, a reputação, a justiça e a sociedade.
Quando a verdade é considerada relativa, ou seja, existencial ou separada dos absolutos
ordenados por Deus, o próprio fundamento da sociedade é potencialmente destruído, pois
a sociedade humana é baseada na pressuposição de que os homens estão falando a
verdade um ao outro.
A natureza de falsidade deriva do Diabo. Ele proferiu a primeira mentira (Gênesis 3:1-6), e
é chamado o pai da mentira (João 8:44). Satanás ou o Diabo é descrito nas Escrituras como
destruidor (Apocalipse 9:11), adversário (1 Pedro 5:8), enganador (Efésios 6.10; Apocalipse
20:10) e caluniador ou acusador (1 Timóteo 3:6-7; 1 João 3:8; Apocalipse 12:10). Sua
intenção é destruir a lei-ordem de Deus pela oposição, engano e acusação. Cada mentira
reflete este princípio diabólico. Assim, todo mentiroso está ligado ao Diabo e é contra a leiordem de Deus.
O homem caído se afastou de Deus e assim de qualquer possibilidade da verdade ou
realidade absoluta e objetiva. O homem caído e pecador tem, propositadamente “mudado
a verdade de Deus em mentira”, e assim todo o reino da humanidade é baseado em um
princípio universal de falsidade com seus resultados depravados (Salmos 58:3; Romanos
1:18-32). Este princípio de falsidade pode ser relativamente moderado na forma de lisonjas
ou cortesia social; ou maligno, na forma de perjúrio e outras mentiras maliciosas — contudo
permanece como a única característica generalizada da humanidade caída.
Para garantir a verdade, o homem deve voltar-se para o objetivo, a Palavra de Deus plena
de autoridade, aos absolutos Divinamente ordenados, ou seja, para uma “epistemologia
com revelações”, isto é, uma teoria prática do conhecimento e da verdade com base na
revelação Divina. Veja a Pergunta 13. A única abordagem à verdade e ao conhecimento é
por intermédio da e na Palavra de Deus (João 17:17; Romanos 1:18-25). Deus não é
apenas verdadeiro, Ele é a fonte de toda a realidade, verdade e significado. Separado dEle,
não existe qualquer verdade — somente especulação empírica no melhor e no pior,
absoluta irracionalidade (espiritual e moral).
O silêncio pode ser pecado. É preciso exercer um discernimento piedoso como quando
falar e quando não falar. Às vezes, é pecaminoso não falar, e em outras vezes, pecaminoso
falar. Sob certas circunstâncias, deve-se falar a verdade ou cometer pecado (Êxodo 23:1-
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2; 1 Samuel 19:4-5; Salmos 50:18; Provérbios 12:22), e em outras, permanecer em silêncio
para proteger-se a si mesmo ou daqueles que não têm o direito de conhecer certas informações (Provérbios 11:9-13). Em outros momentos, devemos discernir quando a verdade
deve ser revelada ou oculta (1 Samuel 16:1-5). Nós devemos procurar manter a consciência
limpa diante de Deus de acordo com a Sua Palavra (Atos 23:1).
Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança, como um ser racional, moralmente responsável para exercer o domínio piedoso sobre a criação. Para cumprir este mandamento,
o homem foi criado com a faculdade da fala para ter comunhão com Deus e se comunicar
com seus semelhantes. O pecado terrivelmente perverteu o uso da língua. O próprio instrumento criado para louvar a Deus se volta para amaldiçoá-lO — e amaldiçoar os semelhantes do homem. A língua revela a plenitude do coração ou o ser interior, e expressa sua
natureza depravada (Mateus 12:34; Marcos 7:21-23; Romanos 3:13-14; Tiago 2:2-12).
A fala é “a exalação da alma”. O crente é ordenado a exercer o domínio sobre o seu coração
e sua língua (Provérbios 4:23; Romanos 6:14-18; Gálatas 5:23; Efésios 4:22-25, 29-31;
Tiago 1:26; 2:2-12). Todo o governo começa necessariamente com autonomia, e autonomia
começa necessariamente com a regeneração. Um coração transformado é necessário para
uma língua transformada, e uma personalidade santificada é essencial para mortificar os
pecados da língua (Romanos 6:12-13; 8:13; Colossenses 3:5, 9-10).
Nós mentimos?
Pergunta 62: Qual é o Décimo Mandamento?
Resposta: O Décimo Mandamento é: “Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás
a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu
jumento, nem coisa alguma do teu próximo” (Êxodo 20:17).
Pergunta 63: Qual é o significado do Décimo Mandamento?
Resposta: O Décimo Mandamento proíbe todo o descontentamento para com o nosso
próprio patrimônio, toda inveja do ou entristecer-se com o bem dos outros, e todas as emoções ou afeições desordenadas quanto a qualquer coisa ou à qualquer pessoa que é deles.
Veja também: Gênesis 6:5; 13:10-11; 30:1; 31:1-2; 39:6-12; Êxodo 18:21-22; 34:23-24;
Deuteronômio 5:21; Josué 7:1, 21; 1 Samuel 8:1-3; 12:3-5; 16:7; 25:1-38; 2 Samuel 11:1-4;
1 Reis 21:1-16; 2 Reis 5:5, 16, 19-27; Neemias 5:1-13; Salmos 10:2-8; 16:5-6; 51:1-17;
66:18; Provérbios 3:5-10; 4:23; 6:6-11, 24-26; 10:4; 23:5-8; 26:24-26; 28:16; 30:8-9, 15;
Eclesiastes 5:10; Jeremias 17:9; 45:5; Miquéias 2:1-2; Habacuque 2:9; Mateus 5:27-30;
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6:19-34; 13:7, 22; 15:1-9, 19; 19:17-26; 25:14-30; Marcos 4:18-19; 7:21-23; Lucas 2:13-32;
16:14; João 12:4-6; Atos 5:1-4; 20:32-36; 24:24-26; Romanos 1:29-32; 7:7-13; 13:8-10; 1
Coríntios 5:10-13; 6:9-11; 10:1-13, 24, 31; 12:31; Gálatas 5:13-14, 19-26; Efésios 4:17-20;
5:3-5; Filipenses 2:1-5; 3:11-14; Colossenses 3:1-6; 1 Tessalonicenses 2:14-16; 1 Timóteo
3:3; 5:8; 6:6-11, 17-19; Hebreus 4:12-13; 13: 5; Tiago 1:13-16; 3:14-16; 4:1-4; 5:4-5; 1 Pedro
2:1-2; 2 Pedro 2:15; 3:11-14; 1 João 2:15-17.
Comentário
Uma análise e exposição do Décimo Mandamento inclui necessariamente duas considerações: primeiro, a proibição perpétua contra a cobiça; segundo, a pressuposição que todo
pecado começa no coração ou na mente e depois se manifesta em ação evidente. A cobiça
está na raiz de todos os pecados e é pressuposta em todos os mandamentos negativos.
O Décimo Mandamento ataca a raiz de todo e qualquer pecado. Todo pecado começa no
coração ou na mente (Provérbios 4:23; Mateus 12:34-35; Marcos 7:21-23; Romanos 7:7;
Tiago 1:13-16). O Décimo Mandamento, portanto, tem uma relação imediata com todos os
outros Mandamentos. Positivamente, esta relação pode ser estabelecida assim: Deus é
soberano sobre a nossa adoração (Primeiro e Segundo Mandamentos), nossas palavras e
ações (Terceiro Mandamento), nosso tempo (Quarto Mandamento), toda autoridade (Quinto Mandamento), nossas vidas e corpos (Sexto Mandamento), nossos corpos e moralidade
(Sétimo Mandamento), nossa propriedade (Oitavo Mandamento), toda a verdade (Nono
Mandamento) e nossas mentes ou corações (Décimo Mandamento). Não há absolutamente
nenhuma esfera de nossas vidas onde nós devemos ou podemos ser independentes de
Deus — não há lugar para a autonomia ou ilegalidade — mesmo no mais profundo recesso
de nossos corações e mentes. Deus reivindica o coração, a mente e a consciência, assim
como o corpo, a alma e a vida.
O desejo de adquirir não é errado. A propriedade privada, a acumulação de riqueza, a
conquista de uma esposa, são essenciais para cumprir da Mandato Cultural (Gênesis 1:28).
O Décimo Mandamento proíbe desejar ou colocar o coração sobre aquilo que já pertence
a outro, e assim pensar e agir de forma injusta para adquiri-lo.
As ideias que envolvem a cobiça, a concupiscência, a inveja e o ciúme estão interrelacionados e representadas nas Escrituras por uma variedade de condições. A cobiça coloca o
coração de alguém sobre aquilo que pertence a outro, e o faz ansiar com inveja. A concupiscência é um desejo desenfreado ou intenso de satisfazer os sentidos e assim torna-se
cobiça à medida que encontra o seu objeto ou cumprimento em quem ou o que pertence a
outro. A inveja é um sentimento de descontentamento e desagrado por causa das vanta-
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gens ou bens de outra pessoa e por isso é um aspecto da cobiça. O ciúme é um guarda
vigilante de si mesmo ou de uma suspeita ressentida de outra pessoa ou daquilo que o
outro tem e por isso é um aspecto da cobiça. O cobiçoso coloca seu coração em (cobiça,
anseio, luxúria, ou estende-se avidamente e arrebata) mais e mais, é invejoso do que os
outros possuem, procura obtê-lo injustamente (por meio de fraude, roubo, assalto, sedução), e é ciumento (egoísta) acerca daquilo que já possui. Ele peca em pensamento, inclinação, motivação e implementação.
A cobiça é o pecado mais antigo. Foi o pecado de Satanás, que disse que iria subir e “ser
semelhante ao Altíssimo” (Isaías 14:12-15). Foi o pecado de Adão, quando ele desejou ser
o seu próprio “deus” e determinar por si mesmo o que estava certo ou errado (Gênesis 3:16). A raiz deste pecado cresce no solo do descontentamento e o desejo de mais, para o
que propriamente pertence a outros — pessoas, propriedade, posição, prestígio, prazer ou
poder.
Nós desejamos aquilo que os outros têm? Nós estamos insatisfeitos com a providência
Divina?
ORE para que o ESPÍRITO SANTO use este Catecismo para trazer muitos
ao conhecimento salvífico de JESUS CRISTO para a glória de DEUS PAI!
Sola Scriptura!
Sola Gratia!
Sola Fide!
Solus Christus!
Soli Deo Gloria!
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10 Sermões — R. M. M’Cheyne
Adoração — A. W. Pink
Agonia de Cristo — J. Edwards
Batismo, O — John Gill
Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo
Neotestamentário e Batista — William R. Downing
Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon
Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse
Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a
Doutrina da Eleição
Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos
Cessaram — Peter Masters
Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da
Eleição — A. W. Pink
Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer
Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida
pelos Arminianos — J. Owen
Confissão de Fé Batista de 1689
Conversão — John Gill
Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs
Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel
Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon
Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards
Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins
Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink
Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne
Eleição Particular — C. H. Spurgeon
Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A —
J. Owen
Evangelismo Moderno — A. W. Pink
Excelência de Cristo, A — J. Edwards
Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon
Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink
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In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah
Spurgeon
Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A —
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Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação
dos Pecadores, A — A. W. Pink
Jesus! – C. H. Spurgeon
Justificação, Propiciação e Declaração — C. H. Spurgeon
Livre Graça, A — C. H. Spurgeon
Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield
Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry
Natureza da Igreja Evangélica, A — John Gill
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 Natureza e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a —
John Flavel
 Necessário Vos é Nascer de Novo — Thomas Boston
 Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A — C. H.
Spurgeon
 Objeções à Soberania de Deus Respondidas — A. W.
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 Oração — Thomas Watson
 Pacto da Graça, O — Mike Renihan
 Paixão de Cristo, A — Thomas Adams
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 Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural —
Thomas Boston
 Plenitude do Mediador, A — John Gill
 Porção do Ímpios, A — J. Edwards
 Pregação Chocante — Paul Washer
 Prerrogativa Real, A — C. H. Spurgeon
 Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado
Natural..., A, Edição Comemorativa de Nº 200
 Quem Deve Ser Batizado? — C. H. Spurgeon
 Quem São Os Eleitos? — C. H. Spurgeon
 Reformação Pessoal & na Oração Secreta — R. M.
M'Cheyne
 Regeneração ou Decisionismo? — Paul Washer
 Salvação Pertence Ao Senhor, A — C. H. Spurgeon
 Sangue, O — C. H. Spurgeon
 Semper Idem — Thomas Adams
 Sermões de Páscoa — Adams, Pink, Spurgeon, Gill,
Owen e Charnock
 Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de
Deus) — C. H. Spurgeon
 Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A — J.
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 Sobre a Nossa Conversão a Deus e Como Essa Doutrina
é Totalmente Corrompida Pelos Arminianos — J. Owen
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Propósitos de Cristo na Instituição de Sua Igreja — J.
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Downing
 Tratado Sobre a Oração, Um — John Bunyan
 Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de
Claraval
 Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológica
no Batismo de Crentes — Fred Malone
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Sola Scriptura • Sola Gratia • Sola Fide • Solus Christus • Soli Deo Gloria
—
2 Coríntios 4
1
Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;
2
Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem
falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,
3
na presença de Deus, pela manifestação da verdade. Mas, se ainda o nosso evangelho está
4
encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os
entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória
5
de Cristo, que é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo
6
Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. Porque Deus,
que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,
7
para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Temos, porém,
este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós.
8
Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.
10
Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; Trazendo sempre
por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus
11
se manifeste também nos nossos corpos; E assim nós, que vivemos, estamos sempre
entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na
9
12
13
nossa carne mortal. De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. E temos
portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,
14
por isso também falamos. Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará
15
também por Jesus, e nos apresentará convosco. Porque tudo isto é por amor de vós, para
que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de
16
Deus. Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o
17
interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação
18
produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; Não atentando nós nas coisas
que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se
não veem são eternas.
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