GEOINOVA 10, 2004 5 EDITORIAL Cidades e habitats de inovação O número 10 da Revista GeoINova é dedicado ao tema Cidades e Habitats de Inovação, cruzando problemáticas associadas ao espaço urbano e à inovação nos habitats humanos. Assenta assim em três conceitos fundamentais - cidades, inovação urbana e habitats humanos - que são transversais aos diferentes artigos e se materializam em expressões entre as quais sobressaem: inovação urbana, visões, práticas e acções inovadoras, políticas e projectos inovadores, grandes e pequenos projectos urbanos, cidade de bairros, grandes eventos que fazem cidade. A cidade e o subúrbio, o centro e a periferia, a cidade compacta e a cidade dispersa, os habitats de inovação ou de excelência, a cultura do povo e a erudita, as cidades e as comunidades sustentáveis, as identidades e a memória colectiva urbana, são elementos que têm de ser integrados nas formas de intervenção no território, em políticas inovadoras, que visem uma cidade coesa e rica na sua diversidade. Identificar e perceber os desafios que a inovação urbana coloca à criação de novos habitats, à requalificação urbana, à governância e gestão das cidades, à regulação urbanística, são as apostas que dão fundamento às diferentes abordagens apresentadas. Pretendemos corresponder às expectativas criadas, aos nossos leitores, os profissionais das Ciências do Território, em geral, e da Geografia e do Planeamento Regional, em particular, os docentes e discentes destas matérias, os eternos aprendizes e curiosos pelas questões do território. A rede de distribuição da GeoINova tem cerca de 100 assinantes, dentro dos quais se incluem Câmaras Municipais, Empresas, nomeadamente Editoras, Escolas Secundárias, antigos e actuais alunos deste Departamento; tem ainda mais de uma centena de Instituições com as quais faz permuta e mais de 150 entidades às quais é oferecida. A rede inclui todas as Universidades Públicas e Privadas portuguesas (e/ou Departamentos) com interesses nas áreas temáticas da Geografia e do Planeamento Territorial, todas as Comunidades Autónomas de Espanha, muitas Universidades de França, Reino Unido, grande parte dos países da América Latina, com destaque para o Brasil, e Angola, Moçambique e Cabo Verde. Assim, a nossa mensagem chega a um vasto número de pessoas e Instituições. Conta ainda com a venda directa em 6 Editorial que os compradores são, geralmente, técnicos ligados ao Planeamento do Território, professores de Geografia e jovens estudantes, sobretudo os alunos de Geografia e Planeamento Regional. Com este número 10 encerramos o primeiro ciclo da revista; passados 5 anos, levámos a bom termo esta iniciativa do Departamento de Geografia e Planeamento Regional. Este projecto, iniciado em 1999, teve o empenhamento e a capacidade organizativa do nosso colega Jorge Umbelino, sem os quais provavelmente não teria existido. Cabe aqui uma palavra de agradecimento pelo bom trabalho desempenhado no período em que teve a responsabilidade de Director da Revista (até Setembro de 2001). Para além do número zero de apresentação da revista e do Departamento (10 artigos), a publicação de 10 números temáticos incluiu 100 artigos e contou com 131 autorias, das quais 31% pertenciam ao Departamento. Excluindo o Editorial e a Apresentação, a produtividade dos colegas em artigos e/ou notas foi a seguinte: 2 colegas escreveram apenas uma vez, 7 duas vezes, 5 três vezes, 3 quatro vezes, 2 cinco vezes e 1 seis vezes. Podemos dizer que tem cumprido um dos objectivos da sua criação, o de ser um veículo de difusão da investigação em curso no Departamento e de troca de ideias e experiências com estudiosos partilhando interesses comuns. Entre os autores 25% são de países estrangeiros, destacando-se a França, a Espanha, o Brasil e o Reino Unido num conjunto mais alargado em que figuram os Estados Unidos da América, Cuba, Croácia, Roménia, Irlanda e Holanda. Esta distribuição constitui uma prova do grau de internacionalização da revista. Acreditando que estes projectos editoriais para sobreviverem têm de se adaptar às mudanças que se vão operando na sociedade, nomeadamente no campo das novas tecnologias, não apenas ao nível da divulgação destas mas da utilização efectiva dos instrumentos e das facilidades que elas proporcionam, iniciámos o processo da sua modernização; começámos pelas formas de difusão da revista que, desde o número 9, pode ser disponibilizada por via electrónica em versão PDF. Sem a ambição de esgotar os temas abordados nos diferentes números, pretendemos fomentar o debate em torno de questões, temas ou problemáticas pertinentes e actuais que são a razão de ser das Ciências do Território e, em especial, da própria Geografia. As grandes mudanças nos territórios e em particular nos espaços urbanos apelam a uma intervenção humana concertada no sentido da sustentabilidade, em todas as suas dimensões, e a uma participação empenhada de todos os cidadãos e das comunidades locais, de forma a salvaguardar a qualidade de vida das gerações presentes e vindouras. Julgamos ter prestado um contributo relevante no domínio da compreensão das temáticas tratadas, da procura de soluções para problemas que afectam as sociedades actuais, da difusão do saber e das GEOINOVA 10, 2004 7 formas de saber-fazer, seja este original ou não do Departamento em que está filiada a revista. Muito ficou por fazer, o que só por si justifica a continuação do projecto, nos moldes em definição. Boa sorte para os nossos sucessores neste projecto que se espera ser de sucesso e duradoiro. Lisboa, Maio de 2005 Maria Júlia Ferreira