caracterização do comportamento sazonal das chuvas em bairros

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CARACTERIZAÇÃO DO COMPORTAMENTO SAZONAL DAS CHUVAS EM
BAIRROS DAS ZONAS NORTE E OESTE DO MUNICÍPIO DO RIO DE
JANEIRO (RJ)
LEAL, N. A.1; CRUZ, D. S.2 & LEITE, A. F.3
Departamento de Geografia da PUC-Rio
1Graduanda do Curso de Geografia, e-mail: [email protected]
2Graduando do Curso de Geografia, e-mail: [email protected]
3Professora Adjunto 2 do Curso de Geografia, e-mail: [email protected]
INTRODUÇÃO
Historicamente a cidade do Rio de Janeiro apresenta diversos problemas
relacionados às chuvas, como enchentes e deslizamentos de encostas. Esses problemas se
devem a diversos fatores, nos quais se destacam o relevo acidentado que constitui a cidade, a
urbanização não planejada devido a questões sociais, políticas e ambientais obedecendo a
interesses das elites ao longo da história de urbanização da cidade.
A ocupação da cidade se deu entre o mar e a montanha. Porém, devido à falta de
espaço físico para as construções de imóveis houve a necessidade de se construir nas
encostas e nas baixadas alagadas, por não haver espaço físico suficiente para comportar toda
a população crescente.
No que se refere à história da cidade, podemos reconhecer a problemática dos
desastres naturais relacionados às chuvas. Os relatos históricos que se reproduzem desde o
período colonial são fartos em apontar os problemas relacionados a enchentes de grandes
magnitudes, deixando vítimas entre mortos e desabrigados. Com o aparecimento das favelas
essa questão se tornou ainda mais preocupante. Abreu (s/d) nos mostra que
A favela já surgira na cidade na ultima década do século passado,
quando os morros da Providência e de Santo Antônio, localizados
na área central e nos fundos de guarnições militares e policiais,
haviam sido ocupados por praças retornados de Canudos e suas
famílias.
Com o passar do tempo pôde-se observar que nada mudou desde o início da
ocupação das encostas, no final do século XIX. Cada vez mais aumenta o número de pessoas
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que vivem em locais de risco, aumentando assim o número de desabrigados e mortos quando
se há chuvas de grande intensidade. Segundo o site “Folha Online” do dia 29/01/2006,
Subiu para 12 o número de pessoas mortas em conseqüência das
fortes chuvas que atingiram o Estado do Rio de Janeiro na última
sexta-feira (27). O maior número de vítimas foi registrado no Penha
Shopping, zona norte da cidade, onde seis pessoas morreram
afogadas após o alagamento da garagem, localizada no subsolo do
estabelecimento. Na favela da Grota, no Complexo do Alemão
(zona norte), dois irmãos morreram eletrocutados. [...] Um forte
temporal atingiu o Rio de Janeiro entre o final da tarde o início da
noite de sexta-feira. Foi o pior temporal registrado no Rio desde
1997, segundo informações da Defesa Civil.
O objetivo principal desse trabalho é identificar e analisar as características
espaço-temporais do comportamento dos eventos pluviométricos que afetam os bairros das
zonas norte e oeste do município do Rio de Janeiro, áreas essas que além de serem
historicamente bastante afetadas por desastres naturais relacionados às chuvas, são em sua
maior parte pouco atendidas pelo poder público no que se refere à infra-estrutura urbana,
apesar de algumas delas apresentarem alta densidade populacional. Por outro lado, as áreas
selecionadas para análise possuem diferentes disposições em relação aos maciços
montanhosos que cortam a cidade e ao oceano, sendo os usos dos solos caracterizados pela
presença ou não de áreas florestadas e/ou ocupação por populações de baixa ou alta renda,
dependendo do valor atribuído ao metro quadrado de área ocupada.
ÁREA DE ESTUDO
A área de estudo situa-se no município do Rio de Janeiro (RJ), e o recorte amostral
corresponde aos bairros Tanque, Rio Centro, Itanhangá, Cidade de Deus, Itaúna e Grota
Funda (zona oeste da cidade), além de Penha, Madureira, Tijuca, Piedade (zona norte da
cidade).
As estações pluviométricas de Madureira, Piedade, Tijuca e Penha estão situadas na
vertente norte do maciço da Tijuca. A estação do Itanhangá se encontra também neste
maciço, porém, na vertente sul. As estações Cidade de Deus e Tanque estão posicionadas
entre os Maciços da Tijuca e da Pedra Branca, enquanto a estação do Rio Centro se
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encontra na vertente sul deste mesmo maciço. Quanto à estação pluviométrica de Grota
Funda, localiza-se na vertente sul do maciço do Mendanha.
MATERIAIS E MÉTODOS
Para realização desse trabalho foram levantados os dados de chuvas derivados de
dez estações pluviométricas (Tanque, Rio Centro, Itanhangá, Penha, Madureira, Tijuca,
Piedade, Cidade de Deus, Itaúna e Grota Funda) pertencentes à Fundação GEORIO,
relativos ao período entre 1998 e 2008. Em seguida foram realizados tratamentos estatísticos
referentes a esses dados, a partir do uso do programa Excel.
Foram também confeccionados quatro mapas de isoietas de chuvas referentes aos
meses de janeiro, abril, julho e outubro (um mês representativo de cada estação do ano).
Para tanto, fez-se uso do programa Arc Gis, a partir das médias totais anuais de chuvas
referentes às dez estações pluviométricas da estudadas, juntamente com os dados do Instituto
Pereira Passos (IPP) referentes à divisão político-administrativa da cidade do Rio de Janeiro.
Para a reconstrução histórica de desastres naturais relacionados às chuvas ocorridas
na cidade, foram utilizados artigos e dissertações de mestrado, e de sites como bases
teórico-metodológicas, além de reportagens de jornais.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A literatura histórica revela que pelo fato de a cidade do Rio de Janeiro ser constituída
por um número considerável de construções (de alta e/ou baixa renda) em encostas, há um
favorecimento de movimentos de massa e/ou alagamentos, acarretando ou não em um número
maior de mortos ou desabrigados, caracterizando não somente impactos ambientais, como
também sociais e econômicos. Ao analisarmos as condições das encostas a partir de sua
ocupação, Abreu (2006) nos indica que
O censo de 1948 revelou um total de 138.837 habitantes nas 105
favelas existentes, que se concentravam notadamente na área
suburbana (44% das favelas e 43% dos favelados), seguida da zona
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sul (24% e 21% respectivamente) e da zona Centro-Tijuca (22% e
30%).
Considerando as condições topográficas da cidade do Rio de Janeiro, percebe-se
que não somente os eventos de alta magnitude, mas também os de baixa intensidade podem
causar grandes impactos na dinâmica sócio-ambiental da cidade. Ao levar-se em conta a
história urbana da cidade, o comportamento das chuvas, eventos de baixa magnitude e alta
magnitude, os tipos de moradia e as condições econômicas dos habitantes, da cidades de São
Paulo são similares às do Rio de Janeiro, Colângelo (2005) nos indica que
A Intensidade média de um fenômeno é determinada pela razão
entre sua magnitude e sua duração. Portanto, eventos de magnitudes
e durações distintas podem ainda assim apresentar a mesma
intensidade média, sendo, entretanto muito diversos. Existe uma
outra situação possível: por exemplo, dois eventos reais podem
apresentar magnitudes e durações quase idênticas, tendo, portanto
intensidades médias equivalentes e mesmo assim, podem apresentar
distribuição de intensidades momentâneas completamente diferentes.
Este dado pode ser de grande importância tanto nos estudos de
processos erosivos desencadeados pela ação do escoamento
superficial, como naqueles voltados para a estabilidade de vertentes,
fortemente controlados pelo escoamento subsuperficial. A
“distribuição momentânea de intensidades caracteriza o evento de
chuva quanto ao ritmo de transferência de matéria e energia para a
superfície do terreno, sendo dado fundamental na análise dos
fenômenos erosivos na escala de vertente”.
Os bairros do município do Rio de Janeiro vêm enfrentando problemas, em especial
nas zonas Norte e Oeste, devido ao comportamento das chuvas, esses impactos são
provocados eventos supracitados, juntamente com a urbanização não planejada da cidade.
Barcellos (2009) nos explicita a atual situação do Rio de Janeiro e como a precipitação se dá
de acordo com a topografia existente
[...] A cidade do Rio de Janeiro possui área territorial de 1.224,56
km2, sendo 70,7% urbanizada (IPP, 2008), onde residem
6.093.472 habitantes (IBGE, 2007). A complexidade da orografia
da cidade, com o Maciço da Tijuca dividindo a cidade em Zona Sul
e Zona Norte, e os maciços de Gericinó-Mendanha ao norte e o da
Pedra Branca a oeste, contribui para a grande variabilidade
espaço-temporal da precipitação.
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Os eventos de chuvas nos bairros do município do Rio de Janeiro são de alta
magnitude ou de baixa magnitude dependendo de sua localização geográfica, sua topografia,
sua proximidade com o mar. Outro fator que contribui para esses eventos é a sazonalidade
que interfere de modo a proporcionar maior ou menor intensidade das chuvas.
Com relação às estações pluviométricas selecionadas, verifica-se que pelo fato de
serem fixas, a análise de seus dados fornecem importantes informações de caráter
espaço-temporal do comportamento das chuvas na cidade.
Na figura1 observa-se o comportamento das médias anuais do regime de chuvas,
com base no mês de Janeiro. O verão é a estação mais quente do ano, cujos dias são mais
longos e bastante quentes. Esse é um período bastante chuvoso devido à grande evaporação
das águas.
FIGURA 1: Mapa de pluviosidade do mês de janeiro.
Nesta figura, observa-se que todas as estações pluviométricas receberam um grande
volume de chuvas durante os dez anos considerados na análise, ficando entre a faixa mínima
de 150 mm a 156 mm e a máxima de 201 mm a 208 mm. A estação de Grota Funda foi a
que registrou maior volume de chuvas em relação as demais. A estação pluviométrica de
Grota Funda está localizada entre dois maciços, o que acarreta uma maior concentração de
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chuvas no local, na medida em que as topografias elevadas permitem uma maior concentração
de nuvens ao seu redor fazendo com que haja a possibilidade de chuvas localizadas.
Na figura 2, verifica-se as médias do regime de chuvas no outono, referentes ao mês
de abril. No outono os dias são mais curtos e mais frescos. Esse período ainda é chuvoso,
mas com menos intensidade do que no verão, pois constitui o período de transição entre o
verão e o inverno.
FIGURA 2: Mapa de pluviosidade do mês de abril.
Como se pode observar, o volume de chuva registrada nas estações pluviométricas
ainda é alto, mas não tanto quanto no verão. O índice pluviométrico durante esses dez anos
ficou entre a faixa mínima de 59 mm a 67 mm e a máxima de 123 mm a 131 mm. A estação
pluviométrica da Tijuca foi a que registrou o maior volume de chuvas durante o período
analisado. Este fato se deve aos Maciços da Tijuca e o da Pedra Branca, que paralelos à orla
marítima, atuam como barreiras físicas aos ventos vindos do mar que trazem umidade e
impedem a ventilação adequada das áreas posicionadas no interior da cidade.
Na figura 3 pode-se observar as médias do regime de chuvas no inverno, referentes
ao mês de julho. No inverno os dias são mais curtos as temperaturas mais baixas. Verifica-se
que neste momento, o regime de chuvas diminui nos bairros do município do Rio de Janeiro,
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tendência essa bastante evidente nas estações analisadas. Tal comportamento encontra-se
associado ao fato de que a evaporação das superfícies bem mais baixas do que nas demais
estações do ano.
FIGURA 3: Mapa de pluviosidade do mês de julho.
Ao comparar-se os meses de janeiro e abril, verifica-se que os índices pluviométricos
durante o período amostral variou entre a faixa mínima de 37 mm a 44 mm e a máxima de
100 mm a 107 mm. As estações pluviométricas de Grota Funda e de Itanhangá foram as que
registraram o maior volume de chuvas. Este fato está associado à proximidade de ambas com
áreas de mata, com maior umidade o que contribui para um maior volume de chuvas nesses
locais em relação, por exemplo, com a estação Madureira, onde a presença de árvores sendo
praticamente inexistente.
Na figura 4 são apresentados os valores das médias do regime de chuvas na
primavera, representados pelos dados do mês de outubro. Neste período os dias começam a
ter um tempo de duração equilibrado com os períodos noturnos e logo, tornam-se também
mais quentes. O regime de chuvas se altera, pois é a faixa de transição do inverno para o
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verão. Na região sudeste passam a ocorrer pancadas de chuvas com maior freqüência
crescentes, devido ao calor e umidade.
FIGURA 4: Mapa de pluviosidade do mês de outubro
Na figura 4 podemos observar que apesar de o regime de chuvas aumentar em
relação ao mês de julho, ainda é menor do que o mês de janeiro. Este é um período onde o
aumento da temperatura faz com que a taxa de evaporação também aumente. Com o
aumento da umidade no ambiente há também o um aumento no número de eventos de chuva
na região, em especial, os de natureza convectiva. Os eventos orográficos também começam
a se tornar mais evidentes devido à inversão do centro de alta pressão dos continentes para
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os oceanos os quais, culminam na convergência de ventos enriquecidos em umidade para as
vertentes dos maciços montanhosos presentes na área amostral.
O índice pluviométrico durante esses dez anos ficou entre os valores mínimos de 65
mm a 76 mm e os máximos de 158 mm a 169 mm. A estação do Itanhangá foi a estação que
registrou mais eventos de chuvas, pois está posicionada entre o mar e a Floresta da Tijuca,
como já citado acima.
Observa-se que nas áreas de maior densidade arbórea há maior quantidade de
chuvas durante as várias estações do ano. Tal fato é de suma importância para a cidade pois
a vegetação proporciona uma diminuição da amplitude térmica da cidade.
De acordo com Coelho Netto (2008) a relação da infiltração da água no solo com a
erosão, está diretamente relacionado às catástrofes ocorridas na cidade. E por este motivo
enfatiza-se a importância dos mecanismos de conservação dos solos.
A intensidade da chuva tem papel importante nas taxas de infiltração.
[...] a partir do encharcamento do solo, a infiltração diminui
rapidamente. Isso depende das propriedades do solo, características
da encosta, cobertura vegetal e do próprio tipo de chuva.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O fato de não haver dados suficientes sobre as chuvas nos diferentes bairros da
cidade, o que é um fator importante na formulação do planejamento, dificulta a análise de
possíveis formas de se atenuar a problemática, referente ao planejamento e uso dos solos,
levando os órgãos públicos responsáveis pelas tomadas de decisões a não terem base
científica para as suas ações, não podendo, portanto antecipar as emissões de alertas para
que não ocorram grandes catástrofes envolvendo a população e até mesmo os bens públicos
e privados.
É importante que se destaque também a norma que proíbe a construção de moradias
acima da quota 100, a qual inibe o desmatamento das vertentes e, conseqüentemente, a
ocorrência de eventos catastróficos relacionados às chuvas (movimentos de massa e
deposição de sedimentos nas áreas mais planas devido à erosão). No entanto apesar de sua
existência a presença da população de classe baixa habitando as vertentes assim como a
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classe alta que constrói principalmente em áreas florestadas em busca de amenidades suas
casas acima do permitido pelo estado. Assim sendo, será necessária, uma análise dos fatores
que causam a propagação destas moradias, ou seja, de um lado a falta de políticas de
habitação e de outro a valorização das áreas verdes.
Além disto, os dados pluviométricos são essenciais para uma análise que envolve o
entendimento das relações ocorridas no espaço, através das atividades humanas e as
impressões das mesmas sobre áreas de relevo acidentado, onde a cobertura vegetal tem um
papel fundamental no que se refere à infiltração e/ou escoamento superficial.
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