o uso de geotecnologia para o mapeamento de - Unifal-MG

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O USO DE GEOTECNOLOGIA PARA O MAPEAMENTO DE DOENÇAS
RESPIRATÓRIAS NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO – SP
Carolina Reame Santos, Magda Adelaide Lombardo
[email protected], [email protected]
Geografia, Unesp, Câmpus de Rio Claro
Resumo
O presente projeto de pesquisa objetiva fazer uma análise, dentro dos moldes da
geografia da saúde, sobre o uso das geotecnologias como auxílio no mapeamento das
áreas mais suscetíveis à poluição atmosférica, resultando na identificação dos fatores
climáticos e fatores externos que influenciam a morbidade das doenças respiratórias
das pessoas residentes no município de São Paulo – SP. Nesse sentido, pretende-se
fazer a elaboração de tabelas, gráficos e mapas em ambiente SIG com a finalidade de
prover aos órgãos responsáveis uma fonte confiável para a tomada de decisões no
âmbito das políticas públicas para a área de saúde.
Palavras-chave: geografia da saúde; geotecnologias; doenças respiratórias
Eixo: 14 – Geoprocessamento e Aplicações
INTRODUÇÃO
O Município de São Paulo é o maior do Brasil e da América Latina, totalizando
cerca de 6001 bairros, subdivididos em 312 subprefeituras e 973 setores censitários,
ultrapassando a marca de 11,8 milhões4 de habitantes. Também caracteriza-se por ser
um município altamente poluído e industrializado, sem grandes áreas verdes, e com a
maior frota automobilística do país e a maior frota de helicópteros do mundo. Tendo
em vista esse cenário de alta urbanização e industrialização, cresce cada vez mais os
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Segundo dados da Veja São Paulo, 2014.
Segundo dados da Prefeitura de São Paulo, 2014.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2014.
População estimada para o ano de 2013, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística.
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números de doenças respiratórias ligadas à questões da urbanização.
Diante disto, o foco do presente projeto de pesquisa é analisar como as
doenças relacionadas às vias respiratórias se dão em ambientes urbanos, resultando
em internações e mortes.
A intenção é traçar um quadro geral sobre a saúde respiratória nos anos de
2000 e 2010 no município de São Paulo, a fim de espacializar as doenças respiratórias
que mais acometem os paulistanos e, por consequência, elaborar materiais que
possam auxiliar em políticas públicas que visem o bem estar da população,
minimizando os problemas de saúde.
Com este panorama traçado, após coletar dados de fontes primárias e
secundárias, e produzir tabelas, gráficos e mapas temáticos acerca do tema, a
intenção final torna-se contribuir com materiais úteis gerados por geoprocessamento
ao planejamento urbano.
OBJETIVOS
Um dos principais objetivos da pesquisa é relacionar a poluição atmosférica
(gases e materiais particulados) com a taxa de morbidade, termo utilizado para definir
o número de casos de determinada doença ou o agravo à saúde de determinado
grupo de indivíduos, em tempo e lugar definido.
Após fazer esta relação, será feita a interpolação dos dados obtidos com as
geotecnologias, a fim de prover subsídios aos órgãos responsáveis sobre a
distribuição espacial das doenças respiratórias, facilitando a tomada de decisões no
âmbito das políticas públicas ligadas à saúde, a fim de prevenir e/ou reduzir a
incidência das doenças respiratórias.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A preocupação com a saúde do homem é um assunto intrínseco a ele próprio.
Porém, a atenção com a saúde vai ser mais nítida a partir do momento em que este
passa a mecanizar a produção e a utilizar recursos como motores a combustão,
queima de combustíveis fósseis, indústrias siderúrgicas e recursos químicos (BRAGA;
PEREIRA; SALDIVA, 201-?, p.2). Ainda segundo os autores, o ar não recebeu maiores
atenções em estudos por este ser inodoro, invisível e abundante (201-?, p.2).
Hoje em dia já sabemos que os gases e materiais particulados provenientes da
atividade humana não afetam somente o meio, mas também afetam diretamente os
homens e sua saúde.
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Nesse sentido, a preocupação em realizar a pesquisa foi baseada nos
crescentes avanços nos estudos de geografia da saúde, com ênfase nas doenças
respiratórias, uma vez que é através do sistema respiratório que o ar chega ao nosso
organismo, transportando não somente os gases essenciais para a vida, mas também
os gases tóxicos e materiais particulados nocivos.
A geografia da saúde assume o papel de ciência preocupada em estudar os
processos voltados para “(...)a saúde, a doença e o espaço geográfico (...)” (SANTOS,
2010, p. 49), buscando correlacionar a saúde com “o ambiente, a sociedade e o
território” (SANTOS, 2010, p.49). Levando em conta as considerações anteriores, é
possível notar a importância da geografia para a espacialização das doenças que
acometem o ser humano. Salientando o papel da geografia, temos que “a abordagem
geográfica, aplicada aos temas relacionados à Saúde Pública é importante para
complementar os estudos acerca dos fenômenos e processos patológicos e sóciomédicos a partir de uma dimensão espacial”. (RIBEIRO; VIEITES, 2002 apud
SECATTI; TREVISAN; BUENO, 2005, p. 2)
As geotecnologias, aplicadas ao setor de saúde, auxiliam na confecção de
mapas e assim contribuem para o planejamento e gestão, pois facilitam e otimizam as
políticas públicas a serem adotadas.
METODOLOGIA
Optou-se por utilizar a Teoria Geral dos Sistemas, de Bertalanffy. Considera-se
a Terra um sistema aberto, com input e output de matéria e energia. Além disso,
segundo o autor (1975, p.18) “as relações entre o homem e a máquina passam a ter
importância e entram também em jogo inumeráveis problemas financeiros,
econômicos, sociais e políticos”. Pelos motivos já citados anteriormente sobre a
questão da relação entre homem-máquina, e como busca-se focar este trabalho para
a geografia que propõe soluções para políticas públicas através das geotecnologias,
se terá em primeiro lugar a preocupação no bem estar dos cidadãos, pois, segundo
Domingos (2001, p.10) é necessário aprofundar os conhecimentos gerais adquiridos, a
fim de propor medidas que contemplem a melhora da saúde e a qualidade de vida de
modo geral da população.
A metodologia escolhida para ser utilizada consiste em elaboração de
questionários através do método de amostragem estratificada, a exemplo do trabalho
apresentado por Secatti, Trevisan e Bueno (2005, p.4) levando em conta a incidência
das doenças por setor censitário. Com isso, busca-se estabelecer além dos fatores
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socioeconômicos, os fatores ambientais, tais “como o relevo, proximidade das fontes
poluidoras, funções urbanas, renda, idade dos moradores, etc” (SECATTI; TREVISAN;
BUENO, 2005, p.4).
Trabalhos de campo serão necessários para a aplicação dos questionários à
população e para a checagem dos dados nas Unidades Básicas de Saúde. Os dados
obtidos serão comparados com os dados climáticos das estações meteorológicas mais
próximas dos locais de coleta de dados, obtendo mais detalhes para se estabelecer
um padrão da incidência das doenças respiratórias.
Logo após se fará necessário a compilação desses dados para a elaboração
de tabelas, gráficos e mapas, que formam parte essencial deste trabalho. Para tanto,
será preciso utilizar softwares de banco de dados e SIG. O software a ser utilizado
será a versão do ArcGis© 10.2 para a elaboração dos mapas, e o Microsoft Excel©
2014 para a elaboração das tabelas e gráficos.
RESULTADOS ESPERADOS
Espera-se elaborar mapas temáticos acerca do tema em questão, a fim de
analisar os produtos obtidos para verificar a existência de um padrão na distribuição e
nos principais tipos das doenças respiratórias.
Com isso, busca-se reafirmar a importância das geotecnologias ligadas ao
geoprocessamento, pois, segundo Scussel (2014) as “geotecnologias são cada vez
mais utilizadas no planejamento e elaboração de políticas públicas”, visando efetivar
uma gestão das áreas urbanas cada vez mais dinâmica e melhor, convertendo esses
benefícios para o próprio bem estar da população.
REFERÊNCIAS
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INL, 1975. 2ª ed. 351 p.
BRAGA, Alfesio; PEREIRA, Luiz Alberto Amador; SALDIVA, Paulo Hilário Nascimento.
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Acesso em: 20 ago. 2012.
DOMINGOS, Amanda Erica. Alterações Climáticas e Doenças Cardiovasculares no
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(Geografia). Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual
Paulista, Rio Claro, 2001.
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Acesso em: 13 mar. 2014.
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Disponível em: <http://agbpp.dominiotemporario.com/doc/CPG32A-5.pdf>. Acesso em:
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Acesso em 01 abr. 2014.
SECATTI, Ana Carolina; TREVISAN, Juliano; BUENO, Nádia Helena. A Poluição
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Paulista, Rio Claro, 2005.
SCUSSEL, Alexandre. Ferramentas de Geoinformação são essenciais para a gestão
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<http://mundogeo.com/blog/2014/04/09/ferramentas-de-geoinformacao-saoessenciais-para-a-gestao-publica-eficiente/>. Acesso em 09 abr. 2014.
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