Fotodetectores - Características desejáveis • • • • • • • Elevada sensibilidade para os comprimentos de onda de interesse, i.e os utilizados pelo laser; Largura de banda e tempos de resposta adequados aos ritmos binários usados; Introdução de pouco ruído; Fraca sensibilidade a variações de temperatura; Acoplamento fácil à fibra; Tempos de vida médio longos; Custo. Fotodíodos Fotodíodosde desemicondutor: semicondutor: ••PIN PIN(Positive-Intrinsic-Negative) (Positive-Intrinsic-Negative) ••APD APD(Avalanche (AvalanchePhoto-Diodes) Photo-Diodes) Sistemas de Telecomunicações Guiados - ISCTE Díodos com polarização inversa O processo de fotodetecção e os materiais utilizados • No processo de fotodetecção os fotões absorvidos pelo material semicondutor fazem transitar electrões da banda de valência para a de condução desde que o comprimento de onda seja inferior a um valor crítico. λ < λc = hc Eg ( h = 6,63 × 10 • Banda de condução − 34 Eg J ⋅ s) + Banda de valência Os valores críticos de alguns materiais são os seguintes: Material Si Ge GaAs Gax In1-x As Gax In1-x As 1-x P1-y E g (eV) 1,1 0,72 1,43 1,43-0,36 1,35-0,36 λ c (µ m) 1,1 1,7 0,87 0,87-3,44 0,92-3,44 1ª janela Sistemas de Telecomunicações Guiados - ISCTE Estrutura dos fotodetectores • Fotodíodos PIN – são baseados numa junção pn com material intrínseco i colocado entre os dois tipos de semicondutor. A junção é polarizada inversamente. Campo eléctrico p Região de deplecção i O campo eléctrico é intenso em quase toda a região de absorção. n • Fotodíodos de avalanche ou APD Campo eléctrico n+ Região de deplecção Região de avalanche O campo eléctrico na região de avalanche é suficientemente intenso i de modo que os electrões gerados adquirem energia para libertarem p+ mais electrões da banda de valência para a banda de condução. Sistemas de Telecomunicações Guiados - ISCTE p Caracterização dos fotodetectores • Num fotodíodo ideal por cada fotão incidente na região de absorção seria originado um par electrão-lacuna na região de deplecção. – Num fotodetector PIN real a eficiência da conversão η (designada por eficiência quântica) é inferior a 1. Potência óptica incidente, Po η= PIN η, Rλ Fotocorrente, Ip Ip q ritmo de geração de pares electrão - lacuna = ritmo dos fotões incidentes Pópt hν Vantagem em trabalhar na 2ª e na 3ª janela (λ superior)! (Mas isto só é valido até um limite em que a energiado fotáo já não é suficiente) λ[µm ] ηq Rλ = = =η Pópt hν 1,24 Ip Respostividade (A W ) – Num fotodetector APD o processo de multiplicação por avalanche é caracterizado por um ganho m(t) aleatório com valor médio M. Corrente média no APD : I M = MI p = Rλ MPópt M é um ganho médio pois o fenómeno de avalanche é aleatório! Fotão incidente + + Par electrão-lacuna Sistemas de Telecomunicações Guiados - ISCTE Ionização por impacto + - Efeito de multiplicação em avalanche Ruído associado ao processo de fotodetecção - Ruído quântico • A um feixe de luz com potência Pópt corresponde a um fluxo médio de Pópt/hv fotões por segundo. Porém o número de fotões incidentes num fotodetector num determinado intervalo de tempo é uma grandeza aleatória. fotocorrente fotões PIN Ip = <Ip> η, Rλ tempo tempo O nº de fotões incidentes num determinado intervalo de tempo T segue uma estatística de Poisson. • A fotocorrente gerada aos terminais do fotodetector apresenta uma componente média Ip à qual aparece sobreposta uma componente aleatória iq(t), designada por ruído quântico (shot noise): PIN : i (t ) = I p + iq (t ) = Rλ Pópt + iq (t ) APD : i (t ) = MI p + iq (t ) = Rλ MPópt + iq (t ) Sistemas de Telecomunicações Guiados - ISCTE Ruído próprio dos sistemas de comunicação óptica Ruído associado ao processo de fotodetecção (cont.) Pela definição de factor de ruído F(M) = si ni so no 2 p 2 q, p i σ = M 2i 2 Variância (= potência) da foto-corrente primária: σ q2, p = 2qRλ Pópt Be , n σ q2 = F ( M ) M 2σ q2, p = 2qRλ Pópt F ( M ) M 2 Be ,n p σ q2 Assim, a densidade espectral de potência unilateral do ruído quântico é dada por PIN : APD : d < iq2 > df d < iq2 > df = 2 qI p = 2 qR λ Popt OOruído ruídodepende dependeda da potência potênciaóptica ópticado do sinal sinalrecebido! recebido! = 2 qM 2 F (M )I p = 2 qM 2 F (M )Rλ Pópt Sistemas de Telecomunicações Guiados - ISCTE Receptores ópticos Parâmetros importantes: Largura de banda; Sensibilidade; Gama dinâmica; Custo. Factor de ruído num APD : f (M ) ≈ M x (Válido para para o PIN fazendo M=1) • x = 0.3 - 0.5 (Si) x = 0.5 - 0.8 (InGaAs) x = 1 (Ge) Diagrama de blocos de um receptor óptico para um sistema de transmissão digital com detecção directa: Específico dos receptores ópticos (front-end) Fotodetector Pré-amplificador Semelhante ao utilizado em sistemas metálicos de transmissão digital (eléctricos) Igualador (opcional) Amplificador principal e CAG Sinal óptico de entrada Regenerador digital PIN ou APD Introdução Introduçãodo domínimo mínimoruído ruído CAG Sistemas de Telecomunicações Guiados - ISCTE Ruído associado ao circuito eléctrico do receptor - Ruído de circuito Esquema simplificado do front-end: in (t ) = iq (t ) + ic (t ) Fotodetector Pré-amplificador Resistência de polarização, Rb Corrente de ruído de circuito Corrente de ruído quântico Tensão de polarização i (t ) = I p + in (t ) = Rλ Pópt + in (t ) • Valor quadrático médio do ruído de circuito na resistência Rb: < ic2 >= 4 K BT B Rb 2 • Densidade espectral de potência de ruído de circuito: d < ic > = 4 K BT [A 2 / Hz ] df • Raíz da densidade espectral de potência do ruído da corrente de circuito: [ d < ic2 > A / Hz df ] Sistemas de Telecomunicações Guiados - ISCTE Rb • T: temperatura em K • KB: constante de Boltzman (1.38x10-23 J/K) • B: largura de banda do receptor PIN versus APD Vantagens do APD vs PIN: Existência de uma ganho elevado na conversão óptico-eléctrica. Desvantagens do APD vs PIN: A limitação do desempenho pode dar-se pelo ruído quântico. (No PIN este é desprezável sendo a limitação geralmente imposta pelo ruído de circuito.) Estrutura mais complexa (necessita da estrutura onde ocorre a multiplicação em avalanche). → Mais caro O desempenho fica limitado pelo ruído de circuito e não pelo ruído quântico. Sensibilidade elevada das suas propriedades (como o ganho) à temperatura Menor fiabilidade Requer tensões de polarização muito superiores (para garantir a multiplicação em avalanche) Sistemas de Telecomunicações Guiados - ISCTE Tipos de pré-amplificadores A. B. C. Baixa-impedância (Resistência de polarização, Rb, de baixo valor: ≈50 Ω): – largura de banda elevada; – ruído elevado; – utilização para distâncias curtas. Alta-impedância (Rb elevada: ordem do kΩ): – largura de banda baixa; – ruído reduzido; – necessidade de igualação para sinais de elevada largura de banda. Transimpedância: – resolve o problema da reduzida largura de banda do pré-amplificador de altaimpedância; – instabilidade para algumas frequências. Esquema (simplificado) para A ou B: TJB ou MESFET (para aplicações com maior largura de banda) Ip Pré-amplificador Rb Esquema (simplificado) de C: RF Ip Pré-amplificador Rb Sistemas de Telecomunicações Guiados - ISCTE Tipos de pré-amplificadores (cont.) O circuito equivalente do conjunto fotodetector + pré-amplificador de baixa/alta-impedância (front-end) é o seguinte: RT RT H(f )= = 1 + j 2π f RT CT 1 + j 2πf B ip(t) A Cd Fotodíodo Ca Rb Resistência de polarização CT = Cd + Ca RT = Ra // Rb Ra Amplificador • A largura de banda eléctrica a -3 dB do front-end é dada por: B= 1 2πRT CT • Nos pré-amplificadores de transimpedância a largura de banda vem aproximada por: B = Sistemas de Telecomunicações Guiados - ISCTE 1+ A 2πRF CT As componentes do ruído de circuito • As fontes de ruído de circuito são: – o ruído térmico (já visto atrás) dos elementos resistivos (Rb) e fontes adicionais de ruído devidas aos elementos activos. ea(t) Ruído térmico ip(t) Cd it(t) Rb Ca Tensão de ruído do amplificador A ia(t) Ra Corrente de ruído do amplificador • A corrente de ruído de circuito (total) resulta das diferentes contribuições: ic (t ) = it (t ) + ia (t ) + ya (t ) ∗ ea (t ) • Admitância do receptor 1 + j 2π fC T RT A densidade espectral de potência da corrente de ruído (note-se que é colorido) é dada por: d < ic2 > = S0 + f 2 S2 df ya (t ) = TF −1 (Ya ( f )) d < it2 > d < ia2 > 1 d < ea2 > + + 2 S0 = df df RT df Sistemas de Telecomunicações Guiados - ISCTE Ya ( f ) = 2 d e < a > S 2 = 2πCT2 df ( ) Princípios da transmissão digital óptica • Sistema de transmissão digital óptico: Ruído quântico Ruído de escuridão Fotodíodo Ruído de intensidade Ruído de fase Laser Fibra óptica Póptica I(t) Ruído de circuito Pré-amplificador ip(t) Filtro H( f ) Atenuação e dispersão hr(t) P(t) Transimpedância Z0 • Razão de extinção: r = Ps(0)/Ps(1) • O filtro do receptor deverá minimizar a interferência inter-simbólica (IIS). Sistemas de Telecomunicações Guiados - ISCTE v(t) Caracterização do sinal recebido • Admitindo que o fotodíodo é um PIN a corrente na sua saída tem a contribuição do sinal e do ruído quântico. Essa corrente é dada para o nível lógico 1, i1(t), e para o nível 0, i0(t), por: i1 (t ) = Rλ Pr (1) + iq1 (t ) • i0 (t ) = Rλ Pr (0 ) + iq 0 (t ) A tensão na saída do filtro receptor relaciona-se com a corrente na saída do fotodíodo através da transimpedância. O receptor introduz o ruído de circuito, logo a tensão na saída do filtro é dada por: v0 (t ) = V0 + n0 (t ) v1 (t ) = V1 + n1 (t ) Valor médio da tensão para o nível 1 tensão V1 Tensão de D ruído para o V0 nível 1 Instante de decisão Limiar de decisão t0 tempo Sistemas de Telecomunicações Guiados - ISCTE Valor médio da tensão para o nível 0 Tensão de ruído para o nível 0 Estatística do sinal amostrado • O sinal v(t) é aplicado à entrada de um regenerador (amostragem + circuito de decisão + recuperação de relógio): – v(t0) > D símbolo 1; – v(t0) < D símbolo 0. • Admite-se que a amostra v(t0) tem uma distribuição Gaussiana com média V1 e variância σ12 = < n 12 > para o nível lógico 1 e média V0 e variância σ02 = < n 02 > para o nível lógico 0. • rb - ritmo binário; • I2 e I3 - integrais de Personick; • Z0 - transimpedância do receptor. < nq2 >|1 = 2 Z 02 qRλ Pr (1)I 2 rb σ 12 = nq2 |1 + nc2 < nq2 >|0 = 2 Z 02 qRλ Pr (0 )I 2 rb σ 02 = nq2 |0 + nc2 [ < nc2 >= 2 Z 02 S 0 I 2 rb + S 2 I 3 rb3 Sistemas de Telecomunicações Guiados - ISCTE ] Avaliação do desempenho • A probabilidade média de erro é dada por: Pε = P(1) Pe (0 | 1) + P(0) Pe (1 | 0) • Admitindo a equiprobabilidade dos símbolos, obtém-se para a probabilidade média de erro (BER) a seguinte expressão: ∆ D − V0 1 1 V −D + erfc 1 Pe = erfc 4 4 σ0 2 σ1 2 erfc(x) = Dopt − V0 σ0 = V1 − Dopt σ1 =Q Dopt σ 0V1 + σ 1V0 = σ 0 + σ1 π ∞ e − λ dλ 2 x = 2Q ( 2 x ) O limiar de decisão óptimo (Dopt) que minimiza a BER, corresponde a fazer Pe(0|1) = Pe(1|0): • 2 Só aqui se refere à função Q(x)! Q= V1 − V0 σ 0 + σ1 Sistemas de Telecomunicações Guiados - ISCTE 1 Q Pε = erfc 2 2 Ver [J.P ires Sensibilidade , Sec. 6. 3.4] • (mín ) A sensibilidade do receptor, Pópt , é definida como a potência óptica mínima necessária para obter um valor de BER especificado, normalmente 10-12 (Q ≈ 7) • Para um receptor baseado num fotodíodo PIN o ruído de circuito é dominante. A sensibilidade do receptor é dada por (para uma razão de extinção r = 0) ( mín ) ópt P • Ruído do circuito branco ( mín ) Pópt ∝ Rb A sensibilidade dum receptor baseado num fotodíodo APD (r = 0) é dada por Note-se como a expressão com PIN é um caso particular desta. • Q < ic2 > 1 = Pópt (1) = 2 Rλ Pópt( mín ) < ic2 > Q = Rλ M + qQF (M )I 2 Rb Ganho óptimo: Existe um valor de M que maximiza a sensibilidade. Num receptor com um PIN e um amplificador ideal (limitado pelo ruído quântico) a sensibilidade diminui com o aumento do ritmo binário. NOTAS: Note-se como a expressão é um caso particular da anterior. Pópt( mín ) = 2 qQ I 2 Rb Rλ Caso de ruído de circuito desprezável e M = 1 (PIN) Sistemas de Telecomunicações Guiados - ISCTE •Para o limite quântico deve utilizar-se a estatística de Poisson. •Rb é o ritmo binário! Não confundir com a resistência no circuito do receptor! Usa-se a mesma notação pois são separáveis no contexto. Sensibilidade (cont.) Sensibilidade de receptores que operam a 1550 nm (@ BER = 10-12); ritmo binário 155 Mbit/s 622 Mbit/s 2,5 Gbit/s 10 Gbit/s tipo PIN PIN APD PIN sensibilidade (dBm) -36 -32 -34 -20 sobrecarga (dBm) -7 -7 -8 0 – a sobrecarga é o valor máximo da potência óptica de entrada; – a gama dinâmica é a diferença entre a sobrecarga e a sensibilidade. Sensibilidade (dBm) • -20 PIN -30 Atenção à definição de sensibilidade! APD A sensibilidade diminui com o aumento do ritmo binário. -40 -50 1 10 Ritmo binário (Gbit/s) Sistemas de Telecomunicações Guiados - ISCTE