REPRODUÇÃO HUMANA Roteiro de estudos da P.O 1) O que é Infertilidade? Infertilidade pode ser definida como a ausência de gravidez após 1 ano de relações sexuais (com pelo menos 3 relações mensais no período fértil da mulher) sem uso de método contraceptivo. A função alterada da fertilidade é a reprodução, apesar de não ameaçar a vida do individuo, está intimamente relacionada com sérios problemas emocionais, psíquicos e sociais. 2) Quais são os fatores externos que aumentam a incidência da infertilidade? Fatores ambientais: calor excessivo, radiação ionizante, metais pesados, obesidade, sedentarismo, alimentação, tabagismo, alcoolismo, uso de entorpecentes (Cannabis), DSTs; Medicamentos: antidepressivos, quimioterápicos, hormônios; Fatores ocupacionais: equipamentos radioativos, mergulhadores de alta profundidade, padeiros, motoristas de caminhão; Doenças sistêmicas e genéticas – diabetes mellitus, hipertensão arterial, fibrose cística, síndromes cromossômicas. 3) Quais são as principais patologias que levam a infertilidade (fatores anatômicos, fatores hormonais, doenças) no homem e na mulher? Fatores femininos FOP- falência ovariana precoce; Amenorreia – ausência de menstruação; Abortamento repetição – óvulos geneticamente defeituosos; Tuboperitoneal, ovariano, uterino Tuboperitoneal: obstrução tubária, endometriose, infecções do trato genital (DSTs); Ovariano: SOP (síndrome dos ovários policísticos), endometriose ovariana, desordem ovulatória, doenças genéticas, doenças autoimunes, idade; Uterino: malformações, miomas, pólipos, endometrites. Fatores masculinos FTP – Falencia testicular precoce; Azoospermia – ausência de espermatozoides; Abortamento repetição – espermatozoide geneticamente defeituoso. Varicocele – dilatação das veias do plexo panpiriforme; Infec. Genitourinarias – Clamidia, Ureplasma; Idade – diminui a espermatogênese; Doenças sistêmicas e genéticas – diabetes mellitus, hipertensão, fibrose cística, síndrome de Klinefelter, microdeleção Y; Disfunções ejaculatórias e eréteis: azoospermia (ausência de espermatozoides no ejaculado), oligozoospermia (diminuição da qtde de espermatozóides no ejaculado <15 milhões/ml), hipopermia (volume baixo de sêmen), asternozoospermia (espermatozoides com baixa motilidade), necrozoospermia (espermatozoides mortos no ejaculado). 4) Quais os mecanismos celulares de divisão celular? Os mecanismos de divisão celular são: Mitose e Meiose Mitose Tipo de divisão celular que gera duas células geneticamente idênticas e que apresentam a mesma quantidade de material genético da célula mãe, ou seja, mantém a ploidia original. Conceito: divisão de células somáticas, pela qual o corpo cresce, diferencia-se e efetua a regeneração dos tecidos; Fases: Profase – condensação dos cromossomos, duplicação dos cromossomos, formação do fuso mitótico; Prometafase – rompimento do envoltório nuclear, ligação dos microtubulos aos cinetócoros dos cromossomos; Metafase- Alinhamento dos cromossomos no equador do fuso mitótico, ou seja, exatamente na metade entre os dois polos. Anafase- encurtamento dos microtúbulos do cinetócoro, separação sincronizada das cromátides irmãs, segregação dos cromossomos. Telófase- Chegada dos cromossomos aos polos do fuso, reorganização do envoltório nuclear, formação do anel contrátil. Citocinese - Término da formação dos núcleos, descondensação dos cromossomos, o citoplasma é dividido pelo anel contrátil (actina e miosina), regeneração do arranjo dos microtúbulos interfásicos. Meiose Tipo de divisão celular durante a qual o número de cromossomos é reduzido exatamente à metade. Dividida em duas etapas, denominadas Meiose I e Meiose II. Ocorre um único ciclo de duplicação do DNA, seguido por dois ciclos de divisão celular Fases: Meiose I – Reducional - ocorre um crossing over (formação de quiasmas e recombinação genética), pareamento dos cromossomos homólogos e segregação. 1 cromossomo = 2 cromatides irmãs – 23 cromossomos(n) Meiose II - Equacional – ocorre separação das cromátides irmãs 1 cromossomo = 1 cromátide – 23 cromossomos (n) 5) Diferencie o processo de formação dos gametas Tanto o óvulo como o espermatozoide são formados por meiose de células denominadas germinativas, que são diploides. 1)Período germinativo Na mulher: termina na vida intra-uterina ou completa-se logo após o nascimento. Assim, uma mulher, quanto nasce, já tem suas oogonias formadas; No homem: dura quase toda a vida, com produção permanente de novas espermatogonias 2) Período de crescimento Na mulher: as ovogônias aumentam muito de tamanho, originando ovócitos I, nos ovócitos, esse crescimento é devido à síntese de vitelo ou de citoplasma, substancia orgânica que irá nutrir o embrião 3)Periodo de maturação Na ovogênese tanto na meiose I como na meiose II, formam-se células de tamanhos diferentes, o que não ocorre na espermatogênese. As células menores tem o nome de glóbulos polares e não são funcionais, degenerando-se. A ovogenese não apresenta período de diferenciação. Na ovogênese, cada ovogonia dá origem a um ovulo e a três corpúsculos polares (células nãofuncionais) e, na espermatogênese, cada espermatogonia da origem a quatro espermatozoides. 6) Como podemos explicar o aumento da variabilidade genica e a manutenção do numero de cromossomos na espécie humana? O mecanismo de “crossing over” que ocorre na Meiose, é um rearranjo independente de cromossomos materno e paterno, possibilitando melhor mistura dos genótipos, aumentando a variabilidade e viabilidade genética da espécie. A Meiose permite a manutenção do numero de cromossomos de geração para geração (células germinativas reduzem à metade o seu numero de cromossomos durante o processo de diferenciação em gametas). 7) Quais as principais propriedades das células tronco? As células tronco tem três características importantes que as distinguem de outros tipos celulares. Em primeiro, elas são células não-especializadas, que se renovam por meio de divisão celular (auto renovação). Outra característica é que são células não-diferenciadas e, portanto, não especializadas. Por fim, sob certas condições fisiológicas e experimentais, podem ser induzidas a tornarem-se células com funções especificas (diferenciação – totipotentes ou pluripotentes). 8) Como funciona o eixo hipotálamo-hipófise-gônadas no homem e mulher? O eixo hipotálo-hipófise-gonadal é um sistema formado por três glândulas: Hipotálamo – Hipófise anterior – Gônadas (testículos ou ovários). Hormônios do eixo HHG: GnRH; LH; FSH; Esteróides p r o g e s t e r o n a , t e s t o s t e r o n a , estradiol. Mecanismos de regulação: Feedback ou retro – alimentação. O hipotálamo e a hipófise anterior secretam proteína e hormônios peptídicos, que controlam a atividade das gônadas. A adeno-hipófise (pars distalis) produz FSH, LH e prolactina, hormônios que controlam os processos reproduivos. P.ex. O GnRH e a dopamina. Ambas as substâncias são transportadas do hipotalamo, onde são liberadas no sistema venoso porta. Hormônios sexuais masculinos: Os testículos secretam diversos hormônios sexuais masculinos e estes foram denominados coletivamente de androgênios, incluindo a testosterona, diidrotestosterona e androstenediona. O termo androgênio refere-se a qualquer hormônio esteróide capaz de exercer efeitos masculinizantes. A testosterona é sintetizada e secretada pelas células intersticiais de leydig, que se localizam nos interstícios entre os tubos seminíferos, durante a infância estas células são quase inexistentes porem nos adultos correspondem à cerca de 20 a 25% da massa dos testículos. A testosterona é muito mais abundante que os outros hormônios, porem em seus tecidos alvos quase toda testosterona é convertida em um hormônio mais potente a diidrotestosterona. Controle da secreção dos hormônios andrógenos O controle ocorre através do eixo hipotálamo-hipófise, o hipotálamo secreta o hormônio de liberação das gonadotropinas (GnRH), que induz a liberação do LH e FSH, estes últimos por sua vês são secretados pelas células denominadas gonadotrópos da adeno hipófise. Hormônio folículo-estimulante (FSH): estima as células de Sertoli à formação de células germinativa, já o hormônio luteinizante (LH): estimula as células de Leydig à secreção de testosterona. o o O controle da secreção de testosterona ocorre por feedback, por exemplo, o feedback negativo, ou seja, quantidades elevadas de testosterona inibem a secreção de LH e FSH o que por sua vês diminui a secreção de testosterona. Controle da atividade nos tubos seminíferos: função do hormônio inibina. 1. Quando os túbulos seminíferos não conseguem produzir espermatozóides, a secreção de FSH pela adeno-hipófise aumenta acentuadamente. 2. Por outro lado, quando a espermatogênese se mostra rápida, a secreção hipofisaria de FSH diminui. Acredita-se que a causa desse efeito de feedback negativo sobre a hipófise anterior seja a secreção da inibina. 3. Ela atua ainda, de um modo paralelo, com o mecanismo de feedback negativo para o controle da secreção de testosterona. •GnRH → Decapeptídeo (liberação pulsátil) •LH e FSH → glicoproteinas •Testosterona (esteróide) → Diidrotestosterona (Bloqueia o hipotálamo GnRH) →Estradiol (Bloqueia a hipófise ↓LH) •Inibina (célula de Sertoli) → Reduz a espermatogênese por bloqueio de hipotálamo e hipófise •Prolactina → Diminuem o GnRH, LH, FSH e Testosterona + efeito no SNC (não respondem a reposição de testosterona enquanto a prolactina estiver elevada) Hormônios sexuais femininos e suas funções: O sistema hormonal feminino como o masculino é controlado pelo eixo hipotálamo-hipófise que controla a secreção dos hormônios ovarianos que podem ser estrogênios e progesterona. A secreção destes hormônios é relativamente constante durante todo o ciclo ovariano porem em intensidades drasticamente diferentes durante as diferentes etapas do ciclo mensal. Síntese e metabolismo dos estrogênios e das progestinas: Þ Os estrogênios são responsáveis principalmente pela proliferação e crescimento de células especificas no corpo, que são responsáveis pelas características sexuais secundarias femininas. As progestinas estão relacionadas com a preparação final do útero para a gravidez e das mamas para a lactação. Estrogênios: Grupo de hormônios sexuais que estimulam caracteres femininos.Estrógenos nome genérico de hormônios sexuais produzidos especialmente nos ovários, que promovem o estro e estimulam o desenvolvimento dos caracteres femininos Þ Estes hormônios são secretados principalmente pelos ovários e muito pouco pelo córtex da adrenal, durante a gravidez a placenta também secreta grande quantidades de estrogênios. Þ No plasma os principais estrogênios são: β-estradiol, estrona e o estriol. Þ O β-estradiol e cerca de 12X mais potente que a estrona e 80X mais potente que o estriol, como se pode perceber o hormônio estradiol além de ser mais potente que os outros dois que foram citados também é mais abundante no plasma sanguíneo, sendo ele o principal hormônio estrogênio na mulher. Progestinas: estão relacionadas com a preparação final do útero para a gravidez e das mamas para a lactação. Þ A mais importante das progestinas é a progesterona. Þ 17-α-hidroxiprogesterona é secretada juntamente com a progesterona, suas funções são as mesmas da progesterona porém sua potencia e quantidade são significantemente reduzidas se comparada a progesterona. Þ Em mulheres não grávidas, fisiologicamente a progesterona é secretada apenas na 2º fase do ciclo ovariano. Secreção de estrogênios, progesterona e sua regulação: Þ Efeitos de feedback: O estrogênio exerce forte efeito inibitório ao inibir a produção de FSH e LH. Além disso, quando a progesterona está disponível, o efeito inibitório do estrogênio é multiplicado, embora a progesterona, por si só, tenha pouco efeito. Esse feedback pode ocorrer diretamente sobre a adeno-hipófise ou, em menor grau, sobre o hipotálamo, diminuindo a secreção de GnRH. OSCILAÇÃO DO SISTEMA HIPOTALÂMICO-HIPOFISÁRIO-OVARIANO: o SECREÇÃO PÓS-OVULATÓRIA DOS HORMÔNIOS OVARIANOS E DEPRESSÃO DAS GONADOTROPINAS HIPOFISÁRIAS: - Fase entre ovulação e menstruação. Corresponde a fase de secreção de grande quantidade de progesterona, estrogênio e inibina, que, em conjunto, exercem efeito combinado de feedback negativo sobre a adeno-hipófise e hipotálamo, reprimindo a secreção de FSH e LH. Þ FASE DE CRESCIMENTE FOLICULAR - Ocorre regressão do corpo lúteo, quase que totalmente, 2 a 3 dias antes da menstruação, liberando a adeno-hipófise e o hipotálamo dos efeitos de feedback. Cerca de um dia após o início da menstruação, começa-se a secreção de FSH e vários dias depois a secreção de LH. Esses hormônios promovem o novo crescimento de folículos ovarianos e determinam o aumento da secreção do estrogênio, que atinge seu pico de secreção dentro de 12,5-13 dias após o inicio do novo ciclo menstrual. Durante os primeiros 1112 dias desse crescimento folicular, a secreção hipofisária de FSH e LH diminuem devido ao efeito do feedback negativo, principalmente do estrogênio. A seguir ocorre o surto pré-ovulatório de LH. 9) O que é epigenese? É o surgimento progressivo de novas estruturas. Ex. desenvolvimento ósseo: As células mesenquimatosas indiferenciadas além da capacidade de se mover através dos tecidos, têm o potencial de se dividir rapidamente e se diferenciar em células especializadas do tecido músculo esquelético; como exemplo, em células de cartilagem, osso, tecidos fibrosos densos e músculos. 10) O que é a “Teoria da Indução”? Quando células de função específica são colocadas em conjunto com células multipotentes , induzido-as a se diferenciarem neste tipo. EX. Onde substâncias indutoras liberadas por células endometriais ectópicas induziriam as células multipotenciais do mesênquima indiferenciado a transformar-se em novas células endometriais. 11) Explique os mecanismos da fertilização 1 – Contato e reconhecimento entre os gametas; 2 – Regulação da entrada do espermatozoide no oócito; 3 – Fusão do material genético e Ativação do metabolismo do oócito e começo do desenvolvimento Ainda no epidídimo a membrana plasmática do espermatozóide sofre rearranjos na sua arquitetura molecular 12) O que é e, para que serve o espermograma? O espermograma é um processamento seminal para verificar: motilidade, forma e quantidade de espermatozoides presentes no ejaculado. O teste com capacitação seminal verifica: capacidade fecundante do espermatozoide e atividade biológica. 13) Como a biologia molecular pode ajudar casais inférteis? A biologia molecular mostra seu papel indispensável na detecção de alterações na normalidade dos sistemas biológicos, e a possibilidade de estratégias terapêuticas. Análise de Microdeleções do Cromossomo Y e a investigação do gene SRY [estudo para disgenesia gonadal]; Exames para investigação de síndromes genéticas freqüentes, gemelaridade por análise de DNA e determinação de vínculo genético. 14) Como a criptogenética e a genética devem ser empregadas no diagnostico da infertilidade? Indivíduo “Mosaico” Em genética, chama-se mosaico um indivíduo com dois materiais genéticos distintos, porém provenientes do mesmo zigoto. Geralmente, esse distúrbio - o mosaicismo - ocorre como uma variação no número de cromossomos nas células do corpo. Normalmente, todas as células somáticas do corpo deveriam possuir o mesmo número de cromossomos. O mosaicismo é causado quando a mutação eleva-se precocemente no desenvolvimento. O indivíduo resultante será uma mistura de células, alguns com a percentagem de células terão mutação. O mosaicismo pode ser de linhagem germinativa (afetando somente as células do óvulo ou espermatozóide), somático (afetando outras células além das células esperma ou évulo), ou uma combinação de ambos.