Experimento 2 : Integrador e Diferenciador RC Grupo: Daniela Sato Maria Silvia C. Franciscon André De Caroli RA: 090849 RA: 084489 RA: 072796 Resumo: Neste experimento, com o uso do osciloscópio, realizamos medidas para verificar a utilização da derivação e integração das curvas de tensão nos circuitos RC. Para as imagens obtidas, obtivemos resultados esperados. Pudemos observar a atuação da resistência do capacitor para o circuito em que o canal 1 do osciloscópio está entre os terminais do capacitor. Para as outras duas curvas, obtivemos a derivada (curva com saltos) para o circuito RC diferenciador, e a integrada (curva dente de serra) para o circuito RC integrador. Introdução: O integrador RC, equivalente ao filtro RC passa-baixos, é caracterizado pela constante de tempo τ = RC e é utilizado em maior escala do que o similar integrador RL. A transmitância do integrador RC é maior quanto menor (mais próximo de zero) for a frequência. De modo análogo, o diferenciador RC, equivalente ao filtro RC passa-altos, é caracterizado pela constante de tempo τ = RC e é utilizado em maior escala do que o similar diferenciador RL. A transmitância do diferenciador RC aumenta quanto maior a frequência. Nesse experimento, avaliamos circuitos do tipo RC, tanto o integrador como o diferenciador, analisando as ondas de saída, via osciloscópio, para sinais de entrada com formatos de onda quadrada, senoidal e triangular. Teoria: Dado um circuito RC, similar aos apresentados nas figuras 1 e 2, a tensão é dada pela equação (1). Ε(t) - VR - VC =0 (1) Figura 1: Circuito RC diferenciador Figura 2: Circuito RC integrador Integrador Para frequências muito maiores que 1, Ε(t) ≈ VR(t) e Vc(t) ≈ 0, caracterizando, assim, um integrador (passa-baixas frequências). A impedância do capacitor, em módulo, é caracterizada pela equação │Zcap│= 1/(ωC). Assim, quando a frequência f (inverso do período) e, portanto, também a frequência angular ω=2πf, é muito alta, a impedância do capacitor é perto de zero e o osciloscópio mostra tensão com pouca precisão. Entretanto, para frequências f e ω baixas, o osciloscópio mede de modo mais eficiente a tensão nesse trecho do circuito. A equação que representa a tensão no capacitor é: Vc(t) = q/C (2) Derivando -a em relação ao tempo: [d Vc(t)] /[dt] ≈ (1/C)(dq/dt) [d Vc(t)] /[dt] ≈ (i/C) i(t) ≈ C*[d Vc(t)] /[dt] (3) Mas Ε(t) ≈ VR(t)= Ri(t), substituindo (3) nessa última equação obtem-se Ε(t) [dt] ≈ RC*[d Vc(t)] Integrando ambos os lados Vc(t) ≈ (1/RC) + Vc(t0) (4) Diferenciador Por semelhança com o efetuado anteriormente, para frequências extremamente baixas, menores do que 1: Ε(t) ≈ Vc(t) = q/C (5), configurando um diferenciador (passa-altas frequências). Derivando a equação (5) em relação ao tempo: [dΕ(t)] /[dt] ≈ (1/C)(dq/dt) Multiplicando o resultado por R, tem-se: R[dΕ(t)] /[dt] ≈ (R/C)(dq/dt) RC[dΕ(t)] /[dt] ≈ (R)(dq/dt) RC[dΕ(t)] /[dt] ≈ (R)(i) RC[dΕ(t)] /[dt] ≈ VR. Portanto, VR(t) ≈ RC (dΕ /dt) (6). Metodologia Experimental: - Materiais: Multímetro; Capacitor de 0,22µF; Resistor de 149,9 Ω; Protoboard; Cabos; Osciloscópio; Gerador de freqüências; Multímetro. - Métodos: Para iniciar o experimento, montamos o circuito RC diferenciador, como mostrado na figura 1. Ligando o gerador de freqüência no modo de onda quadrada, e variando o nível dc do gerador entre -1 V e +1 V, anotamos as alterações observadas. Em seguida, capturamos a tela do osciloscópio nos modos de onda quadrada, triangular e senoidal para três valores de f, sendo eles f ≈ 1/τ, f « 1/τ e f » 1/τ. Na segunda parte do experimento, montamos o circuito RC integrador, como o mostrado na figura 2. Em seguida, repetimos o procedimento adotado para o circuito diferenciador, capturando todas as imagens como mencionado. Resultados e Análise de dados: Sabendo que C = 0,22 ± 0,02 µF e R = 149,9 ± 1,5 Ω, podemos calcular o valor da constante de tempo τ para o experimento, onde τ = RC. E obtemos que τ = 32,978 µs. No osciloscópio, teríamos que observar o período T para verificar a correspondência com a constante de tempo, mas, para facilitar, calculamos o inverso da constante de tempo (1/τ) e o inverso do período T (1/T), que é igual a freqüência f que aparece no canto inferior direito da tela do osciloscópio. Assim, temos que 1/τ é, aproximadamente, igual a 30 kHz. Depois de montados os circuitos das figuras 1 e 2, e ligando o gerador no modo de onda quadrada, podemos observar descontinuidades nas ondas. Analisando cada caso podemos observar nas descontinuidades que, para o circuito diferenciador, ∆V1>∆V2 e para o circuito integrador ∆V1≈∆V2. Além disso, analisamos a forma de onda enquanto variamos o nível dc do gerador entre -1V e +1V. Sabemos que alterações no nível dc “acrescenta” uma constante na função de onda de entrada, logo, a onda varia em torno de outro ponto que não o zero. No caso do circuito diferenciador, a onda não varia, pois a derivada de uma constante é zero. Já no circuito integrador, a função de onda varia junto com a função de onda de entrada. Agora, em cada circuito capturamos as imagens da tela do osciloscópio para três valores de freqüência, e nos três modos de onda (quadrada, triangular e senoidal). Para o circuito RC diferenciador com f = 30,123 kHz, ou seja, f ≈ 1/τ, obtivemos as imagens mostradas nas figuras 3, 4 e 5. Figura 3: Tela do osciloscópio para f ≈ 1/τ, no modo de onda quadrada. Figura 4: Tela do osciloscópio para f ≈ 1/τ, no modo de onda triangular. Figura 5: Tela do osciloscópio para f ≈ 1/τ, no modo de onda senoidal. Para o circuito RC diferenciador com f = 100,002 Hz, ou seja, com f « 1/τ, obtivemos as imagens mostradas nas figuras 6, 7 e 8. Figura 6: Tela do osciloscópio para f « 1/τ, no modo de onda quadrada. Figura 7: Tela do osciloscópio para f « 1/τ, no modo de onda triangular. Figura 8: Tela do osciloscópio para f « 1/τ, no modo de onda senoidal. E para o circuito RC diferenciador com f = 104,324 kHz, ou seja, para f » 1/τ, obtivemos as imagens mostradas nas figuras 9 e 10. Neste caso não poderemos mostrar a imagem com a função de onda quadrada, pois houve um problema na gravação desta imagem. Figura 9: Tela do osciloscópio para f » 1/τ, no modo de onda triangular. Figura 10: Tela do osciloscópio para f » 1/τ, no modo de onda senoidal. Repetindo o procedimento de captura de imagens para o circuito RC integrador com f = 30,227 kHz, ou seja, para f ≈ 1/τ, obtivemos as imagens mostradas nas figuras 11, 12 e 13. Figura 11: Tela do osciloscópio para f ≈ 1/τ, no modo de onda quadrada. Figura 12: Tela do osciloscópio para f ≈ 1/τ, no modo de onda triangular. Figura 13: Tela do osciloscópio para f ≈ 1/τ, no modo de onda senoidal. Para o circuito RC integrador com f = 306,555 kHz, ou seja, com f » 1/τ, obtivemos as imagens mostradas nas figuras 14, 15 e 16. Figura 14: Tela do osciloscópio para f » 1/τ, no modo de onda quadrada. Figura 15 Tela do osciloscópio para f » 1/τ, no modo de onda triangular. Figura 16: Tela do osciloscópio para f » 1/τ, no modo de onda senoidal. Para o circuito RC integrador com f = 100,029 Hz, ou seja, com f « 1/τ, obtivemos as imagens mostradas nas figuras 17, 18 e 19. Figura 17: Tela do osciloscópio para f « 1/τ, no modo de onda quadrada. Figura 18: Tela do osciloscópio para f « 1/τ, no modo de onda triangular. Figura 19: Tela do osciloscópio para f « 1/τ, no modo de onda senoidal. Discussão e Conclusão: Com isso demonstramos que as formas de ondas encontradas na teoria são realmente as mesmas encontradas experimentalmente. Também mostramos o comportamento de Vdc para os circuitos diferenciador e integrados. No primeiro caso, Vdc é sempre zero enquanto no segundo caso o valor de Vdc é o mesmo na entrada e na saída. Outro ponto observado foi que para frequências altas, no circuito integrador, a onda possui um comportamento diferente daquele que foi exposto pela teoria, ou seja, a onda não se comporta como uma derivada. Referências Bibliográficas: FRAGNITO, Hugo L. “Circuitos de Corrente Alternada - Notas de Física Experimental”. Disponível em http://www.ifi.unicamp.br/~calderon/livro.pdf Acesso em 31/08/10