N.º 19 13/09/10 www.sindutemg.org.br [email protected] SIND-UTE/MG CONVOCA MOBILIZAÇÃO EM DEFESA DE CONCURSO PARA FILOSOFIA, SOCIOLOGIA E ENSINO RELIGIOSO O Sind-UTE/MG realizou neste sábado, dia 11/09, plenária com professores de filosofia, ensino religioso e sociologia para discutir a posição da Secretaria de Estado da Educação de não realizar concurso público para estas disciplinas. Após discutir várias estratégias de mobilização, foi definida a realização do DIA DA CORUJA como mecanismo de denúncia à sociedade da atual situação destas disciplinas. Em Belo Horizonte, o DIA DA CORUJA será realizado no dia 15 de setembro, 15 horas, na Praça Sete. Para as demais regiões do Estado a orientação é a realização de atividades em Praças e com os alunos. Educação e Miopia Política Westerley A. Santos Pedro Luiz Oliveira É dispensável discorrer mais aprofundadamente sobre a importância e necessidade da Filosofia, Sociologia e Ensino Religioso para uma educação de qualidade, que se pretenda verdadeiramente humanizadora do homem, seja pela formação da consciência crítica dos sujeitos, no caso, nossos jovens, seja pela leitura correta dos fatos sociais a que estão sujeitos, e quase sempre são vítimas, quando não, massa de manobra, seja, enfim, pela busca e compreensão do transcendental ou do desenvolvimento do ser espiritual, que visa os valores mais éticos e humanos em defesa da paz. Entretanto, ante a negativa do concurso público para estas disciplinas, torna-se indispensável atentarmos bem, para o que pode significar mais esta tentativa de excluir a Filosofia, a Sociologia e agora o Ensino Religioso dos planos governamentais para a educação em Minas. É certo que tais disciplinas, aos olhos do governo, não são importantes e tampouco necessárias para a educação que pretendem implantar no Estado. O que não é de se estranhar, já que se trata de um governo de orientação tecnocrata que, por definição, entende a educação não como um meio de desenvolvimento social, mas sim, mercadológica, não como uma ação transformadora e libertadora do sujeito - entendido como ser autônomo, crítico, ético e consciente - e sim um meio para capacitação de mão de obra jovem e de baixo custo para o mercado de trabalho. Neste cenário, Filosofia, Sociologia e Ensino Religioso são pesos, entraves que ocupam um espaço valioso que deveria ser destinado ao ensino técnico-instrumental de natureza operária de preferência para o subemprego. Ledo engano! Não percebem que todo caos social, político e educacional que vive nossa sociedade, está nos mostrando ter muito em suas causas, a falta de uma educação que privilegie as humanidades, a ética, os valores e o desenvolvimento da capacidade de crítica política de nossos jovens. É o que apresenta o atual censo do IBGE. A miopia dos atuais governantes impede que vejam mais além e percebam que crescimento econômico só se sustenta com desenvolvimento social e este, só se alcança com educação de qualidade. Mas, uma última questão se põe ante os olhos de todos: o que é educação de qualidade? Entendemos que não é outra coisa senão aquela que faz cumprir sua finalidade maior que é humanizar o homem para a vida em sociedade (na relação consigo e com o outro), para a vida material (na relação com o mundo) e para a vida espiritual (na relação com o transcendente). É justamente o que o governo estadual não consegue enxergar no horizonte educacional. Boletim do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais -1