dinamização da prática pedagógica no ensino de geografia

Propaganda
DINAMIZAÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA
NO ENSINO DE GEOGRAFIA
Rubens de Oliveira e Silva
Francisco Ednardo Gonçalves
RESUMO
Para o melhor andamento da atividade docente deve se desenvolver alternativas que visem conhecer
e entender os objetivos a serem alcançados através do ensino de Geografia e os meios para tal.
Estudos intensificados em torno da temática são necessários haja vista a diversidade entre os alunos
e os diferentes níveis de aprendizagem. O objetivo desse artigo é apresentar algumas práticas
pedagógicas que podem dinamizar o ensino de Geografia utilizando recursos diversos na busca pelo
mesmo. As técnicas de ensino aqui explicitadas são fruto do levantamento bibliográfico da pesquisa
em andamento que está sendo realizada junto ao Núcleo de Pesquisas e Estudos Geográficos
(NUPEG), financiado pelo Departamento de Pesquisa do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Rio Grande do Norte.
Palavras-chave: Ensino de Geografia; Práticas Pedagógicas; Técnicas de Ensino.
1 INTRODUÇÃO
Há sempre a necessidade de se desenvolver, através de diversos instrumentos pedagógicos,
alternativas metodológicas visando atingir aos diferentes níveis de aprendizagem dos alunos. As
dificuldades de se desenvolver práticas pedagógicas eficazes no ensino de Geografia não são
recentes. Tais dificuldades não possuem um único responsável, todavia, ao mesmo tempo, possuem
diversos vetores. A, ainda atual, existência de uma didática conteudista, puramente mnemônica, na
qual muitos professores consideram o livro didático a principal ferramenta de trabalho e, como
relata Alonso Topia (1992, apud COLL; MARCHESI; PALÁCIOS, p. 180), “que fazer referência
freqüente à avaliação enquanto ensinam constitui um dos recursos mais poderosos de que dispõem
para motivar” os alunos, vem com o tempo perpetuando-se.
Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3
1
Esta realidade, entretanto, não é exclusiva ao ensino de Geografia, mas expande-se a todas
as outras disciplinas. Sobre a Geografia que se encontra na maioria dos livros didáticos, Almeida
(1991) afirma que esta “apresenta uma análise descritiva – ou apenas uma descrição – do que hoje
se vê no mundo”. Esta simplificação à mera construção de uma cosmovisão, não expressa a
dimensão do entendimento sobre a realidade à qual se pode chegar através do conhecimento
geográfico. Esta situação leva o aluno a pensar que não é imprescindível estudar Geografia, mas
somente seria necessário assistir ao telejornal para dar conta do conteúdo. O que nos leva ao
questionamento: como desenvolver um ensino de Geografia ministrando conteúdos relevantes de
forma dinâmica para os alunos?
Certamente o conhecimento geográfico maximiza-se através da prática e “não se pode
duvidar que todos os nossos conhecimentos começam com a experiência” (KANT, 1781).
Contudo, esta experiência pela experiência (neste caso expresso pela mera descrição) não nos
explicita completamente como se constitui a “Realidade Objetiva” (valor e significação do objeto
dado), visto que se descreve apenas o que é aparente. Da mesma forma esta atitude caracteriza a
Geografia como “estática e a-histórica do processo de ocupação das áreas e da apropriação dos
recursos naturais” (ALMEIDA, 1991).
Não podemos deixar de citar que processos histórico-sociais influenciam determinantemente
a conjuntura na qual nos encontramos. No Brasil, o salário irrisório pago aos professores indigna
estes profissionais que, por sua vez, desenvolvem uma prática de ensino que não exige tanto esforço
pela falta de compensação. Condições de trabalho distantes dos padrões mínimos aceitáveis não
permitem ao professor sentir prazer em sua atividade docente.
Entretanto, os problemas com o ensino de Geografia não são causados exclusivamente por
estes dois fatores. O ensino de Geografia no Brasil que, em princípio, visava formar uma população
com o espírito de nacionalidade bem desenvolvido, lançava de forma exaustiva conteúdos relativos
às riquezas físicas e humanas das quais dispunha o recente país. Enaltecendo-o de modo que seu
cidadão, ao vincular-se ideológica e sentimentalmente com pátria, o defendesse em qualquer
circunstância.
Segundo Kaercher (2004), acerca dos obstáculos epistemológicos, existem docentes que
permanecem com “certas práticas que sobrevivem mais por inércia e comodismo do que por
funcionarem efetivamente ou elevarem a capacidade reflexiva de nossos alunos e da disciplina.”
Sendo assim, é necessário que o professor estimule o aluno a transpor sua “Curiosidade Ingênua”
Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3
2
questionando, analisando, refletindo, atingindo, por fim, sua “Curiosidade Epistemológica”, como
defende Freire (2004), alcançando um conhecimento sistematizado e com caráter científico.
Enquanto que nas universidades o desenvolvimento do conhecimento geográfico cresce
sobremaneira (tanto em produção literária quanto em fundamentação epistemológica), no ensino
básico na maioria dos casos é aplicado um conhecimento estagnado e desatualizado, construído em
contextos e situações antecedentes, que não atende às necessidades atuais dos alunos explicando as
transformações que ocorreram na relação homem-natureza. Além disso, algumas metodologias
utilizadas precisam ser revistas e atualizadas.
2 COMO E O QUE ENSINAR EM GEOGRAFIA
O objetivo a que se propõe alcançar através do ensino de Geografia é a conscientização
dos alunos quanto à sua condição de agente ativo no contexto em que vive (Homem Histórico), não
somente a constatação daquilo que é visível, mas de todas as relações de construção do “Espaço
Social”. O que se tenta alcançar é a formação holística do aluno que ainda não possui sua práxis
bem desenvolvida.
A questão de trazer para o âmbito da discussão o conhecimento prévio dos alunos é amiúde
mencionada nos trabalhos relativos ao aprimoramento das atividades nas aulas de Geografia. De
igual modo fazer com que o aluno aja conscientemente e reflita sobre suas atitudes. É necessário que
o aluno entenda a profundidade e funcionalidade daquilo que estuda. O professor precisa fazer com
que,
partindo do conhecimento adquirido em forma da observação do meio circundante,
conhecimento ainda não sistematizado, o aluno deve ter oportunidade de contribuir
para a elaboração de um arcabouço formado por idéias, conceitos e categorias que
lhe permitam interpretar, de forma cada vez mais profunda, a realidade que o cerca
(ALMEIDA, 1991. p. 11).
A exploração da vivência do aluno, no entanto, não pode ser alheia à sua condição
sócio-cultural. Dessa forma, o conhecimento prévio do aluno deve ser tido como ponto de partida
do estudo geográfico, mas nunca como ponto de chegada, sob riscos de perpetuar-se, desta forma,
as diferenças entre as classes (ALMEIDA, 1991). Assim sendo, a compreensão do aluno deve
abranger aos processos formadores do espaço geográfico observando e entendendo a relação
Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3
3
homem-meio. Alcançar este conhecimento, o de entender o processo pelo qual se constituiu a atual
organização do espaço, deve ser um dos objetivos, portanto, do ensino de Geografia.
O professor, no processo de ensino-aprendizagem, orienta a sua seqüência, organiza o
trabalho, fornece informações, demonstra técnicas, provê recursos, discute idéias, levanta dúvidas,
avalia resultados (ALMEIDA, 1991). Aliado a isso, é importante que o professor tenha a
sensibilidade de reconhecer e compreender a capacidade cognoscitiva de seus alunos. Não
limitar-se à aplicação exaustiva do conteúdo, mas voltar-se para o fato do aproveitamento daquilo
que o aluno pode desenvolver em sala de aula. Essa pode ser uma forma significativa de se construir
o (auto)conhecimento.
Considerando que o conhecimento não é um dado a ser transferido é muito importante que
o aluno aprenda a observar, estabelecer comparações, classificar, fazer uma análise dos fatos e
fenômenos (ALMEIDA, 1991) e por fim desenvolver uma síntese de tudo o que foi estudado. Para
isso é indispensável que o professor de Geografia não limite-se, na medida do possível, ao ambiente
da sala de aula. Substituir em alguns momentos a sala, o quadro negro e o giz não são, entretanto,
tentativas de fuga da responsabilidade do trabalho, mas expressões da necessidade de fazer o aluno
entender que aquele conhecimento construído entre as quatro paredes transcendem, em muito, a
mensuração do concreto que os localiza num espaço.
Sabendo que qualquer fato não se dá isoladamente em um lugar/tempo (espaço) se faz
necessário um enquadramento deste fato em um grupo e, ao mesmo tempo, identificando o tempo
em que ocorre. Ou seja, tudo o que acontece localiza-se em um espaço específico num tempo
determinado e estes têm relações intrínsecas, indissociáveis. Portanto, o aluno deve compreender
que os eventos devem ser interpretados de acordo com sua localidade e temporalidade,
contextualização.
O aluno que se objetiva formar deve ser capaz de analisar um fenômeno em diversas
escalas, partindo de uma perspectiva local até mundial. Por exemplo, a análise da economia de uma
cidade, que pode ser feita partindo de sua importância e influência local, regional, nacional e, por
fim, seja este o caso, global. O que se pretende com esta análise? Contextualizar a análise.
À Geografia cabe conhecer e caracterizar os processos de formação do espaço geográfico,
que é, ao mesmo tempo, físico e social. Sendo isto, identificar, compreender, classificar, comparar
tais processos são importantes passos que deverão ser dados pelos alunos de forma autônoma, mas
não independente, visando à construção de sua cosmovisão crítica longe da alienação maciça.
Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3
4
Os estudos em torno do espaço não devem ser desenvolvidos apenas para sua identificação
ou catalogação. Portanto, “a análise deve estar centrada num tema e não num espaço circunscrito,
ou melhor, deve partir de problemáticas.” (SANTA CATARINA, p. 133). Dessa forma,
conhecendo a situação-problema o aluno se atrairá por ser um fato real, mesmo que não seja o
quadro exato de seu cotidiano, se for lhe explicado o quanto este tema influenciará o seu cotidiano,
direta ou indiretamente.
3 METODOLOGIAS E TÉCNICAS QUE PODEM SER UTILIZADAS NO ENSINO
DINÂMICO
A Geografia é um componente curricular de caráter bastante prático, pela especificidade de
seu objeto de estudo. É importante que o aluno, através de atividades que dêem ênfase ao fazer,
vivencie experiências práticas para entender os conceitos geográficos. Logo, as aulas práticas
podem apresentar grande aumento de rendimento dos alunos.
Muitos professores defendem-se pelo não uso de técnicas dinâmicas, que muitas vezes
trazem consigo a comicidade, o lúdico, argumentando que o tipo comportamento causado por estas
técnicas extrai a seriedade do estudo. Todavia, Cabral; Salvi (2005, apud SANTANA) defendem
que “o ser que brinca e joga é também um ser que age, pensa, aprende e se desenvolve intelectual e
socialmente.” As atividades dinâmicas envolvem os alunos e aprimora sua capacidade cognitiva
tornando o aprendizado uma tarefa mais agradável.
Aqui propomos atividades, como resultado de nossa pesquisa, que dêem assistência ao
professor para a capacitação do aluno na compreensão do conteúdo e ao mesmo tempo dinamizem
a aula tornando o ambiente da sala de aula mais propício para o aprendizado, estimulando sua
curiosidade.
Cibercultura
O trabalho com as novas tecnologias é, de fato, muito importante e vem sendo lento, mas
gradativamente, desenvolvido nas escolas. A utilização de recursos como vídeos (em DVD ou
VHS), projeção de slides e navegação na internet, faz com que a aula, mesmo que expositiva, seja
interessante e possibilita a construção do conhecimento.
Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3
5
Diz o ditado “uma imagem vale mais que mil palavras”, porém o uso de tais recursos visuais
não serve apenas como demonstração, mas para complementar aquilo que o professor desenvolve
dialogicamente com os alunos. A compreensão de uma paisagem, estrutura das cidades a partir de
imagens aéreas, análise das situações sócio-espaciais entre centro e periferia, tudo isso se faz
possível através da visualização.
A internet, nas palavras de Dib (2005), “é a maior biblioteca do mundo”. Ela torna-se,
portanto, importante instrumento de pesquisa. Todavia, deve-se manuseá-la de forma crítica
ponderando a consistência e procedência da informação adquirida. Apensar de ainda ser difícil o
acesso a essa tecnologia na residência de boa parte dos brasileiros, existem outras formas de se
consultar a internet sem que os custos se elevem tanto. As instituições escolares junto ao poder
público devem se engajar nessa luta pela acessibilidade dos alunos a esta ferramenta tão fascinante
que é a internet.
Artes
As artes (dramática, cênica) presente na sala de aula fixa a atenção dos alunos e facilita a
abordagem do conteúdo pelo professor. Sancionada em 1996, a LDB n° 9394 torna obrigatória a
implementação da arte por considerar um meio de desenvolver culturalmente o indivíduo. Poesias,
cartuns, tirinhas, charges, músicas, teatro, maquetes, atraem os olhares dos jovens aprendizes e
estimula a sensibilidade para temas que exigem uma maior capacidade de compreensão.
O poeta Carlos Alberto Coelho (2004) argumenta que escrever poesia “é mergulhar em
busca da melhor semelhança entre aquilo que é captado pelos sentidos e as palavras que melhor
possam expressar-lhes. Escrever poesias é demonstrar a habilidade em expor este estado sublime
de entendimento.” Não se pode deixar de lado a influência que a poesia exerce sobre o espírito
humano. Ela não só instiga o aluno a fazer uma análise introspectiva como também facilita na
percepção da necessidade alheia. Dessa forma, ela pode facilitar o trabalho em grupo e desenvolver
a consciência particular, trabalhando o individual e o coletivo ao mesmo tempo.
Cartuns, tirinhas, charges, além de trazer o lúdico para as aulas de Geografias fazem com
que o aluno aumente sua percepção sobre as informações que são transmitidas através das imagens.
A música, arte de transpor os sentimentos em sons, torna a assimilação de uma idéia mais
facilitada, além de ser um recurso de baixo custo e fácil aplicação. Por vezes um conteúdo que
Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3
6
consumiria bastante tempo da aula poderia ser sintetizado em algumas estrofes de uma boa música.
Esta capacidade de síntese deve ser resgatada pelo professor otimizando o tempo em que o aluno
permanece em sala.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais,
O teatro proporciona experiências que contribuem para o crescimento integral da
criança em vários aspectos. No plano individual, o desenvolvimento de suas
capacidades expressivas e artísticas. No plano do coletivo o teatro oferece, por ser
uma atividade grupal o exercício das relações de cooperação, diálogo, respeito
mútuo, reflexão sobre como agir com os colegas, flexibilidade de aceitação das
diferenças e aquisição de sua autonomia como resultado de poder agir e pensar sem
coerção (BRASIL, 1997, p.84).
O teatro desenvolve expressivamente as capacidades coletivas e individuais dos alunos.
Auxilia-os na busca por sua autonomia ao mesmo tempo em que se esforçam na tentativa de fazer
com que o grupo atue corretamente. Todavia, “A maioria das escolas não tem conhecimento acerca
da linguagem teatral. O professor acha importante ou interessante trabalhar com o teatro em sala de
aula, mas não compreende a construção desse processo e nem tem fundamentação
teórico-metodológica” (SOUSA, 2008 p. 37). O que se caracteriza como um empecilho na
aplicação desta técnica de ensino.
A maquete é um dos mais conhecidos e utilizados instrumentos educativos nas aulas de
Geografia. Sua construção faz com que o aluno desenvolva sua criatividade em construir algo sobre
uma idéia, uma definição. O relevo, por exemplo.
Utilização de Periódicos
Jornais e revistas sempre estiveram presentes nas salas de aula por serem de fácil acesso e
baixo custo. Apesar de serem utilizados como em atividades para “manter o aluno ocupado” estes
recursos são de fundamental importância, justamente por estar bem mais próximo do cotidiano do
aluno constituindo-se numa fonte bastante ampla de informações.
Entretenimento, esporte, política, jogos, cultura, todos estes elementos constam nesses
meios de informação. As informações por estarem difusas em várias revista e jornais estimula o
aluno a pesquisar em diversas fontes para complementar seu estudo/aprendizado cultivando-lhe,
dessa forma, o espírito científico de busca.
Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3
7
Nas palavras de Gusmão; Sampaio; Sampaio (2005) “para a geografia, o jornal torna-se
ainda mais importante, pois o trabalho humano, a vida em sociedade, a economia, as diferenças de
realidade e os dados atualizados diariamente podem ser de grande valor para os estudos nos mais
diversos eixos de conhecimento da área.”
Mapas, Globo, Livro Didático
Os mapas, o globo e o livro didático são as mais tradicionais ferramentas no ensino de
Geografia e, portanto, devem receber atenção especial em sua utilização. Porém, freqüentemente
seu manuseio inadequado torna supérflua sua utilização.
Acerca do globo terrestre como recurso pedagógico nas escolas Schäffer et al, escreve:
o globo terrestre parece ser pouco explorado nas situações de aprendizagem nas
escolas. Enquanto os alunos têm certo fascínio por ele, movimentando-o e
procurando informações, muitos professores o desconhecem. Quando existe na
escola, não raro é visto como elemento decorativo nas salas-ambiente, nas de
recursos audiovisuais, nas salas de direção e nas bibliotecas, mais do que como
material para exploração ativa pelos alunos (2005, p. 12).
Sua importância como fonte de informação é desconsiderada por muitos professores ao
descartam-no. Necessário é que se faça uma reconsideração na prática docente.
A construção pelo aluno de mapas temáticos é uma alternativa para a utilização dos mapas
em sala. Além de estimular a criatividade o aluno, este passa a conhecer melhor a área que se trata,
além de desenvolver sua capacidade interpretativa, visto que os dados referentes ao lugar estão em
forma de imagem.
Uma preocupação constante que se observa é em relação ao custo. No entanto, livros
didáticos, mesmo que não contemplem a realidade do aluno, podem ser utilizado na tentativa de
tornar cada vez mais dinâmico o ensino, seja na cópia/reedição de textos, construção própria de
mapas, seja na apropriação de determinada temática. O livro didático é um guia, não um manual.
Assim, deve ser empregado em situações específicas; não em todos os momentos.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3
8
Dificuldades existem em todas as salas de aula, mas os meios para superá-las também.
Parafraseando o filósofo Descartes, estagnamos nossa trilha percorrendo os caminhos que
serpenteiam as montanhas do conhecimento por serem batidos ao ponto de proporcionar
comodidade em vez de seguirmos reto escalando os mais íngremes rochedos e descendo até o
abismo mais profundo. Certas práticas pedagógicas permanecem pelo acomodamento de alguns
profissionais da educação mais do que pela real dificuldade que outras técnicas apresentam em sua
aplicação.
O compromisso com o aprendizado é algo ao qual o professor não pode abster-se. Para
isso deve buscar alternativas, procurando dinamizar o ensino e, por conseqüência, ampliando a
qualidade da educação, tanto em escolas públicas quanto em instituições privadas.
As tecnologias disponíveis na atualidade são verdadeiros auxílios na atividade docente, mas
somente auxílios, não eximem os professores de seu compromisso em orientar os esforços de seus
alunos.
O que aqui foi apresentado constitui-se fruto de nossa pesquisa inicial sobre a temática, na
tentativa de construir arcabouço teórico para dar andamento a nossas atividades apresentando e
implementando algumas destas práticas na busca de se alcançar uma melhor qualidade no ensino de
Geografia.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Rosângela Doin de. A propósito da questão teórico-metodológica sobre o ensino de
Geografia. Terra Livre. São Paulo: AGB/Editora Marco Zero, vol. 8, 1991.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte/
Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.
COELHO, Carlos Alberto. Poesia, um idioma da percepção. Casa da cultura. Disponível em
<http://www.casadacultura.org/Literatura/Poesia/O_que_e_Poesia_Artigos/Poesia_idioma_da_perc
epcao.html> Acesso em 30 de junho de 2010.
DIB. Khalil Antônio. Muito além dos livros didáticos, do quadro e do giz: dinamização da prática
pedagógica de geografia no nível fundamental: uma vivência no ensino público dos municípios do Rio
de Janeiro e de Angra dos Reis, RJ. In: ENCONTRO DE GEÓGRAFOS DA AMÉRICA
LATINA, 10, São Paulo, 2005. Anais do décimo encontro de Geógrafos da América Latina.
São Paulo: USP, 2005.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 30. ed. São
Paulo: Paz Terra, 2004.
Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3
9
GUSMÃO, A. D. F. SAMPAIO, A. V. O.; SAMPAIO, V. S. O ensino de Geografia e a
produção/utilização de recursos didáticos. In: ENCONTRO DE GEÓGRAFOS DA AMÉRICA
LATINA, 10, São Paulo, 2005. Anais do x encontro de Geógrafos da América Latina. São
Paulo: USP, 2005.
KAERCHER, Nestor André. Quando a geografia crítica pode ser um pastel de vento. Mercator,
Ceará , v. 3, n. 6. p. 53-60. 2004.
KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. Tradução de José Leandro Farias Benitez. Direito
Processual. Disponível em: <http://www.direitoprocessual.com.br/textos/kant.htm> Acesso em 30
de Junho de 2010.
SANTA CATARINA. Secretaria de Estado da Educação. Parâmetros curriculares. Santa
Catarina: 1998.
SANTANA. Eliana Morais de. A influência de atividades lúdicas na aprendizagem de
conceitos químicos. São Paulo: USP.
SCHÄFFER, Neiva Otero et al. Um globo em suas mãos: práticas para a sala de aula. 2. ed.
Porto Alegre: EDUFRGS/Núcleo de Integração Universidade & Escola da PROREXT/UFRGS,
2005.
SOUSA, Ana Catharina Urbano Martins de. Quando o teatro entra em cena: abrem-se as
cortinas na educação infantil. Natal, UFRN: 2008.
Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3
10
Download