Encontre o caminho das pedras

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SÉRIE PENSANDO A IGREJA JOVEM
Lições Bíblicas para Jovens
Encontre o
caminho das
pedras
Sumário
APRESENTAÇÃO.............................................................. 5
ESTUDO 1 A convocação...............................................................6
ESTUDO 2
A decisão é sua.............................................................9
ESTUDO 3
Negar-se a si mesmo?............................................... 13
ESTUDO 4
Agradando os olhos de Deus................................... 17
ESTUDO 5
Grande aos olhos de Jesus....................................... 21
ESTUDO 6
Tome a “sua” cruz..................................................... 24
ESTUDO 7
Não existe vitória sem luta...................................... 28
ESTUDO 8
Moldados pela adversidade..................................... 31
ESTUDO 9
Siga-o!....................................................................... 34
ESTUDO 10
O que significa segui-lo?.......................................... 39
ESTUDO 11
Mentira, não!............................................................ 41
ESTUDO 12
Fique firme............................................................... 44
ESTUDO 13
Não o perca de vista................................................. 48
ESTUDO 14
Não perca sua identidade......................................... 52
ESTUDO 15
Na contramão do mundo......................................... 56
ESTUDO 16
Influenciando o mundo............................................ 60
Lições Bíblicas para jovens
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Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Federação das Uniões da Mocidade Adventista da Promessa – FUMAP.
Proibida a reprodução, mesmo que parcial, por qualquer meio
e processo, sem a prévia autorização escrita da FUMAP.
Lições para estudos bíblicos destinada a jovens e adolescentes,
produzida a partir do livro “Encontre o caminho das pedras”,
de autoria de Edmilson Mendes.
Organização e preparação Eleilton William de Souza Freitas
Revisão Eudoxiana Canto Melo
Projeto Gráfico Marcorélio Murta
Farol Editora
Ilustração da Capa Paula S. Peres
Diagramação Leandro Aranha
Impressão Gráfica e Editora A Voz do Cenáculo
São Paulo, SP
FALE CONOSCO
Federação da Uniões da Mocidade
Adventista da Promessa – FUMAP
Rua Boa Vista, 314 – 6° Andar – Conj. G
Centro – São Paulo, SP – CEP 01014-000
Fone: (11) 3106-6509 / 3101-2664
Apresentação
O Pensando a Igreja Jovem (PIJ) começou com eventos regionais de capacitação através de palestras e fóruns de discussão para a construção e desenvolvimento da mentalidade cristã. Ao mesmo tempo, a FUMAP sempre encontra
a demanda por lições bíblicas voltadas para o público jovem em todo o Brasil.
Assim, tornou-se um caminho natural ampliar as discussões dos PIJs para as
classes de jovens através dessa nova série, que está em seu segundo volume.
O livro que dá origem a esta série de lições foi escrito pelo Pr. Edmilson Mendes, que trouxe grande contribuição para a ideia de vencer em Cristo através do
negar-se a si mesmo, tomar a cruz e seguir a Jesus. Não é uma receita de bolo,
mas com certeza estamos diante de um caminho a ser seguido, a ser trilhado
com disposição e coragem. Que estes estudos levem você a entender o chamado
e aceitar o convite de Jesus, feito diante de discípulos e da multidão. Agora,
feito para você. Um chamado que nos ensina a entendermos nossas limitações,
que também nos encoraja a abandonar os medos que nos rodeiam e nos mostram a beleza que existe em decidir ser imitador de Cristo.
Essa é a Geração Metanoia: pensa seriamente sobre as coisas do Reino de
Deus. Uma geração que entende que é muito pouco estar na multidão seguindo
Cristo à distância somente para aproveitar de seus milagres e bênçãos. Ao mesmo tempo, entende que ser discípulo não é aproveitar a posição privilegiada do
convívio, mas deixar-se ser transformado no caráter e nas ações parecendo-se
mais e mais com o mestre: Jesus.
Equipe Fumap
Lições Bíblicas para jovens
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ESTUDO 1
TEXTO BÍBLICO: Mc. 8:34
Então, convocando a multidão e
juntamente os seus discípulos,
disse-lhes ...
A convocação
Para onde vamos?
Mostrar que todas as pessoas são convocadas
para serem discípulas de Jesus.
O início da caminhada: Infelizmente, “superficialidade” é a triste realidade
na vida de muitos de nossa geração. A superfície é um lugar raso. Manter-se no
raso é eliminar toda e qualquer possibilidade de aprofundamento. Na superfície,
eu domino a situação, eu estou no controle. Essa falsa sensação de segurança
mantém casais, líderes, professores, profissionais, estudantes e tantos quantos
pudermos imaginar presos a uma superficialidade que acaba por determinar atitudes, palavras, relacionamentos. Tudo isso cria a impressão da vitória, afinal, “se
tudo está bem, devo estar vencendo na vida”, racionalizam. Contra a comodidade
de uma consciência assim, Jesus dirige a convocação que estudaremos nesta lição.
I. ANDANDO PELO CAMINHO
No contexto da convocação do capítulo 8 de Marcos, nós temos a famosa
confissão de Pedro: Tu és o Cristo (v. 29). Depois dela, Jesus começou a ensinar que o Filho do homem sofreria, seria rejeitado e iria morrer (v. 31). Os
discípulos não assimilaram bem essa ideia. Eles estavam acostumados com os
milagres, com os elogios do povo, com a popularidade. Pedro, impulsivo como
sempre, tomou a frente, manifestou-se, repreendeu Jesus. Ele havia acabado
de confessar que Jesus era o Cristo (v. 29). Para Pedro, era inconcebível a ideia
de que Jesus iria sofrer ou morrer. Ele o levou a um lado e chamou sua atenção:
O Senhor não deve dizer coisas assim (v. 32 – BV).
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Encontre o caminho das pedras
Seria melhor ele não ter dito nada. Marcos relata que Jesus (…) repreendeu a
Pedro e disse: Para trás de mim, Satanás! (Mc 8:33). A partir desse ponto, Jesus
apresentou a receita para uma vida vitoriosa e profunda ao lado dele. A convocação que fez é uma chamada radical para o compromisso de uma vida real ao
seu lado. Quais foram as pessoas convocadas para essa fascinante vida? O texto
básico desta lição diz: Então, convocando a multidão e juntamente os seus discípulos, disse-lhes ... (Mc 8:34). Observe, atentamente, os dois grupos de pessoas,
“discípulos” e “multidão”. Estes dois grupos foram convocados.
Não vem ao caso onde você se encaixa. O fato é que não é possível fingir que
a convocação foi feita somente para os outros. Definitivamente, estamos todos
envolvidos com ela. Até a multidão, que, aparentemente, estava a alguma distância, enquanto Jesus estava nessa conversa particular com os discípulos,1 é
convocada. Algumas traduções trazem a palavra “chamando”, no lugar da palavra “convocando”. As duas cumprem muito bem a intenção de Jesus, pois, além
destas possibilidades, a palavra grega deste versículo também significa “convidar,
chamar a si, escolher para si”, ou seja, Jesus faz uma convocação especial porque
o que tem para dizer é de vital importância para quem quer vencer na vida.
O que será dito, na sequência, é tão importante que ninguém pode ficar de
fora. Daí a convocação não ser dirigida apenas para “os seus discípulos”, mas
também para a multidão. Como alguém poderia vencer na vida, se Cristo o esquecesse? Ou, mesmo que não o esquecesse, o deixasse de lado? Mas Cristo, na
objetividade e na abrangência de sua convocação, não foi omisso nem descuidado. Usou dois grupos que representam todos nós. Os discípulos representam os
seguidores do Mestre de toda época e lugar, também representam um alerta, o
fato de ser um discípulo não elimina a necessidade de prestar atenção, entender
e praticar aquilo que será proposto por Jesus. A multidão representa todas as
pessoas de qualquer época, lugar, cultura, posição social, religião, ou seja, a convocação é endereçada a todos, seja a geração a vapor ou a geração digital.
II. REFLETINDO SOBRE O CAMINHO
01. Defina com suas palavras: o que é uma convocação? Você já recebeu alguma
ou ouviu falar de alguma muito importante? Compartilhe com o grupo.
1 Henry (2008:449).
Lições Bíblicas para jovens
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02. Qual o contexto da convocação feita por Jesus, em Marcos capítulo 8?
Leia os versículos 27 a 33 para fundamentar a sua resposta.
03. Quais foram os dois grupos convocados por Jesus? O que cada um deles
representa? Baseie-se no comentário anterior.
04. Qual deve ser a nossa atitude diante da convocação de Jesus? Você a
considera importante? O que significa para você saber que foi chamado por
ele? Cite exemplos de pessoas que foram chamadas por ele e suas reações.
III. APRENDENDO COM O CAMINHO
Para vencer na vida, preciso entender que fui convocado por Jesus!
É isso mesmo. Não existe uma pessoa no mundo que não esteja inclusa nessa
convocação de Cristo. Podemos nos alegrar por isso, pois ele não priorizou uma
classe de intelectuais superdotados e bonzinhos. Não são somente aqueles que
têm “ficha limpa” que podem ser seus discípulos. A convocação é para todos!
Todos podem experimentar essa vida ao lado do mestre. Que fantástico: fui
convocado por Jesus! Mesmo que ninguém me escale ou me chame para alago,
um dia o Senhor de todas as coisas me chamou.
Fim da caminhada: Mais do que aceitar a convocação, é fundamental
compreender. Entender que fazemos parte da lista dos convocados por Jesus
nos enche de esperança, nos motiva a vivermos a profundidade de um compromisso, faz com que nossos ouvidos e, principalmente, nosso coração, se
abram para o que Jesus tem a dizer. Portanto, sua atenção deve ser redobrada,
pois seu nome está na lista dos convocados. Entender todas as implicações
desta convocação é o que faremos no decorrer dos estudos desta lição. Não
perca nenhum deles. Você foi convocado!
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Encontre o caminho das pedras
ESTUDO 2
TEXTO BÍBLICO: Mc. 8:34
Então, convocando a multidão e juntamente
os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém
quiser vir após mim, negue-se ...
A decisão é sua
Para onde vamos?
Mostrar que a convocação de Jesus é condicional.
Nós somos livres para decidir. Ninguém é obrigado,
nem coagido a aceitá-la.
O início da caminhada: Cada página da nossa curta vida é marcada por
decisões. Isso não e privilégio nosso. Sempre foi assim. Lembra de Caim e Abel?
Um escolheu Deus e o outro escolheu o crime. E de Davi e Saul? Um escolheu
ficar ao lado do Senhor, enquanto o outro escolheu e abraçou o lado do poder.
Não poderíamos nos esquecer também de Pedro e Judas Iscariotes. Os dois negaram Jesus: um buscou misericórdia; o outro, infelizmente, buscou a morte.
A doutrina do livre arbítrio certamente é uma das mais belas da Bíblia Sagrada.
Deus nos deixa decidir, e cada decisão que tomamos traz consigo as suas consequências. No que diz respeito à convocação apresentada na lição da semana
passada, isso também é verdadeiro.
I. ANDANDO PELO CAMINHO
Depois de convocar a multidão e os seus discípulos, Jesus apresentou-lhes
sua proposta. É interessante como ela começa: “Se...” (Mc 8:34). Na língua grega, essa palavra corresponde à conjunção condicional “ei” e, mais do que isso,
revela como é enorme o amor de Deus. A proposta de Cristo é fabulosa. Mesmo assim, por nos amar tanto, Deus nos deixa escolher. A convocação para
discípulos e multidão está sendo feita; porém, ninguém é obrigado a aceitá-la.
Lições Bíblicas para jovens
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Este simples “Se” está comunicando que você é livre para decidir sobre praticar ou não a proposta que vem a seguir: se você quiser, se você achar que é
bom, se você entender, se você consentir no seu coração.
Por um instante, coloque de lado as tendências da moçada de hoje em dia.
Despreze as regras da turma e tente pensar romanticamente. Já explico, estou falando de namoro. Atualmente, namoros são iniciados, continuados e
terminados com rápidas e poucas palavras e, via de regra, só entre os dois jovenzinhos envolvidos. Chamo de “pensar romanticamente” aquele friozinho
na barriga, aquela expectativa interminável para saber a resposta: “Será que
ela(e) vai dizer sim para o meu pedido de namoro? Será que os pais dela(e) vão
autorizar? Será que vão gostar de mim?”.
Em situações assim, acabamos por descobrir o poder de escolha da palavrinha “Se”. É quando fazemos nossas melhores projeções: “Se tudo der
certo, se os pais deixarem, se ele(a) me amar, se o coração dele(a) for para
mim”. Surpreende também o conhecimento que temos do autor dessa afirmação. Ele é o Criador do universo, poderoso para fazer toda a sua vontade,
inabalável em seus propósitos, soberano nos seus planos e, mesmo assim,
dispensa o recurso de obrigar e oferece uma proposta profunda para vencermos na vida, irrecusável, mas com total liberdade para ser recusada! É
exatamente assim que ele começa: “Se...”!
Hernandes Dias Lopes, comentando esse versículo, diz que Jesus começa
com uma chamada condicional: “Se”, e completa: “A soberania de Deus não
violenta a vontade humana”.1 Viver a convocação apresentada por Jesus deve
ser fruto de uma decisão voluntária. Ninguém é, ou, pelo menos, não deveria
ser, obrigado ou forçado a seguir Jesus. Todo aquele que responder positivamente esse convite, a exemplo de Maria, escolheu a boa parte (Lc 10:42).
“Se alguém quer...”. Quem é alguém? Alguém é qualquer pessoa em qualquer lugar. Portanto, esse “alguém” pode ser toda pessoa em todo lugar. O
texto não especifica; caso contrário, seria assim: “Se o judeu”, “Se o brasileiro”,
“Se o negro”, “Se o rejeitado”. Mas o texto diz: “Se alguém”. “Alguém” é alguém
com nome, sonhos, fantasias, derrotas, vitórias, enfim, é alguém que tem uma
história particular. Tanto eu quanto você nos encaixamos; basta pronunciarmos o nosso sim e aceitarmos o convite de Jesus.
1 Lopes (2006:393).
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Encontre o caminho das pedras
II. REFLETINDO SOBRE O CAMINHO
01. Alguma vez você já enfrentou uma situação em que o seu direito de escolha
foi vetado? Como você enxerga o livre arbítrio concedido por Deus?
02. Fale das decisões tomadas por Caim e Abel, Saul e Davi e pelos discípulos
Pedro e Judas Iscariotes? As nossas decisões influenciam nosso futuro?
03. Leia Marcos 8:34 e diga: O que a pequena palavra “Se” deste versículo nos
ensina sobre o amor de Deus e sobre a convocação de Cristo?
04. L
eia Lucas 10:38-42 e compartilhe com o grupo o que Jesus disse
a respeito das decisões das irmãs Marta e Maria. Podemos aprender
algo deste episódio?
III. APRENDENDO COM O CAMINHO
Para vencer na vida, preciso dizer “sim” diante do “Se” de Jesus:
É óbvio que Jesus deseja que a nossa resposta a sua convocação seja positiva. O “Se” é para não “forçar a barra”. Depende de nós dizermos sim
e ficarmos ao lado daqueles que abraçaram este maravilhoso e fascinante
projeto de vida. E não há como nos esquivarmos. Essa decisão é pessoal
e intransferível. O pai não decide pelo filho e nem o filho pelo pai. Cada
Lições Bíblicas para jovens
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um deve decidir por si próprio. Tomando emprestada uma expressão de
Deuteronômio, aconselhamos: “Escolhe, pois a vida, para que viva tu e a
tua descendência”. Só temos vida, se fizermos parte do time de Jesus, “o
caminho a verdade e a vida”.
Fim da caminhada: Você foi convocado. E agora? Qual será a sua resposta? O que vai fazer diante da chamada de Cristo? Diga sim, sem demora!
A pessoa mais beneficiada com isso será você mesmo. Para que mesmo é o
nosso “sim”? Vale lembrar, vale refletir. O nosso “sim” é uma plena aceitação da vontade de Deus para as nossas vidas. É um “sim” de quem decidiu
deixar de ser escravo das próprias vontades para seguir a vontade de outro,
que é totalmente santo e perfeito em seus desígnios. Que o Senhor sempre
nos ajude a tomarmos as decisões certas!
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Encontre o caminho das pedras
ESTUDO 3
TEXTO BÍBLICO: Mc. 8:34
Convocando a multidão e juntamente os seus
discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir
após mim, negue-se a si mesmo...
Negar-se a si mesmo?
Para onde vamos?
Mostrar que, para vencermos na vida, precisamos
aprender a dizer não a nós mesmos e permitir que
Cristo comande nossas ações.
O início da caminhada: A decisão é sua, conforme estudamos na última
lição. Todavia, uma vez pronunciado o “sim”, somos confrontados com a primeira parte da convocação: “Negue-se a si mesmo”. Sobre esta radical decisão,
George Mueller afirmou: certa vez: “Houve um dia em que eu morri: morri para
George Mueller. As opiniões, preferências, gostos e vontades dele morreram
para o mundo, para sua aprovação ou censura; morreu até mesmo para a aprovação ou censura de meus irmãos e amigos, e, desde então, tenho me dedicado
somente a me mostrar aprovado aos olhos de Deus”.
I. ANDANDO PELO CAMINHO
Por mais radical que você ache – e na verdade o é –, a decisão de George Mueller
é fundamental para a compreensão do que Cristo está orientando: “A si mesmo
se negue”. Hoje, e cada dia mais, o negar-se será mais e mais difícil. O ato de dizer
“não” a mim mesmo violenta todas as filosofias de um mundo saturado de ídolos.
Nossa sociedade não treina corações: forma tiranos. Observe nos parques e nos
shoppings e descubra quem manda: os pais ou as crianças? Na maior parte das vezes, prevalece a suprema vontade dos pequenos, e ai de quem ousar não fazer o que
eles querem! É assim que cresce nossa sociedade nos seus ideais coletivos, em que
todo mundo é rei e todos têm que ter seus desejos plenamente satisfeitos.
Lições Bíblicas para jovens
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E agora? Agora, eu respondo, tente imaginar o choque que é, para esta geração,
ouvir falar que Jesus é bom e, no primeiro contato com ele, ouvir o seguinte: “Se
você quiser me seguir comece negando-se a si mesmo. Se você não conseguir negarse será inútil sua caminhada de fé. Na verdade, será só uma caminhada, mas sem fé”.
Talvez estejamos frente a frente com a explicação para o cansaço de tantos que estão
tentando caminhar. Caminham sem fé. Caminham, como gostam de anunciar, com
suas próprias pernas. Acham que vão dar conta da jornada. Ledo engano!
Para seguir a Jesus com eficiência, é necessário negar-se, porque as vontades
de Cristo para os seus seguidores são opostas às vontades do mundo. Nesse sentido, morrer para o mundo torna-se uma grande bênção para quem quer seguir
a Cristo. Um morto não se ofende, não chora, não ri, não se abala com nada e
ninguém. Logo, a pressão da turma, as propostas sedutoras, os feitiços da cultura acabam por não surtir qualquer efeito, pois, para tais coisas, você morreu.
Então, estará a sensibilidade? Ela estará ativa na vida com Cristo, que o torna
sensível para pensar, refletir e se emocionar, na caminhada com Cristo.
Paulo entendia bem o que isso significava. Em sua carta aos irmãos da Galácia, escreveu: Portanto, não sou mais eu quem vive, mas é Cristo que vive em mim
(2:20). A partir do momento em que entregou sua vida ao Senhor, o apóstolo
morreu para si mesmo. É interessante que, nesta mesma carta, ele disse que
foi para a liberdade que Cristo nos libertou (5:1). Veja que paradoxo! Ao mesmo
tempo em que podemos afirmar que somos livres, precisamos, também, saber
que não somos nós que controlamos nossa vida: É Cristo!
O Cristo que o convoca a negar-se também tem um profundo e inexplicável
amor por você. Negar é, na verdade, encontrar uma nova vida. Diz a sabedoria
popular que, “quando um não quer, dois não fazem”. Neste ponto, este ditado
combina com o evangelho. Jesus quer, e você? Não se engane. Se o mundo ainda o atrai, laçando com força as suas vontades, você não está seguindo a Cristo.
Não seguir a Cristo é exatamente o oposto de vencer na vida: é perder. Mas é
muito mais trágico, pois além de perder na vida, acaba-se por perder a vida.
II. REFLETINDO SOBRE O CAMINHO
01. Leia novamente a frase de George Mueller, na introdução, e comente com
a classe: O que você acha dessa afirmação? Quais são suas implicações?
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Encontre o caminho das pedras
02. Você é do tipo de pessoa que consegue ouvir um não? As pessoas, hoje,
estão preparadas para renunciar suas vontades? Cite exemplos.
03. Leia novamente Marcos 8:34 e comente sobre as implicações da primeira
parte da convocação de Jesus: “Negue-se a si mesmo”. O que ela significa?
04. “Já não sou eu quem vive, mas é Cristo que vive em mim” (Gl 2:20) e
“Para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5:1). O que essas expressões
querem dizer?
III. APRENDENDO COM O CAMINHO
Para vencer na vida, preciso ter Cristo no comando: É muito fácil dizer que Jesus está na dianteira da nossa vida; o difícil é deixar que ele, de fato,
esteja. Se fôssemos tentar aplicar uma metáfora ao “negue-se a si mesmo”, há
uma que se encaixa muito bem. Pense em duas pessoas andando de carro. O
motorista e o passageiro. A melhor imagem para o “Negar-se a si mesmo” não
seria a nossa, ao volante, dirigindo, enquanto Cristo fica ao lado, no banco do
passageiro, dando as coordenadas. Neste modelo, de alguma maneira, ainda
estaríamos no controle. A melhor imagem para o “Negar-se a si mesmo” é
vista quando passamos para o banco do passageiro e deixamos Cristo tomar
conta do volante. Ele guia. Ele comanda. Quer vencer na vida? Só com Cristo
no comando. Isso pode se tornar realidade!
Fim da caminhada: A sociedade não é nossa aliada, quando o assunto é “Negar-se a si mesmo”. Não é isso que aprendemos, desde o berço. Todavia, aquele
Lições Bíblicas para jovens
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que deseja uma vida vitoriosa, ao lado de Cristo, precisa aprender a fazer isso.
Negar a mim mesmo me traz grandes benefícios. Significa dar um basta e parar
de fazer as vontades de um pecador como eu, cheio de falhas, egoísmos, manias
carnais, injustiças. Só essa constatação deveria fazer-nos pensar a respeito. Vou
desistir de fazer o que quero para ter a carga aliviada e, enfim, começar minha
caminhada de fé ao lado do autor e consumador da nossa fé: Jesus.
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Encontre o caminho das pedras
ESTUDO 4
TEXTO BÁSICO: Hb. 4:13
E não há criatura que não seja manifesta na sua presença;
pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes
aos olhos daquele a quem temos de prestar contas.
Agradando os
olhos de Deus
Para onde vamos?
Mostrar que os olhos do Senhor estão
sobre todos os que foram convocados por
Jesus e que isso é animador.
O início da caminhada: Você ainda se lembra da declaração de George
Mueller, estudada na semana passada? Começaremos, hoje, relembrando a
sentença final: “Tenho me dedicado somente a me mostrar aprovado aos olhos
de Deus”. Veja que interessante: antes de dizer sim para a convocação de Jesus,
nossos esforços eram para satisfazer as cobiças dos nossos olhos, nossa visão
deturpada e iludida sobre o mundo. Uma vez convocados e conhecedores do
que significa “Negar-se a si mesmo”, temos uma nova visão. Já não são os nossos olhos que definem as prioridades. São os olhos de Deus. Ele é quem, de fato
e de direito, vive; portanto, nosso desejo é olhar com interesse para as coisas
que Deus olha, recebendo, diariamente, a sua aprovação.
I. ANDANDO PELO CAMINHO
Como saber se somos aprovados? Basta olharmos em nossa agenda e confirmar,
em todos os dias que se passaram, quantas vezes procuramos conversar, com Deus.
Porém, se houver algum dia em que fugimos deste encontro e, quando ouvimos a
voz de Deus a nos procurar, respondemos, mais ou menos, assim: “Ouvimos tua
voz, tivemos medo, nos escondemos, pois estávamos nus”, não tenhamos dúvida
de que este foi um dia em que os olhos de Deus não se agradaram e não nos aprovaram. Literalmente, deste modo é o nosso comportamento.
Lições Bíblicas para jovens
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O autor de Hebreus deixa bem claro a perda de tempo que é querer esconder-se de Deus. No capítulo 4 e versículo 13 ele diz: E não há criatura que não
seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e
patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas (grifo nosso). A ideia
original da palavra “patentes” é: “‘com a cabeça curvada para trás e o pescoço
desnudo’. Sugere a impossibilidade de ocultar o próprio rosto. Na prestação de
contas final, todos deverão olhar para Deus e ser olhados por ele, face a face”.1
Os olhos dele estão sobre nós.
Quando aceito a convocação de Cristo e disciplino minhas vontades para serem negadas ao comando do meu “eu”, estou, na verdade, agradando aos olhos
de Deus. Em outras palavras, estou recebendo aprovação de Deus, agradando
os olhos de Deus. E aprovação é motivo de comemoração. Aprovação significa
que vamos crescer, mudar de estágio. Assim se dá o crescimento, a maturidade
e a profundidade de nossa vida: com a aprovação do olhar de Deus. Negar a
nós mesmos também resulta em mais tempo de qualidade com Deus. Quanto
menos de mim, mais de Deus. Nem se preocupe com conceitos de “fanatismo”.
Não corremos esse risco ao aceitarmos a convocação para negar. A ideia de
Jesus, ao orientar o “negar-se a si mesmo”, está ligada à ideia de buscar, em primeiro lugar, o reino de Deus. Tudo o mais que é necessário e justo – alimento,
roupa, renda, prazer, lazer – ele acrescenta. Tranquilize-se.
Mas como manter-se tranquilo, se toda uma corrente filosófica deixa-nos reféns
da inquietação? Quem faz uma boa leitura da atualidade é Edith Schaeffer, que
diz, numa de suas discussões sobre aborto: “A filosofia de vida atual, cujo princípio
básico é se fazer de tudo em prol da própria paz e do conforto pessoal, está tingindo de forma rápida tudo aquilo que antes possuía os títulos de ‘certo’ e ‘errado’. É
interessante a palavra “tingindo”, usada por Edith Schaeffer. Assegura-nos que as
cores belas e brilhantes que o mundo nos apresenta não são as originais.
Aquilo que o mundo tenta nos mostrar como “certo” e “errado” não passa de
um tingimento para esconder as cores verdadeiras. “Certo” e “errado” tem suas
cores definidas e pintadas, na sua origem, no livro que narra a criação do artista inigualável, que é Deus. Tinta, como sabemos, sempre desbota, enfraquece,
perde o brilho, a intensidade, o que revela, no final, a cor real. Diante disso, o
que vale a pena realmente, é nos orientarmos e vivermos de acordo com o padrão que o Senhor estabeleceu. Os olhos dele estão sobre nós!
1 Davidson (1963:1356).
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Encontre o caminho das pedras
II. REFLETINDO SOBRE O CAMINHO
01. Como saber se estamos agradando a Deus? Baseie-se primeiro parágrafo
do comentário.
02. O que o texto de Hebreus 4:13 nos ensina?
03. Para você, o que significa ser aprovado e agradar os olhos de Deus?
04. Em nossa tentativa de fazer aquilo que agrada os olhos de Deus, onde
podemos encontrar um padrão correto que defina o que é “certo” e
“errado”? (Sl 119:105).
III. APRENDENDO COM O CAMINHO
Para vencer na vida, preciso olhar com interesse para as coisas que Deus
olha! O mundo e seus agentes não param de inventar novidades, diariamente: carros, celulares, roupas, entretenimentos, bebidas, combinações de drogas, músicas,
ritmos, dietas, conceitos, ou seja, antes que a verdade primária apareça, o mundo
vai lançando novas “verdades”, que desmentem suas últimas “verdades”, o que acaba por criar um estado de confusão. Diante de tantas “verdades”, cada um escolhe a
sua, rumo à própria sorte, como se tudo fosse normal. Todavia, para vencer na vida
de verdade, o que realmente importa é a maneira como Deus vê as coisas.
Lições Bíblicas para jovens
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Fim da caminhada: O “certo” e o “errado” de Deus permanecem inabaláveis no seu livro. Podemos começar a compreendê-los no exato momento em
que atendemos a convocação para negarmos a nós mesmos, pois é na negação
do eu que começamos a ter olhos, ouvidos, pensamentos e coração para quem,
de fato, importa: o Senhor Jesus.
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Encontre o caminho das pedras
ESTUDO 5
TEXTO BÁSICO: Mc 10:43
Qualquer que entre vós quiser ser grande,
será o que vos sirva.
Grande aos
olhos de Jesus
Para onde vamos?
Mostrar o que é ser grande aos olhos de Jesus.
O início da caminhada: A competição é uma das marcas registradas da
nossa sociedade. Aprendemos, desde cedo, a competir. Queremos os melhores
lugares, as maiores posições, os melhores salários, o melhor carro, a melhor
casa. Para chegar ao poder, muitos trapaceiam, armam esquemas, burlam regras, compram votos, etc.
I. ANDANDO PELO CAMINHO
O “desejo de ser grande” não é privilégio do nosso tempo. Tiago e João, discípulos de Jesus, também se sentiram tentados a andar no caminho ilusório do
poder. Leia você mesmo: Mestre, queremos que nos concedas o que te vamos pedir
(...) Concede-nos que na tua glória nos assentemos, um à tua direita, e o outro à tua
esquerda (Mc 10:35,37).
Observe a palavra “glória”. Para Jesus, essa palavra tem um significado. Já para
Tiago e João, outro totalmente diferente. Por glória, eles entendiam a futura posição de chefe de Estado! Sentar um à direita e o outro à esquerda era assumir posições de grandeza, quando Jesus tivesse uma corte. Seus corações desejavam a
“grandeza”, as pompas das cortes, a mordomia da vida nos palácios. Jesus disse:
Não sabeis o que pedis. A “glória” que esperava Jesus, como ele mesmo explica, no
versículo 38, nada tinha a ver com palácio e riquezas. Cálice e batismo, neste texto, são referências claras a sua morte. A “glória” que aguardava Jesus era a cruz.
Lições Bíblicas para jovens
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A Bíblia diz, no versículo 41, que os outros dez, quando ouviram isso começaram a indignar-se contra Tiago e João. E não se engane: eles não se indignaram
porque tinham uma visão correta a respeito do que aguardava Jesus, mas porque também almejavam aquelas posições de destaque.
Jesus os chamou a si e mostrou para os seus amados discípulos qual verdadeiro caminho da grandeza. Ensinou-lhes que, diante dos homens, existem os
maiorais, os grandes que exercem autoridade (Mc 10:42), mas que, entre eles,
não seria assim. Ele disse: Qualquer que entre vós quiser ser grande, será o que vos
sirva (Mc 10:43). A resposta de Jesus é radical.
Atente para a palavra “grande” que aparece neste texto. Ela é a tradução
da palavra grega “megas”, de onde se originou a nossa palavra em português
“mega”. Jesus está ensinando que mega não é o que ocupa o cargo mais alto,
mas o que tem prazer em servir. O “mega discípulo”, o “mega apóstolo”, o
“mega pastor”, o “mega pregador”, o “mega cantor”, na visão de Jesus, não é
quem gosta de ser visto, mas quem tem prazer e alegria em servir.
II. REFLETINDO SOBRE O CAMINHO
01. Você acha que, para chegar ao poder, as pessoas são capazes de burlar
regras, trapacear? Se sim, tente se lembrar de algum exemplo.
02. Leia Marcos 10:35-37 e comente com o grupo o pedido de Tiago e João.
No que eles estavam colocando seus olhos?
03. Baseado no comentário anterior, diga o que significa a palavra “glória”, na
visão de Jesus e na visão dos discípulos.
22
Encontre o caminho das pedras
04.Leia Marcos 10:42-43 e diga o que significa ser grande aos olhos de Jesus.
III. APRENDENDO COM O CAMINHO
Para vencer na vida, preciso entender que a grandeza aos olhos de
Jesus segue o curso oposto à que é seguida no mundo. O caminho da
grandeza, na visão de Jesus, é ofertar-se a si mesmo no serviço aos outros, para
a glória de Deus. Por isso, se você quer ser grande aos olhos de Jesus, seja um
servo humilde e dedicado. Não espere e não busque aplausos humanos.
Fim da caminhada: Você entendeu o que é ser grande aos olhos de Jesus?
Não tem nada a ver com cargos elevados, muito dinheiro ou fama. Ser grande é servir. Quanto mais dispostos a servir estivermos, “maiores” seremos. O
“mega” discípulo é aquele que está mais preocupado em agradar a Deus. Ele não
ostenta sua posição, mas glorifica a Jesus em todas as suas ações.
Lições Bíblicas para jovens
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ESTUDO 6
TEXTO BÍBLICO: Mc 8:34
... negue-se a si mesmo,
tome a sua cruz.
Tome a “sua” cruz
Para onde vamos?
Mostrar que, para vencermos na vida, não podemos
esquecer que temos uma cruz a ser carregada.
O início da caminhada: Muitas são as pessoas que sabem quem é Jesus,
mas não têm coragem de assumir uma posição ao lado dele. Têm medo de
um compromisso mais sério. Justificam-se com vários argumentos. Sentemse indignas, incapazes, fracas, desprezadas, sujas. De fato, esta é uma parte
da verdade, mas não toda a verdade. Sermos cheios de falhas e manchas não
anula a verdade de que as coisas podem mudar, podem melhorar. O medo de
encarar o que somos e fazemos nos confina a uma vida miserável. O segundo
desafio da convocação de Cristo, a convocação para assumirmos a nossa cruz,
nos revela a outra parte da verdade, a possibilidade de encarar e enfrentar a
nossa realidade: ... tome a sua cruz.
I. ANDANDO PELO CAMINHO
Final da Taça Libertadores, Rio de Janeiro, Maracanã, mais de 80.000 pessoas, muitas das quais envolvidas por uma certeza: já ostentavam a faixa de “Fluminense campeão”. Uma festa linda, pirotécnica, envolvente, marcante. O jogo
começou, e um jogador, lembrando os grandes guerreiros das batalhas épicas do
cinema, saiu pelo campo de batalha desferindo gols espetaculares e mortais, um,
dois, três gols de puro sonho, num Maracanã eufórico com as cenas a que assistia;
afinal, o exército inimigo, a LDU, havia dado o primeiro golpe, um gol assustador
logo no início da partida. O título estava chegando; era só uma questão de tempo.
24
Encontre o caminho das pedras
O guerreiro Thiago Neves bem que tentou, mas não conseguiu. Era necessário o quarto gol, caso contrário, após a tensão da prorrogação tudo seria
resolvido com a crueldade do tiro no alvo, ou seja, pênaltis. Foi o que aconteceu. Escolhidos os batedores, iria ser autorizada a cobrança dos pênaltis.
Quando a TV deu um close no rosto do jogador Conca, era nítido: o medo
estava estampado no rosto dos jogadores. Não deu outra: Conca, Thiago Neves, Washington, um após o outro, de forma irreconhecível, fizeram suas cobranças. Perderam; perdeu o Fluminense; chorou o Maracanã. Mas o medo
não foi somente dos jogadores.
Quando a televisão mostrava imagens da torcida, o medo saltava nos
olhares. Mais de 80.000 pessoas enfrentando o angustiante medo de perder
e, por isso mesmo, vendo sumir a coragem para vencer. O medo faz isso.
Paralisa-nos. Por isso, Jesus, além de convocar-nos para negar, também
nos chama para assumir, tomar a nossa cruz. Tomar a cruz é declarar que
estamos prontos para morrer por Cristo, se for preciso. Para fazer isso, é
preciso coragem. É necessário coragem para suportar sofrimentos, perdas,
prejuízos, traições, rejeições, intrigas, manipulações, preconceitos, ofensas
e continuar a jornada, apesar de tudo.
Seja como for, precisamos vencer o nosso “eu”, só assim veremos a nossa
história mudar: assumindo a realidade que a Bíblia chama de “nossa cruz”.
É assim que Jesus nos convoca: “Tome sua cruz”, assuma as consequências
de sua história, do seu temperamento, das suas escolhas. Não tenha medo
de assumir a sua realidade: ela já é sua, resta aceitar a convocação. William
Hendriksen diz que a imagem que Jesus quer passar é a de um condenado
que é forçado a carregar a sua própria cruz, até o lugar da execução. 1
A diferença - Hendriksen completa – entre o cristão e um condenado é
que este faz sob coação, enquanto aquele faz de boa vontade. Ele, voluntária
e decisivamente, aceita a dor, a vergonha e a perseguição que passarão a ser
suas – veja que o texto diz sua cruz –devido a sua lealdade a Jesus. Então, a
nossa cruz não é uma doença, um inimigo, uma fraqueza, uma dor, um filho rebelde, um casamento infeliz. Esta cruz é a nossa disposição de morrer
para nós mesmos. É considerar-nos mortos para o pecado e andar com um
atestado de óbito no bolso.2 Tomar a cruz é colocar os interesses de Cristo
acima dos nossos interesses. É preciso coragem para assumir essa proposta.
1 Hendriksen (2003:419).
2 Lopes (2006:395).
Lições Bíblicas para jovens
25
II. REFLETINDO SOBRE O CAMINHO
01. Em sua opinião, quais são os medos que poderiam impedir uma pessoa de
tomar a sua cruz, isto é, de assumir, sem reservas, seu compromisso com
Cristo?
02. Qual a imagem que Jesus quer passar para os seus discípulos com a
expressão “tomar a sua cruz”, de Marcos 8:34? Qual a diferença entre um
cristão e um condenado?
03. O que é a nossa cruz?
04. Você poderia citar o exemplo de um personagem bíblico e também de uma
pessoa contemporânea que, em sua opinião, tomou a cruz de verdade?
III. APRENDENDO COM O CAMINHO
Para vencer na vida, preciso assumir, sem medo, o meu compromisso
ao lado de Jesus, custe o que custar. Tome a sua cruz, disse Jesus (Mc 8:34).
Os seus discípulos sabiam o que significava carregar a cruz. Esta era a pena que
Roma dispensava aos criminosos mais perigosos. E era pesada. Aproximadamente, 90 kg. Para um prisioneiro, carregar a cruz até o local da execução era
submeter-se totalmente ao poder de Roma. Jesus usou essa ilustração da cruz
26
Encontre o caminho das pedras
sendo carregada para demonstrar a submissão e a renúncia exigida aos seus
seguidores. Carregar a cruz é renunciar. Renunciar as nossas vontades, a nossa
vida, o nosso “eu”, para fazer a vontade de Deus, em meio às dificuldades do
presente ou do futuro, quando este se mostrar pouco promissor.
Fim da caminhada: O surpreendente em Cristo foi que ele não somente
morreu uma morte de cruz, mas viveu uma vida de cruz. Ele pediu isso dos
seus seguidores, mas também viveu assim, em relação a sua missão. Fez de
tudo para agradar o Pai. Precisamos entender isso. Você já parou para pensar
na importância de renunciar? Já parou para pensar no peso dessa chamada ao
compromisso? Nunca se esqueça: Ainda existe uma Cruz; dura, Pesada, é verdade, mas que precisa ser carregada até o final.
Lições Bíblicas para jovens
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ESTUDO 7
TEXTO BÍBLICO: Ef 6:13
Por isso, peguem agora a armadura que Deus lhes dá.
Assim, quando chegar o dia de enfrentarem as forças
do mal, vocês poderão resistir aos ataques do inimigo
e, depois de lutarem até o fim, vocês
continuarão firmes, sem recuar.
Não existe vitória
sem luta
Para onde vamos?
Mostrar que podemos vencer todos os desafios que a
vida nos impõe, desde que não fujamos dos problemas,
mas estejamos dispostos a encará-los com fé.
O início da caminhada: Há, aproximadamente, dois mil anos, Jesus convocou os seus discípulos para uma missão que ninguém gostaria de assumir:
carregar a cruz. Qual a razão de ele ter feito isso? Certamente, quis mostrar-lhes
que a vida cristã não é puramente diversão ou ociosidade. Não é uma vida sem
tentações, privações e provações, mas é uma vida de renúncia! Isso mesmo.
Você deve renunciar o seu ego e o seu medo de encarar os problemas da vida.
Quem se compromete a sentir, todos os dias, o peso da sua cruz, não terá receio
de lutar em tempos de guerra. Portanto, não “fuja da raia”: lute!
I. ANDANDO PELO CAMINHO
Quem não luta, não vence. As histórias das guerras registram amplamente
essa realidade, assim como a história das Copas e das Olimpíadas. A vitória é antecedida por privações, treinamento, dedicação, disciplina, suor, luta, combate.
A Bíblia confirma isso, quando diz: ... o atleta não é coroado se não lutar segundo as
normas (2 Tm 2:5). Na batalha da vida, o processo é o mesmo. Para vencer, é necessário encarar as ameaças, as ciladas, os medos da luta. Não é possível departamentalizar a vida; é necessário tomar a cruz, toda ela, com seu peso, desconforto
e sua rústica aparência. Isso nos ensina que a melhor forma de viver é assumi-la.
28
Encontre o caminho das pedras
É muito chato conviver com pessoas prepotentes, arrogantes, falsas, tiranas.
Imagine, então, como deve ser, para tais pessoas, conviver consigo mesmas! É
bem mais que “muito chato”. Para elas, é um verdadeiro martírio, um desespero terrível, pois não têm como fugir de si. O arrogante tem que dormir, acordar,
viajar, trabalhar, estudar, comer, enfim, tem que fazer tudo consigo mesmo.
A não ser que deixe de ser arrogante, terá de conviver com sua arrogância 24
horas por dia, por 365 dias a cada ano, durante toda a vida.
Essa realidade vale para todos nós. As frases “quero sumir daqui”, “não aguento mais esses problemas”, “vou cair fora” mostram uma atitude que, geralmente,
acaba frustrada. Não importa aonde você vá, carregará sempre suas qualidades
e seus defeitos. Por outro lado, mudanças motivadas por fuga nunca terminam
bem. Além de não terminarem bem, fazem-nos voltar ao ponto onde teve início
a fuga, uma vez que a vida cobra a continuidade da história. Fugir é muito fácil,
mas é uma atitude insensata, pois acaba nos colocando em um “círculo vicioso”.
Antes, você tentava solucionar os dilemas da sua vida, a tensão do relacionamento com seus pais, as disputas entre a moçada, as crises de ciúmes com os
primos, seus acessos de fúria, a incômoda impaciência com pessoas e projetos, os
complexos sociais e físicos, a insatisfação com seus desempenhos, esquecendoos ou, simplesmente, deixando-os; fingindo que nada disso acontecia ou descarregando suas amargas emoções nas pessoas a sua volta. Isso acontecia porque
você acreditava ter plenos recursos para resolver questões profundas da vida.
Essa pode não mais ser a sua realidade, mas é a de muita gente nos dias de hoje.
Se a etapa de “negar a si mesmo” já foi entendida e aceita como prática diária
para a vida, assumir a cruz torna-se menos dolorido, pois, agora, quando encarar seus dilemas pessoais de relacionamentos, carências, desejos, humilhações
e necessidades, você não vai encarar com as suas limitadas e falhas soluções.
Agora, você toma a sua cruz por negar a si mesmo. Assim, já não corre o risco
de atrapalhar o que Deus está fazendo e continuará a fazer em sua vida; já não
olhará com indignação: “Por que comigo?”, “Não mereço isso”. Antes, olhará
sabendo e crendo que Deus está no controle de tudo.
II. REFLETINDO SOBRE O CAMINHO
01. O que as histórias das guerras, das Copas e das Olimpíadas nos ensinam
sobre a vitória? Se você se lembra de alguma e deseja compartilhá-la, faça.
Lições Bíblicas para jovens
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02. Leia 2 Tm 2:5 e comente sobre as condições necessárias para alcançarmos
vitória em meio a luta.
03. Baseando-se no terceiro e quarto parágrafos do comentário anterior,
responda: Por que a fuga é uma atitude insensata, diante dos problemas?
04. Qual a vantagem de “negar a si mesmo”? Baseie-se no quinto parágrafo
do comentário anterior.
III. APRENDENDO COM O CAMINHO
Para vencer na vida, preciso entender que só quem experimenta o amargo gosto da luta se deleitará com o delicioso sabor da vitória. O carpinteiro
conhecia o peso da cruz. Ele sempre soube quão enfadonho era para um ser humano carregá-la. Contudo, ele a carregou. O carpinteiro galileu chamado Jesus é
a prova concreta de que vale a pena sentirmos o peso da cruz e a dor das feridas,
ao longo da vida cristã. Ele não fugiu quando podia, nem se escondeu quando teve
oportunidade. Sabia que o pior estava acontecendo, mas o melhor estava ainda por
vir. A vitória é certa para quem luta com fé: Porque todo o que é nascido de Deus vence
o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé (1 Jo 5:4).
Fim da caminhada: Hoje, aprendemos que, para vencer na vida, é necessário disciplina, dedicação, suor, treinamento etc. Não devemos fugir da luta,
por mais ameaçadora que seja. Todos temos problemas. O que nos distingue
uns dos outros é a nossa reação mediante a eles. Uns tentam resolvê-los; outros, apenas fogem. Você deve concordar que, em relação a certos problemas, se
fugir fosse a melhor alternativa, Jesus não teria dito “tome a sua cruz”, e, sim,
“fuja da cruz”. Então, agora é com você. Neste estudo, mostramos o rio e lhe
demos a vara de pescar. Qual será a sua atitude? Lute e vença!
30
Encontre o caminho das pedras
ESTUDO 8
TEXTO BÍBLICO: 1Pe 4:13
... alegrem-se por estarem tomando parte nos
sofrimentos de Cristo, para que fiquem cheios de
alegria quando a glória dele for revelada.
Moldados pela
adversidade
Para onde vamos?
Mostrar que tomar a cruz é não esmorecer diante das
adversidades e que se deixar moldar por elas é um
grande passo para se estar perto de Deus.
O início da caminhada: É possível que você já tenha ouvido alguém falar
que “a vida é uma caixinha de surpresas”. De fato, essa expressão tem muito
sentido quando consideramos que podemos, hoje, estar tranquilos, e amanhã,
em desespero. É esse o sentido da expressão “o amanhã não nos pertence” (Ec
8:7). Todo ser humano, independentemente de etnia, religião ou condição social, é passível de passar por adversidades. A vida não é tão fácil como gostaríamos que fosse, porém, é uma escola na qual aprendemos que as adversidades
também nos ajudam espiritual e socialmente.
I. ANDANDO PELO CAMINHO
Virtudes são ferramentas necessárias para quem deseja vencer na vida trilhando caminhos honestos. Tomar a cruz, portanto, dá profundidade e crescimento em virtudes. É como aquela oração que todo mundo já fez alguma vez
na vida: “Senhor, dá-me paciência!”. Deus, então, intensifica os problemas para
treinar em você a paciência, mas o contrário é o que acontece: à medida que
Deus intensifica os problemas, você intensifica sua impaciência. E isto acontece porque não assumimos com vigor espiritual a nossa cruz.
Preste atenção nesta história: Havia um garoto que, em seus primeiros anos de
estudante, passou por situações difíceis. Certa vez, sua professora convocou a sua
Lições Bíblicas para jovens
31
mãe para uma reunião, na qual lhe dirigiu palavras difíceis para uma mãe ouvir. Sem
dó ou compaixão, a professora disse: “Seu filho é um péssimo aluno. Já tentamos de
tudo, mas realmente ele não reúne condições para progredir. Ele é incompetente,
incapaz, devagar. É inútil qualquer tentativa para lhe ensinar alguma coisa. Nunca
ele conseguirá vencer na vida, nunca. Por isso, está expulso do nosso colégio”.
Tente imaginar como deve ter sido o impacto no coração daquela mãe. Uma
surra em seu corpo seria melhor do que ouvir tudo aquilo a respeito do próprio
filho. Como você se sentiria, se fosse expulso de uma instituição tendo como
causa os mesmos motivos? Caso seja pai ou mãe, como se sentiria ouvindo tal
sentença em relação a um filho seu? Independentemente de termos ou não
histórias parecidas com a deste menino, histórias com a mesma intensidade de
injustiça e crueldade vivem acontecendo, trazendo verdadeiros terremotos na
aparente calmaria das nossas vidas.
Mesmo com lágrimas, o melhor a fazer é seguir com fé obediente a segunda
parte da convocação: “tome a sua cruz”. Foi o que a mãe daquele garoto fez. Ela
não desistiu do filho, não aceitou aquelas palavras, não se abandonou num roteiro de lamentações e autocomiseração; ela assumiu a sua cruz. Firme e decidida, disse: “Não, meu filho não é incompetente, incapaz ou devagar. Ele tem um
futuro, eu vou educá-lo; o que falta nesta escola, eu darei a ele: amor”. Como
mãe, obviamente ela sabia das deficiências, mas também sabia dos potenciais
do filho; sabia que as coisas poderiam mudar.
Essa postura e consciência trazem esperança. Quando Jesus ordena: “tome
a sua cruz”, está ordenado um passo de fé. É como se dissesse: “Não fuja das
suas realidades; trate todas elas. Não tema; confie em mim”. E fé, sem a menor
dúvida, é uma das virtudes necessárias para vencer na vida. Os anos passaram.
O menino rejeitado pela escola cresceu. A vida fluiu. No dia de sua morte, ao
anoitecer, as luzes das casas, apartamentos e escritórios de Nova York foram
acesas, em silêncio, em homenagem e reconhecimento ao ilustre homem que
havia falecido. Seu nome? Tomas Alva Edison!
II. REFLETINDO SOBRE O CAMINHO
01. Leia Ec 8:7 e responda: O que significa a expressão: “o amanhã não nos
pertence”? Baseie-se também na introdução.
32
Encontre o caminho das pedras
02. Baseando-se no segundo e terceiro parágrafos do comentário anterior,
comente sobre as diversas situações angustiantes a que estamos sujeitos.
03. Como devemos agir, diante de palavras e atitudes desmotivadoras?
Baseie-se no quarto parágrafo do comentário anterior.
04. Que importantes lições aprendemos com o desfecho da história narrada?
Baseie-se no quinto parágrafo do comentário anterior.
III. APRENDENDO COM O CAMINHO
Para vencer na vida, preciso entender que a adversidade é uma ponte
que me faz chegar mais perto de Deus! Às vezes, sobrevém-nos o míssel das
palavras de um médico, anunciando a doença incurável, desconhecida, ignorada. Às
vezes, são as perdas inexplicáveis. Num momento a abundância de alegria; no outro, os rastros de tristeza pelos queridos prematuramente separados de nós. Num
momento, a fartura de bens; no outro, um passo desequilibrado e a consequente
perda de tudo que duramente foi construído. Nas tristes circunstâncias, reconhecemos que precisamos de Deus e, imediatamente, corremos para os seus braços. A
adversidade, sem dúvida, nos aproxima da consoladora comunhão do Pai.
Fim da caminhada: A pergunta fundamental que devemos fazer é: “Qual teria sido o destino daquele menino, se sua mãe tivesse desistido da sua cruz, se
tivesse fugido, se tivesse se omitido?” Nunca iremos saber. Uma coisa, no entanto, ao final deste estudo, podemos afirmar: Jesus sabe o que nos manda fazer: ele
tem o controle de tudo e, apesar de todos os medos que a nossa realidade possa
nos causar, tomar a cruz é o melhor a fazer, pois, a partir daí, o melhor só ele irá
fazer. Quem encara as adversidades com fé, sabe que não está sozinho, pois Cristo, o leal amigo, está sempre por perto para o que “der e vier”.
Lições Bíblicas para jovens
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ESTUDO 9
TEXTO BÍBLICO: Mc 8:34
Se alguém quiser vir após mim, negue-se
a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.
Siga-o!
Para onde vamos?
Mostrar que o ato de seguir a Jesus é um pacto
de fidelidade e uma certeza de que desfrutaremos
da sua companhia em todo o tempo.
O início da caminhada: Quando duas pessoas se casam, automaticamente firmam um sério compromisso de se unirem para o resto de suas vidas. Isso
significa que uma acompanhará a outra e ambas se ajudarão em todos os momentos da vida, sejam estes bons ou ruins. É exatamente isso que Jesus nos
convida a fazer junto a ele: estabelecer um sério compromisso. Muito mais
do que ter o nome dele estampado em nossa camisa, pintado nas paredes da
nossa casa ou cunhado na capa da nossa agenda, devemos segui-lo de todo o
nosso coração e amá-lo acima de tudo! Só precisamos deixá-lo tomar as rédeas
da nossa vida e nos guiar.
I. ANDANDO PELO CAMINHO
São de Albert Einstein as palavras: “A vida é como andar de bicicleta. Para
manter o equilíbrio, é preciso se manter em movimento”. Você já deve ter ouvido falar daquela brincadeira chamada “siga o mestre”, em que as crianças vão
caminhando em fila indiana, uma atrás da outra. A primeira criança da fila é o
mestre, que vai dando o tom de tudo que as demais devem fazer. Se ela caminha devagar, todas caminham devagar; se corre, todas correm; se para, todas
param; se ergue a mão esquerda, todas erguem a mão esquerda. Aqueles que
vão errando o movimento vão saindo da brincadeira.
34
Encontre o caminho das pedras
Na vida, também somos convocados a seguir o Mestre. Ignorar essa missão é perigoso. Não seguir o Mestre, hoje, tira-nos do caminho reto, certo e
seguro. Se você já negou a si mesmo e tomou a sua cruz, esta última parte
da convocação torna-se indispensável. De nada adianta negar suas vontades e não colocar outras vontades como prioritárias em sua vida. De nada
adianta assumir sua realidade e ficar sem saber para onde ir e o que fazer.
Neste sentido, seguir a Cristo torna-se revelador, pois nos mostra o caminho conforme sua vontade, seu poder e seus planos para cada um de nós.
Sendo assim, a última parte da convocação exige nossa total entrega.
Falhar aqui é como ter a melhor bicicleta do mundo à disposição e, em vez
de andar, tentar se equilibrar sem sair do lugar. Não vai dar, você vai cair.
Negar a si mesmo e assumir a cruz é uma ótima bicicleta, mas você precisa
andar, pois é o movimento que dará equilíbrio. Portanto, obedeça à voz
do Mestre: ... siga-me (Mc 8:34). Na sequência do versículo 34, não vem
nenhuma explicação sobre como será a jornada para aqueles que aceitam
seguir. O que aparece são argumentos para nos convencer a dizer “sim” para
a jornada proposta.
Essa situação é, no mínimo, misteriosa. Na faculdade, você pode ter
acesso ao currículo e às disciplinas. Numa empresa, pode se inteirar do
desempenho que deve ter no cargo confiado a você. Seguir a Cristo encerra-se em uma palavra: “Siga-me”. Esta palavra, no grego, seria mais bem
traduzida por “acompanhe a mim”, pois tem o sentido de “companheiro”,
“ir pela estrada com alguém”. Ampliando e aprofundando o significado da
palavra “siga-me”, a convocação para seguir o Mestre passa a nos encher
de expectativas boas. Jesus nos convoca como um companheiros seus,
parceiros de viagem. Companheiros se ajudam, se respeitam, desenvolvem afeto, são leais.
Companheiros têm comunhão. No latim, a palavra companheiro é “cumpani”, que significa “compartilhar o pão”. No cristianismo, compartilhar o
pão é muito mais do que simplesmente comer junto. É compartilhar a vida,
nutrindo e alimentando o outro com intenções, atitudes e gestos decorrentes do amor. Jesus é um companheiro assim, que nos convoca para compartilhar a vida em toda a sua dimensão. Nessa estrada, é certo, haverá cruz.
Mas, seguindo-o, estaremos juntos dele, usufruindo a sua ajuda. Caso a
opção seja de não segui-lo, continuará havendo cruz, mas estaremos desesperadamente sozinhos.
Lições Bíblicas para jovens
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II. REFLETINDO SOBRE O CAMINHO
01. Que convite Jesus nos faz e espera que aceitemos? Baseie-se na
introdução.
02. O que acontece quando deixamos de seguir o Mestre? Baseie-se no
segundo parágrafo do comentário anterior.
03. Após ler Mc 8:34, responda: O que este texto tem a ver com o nosso
equilíbrio espiritual? Baseie-se também no terceiro parágrafo do
comentário anterior.
04. Explique o significado da expressão “compartilhar o pão” no cristianismo.
Baseie-se no quinto parágrafo do comentário anterior.
III. APRENDENDO COM O CAMINHO
Para vencer na vida, preciso entender que Jesus é a melhor companhia e segui-lo! Há muitas pessoas decepcionadas umas com as outras
por serem vítimas de uma traição, de maledicência, de falsidade etc. Elas vivem apreensivas e com medo de confiar em alguém. Assim, preferem seguir
o ditado popular: “Antes só que mal acompanhado”. Se a má companhia é
perigosa, a solidão é tenebrosa. Sabendo disso, Jesus se ofereceu para ser
o nosso confidente e amigo, ao dizer: ... estou convosco todos os dias até à
36
Encontre o caminho das pedras
consumação dos séculos (Mc 28:20). Seguir a Jesus nos traz a grata certeza
de que temos alguém em quem podemos confiar.
Fim da caminhada: Se você já brincou de “siga o mestre”, sabe o quanto é
divertido. Depois da brincadeira, cansamo-nos e preferimos partir para outra
brincadeira – dependendo da disposição. Seguir a Jesus, porém, nem sempre
é tão divertido. Também não é muito fácil, mas todos podem segui-lo. Ao
fazermos isso, valemo-nos de uma vantagem primordial: quem erra, não é
lançado fora; não para de segui-lo. Poderá prosseguir na tentativa de fazer
o certo. Se cair ao tropeçar, o Mestre Jesus estenderá a sua mão e, com um
olhar de compaixão e um sorriso de amor, o levantará.
Lições Bíblicas para jovens
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ESTUDO 10
TEXTO BÍBLICO: Lc 9:57
Seguir-te-ei para onde quer que fores.
O que significa
segui-lo?
Para onde vamos?
Mostrar o que significa seguir a Cristo.
O início da caminhada: Os métodos modernos de propaganda e publicidade falam das “enormes” e “variadas” vantagens dos seus produtos com letras
bem “GRAÚDAS” e das desvantagens (isto é, quando dizem) com letras bem
“miúdas”. Ao contrário deles, Jesus nunca escondeu os perigos a que estariam
sujeitos aqueles que quisessem segui-lo. Ele nunca atraiu multidões prometendo riqueza, prestígio, fama, saúde, solução de problemas, para, depois, cochichar baixinho: “Só que, de vez em quando, pode acontecer de você ser perseguido e humilhado por minha causa”. Jesus era franco e fazia questão de deixar
bem claro o que significa segui-lo.
I. ANDANDO PELO CAMINHO
Um dia, Jesus, acompanhado dos seus discípulos, andava por um caminho,
quando, de repente, foi interrompido por certo homem, que, de uma forma
admirável, se ofereceu para segui-lo por onde quer que fosse: Seguir-te-ei para
onde quer que fores (Lc 9:57). Que proposta! Você teria coragem de fazê-la? Já
fez? Sabe exatamente tudo o que envolve seguir a Cristo para onde quer que
ele vá? Há um preço a pagar.
Esse homem, com sua “aparente” admirável proposta, não havia entendido o
que significava realmente seguir a Jesus por onde quer que ele fosse. Jesus fez
questão de deixar as coisas bem claras. Ele respondeu ao discípulo: As raposas
38
Encontre o caminho das pedras
têm covis e as aves do céu ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a
cabeça (Lc 9:58). Por que Jesus respondeu a esse homem de maneira tão “seca”?
Com certeza, Cristo sabia as verdadeiras motivações desse suposto discípulo.
A expressão “Filho do homem” pode muito nos ajudar a esclarecer o que
realmente o levou até Jesus. “Filho do homem”, para um judeu, tinha o sentido
de triunfo, de poder, de glória. Ao ouvir essa expressão, o judeu imagina um
vencedor, um guerreiro, um poderoso, um libertador, um defensor montado
num cavalo bonito e elegante.
Quando esse “discípulo” se aproxima de Cristo, vem com essa ideia. Ele
disse: Seguir-tei-ei para onde quer que fores, pensando nesse homem glorioso,
poderoso, no “Filho do homem”. Ele estava de olho na glória, no prestígio,
na fama. Quando Jesus disse que o Filho do homem não tinha onde reclinar
a cabeça, ele silenciou.
A resposta de Jesus não combinava com o conceito que aquela pessoa tinha
de Filho do homem. Pare para pensar na desilusão, na frustração daquele homem. Em silêncio, ele teve que repensar a sua decisão, pensar se era exatamente aquilo que estava querendo. Talvez, depois dessa resposta de Cristo, ele não
mais desejasse segui-lo.
II. REFLETINDO SOBRE O CAMINHO
01. Como você vê os métodos de propaganda modernos? A forma de Jesus
falar às pessoas que queriam segui-lo se parecia com algum deles?
02. Leia Lucas 9:57 e comente com o grupo a admirável proposta feita a Jesus
por este homem? Você já fez essa proposta?
03. Leia Lucas 9:58 e responda: O que a resposta de Jesus revela sobre
a verdadeira proposta deste suposto discípulo? Qual a visão de “Filho do
homem” que este discípulo tinha?
Lições Bíblicas para jovens
39
04. O pensamento do suposto discípulo se parece, de alguma forma, com o desejo
dos cristãos modernos? Será que, ainda hoje, as pessoas desejam fama?
III. APRENDENDO COM O CAMINHO
Para vencer na vida, preciso seguir a Jesus com as motivações corretas. E quanto a nós? O que nos motiva seguir a Jesus? Não nos iludamos com
a promessa de riquezas, posições, prazeres, pompa. Quem se propõe a segui-lo
para todos os lugares, deve saber que existe uma cruz para ser carregada. Não
é uma cruz de ouro, ou leve, fácil de ser carregada. Ela é pesada; é preciso despender esforços para carregá-la! O verdadeiro discípulo precisa estar disposto a
pagar esse preço. Se assim fizer, até o final, verá o “Filho do homem”, que é, sim,
poderoso e vencedor, vir na sua glória com os seus santos anjos (Mt 25:31).
Fim da caminhada: Quando diz que vai seguir a Jesus, você não pode fazêlo seletivamente: Isto, sim; isto, não. Precisa aceitar tanto a cruz como a coroa,
tanto o juízo como a misericórdia. Precisa calcular os custos e estar disposto a
deixar tudo para segui-lo sabendo que esse caminho, aos olhos humanos, não é
o mais agradável ou confortável. Todavia, aos olhos de Deus, é o caminho certo,
é o caminho da glória! Dedicação total e compromisso integral é o que Jesus
deseja. Que Cristo nos ajude nesta caminhada.
40
Encontre o caminho das pedras
ESTUDO 11
TEXTO BÍBLICO: Cl 3:9
Não mintam uns para os outros,
pois vocês já deixaram de lado a natureza
velha com os seus costumes.
Mentira, não!
Para onde vamos?
Mostrar que o único “antídoto” contra a
mentira é uma vida alicerçada na verdade.
O início da caminhada: Lembra da corrida maluca, aquele desenho animado em que o Dick Vigarista sabotava as placas de sinalização para induzir
os outros corredores ao erro? Pois é, a vida é assim. Tem sempre um Dick Vigarista tentando sabotar nossa corrida, através de mentiras. Esta deve ser a
grande inspiração, o grande motivo, o forte indicador da sua decisão: o desejo
obstinado de seguir a verdade. Atender ao “siga-me” de Jesus é decidir por seguir a verdade. Focar no que é verdadeiro criará em você filtros para eliminar a
mentira da sua vida. Saber que se caminha com a verdade é o que dá músculos
espirituais para suportar a cruz e negar o eu.
I. ANDANDO PELO CAMINHO
Pela verdade, valem sacrifícios, lágrimas, sofrimentos, lutas. Ao final, a verdade faz valer a pena tudo que se enfrentou, porque a verdade liberta. A mentira, ao contrário, no seu fim, traz apenas frustração pelo desperdício de tempo,
esforço e recurso. A mentira engana e leva a uma vida de meras ilusões e falsas
promessas de felicidade. É como disse o poeta gaúcho Érico Veríssimo: “Felicidade é a certeza de que nossa vida não está se passando inutilmente”.
Veja o exemplo de duas mentiras plantadas nas gerações passadas: “Homem
que é homem não chora”, “Mulher não sabe dirigir”. Toda uma geração cresceu
com esses conceitos enraizados no inconsciente. Com isso, desenvolveu-se, em
Lições Bíblicas para jovens
41
nosso país, um machismo além dos limites aceitáveis. Meninos cresciam aprendendo que homem não poderia chorar e mulheres eram incapazes de dirigir
bem um automóvel. Não parava por aí. As mulheres aceitavam e ensinavam esses conceitos. Como mães e educadoras, ensinaram seus meninos e suas meninas a assumirem cada um o seu papel, nas mentiras sociais tão bem plantadas.
Hoje se seguem outras mentiras. Milhões de adolescentes são iludidos por
outras enganações, tais como: “Para você ser aceito, tem de experimentar o que
toda a galera experimenta, tem de ir aonde todo mundo vai, tem de curtir o que
todo mundo curte, tem que fazer o que todo mundo faz, tem que vestir o que
todo mundo veste, tem que beber o que todo mundo bebe”. Em outras palavras, as mentiras, hoje, vêm em forma de pressão. Uma pressão que promete o
status de ser aceito como legal, antenado, atual, esclarecido, moderno. Durante
um tempo, o status prometido, de fato, acontece.
Esse é o tempo em que você está subindo, subindo, subindo. À medida que
sobe, o “negar-se a si mesmo” já se perdeu há muito tempo. Tomar a cruz, então, nem se fala. Os compromissos e as duras realidades são abandonados em
algum ponto da subida. Você está se dando bem, acredita. Você só pensa em
você. A carne é assim: exige sempre mais; a carne, em seu apetite descontrolado pelo poder, é insaciável. Você pergunta: Por que tal ladrão não parou, quando atingiu dez milhões? A resposta é óbvia: o homem mau é carnal; a carne é
indomável; uma vez na prática do pecado, mais pecado ela deseja.
Mas chega o dia da queda. Sempre chega. Mentiras deixam você no topo
tão somente para que seja precipitado de lá e sua queda seja a mais trágica
possível. Não se esqueça: o diabo é o pai da mentira (Jo 8:44). São incalculáveis
os jovens, os casais, os pastores que se rastejam lotados de feridas expostas,
humilhados e ridicularizados pelas mentiras de Satanás. Foram vítimas das
mentiras de sempre: drogas, sexo fácil, poder, vaidades. Mas a verdade é uma
só; seguir a mentira é o mesmo que perseguir a derrota na vida. Portanto, tenha muito cuidado com a mentira e deixe-se guiar pela verdade.
II. REFLETINDO SOBRE O CAMINHO
01. Em meio ao engano, que decisão devemos tomar? Baseie-se na introdução.
42
Encontre o caminho das pedras
02. Baseando-se no primeiro parágrafo do comentário anterior, comente
a seguinte frase: “Felicidade é a certeza de que nossa vida não está se
passando inutilmente”.
03. Baseie-se no segundo e no terceiro parágrafos do comentário anterior e
comente sobre as mentiras implantadas e aceitas na sociedade.
04. Que tristes consequências advêm sobre a pessoa cuja vida é feita de mentiras?
Baseie-se no quarto e no quinto parágrafos do comentário anterior.
III. APRENDENDO COM O CAMINHO
Quem se alimentar diariamente da verdade, estará imune ao engano.
A mentira aprisiona você numa estrada falsa, com ideologias que só o destroem e
sempre o fazem correr atrás de um sucesso que o torna escravo de regras sociais e
culturais contrárias aos ensinos de Cristo. Não foi para o lixo moral da atualidade
que Deus criou você. Isso é prisão de pensamentos, sonhos, projetos, conceitos
que desprezam a boa ética. Essa prisão violenta seu caráter, sua sensibilidade, sua
identidade. Só há uma maneira de escapar e de se prevenir desse engano: viver de
acordo com a palavra de Deus (Sl 119:9), que é a verdade. Assim, você estará livre!
Fim da caminhada: Não queira ser o mais esperto, zombando dos seus
amigos que estão lutando para seguir a Cristo, obedecendo aos pais, evitando
as armadilhas do mundo. Não os ridicularize. Você pode acabar ouvindo o que
Saulo ouviu de Jesus: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” Não envergonhe,
não escandalize, não persiga. Dê um passo; renuncie tudo que o aprisiona a
uma vida de derrota. Ajude-os por meio da motivação à santificação. Ajude-os
a dizer “não” às práticas do engano. Que todos estejamos cientes de que a verdade, sem dúvida, é a melhor escolha.
Lições Bíblicas para jovens
43
ESTUDO 12
TEXTO BÍBLICO: 1 Co 16:13
Estejam alertas, fiquem firmes na fé,
sejam corajosos, sejam fortes.
Fique firme
Para onde vamos?
Mostrar que o ato de seguir a Cristo é necessário
para o nosso desenvolvimento na vida cristã, pois
é nossa garantia de firmeza espiritual.
O início da caminhada: Em Mateus 7:24-27, Jesus relata uma parábola
na qual ele compara a vida dos seus seguidores com duas casas: uma construída na rocha e a outra, na areia. A casa construída na rocha não cai porque é firme, ao contrário da que foi construída sobre a areia, que facilmente
desaba. Com qual das duas casas você deseja ser comparado? Se você almeja construir a sua vida espiritual sobre algo concreto, que não desmorona,
permaneça ouvindo e praticando as palavras do mestre Jesus, pois ele é a
nossa rocha espiritual. Permaneça firme em meio aos ventos das tentações.
Permaneça fiel. Essa é a vontade de Cristo para você.
I. ANDANDO PELO CAMINHO
Não importa que pareça inocente: a mentira é destruidora. Isso quer
dizer que, mesmo lutando para dizer não às artimanhas e manhas da maldade, situações de dor, derrota e desespero vão se revezar, para minar
nossas forças e testar nossas convicções e capacidades de resistência. Se
você decidiu seguir a Cristo, fique firme. Sua prisão está perto do fim. É
o Mestre quem afirma: E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará (Jo
8:32). Comece a sentir o cheiro da liberdade, a olhar para sua cruz, a sua
realidade, e veja nela a liberdade.
44
Encontre o caminho das pedras
Antes, você olhava e não tinha perspectiva. Agora, você olha com a perspectiva de Cristo, você olha como Cristo olha, afinal, você o está seguindo.
Consegue perceber a diferença entre os crentes que estão vencendo na vida
e os que estão sendo derrotados pela vida? Esqueça qualquer indício material. Não estamos tratando de carro zero e carro velho, casa boa e barraco.
Estamos tratando de paz na alma, sossego no coração, confiança na salvação, que só o Salvador pode dar.
Tanto em mansões quanto em barracos, há pessoas vivendo o mesmo
processo de destruição e derrota, simplesmente porque não querem seguir a Cristo, bem como há pessoas vivendo o mesmo processo de vencer
na vida, pois perseveram em seguir a Cristo. Seguindo a Cristo temos consolação nas provas insuportáveis pelas quais todos nós passamos. Temos
a sede saciada no mais quente dos desertos. Temos família em meio a tantos lares divididos e moídos. Temos amigos, enquanto tantos enfrentam
o isolamento na multidão. Temos socorro, enquanto tantos gritam para
uma infinidade de ídolos mortos.
Temos também esperança no nascimento, confiança no desenvolvimento e
segurança no funeral, não porque saibamos todas as respostas. Pouquíssimas
são as que nos são permitidas conhecer. As certezas que temos são oriundas
da fé naquele que decidimos seguir, pois seguir a Cristo é a nossa única, real
e verdadeira certeza de que estamos vencendo. Vencendo o quê? Aquilo que
importa vencer: as ilusões, as tentações, as seduções, o engano do prazer
imediato, a sede de reconhecimento e de poder, a vaidade mortífera, o caminho fácil para conquistar coisas e pessoas usando a arma da sensualidade, a
quebra de leis para levar vantagem.
Seguir a Cristo é o que nos dá equilíbrio e crescimento. Confie, pois
o Mestre sabe por onde quer que andemos. Ele vai para a direita, nós
também vamos. Ele pára, nós também paramos. Ele corre, nós também
corremos. Este é o segredo de seguir: é imitar. Como dissemos no estudo
anterior, imitar é o princípio da brincadeira “siga o mestre”. Porém, aqui,
também é o conselho bíblico. A palavra “siga-me”, no original grego, também tem este sentido: imitar. Assim, Jesus nos convoca a segui-lo e nos
oferece, como já vimos, a posição de companheiros de caminhada. Com a
mesma palavra, ele diz que, nesta jornada, devemos imitar seu comportamento, seu testemunho, sua vida.
Lições Bíblicas para jovens
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II. REFLETINDO SOBRE O CAMINHO
01. Leia Mateus 7:24-27 e responda: Como podemos evitar a queda e
permanecer firmes? Fale sobre a diferença entre as casas que foram
construídas na rocha e na areia. Baseie-se também na introdução.
02. Após ler Jo 8:32, o primeiro e o segundo parágrafos do comentário anterior,
comente sobre a nova perspectiva de vida produzida em quem segue a Jesus.
03. Qual a nossa única e real certeza de vitória sobre as ilusões, as tentações, as
seduções, o engano do prazer imediato, a sede de reconhecimento e de poder,
a vaidade mortífera? Baseie-se no terceiro e quarto parágrafos do comentário.
04. Para ficarmos firmes, em que devemos imitar Jesus? Baseie-se no quinto
comentário.
III. APRENDENDO COM O CAMINHO
Seguir os passos de Cristo é garantia de firmeza espiritual! Preparese: há pedras no meio do caminho. Elas não somente podem nos ferir como,
também, nos fazer tropeçar e cair. É justamente nessa estrada que desenvolvemos a nossa vida de santificação. Desse modo, caminhamos tendo que
desviar dos pedregulhos da mentira, da inveja, da pornografia, das baladas,
46
Encontre o caminho das pedras
etc. Só há uma maneira de conseguirmos tal proeza: seguindo os passos de
Cristo! Os passos dele não tropeçam no pecado. Portanto, quem anda como
ele andou e quem vive como ele viveu, não cairá, mas experimentará as bênçãos proporcionadas por uma vida espiritualmente sadia.
Fim da caminhada: Esteja certo de que Deus falou com você, por meio
deste estudo. Não importa se você está na igreja e segue a Cristo há muitos anos, há um mês, há um dia ou há algumas horas! O conselho é o
mesmo: Fique firme. Sim, este é um alerta daquele que morreu por você.
Foi para motivá-lo a permanecer seguindo os seus passos que Jesus permaneceu firme na cruz, durante horas, até a morte! Ele fez isso porque
sempre soube que você vai dizer “não” às propostas indecentes, à corrupção, à mentira, ao ódio e ao mundo. Ele acredita na sua fidelidade. Siga em
frente e permaneça firme!
Lições Bíblicas para jovens
47
ESTUDO 13
TEXTO BÍBLICO: Hb 12:1b-a
Corramos com perseverança a corrida que
nos é proposta, tendo os olhos fitos em Jesus,
autor e consumador da nossa fé.
Não o perca de vista
Para onde vamos?
Incentivar o estudante a olhar para Cristo,
sem perdê-lo de vista, a fim de que possa
sempre permanecer ao lado dele.
O início da caminhada: Se você já assistiu a uma maratona, então deve
imaginar o quanto é desmotivador para um competidor, que está apenas a
alguns metros do primeiro colocado, ver a sua chance ir embora, juntamente
com os seus adversários. Isso acontece, muitas vezes, por causa do pouco
preparo físico e psicológico. A nossa vida espiritual também é uma “maratona”. A diferença é que corremos todos os dias, não para ultrapassar pessoas,
mas para não perder de vista aquele que está à nossa frente: Jesus. Por isso,
precisamos estar sempre bem supridos e com nosso treinamento em dia, ou
seja, uma vida devocional constante.
I. ANDANDO PELO CAMINHO
Jesus assumiu sua cruz. Ao deixar sua glória e vir ao mundo, negou a si
mesmo. Aqui, assumiu sua missão, que tinha, como alvo, a cruz. Toda a sua
caminhada foi feita com o direcionamento fixo para a crucificação. Ele sabia
qual seria o seu fim. Mesmo assim, viveu a mais bela vida que um homem já
viveu: doou-se; perdoou integralmente; sofreu rejeições, injustiças, calúnias,
açoites; amou. Seu amor ultrapassa a compreensão das mentes mais brilhantes
da história. Tal amor é incompreensível e indescritível (Jo 3:16).
48
Encontre o caminho das pedras
Se olharmos para ele com os olhos da mentira, diremos: foi um derrotado, pobre, sofredor, indesejado, perseguido, zombado, humilhado, traído,
surrado, exposto à vergonha pública, condenado, morto inescrupulosamente numa cruz, enterrado numa sepultura emprestada. No entanto, se
olharmos para ele com os olhos da verdade, diremos: foi um vitorioso, rico
na sua intocável alma cheia de amor por seus perseguidores, solícito a todas
as necessidades de almas arrependidas, vitorioso na cruz, pois obedeceu a
seu Pai para salvar o mundo, tão vitorioso que, até hoje, não encontraram
seu corpo na sepultura, pois várias testemunhas atestam: ele ressuscitou,
ele vive para todo o sempre!
Nunca perca o Mestre de vista. Siga-o sempre. Já viu o pânico de crianças
e pais, quando uns se perdem dos outros em shoppings, hipermercados ou
parques? Talvez você já tenha passado por essa experiência. No começo, as
crianças, algumas, pelo menos, até acham engraçada a aventura de estarem sozinhas. Isto é só no começo, pois, ao descobrirem que se perderam
dos pais e estão dependendo da própria sorte, ficam aterrorizadas. Então,
adeus segurança, despreocupação, provisão, carinho, afeto, confiança, cuidado. Como crianças desamparadas, indefesas e ameaçadas pelos perigos
do mundo ficamos nós, quando falhamos em seguir a Cristo.
Mas você também já deve ter visto a alegria, o choro emocionado, o riso
incontido, quando pais e filhos finalmente se encontram. Há festa esperando por você também. Volte o olhar para Cristo. Ele continua desejando
sua companhia na caminhada da vida. Pegue o seu manual de instrução: a
Bíblia Sagrada. Nela, você encontrará as placas de sinalização para seguir a
Cristo sem riscos; afinal, como você deve se lembrar, o Dick Vigarista sempre perde no final (ver introdução da lição 11). Com o diabo e seus agentes,
acontecerá um pouco pior, pois jamais cruzarão a linha de chegada; serão
inapelavelmente destruídos, antes, eternamente.
Quanto a nós, estaremos com alegria e riso incontido abraçando o nosso
Pai e celebrando com ele, tudo como consequência de sua graça, que nos capacitou a obedecer à convocação para segui-lo. Então, veremos que valeu a
pena cada passo com a nossa cruz nos ombros, cada “não” dito às tentações
mundanas e cada minuto que passamos aprendendo sobre Jesus. Veremos
que acertamos, quando escolhemos sair “de cima do muro” e nos decidimos
a lutar por um propósito maior. Assim, experimentaremos, na sua essência,
o doce sabor do amor de Cristo.
Lições Bíblicas para jovens
49
II. REFLETINDO SOBRE O CAMINHO
01. Após ler a introdução, diga: Por que a nossa vida espiritual é uma
“maratona”?
02. L
eia Jo 3:16 e responda: Por que o amor de Jesus por nós é
incompreensível e indescritível? Baseie-se também no primeiro
parágrafo do comentário anterior.
03. De que modo devemos olhar para Jesus? Baseie-se no segundo parágrafo
do comentário anterior.
04. Por que devemos nos alegrar em não perder Cristo de vista? Baseie-se no
quarto e quinto parágrafos do comentário anterior.
III. APRENDENDO COM O CAMINHO
Para vencer na vida, não posso perder Cristo de vista: devo permanecer ao lado dele! A nossa história é marcada de “altos” e “baixos”. Antes, os
nossos antepassados eram felizes e viviam em um belo jardim, sem nunca terem experimentado o pecado. Mas, um dia, tudo isso mudou. Eles pecaram e se
desviaram do Criador. Tempos depois, Jesus Cristo, o Deus-homem, sacrificou
a sua vida e nos reconciliou com a Trindade. Hoje, temos paz com Deus! Temos
50
Encontre o caminho das pedras
a companhia de Jesus. Saímos do lado do muro que nos separava de Cristo.
Agora, estamos do lado que nos une a ele! Aproveitemos, portanto, essa nova
chance que nos foi dada e não o percamos de vista por nada.
Fim da caminhada: É possível que, no decorrer deste estudo, você tenha voltado, através da sua imaginação, ao tempo de criança e se lembrado
daquele dia em que se perdeu do seu pai ou da sua mãe. Como você deve
ter chorado, não é mesmo? Hoje, você sabe que, na verdade, eles estavam
mais perto do que você podia imaginar. O que aconteceu? Você apenas os
perdeu de vista! Quando uma pessoa fica desmotiva e desiste de seguir a
Cristo, perdendo-o de vista, ela não mais sentirá a presença dele. Mas isso
não significa que ele vá abandoná-la. Haverá uma segunda chance! Se você
conhece alguém nesta situação, diga-lhe: “Cristo quer conceder a você uma
nova oportunidade para ser feliz!”.
Lições Bíblicas para jovens
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ESTUDO 14
TEXTO BÍBLICO: 1 Tm 6:12
Corra a boa corrida da fé e ganhe a vida eterna.
Pois foi para essa vida que Deus o chamou quando
você deu o seu belo testemunho de fé na
presença de muitas testemunhas.
Não perca sua
identidade
Para onde vamos?
Mostrar que podemos alcançar uma vida
abundante ao lado de Cristo, se não perdermos
nossa verdadeira identidade de Cristãos.
O início da caminhada: O Pequeno Príncipe tem uma frase tocante, que sintetiza a grande dificuldade da convocação feita por Jesus: “O essencial é invisível
aos olhos!”. Enquanto igrejas do mundo inteiro não cessam de criar cada vez mais
regras, mais receitas para prosperar, mais métodos para crescer vertiginosamente, Jesus convoca discípulos e multidão e manda fazer três coisas essenciais, porém, invisíveis: negar a si mesmo, tomar a cruz e segui-lo. Negar a nós mesmos
é uma luta titânica, que se dá em nosso interior, no centro das nossas vontades.
I. ANDANDO PELO CAMINHO
Tomar a cruz é assumir conscientemente nossa realidade e seguir a Cristo é
caminhar em santidade, dia-a-dia, ou seja, nosso interior, ninguém vê. A cruz
é só um símbolo da convocação; não existe o objeto para todos verem; também não vemos Cristo; tão somente cremos. Tudo isso vai contra nossa caída e
mesquinha natureza humana. Como vou fazer tanto para ninguém ver? Como
vou encarar uma revolução na minha vida e nem serei notado? Como? Essas
perguntas simplesmente revelam o despreparo para alcançar profundidade na
vida e leva à pergunta decisiva: Em qual vida você quer vencer?
52
Encontre o caminho das pedras
Nossa tese deve ser a mesma de Paulo: Se a nossa esperança em Cristo
se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens (1
Co 15:19). Se você tem como alvo final vencer somente nesta vida, ainda
não compreendeu a mensagem deste estudo. Seguir a Jesus, negando a
si mesmo e assumindo integralmente nossa cruz, como já vimos, é caminhar uma jornada rumo à verdade que, ainda que termine no altar da
crucificação, não termina aí; é tão somente o raiar da nossa esperança na
ressurreição. Tudo invisível, mas fruto de genuína e verdadeira fé naquele
que tudo pode.
Não se trata de fé em nós mesmos, em nossas habilidades e recursos,
mas fé em Cristo. É isso que argumenta Jesus, depois de feita a convocação: Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por
causa de mim e do evangelho esse a salvará (Mc 8:35). Como “perdemos”
nossa vida por causa de Cristo e do evangelho? Negando a nós mesmos,
assumindo nossa cruz e seguindo-o. É assim que se chega ao alvo tão sonhado de vencer verdadeiramente e completamente nesta vida e na vindoura, pois perder por amor Cristo, como diz o texto, é o caminho para
chegar à salvação.
A ideia da nossa total incapacidade de nos salvar continua, agora, com
duas perguntas: Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a
sua alma? Que daria um homem em troca da sua alma? (Mc 8:36,37). A primeira pergunta afirma que vencer nesta vida, na verdade, é ser derrotado.
Que lhe aproveita ganhar o mundo, se você não tem tempo para Deus, para
seguir a Cristo, o único que o pode salvar? A segunda pergunta diz que,
ainda que você ganhe o mundo, seja o ser humano mais rico do planeta,
na esfera da vida eterna, você continua um miserável, sem recurso, pois o
“que daria um homem em troca da sua alma?” Nada é a resposta.
Não há como pagar. O caminho é um só: aceitar a convocação para vencer
verdadeiramente: “Siga-me”! Neste ponto, Jesus define o caótico cenário
para o qual somos convocados, e só o somos porque é somente aceitando
o desafio da convocação que podemos chegar vivos do outro lado. Observe: Porque qualquer que, nesta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de
mim e das minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele,
quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos (Mc 8:38). Estamos vivendo exatamente este tempo, pois uma geração sem vergonha tem vergonha de Cristo e de sua palavra. Que este não seja o seu caso. Não perca sua
identidade de cristão.
Lições Bíblicas para jovens
53
II. REFLETINDO SOBRE O CAMINHO
01. Comente o que você entende da frase: “O essencial é invisível aos olhos!”.
Baseie-se na introdução.
02. Leia 1 Co 15:19 e responda: Por que a nossa tese deve ser a de Paulo?
Baseie-se também no primeiro e no segundo parágrafos do comentário
anterior.
03. Após ler Mc 8:35-37, responda: Como perdemos a vida por causa de
Cristo? O que isso significa na prática?
04. Leia Mc 8:38 e responda: Qual o grande alerta deste texto?
III. APRENDENDO COM O CAMINHO
Quem quer ganhar, não pode perder a sua verdadeira identidade de
Cristão! No texto de Marcos 8:38, Jesus chama a geração que o ouvia de “geração adúltera e pecadora”, ou seja, que não se envergonhava de praticar ações
que a identificavam como adúltera e pecadora. Existem muitos que, em meio
a esta geração, se envergonham de Jesus e dos seus ensinamentos. Se amor
persistente e perseverante resulta em amor, vergonha insistente e sem arrependimento resulta em vergonha, pois “também o Filho do Homem se enver54
Encontre o caminho das pedras
gonhará” de todos aqueles que preferem ficar bem com adúlteros e pecadores,
a ficar bem com ele, o único que nos pode salvar eternamente.
Fim da caminhada: Mais um estudo se finda e o que temos aprendido?
Lições importantíssimas que nos ajudarão a ter um relacionamento sadio
com Jesus. A cruz não pode ser vista; apenas sentida. Cristo não é visto por
olhos carnais, mas por olhos espirituais. Não importa se o mundo não consegue ver Jesus ao seu lado; o importante é que veja o caráter dele em você. O
mundo não consegue ter um relacionamento amigável com Cristo, mas você
precisa ter uma profunda intimidade com ele. Isso é possível? Com certeza,
sim! Como? Perdendo o prazer incerto do presente, em troca da certeza de
um futuro vitorioso com Cristo.
Lições Bíblicas para jovens
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ESTUDO 15
TEXTO BÍBLICO: 1 Jo 2:15
Não amem o mundo, nem as coisas
que há nele. Se vocês amam o mundo,
não amam a Deus, o Pai
Na contramão
do mundo
Para onde vamos?
Mostrar que devemos fazer a diferença no
mundo, através de uma vida dedicada a Cristo,
aceitando e praticando a sua convocação.
O início da caminhada: O simples fato de ser diferente já faz uma enorme
diferença. Não permita que a turma, a galera, a TV, a Internet, o cinema, a
faculdade ou o cursinho digam o que você deve ser, ter e fazer. Não seja ingênuo. É certo que somos o que somos por causa de uma série de combinações
de informação, formação, conteúdo. É óbvio que, em muitos aspectos, somos
influenciados pela nossa cultura. Mas, no dia em que dissemos “sim” para a
convocação do Mestre, passamos a viver sob a influência de uma cultura superior, a cultura do reino. É esta que deve pautar nossa vida e nos levar a atitudes
diferentes por sua beleza, singeleza e singularidade.
I. ANDANDO PELO CAMINHO
Se conseguirmos lutar contra a farta oferta de pecado, testemunharmos e
não nos envergonharmos de Cristo, faremos a diferença, venceremos nesta
vida e caminharemos rumo à vitória na vida que mais interessa: a eterna. De
todas as fases da vida, a que mais anseia ser diferente é a fase da juventude.
A vontade é tão grande e incontrolada que acaba por ser igual. Onde estão os
jovens diferentes? Todos comem hambúrguer, usam tênis, jeans, camisetas e
teclam “blz” no computador; ficam, enrolam, têm relações sexuais, fumam, bebem, mentem; dão risadas, muitas e exageradas.
56
Encontre o caminho das pedras
Os jovens de hoje também visitam sites de humor, fofoca, esporte, pornografia; ridicularizam pais, autoridades, professores; querem grana, não querem trabalho; querem festa, bares, balada; enfim, sem perceber, os fazem e
querem as mesmas coisas, sem nenhuma originalidade, e, assim, caminham
juntos para o mesmo precipício. Olhando para o contexto da fala de Jesus, fica
relativamente fácil perceber que ele estava orientando o melhor para os seus
seguidores. Vamos começar pelos versículos 1 a 10 do capítulo 8 de Marcos. É
a narrativa da segunda multiplicação de pães e peixes.
Temos, aqui, uma multidão seguindo a Jesus há três dias (v.2), ouvindo
seus sermões e vendo seus milagres. Essencialmente, não era a cruz que os
atraía. Do versículo 11 até o 21, aparecem os fariseus. Eles, para tentar
e provar Jesus, pediram um sinal. Jesus não apenas não deu o sinal, mas
também se retirou e, a sós com os discípulos no barco, alertou-os contra
o fermento dos fariseus. Também, aqui, não houve nenhuma atração pela
cruz. Do versículo 22 ao 26, Jesus cura um cego, sendo esta a única cura
feita em etapas. Sem dúvida, um acontecimento maravilhoso. Os discípulos devem ter se admirado. O feito foi espetacular, mas, aqui, também, não
houve nenhuma palavra sobre a cruz.
Do versículo 27 ao 33, acontece um diálogo intrigante: fica claro que as
pessoas, apesar dos milagres e de seus discursos, nem sabiam quem era Jesus. E quanto a vocês?, perguntou Jesus aos discípulos: Quem acham que eu
Sou? Pedro toma a palavra e responde corretamente. Então, o Mestre começa a falar de sua morte e seu sacrifício, mas o Pedro reprova por aquela
fala, ao que, imediatamente, ouve a repreensão: “Arreda, satanás!”. Preste
atenção: no capítulo todo, somente aqui é que Jesus fala da sua morte, da
sua cruz, do seu necessário sacrifício. Pedro, incapaz de compreender, não
quer nem ouvir falar sobre a cruz.
O contexto do capítulo 8 de Marcos é o nosso hoje. As igrejas lidam bem
com multidões e multiplicação, brigam bem com o legalismo dos fariseus,
adoram ver maravilhas como a que restaurou a vista do cego, participam de
congressos, encontros, seminários, pesquisas e, quando perguntadas sobre
quem é Jesus, passam longe da resposta certa; quando expostas e confrontadas com a mensagem dura e sincera da cruz, fogem, pois ela é impopular.
Mas não há como fugir. O versículo 34 revigora nossa esperança. Jesus, com
autoridade e clareza, diz: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue,
tome a sua cruz e siga-me”.
Lições Bíblicas para jovens
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II. REFLETINDO SOBRE O CAMINHO
01. Em meio a uma cultura que influencia negativamente, como seremos
influenciados pela cultura do reino? Baseie-se na introdução.
02. Por que a juventude é a fase que mais anseia ser diferente? Baseiese no primeiro e no segundo parágrafos do comentário anterior.
03. Leia Mc 8:27-33 e responda: Por que, nesse diálogo, Pedro é repreendido
por Jesus? Baseie-e também no quarto parágrafo do comentário anterior.
04. Após ler Mc 8:34, responda: Que mensagem de esperança procede
de Cristo a esta geração? Baseie-se também no quinto parágrafo do
comentário anterior.
III. APRENDENDO COM O CAMINHO
Aceitar e praticar a convocação de Cristo de forma integral faz
toda a diferença! Como ser diferente em mundo cujo propósito é fazer, por
meio de uma espécie de “lavagem cerebral” nas pessoas, através do poder
influenciador da mídia, que todas caminhem, a passos curtos, para a promiscuidade, a inversão de valores e a descrença no Salvador? Só é possível fazer
diferença através de duas importantes atitudes: aceitar o chamado de Cristo
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Encontre o caminho das pedras
e vivenciar, na prática, o cristianismo autêntico. Em outras palavras, devemos caminhar na “contramão” do mundo e mostrar que estamos do lado
daqueles que acreditam e servem ao Salvador.
Fim da caminhada: Quando Jesus disse a Pedro as palavras de Marcos
8:33, era como se ele dissesse: “Nada e ninguém será capaz de desviar-me da
minha cruz”, e, à multidão e aos discípulos, ele estaria ampliando a sua aplicação: “Nada e ninguém deveria ser capaz de desviar vocês da cruz que a cada
um pertence: Este é o caminho para vencer nesta vida e na próxima, a vida
eterna. E o caminho é um só: viver a minha vida na vida de vocês, pois eu vou
morrer a morte de vocês, a fim de garantir-lhes a vitória. Se alguém quiser,
siga-me; é de graça, é seguro, é transformador, é salvação”.
Lições Bíblicas para jovens
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ESTUDO 16
TEXTO BÍBLICO: Mt 5:13
Mostrar que o discípulo de Cristo que aceitou
a convocação, deve, através de sua vida, fazer com
que outros também a aceitem.
Influenciando o mundo
Para onde vamos?
Mostrar que o discípulo de Cristo que aceitou a
convocação, deve, através de sua vida, fazer com
que outros também a aceitem.
O início da caminhada: Era um dia como outro qualquer. Talvez corressem os boatos, na importante, soberba e próspera Cafarnaum, em cujas redondezas um mestre sem diplomas ensinava multidões e as impactava com
seu ensino (Lc 7:1). Assentado em um monte, como grandes educadores costumavam fazer, Jesus começou a proferir o que, hoje, chamamos de Sermão
do Monte, um dos mais famosos de seus ensinos (Mt 5:1-2). Não é fácil de
ser entendido. É radical, revolucionário, provocativo, simples e profundo.
É nesse sermão que Jesus afirma àquele numeroso grupo de discípulos: Vós
sois o sal da terra (Mt 5:13).
I. ANDANDO PELO CAMINHO
Quando Jesus disse aos seus discípulos: Vós sois o sal da terra, eles devem
ter ficado um pouco surpresos com a afirmação. Não porque desconhecessem
a importância do sal, que era comum e de grande valor, na experiência deles, mas porque, no versículo onze, Jesus descrevera a atitude do mundo com
relação aos seus discípulos. Na última das bem-aventuranças proferidas por
Jesus, eles ouviram que seriam perseguidos, injuriados e difamados. Veja o
texto: Bem aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo
disserem todo o mal contra vós por minha causa. Essa bem-aventurança serve de
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transição para o que ele diria logo na sequência. No versículo treze, Jesus descreve a atitude dos discípulos em relação ao mundo: Vós sois o sal terra. Esse
versículo é o inverso do versículo onze. É a resposta dos seguidores de Cristo
àqueles que os perseguem. Isso, sim, deve ter causado surpresa! Mas o que a
metáfora “sal da terra” significa?
O sal tem um valor significativo. Vem de tempos imemoriais. Os soldados romanos, por exemplo, eram pagos com sal. Se algum deles não realizasse bem o
seu trabalho, dizia-se que “não valia o seu sal”. Em todas as sociedades antigas,
o sal era conhecido como sinal de amizade. Quem nunca ouviu dizer que, para
conhecer bem uma pessoa “é preciso comer um quilo de sal com ela”. É bom
sabermos disso, para entendermos que Jesus não nos comparou com algo sem
nenhum valor. O sal tem seu valor! O discípulo de Cristo, mesmo que difamado, insultado, perseguido pelo mundo, tem grande valor para seu Senhor.
O sal tem uma função importante. Ele era usado para preservação de alimentos. Ele combate a deterioração. Ali mesmo, em Cafarnaum, cidade que ficava
aos arredores do local onde Jesus proferiu esse ensinamento, havia um grande comércio de peixes que eram enviados para o exterior. Antes disso, porém,
eram salgados para serem preservados no caminho. Esta é nossa função: preservar a massa da humanidade da total corrupção moral e ruína espiritual.
Nós, que tivemos a vida transformada, precisamos influenciar vidas! Que, com
nosso testemunho e com nossa vida, possamos dar o sabor a este mundo que,
pouco a pouco, está se deteriorando.
O sal tem uma atuação discreta. Sabemos que ele combate a deterioração,
que sua influência é muito forte, embora não possamos vê-lo agir. Da mesma
forma devemos proceder. O verdadeiro discípulo de Cristo sabe que o mundo
está apodrecendo; faz sua parte e não procura holofotes; não é orgulhoso;
não gosta de ver seu nome em evidência. Igual ao sal. Você sabe que uma carne, por exemplo, é preservada com o sal, mas não dá para ver o sal realizando
a tarefa. O processo é secreto.
O sal provoca sede. Esse talvez seja o seu mais importante trabalho. Sem
sal na comida, a ingestão de líquido fica prejudicada. Por isso, na época de
Jesus, os viajantes levavam um saco de sal em suas bagagens para prevenir a desidratação. O sal desperta a sede! Esta é a função do discípulo de
Cristo: provocar sede de Deus, na vida daqueles que morrem desidratados
por não conhecerem a fonte da água da vida! Desperte a sede de Jesus no
mundo! Talvez este seja o grande e principal ensino desta metáfora: nós
devemos influenciar o mundo.
Lições Bíblicas para jovens
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II. REFLETINDO SOBRE O CAMINHO
01. Você acha que o mundo precisa de boas influências? Comente quais são os
bons exemplos que a mídia tem veiculado atualmente?
02. Leia Mateus 5:11,13 e diga o que estes dois versículos trazem de admirável?
03. No que diz respeito à metáfora do sal, o que podemos aprender?
04. Dentre todas as lições, qual delas chamou mais a sua atenção e por quê?
III. APRENDENDO COM CAMINHO
Influenciemos o mundo com o nosso testemunho! Nós, discípulos de
Cristo do século XXI, estamos cercados, por todos os lados, de propostas de
um mundo atolado em pecado. O mundo continua a nos perseguir, a sociedade continua corrompida. O discípulo de Cristo, por todos os lados, é bombardeado com ofertas mentirosas de felicidade. Por isso e muito mais, o ensino de
Jesus é atual; é para nós. Você e eu devemos ser sal da terra. Você e eu devemos influenciar este mundo. Precisamos fazer, através do nosso testemunho,
que outros aceitem a convocação que um dia aceitamos.
Fim da caminhada: Vós sois, disse Jesus. Isso já era um fato a respeito dos
discípulos de Cristo, e é para nós também. Nós somos o sal da terra. Temos
duas opções: agir como tal ou ignorar o ensino de Jesus. Ignorando, porém,
nos tornaremos insípidos; seremos o sal que para nada mais serve senão para
ser lançado fora e pisado pelos homens (Mt 5:13).
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