Esmeraldo Homem de Siqueira

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Observação
Solicitamos aos eventuais leitores que, caso disponham de outras informações que possam
enriquecer este verbete, favor encaminhá-las à Fundação José Augusto através do seu
Centro de Estudos e Pesquisas Juvenal Lamartine-CEPEJUL, situado na Rua Jundiaí, 641,
Tirol, CEP 59020-120, ou, pelo E-mail [email protected]
Esmeraldo Homem de Siqueira
Município de Natal-RN
Esmeraldo Homem de Siqueira
Médico
Poeta Potiguar
Academia Norte-rio-grandense de Letras – ANRL
Primeiro ocupante da cadeira 29
Patrono da Cadeira 29 – Armando Augusto Seabra de Melo
Natal
Leste Potiguar
Apenas em 13 de abril de 1967, houve Assembléia Geral para o preenchimento das demais cadeiras.
Estavam presentes os acadêmicos Manuel Rodrigues de Melo, Francisco Ivo Cavalcanti, Bruno Pereira, Edgar
Barbosa, Esmeraldo Siqueira, Rômulo Wanderley, Otto de Brito Guerra, Veríssimo de Melo e Câmara
Cascudo. Sobre a mesa encontravam-se quinze sobrecartas em envelopes lacrados, remetidos pelos
acadêmicos Onofre Lopes da Silva, Hélio Galvão, Antonio Soares de Araújo, Palmira Wanderley, Américo de
Oliveira Costa, Antonio Fagundes, Nilo Pereira, Humberto Peregrinho, José Augusto Bezerra de Medeiros,
Dioclécio Duarte, Raimundo Nonato da Silva, Dom José Adelino Dantas e Waldemar de Almeida, perfazendo
assim, um total de 24 votos. Não foi apurado o voto do acadêmico Antonio Fagundes, por haver remetido a
sobrecarta sem a cédula de votação.
SIQUEIRA, Esmeraldo Homem de - Nasceu em Vila Nova - RN, hoje município
de Pedro Velho, a 16.08.1908, filho de Joaquim Homem de Siqueira – Juiz de direito e
também poeta – e d. Joaquina de Siqueira Cavalcanti. Transferindo-se com a família
para Natal (1913), estudou no Ginásio Diocesano Santo Antônio e no Atheneu Norterio-grandense, posteriormente na Faculdade de Medicina do Recife, formando-se em
1933. Clinicou, de início, em Jardim do Seridó e em localidades limítrofes. Voltando a
Natal, torna-se Professor de História Natural da Escola Normal (1937); de Francês e
Literatura Francesa do Atheneu (1941); Botânica Farmacêutica da Faculdade de
Farmácia e Odontologia de Natal (1949) 1, e de Literatura Francesa da Faculdade de
Filosofia de Natal (1957), aposentando-se em 1968 na cadeira até então ocupada na
Faculdade de Farmácia e Odontologia. Durante a II Grande Guerra serviu como oficialmédico da reserva no 1o Batalhão de Engenharia e Construção. Afora essas atividades, dedicava-se à
literatura: "(...) é poeta dos mais nobres pela forma vernacular apurada e elegante, buscando nos temas
fundamentais da condição humana – o amor, a dor, a morte – as motivações maiores do seu estro" (Veríssimo
de Melo, Patronos e Acadêmicos, vol. II, p. __). Ciência, filosofia, literatura: "... um livre-pensador, um
peregrinador constante e infatigável dessas matérias" (op. cit., mesma página). Entre outros, publicou os
seguintes títulos: Caminhos Sonoros, Letres de França, Fauna Contemporânea, Novos Poemas, Música no
Deserto, Trovas, Pretéritas, Poemas do Bem e do Mal, Velhas Cartas (versos, ensaios, sátiras) e Roteiro de
uma Vida (autobiografia), deixando inédito farto material, inclusive o livro Opúsculo de Letras. "Oferenda à
Poesia" – diz João Medeiros Filho, a propósito de outra criação sua – "retrata seu estado d'alma, sua arte, sua
profunda sensibilidade e apurado gosto dos versos" (Contribuição à História Intelectual do Rio Grande do
Norte, p. 194). Homem de hábitos moderados, viveu para a família e para suas atividades intelectuais, não se
deixando envolver pelas querelas mundanas. Crítico "mordaz", contudo, da "ignorância pretensiosa", das
"nulidades pontificantes" (id.). "Esmeraldo escreveu seus poemas de acordo com seu credo libertário:
romântico, parnasiano, simbolista, moderno. Um humanista"2, define-o Juliano Siqueira, seu filho. Faleceu em
Natal, a 20 de junho de 1987.
1
2
Participou ativamente da fundação das Faculdades de Farmácia e Odontologia (1947) e de Filosofia (1955).
Nota Biográfica inserta no Jornalzinho do Sebo Vermelho, Ano 9, n.º 47, Nov-1998, p. 7.
Bibliografia:
MEDEIROS Filho, João. Contribuição à História Intelectual do Rio Grande do Norte, Vol. I. Natal: 1983.
MELO, Veríssimo Pinheiro de. Patronos e Acadêmicos, Vol. II. Rio de Janeiro: Editora Pongetti, 1974.
Armando Augusto Seabra de Melo, natural de Natal, nascido a 17 de março de 1892. Jornalista e
escritor. Faleceu em sua terra natal no dia 22 de agosto de 1920.
Esmeraldo Siqueira
Esmeraldo Homem Siqueira (Vilanova hoje chamada Pedro Velho, 16 de agosto de 1908 - 20 de junho
de 1987) foi um médico e escritor brasileiro.
Formou-se em Medicina pela tradicional Faculdade do Recife, em 1933. Atuou como médico nos anos
30 na região do Seridó e em Natal.
No início dos anos 40 e até o final da década de 1970, trabalhou como professor de História Natural e de
Língua e Literatura Francesa, respectivamente na Escola Normal e no Colégio Atheneu. Em seguida, ainda no
magistério, participou da fundação das primeiras unidades da UFRN, como é o caso das Faculdades de
Farmácia, Odontologia e Filosofia.
Principais obras publicadas
Na poesia, publicou “Caminhos Sonoros”, “Novos Poemas”, “Trovas”, “Música no Deserto”, “Pretéritas” e
“Poemas do Bem e do Mal”.
obras dedicadas à história, (“Gregos e Latinos na Literatura”, “História da Literatura Francesa”)
à crítica literária (“Variações em Prosa” (1968), “Do Meu Reduto Provinciano”)
à filosofia (“Taine e Renan”)
às memórias (“Roteiro de uma vida”)
e uma de correspondência (“Velhas Cartas”)
ESMERALDO SIQUEIRA
Esmeraldo Homem de Siqueira
Esmeraldo Homem Siqueira (Vilanova hoje chamada Pedro Velho (Rio Grande do Norte), 16 de agosto
de 1908 - 20 de junho de 1987) foi um médico e escritor brasileiro.
Formou-se em Medicina pela tradicional Faculdade do Recife, em 1933. Atuou como médico nos anos
30 na região do Seridó e em Natal. No início dos anos 40 e até o final da década de 1970, trabalhou como
professor de História Natural e de Língua e Literatura Francesa, respectivamente na Escola Normal e no
Colégio Atheneu. Em seguida, ainda no magistério, participou da fundação das primeiras unidades da UFRN,
como é o caso das Faculdades de Farmácia, Odontologia e Filosofia.
Na poesia, publicou “Caminhos Sonoros”, “Novos Poemas”, “Trovas”, “Música no Deserto”, “Pretéritas” e
“Poemas do Bem e do Mal”. Fonte: wikipedia.
SIQUEIRA, Esmeraldo. Música no deserto. (Poemas). Rio de Janeiro: Editôra Pongetti, 1968. 179 p. 13,5x19
cm. Col. A.M.
METAFÍSICA
Pensemos na eternidade.
Onde está o tempo?
Por que hoje é a nossa vez?
Por que não fomos de ontem
Nem seremos de amanhã?
INCÓGNITO
Não estou nunca onde me veem.
Não sou eu que as vezes passo ou permaneço
Em certos lugares.
É a sombra do meu tédio
Condenada a encobrir-me a ausência.
REDIVIVO
Nenhum de vós me conhece.
Já morri muitas vezes! ,
O que vedes em mim,
Depois de tantas mortes sucessivas,
Não sou eu, mas o egresso de mim mesmo,
Por milagre extraordinário
Da vontade consciente de viver.
Rebentei, uma a uma, as paredes do túmulo
Onde haviam tentado sepultar-me,
E apareci ao sol, completamente outro,
Reafirmando aos brados
O desejo de ser.
Minhas ressurreições passaram despercebidas
E ninguém duvidou de que eu fosse eu mesmo.
Não vi como nem para que provar
Aos cegos de nascença a existência da luz.
Meus amigos, eu trouxera do berço
Os estigmas negros do infortúnio.
— "Hás-de ser infeliz! hás-de ser infeliz!" —
Foi o refrão que ouvi durante anos e anos.
E realmente, fui um réprobo da sorte.
Vieram não sei de onde algozes misteriosos,
Arautos de sinistras potestades,
Cada um com seu suplício original.
Havia três bilhões e meio de outras almas
E era tão grande a terra!
Por que seria eu o eleito supremo,
Justamente eu, meus amigos?
Devo calar em meu próprio respeito.
Por mais que vos falasse,
Não teríeis tempo de entender-me.
Gritarei, apesar de tudo,
A plenos pulmões e em tom desafiador:
— Eu sou o liberto! eu sou o liberto!
Página publicada em abril de 2013
ESMERALDO SIQUEIRA (1)
Médico, professor, poeta, crítico literário, nasceu em 16 de agosto de 1908 e morreu em 20 de junho de
1987.
"Expressão mais alta da nossa vida literária e científica", nas palavras de Veríssimo de Melo, Esmeraldo
Homem de Siqueira nasceu em Vila Nova, hoje Pedro Velho (Rio Grande do Norte), filho do juiz Joaquim de
Siqueira Cavalcanti e de dona Maria Joaquina de Siqueira Cavalcanti. Transferiu-se com seus pais para Natal
em 1913, iniciando no mesmo ano seus estudos primários no Grupo Escolar Augusto Severo. Depois, estudou
no colégio Santo Antônio e no Ateneu Norte-rio-grandense.
Em 1928, matriculou-se na Faculdade de Medicina do Recife onde colou grau na turma de 1933.
Começou a exercer a profissão em Jardim do Seridó. De lá, nas horas vagas, escrevia e mandava para A
República os seus "Intentos", série de artigos sobre literatura e filosofia. A partir de 1936, transferiu-se para
Natal e passou a lecionar na Escola Normal a disciplina de História Natural. Em 1941, ingressa no quadro de
professores do Ateneu Norte-rio-grandense ensinando Língua e Literatura Francesa. Para essa cadeira
publicou "Letras de França" (1969), que é uma espécie de excursão didática erudita nas obras e nas vidas dos
grandes autores franceses.
Intelectual polêmico e contestador, portador de uma vasta cultura científica e humanista, colaborou
assiduamente nos jornais A República, Diário de Natal, Correio do Povo e Tribuna do Norte. Neste último,
manteve uma coluna semanal sobre literatura e filosofia entre os anos de 1954 e 1955.
Era um homem de temperamento arredio, contrário às reverências aos poderosos e aos círculos de
privilegiados, preferindo o trabalho intelectual solitário que exercia habitualmente à noite, encerrada a jornada
diária pelos colégios onde ministrava aulas. Deixou dezenas de livros editados versando sobre temas da
literatura clássica européia, sobretudo francesa, mas também sobre temas da cultura brasileira.
A maioria desses livros foi paga por ele próprio. Na poesia, deixou uma produção vasta e variada, lírica,
satírica, romântica.
Descrevendo-o em artigo, assim se expressa seu filho Juliano Siqueira: "Esmeraldo escreveu seus
poemas de acordo com seu credo literário: romântico, parnasiano, simbolista, moderno. Um humanista."
Em 1949 funda, com outros colegas, a Faculdade de Farmácia e Odontologia - primeira escola superior
da Universidade Federal no Rio Grande do Norte - onde lecionou a cadeira de Botânica Farmaceutica. Foi
também um dos fundadores da Faculdade de Filosofia à qual vinculou-se depois que essa instituição
acadêmica foi incorporada à Universidade Federal.
Em 1957, fundada a Faculdade de Filosofia de Natal, passa a lecionar Língua e Literatura Francesa.
Aposenta-se em 1958 na cadeira que ocupava na Faculdade de Farmácia. Suas aulas, cultas e descontraídas,
ficaram famosas por atraírem grande número de alunos, inclusive vindos de outros cursos. Ingressou, a
convite, na Academia Norte-rio-grandense de Letras, em 1949, ocupando a cadeira número 29, cujo patrono é
Armando Seabra.
(Fonte: Jardelino Lucena e Nélson Patriota)
Obras:
Caminhos Sonoros (versos), Tipografia A. Lira, Natal, 1941; Roteiro de uma Vida, editora Pongetti, Rio, 1968;
Música no Deserto, editora Pongetti, Rio, 1968; Fauna Contemporânea - Sátiras, editora Pongetti, Rio, 1968;
Novos Poemas (versos), Departamento Estadual de Imprensa, Natal, 1950; Taine e Renan (ensaios), editora
Pongetti, Rio, 1968; Sugestões da Vida e dos Livros (crítica literária) Imprensa Universitária, Natal, 1973;
Caminhos Sonoros (poesias) editora Pongetti, Rio 1941; Poemas do Bem e do Mal (poesia), editora Pongetti,
Rio, 1984; Pretéritas (poemas) editora Pongetti, Rio, 1984; e Jorge Fernandes Desconhecido in "Revista da
ANL", número 15, voluma 27, novembro de 1979/80.
Credo panteísta
Creio em ti, Natureza, que és meu culto.
Creio, sem ritos místicos e altares.
No resplendor pleorâmico dos mares,
Onde assoma a grandeza do teu vulto.
Creio na tua força, e pasmo, e exulto,
Vendo, através de lentos avatares,
A gradação das formas singulares,
Até à maravilha do homem culto.
Creio em tuas florestas, nos teus montes,
Na poesia dos rios e das fontes,
Na beleza da terra reflorida.
Creio nas lindas noites estreladas,
No refúgio das brancas alvoradas,
Na sinfonia universas da vida.
(Caminhos sonoros/1941)
http://www.geraldo2006.com/arte4.html#Esmeraldo%20Siqueira
Jailton Augusto da Fonseca
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