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Cultivo do milho no Sistema Plantio Direto
Exigências climáticas do milho
em Sistema Plantio Direto
Wilson Jesus da Silva 1
Luiz Marcelo Aguiar Sans?
Paulo César Magalhães3
Frederico Ozanan Machado Durões"
Resumo - A produtividade
do milho depende do número de grãos potencialmente capa-
zes de se desenvolver, e o enchimento desses grãos, dos fatores ambientais. A intensidade
com que a cultura do milho expressa seu potencial genético é determinada
por sua
interação com o regime de radiação solar, com a temperatura, com o déficit de pressão
de vapor, com a velocidade do vento e com as características físico-hídricas do solo.
Aparentemente, não existe limite máximo de temperatura para a produção de milho,
no entanto, a produtividade tende a diminuir com o aumento dela. As exigências térmicas do milho, da emergência à maturação fisiológica, associadas ao conhecimento da
fenologia da cultura, podem definir a época de plantio, evitando as conseqüências dos
veranicos, a utilização de insumos, fertilizantes,
inseticidas, fungicidas e herbicidas e
da colheita dos grãos ou silagem. No plantio direto na palha e com a rotação de culturas
é necessário manejar a época de plantio e as densidades das plantas. O consumo total de
água pelas plantas de milho varia muito com o nível de manejo e com a disponibilidade
de água no solo. A quantidade de água necessária à planta do milho poderá ser estimada
utilizando-se dados climáticos.
Palavras-chave: Zea mays. Radiação solar. Temperatura. Disponibilidade hídrica. Evapotranspiração. Coeficiente de cultura. Ecofisiologia vegetal.
INTRODUÇÃO
O milho, mediante seleção de genóti-
dições climáticas em que a cultura é sub-
todo, até região superumida, como a Ama-
metida constituem
zônia, onde há excessos
preponderantes
fato-
de umidade
e
pos e com o aprimoramento de métodos de
res de produção (FANCELLI; DOURADO
temperaturas elevadas durante todo o ano.
manejo, vem sendo cultivado em regiões
NETO, 2000).
Além da variabilidade espacial climática
compreendidas entre os paralelos 58° N
(Canadá e Rússia) e 40° S (Argentina), dis-
O Brasil por sua enorme expansão terri-
do Brasil, defronta-se ainda com a variabi-
torial, o que lhe confere a característica de
lidade temporal, ou seja, grandes variações
tribuídas nas mais diversas altitudes, abai-
país continental, tem variabilidade ambien-
climáticas dentro do ano ou entre anos.
xo do nível do mar (região do mar Cáspio)
tal muito grande, principalmente no que se
Portanto, como o requerimento de energia
até as regiões com 2.500 m de altitude (re-
refere às condições térmicas e hídricas.
e de água pelo milho está condicionado
gião dos Andes Peruano). Independente
Existe desde região semi-árida como os ser-
às condições ambientais,
da tecnologia aplicada, o período e as con-
tões nordestinos,
de vai variar entre as diferentes condições
1Engº Agrº, D.Se., Pesq. EMBRAPAlEPAMIG-CTTp,
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quente e seca o tempo
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Informe Agropecuário,
Belo Horizonte, v.27, n.233, p.14-25, jul.lago.
2006
Cultivo do milho no Sistema Plantio Direto
15
edafoclimáticas. Deve-se, também, ressal-
O meio ambiente da cultura é complexo
tar a resposta diferencial da planta, devido
e difícil de ser conhecido, devido ao seu
menor massa vegetativa.
as suas características ecofisiológicas e ao
dinamismo e variações constantes. Porém,
rísticas morfológicas
manejo que irá receber por influenciarem
seu importante papel no crescimento, de-
sombreamento dentro da cultura, o que per-
na eficiência do uso da energia e da água.
senvolvimento
mite pequeno espaçamento
O milho, por ser gramínea anual, pertencente ao grupo de plantas do tipo C4,
e produção dos grãos de
dimento. São plantas de menor altura e
Estas caracte-
determinam
menor
entre plantas
milho não permite que seja desprezado,
para melhor aproveitamento de luz. Mesmo
quando se quer maximizar a produção. Co-
entre cultivares normais existem diferenças
possui ampla adaptação climática. Con-
mo em todas as culturas, o rendimento dos
de densidade, conforme a arquitetura da
forme o fotoperíodo, esse cereal é consi-
grãos de milho está intimamente ligado a
planta. Sempre que a radiação fotossinte-
derado planta neutra ou de dias curtos.
fatores do meio, principalmente os meteo-
ticamente ativa interceptada for reduzida e
rológicos. Assim, neste estudo, serão dis-
houver disponibilidade hídrica e de nutri-
do milho tem apresentado alta expansão,
cutidos a ecofisiologia da cultura do milho
entes, observa-se
tornando-se
e a ação da radiação, da temperatura, o uso
ser aumentada para atingir o máximo rendi-
Esta expansão deve-se ao crescimento da
de água pela planta e, posteriormente,
o
mento de grãos. Verifica-se tendência de
área cultivada e, principalmente, ao respal-
efeito da limitação ou excesso desses ele-
utilizar cada vez mais espaçamentos redu-
do dado pela pesquisa no que se refere ao
mentos na produção.
zidos para aumentar a eficiência na utili-
No estado de Minas Gerais, a cultura
importante
fonte de divisa.
melhoramento genético, controle fitossaniEFEITOS DA RADIAÇÃO
tio. Dentre os diversos fatores que afetam
E EXIGÊNCIAS
SOLAR
TÉRMICAS
a produção agrícola, os elementos meteopodem apresentar variações mais bruscas
deve
zação de luz solar, água, nutrientes e obter
tário, manejo de solo e densidade de plan-
rológicos destacam-se entre aqueles que
que a densidade
melhor controle de plantas daninhas, em
função do fechamento rápido dos espaços
disponíveis e redução do impacto das chu-
Radiação
solar
vas e dos raios solares no solo, evitando
A avaliação da intensidade da radiação
erosões hídrica e solar. Já existem agricul-
de ano para ano. Essas variações são fon-
solar sobre os solos tropicais é importante
tores usando para o milho o mesmo espaça-
tes geradoras de oscilações na produção
para a agricultura, passando a exigir nova
mento preconizado para a soja (ARGENTA
agrícola,
abordagem técnica. A radiação solar pode
et al., 200 1).
causando
expectativa
sobre a
produção final de grãos nos setores pro-
ser identificada
dutivo, de transporte, comercialização
como erosão solar, capaz de colocá-Ia em
plantas é uma das práticas de manejo mais
evidência junto a outros fatores condi cio-
importantes para otimizar o rendimento de
e
armazenamento.
por conceito específico,
A escolha adequada
do arranjo de
nantes da produção tropical, como aquela
grãos de milho, pois afeta diretamente a
de mecanização intensiva, como aração e
causada pela água ou pelo vento. Não há
interceptação da radiação solar, fator deter-
uso de grades pesadas, tem destruído o
como realizar agricultura produtiva e sus-
minante da produtividade (ARGENTA et
solo, expondo-o a intensas erosões hídri-
tentada nos trópicos sem levar em conta a
al., 2001). Cabe destacar que a densidade
O emprego de métodos inadequados
cas, eólica e solar, entre outros. Técnicas
erosão solar. Na Europa Central (latitude
ótima é aquela que apresenta área máxima
eficientes de redução dessas erosões, como
de 47° a 34° N), a intensidade da radiação
de interceptação da radiação solar (índice
plantio direto na palha, evolução no rela-
solar é de 3.349 a4.l86 MJ m". Na Europa
de área foliar máximo), sem provocar auto-
cionamento com o solo, motivam cada vez
Oriental (latitude de 41° 20' a 53° 30' N) é de
sobreamento. Setter e Flannigan (1986), em
mais agricultores, mas ainda são relativa-
3.349 a 5.204 MJ
m-2• No
Brasil (latitude de
experimento onde se utilizou sombreamento
mente pouco usadas.
5° N a 34° S) fica entre 5.024 e 6.699 MJ m-2,
artificial durante o crescimento dos grãos,
Quando há interesse em conhecer qual
o comportamento
da cultura em relação
portanto, 50% mais forte que na Europa
não observaram alterações na taxa de cres-
Central (BLEY JUNIOR, 1999)
cimento, mas reduções no tempo de cres-
ao clima, procura-se determinar quais as
A intensidade com que a cultura do mi-
funções biológicas responsáveis pelo seu
lho expressa seu potencial genético é de-
A produtividade dos grãos de milho (Y),
crescimento e desenvolvimento, que estão
terminada por sua interação com o regime
segundo Andrade (1992), pode ser expres-
diretamente ligadas com os diferentes ele-
de radiação solar, temperatura do ar, déficit
sa pela seguinte equação:
mentos meteorológicos. Especificamente,
de pressão de vapor, velocidade do vento
com o objetivo de determinar a influência
e características físico-hídricas do solo.
dos elementos meteorológicos
na produ-
Cultivares precoces, principalmente as
cimento, resultando em grãos mais leves.
Y = Ro . Ei . Ec . p,
em que "Ro" é a radiação solar incidente;
ção de grãos, torna-se necessário associar
superprecoces exigem maior densidade de
"Ei" é a eficiência da interceptação da radia-
os estudos agroclimáticos
plantio em relação às cultivares normais ou
ção solar incidente; "Ec" é a eficiência de
tardias, para expressarem seu máximo ren-
conversão da radiação solar interceptada
com as obser-
vações fenológicas.
Informe Agropecuário,
Belo Horizonte,
v.27, n.233, p.14·25, jul./ago.
2006
16
Cultivo
do milho no Sistema
Plantio
Direto
pela biomassa vegetal e "p" é a partição de
tropicais e subtropicais, é essencial repor
toma o período compreendido entre 15 dias
fotoassimilados
os estoques de carbono (BLEY JUNIOR,
antes e 15 dias após o aparecimento
de interesse comercial.
Acontece que a radiação solar incidente é
função da localização geográfica da área
1999).
inflorescência
Leopold (1964) considera a intensidade
masculina
da
extremamente
crítico. Daí, a razão pela qual esta fase deva
de produção (latitude, longitude e altitu-
luminosa como a principal variável que
ser criteriosamente planejada, com o intuito
de), bem como da época de semeadura ao
afeta o crescimento e o desenvolvimento
de coincidir com o período estacional que
apresente temperaturas favoráveis de 25°C
a 300C (FRATIINI, 1975).
logo do ano. A eficiência da interceptação
das plantas. Para ele, a temperatura tem
depende da idade da planta, da arquite-
efeitos muito complexos sobre os vegetais,
tura, do arranjo espacial das plantas e da
interagindo com a luz e a água. A tempe-
No período de enchimento dos grãos,
população
empregada,
ao passo que a
ratura é o aspecto mais expressivo da inten-
a temperatura é o elemento do ambiente
eficiência
de conversão,
dentre outros
sidade da energia calorífica. De acordo com
que mais afeta o seu rendimento, devido
fatores, depende principalmente da tempe-
Shaw (1977), as maiores produções de mi-
ao efeito dela na taxa de acúmulo de massa
ratura. A participação
lho ocorrem onde as temperaturas nos me-
seca nos grãos. Quando a acumulação de
dos fotoassimila-
dos é função do genótipo e das relações
ses mais quentes oscilam de 21°C a 27°C.
massa seca nos grãos ocorre com tempe-
de fonte-dreno (FANCELLI; DOURADO
Aparentemente, não existe um limite máxi-
raturas em declínio, ou seja, em plantios
NETO, 2(00).
No plantio direto na palha e com rotação de culturas, é necessário manejar a épo-
mo de temperatura para a produção de mi-
muito tardios, a taxa de crescimento efetiva
lho, no entanto, a produtividade
é menor. A diminuição progressiva da tem-
tende a
diminuir com o aumento da temperatura.
peratura após o pendoamento
aumenta o
ca de plantio e as densidades das plantas.
O milho é cultura de clima quente e re-
período efetivo de crescimento dos grãos,
Em plantios mais cedo, é possível aumen-
quer calor e umidade elevados, desde o
tar a densidade de plantas, devido à maior
plantio até o final da floração. Inúmeras evi-
reduzindo sua taxa de crescimento e o seu
peso final (MAGALHÃEs; JONES, 1990a).
disponibilidade de radiação solar, em vir-
dências experimentais
apontam a tempe-
O tempo quente não interfere na acelera-
tude da maior área foliar.
ratura como sendo elemento de produção
ção do amadurecimento. Com base em da-
mais importante e decisivo para o desenvol-
dos experimentais, Fancelli e Dourado Neto
vimento do milho. Em regiões cujo verão
(2000) relatam que a cada grau de tempera-
Temperatura
As variações de temperatura no solo,
apresenta temperatura média diária inferior
tura média diária superior a 21,I°C, nos
elemento estreitamente ligado à radiação
a 19°C e noites com temperaturas médias
primeiros 60 dias após a semeadura, pode
solar, podem ser atenuadas por práticas cul-
abaixo de l2,8°C, não são recomendadas
apressar o florescimento em dois a três dias.
turais agrícolas adequadas.
para o cultivo de qualquer cultivar de milho
A produtividade do milho pode ser redu-
Em estudos
realizados em Ponta Grossa (PR), em plantio convencional, a temperatura do solo a
3 em passou de 23°C, às 8 horas, para 43°C,
(FANCELLI; DOURADO NETO, 2(00).
zida, bem como a composição protéica do
Temperaturas do solo inferiores a 10°C
grão pode ser alterada, em decorrência das
e superiores a 42°C prejudicam sensivel-
temperaturas acima de 35°C. Tal efeito está
às 14 horas. No plantio direto na palha, nos
mente a germinação, ao passo que aquelas
relacionado com a diminuição da atividade
mesmos horários, a variação foi de 19°C a
entre 25°C e 30°C proporcionam as melho-
de redutase do nitrato e, conseqüentemen-
36°C. Os microorganismos do solo não re-
res condições
te, interfere no processo de transformação
sistem mais que algumas horas a tempe-
dos processos de germinação das semen-
do nitrogênio
raturas acima de 40°C. A morte ou parali-
tes e emergência das plântulas. A tempe-
NETO, 2(00).
sação de suas atividades interrompe o ciclo
ratura durante o período que vai desde a
para o desencadeamento
(FANCELLI; DOURADO
Em terrenos áridos, as temperaturas
de transformação dos minerais em nutri-
emergência até o aparecimento das flores é
extremamente altas são prejudiciais ao mi-
entes para as plantas (BLEY JUNIOR, 1999).
muito importante para determinar a época
lho. Nessa condição, as plantas são mais
da floração. Noites frias desaceleram
sensíveis às altas temperaturas
Temperatura elevada, na faixa de 300Ca
o
na época
35°C aumenta a velocidade de decompo-
crescimento anterior à floração (BERGER,
da floração. A combinação de altas tem-
sição da matéria orgânica liberando CO2 na
1%2).
peraturas e baixas umidades pode causar
atmosfera. Se os agricultores continuarem
Por ocasião dos períodos de floresci-
morte das folhas e flores, impedindo a poli-
no sistema convencional de plantio, a maté-
mento e de maturação, temperaturas médias
nização. Temperaturas
ria orgânica dos solos tropicais tende a se
diárias superiores a 26°C podem promover
reduzem apreciavelmente o rendimento do
milho.
abaixo de 12,8°C
exaurir, pois não está havendo reposição
a aceleração dessas fases, da mesma forma
como nos ambientes intactos. Para manter
que temperaturas inferiores a 15,5°C podem
a atividade biológica nos solos e, com isso,
prontamente retardá-Ias (BERGER, 1962).
24°C promovem consumo energético ele-
sustentar a produção agrícola em solos
O requerimento de temperaturas adequadas
vado, em função do incremento da respi-
Informe
Agropecuário,
Temperaturas
Belo Horizonle,
noturnas
v.27, n.233,
p.14-25,
maiores que
jul./ago.
2006
Cultivo do milho no Sistema Plantio Direto
17
ração celular, ocasionando menor saldo de
ca temperatura base para todo o ciclo da
padrão da demanda sazonal da atmosfera,
fotoassimilados,
na produtividade. Da mesma maneira, tem-
planta por ser mais fácil a sua aplicação
(FANCELLI; DOURADO NETO, 2000). A
a evaporação. Pode-se utilizar o coeficiente
peraturas acima de 32°C reduzem sensi-
cultura do milho apresenta as seguintes
cultural (Kc) para verificar esse diferencial
velmente a germinação do grão de pólen,
exigências térmicas em graus-dia, da emer-
uso de água, uma vez que esse coeficien-
por ocasião de sua emissão (FANCELLI;
gência à maturação fisiológica (BRUNINI
te integra os efeitos das características da
DOURADO NETO, 2(00).
et al., 1983; BERLATO et al., 1984; GAR-
cultura no campo. No Gráfico 1, observa-
CIA, 1993; FANCELLI; DOURADO NETO,
se que há um padrão geral de consumo de
2000):
água pelas plantas. Embora os valores
com conseqüente queda
Segundo Wislie (1962), a temperatura
mínima para o crescimento satisfatório do
milho é de 10°C, sendo que a ótima varia de
ou seja, dos fatores físicos que governam
máximos de Kc estejam entre 1,2 e 1,4, a
a) híbridos tardios: graus-dia superior
28°C a 35°C e a máxima de, aproximadamen-
literatura mostra valores inferiores a 0,9
a 890;
(MATZENAUER et al., 1998) e acima de 2
te, 45°C. Este autor, ainda, considera que as
maiores taxas de crescimento foram alcançadas entre 29°C e 32°C. O conceito de tem-
b) híbridos precoce: graus-dia superior
peratura ótima deve ser revisto com cautela,
c) híbridos superprecoces:
pois esta temperatura varia com o estádio
não é a mesma para a floração ou frutificação. Verifica-se que a maioria dos genótipos
atuais não se desenvolve em temperaturas
inferiores a 10°C, todavia, segundo Berlato
e Sutili (1976), a temperatura basal de genótipos tardios é maior do que a dos genótipos
precoces.
A temperatura quantifica, em valores
numéricos, o nível de energia interna, o que
genética, as diferentes curvas de Kc podem ser atribuídas aos métodos de estima-
graus-dia
tiva da evapotranspiração
inferior a 830.
de referência
(MATZENAUER et al., 1998;PEREIRAet
de desenvolvimento da planta. Por exemplo, a temperatura ótima para a germinação
(KEIROZ, 2000). Além da variabilidade
a 831 e inferior a 890;
As exigências térmicas do milho, da
al., 2005) e ao intervalo de tempo em que
emergência à maturação fisiológica, associadas ao conhecimento
foi estabelecido o coeficiente.
da fenologia da
Há divergência de valores dos Kc de
cultura, podem definir a época de plantio,
região para região, o que toma difícil a re-
evitando as conseqüências dos veranicos,
comendação de valores desse coeficiente,
a utilização de insumos, fertilizantes, inse-
para estimar o consumo de água pela cultura
ticidas, fungicidas e herbicidas, e a época
do milho.
de colheita dos grãos ou de silagem.
utilizar
os
coeficientes estabelecidos pela Food and
Agriculture
EXIGÊNCIAS
Como sugestão,
DE ÁGUA
Organization
of the United
Nations (FAO), uma vez que os valores
possibilita trocas com o sistema e o meio,
O consumo de água pelo milho é um
obtidos nas diversas regiões estão relati-
provocando estímulos, ativando ou desa-
diferencial nas fases de crescimento e de-
vamente próximos dos encontrados pela
tivando funções vitais (OMETO, 1981).
senvolvimento da planta, sendo função do
FAO.
Segundo Villa Nova et al. (1972), a quantidade de energia exigida por uma cultura
Kc em diferentes
tem sido expressa em graus-dia, ou unidades térmicas de desenvolvimento,
épocas
de plantio
1.6
ou exi-
r-:-
1.4
gência térmica, ou calórica, ou unidade de
calor. A base teórica para essa técnica é
1.2
que, dos processos envolvidos no desenvolvimento da cultura, todos são sensíveis
à temperatura do ar. Cabe enfatizar que a
~
~GO
0.8
--PR
resposta das plantas a essa temperatura
-+-sp
0.6
obedece a limites inferior e superior e é
-SAF
FAO
0.4
extensiva ao desenvolvimento total da cul-
Média
tura.
I
0.2
Está comprovado que o método satisfatório, para determinar as etapas de desen-
10
20
as exigências calóricas ou térmicas. Admitese que a temperatura
30
40
50
60
70
80
90
100
120
Dias após plantio
volvimento do milho, leva em consideração
Gráfico 1 - Valores do coeficiente cultural (Kc) para o milho safrinha (SAF) obtido em
base possa variar
Minas Gerais - Sete Lagoas (SL), Janaúba (JAN); Mato Grosso do Sul (MS),
em função da idade ou da fase fenológica
em Goiás (GO), no Paraná (PR) e em São Paulo (SP), e de critérios da FAO
da planta, mas é comum adotar uma úni-
Production Yearbook (1985)
Inlorme
Agropecuário,
Belo Horizonte,
v.27, n.233,
p.14·25,
jul./ago.
2006
Cultivo
18
o consumo
do milho
no Sistema
Plantio
Direto
de uso de água podem resultar em dife-
manda da planta. À medida que o solo vai
varia muito com o nível de manejo e com
rentes produtividades,
secando, tanto a evaporação da superfície
a disponibilidade
ser o único elemento definidor.
trabalhos
total de água pelo milho
de água no solo. Nos
desenvolvidos
por Robins e
devido à água não
do solo quanto a transpiração
Pelos resultados de pesquisa, pode-se
da planta
decrescem. Essa fase é a que Tanner (1977)
Domingo (1953), Deanmead e Shaw (1960)
concluir que o milho expressa
elevada
denominou "fase de taxa de decréscimo".
e Claassen e Shaw (1970); verificou-se que
potencialidade de produção, quando atin-
Vale a pena ressaltar que a zona radicular
aproximadamente
50 dias após o plantio
ge sua máxima área foliar, com a maior dis-
não seca uniformemente nem mesmo quan-
há redução de 3% na produção, por dia de
ponibilidade de radiação solar e não tendo
estresse. No estádio de florescimento, esse
déficit hídrico no solo. Daí a importância
do a planta atinge o ponto de murchamento
(BORG, 1980). Essa falta de uniformidade
decréscimo pode atingir 13%, com média
de se conhecer e quantificar os processos
da extração de água pela zona radicular tor-
em tomo de 6%-7%. Se o grau de fertilida-
que envolvem a relação planta-clima, prin-
na difícil predizer o quanto de água será
de for elevado, a redução da produtivida-
cipalmente
as relações hídricas. Cowan
extraído para uma cultivar num determi-
de pode cair para 3%-4% por dia. Durante
(1965) resumiu no Gráfico 2 a influência da
nado tipo de solo, sob condição climática
o período de enchimento do grão, a redu-
umidade no solo no consumo de água pela
específica. Tentaram-se várias relações di-
planta e ratifica que o consumo de água
retas entre transpiração e depleção de água
Nas diversas regiões brasileiras, o milho
depende da demanda atmosférica. No Grá-
no solo. Os melhores resultados
consome, em média, de 450 a 600 mm de água
fico 2, as quebras de linhas representam a
çados encontram-se no Gráfico 3. O que se
durante todo o seu ciclo (FEPAGRO, 1996;
MATZENAUER et aI., 1998; FANCELLI;
DOURADO NETO, 2000), exigindo um mí-
existência de algum grau de estresse e as
tem feito é relacionar ETIETmax com a água
diferentes linhas representam os diferen-
disponível
tes consumos de água com diferentes de-
solo. Água disponível, como preconizado,
nimo de 350 mm, para que a produção não
mandas de água pela atmosfera.
não viabiliza a avaliação do efeito da distri-
ção média é em tomo de 4% ao dia.
alcan-
numa dada profundidade
do
afetada. Em con-
Pode-se estimar o uso de água pelo mi-
buição de raízes na absorção de água, por-
dição de clima quente e seco, o consumo
lho a partir de dados climáticos, e levando-
tanto, passou a utilizar água extraível que
não excede a 3 mm dia", quando a planta
se em conta duas condições: quando não
nada mais é que o teor de água disponí-
estiver com menos de 30 em de altura e,
há déficit hídrico no solo e quando o solo
vel na zona radicular. O Gráfico 3 repre-
entre o período de florescimento até matu-
não tem água suficiente para suprir a de-
senta a média dos resultados medidos e
seja significativamente
ração, pode atingir valores de 5 a 7 mm.
Daker (1970 apud FANCELLI; DOURADO
NETO, 2000), afirmam que o consumo de
6
\
água pode ser de até 10 mm dia:' em cli-
SOB POTENCIAL
.-- DIURNO E,
mas de intenso calor e baixíssima umidade.
\
.--
SOB CONSTANTE
POTENCIAL E,
\
\
O estresse hídrico de dois dias no período
\
\
de florescimento diminui o rendimento em
\
20% e de 4 a 8 dias em 50% (RESENDE et
\
---------,
4
al.,2003).
\
\
No Rio Grande do Sul, Matzenauer et
aI. (1998) verificaram que, em setembro,
outubro e novembro, o milho consumiu
570,572 e 541 mm de água, respectivamente.
Freitas et aI. (2004) constataram uma pro-
\
co
'õ
E
\
(2)
\
.s
\
\
\
uI
-----\
2
\
\
dução de 6 mil kg de milho, com uso de 370
\
\
e 436 mm de água em duas épocas na Zona
\
\
da Mata de Minas Gerais. No Semi-Árido
do Nordeste brasileiro,
\
\
Antonino et aI.
(2000) obtiveram valores de evapotranspi-
\
\
o
-2
ração da ordem de 507 mm com uma média
-8
Potencial
-16
de água (bars)
diária de 4,2 mm dia", porém nesse local
este valor chega a 7,42 mm dia". Foram
utilizados 2 m'' de água para cada quilo de
massa produzida do milho. Valores similares
Gráfico 2 - Transpiração direta da cultura e potencial de água no solo com três níveis
de evapotranspiração potencial
FONTE: Cowan (1965).
Informe Agropecuário,
Belo Horizonte,
v.27, n.233, p. 14·25, jul./ago.
2006
Cultivo do milho no Sistema Plantio Direto
19
encontrados na literatura. Nesse Gráfico 3
em que:
podem-se ver duas fases distintas de con-
e é a depleção
sumo de água:
Quando as depleções são maiores
de água no solo;
P e I são precipitação e irrigação, res-
a) fase de taxa constante:
decresce linearmente, com o aumento
de depleção de água.
pectivamente;
quando o
que o ponto crítico (Bc), ETIETmax
consumo de água pela planta atinge
ETIETmax pode ser expressa na
b) fase de taxa de decréscimo
seu máximo, ou seja, é governado
(8c<8<
pelas condições atmosféricas. Pode-
8t)
ETIETmax
se calcular a evapotranspiração (ET)
em que:
a partir da estimativa da evapotrans-
8t é a umidade no solo na capacidade
piração máxima (ETmax):
de campo.
e=
f ET
ot -
f (P + I)
ôt
=
f ETmax
equação:
õt -
=
1- S (8c-8)
em que:
S é a declividade da curva que na rea-
f (P + I)
lidade é: S = 1/ (8 - 8c) e é determiot
nada experimentalmente
para uma
dada cultura e solo.
Assim, a ET diária pode ser encon1,2
-+___ Lvd
RU
trada por meio da equação:
Errnax
ET=------------------exp
r lt ETmax
te
0,8
/ (8t-8c)]
x
'"E
DeterminaCjão da
I-
w
0,6
evcpotronsplrcçâo
~
referência
de
(Elo)
0,4
É vasta a literatura relativa aos métodos
de estimar a evapotranspiração de referên0,2
cia(TANNER, 1967;PEREIRAetal.,
1997;
ALLEN etal., 1998).
o
+----,----,----,---,.---,----,----,----,---,.---.
100
90
80
70
60
50
Água extraivel
40
30
20
10
(%)
(Asce) fez um estudo sobre os diversos
métodos e concluiu que o da FAO-Penman
Gráfico 3 - Consumo de água pela cultura do milho em: Latossolo Vermelho Distrófico
Informe
A American Society of Civil Engineers
Monteith
deve ser recomendado
como
(LVdl, neossolo flúvico (RUl, neossolo quartzarênico (RQl, Latossolo Vermelho
standard, por ser aplicável em grande quan-
eutrófico (LVen, chernossolo erbânico (ME)
tidade de locais e climas e em situações
Agropecuário,
Belo Horizonte,
v.27, n.233,
p.14-25,
jul./ago.
2006
20
Cultivo do milho no Sistema
que carecem de informações a curto período.
sistema radicular definitivo independe da
profundidade
de plantio, uma vez que a
Plantio Direto
estádios iniciais do crescimento
tivo. Assim, temperaturas
vegeta-
baixas podem
Quando o solo apresenta teor de água
emergência da planta vai depender do po-
aumentar o tempo decorrente
extraível acima de 30%-40%, a evapotrans-
tencial máximo de alongamento de meso-
estádio e outro, alongando, assim, o ciclo
piração é dependente unicamente da de-
cótilo (RITCHIE; HANWAY, 1989).
manda atmosférica. Quando o teor de água
a
sistema radicular
nodal inicia-se,
entre um
da cultura, podendo aumentar o número
total de folhas, atrasar a formação do pen-
nos solos é inferior a 30%-40% da água
portanto, no estádio VE, e o alongamento
dão e diminuir a disponibilidade de nutrien-
extraível, pode-se também determinar o
das primeiras raízes inicia-se no estádio
tes para a planta. Uma chuva de granizo ou
consumo de água pela cultura por meio de
VI, indo até o R3, após o qual muito pouco
vento nesse estádio vai ter muito pouco
equações, em que a variável é a evapo-
crescimento ocorre (MAGALHÃES et al.,
ou nenhum efeito na produção final de
transpiração de referência.
1994).
grãos, uma vez que o ponto de crescimento
ESTÁDIOSDE DESENVOLVIMENTO
Estádio VE - germinação
e emergência
Em condições normais de campo, as
sementes de milho plantadas
absorvem
água, incham e começam a crescer. A radícula é a primeira a se alongar, seguida pelo
coleóptilo com plúmula incluída.
a está-
No milho não é constatada a presença
estará protegido no solo. Disponibilida-
de fatores inibitórios ao processo de germi-
de de água nesse estádio é fundamental,
nação, visto que, sob condições ótimas de
por outro lado o excesso de umidade ou
umidade, os grãos podem germinar ime-
encharcamento,
diatamente após a maturidade fisiológica,
cimento ainda se encontra abaixo da super-
mesmo ainda estando presos à espiga.
fície do solo, pode matar a planta em poucos
Em síntese, na germinação ocorre a embebição da semente, com a conseqüente
digestão das substâncias de reserva, síntese de enzimas e divisão celular.
dio VE é atingido pela rápida elongação do
mesocótilo, o qual empurra
o coleóptilo
em crescimento para a superfície do solo.
quando o ponto de cres-
dias (ALDRICH et al., 1982; MAGALHÃES
et al., 2003).
a controle
de plantas daninhas nessa
fase é fundamental para reduzir a competição por luz, água e nutrientes. Como o
Estádio V3 - três folhas
desenvolvidas
sistema radicular está em pleno desenvolvimento, mostrando considerável porcen-
Em condições de temperatura e umidade
a estádio
de três folhas completamente
adequadas, a planta emerge dentro de qua-
desenvolvidas
ocorre com, aproximada-
tro a cinco dias, porém, em condições de
mente, duas semanas após o plantio. Nes-
cultivo (profundas ou próximas à planta)
baixa temperatura e pouca umidade, a ger-
se estádio, o ponto de crescimento ainda
poderão afetar a densidade e distribuição
minação pode demorar até duas semanas
se encontra abaixo da superfície do solo e
de raízes com conseqüente redução na pro-
ou mais. Assim que a emergência ocorre e
a planta possui pouco caule formado.
dutividade. Portanto, recomenda-se cautela
a planta expõe a extremidade do coleóptilo,
o mesocótilo pára de crescer.
a sistema
radicular seminal, que são as
raízes oriundas diretamente da semente, tem
o seu crescimento nesta fase e a profundidade onde elas se encontram depende
da profundidade do plantio.
a crescimento
Pêlos radiculares do sistema radicular
nodal estão agora em crescimento e o desenvolvimento das raízes seminais é paralisado (MAGALHÃES etal., 1994).
Todas as folhas e espigas que a planta
eventualmente
tagem de pêlos absorventes e ramificações
diferenciadas,
operações inadequadas
de
no cultivo.
Estádio V6 - seis folhas
desenvolvidas
Neste estádio, o ponto de crescimento
irá produzir estão sendo
e o pendão estão acima do nível do solo, o
formadas no V3. Pode-se dizer, portanto,
colmo está iniciando o período de alonga-
como
que o estabelecimento do número máximo
mento acelerado.
sistema radicular temporário, diminui após
de grãos ou a produção potencial estão
(fasciculado) está em pleno funcionamen-
o estádio VE e é praticamente não existente
sendo definidos nesse estádio. No estádio
to e em crescimento.
no estádio V3.
V5 (cinco folhas completamente desenvol-
Pode ocorrer o aparecimento de even-
a ponto
de crescimento da planta de
vidas), tanto a iniciação das folhas como
tuais perfilhos, os quais se encontram dire-
milho, nesse estádio, está localizado cerca
das espigas vai estar completa e a iniciação
tamente ligados à base genética da culti-
dessas raízes, também conhecido
a sistema radicular
nodal
de 2,5 a 4,0 em abaixo da superfície do solo
do pendão já pode ser vista microscopi-
var, ao estado nutricional
e encontra-se logo acima do mesocótilo.
camente na extremidade de formação do
espaçamento
Essa profundidade, onde se acha o ponto
caule, logo abaixo da superfície do solo
gas e às alterações bruscas de temperatura
de crescimento, é também a profundidade
(MAGALHÃEs et al., 1994, 1995).
(baixa ou alta). No entanto, existem pou-
a ponto
da planta, ao
adotado, ao ataque de pra-
de crescimento, que se encon-
cas evidências experimentais que demons-
nitivo do milho, conhecido como raízes
tra abaixo da superfície do solo, é bastante
tram a sua influência negativa na produção
nodais ou fasciculadas. A profundidade do
afetado pela temperatura
(MAGALHÃES etal., 1995,2002).
onde vai originar o sistema radicular defi-
do solo nesses
Informe
Agropecuário,
Belo Horizonte,
v.27, n.233,
p,14·25,
jul.lago,
2006
Cultivo do milho no Sistema Plantio Direto
21
No estádio V8, inicia-se a queda das
se. O alongamento do caule ocorre através
redução na produção de grãos. Porém, a
primeiras folhas e o número de fileiras
dos entrenós. Após o estádio VlO, o tempo
maior redução na produção poderá ocorrer
de grãos é definido. Durante este estádio
de aparição entre um estádio foliar e outro
com déficit hídrico na emissão dos estilos-
constata-se a máxima tolerância ao excesso
vai encurtar, geralmente isso ocorre a cada
estigmas (início de RI). Isso é verdadeiro
de chuvas. No entanto, encharcamento por
dois ou três dias (MAGALHÃES
períodos
1994,1999).
maiores que cinco dias poderão
acarretar prejuízos consideráveis
e irre-
versíveis.
Estresse hídrico nessa fase pode afetar
o comprimento de intemódios, provavel-
et al.,
Próximo ao estádio V 1O,a planta de milho
ou granizo. O período de quatro semanas
inicia rápido e contínuo crescimento com
em tomo do florescimento é o mais impor-
acumulação de nutrientes e massa seca, que
tante para irrigação (MAGALHÃES et al.,
continuarão até os estádios reprodutivos.
2003).
mente pela inibição da elongação das célu-
Há grande demanda no suprimento de água
las em desenvolvimento, concorrendo des-
e nutrientes para satisfazer as necessidades
se modo para a diminuição da capacidade
da planta (MAGALHÃES; JONES, 1990b).
de armazenagem
de açúcares no colmo.
O déficit de água também vai resultar em
também para outros tipos de estresse como
deficiência de nutrientes, alta temperatura
Estádio V12
Estádio V18
É possível observar que os "cabelos" ou
estilos-estigmas dos óvulos basais alongamse primeiro em relação aos "cabelos" dos
colmos mais finos, plantas de menor porte
O número de óvulos (grãos em poten-
óvulos da extremidade da espiga. Raízes
e menor área foliar (MAGALHÃES et al.,
cial) em cada espiga, assim como o tamanho
aéreas, oriundas dos nós acima do solo,
da espiga, é definido em V12, quando ocor-
estão em crescimento neste estádio. Essas
Evidências experimentais demonstram
re perda de duas a quatro folhas basais.
raízes contribuem na absorção de água e
nutrientes.
1998).
que a distribuição total das folhas expos-
Pode-se considerar que nesta fase inicia-
tas nesse período, mediante ocorrência de
se o período mais crítico para a produção,
Em V18, a planta do milho encontra-se
granizo, geada, ataque severo de pragas e
doenças, além de outros agentes, acar-
o qual estende-se até a polinização.
O número de fileiras de grãos na espiga
retará quedas na produção da ordem de
já foi estabelecido,
a uma semana do florescirnento e o desenvolvimento da espiga continua em ritmo
acelerado.
10% a 25% (FANCELLI;
NETO, 2(0).
rá definida cerca de uma semana antes
afetar mais o desenvolvimento
do florescimento, em tomo do estádio V 17
espiga que o do pendão. Com esse atraso
(MAGALHÃESetal.,1994).
no desenvolvimento
DOURADO
Períodos secos aliados à conformação
da planta, característica
dessa fase (co-
no entanto, a deter-
minação do número de grãos/fileira só se-
Estresse hídrico nesse período pode
do óvulo e
da espiga pode ha-
Em V12, a planta atinge cerca de 85% a
ver problemas na sincronia entre emissão
à cultura do milho elevada suscetibili-
90% da área foliar, e observa-se o início de
de pólen e recepção pela espiga. Caso o
dade ao ataque da lagarta-do-cartucho
desenvolvimento
estresse seja severo, ele pode atrasar a
(Spodopterajrugiperda),
(esporões).
nhecida como fase do cartucho), conferem
o que exige cons-
das raízes adventícias
emissão do "cabelo" até a liberação do pólen terminar, ou seja, os óvulos que por-
tante vigilância. Do V6 até o estádio V8
deverá ser aplicada a adubação nitogenada
em cobertura (RITCHIE; HANW AY, 1989;
ALDRlCHetal.,1982).
Estádio V9
Estádio V15
ventura emitir o "cabelo" após a emissão
Este estádio representa a continuação
seguinte, não contribuirão para
o desenvolvimento
mento (MAGALHÃES et al., 1994, 1995,
da planta, em termos
de fixação do rendimento. Desse ponto em
Neste estádio, muitas espigas são fa-
do pólen não serão fertilizados e, por con-
do período mais importante e crucial para
o rendi-
1999,2002).
diante, o novo estádio foliar ocorre a ca-
cilmente visíveis, se for feita a dissecação
da um ou dois dias. Os estilos-estigmas
da planta. Todo nó da planta tem potencial
iniciam os seus crescimentos nas espigas
para produzir uma espiga, exceto os últimos
(MAGALHÃEs et al., 2002).
Pendoamento,
VT
Este estádio inicia-se quando o último
ramo do pendão está completamente visível
seis a oito nós abaixo do pendão. Assim, a
Por volta do estádio V17, as espigas
e os "cabelos" não tenham ainda emergi-
planta de milho teria potencial para produzir
atingem crescimento tal que suas extremi-
do. A emissão da inflorescência masculina
várias espigas, porém, apenas uma ou duas
dades já são visíveis no caule, assim como
antecede de dois a quatro dias a exposição
(caráter prolífico) espigas conseguem com-
a extremidade do pendão já pode também
dos estilos-estigmas,
pletar o crescimento.
serobservada(MAGALHÃESetal.,1994).
espigas devem apresentar
no entanto, 75% das
seus estilos-
Ocorre alta taxa de desenvolvimento de
Estresse de água, que ocorre no período
estigmas expostos, após o período de 10-
órgãos florais, o pendão inicia rápido desen-
de duas semanas antes, até duas semanas
12 dias posterior ao aparecimento do pen-
volvimento e o caule continua alongando-
após o florescimento,
dão. O tempo decorrente entre VT e RI pode
Informe Agropecuário,
Belo Horizonte,
v.27, n.233, p.14-25, jul./ago.
2006
vai causar grande
22
Cultivo do milho no Sistema
variar consideravelmente
dependendo do
Plantio
Direto
é de dois a três dias.
um fluido, cuja composição são açúcares.
híbrido e das condições ambientais. A per-
Os "cabelos" da espiga crescem cerca de
Embora o embrião esteja ainda desenvol-
da de sincronismo
2,5 a 4,0 em por dia e continuam a se alon-
vendo vagarosamente
entre a emissão dos
serem polinizados
nesse estádio,
a
grãos de pólen e a receptividade dos estilos-
gar até serem fertilizados (MAGALHÃES
radícula, o coleóptilo e a primeira folha
estigmas da espiga concorre para o aumen-
et al., 1994).
embrionária já estão formados. Assim, den-
to da porcentagem de espigas sem grãos
O número de óvulos que será fertiliza-
tro do embrião em desenvolvimento já se
nas extremidades. Em condições de campo,
do é determinado
nesse estádio. Óvulos
encontra uma planta de milho em miniatura.
a liberação do pólen geralmente ocorre nos
não fertilizados evidentemente não produ-
finais das manhãs e início das noites. Nes-
zirão grãos.
A espiga está próxima de atingir seu tamanho máximo.
te estádio, a planta atinge o máximo desen-
Estresse ambiental nesta fase, especial-
Os estilos-estigmas
tendo completa-
volvimento e crescimento. Estresse hídrico
mente o hídrico, causa baixa polinização
do sua função
e temperaturas elevadas (acima de 35°C)
e baixa granação da espiga, uma vez que
agora escurecidos
a produ-
sob seca tanto os "cabelos" como os grãos
(MAGALHÃEs et al., 1994,2002).
ção. Um pendão de tamanho médio chega
de pólen tendem à dissecação. Insetos co-
podem reduzir drasticamente
no florescimento
A acumulação
e começando
estão
a secar
de amido está-se ini-
a ter 2,5 milhões de grãos de pólen, o que
mo a lagarta-da-espiga, que se alimenta dos
ciando, passando pela fase anterior à sua
equivale dizer que a espiga em condições
"cabelos" devem ser combatidos caso haja
formação que é a de açúcares, fluido claro
normais dificilmente deixará de ser poli-
necessidade. A absorção de potássio (K)
presente nos grãos. Esses grãos estão ini-
nizada pela falta de pólen, uma vez que o
nessa fase está completa, enquanto nitro-
ciando o período de rápida acumulação de
número de óvulos está em tomo de 750 a
gênio (N) e fósforo (P) continuam sendo
massa seca; esse rápido desenvolvimento
1.000 (MAGALHÃES et al., 1994, 1999;
absorvidos.
continuará até próximo ao estádio R6. N e P
FANCELLI; DOURADO NETO, 2(00).
A planta apresenta alta sensibilidade
A liberação do grão de pólen pode iniciar ao amanhecer,
estendendo-se
até o
continuam sendo absorvidos e a real ocação desses nutrientes das partes vegeta-
meio-dia, no entanto, esse processo rara-
tivas para a espiga tem início nesse estádio ..
de água pode contribuir inclusive com a
mente exige mais de quatro horas para sua
A umidade de 85% nos grãos nessa fase,
inviabilidade dos grãos de pólen.
ao encharcamento
nessa fase, o excesso
complementação. Ainda sob condições fa-
começa a diminuir
Nos estádios de VT a RI, a planta de
voráveis, o grão de pólen pode permanecer
colheita (MAGALHÃES; JONES, 1990ab;
milho é mais vulnerável às intempéries da
viável por até 24 horas. Sua longevidade,
MAGALHÃES etal., 1994).
natureza que qualquer outro período, de-
entretanto, pode ser reduzida quando sub-
vido ao pendão e a todas as folhas estarem
metido à baixa umidade e a altas temperaturas (MAGALHÃES etal., 1994).
completamente expostas. Remoção de fo-
gradualmente
até a
Estádio R3 - grão leitoso
Esta fase é iniciada normalmente 12 a
do contato direto
15 dias após a polinização. O grão apresenta-
entre o grão de pólen e os pêlos viscosos
do estigma estimula a germinação do primei-
se com aparência amarela e no seu interior
contém um fluido de cor leitosa, o qual
O período de liberação do pólen estende-
ro' dando origem a uma estrutura denomi-
representa o início da transformação
se por uma a duas semanas. Durante esse
tempo, cada "cabelo" individual deve emergir
nada tubo polínico, que é responsável pela
açúcares em amido, contribuindo
fecundação do óvulo inserido na espiga.
para o incremento de massa seca. Tal incre-
e ser polinizado para resultar em um grão.
A fertilização ocorre de 12 a 36 horas após
mento ocorre, devido à translocação
a polinização,
fotoassimilados
lha neste estádio por certo resultará em perdas na colheita (FANCELLI; DOURADO
NETO, 2(00).
Estádio Rl - embonecamento
O estabelecimento
período esse variável em
dos
assim
dos
presentes nas folhas e no
processo, tais como teor de água, tempe-
colmo para a espiga e grãos em formação.
A eficiência dessa translocação, além de
Este estádio inicia-se quando os estilos-
ratura, ponto de contato e comprimento do
ser importante para a produção, é extrema-
estigmas estão visíveis, ou seja, para fora
estilo-estigma (MAGALHÃEs et al., 1994;
mente dependente de água (MAGALHÃEs;
FANCELLI; DOURADO NETO, 2(00).
JONES, 1990a; MAGALHÃES et al., 1998).
e polinização
das espigas. A polinização ocorre quando
função de alguns fatores envolvidos
no
o grão de pólen liberado é capturado por
um dos estilos-estigmas.
O grão de pólen, em contato com o
Embora nesse estádio o crescimento
do
Estádio R2 - grão bolha d'água
embrião ainda seja considerado lento, ele
Os grãos neste estádio apresentam-se
já pode ser visto, caso haja dissecação. Esse
"cabelo", demora cerca de 24 horas para
brancos na aparência externa e com aspec-
estádio é conhecido como aquele em que
percorrer o tubo polínico e fertilizar o óvu-
tos de uma bolha d'água. O endosperma,
ocorre a definição da densidade dos grãos
lo, geralmente o período requerido para
portanto, está com coloração clara, assim
(MAGALHÃES et al., 1994; FANCELLI;
todos os estilos-estigmas
como o seu conteúdo, que é basicamente
DOURADO NETO, 2(00).
em uma espiga
Informe Agropecuário,
Belo Horizonte, v.27, n.233, p.14-25, jul./ago.
2006
Cultivo
do milho no Sistema
23
Plantio Direto
acentuada,
Os grãos nesta fase apresentam rápi-
caracterizando
da acumulação de massa seca, com cerca
exclusivamente
destinado
antecipar o aparecimento da formação da
um período
ao ganho de
camada preta, indicadora
da maturidade
fisiológica. A redução na produção estaria
de 80% de umidade, e as divisões celula-
peso por parte do grão. Em condições de
res dentro do endosperma apresentam-se
campo, tal etapa do desenvolvimento
é
relacionada com o peso dos grãos e não
essencialmente completas. O crescimento,
prontamente reconhecida, pois, quando os
com o número de grãos. Os grãos neste
a partir desse momento, é devido à expan-
grãos presentes são submetidos à pressão
estádio apresentam-se com cerca de 55%
são e enchimento
imposta pelos dedos, mostram-se relativa-
de umidade (MAGALHÃES et al., 1994).
das células do endos-
mente consistentes, embora ainda possam
perma com amido.
apresentar
O rendimento final depende do número
pequena quantidade
de sóli-
Materiais destinados à silagem devem
ser colhidos nesse estádio. O milho colhido
e do tama-
dos solúveis, cuja presença em abundân-
nessa fase apresenta
nho final que eles alcançarão. Um estresse
cia caracteriza o estádio R3 (grão leitoso)
tagens: significativo
hídrico nesta fase, embora menos crítico
(MAGALHÃES et al., 1994).
ção de massa seca por área; decréscimo
de grãos em desenvolvimento
as seguintes
van-
aumento na produ-
que na fase anterior, pode afetar a produ-
Os grãos encontram-se com cerca de
nas perdas de armazenamento pela diminui-
ção. Com o processo de maturação dos
70% de umidade em R4 e com a metade
ção do efluente e aumento significativo no
grãos, o potencial de redução na produção
do peso que eles atingirão na maturidade.
consumo voluntário da silagem produzida
final de grãos, devido ao estresse hídrico,
A ocorrência de adversidades climáticas,
(FANCELLI; DOURADO NETO, 2000).
vai diminuindo. Embora, nesse período, a
sobretudo falta de água, resultará numa
planta deva apresentar considerável teor
maior porcentagem
de sólidos solúveis prontamente
quenos, o que comprometeria
dispo-
níveis, objetivando a evolução do processo de formação de grãos, a fotos síntese
mostra-se imprescindível. Em termos gerais, considera-se como importante caráter
de grãos leves e pedefinitiva-
Estádio
R6 - maturidade
fisiológica
Este é o estádio em que todos os grãos
mente a produção.
na espiga alcançam o máximo de acumulaEstádio R5 - formação de dente
ção de massa seca e vigor, ocorre cerca de
Este período é caracterizado pelo apa-
50 a 60 dias após a polinização. A linha do
condicionador de produção a extensão da
recimento de uma concavidade
na parte
amido já avançou até a espiga e a camada
área foliar que permanece fisiologicamente
superior do grão, comumente designada
preta já está formada. Essa camada preta
ativa após a emergência da espiga. Perío-
"dente", coincide normalmente com o 36º
ocorre
dos nublados ou de reduzida intensidade
dia após o princípio da polinização.
espiga para a base. Nesse estádio, além da
progressivamente
da ponta da
luminosa acarretarão, nessa fase, a redu-
Nessa etapa, os grãos encontram-se em
paralisação total do acúmulo de massa seca
ção da fotossíntese e aumento do nível de
fase de transição do estado pastoso para o
nos grãos, acontece também o início do
estresse da planta, implicando
na redu-
farináceo. A divisão desses estádios é feita
processo de senescência
ção da taxa de acúmulo de massa seca do
pela chamada linha divisória do amido ou
lhas das plantas, as quais gradativamente
na
linha do leite. Essa linha aparece logo após
começam a perder a sua coloração verde
produção final de grãos, além de favore-
a formação do dente e, com a maturação,
característica (MAGALHÃES et al., 1994;
vem avançando em direção à base do grão.
FANCELLI; DOURADO NETO, 2000).
grão e, conseqüentemente,
cer a incidência
redução
de doenças
do colmo
(MAGALHÃES et al., 1998,2002).
Ainda nesse estádio, evidencia-se
a
natural das fo-
Devido à acumulação do amido, acima da
O ponto de maturidade fisiológica ca-
linha é duro e abaixo, macio. Nesse estádio,
racteriza o momento ideal para a colheita
translocação efetiva de N e P para os grãos
o embrião continua se desenvolvendo,
e,
ou ponto de máxima produção, com 30%-
emforrnação (MAGALHÃES; JONES, 1990b;
além do acentuado acréscimo de volume
38% de umidade, podendo variar entre
FANCELLI; DOURADO NETO, 2000).
Estádio R4 - grão pastoso
Este estádio é alcançado com cerca de
experimentado pelo endosperma, mediante
híbridos. No entanto, o grão não está ainda
aumento das células, observa-se também a
em condições de ser colhido e armazenado
completa diferenciação da radícula e das
com segurança, uma vez que deveria estar
folhas embrionárias no interior dos grãos
com 13% a 15% de umidade, para evitar
20 a 25 dias após a emissão dos estilos-
(MAGALHÃES et al., 1994; FANCELLI;
problemas com a armazenagem. Com cer-
estigmas, os grãos continuam se desenvol-
DOURADO NETO, 2000).
ca de 18% a 25% de umidade, a colheita já
amido.
Alguns genótipos do tipo "duro" não
pode acontecer, desde que o produto colhi-
O fluido interno dos grãos passa do esta-
formam dente, o que toma esse estádio, nos
do seja submetido a uma secagem artificial
do leitoso para uma consistência pastosa,
referidos materiais, mais difícil de ser nota-
antes de ser armazenado.
e as estruturas embriônicas de dentro dos
do, podendo estar apenas relacionado com
A qualidade dos grãos produzidos po-
grãos encontram-se
o aumento gradativo da dureza dos grãos.
de ser avaliada pela porcentagem de grãos
ardidos, que interfere notadamente na des-
vendo rapidamente,
acumulando
totalmente
diferen-
ciadas. A deposição de amido é bastante
Informe Agropecuário,
Belo Horizonte,
Estresse
v.27, n.233, p.14·25, jul./ago.
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gem esse sistema proporciona:
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mais eficientes sistemas de prevenção e
FEPAGRO. Recomendações
cultura
a) maior conservação de umidade no
solo;
b) melhor aproveitamento da água dis-
c) menor amplitude térmica no solo, favorecendo a fisiologia e o desenvolvimento do sistema radicular das
plantas;
d) maior tolerância a períodos de estiagens (veranicos).
Uma vez que se conheça o comporta-
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