IBH Clystine Abram É um padrão invasivo de déficits sociais e interpessoais, marcado por agudo desconforto e reduzida capacidade para relacionamentos íntimos, além de distorções cognitivas ou perceptivas e comportamento excêntrico. Este padrão começa no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos. (DSM V) 1- ideias de referência, 2- crenças bizarras ou pensamento mágico que influenciam o comportamento e são inconsistentes com as normas da subcultura do indivíduo, 3- experiências perceptivas incomuns, 4- pensamento e discurso bizarros, 5- desconfiança ou ideação paranoide, 6- afeto inadequado ou constrito, 7- aparência ou comportamento esquisito ou peculiar, 8- ausência de amigos íntimos ou confidentes, 9- ansiedade social excessiva. Ideias de referência (isto é, interpretações incorretas de incidentes casuais e acontecimentos externos como se tivessem um significado particular e incomum, especificamente destinado a eles) (Critério A1). Estas ideias devem ser diferenciadas dos delírios de referência, nos quais as crenças são mantidas com convicção delirante. Esses indivíduos podem ser supersticiosos ou preocupar-se com fenômenos paranormais que estão fora das normas de sua subcultura (Critério A2) Eles podem pensar que possuem poderes especiais de pressentir acontecimentos ou de ler os pensamentos de outras pessoas. Eles podem crer que possuem um controle mágico sobre os outros, o qual pode ser implementado diretamente (por ex., acreditar que o cônjuge está levando o cachorro para passear na rua porque ele pensou que isto deveria ser feito uma hora atrás) ou indiretamente, através do cumprimento de rituais mágicos (por ex., passar por um determinado objeto três vezes, para evitar certa consequência funesta). Alterações da percepção podem estar presentes (por ex., sentir a presença de outra pessoa ou ouvir uma voz murmurando seu nome) (Critério A3). Seu discurso pode incluir construções idiossincráticas, sendo frequentemente desconexo, digressivo ou vago, porém sem um real descarrilamento ou incoerência (Critério A4). As respostas podem ser demasiadamente concretas ou abstratas, e as palavras ou conceitos ocasionalmente são aplicados de maneira incomum (por ex., a pessoa pode afirmar que não estava "conversável" no trabalho). Os indivíduos com este transtorno são frequentemente desconfiados, podendo ter ideação paranoide (por ex., acreditar que os colegas de trabalho estão decididos a estragar sua reputação junto ao chefe) (Critério A5). Eles geralmente não são capazes de lidar com toda a faixa de afetos e indicadores interpessoais necessários para relacionamentos bem-sucedidos, de modo que muitas vezes parecem interagir com os outros de maneira inadequada, rígida ou constrita (Critério A6). Esses indivíduos muitas vezes são considerados esquisitos ou excêntricos por causa dos maneirismos incomuns, pelo seu modo desleixado de vestir-se, no qual "nada combina com nada", bem como por sua desatenção às convenções sociais habituais (por ex., evitar o contato visual, usar roupas manchadas de tinta e que não servem, ser incapaz de participar de "bate-papos" com os colegas) (Critério A7). Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Esquizotípica vivenciam os relacionamentos interpessoais como problemáticos e sentem desconforto na interação com outras pessoas. Embora possam expressar infelicidade acerca de sua falta de relacionamentos, seu comportamento sugere pouco desejo de ter contatos íntimos. Como resultado, eles habitualmente têm poucos ou nenhum amigo íntimo ou confidente, exceto algum parente em primeiro grau (Critério A8). Eles sentem-se ansiosos em situações sociais, particularmente aquelas envolvendo estranhos (Critério A9). Estes indivíduos interagem com os outros quando precisam, mas preferem ficar sós, por acharem que são diferentes e simplesmente não "se encaixam". Sua ansiedade social não cede com facilidade, mesmo quando passam mais tempo no contexto ou se familiarizam com as outras pessoas, porque a ansiedade tende a estar associada com suspeitas acerca das motivações dos outros. Por exemplo, ao comparecer a um jantar, o indivíduo com Transtorno da Personalidade Esquizotípica não relaxa com o passar do tempo, mas, ao contrário, pode tornar-se ainda mais tenso e desconfiado. O Transtorno da Personalidade Esquizotípica não deve ser diagnosticado se o padrão de comportamento ocorre exclusivamente durante o curso de Esquizofrenia, Transtorno do Humor com Aspectos Psicóticos, outro Transtorno Psicótico ou um Transtorno Invasivo do Desenvolvimento (Critério B). Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Esquizotípica frequentemente buscam tratamento para os sintomas associados de ansiedade, depressão ou outros afetos disfóricos, ao invés de para os próprios aspectos do transtorno da personalidade. Cerca de 30 a 50% dos indivíduos diagnosticados com este transtorno têm um diagnóstico concomitante de Transtorno Depressivo Maior, quando admitidos em um contexto clínico. Existe uma considerável co-ocorrência de Transtornos da Personalidade Esquizoide, Paranoide, Esquiva e Borderline O diagnóstico de TEP é considerado um importante fator de vulnerabilidade para o desenvolvimento de esquizofrenia; por outro lado, esquizofrênicos parecem ter uma incidência maior de familiares portadores de TEP em relação à população geral. Ocorre aproximadamente em 3,9% da população geral. Em população clínica é baixa 0 até 1,9. Mais comum no sexo masculino. Pode -se manifestar na infância ou adolescência por meio de solidão, relacionamento social prejudicado com os colegas, ansiedade social, baixo rendimento escolar, hipersensibilidade, pensamentos e linguagem peculiares e fantasias bizarras. (DSM V) Essas crianças podem parecer estranhas ou excêntricas e atraírem provocação. Relativamente estável, sendo que apenas uma pequena parcela dos indivíduos desenvolve Esquizofrenia ou algum outro Transtorno Psicótico. É mais comum em pessoas que apresentam um familiar biológico de primeiro grau com esquizofrenia. A. Um padrão invasivo de déficits sociais e interpessoais, marcado por desconforto agudo e reduzida capacidade para relacionamentos íntimos, além de distorções cognitivas ou perceptivas e comportamento excêntrico, que começa no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos, como indicado por pelo menos cinco dos seguintes critérios: (1) ideias de referência (excluindo delírios de referência) (2) crenças bizarras ou pensamento mágico que influenciam o comportamento e são inconsistentes com as normas da subcultura do indivíduo (por ex., superstições, crença em clarividência, telepatia ou "sexto sentido"; em crianças e adolescentes, fantasias e preocupações bizarras) (3) experiências perceptivas incomuns, incluindo ilusões somáticas (4) pensamento e discurso bizarros (por ex., vago, circunstancial, metafórico, super elaborado ou estereotipado) (5) desconfiança ou ideação paranóide (6) afeto inadequado ou constrito (7) aparência ou comportamento esquisito, peculiar ou excêntrico (8) não tem amigos íntimos ou confidentes, exceto parentes em primeiro grau (9) ansiedade social excessiva que não diminui com a familiaridade e tende a estar associada com temores paranóides, ao invés de julgamentos negativos acerca de si próprio B. Não ocorre exclusivamente durante o curso de Esquizofrenia, Transtorno do Humor Com Aspectos Psicóticos, outro Transtorno Psicótico ou um Transtorno Invasivo do Desenvolvimento. Nota: Se os critérios são satisfeitos antes do início de Esquizofrenia, acrescentar "Pré-Mórbido", por ex., "Transtorno da Personalidade Esquizotípica (PréMórbido)". Eu sou diferente e indesejável. O Outro não é confiável e não me aceita. Mundo é ameaçador. R, 32 anos, doutorando em Filosofia, solteiro, mora com os pais, nunca teve um relacionamento afetivo-sexual. Queixa-se de se sentir “um peixe fora d’água”. “Desencaixado da sociedade”. Seus pais reclamam da sua aparência (cabelos sem cortar, barba comprida, óculos com lentes grossas). Tem brigas constantes com o pai. Nunca trabalhou e nem teve contato afetivo-sexual com uma mulher, não tem amigos e nem vida social. Acredita que outros filósofos são espiões e o investigam para plagiarem sua tese através de telepatia. Sua infância e adolescência foram marcadas por bullying e as críticas de seu pai, sempre se isolou, acha que não tem nada a ganhar com relacionamentos interpessoal. Sua vida acadêmica nunca foi notória, apesar de estar cursando o doutorado. Dados relevantes da infância Isolamento e ataque pelos colegas. Crenças nucleares Sou diferente e inadequado. Regras disfuncionais Se sou diferente então ninguém irá me amar. Estratégias compensatórias Evitar as pessoas. CRENÇA NUCLEAR “Sou diferente e indesejável”. Regras Disfuncionais “Se sou diferente das pessoas então não serei amado”. “Serei rejeitado”. Estratégias Compensatórias “Evitar contato com as pessoas”. Pensamento disfuncional “Se sou diferente e inadequado, então não serei amado”. “Sou na verdade uma pessoa normal”. “Sou estudante de doutorado”. “Sou amado pela minha mãe e avó”. “Alguém poderá me amar e não precisarei ficar sozinho para sempre”. Pensamento disfuncional “Se os filósofos são espiões e estão me investigando então não posso confiar em ninguém”. “Nem todo filósofo é espião, eu não sou”. “Meu orientador é filósofo e eu posso confiar nele”. “Minha mãe e avó são confiáveis”. “Algumas pessoas são confiáveis”. Nos momentos da infância para reparar as situações de bullying. Nos momentos que foi privado emocionalmente da figura paterna para fazer a reparação parental. (Young, 1984) Civilidade Enfrentamento de situações de risco Empatia Expressão de sentimentos Assertividade Expressar e ouvir opiniões Resultados Paciente R cortou o cabelo, retirou a barba, passou a usar lentes de contato e comprou roupas novas. Melhorou a relação com o pai. Começou a trabalhar como professor de filosofia no ensino médio. Começou a namorar. Pensa que as pessoas podem amálo e algumas são confiáveis. Sente-se seguro e confiante.